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América Futebol Clube – Fortaleza (CE): uma linda e rica história!

Por Sérgio Mello

O América Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). Fundado na quinta-feira, do dia 11 de Novembro de 1920, tem a sua Sede social localizada na Avenida Monsenhor Bruno, nº 1.341, no bairro da Aldeota, em Fortaleza (CE).

O Mecão se filiou à FCF (Federação Cearense de Futebol), em 1921 e ficou até 1927. Depois retornou em 1933 a 1935; voltou em 1938. Dois anos depois um novo retorno (1940/1942). Em 1948 teve o período mais longo, ficando até 2007. Voltou em 2009 a 2010 e por fim de 2012 a 2015.

Nesse período, as maiores conquistas do Mecão foram os títulos do Campeonato Cearense da 1ª Divisão de 1935 e 1966 (além de campeão de futebol, também levantou as taças de futsal, basquete e vôlei). Nos anos de 1933, 1934, 1940, 1943, 1948 e 1954 o América foi vice-campeão estadual.

Em 1967, com a conquista estadual no ano anterior, o América assegurou a sua participação na Taça Brasil (principal competição nacional daquela época). O América ficou no Grupo Norte da Zona Norte, vencendo as duas finais contra o Paysandu SC, de Belém (campeão do Pará), por 1 a 0.

Em outubro de 1967, diante de um público de 40 mil pessoas, o América acabou eliminado da competição, após uma derrota, em casa, diante o Náutico Capibaribe (PE), pelo placar de 1 a 0.

História contada pelos ex-jogadores: Anibal e Aloisio

Para o Campeonato Cearense da 1ª Divisão de 1920, a Liga contava com quatro clubes: Ceará, Fortaleza, Bangú e Guarany. Em novembro de 1920, era fundado por um pequeno grupo de rapazes, o América Futebol Clube, sem, entretanto, maiores ambições para com o futuro do pequeno grêmio.

O América, nascido em 20, projetou-se em 1921 na Liga Secundária, sagrando-se campeão da categoria. E nesse mesmo ano. 1921, estando as forças políticas do futebol em pé de igualdade, o Ceará ao lado do Bangu e o Fortaleza formando dupla com o Guarany, manobrou o Ceará, com êxito, no sentido de promover o campeão da Liga Secundária para a Primeira Divisão. E foi assim: que, quase sem o pretender, o América se viu na primeira linha do nosso futebol, em 1921. Por conta do Ceará Sporting.

O “VOVÔ” E SEUS “NETINHOS”

Em entrevista feita em 1970, os ex-jogadores contaram a história do clube. Data daí, pelo depoimento de Anibal Bonfim e Aloisio Ribeiro, o apelido de “Vovô” com que ainda hoje é conhecido e tratado carinhosamente o Ceará. Como surgiu o termo “Netinhos”?

– “Silvio Gentil, presidente do Ceará, ficou eufórico com a sua jogada política, elevando o América de categoria e ficando com mais um voto para impor suas decisões na Primeira Divisão. E tomou-se de simpatias pelo América, para que muito contribuía; também, Crisantho Moreira da Rocha, que, estudante de Medicina no Rio, era ardoroso torcedor do America carioca, sendo, por aqui, torcedor e diretor do Ceará Sporting…” 

– “Sempre que se encontrava com a turma americana Silvio Gentil, um notável desportista, costumava dizer: “como vão os meus meninos endiabrados, os meus netinhos?”

E foi daí, do fato de sermos chamados de NETINHOS pelo Presidente do Ceará, que nós do América começamos a chamar a Silvio Gentil de nosso “Vovô”, apelido que, com o tempo, se passou para o próprio clube, muito adequado, por sinal, por ser o Ceará o mais antigo grêmio do futebol cearense”.

