Arquivo da categoria: Campeões Estaduais e Nacionais

Participantes da Federação Paulista de Football – 1933

Complementando o meu último artigo, eis alguns detalhes dos campeonatos da Federação Paulista de Football, entidade oficial do futebol paulista em 1933 e 1934.

CAMPEONATO PAULISTA DE FOOTBALL de 1933 – FPF

Participantes (só se inscrevram clubes da capital, não houve campeonato do interior):

– C.A. Albion (São Paulo) – ex-São Paulo Alpargatas, havia vencido a segundona no ano anterior, mas sua participação na primeirona da APEA havia sido vetada pelos “figurões” do conselho técnico, situação bem comum na época. Sua sede era na Rua São Jorge, pertinho do Corinthians.

– A.A. Casale Paulista (São Paulo) – clube do bairro Cambuci.

Feira Livre F.C. (São Paulo)

Minas Geraes F.C. (São Paulo) – do bairro do Brás, chegou a disputar outros paulistões e ser campeão de divisões inferiores. No final dos anos 20 mudou de nome algumas vezes, fez fusão, e chegou a se chamar Auto-Audax. Em 1933, por algum motivo, o clube voltou a se chamar Minas Geraes.

– A.A. das Palmeiras (São Paulo) – surpresa para mim. Alguns sócios do veterano e famoso clube de futebol da capital não haviam aceitado o fim da equipe e fuga de sócios para o SPFC e resolveram “reerguer” o clube, com sede nova (já que a Floresta ficou com o Tricolor). Infelizmente, durou pouco tempo.

– C.A. Paulista (São Paulo) – fruto da fusão entre o tradicional S.C. Internacional e o Antarctica

– A.A. República (São Paulo) – clube do bairro Aclimação, participou de campeonatos anteriores. Ao que fui informado, ainda existe como time amador.

São Paulo Railway A.C. (São Paulo) – atual Nacional Atlético Clube, o “Ferrinho”.

União Guarany F.C. (São Paulo)

União Vasco da Gama F.C. (São Paulo)

Os seguintes clubes faziam parte do grupo dos “fiéis” à CBD, participariam do campeonato, mas desistiram antes do início da competição, pois temiam que a FPF não fosse reconhecida. Foi um mal movimento, pois a mesma foi filiada pela CBD em agosto, dois meses após o início da competição. Considerados fortes, a ausência deles foi mais do que sentida:

– Guarani F.C. (Campinas)

– C.A. Juventus (São Paulo) – o “Moleque Travesso” só se tornaria o C.A. Fiorentino no ano seguinte

– C.A. Santista (Santos)

 

OS CAMPEÕES DA FPF em 1933

Campeonato Paulista de Primeiros Quadros – Albion (campeão), União Guarany (vice)

Campeonato Paulista de Segundos Quadros – Albion (campeão), São Paulo Railway (vice)

Torneio Início de Primeiros Quadros – Paulista (campeão), Albion (vice)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Notícia sobre a filiação da Federação Paulista de Football, em 1933

 

 

C.A. Juventus – O Campeão Paulista Oficial de 1934

Fugindo um pouco do tema “futebol fluminense”, o post de hoje é sobre mais uma injustiça do mundo do futebol.

Todos sabemos que nos conturbados 30 anos iniciais do esporte predileto dos brasileiros foram frequentes as cisões esportivas estaduais, originando ligas rivais e disputas de duas competições em um mesmo ano.

A regra sobre a validade ou não desses campeonatos é simples: foi um clube grande que ganhou? Se sim, o título é contado, se não, é relegado às traças da memória.

Contudo, o caso do futebol paulista em 1933 e 1934 é ainda mais chocante: os campeonatos da Federação Paulista de Football, a entidade OFICIAL do futebol de São Paulo, ou seja, FILIADA E RECONHECIDA pela entidade máxima do país, a Confederação Brasileira de Desportos, esta por sua vez reconhecida pela FIFA, é simplesmente ignorada pela atual FPF, assim como pela imprensa. O motivo original: seus campeões, Albion (33) e Juventus (34) são clubes pequenos. O motivo atual: dirigentes da FPF atual e a mídia em geral nem devem saber que esse campeonato existiu.

