
FOTO: Acervo José Duarte
FONTE: Página no Facebook “Sertão em Imagens: fotos antigas”

FOTO: Acervo José Duarte
FONTE: Página no Facebook “Sertão em Imagens: fotos antigas”

O América Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). Fundado na quinta-feira, do dia 11 de Novembro de 1920, tem a sua Sede social localizada na Avenida Monsenhor Bruno, nº 1.341, no bairro da Aldeota, em Fortaleza (CE).
O Mecão se filiou à FCF (Federação Cearense de Futebol), em 1921 e ficou até 1927. Depois retornou em 1933 a 1935; voltou em 1938. Dois anos depois um novo retorno (1940/1942). Em 1948 teve o período mais longo, ficando até 2007. Voltou em 2009 a 2010 e por fim de 2012 a 2015.
Nesse período, as maiores conquistas do Mecão foram os títulos do Campeonato Cearense da 1ª Divisão de 1935 e 1966 (além de campeão de futebol, também levantou as taças de futsal, basquete e vôlei). Nos anos de 1933, 1934, 1940, 1943, 1948 e 1954 o América foi vice-campeão estadual.
Em 1967, com a conquista estadual no ano anterior, o América assegurou a sua participação na Taça Brasil (principal competição nacional daquela época). O América ficou no Grupo Norte da Zona Norte, vencendo as duas finais contra o Paysandu SC, de Belém (campeão do Pará), por 1 a 0.
Em outubro de 1967, diante de um público de 40 mil pessoas, o América acabou eliminado da competição, após uma derrota, em casa, diante o Náutico Capibaribe (PE), pelo placar de 1 a 0.