OS FUNDADORES DO AMERICA

O Estatuto do América Futebol Clube, de 1952 pela então diretoria presidida por José Mario Mamede: O Art. 1. da “Carta Magnarubra diz textualmente:

Art. 1. – O AMERICA FOOT-BALL CLUB (A.F.C)

– Fundado nesta cidade de Fortaleza a 11 de novembro de 1920, por Aloisio Gondim Ribeiro, Juvenal Pompeu de Souza Magalhães, Acrísio Faria de Miranda, Miguel de Aguiar Picanço, Dagoberto Rodrigues, Benicio Carneiro Girão, Anibal Câmara Bonfim, José Lino da Silveira, Aécio de Borba Vasconcelos, Marcílio Braune, Lívio Correia Amaro, José de Borba, Vládine Pompeu, João Ramos de Carvalho, Cláudio Vilela Lima, Galba Gomes Gurgel, José Xerez, Herialdo Maia Cunha, José Chagas de Oliveira, Mileide Morais, Gianpaolo Damasceno, Alberto Damasceno e entre outros.

Com isso, formando uma sociedade desportiva e recreativa, constituída de número ilimitado de sócios, com personalidade Jurídica de duração indeterminada e se regerá por estes Estatutos.

PRIMEIRO TÍTULO

Fundado em 20, no ano seguinte, como já ficou dito, o América sagrou-se campeão da Liga Secundária. Em 1969, com quase meio século não houvesse decorrido de lá para cá, Aloisio Ribeiro, o extrema esquerda Lulú dos seus tempos, e Anibal Câmara Bonfim, o grande centerfoward, recordam, com absoluta clareza, o time que foi campeão de 21 na categoria secundária.

– “Era este, o time, dizem categóricos: Benicio Girão (que foi o primeiro goleiro do America e morreu recentemente em 1969, na cidade de Sobral, onde era comerciante); Acrísio Miranda (também falecido, este no Rio) e Gaminha; Antônio Siqueira, Godofredo Fernandes e Juvenal Pompeu; Moésia Rolim (que foi Oficial do Exército, líder revolucionário do “tenentismo” e famoso orador), Sátiro Rodrigues, Anibal Bonfim, Barcelos e Aloisio Ribeiro (o Lulú).

AS CAMISAS NEM SEMPRE FORAM RUBRAS

Mas, um ano depois, Crisantho Moreira da Rocha chegava do Rio, cada vez mais empolgado pelo America carioca (que foi campeão de 22 – anos do centenário da Independência – no campeonato carioca) e trouxe um jogo de camisas vermelhas, com o escudo branco contendo as inicias do clube, exatamente iguais ás dos seu homônimo do Rio de Janeiro.

O primeiro Jogo de camisas do América, presente de Crisantho Moreira da Rocha, custou-lhe a importância de 330 mil réis, que representariam 33 centavos em 1969.

AS LUVAS DO QUINDERÉ

Outra interessante curiosidade: o América não surgiu com suas tradicionais camisas rubras. Em 1921, na Liga Secundária, seu uniforme era azul e branco, em listras verticais.

Guindado à Primeira Divisão por conta de um “golpe” político do Ceará, o América não possuía, contudo, condições técnicas à altura dos dois maiorais de então, ο Ceará e o Fortaleza.

Lulú recorda, com o olhar perdido na saudade, um Jogo do América com o Fortaleza, al por volta de 1921. Vez por outra, Anibal interfere, relembra algum episódio, faz alguma objeção, tece outras considerações.

– “Humberto Ribeiro foi, sem dúvida alguma, o maior jogador do futebol cearense, e talvez do próprio futebol brasileiro, no passado e se jogasse hoje (1969), um fenômeno como Pelé, ou como Tostão, pois não era escurinho.

Era o deus do Fortaleza, o maior craque da cidade, um ídolo do seu clube, respeitado pelos demais. O Fortaleza ia enfrentar o pequenino América, que apenas começava na Primeira Divisão.

Jogo fácil, facílimo para o time tricolor, composto dos melhores azes do nosso futebol de então, contra os “netinhos“, a meninada endiabrada (e desde então o América ganhou também o apelido de “Diabo rubro”).