 

Juventus, o campeão paulista oficial de 1934, quando se chamava C.A. Fiorentino

Explicando melhor a história:

A Associação Paulista de Esportes Athleticos (APEA), dirigente oficial do futebol paulista, já vinha se aproximando do profissionalismo, para o desgosto de alguns clubes. Em 1926 houve uma séria cisão, quando as agremiações que se diziam verdadeiramente amadoristas abandonaram a APEA e fundaram a Liga de Amadores de Football (LAF). A CBD, no entanto, continuou do lado da APEA, pois o profissionalismo desta não podia ser comprovado. De 1926 até 1929 houveram dois campeonatos paulistas, o da APEA e o da LAF, sendo que apenas o da APEA, filiada à CBD, era oficial. Não obstante, mesmo que a LAF fosse “pirata”, todos, atualmente, contabilizam os dois campeonatos na lista oficial de campeões paulistas. Foram eles:

1926 – Palestra Itália (APEA) e Paulistano (LAF)

1927 – Palestra Itália (APEA) e Paulistano (LAF)

1928 – Corinthians (APEA) e Internacional (LAF)

1929 – Corinthians (APEA) e Paulistano (LAF)

Sem apoio oficial a LAF, enfraquecida, acabou. E seus principais clubes, entre eles Paulistano, AA das Palmeiras, Germânia e Internacional, relevantíssimos no cenário do futebol paulista, infelizmente saíram de cena de nosso futebol, sendo alguns extintos e outros apenas encerrando o departamento de futebol.

De 1930 a 1932 a APEA reinou sozinha no futebol bandeirante. Porém, em 1933, veio a cisão profissionalista. E eis o que aconteceu, contando em paralelo os fatos no Distrito Federal (Rio de Janeiro), para ajudar na compreensão.

Os dois maiores centros de futebol do país eram comandados, até então, pela já mencionada APEA (SP) e pela Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA, do DF/Rio), ambas filiadas à CBD.

Em 1933 alguns clubes do Rio e de São Paulo decidiram implantar o regime profissional. A CBD foi categoricamente contra. O que aconteceu no Rio e em São Paulo, então, de certa forma foram o inverso um do outro.

No Rio de Janeiro a AMEA, entidade oficial, manteve-se do lado da CBD e bateu o pé contra o profissionalismo, por mais que o mesmo já fosse praticado por baixo dos panos. Os clubes dissidentes, então, saíram da AMEA (e, junto, da CBD e da FIFA) e fundaram a Liga Carioca de Football (LCF), profissional e “pirata”.

Em São Paulo foi o contrário. A direção da APEA posicionou-se a favor do profissiolismo, e foi desfiliada pela CBD, tornando-se uma liga não-oficial. Alguns clubes, porém, preferiram ficar do lado da CBD, e fundaram a Federação Paulista de Football (FPF), logo filiada e reconhecida pela CBD como a entidade máxima do futebol paulista. Entre eles o Guarani, a Ponte Preta, o CA Paulista, Hespanha (atual Jabaquara), São Paulo Railway (atual Nacional), entre outros.

Em 1933 e 1934, então, tivemos no Rio e em São Paulo dois campeonatos em cada, sendo um “amador” (em tese) e oficial (reconhecido pela CBD, entidade filiada à FIFA), e o outro profissional e pirata (não-oficial, lembrando que a Federação Brasileira de Football foi criada depois pelos dissidentes, mas jamais reconhecida pela FIFA). Foram campeões:

1933/SP – Albion (“amador”, oficial), Palestra Itália (profissional, pirata)

1933/Rio – Botafogo (“amador”, oficial), Bangu (profissional, pirata)

1934/SP – Juventus (“amador”, oficial), Palestra Itália (profissional, pirata)

1934/Rio – Botafogo (“amador”, oficial), Vasco (profissional, pirata)

Lembrando que o Juventus, quando conquistou o título, chamava-se “Clube Atlético Fiorentino”, jogando com camisa grená e flor-de-lis inspirada no emblema da Fiorentina italiana no peito. Depois de conquistar o título de “Campeão Paulista de Futebol” o Juventus ainda conquistou a Taça São Paulo, novo nome da Taça Competência, ao vencer a AA Ferroviária de Pindamonhangaba, campeã do interior, por 5 x 0 e 3 x 1. Esse título também não é lembrado, pois até da lista de campeões da Taça Competência Albion e Juventus são excluídos…

A história da cisão no Rio de Janeiro é muito bem lembrada, pelo tamanho do Botafogo. Porém, em São Paulo, Juventus (que até então conquistara um terceiro lugar em 1932, em campeonato com todos os grandes) e Albion foram jogados para escanteio.