Para o Campeonato Cearense da 1ª Divisão de 1920, a Liga contava com quatro clubes: Ceará, Fortaleza, Bangú e Guarany. Em novembro de 1920, era fundado por um pequeno grupo de rapazes, o América Futebol Clube, sem, entretanto, maiores ambições para com o futuro do pequeno grêmio.
O América, nascido em 20, projetou-se em 1921 na Liga Secundária, sagrando-se campeão da categoria. E nesse mesmo ano. 1921, estando as forças políticas do futebol em pé de igualdade, o Ceará ao lado do Bangu e o Fortaleza formando dupla com o Guarany, manobrou o Ceará, com êxito, no sentido de promover o campeão da Liga Secundária para a Primeira Divisão. E foi assim: que, quase sem o pretender, o América se viu na primeira linha do nosso futebol, em 1921. Por conta do Ceará Sporting.
Em entrevista feita em 1970, os ex-jogadores contaram a história do clube. Data daí, pelo depoimento de Anibal Bonfim e Aloisio Ribeiro, o apelido de “Vovô” com que ainda hoje é conhecido e tratado carinhosamente o Ceará. Como surgiu o termo “Netinhos”?
– “Silvio Gentil, presidente do Ceará, ficou eufórico com a sua jogada política, elevando o América de categoria e ficando com mais um voto para impor suas decisões na Primeira Divisão. E tomou-se de simpatias pelo América, para que muito contribuía; também, Crisantho Moreira da Rocha, que, estudante de Medicina no Rio, era ardoroso torcedor do America carioca, sendo, por aqui, torcedor e diretor do Ceará Sporting…”
– “Sempre que se encontrava com a turma americana Silvio Gentil, um notável desportista, costumava dizer: “como vão os meus meninos endiabrados, os meus netinhos?”
E foi daí, do fato de sermos chamados de NETINHOS pelo Presidente do Ceará, que nós do América começamos a chamar a Silvio Gentil de nosso “Vovô”, apelido que, com o tempo, se passou para o próprio clube, muito adequado, por sinal, por ser o Ceará o mais antigo grêmio do futebol cearense”.
O Estatuto do América Futebol Clube, de 1952 pela então diretoria presidida por José Mario Mamede: O Art. 1. da “Carta Magna” rubra diz textualmente:
Art. 1. – O AMERICA FOOT-BALL CLUB (A.F.C)
– Fundado nesta cidade de Fortaleza a 11 de novembro de 1920, por Aloisio Gondim Ribeiro, Juvenal Pompeu de Souza Magalhães, Acrísio Faria de Miranda, Miguel de Aguiar Picanço, Dagoberto Rodrigues, Benicio Carneiro Girão, Anibal Câmara Bonfim, José Lino da Silveira, Aécio de Borba Vasconcelos, Marcílio Braune, Lívio Correia Amaro, José de Borba, Vládine Pompeu, João Ramos de Carvalho, Cláudio Vilela Lima, Galba Gomes Gurgel, José Xerez, Herialdo Maia Cunha, José Chagas de Oliveira, Mileide Morais, Gianpaolo Damasceno, Alberto Damasceno e entre outros.
Com isso, formando uma sociedade desportiva e recreativa, constituída de número ilimitado de sócios, com personalidade Jurídica de duração indeterminada e se regerá por estes Estatutos.
Fundado em 20, no ano seguinte, como já ficou dito, o América sagrou-se campeão da Liga Secundária. Em 1969, com quase meio século não houvesse decorrido de lá para cá, Aloisio Ribeiro, o extrema esquerda Lulú dos seus tempos, e Anibal Câmara Bonfim, o grande centerfoward, recordam, com absoluta clareza, o time que foi campeão de 21 na categoria secundária.
– “Era este, o time, dizem categóricos: Benicio Girão (que foi o primeiro goleiro do America e morreu recentemente em 1969, na cidade de Sobral, onde era comerciante); Acrísio Miranda (também falecido, este no Rio) e Gaminha; Antônio Siqueira, Godofredo Fernandes e Juvenal Pompeu; Moésia Rolim (que foi Oficial do Exército, líder revolucionário do “tenentismo” e famoso orador), Sátiro Rodrigues, Anibal Bonfim, Barcelos e Aloisio Ribeiro (o Lulú).
Mas, um ano depois, Crisantho Moreira da Rocha chegava do Rio, cada vez mais empolgado pelo America carioca (que foi campeão de 22 – anos do centenário da Independência – no campeonato carioca) e trouxe um jogo de camisas vermelhas, com o escudo branco contendo as inicias do clube, exatamente iguais ás dos seu homônimo do Rio de Janeiro.
O primeiro Jogo de camisas do América, presente de Crisantho Moreira da Rocha, custou-lhe a importância de 330 mil réis, que representariam 33 centavos em 1969.
Outra interessante curiosidade: o América não surgiu com suas tradicionais camisas rubras. Em 1921, na Liga Secundária, seu uniforme era azul e branco, em listras verticais.
Guindado à Primeira Divisão por conta de um “golpe” político do Ceará, o América não possuía, contudo, condições técnicas à altura dos dois maiorais de então, ο Ceará e o Fortaleza.
Lulú recorda, com o olhar perdido na saudade, um Jogo do América com o Fortaleza, al por volta de 1921. Vez por outra, Anibal interfere, relembra algum episódio, faz alguma objeção, tece outras considerações.
– “Humberto Ribeiro foi, sem dúvida alguma, o maior jogador do futebol cearense, e talvez do próprio futebol brasileiro, no passado e se jogasse hoje (1969), um fenômeno como Pelé, ou como Tostão, pois não era escurinho.
Era o deus do Fortaleza, o maior craque da cidade, um ídolo do seu clube, respeitado pelos demais. O Fortaleza ia enfrentar o pequenino América, que apenas começava na Primeira Divisão.
Jogo fácil, facílimo para o time tricolor, composto dos melhores azes do nosso futebol de então, contra os “netinhos“, a meninada endiabrada (e desde então o América ganhou também o apelido de “Diabo rubro”).
O jogo ofereceu uma novidade: o goleiro do Fortaleza, o Quinderé (dono da livraria que tinha seu nome), entrou de luvas, à moda europeia. Bola vai, bola vem, eu peguei um bom passe (quem fala é o Lulú), Investi e atirei com força e com sorte. Gol! Quase desmaiei de alegria.
Não queria acreditar no que estava vendo. Fizera um gol no Fortaleza! Humberto Ribeiro veio de lá, deu uma bronca tremenda no Quinderé e exigiu que tirasse as luvas…”. No final o vencedor foi: “O Fortaleza acabou ganhando. Ninguém aguentava um time que tinha o Humberto Ribeiro como centerfoward”…