O jogo ofereceu uma novidade: o goleiro do Fortaleza, o Quinderé (dono da livraria que tinha seu nome), entrou de luvas, à moda europeia. Bola vai, bola vem, eu peguei um bom passe (quem fala é o Lulú), Investi e atirei com força e com sorte. Gol! Quase desmaiei de alegria.

Não queria acreditar no que estava vendo. Fizera um gol no Fortaleza! Humberto Ribeiro veio de lá, deu uma bronca tremenda no Quinderé e exigiu que tirasse as luvas…”. No final o vencedor foi: “O Fortaleza acabou ganhando. Ninguém aguentava um time que tinha o Humberto Ribeiro como centerfoward”…

OUTRO TÍTULO EM 1923

Depois de explicar o que era a imponência e a expressão do Torneio Inicio naqueles idos, com a maior frequência pública e torcidas organizadas de moças elegantes da sociedade, Anibal e Aloisio revelam que em 1923 o América conquistou a sua primeira grande glória.

Sagrou-se campeão do Torneio Início daquele ano, com uma equipe formada por Ubiratam Negreiros (Irmão da saudoso Ubirajara e hoje funcionário do Banco do Brasil no Rio de Janeiro), Acrísio Miranda e Antônio Bessa; Eduardo Martins (e às vezes Antônio Araripe), Pão Doce e Juvenal Pompeu (este era o capitão do time); Deó (Moesia Rolini já viajara para o sul, como militar), Gilberto, Abelardo, Anibal Bomfim e Lulú (Aloisio Ribeiro).

EM FAVOR DOS FLAGELADOS

Com algumas raras fotografias, que tratam com o maior cuidado e carinho, os dois amigos desportistas vão contando novos episódios da gloriosa trajetória do América Foot-Ball Club no cenário esportivo de nossa terra.

RECORDA ANIBAL:

– “Em 1932, uma seca terrível assolou o Ceará. Era Interventor o Capitão Carineiro de Mendonça, que tudo, fez para atende raos flagelados. Dentre multas medidas, programou e realizou um torneio de futebol de craques veteranos. O América formou sua equipe e eu o Lulù vestimos novamente a Jaqueta rubra.

E esse time tal…”

“E vão identificando um a um os jogadores. Um dos zagueiros, é o ex-Interventor do Estado e ex-Prefeito de Fortaleza, Acrísio Moreira da Rocha, irmão de Crisantho, um dos beneméritos do América, o goleiro ainda era Ubiratan Negreiros; Euclides Laurentino, o popular Tom Mix, doublé de craque e compositor popular, veterano funcionário da Policia Civil e figura obrigatória das missas na Igreja do Rosário; e industrial Chico Figueiredo, também de camisa de goleiro, embora como jogador (Informação dos seus contemporâneos) não fosse grande coisa; José Bonfim, irmão de Jorge e de Lúcio era médio muito vigoroso-esclarecem, Eduardo Martins, velho funcionário da Prefeitura; Anibal e Lulú, ainda no vigor da juventude, nessa fase Imprecisa do homem, entre os 30 e os 40 anos, em que ninguém a olha nu será capaz de observar um sinal de velhice e vários outros estão presentes na histórica fotografia, que vai enriquecer esta reportagem.

CAMPEÃO DE 35 E DE 66

O América voltou a ser campeão em 1935 e depois em 1966. Quero saber de Anibal Bonfim e de Aloisio Ribeiro como reagem as emoções de um jogo de hoje, principalmente nos jogos em que o América Intervém:

mais muito entusiasmo. Fui, depois de jogador, árbitro da Federação por muitos anos, nos tempos do Capitão Juremir. E acho que, tanto como jogador, quanto como Juiz, deixe meu nome.

Recordo um jogo Ceará x Fortaleza, duríssimo como sempre, decisiva como quase sempre, e que não tinha juiz que desejasse apitar. O velho campo do Prado cheio, uma assistência enorme e quase a hora do jogo começar e não havia ainda juiz.