Em 1935 a facção “cebedista”, como os jornais chamavam, virou o jogo. A CBD finalmente aceitou o profissionalismo (ou melhor, admitiu que este fosse praticado às claras), e muitos dos clubes mais fortes das entidades piratas passaram para o seu lado, exceção feita à Flamengo, Fluminense, América e Portuguesa, que ainda insistiriam com a FBF por mais alguns anos. Um dos motivos da debandada para a CBD: como a entidade era filiada à FIFA, fora dela os dissidentes não conseguiam jogar partidas amistosas internacionais, e a tendência seria um isolamento e enfraquecimento cada vez maior. Bastava a CBD aceitar o profissionalismo para ganhar a parada.

De 1935 a 1936, novamente foram dois campeonatos, desta vez ambos eram profissionais, continuando a APEA e a LCF como “piratas” e com as amadoristas FPF e AMEA sendo “transformadas” em entidades profissionais, sendo elas a Liga Paulista de Football e a Federação Metropolitana de Desportos. Seus campeões:

1935/SP – Santos (profissional, oficial), Portuguesa (profissional, pirata)

1935/Rio – Botafogo (profissional, oficial), América (profissional, pirata)

1936/SP – Palestra Itália (profissional, oficial), Portuguesa (profissional, pirata)

1936/Rio – Vasco (profissional, oficial), Fluminense (profissional, pirata)

Como podemos ver, ao contrário de 33 e 34 todos os campeões do ano são equipes consideradas grandes em seus estados. Logo, nenhum desses títulos são esquecidos na contagem oficial das respectivas federações estaduais.

A situação de esquecimento é tão grave que mesmo o Juventus parece não entender o status do título que ganhou. Na página oficial do clube, informam secamente que foram campeões paulistas amadores, quase dando a entender que era um título de categoria inferior. Ora, todos os campeões pré-1933, em todo o Brasil, eram amadores!

Já o Albion nem existe mais para se defender.

Resta apenas aos que amam o futebol guardar esses fatos com cuidado, e divulgarem sempre que puderem.

A “dobradinha” mais vencedora do eixo Rio-São Paulo

Qual é a “dobradinha” mais vencedora do eixo Rio-São Paulo?

*Campeões estaduais no Rio e em São Paulo, no mesmo ano.
*Qual a dupla de clubes que mais se repetiu?

Campeonato Carioca e Campeonato Paulista – duas competições de muita história e glamour.
O futebol de São Paulo começou antes – em 1902 – o seu principal certame; os cariocas, pouco depois –, em 1906. Ambos são seculares.
Quando da instituição do Torneio Rio-São Paulo, tivemos sedimentada uma união para a organização da disputa, mas também uma vitalização da rivalidade entre essas duas potências do futebol nacional.
Mas e as dobradinhas de campeões formadas ao longo de tanto tempo? Qual é a dupla de campeões dos certames estaduais do Rio e de São Paulo que mais vezes ganhou o certame de seu estado?
O Corinthians é o clube mais vezes campeão paulista (26 títulos); o Flamengo detém essa primazia do lado carioca (32 títulos). Mas não é a dupla Flamengo/Corinthians a número um em títulos levantados na mesma temporada.
Eis as dobradinhas formadas ao longo desse período de mais de um século de estaduais do eixo Rio-São Paulo, considerando apenas os quatro clubes grandes de cada estado.

Colocação/Dupla de campeões/Anos em que formaram a dupla/Total

1.º – Flamengo/Palmeiras – 1920, 27, 42, 44, 63, 72, 74, 96 e 2008 – (9)
2.º – Vasco/Corinthians – 1923, 24, 29, 52, 77, 82, 88 e 2003 – (8)
3.º – Botafogo/Santos – 1935, 61, 62, 67, 68, 2006 e 10 – (7)
3.º – Fluminense/Corinthians – 1924, 37, 38, 41, 51, 83 e 95 – (7)
3.º – Flamengo/Corinthians – 1914, 39, 54, 79, 99, 2001 e 09 – 7
6.º – Vasco/São Paulo – 1945, 49, 70, 87, 92 e 98 – (6)
6.º – Fluminense/São Paulo – 1946, 71, 75, 80, 85 e 2005 – (6)
6.º – Vasco/Palmeiras – 1934, 36, 47, 50, 93 e 94 – (6)
9.º – Flamengo/Santos – 1955, 65, 78, 2007 e 11 – (5)
9.º – Flamengo/São Paulo – 1943, 53, 81, 91 e 2000 – (5)
11.º – Fluminense/Santos – 1964, 69, 73 e 84 – (4)
11.º – Fluminense/Palmeiras – 1936, 40, 59 e 76 – (4)
13.º – Botafogo/São Paulo – 1948, 57 e 89 – (3)
13.º – Botafogo/Palmeiras – 1932, 33 e 34 – (3)
15.º – Vasco/Santos – 1956 e 58 – (2)
15.º – Botafogo/Corinthians – 1930 e 97 – (2)

Portanto, Flamengo e Palmeiras formam a parceria mais repetida nos estaduais do eixo Rio-São Paulo, com 9 vezes. Logo a seguir, com 8, surgem Vasco e Corinthians.