Depois de explicar o que era a imponência e a expressão do Torneio Inicio naqueles idos, com a maior frequência pública e torcidas organizadas de moças elegantes da sociedade, Anibal e Aloisio revelam que em 1923 o América conquistou a sua primeira grande glória.
Sagrou-se campeão do Torneio Início daquele ano, com uma equipe formada por Ubiratam Negreiros (Irmão da saudoso Ubirajara e hoje funcionário do Banco do Brasil no Rio de Janeiro), Acrísio Miranda e Antônio Bessa; Eduardo Martins (e às vezes Antônio Araripe), Pão Doce e Juvenal Pompeu (este era o capitão do time); Deó (Moesia Rolini já viajara para o sul, como militar), Gilberto, Abelardo, Anibal Bomfim e Lulú (Aloisio Ribeiro).
Com algumas raras fotografias, que tratam com o maior cuidado e carinho, os dois amigos desportistas vão contando novos episódios da gloriosa trajetória do América Foot-Ball Club no cenário esportivo de nossa terra.
RECORDA ANIBAL:
– “Em 1932, uma seca terrível assolou o Ceará. Era Interventor o Capitão Carineiro de Mendonça, que tudo, fez para atende raos flagelados. Dentre multas medidas, programou e realizou um torneio de futebol de craques veteranos. O América formou sua equipe e eu o Lulù vestimos novamente a Jaqueta rubra.
E esse time tal…”
“E vão identificando um a um os jogadores. Um dos zagueiros, é o ex-Interventor do Estado e ex-Prefeito de Fortaleza, Acrísio Moreira da Rocha, irmão de Crisantho, um dos beneméritos do América, o goleiro ainda era Ubiratan Negreiros; Euclides Laurentino, o popular Tom Mix, doublé de craque e compositor popular, veterano funcionário da Policia Civil e figura obrigatória das missas na Igreja do Rosário; e industrial Chico Figueiredo, também de camisa de goleiro, embora como jogador (Informação dos seus contemporâneos) não fosse grande coisa; José Bonfim, irmão de Jorge e de Lúcio era médio muito vigoroso-esclarecem, Eduardo Martins, velho funcionário da Prefeitura; Anibal e Lulú, ainda no vigor da juventude, nessa fase Imprecisa do homem, entre os 30 e os 40 anos, em que ninguém a olha nu será capaz de observar um sinal de velhice e vários outros estão presentes na histórica fotografia, que vai enriquecer esta reportagem.
O América voltou a ser campeão em 1935 e depois em 1966. Quero saber de Anibal Bonfim e de Aloisio Ribeiro como reagem as emoções de um jogo de hoje, principalmente nos jogos em que o América Intervém:
mais muito entusiasmo. Fui, depois de jogador, árbitro da Federação por muitos anos, nos tempos do Capitão Juremir. E acho que, tanto como jogador, quanto como Juiz, deixe meu nome.
Recordo um jogo Ceará x Fortaleza, duríssimo como sempre, decisiva como quase sempre, e que não tinha juiz que desejasse apitar. O velho campo do Prado cheio, uma assistência enorme e quase a hora do jogo começar e não havia ainda juiz.
Estava afastado da ADC (hoje FCD) por conta de uma história de “colégio de árbitros” que haviam criado e como que não concordavam. Eis que se aproximam de mim o Capitão Juremir e o sr. Pedro Riquet que era então o Presidente do Fortaleza. Entregam-se o apito, me exigem que eu seja o juiz. Fui e tudo correu muito bem, graças a Deus. No final, o Ceará venceu por 4 a 3, em um jogo emocionante”.
Anibal Bonfim fala menos, parece não gozar de uma memória tão privilegiada quanto a do companheiro, embora mais moço que ele. Mas recorda muita coisa, com bastante precisão nos detalhes.
“Fui o primeiro “capitão” do time do América. Depois de mim, foi que velo o Juvenal. Portanto, tenho uma afinidade muito grande com o América. Mas perdi quase por completo o contacto com o velho e querido clube. Outras gerações, outras áreas sociais ocuparam o comando do América. E a gente vai ficando esquecido… Sabe como é!
Mas ainda torce pelo América?
“Vou sempre ao estádio. E quando o Fortaleza não está jogando, torço pelo América, sempre… Divido o meu coração entre o tricolor e o meu América”.