Estava afastado da ADC (hoje FCD) por conta de uma história de “colégio de árbitros” que haviam criado e como que não concordavam. Eis que se aproximam de mim o Capitão Juremir e o sr. Pedro Riquet que era então o Presidente do Fortaleza. Entregam-se o apito, me exigem que eu seja o juiz. Fui e tudo correu muito bem, graças a Deus. No final, o Ceará venceu por 4 a 3, em um jogo emocionante”.

PRIMEIRO CAPITÃO

Anibal Bonfim fala menos, parece não gozar de uma memória tão privilegiada quanto a do companheiro, embora mais moço que ele. Mas recorda muita coisa, com bastante precisão nos detalhes.

“Fui o primeiro “capitão” do time do América. Depois de mim, foi que velo o Juvenal. Portanto, tenho uma afinidade muito grande com o América. Mas perdi quase por completo o contacto com o velho e querido clube. Outras gerações, outras áreas sociais ocuparam o comando do América. E a gente vai ficando esquecido… Sabe como é!

Mas ainda torce pelo América?

“Vou sempre ao estádio. E quando o Fortaleza não está jogando, torço pelo América, sempre… Divido o meu coração entre o tricolor e o meu América”.

O AMERICA DE 1921

Na foto, uma das formações de 1921

Na foto, uma das suas primeiras equipes, em 1921, onde Anibal Bonfim, que era o center-forward e Aloisio Ribeiro, ponta esquerda. O mais alto (o quarto da esquerda para a direita) era Ubiratan Negreiros, que foi Procurador Juridico da Prefeitura de Fortaleza.

OS VETERANOS RUBROS EM 1932

Na foto, uma das formações de 1932

Ano mau para o Ceará. O então interventor Carneiro de Mendonça promoveu um torneio entre os veteranos dos clubes da Primeira Divisão, com renda em favor dos flagelados. Eis aí a equipe do América que participou daquela jornada há 37 anos passados…

Agachados, com um sorriso próprio da juventude, o zagueiro Acrísio Moreira da Rocha, que depois foi Interventor do Estado (cargo correspondente a Governador, no período que antecedeu à redemocratização de 1945) e Prefeito eleito de Fortaleza para dois mandatos de quatro anos.

O goleiro, sentado, é Ubiratan Negreiros, Irmão do saudoso Dr. Ubirajara Negreiros, que foi um dos baluartes do América. Em pé, bancando o goleiro à direita o hoje industrial Chico Figueiredo, que não era senão reserva, pois não era bom de bola… Lulu (Aloisio Ribeiro) e Anibal Bonfim, nossos informantes para esta reportagem, estão na linha dianteira, onde aparece também o popular Tom Mix (Euclides Laurentino, o segundo da esquerda para a direita, em pé).

ARTE: desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Batista

FOTOS: Jornal Unitário (CE)

FONTES: Federação Cearense de Futebol (FCF) – reportagem de Ronald Proença do Jornal Unitário (CE)

SOMDA Esporte Clube – Fortaleza (CE): Vice-campeão do Estadual da 3ª Divisão de 1966!

Por Sérgio Mello

O SOMDA Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). Foi Fundado na quarta-feira, do dia 07 de Setembro de 1960, por funcionários da Sociedade de Minérios S.A., Fábrica de Louças São José.

O seu Estádio Germano Franck e a Sede ficavam situados nas dependências da fábrica de porcelana, na Rua Coronel João Cordeiro, s/n, no bairro de Parangaba, na zona oeste de Fortaleza/CE.

Reunia então um grupo de operários que gostavam de praticar o esporte, e dentre eles, foram escolhidos os membros de sua primeira diretoria. Mas, o quadro foi vencendo jogos, foi adquirindo a simpatia geral, atraindo bons valores e o clube cresceu.