Flamengo e Palmeiras comemoram título dos campeonatos Carioca e Paulista, em 2008 - Fotos: Gazeta Press / Lancenet

Vasco/Santos e Botafogo/Corinthians são as parcerias menos frequentes.

Fonte:
Arquivo pessoal
Texto: Vicente Henrique Baroffaldi
Edição: Paulo Luís Micali

Em 1952, a hegemonia do futebol carioca voltou a São Januário

(O texto que segue foi extraído da revista Esporte Ilustrado Nº 775, de 12.02.53, edição especial em homenagem ao Vasco da Gama)

Devido à sua apagada atuação no campeonato de 1951, não se acreditava nas possibilidades do Vasco em 52. Fluminense, Flamengo, Bangu e Botafogo, de um modo geral, eram apontados pela cátedra esportiva como favoritos. Esqueceram um pouco o velho “Campeoníssimo”, o que, aliás, não deixou de ser uma vantagem. No futebol, quase sempre, não é interessante ser favorito, porque pode-se trabalhar mais à vontade e sem alarde. Ciro Aranha reassumiu a presidência do clube e Gentil Cardoso foi contratado para técnico. Reajustada a máquina administrativa, com todos os seus departamentos trabalhando em perfeita conexão, teve início a gloriosa jornada, que culminou com a conquista de mais um título, e a volta da hegemonia do futebol guanabarino a São Januário. Supremacia que desde 1945 pertence ao glorioso C.R. Vasco da Gama, com apenas três interrupções na sua série de êxitos: 46, 48 e 51. Em 8 temporadas, 5 títulos!

Em 1951, o grande sonho de todos os vascaínos – a conquista do tricampeonato – por um desses caprichos do destino, se desfez. Foi um mal ano para o grêmio da Cruz de Malta, o ano do colapso, conforme o dr. Amilcar Giffoni teve ocasião de explicar. Contrariando a opinião, quase geral, de que o seu plantel estava acabado, o Vasco fez uma campanha que primou pela regularidade.
Estreou abatendo o Madureira por 5 a 2; na segunda rodada, venceu o Canto do Rio, por escore modesto, 2 a 1; depois abateu o Bonsucesso por 5 a 2; na quarta rodada logrou o seu primeiro grande resultado ao derrotar o Bangu por 6 a 2. Esteve de folga na etapa seguinte, e na sexta rodada perdeu a liderança e a invencibilidade, devido à derrota ante o Fluminense, por 1 a 0. No domingo seguinte reabilitou-se plenamente, vencendo ao Flamengo por 3 a 2. Derrotou o Olaria, por 2 a 1, e a seguir, empatou com o Botafogo de 1 a 1, perdendo mais um ponto. Depois derrotou ao América por 3 a 0 e ao São Cristóvão por 2 a 1. Terminou o turno em segundo lugar, com três pontos perdidos, a um do líder, o Fluminense.
No returno, venceu ao São Cristóvão, 3 a 1; descansou na segunda rodada; e, na seguinte, vencendo ao Canto do Rio, por 1 a 0, assumiu o primeiro posto, em face da derrota sofrida pelo tricolor ante o Madureira por 2 a 1. Daí por diante foi o ponteiro do certame até ao final, tendo derrotado sucessivamente, ao Botafogo, 1 a 0; Madureira, 3 a 0; Flamengo, 1 a 0; América, 2 a 0; e ao Bonsucesso, 4 a 1. Na nona rodada, empatou com o Fluminense de 2 a 2, mantendo a diferença de 4 pontos do seu mais sério rival. Com a vitória sobre o Bangu, por 2 a 1, sagrou-se campeão, independente do resultado do seu último jogo, contra o Olaria, a quem abateu por 1 a 0.