Na foto, uma das suas primeiras equipes, em 1921, onde Anibal Bonfim, que era o center-forward e Aloisio Ribeiro, ponta esquerda. O mais alto (o quarto da esquerda para a direita) era Ubiratan Negreiros, que foi Procurador Juridico da Prefeitura de Fortaleza.

Ano mau para o Ceará. O então interventor Carneiro de Mendonça promoveu um torneio entre os veteranos dos clubes da Primeira Divisão, com renda em favor dos flagelados. Eis aí a equipe do América que participou daquela jornada há 37 anos passados…
Agachados, com um sorriso próprio da juventude, o zagueiro Acrísio Moreira da Rocha, que depois foi Interventor do Estado (cargo correspondente a Governador, no período que antecedeu à redemocratização de 1945) e Prefeito eleito de Fortaleza para dois mandatos de quatro anos.
O goleiro, sentado, é Ubiratan Negreiros, Irmão do saudoso Dr. Ubirajara Negreiros, que foi um dos baluartes do América. Em pé, bancando o goleiro à direita o hoje industrial Chico Figueiredo, que não era senão reserva, pois não era bom de bola… Lulu (Aloisio Ribeiro) e Anibal Bonfim, nossos informantes para esta reportagem, estão na linha dianteira, onde aparece também o popular Tom Mix (Euclides Laurentino, o segundo da esquerda para a direita, em pé).
ARTE: desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello
Colaborou: Fabiano Batista
FOTOS: Jornal Unitário (CE)
FONTES: Federação Cearense de Futebol (FCF) – reportagem de Ronald Proença do Jornal Unitário (CE)

O SOMDA Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). Foi Fundado na quarta-feira, do dia 07 de Setembro de 1960, por funcionários da Sociedade de Minérios S.A., Fábrica de Louças São José.
O seu Estádio Germano Franck e a Sede ficavam situados nas dependências da fábrica de porcelana, na Rua Coronel João Cordeiro, s/n, no bairro de Parangaba, na zona oeste de Fortaleza/CE.
Reunia então um grupo de operários que gostavam de praticar o esporte, e dentre eles, foram escolhidos os membros de sua primeira diretoria. Mas, o quadro foi vencendo jogos, foi adquirindo a simpatia geral, atraindo bons valores e o clube cresceu.

Rapidamente,o SOMDA é algo de orgulho para os funcionários da indústria a que pertence, e para o próprio povo de Parangaba. Quase todo são empregados da SOMDA (Sociedade de Minérios Ltda.) e são sócios do clube. O corpo de jogadores, é constituída também de sua maioria por funcionários, e o restante de estudantes.
Nos seus seis primeiros anos de existência, o SOMDA já contava com uma carreira brilhante. Inúmeros foram os torneios suburbanos que levantou, e prova de suas conquistas estão na sede do clube, na brilhante coleção de troféus, que sobe quase a três dezenas de taças e inúmeras medalhas.
Estreando em 1966, no Campeonato da 2ª Divisão (na realidade, equivalente a Terceira Divisão), tem na conquista do título de vice-campeão do Torneio Início e do Estadual da 3ª Divisão o seu maior feito de sua carreira.

No returno, o SOMDA terminou empatado com o Santa Cecilia: foram seis vitórias e três empates. Com isso, foi necessário decidir o campeão numa melhor de quatro pontos. Na primeira partida, na quarta-feira, do dia 21 de dezembro de 1966, a partida terminou empatada em 1 a 1.
No domingo, do dia 25 de dezembro de 1966, o SOMDA derrotou o Santa Cecilia por 1 a 0, se sagrando campeão do 2º Turno do Cearense da 3ª Divisão, organizado pela Federação Cearense de Desportos (FCD). O gol da vitória foi assinalado por Beleléu, em cobrança de pênalti.