Rapidamente,o SOMDA é algo de orgulho para os funcionários da indústria a que pertence, e para o próprio povo de Parangaba. Quase todo são empregados da SOMDA (Sociedade de Minérios Ltda.) e são sócios do clube. O corpo de jogadores, é constituída também de sua maioria por funcionários, e o restante de estudantes.

Nos seus seis primeiros anos de existência, o SOMDA já contava com uma carreira brilhante. Inúmeros foram os torneios suburbanos que levantou, e prova de suas conquistas estão na sede do clube, na brilhante coleção de troféus, que sobe quase a três dezenas de taças e inúmeras medalhas.

Estreando em 1966, no Campeonato da 2ª Divisão (na realidade, equivalente a Terceira Divisão), tem na conquista do título de vice-campeão do Torneio Início e do Estadual da 3ª Divisão o seu maior feito de sua carreira.

No returno, o SOMDA terminou empatado com o Santa Cecilia: foram seis vitórias e três empates. Com isso, foi necessário decidir o campeão numa melhor de quatro pontos. Na primeira partida, na quarta-feira, do dia 21 de dezembro de 1966, a partida terminou empatada em 1 a 1.

No domingo, do dia 25 de dezembro de 1966, o SOMDA derrotou o Santa Cecilia por 1 a 0, se sagrando campeão do 2º Turno do Cearense da 3ª Divisão, organizado pela Federação Cearense de Desportos (FCD). O gol da vitória foi assinalado por Beleléu, em cobrança de pênalti.

Na grande final, numa melhor de quatro pontos, o SOMDA acabou ficando com o vice-campeonato, ao perder para o campeão Riachuelo.  Posteriormente, disputou duas edições do Campeonato Cearense da 2ª Divisão: em 1968 (terminou na 3ª posição) e 1969 (ficando em 6º lugar).

Time base de 1966: Edson; Artur, Beleléu, Pedro (Louro) e Toinho; Bem-te-vi e Zé Maria; Adão, Bosco, Zé Dias e Mauricio. Técnico: Paiva Filho.

ARTE: escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Batista

FOTO: Flâmula – Acervo de Miguel Angelo Azevedo Nirez

FONTES: Estatuto do clube – Unitário Esportivo (CE)

Clube de Regatas Vasco da Gama – Fortaleza (CE): Campeão Estadual da 3ª Divisão de 1968!

Por Sérgio Mello

O Clube de Regatas Vasco da Gama foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). O ‘Vasquinho’ foi Fundado no sábado, do dia 30 de Outubro de 1954. A sua Sede ficava localizada na Rua Major Facundo, nº 2.151, no bairro José Bonifácio, em Fortaleza/CE.

Constava no Estatuto do clube que o escudo e o uniforme a seguinte explicação: “Os símbolos, as cores e uniformes do C.R.V.G. serão sempre idênticos as do clube de Regatas Vasco da Gama do Rio de Janeiro”.

O Vasco disputou algumas edições do Campeonato Cearense da Segunda Divisão (na realidade o Estadual da Terceira Divisão), organizado pela Federação Cearense de Desportos (FCD), obtendo o melhor resultado em 1968, quando se sagrou campeão.

Importante esclarecer que o Estadual Cearense, na quele período, era dividido em três níveis, com as seguintes nomenclaturas:

Divisão Especial (equivalente à Primeira Divisão);

Primeira Divisão (proporcionalmente à Segunda Divisão);

Segunda Divisão (correspondente à Terceira Divisão).

EM PÉ (esquerda para a direita): Valtinho, Zé Renato (excelente violonista que morreu em 2010), Neto Granjeiro, Jairinho, Chico Cabeção, Macaúba e Ivo.
AGACHADOS (esquerda para a direita): Pitota, Pinga, Zé Neguinho, Saúde e Joacy (brilhou no Ceará).

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FONTES: Estatuto do clube – Fabiano Batista

Escudo raro de 1937! Riachuelo Atlético Clube – Fortaleza (CE): Fundado em 1915

Riachuelo Atlético Clube, o RAC, foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). A sua Sede ficava localizada na Rua Dom Joaquim (esquina com a Rua Tenente Benévolo), s/n, no Centro da cidade.