Lances de um título

Lance do primeiro gol do Vasco no campeonato carioca de 1952, contra o Madureira. O seu autor foi o centro-médio Darcy, do tricolor suburbano, tentando desviar um centro de Chico para Ademir. Irezê ainda chegou a pular para tentar cortar a trajetória do couro

Primeiro gol do Vasco no carioca de 1952

 

Edmur marcando o primeiro gol do Vasco contra o Bonsucesso, vendo-se Paulista caído e Waldir encobrindo o marcador

Edmur marcando o primeiro gol do Vasco contra o Bonsucesso

 

O terceiro gol do Vasco contra o Bangu (turno)

Terceiro gol do Vasco contra o Bangu (turno)

 

O segundo do Vasco contra o Flamengo (turno)

Segundo gol do Vasco contra o Flamengo (turno)

 

Lance sensacional do empate do Vasco com o Botafogo, marcado por Ademir concluindo um tiro rasteiro de Edmur, apesar dos esforços de Juvenal e Osvaldo

Gol de empate do Vasco, contra o Botafogo, marcado por Ademir

 

O segundo gol do Vasco contra o Madureira (returno) num tiro possante de Sabará que superou Irezê

Segundo gol do Vasco contra o Madureira (returno)- Sabará

 

Chico marcando o 2º gol do Vasco contra o América no returno

-Chico marcando o segundo gol do Vasco contra o América no returno

 

O gol da vitória do Vasco sobre o Flamengo (returno), marcado por Ademir, num passe de Ipojucan

Gol de Ademir, na vitoria do Vasco sobre o Flamengo (returno)

 

No empate de 2 x 2 contra o Fluminense, Alfredo assinala o primeiro tento vascaíno

Empate de 2 a 2 com o Flu, gol de Alfredo, o primeiro do Vasco

 

Vavá marca o tento que deu o título de 1952 ao Vasco na peleja frente ao Bangu

Vavá marca o gol que deu o título de 52 ao Vasco, no jogo contra o Bangu

Fonte:
Esporte Ilustrado Nº 775, de 12.02.1953, edição especial
Edição: Paulo Luís Micali

Time do Vasco, Bicampeão Carioca – 1950

O campeão de 1950:  Derrotando o América na última rodada, por 2 a 1, o Vasco sagrou-se campeão carioca de 1950, alcançando o bicampeonato.

TIME DO VASCO, BICAMPEÃO CARIOCA (1950)

Na foto, da esquerda para a direita: Barbosa, Augusto, Laerte, Jorge, Danilo e Eli. Agachados, na mesma ordem: massagista Mário Américo, Alfredo, Ipojucan, Ademir, Maneca e Dejair.

Com esse time-base, o Vasco desenvolveu uma campanha irretocável. Foi o melhor em todos os quesitos: maior número de pontos ganhos (34 contra 31 do América, segundo colocado); maior número de vitórias (17 contra 14 do América e do Bangu); menor número de derrotas (3, o mesmo que o América); melhor ataque: 74 gols assinalados (contra 66 do Bangu, o 2º melhor ataque); melhor defesa: 21 gols sofridos (contra 24 do Bangu); melhor saldo de  gols: 53 (contra 42 do Bangu). E o privilégio de contar com o maior artilheiro da competição, com 25 tentos assinalados, o Queixada (Ademir Menezes).

Disputado por pontos corridos, o certame carioca de 1950 foi decidido na última rodada, no Clássico da Paz, entre Vasco da Gama e América, já no ano de 1951 (dia 28 de janeiro). Naquele dia, o Maracanã acolheu um público total de 121.765 (104.775 pagantes), que proporcionou uma arrecadação de Cr$ 1.577.014,00. Carlos de Oliveira Monteiro (“Tijolo”) dirigiu o encontro. Ademir Menezes abriu o placar logo aos 4 minutos de jogo. Maneco empatou aos 40. Na etapa complementar, aos 29 minutos, novamente Ademir Menezes chegou às redes, no gol do título. Quatro jogadores foram expulsos: Osmar, Godofredo, Eli e Laerte.

Vasco: Barbosa; Augusto e Laerte; Eli, Danilo e Jorge; Alfredo, Ipojucan, Ademir Menezes, Maneca e Dejair. Técnico: Flávio Costa.

América: Osni; Joel e Osmar; Rubens, Osvaldinho e Godofredo; Natalino, Maneco, Dimas, Ranulfo e Jorginho. Técnico: Délio Neves.

Fontes:

Esporte Ilustrado (edição especial) Nº 775, de
12.02.1953

RSSSF

Texto: Vicente Henrique Baroffaldi

Edição: Paulo Luís Micali

Os Campeões do Nordeste

Ao
longo dos anos muitos torneios foram realizados entre os clubes do nordeste onde alguns clubes se intitulam campeões da copa Nordeste. Muitos torneios amistosos foram realizados entre dois ou três estados e que não s]ao e nem podem ser considerado uma competição regional já que não houve a participação dos estados em sua maioria. Como exemplo disto tem título do Santa Cruz de Recife no Torneio PE-BA de 1956 que alguns, torcedores certamente, atribui  como um título de competição do nordeste, quando de fato foi apenas um torneio entre dois estados.