Na grande final, numa melhor de quatro pontos, o SOMDA acabou ficando com o vice-campeonato, ao perder para o campeão Riachuelo. Posteriormente, disputou duas edições do Campeonato Cearense da 2ª Divisão: em 1968 (terminou na 3ª posição) e 1969 (ficando em 6º lugar).
Time base de 1966: Edson; Artur, Beleléu, Pedro (Louro) e Toinho; Bem-te-vi e Zé Maria; Adão, Bosco, Zé Dias e Mauricio. Técnico: Paiva Filho.
ARTE: escudo e uniforme – Sérgio Mello
Colaborou: Fabiano Batista
FOTO: Flâmula – Acervo de Miguel Angelo Azevedo Nirez
FONTES: Estatuto do clube – Unitário Esportivo (CE)

O Clube de Regatas Vasco da Gama foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). O ‘Vasquinho’ foi Fundado no sábado, do dia 30 de Outubro de 1954. A sua Sede ficava localizada na Rua Major Facundo, nº 2.151, no bairro José Bonifácio, em Fortaleza/CE.
Constava no Estatuto do clube que o escudo e o uniforme a seguinte explicação: “Os símbolos, as cores e uniformes do C.R.V.G. serão sempre idênticos as do clube de Regatas Vasco da Gama do Rio de Janeiro”.
O Vasco disputou algumas edições do Campeonato Cearense da Segunda Divisão (na realidade o Estadual da Terceira Divisão), organizado pela Federação Cearense de Desportos (FCD), obtendo o melhor resultado em 1968, quando se sagrou campeão.
Importante esclarecer que o Estadual Cearense, na quele período, era dividido em três níveis, com as seguintes nomenclaturas:
Divisão Especial (equivalente à Primeira Divisão);
Primeira Divisão (proporcionalmente à Segunda Divisão);
Segunda Divisão (correspondente à Terceira Divisão).

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello
FONTES: Estatuto do clube – Fabiano Batista

O Riachuelo Atlético Clube, o RAC, foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). A sua Sede ficava localizada na Rua Dom Joaquim (esquina com a Rua Tenente Benévolo), s/n, no Centro da cidade.

O RAC foi Fundado na quinta-feira, do dia 11 de Novembro de 1915, pelo jovem Alcides, então com apenas 16 anos. Na quarta-feira, do dia 14 de Abril de 1937, o clube foi reorganizado com o nome de Riachuelo Sport Club.

Nesse período, uma curiosidade: como a sede do clube ficava próximo ao Seminário da Prainha, acabou ganhando a alcunha de o “Alvinegro do Seminário“. A última Sede ficava situada na Rua Padre Justino, nº 55, na Praia de Iracema, em Fortaleza.

O RAC participou de diversas edições do Campeonato Cearense da Segunda Divisão, de 1966, que na realidade equivalia a Terceira Divisão. Neste ano se sagrou campeão!
Na Segundona, foram três participações: 1967 (5º colocado), 1968 (2ª posição), 1969 (3º colocado).

O Riachuelo foi campeão do Campeonato Cearense da Segunda Divisão, organizado pela Federação Cearense de Futebol (FCF); de 1966. Na final, bateu o Tiradentes. O clube acabou não aceitando o acesso para a Elite do Futebol Cearense, porque o “homem forte” do RAC, Silvio Carlos não tinha condições financeiras para arcar com todas as despesas necessárias para disputar o certame.

Outra conquista do “Alvinegro do Seminário” aconteceu 11 anos depois. Na Copa Arizona de 1977 (competição esta promovida pela Souza Cruz, então maior produtora de cigarros do Brasil), onde se sagrou campeão.
Na decisão nacional, acabou perdendo para o Botafogo, do Bairro da Penha, na capital paulista (SP). Essa eliminação foi muito contestada pelos jogadores do Riachuelo, que reclamaram de uma atuação do trio de arbitragem “caseira“.