FOTO (Acervo de Miguel Angelo Azevedo Nirez) de 1937 – EM PÉ (esquerda para a direita): Antônio Mota, Damião, Paulo Siqueira, José Cirino, Coelho, Juquinha e Zepretinho; AGACHADOS (esquerda para a direita): Nélson, Sandoval, Zealbano, Lopes e Cafuçu.

O RAC foi Fundado na quinta-feira, do dia 11 de Novembro de 1915, pelo jovem Alcides, então com apenas 16 anos. Na quarta-feira, do dia 14 de Abril de 1937, o clube foi reorganizado com o nome de Riachuelo Sport Club.

Nesse período, uma curiosidade: como a sede do clube ficava próximo ao Seminário da Prainha, acabou ganhando a alcunha de o “Alvinegro do Seminário“. A última Sede ficava situada na Rua Padre Justino, nº 55, na Praia de Iracema, em Fortaleza.

Em pé (esquerda para a direita): Armando, Edilson, José, Gil, Valdemir, Pinheiro e Luizinho;
Agachados (esquerda para a direita): Cesinha, Totonho, Chico, Leonel, Iratan e Geraldo Cavalcanti.

RAC participou de diversas edições do Campeonato Cearense da Segunda Divisão, de 1966, que na realidade equivalia a Terceira Divisão. Neste ano se sagrou campeão!

Na Segundona, foram três participações: 1967 (5º colocado),  1968 (2ª posição), 1969 (3º colocado).

Campeão da Terceirona de 1966

Riachuelo foi campeão do Campeonato Cearense da Segunda Divisão, organizado pela Federação Cearense de Futebol (FCF); de 1966. Na final, bateu o Tiradentes. O clube acabou não aceitando o acesso para a Elite do Futebol Cearense, porque o “homem forte” do RAC, Silvio Carlos não tinha condições financeiras para arcar com todas as despesas necessárias para disputar o certame.

Campeão da Copa Arizona de 1977

Outra conquista do “Alvinegro do Seminário” aconteceu 11 anos depois. Na Copa Arizona de 1977 (competição esta promovida pela Souza Cruz, então maior produtora de cigarros do Brasil), onde se sagrou campeão.

Na decisão nacional, acabou perdendo para o Botafogo, do Bairro da Penha, na capital paulista (SP). Essa eliminação foi muito contestada pelos jogadores do Riachuelo, que reclamaram de uma atuação do trio de arbitragem “caseira“.

RAC revelou grandes craques como por exemplo, Lucinho, Cacá, Leonel, TotonhoTúlio entre outros. O clube aproveitava muitos jogadores vindos do Futebol de Salão.  Em 1979, fez a Final contra o Floresta pela Copa Arizona, conquistando o título.

AGRADECIMENTO ESPECIAL: Ao amigo e ex-jogador Luizinho, obrigado pela colaboração, tanto com as fotos quanto informações! 

ARTE: desenho dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

COLABOROU: Fabiano Batista

FONTES: Futebol na Veia – Acervo de Luizinho (ex-jogador do Fortaleza e do Riachuelo) – Jornal O Povo 

Escudo raro de 1965: Fortaleza Esporte Clube – Fortaleza (CE)

Por Sérgio Mello

Fortaleza Esporte Clube é uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). A sua Sede e o CT ficam localizados na Avenida Senador Fernandes Távora, nº 200, no bairro do Jóquei Clube, em Fortaleza/CE. As suas cores são o vermelho, branco e azul. A mascote é o Leão do Pici.

A história ganhou os seus primeiros rascunhos seis anos antes, com o Sr. Alcides de Castro Santos, que fundou um clube também chamado Fortaleza, em 1912, que depois veio a ter suas atividades encerradas.