Relacionamos alguns torneios oficiais ou não que tem o status de campeão nordestino de futebol:

 

Anos Nome competição Campeões Vice-campeão
1946 Copa  Cidade de Natal Fortaleza/CE América/RN
1948 Torneio  dos Campeões do Nordeste Bahia/BA Santa  Cruz/PE
1952 Torneio dos Campeões do Norte-Nordeste Náutico/PE Tuna   Luso/PA
1959 Taça  Brasil / Chave Norte-Nordeste Bahia/BA Sport/PE
1960 Taça  Brasil / Chave Norte Fortaleza/CE Bahia/BA
1961 Taça  Brasil / Chave Norte Bahia/BA Fortaleza/CE
1962 Taça  Brasil / Chave Norte Sport/PE Campinense/PB
1963 Taça  Brasil / Chave Norte Bahia/BA Sport/PE
1964 Taça  Brasil / Chave Norte Ceará/CE Náutico/PE
1965 Taça  Brasil / Chave Norte Náutico/PE Vitória/BA
1966 Taça  Brasil / Chave Norte Náutico/PE Vitória/BA
1967 Taça  Brasil / Chave Norte Náutico/PE América/CE
1968 Torneio  Norte-Nordeste Fortaleza/CE e Sport/PE Bahia/BA e Remo/PA
1969 Torneio  Norte-Nordeste Ceará/CE Remo/PA
1970 Torneio  Norte-Nordeste Fortaleza/CE Sport/PE
1971 Taça  Norte Nordeste(Incluso  como Campeonato Brasileiro da Série B) Remo/PA Itabaiana/SE
1972 Taça  Norte Nordeste(Incluso  como Campeonato Brasileiro da Série B) Sampaio Corrêa/MA Campinense/PB
1973 Taça  Almir de Albuquerque (incluso no Brasileiro Serie A) Norte-Nordeste América/RN Rio  Negro/AM
1976 Torneio  José Américo Filho (Copa Nordeste de clubes) Vitória/BA América/RN
1994 Copa do  Nordeste Sport/PE CRB/AL
1997 Copa do  Nordeste Vitória/BA Bahia/BA
1998 Copa do  Nordeste América/RN Vitória/BA
1999 Copa do  Nordeste Vitória/BA Bahia/BA
2000 Copa do  Nordeste Sport/PE Vitória/BA
2001 Campeonato  do Nordeste Bahia/BA Sport/PE
2002 Campeonato  do Nordeste Bahia/BA Vitória/BA
2003 Campeonato  do Nordeste Vitória/BA Fluminense/BA
2010 Campeonato  do Nordeste Vitória/BA ABC/RN

Títulos

Clubes:

  • Bahia e Sport     6
  • Vitória       5
  • Fortaleza e Nautico   4
  • Ceara e América de Natal    2
  • Sampaio Correia e Remo Pará 1

Estados:

  • Bahia 11
  • Pernambuco 8
  • Ceará 6
  • R.G.do Norte 2
  • Maranhão 1
  • Pará (região Norte) 1

Fluminense Football Club: Bicampeão Carioca invicto em 1908/09

Fluminense – Campeão Carioca de 1909 Fonte: http://rankingrj.blogspot.com

O Campeonato de 1909 foi marcado pelas dissensões, o Bangu se fastou da Liga, e por várias derrotas por WO. Com apenas seis concorrentes, alguns se davam ao desplante de não comparecer a certos jogos, evitando goleadas humilhantes.

Aliás, foi no Campeonato Carioca de 1909 que se verificou a histórica goleada de 24 a 0 que o Botafogo aplicou no Mangueira que, providencialmente, não apareceu para a partida do segundo turno. Não era para menos: naquela mesma tarde de 30 de maio, no campo da rua Voluntários da Pátria, na partida preliminar, o segundo quadro do Botafogo deu de 12 a 1 no do Mangueira. Ou seja: a torcida alvinegra festejou naquele domingo 36 gols e sofreu apenas um.

O campeão, no entanto, seria mais uma vez o Fluminense  bi invicto, com o Botafogo no segundo lugar. O certame começou com um jogo entre os dois, no hoje chamado Clássico Vovô, por ser o mais antigo do futebol carioca. O Botafogo inaugurava uma nova arquibancada de madeira e um novo alambrado (que custaram 8 contos e 200), e animado pela torcida, virou o placar de 2 a 0 para o 2 a 2 final.