O RAC revelou grandes craques como por exemplo, Lucinho, Cacá, Leonel, Totonho, Túlio entre outros. O clube aproveitava muitos jogadores vindos do Futebol de Salão. Em 1979, fez a Final contra o Floresta pela Copa Arizona, conquistando o título.








AGRADECIMENTO ESPECIAL: Ao amigo e ex-jogador Luizinho, obrigado pela colaboração, tanto com as fotos quanto informações!
ARTE: desenho dos escudos e uniformes – Sérgio Mello
COLABOROU: Fabiano Batista
FONTES: Futebol na Veia – Acervo de Luizinho (ex-jogador do Fortaleza e do Riachuelo) – Jornal O Povo

O Fortaleza Esporte Clube é uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). A sua Sede e o CT ficam localizados na Avenida Senador Fernandes Távora, nº 200, no bairro do Jóquei Clube, em Fortaleza/CE. As suas cores são o vermelho, branco e azul. A mascote é o Leão do Pici.
A história ganhou os seus primeiros rascunhos seis anos antes, com o Sr. Alcides de Castro Santos, que fundou um clube também chamado Fortaleza, em 1912, que depois veio a ter suas atividades encerradas.
Três anos depois, fundou o Stella Foot-Ball Club, no domingo, do dia 30 de maio de 1915. Stella foi inspirado no colégio suíço onde os filhos de alguns representantes da alta sociedade de Fortaleza estudavam.

Também por causa de seu nome, o escudo do clube era uma estrela (Stella) vermelha. O clube acabou sendo extinto nos fins dos anos 20. O Stella teve certa ligação com o Fortaleza Sporting Club – antiga denominação do Fortaleza Esporte Clube até a Segunda Guerra Mundial, mudada por decreto governamental nos anos 1940 – já que Alcides Santos também foi o fundador deste último.

Cumpre esclarecer, portanto, que se trata de duas agremiações esportivas diferentes e independentes, ainda que, por vezes, a primeira seja considerada inspiradora da segunda.

Estudou na Europa de onde trouxe a paixão pelo esporte bretão. Foi próspero comerciante, sendo sócio e fundador de diversas empresas cearenses, além de primeiro representante da Ford Company no Brasil.
Posteriormente, na sexta-feira, do dia 18 de Outubro de 1918, o Sr. Alcides de Castro Santos, aos 29 anos, fundou o Fortaleza Sporting Club. Como grande desportista, também estimulou e participou da fundação dos clubes, como Riachuelo, Tabajara e Maranguape, todos antes de 1918.

Esteve ligado ao Fortaleza Esporte Clube em seus primeiros 20 anos de história. Alcides Santos (nascido em 04/11/1889), filho do político e professor Agapito dos Santos.
Foi fundador da Sociedade Cearense de Filatelia e Numismática. Comprou e doou ao Fortaleza o campo do Alagadiço (próximo de onde hoje é a Igreja de São Gerardo, na cidade de Fortaleza), além de construir o Campo do Prado (onde se situa a Escola Técnica Federal – atualmente IFCE) e doá-lo à ADC (Associação Desportiva Cearense, fundada em 23/03/1920, sob sua liderança).

Trouxe o primeiro atleta de fora do estado para jogar oficialmente em Fortaleza – Nelsindo em 1919. Além disso, foi atleta de remo do Flamengo, quando sua família morou no Rio de Janeiro, acompanhando seu pai, à época deputado federal.

No que se refere ao Fortaleza Esporte Clube, podemos citar, entre seus fundadores, o próprio Alcides Santos (o primeiro presidente do clube), Oscar Loureiro, João Gentil, Pedro Riquet, Walter Olsen, Walter Barroso, Clóvis Moura, Jayme Albuquerque e Clóvis Gaspar, dentre outros.
ARTE: desenhos dos escudos, uniformes e texto – Sérgio Mello
COLABOROU: Fabiano Santos
FOTOS: Acervos de Pedrinho Simões e Osvaldo Fontenele
FONTE: Site do clube

O Montese Sport Club foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). Apesar das poucas informações, considero importante contar um pouco desse time que foi Fundado no 1º semestre de 1950, pelo Frei Teodoro, como o nome: “Montense Sport Club”.
A escolha do nome foi uma singela homenagem aos Pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) pela brilhante vitória na “Batalha de Montese” travada ao final da Segunda Guerra Mundial na comuna italiana de Montese, entre os dias 14 e 17 de abril de 1945.