Três anos depois, fundou o Stella Foot-Ball Clubno domingo, do dia 30 de maio de 1915Stella foi inspirado no colégio suíço onde os filhos de alguns representantes da alta sociedade de Fortaleza estudavam.

Também por causa de seu nome, o escudo do clube era uma estrela (Stella) vermelha. O clube acabou sendo extinto nos fins dos anos 20. O Stella teve certa ligação com o Fortaleza Sporting Club – antiga denominação do Fortaleza Esporte Clube até a Segunda Guerra Mundial, mudada por decreto governamental nos anos 1940 – já que Alcides Santos também foi o fundador deste último.

Modelo do escudo e uniforme de 1940

Cumpre esclarecer, portanto, que se trata de duas agremiações esportivas diferentes e independentes, ainda que, por vezes, a primeira seja considerada inspiradora da segunda.

Modelo do distintivo e uniforme de 1960

Estudou na Europa de onde trouxe a paixão pelo esporte bretão. Foi próspero comerciante, sendo sócio e fundador de diversas empresas cearenses, além de primeiro representante da Ford Company no Brasil.

Posteriormente, na sexta-feira, do dia 18 de Outubro de 1918, o Sr. Alcides de Castro Santos, aos 29 anos, fundou o Fortaleza Sporting Club. Como grande desportista, também estimulou e participou da fundação dos clubes, como RiachueloTabajara e Maranguape, todos antes de 1918.

Os demais 24 escudos da minha coleção

Esteve ligado ao Fortaleza Esporte Clube em seus primeiros 20 anos de história. Alcides Santos (nascido em 04/11/1889), filho do político e professor Agapito dos Santos.

Foi fundador da Sociedade Cearense de Filatelia e Numismática. Comprou e doou ao Fortaleza o campo do Alagadiço (próximo de onde hoje é a Igreja de São Gerardo, na cidade de Fortaleza), além de construir o Campo do Prado (onde se situa a Escola Técnica Federal – atualmente IFCE) e doá-lo à ADC (Associação Desportiva Cearense, fundada em 23/03/1920, sob sua liderança).

FOTO (Acervo de Pedrinho Simões) da partida amistosa, no dia 03 de Julho de 1960: Fortaleza (CE) 2 x 1 Madureira (RJ)
EM PÉ (esquerda para a direita): Pedrinho Simões, Mesquita, Toinho, Sapenha, Célio e Ninoso;
EM AGACHADOS (esquerda para a direita): Moésio Gomes, Nagib, Walter Vieira, Charuto e Bececê.

Trouxe o primeiro atleta de fora do estado para jogar oficialmente em Fortaleza – Nelsindo em 1919. Além disso, foi atleta de remo do Flamengo, quando sua família morou no Rio de Janeiro, acompanhando seu pai, à época deputado federal.

Excursão do Fortaleza Esporte Clube à Mossoró (RN) em 1940. Fortaleza 4 X 0 Seleção de Mossoró.
Arquivos do meu saudoso pai Zécandido Fontenele ex jogador do Fortaleza.
FOTO (Acervo de Osvaldo Fontenele): Anibal 1, Jandir 2, Pirão 3, Agapito 4, Juracy 5, Bacurim 6, Waltério 7, Gavião (técnico) 8, Capibaribe (promotor de eventos) 9, Liberato 10, Zéfelix 11, Waldemar 12, Valter Sátiro 13, Alberto 14, Corado 15, João César 16, ZéAugusto 17 e Firmino 18.

No que se refere ao Fortaleza Esporte Clube, podemos citar, entre seus fundadores, o próprio Alcides Santos (o primeiro presidente do clube), Oscar Loureiro, João Gentil, Pedro Riquet, Walter Olsen, Walter Barroso, Clóvis Moura, Jayme Albuquerque e Clóvis Gaspar, dentre outros.

ARTE: desenhos dos escudos, uniformes e texto – Sérgio Mello

COLABOROU: Fabiano Santos

FOTOS: Acervos de Pedrinho Simões e Osvaldo Fontenele

FONTE: Site do clube

Montese Sport Club – Fortaleza (CE): filiado à FCD, em 1950, para o Estadual da 3ª Divisão!