Fluminense e Botafogo chegariam em igualdades de condições ao jogo final do segundo turno, nas Laranjeiras, depois de deixarem cada um mais um ponto pelo caminho, em empates com o América, terceiro colocado  Riachuelo, Haddock Lobo e Mangueira, que completavam o certame, eram incapazes da menor zebra. O Fluminense conquistou o título vencendo esta última partida por 2 a 1, gols de Mota e Emilio Etchegaray contra um de Gilbert Hime, no dia 22 de agosto de 1909. O tricolor formou com Waterman, Vitor Etchega-ray e Félix Frias; Macedo, Mutzembecker e Buchan; Wayman, Horácio Costa Santos, Hargreaves, Emilio Etchegaray e Mota. O alvinegro jogou com Cogin, Pul-len e Otávio; Rolando, Lulu e Viveiros; Millar, Flávio Ramos, Dinorá, Gilbert Hime e Emanuel.

Portanto, o Fluminense foi campeão invicto com 18 pontos ganhos e dois perdidos, 47 gols a favor e oito contra. Ao Botafogo restou o consolo do vice e de ter o artilheiro do campeonato de 1909: Flávio Ramos, com 16 gols. Além, naturalmente, da goleada sobre o Mangueira, em que Gilbert Hime marcou nove gols, ainda hoje recorde carioca e até há pouco tempo recorde brasileiro de tentos numa só partida (superado por Dario, quando no Sport).

Tabela

Participantes

América - América Football Club (Rio de Janeiro)
Bangu - Bangu Atlético Clube (Rio de Janeiro)
Botafogo - Botafogo de Futebol e Regatas (Rio de Janeiro)
Fluminense - Fluminense Football Club (Rio de Janeiro)
Haddock Lobo - Haddock Lobo Football Club (Rio de Janeiro)
Mangueira - Sport Club Mangueira (Rio de Janeiro)
Riachuelo - Riachuelo Football Club (Rio de Janeiro)

O Bangu abandonou o campeonato após três rodadas.
Todos os seus jogos foram cancelados.

Turno Único

[May 02]
Mangueira     2-3  Haddock Lobo
[May 09]
Bangu         0-1  América [Cancelled]
Botafogo      2-2  Fluminense
[May 16]
Haddock Lobo  1-2  América
Riachuelo     2-0  Mangueira
[May 23]
Bangu         0-9  Fluminense [Cancelled]
Riachuelo     0-6  Botafogo
[May 30]
América       1-4  Fluminense
Botafogo     24-0  Mangueira
[Jun 06]
Bangu         4-2  Riachuelo [Cancelled]
[Jun 13]
Botafogo      2-1  América
Fluminense   10-0  Haddock Lobo
[Jun 27]
América       8-0  Mangueira
[Jul 04]
Fluminense    4-0  Riachuelo
[Jul 11]
Fluminense    6-0  Mangueira
Botafogo     13-0  Haddock Lobo
[Jul 18]
Riachuelo     0-3  América
[Jul 25]
Haddock Lobo  2-2  Riachuelo
[Aug 15]
Haddock Lobo WO-0  Mangueira
(O Mangueira abandonou o jogo quando a disputa estava em 2x2.
O Haddock Lobo vence por WO.)
[Aug 22]
Riachuelo    WO-0  Mangueira
Fluminense    2-1  Botafogo
[Aug 29]
América       8-2  Haddock Lobo
[Sep 05]
Botafogo      4-0  Riachuelo
Fluminense    1-1  América
[Sep 12]
Botafogo     WO-0  Mangueira
[Sep 19]
Haddock Lobo  1-8  Fluminense
[Sep 26]
América       1-1  Botafogo
Riachuelo     2-8  Fluminense
[Oct 03]
América      WO-0  Mangueira
[Oct 10]
Haddock Lobo  0-WO Botafogo
Fluminense   WO-0  Mangueira
[Oct 24]
América       3-0  Riachuelo
[Oct 31]
Riachuelo     6-2  Haddock Lobo 

Standings
Team                           PTS   M   W   D   L  GP  GA  GD  AVG
 1.Fluminense                   18  10   8   2   0  47   8  39  1,800
 2.Botafogo                     16  10   7   2   1  57   6  51  1,600
 3.América                      14  10   6   2   2  30  11  19  1,400
 4.Riachuelo                     7  10   3   1   6  14  32 -18  0,700
 5.Haddock Lobo                  5  10   2   1   7  13  53 -40  0,500
 6.Mangueira                     0  10   0   0  10   2  53 -51  0,000