A origem da expressão “A cobra vai fumar”
A escolha da cobra no escudo remete ao ano era 1942, quando o presidente Getúlio Vargas anunciou que a participação do Brasil na 2ª Guerra (em vigência desde 1939).
A fala do presidente foi recebida com deboche. O motivo para a descrença é que as Forças Armadas não tinham estrutura para participar de uma guerra, muito menos em outro continente.
A falta de confiança era tanta que um jornalista carioca teria dito que “era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”. O desprestígio em relação ao país chegava ao ponto de algumas pessoas creditarem essa frase a Hitler.
O jornal chamado “E a cobra fumou”
Se a intenção era frustrar, a tentativa foi por água abaixo. Criada em 1943, a Força Expedicionário Brasileira (FEB) não se abalou, tanto que usou a ironia a seu favor.
A FEB tinha um jornal chamado “E a cobra fumou” e a imagem de uma cobra fumando um cachimbo, obra do Tenente-Coronel Senna Campos tornou-se o brasão da FEB.
Os 25 mil soldados brasileiros foram enviados à Itália entre os meses de junho e julho de 1944. A tropa uniu-se aos americanos e a missão era não deixar o forte exército alemão chegar à França.
O desenho do Walt Disney foi feito com exclusividade para o jornal O Globo marcou o engajamento na campanha contra o nazismo.
Isso aconteceu na quinta-feira, do dia 22 de fevereiro de 1945. A Segunda Guerra Mundial incendiava a Europa e mobilizava o mundo, quando o jornal decidiu lançar uma edição semanal voltada aos pracinhas brasileiros.
O desenho da cobra de capacete, em posição de ataque, atirando com dois revólveres e, o mais importante, fumando um cachimbo, fazia referência ao lema dos pracinhas.
A frase “A cobra vai fumar” nasceu como resposta ao então presidente Getúlio Vargas, que, no início da guerra, usara a expressão para descartar a participação brasileira.
A Sede desta modesta equipe ficava no bairro de Montese, que antes (até 1946) se chamava Pirocaia, que significa “casa dos peles queimadas”, e era famosa por suas águas cristalinas.
O único registro que se notícias do Montese no futebol foi encontrado no Diário Oficial, no sábado, do dia 10 de junho de 1950, quando foi publicado o Estatuto da Federação Cearense de Desportos (FCD).

Nela foi divulgados os nomes dos clubes que iriam compor os Campeonatos Cearenses das três divisões. O Montese apareceu como um dos 13 integrantes do Campeonato Cearense da 3ª Divisão, em 1950:
Associações Bangu Sport Club, Comercial Sport Club, Elétrico Atlético Clube, Estrelinha Sport Club, Internacional Sport Club, Justiniano de Serpa Sport Club, Leite Barbosa Football Club, Montese Sport Club, São Cristóvão Sport Club, Sport Club Limoeiro do Norte, Torino Futebol, Vargas Neto Atlético Clube e Vargas Filho Atlético Clube.
Colaborou: Fabiano Batista
ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello
FOTO: Acervo de William Beuttenmuller
FONTES: William Beuttenmuller – Diário Oficial do Estatuto da Federação Cearense de Desportos (FCD)

O Treze Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Juazeiro do Norte, localizado na Região Metropolitana do Cariri, que fica a 491 km da capital do estado do Ceará.
A localidade conta com uma população de 286.120 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.
O Alvirrubro juazeirense foi Fundado no domingo, do dia 15 de Novembro de 1936, com o nome de Treze Sport Clube, por Antônio Fernandes Coimbra, conhecido por Mascote.

Cinco anos depois foi reorganizado (1941) e criado o Departamento Social, no domingo, do dia 6 de Abril de 1947, transformar-se-á, por força destes Estatutos, em sociedade desportiva, recreativa e cultural, com personalidade jurídica distinta da dos seus membros associados, os quais não respondem subsidiariamente pelas obrigações por ela contraídas. A sua alcunha: O Mais Querido Clube de Juazeiro.

Um Primor, a inauguração das novas instalações do Treze Sport Clube, localizada, onde atualmente fica a Praça Governador Tasso Jereissati, na Rua Leandro Bezerra, no bairro do Socorro.
A sociedade juazeirense não chegou a assistir uma festa tão notável como na quinta-feira, do dia 23 de junho de 1949, na inauguração das novas instalações do Treze Sport Club, “O Mais Querido Clube de Juazeiro”.
Com os seus amplos salões abertos e ao som de foguetes e orquestra, aquele club ofereceu uma riquíssima e empolgante festa dançante, que prosseguiu até o amanhecer.

Artigo 53 – Fica a Diretoria autorizada a explorar a venda de bebidas e alimentos, podendo, se achar conveniente, fazer concessão de tais serviços a terceiros.
Artigo 54 – A Sociedade não participará, em nenhuma hipótese, de competições político-partidárias.
Artigo 55 – O Treze E.C. possuirá uma bandeira com as cores: vermelha e branca, contendo, o emblema representativo do Clube localizado no centro. Este será de cor branca, tendo em vermelho a figura de um galo e as iniciais TEC.

Artigo 56 – O uniforme esportivo do Clube constará de calção vermelho com camisa branca, ou calção branco e camisa vermelha e branca com listas verticais e o emblema do Clube.

No futebol, o Treze Esporte Clube enfrentou o Fortaleza três vezes: com uma vitória e duas derrotas; marcando dois gols, sofrendo sete e um saldo negativo de cinco tentos.
Na quinta-feira, do dia 09 de dezembro de 1943, aconteceu o 1º amistoso. Na ocasião, o Treze levou a melhor, vencendo o Fortaleza pelo placar de 1 a 0. O gol da vitória foi assinalado pelo atacante Beato.
A partida teve arbitragem do Sr. Edilson Cabral. O Treze jogou assim: Capotinho; Ananias e Vilmar; Benito, Barroso e Chico; Pequeno (Mascote), Mundinho, Araújo, Gisleno e Beato.

O 2º encontro ocorreu cerca de nove anos, no domingo, do dia 12 de outubro de 1952, com goleada do Fortaleza por 6 a 1, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza/CE. Os gols foram assinalados por França, três vezes; Pedro Faúna, Moésio e Antoni para o Leão do Pici; enquanto Peixe fez o de honra para o Treze. O árbitro foi o Sr. Raimundo da Cunha Rola, o ‘Rolinha’.
Fortaleza: Hélio Oliveira; Sapenha e Carrim; Jarbas, Basileu e Pelado; Pedro Faúna, Aloisio I (E), Moésio (Zé Raimundo), França e Antoni. Técnico: Valdemar dos Santos, ‘Gavião’.
Treze: Capote; Joda e Doca; Tonico, Lirio (E) e Dória; Padre, Beato, Peixe (Iran), Rodrigues e Quixada (Zezito). Técnico: Antônio Fernandes Coimbra, o ‘Mascote’.

O 3º jogo, no domingo, do dia 06 de setembro de 1964, no Estádio dos Bandeirantes, em Juazeiro do Norte/CE. O Fortaleza bateu o Treze pelo placar de 1 a 0. O gol da vitória foi marcado pelo atacante Raimundinho. O clube da capital teve Paraíba expulso.

O Treze Esporte Clube de Juazeiro do Norte, teve sua grande fase nos anos 50, sob o comando de Antonio Fernandes Coimbra, “Mascote“. Depois, sofreu várias paralisações até encerrar suas atividades na década de 70.

ARTE: desenho dos escudos e uniformes – Sérgio Mello
Colaborou: Fabiano Batista
FOTOS: Acervo de Wilson Bezerra – Acervo de Tereza Neuma Macedo Marques
FONTES: Almanaque do Fortaleza – Estatuto do clube – Correio de Juazeiro (CE)