ARTILHEIRO
Flávio Ramos (Botafogo) 16 gols

FONTES: Site do clube – RSSSF Brasil/ Placar

Campeonato Alagoano – 2ª Divisão de 2011

Campeonato Alagoano - 2ª Divisão 2011
Participantes
Capelense (Clube Sportivo Capelense) - Capela
CEO (Centro Esportivo Olho D'Águense) - Olho D'Água das Flores
Comercial (Comercial Esporte Clube) - Viçosa
CSA B (Centro Sportivo Alagoano) - Maceió
FF Sport (Francisco Ferro Sport Futebol Club) - Maceió
Igreja Nova (Igreja Nova Futebol Clube) - Igreja Nova
Penedense (Sport Club Penedense) - Penedo
Rio Largo (Rio Largo Futebol Clube) - Rio Largo
São Domingos (Associação Sportiva São Domingos) - Marechal Deodoro
São Luiz (Sociedade Esportiva São Luiz) - São Luiz do Quitunde
Sete de Setembro (Sociedade Sportiva Sete de Setembro) - Maceió
União (União Futebol Clube) - União dos Palmares

1ª Fase - Classificatória

03/09/2011 - 1ª Rodada
Igreja Nova 2x1 Comercial
Rio Largo 1x0 São Luiz
São Domingos 0x1 CSA B
União 3x0 Sete de Setembro

04/09/2011 - 1ª Rodada
CEO 1x0 Capelense
Penedense 1x0 FF Sport

10/09/2011 - 2ª Rodada
FF Sport 1x0 Capelense
São Luiz 3x1 Sete de Setembro

11/09/2011 - 2ª Rodada
Comercial 1x1 Penedense
Igreja Nova 0x0 CEO
São Domingos 3x0 União
CSA B 0x1 Rio Largo

17/09/2011 - 3ª Rodada
Capelense 3x0 Comercial
Rio Largo 3x1 São Domingos
União 2x1 São Luiz

18/09/2011 - 3ª Rodada
Penedense 1x1 Igreja Nova
CEO 3x0 FF Sport
Sete de Setembro 0x2 CSA B

24/09/2011 - 4ª Rodada
Igreja Nova 1x1 Capelense
Rio Largo 0x0 União

25/09/2011 - 4ª Rodada
Comercial 2x1 FF Sport
Penedense 2x3 CEO
São Domingos 3x2 Sete de Setembro
CSA B 1x2 São Luiz

02/10/2011 - 5ª Rodada
FF Sport 2x1 Igreja Nova
Capelense 0x2 Penedense
CEO 2x2 Comercial
União 1x1 CSA B
Sete de Setembro 0x4 Rio Largo
São Luiz 1x0 São Domingos

Classificação
Grupo A                        PTS   J   V   E   D  GP  GC  SG  MPTS
 1.CEO                          11   5   3   2   0   9   4   5  2,200
 2.Penedense                     8   5   2   2   1   7   5   2  1,60
 3.FF Sport                      6   5   2   0   3   4   7  -3  1,200
 4.Igreja Nova                   6   5   1   3   1   5   5   0  1,200
 5.Comercial                     5   5   1   2   2   6   9  -3  1,000
 6.Capelense                     4   5   1   1   3   4   5  -1  0,800

Grupo B                        PTS   J   V   E   D  GP  GC  SG  MPTS
 1.Rio Largo                    13   5   4   1   0   9   1   8  2,600
 2.São Luiz                      9   5   3   0   2   7   5   2  1,800
 3.União                         8   5   2   2   1   6   5   1  1,600
 4.CSA B                         7   5   2   1   2   5   4   1  1,400
 5.São Domingos                  6   5   2   0   3   7   7   0  1,200
 6.Sete de Setembro              0   5   0   0   5   3  15 -12  0,000

2ª Fase - Semifinal

09/10/2011 - Ida
Penedense 1x0 Rio Largo
São Luiz 0x0 CEO

15/10/2011 - Volta
CEO 2x1 São Luiz

16/10/2011 - Volta
Rio Largo 0x1 Penedense

3ª Fase - Final

23/10/2011 - Ida
Penedense 1x1 CEO

29/10/2011 - Volta
CEO 2x0 Penedense

Artilheiro
Franco (CEO) 5 gols

Campeão
CEO campeão do Campeonato Alagoano - 2ª Divisão 2011
Fonte: Federação