Por Sérgio Mello

O Montese Sport Club foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). Apesar das poucas informações, considero importante contar um pouco desse time que foi Fundado no 1º semestre de 1950, pelo Frei Teodoro, como o nome: “Montense Sport Club”.

Escolha do Nome

A escolha do nome foi uma singela homenagem aos Pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) pela brilhante vitória na “Batalha de Montese” travada ao final da Segunda Guerra Mundial na comuna italiana de Montese, entre os dias 14 e 17 de abril de 1945.

O porquê da cobra no distintivo

A origem da expressão “A cobra vai fumar”

A escolha da cobra no escudo remete ao ano era 1942, quando o presidente Getúlio Vargas anunciou que a participação do Brasil na 2ª Guerra (em vigência desde 1939).

A fala do presidente foi recebida com deboche. O motivo para a descrença é que as Forças Armadas não tinham estrutura para participar de uma guerra, muito menos em outro continente.

A falta de confiança era tanta que um jornalista carioca teria dito que “era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”. O desprestígio em relação ao país chegava ao ponto de algumas pessoas creditarem essa frase a Hitler.

O jornal chamado “E a cobra fumou”

Se a intenção era frustrar, a tentativa foi por água abaixo. Criada em 1943, a Força Expedicionário Brasileira (FEB) não se abalou, tanto que usou a ironia a seu favor.

A FEB tinha um jornal chamado “E a cobra fumou” e a imagem de uma cobra fumando um cachimbo, obra do Tenente-Coronel Senna Campos tornou-se o brasão da FEB.

Os 25 mil soldados brasileiros foram enviados à Itália entre os meses de junho e julho de 1944. A tropa uniu-se aos americanos e a missão era não deixar o forte exército alemão chegar à França.

Desenho feito pelo Walt Disney para O Globo em 1945

O desenho do Walt Disney foi feito com exclusividade para o jornal O Globo marcou o engajamento na campanha contra o nazismo.

Isso aconteceu na quinta-feira, do dia 22 de fevereiro de 1945. A Segunda Guerra Mundial incendiava a Europa e mobilizava o mundo, quando o jornal decidiu lançar uma edição semanal voltada aos pracinhas brasileiros.

O desenho da cobra de capacete, em posição de ataque, atirando com dois revólveres e, o mais importante, fumando um cachimbo, fazia referência ao lema dos pracinhas.

A frase “A cobra vai fumar” nasceu como resposta ao então presidente Getúlio Vargas, que, no início da guerra, usara a expressão para descartar a participação brasileira.

A Sede ficava no bairro Montese

A Sede desta modesta equipe ficava no bairro de Montese, que antes (até 1946) se chamava Pirocaia, que significa “casa dos peles queimadas”, e era famosa por suas águas cristalinas.

Estadual da Terceira divisão em 1950

O único registro que se notícias do Montese no futebol foi encontrado no Diário Oficial, no sábado, do dia 10 de junho de 1950, quando foi publicado o Estatuto da Federação Cearense de Desportos (FCD).

O 1º em pé da esquerda para a direita é o Frei Teodoro, o fundador do Montese S.C.

Nela foi divulgados os nomes dos clubes que iriam compor os Campeonatos Cearenses das três divisões. O Montese apareceu como um dos 13 integrantes do Campeonato Cearense da 3ª Divisão, em 1950:

Associações Bangu Sport Club, Comercial Sport Club, Elétrico Atlético Clube, Estrelinha Sport Club, Internacional Sport Club, Justiniano de Serpa Sport Club, Leite Barbosa Football Club, Montese Sport Club, São Cristóvão Sport Club, Sport Club Limoeiro do Norte, Torino Futebol, Vargas Neto Atlético ClubeVargas Filho Atlético Clube.

Colaborou: Fabiano Batista

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FOTO: Acervo de William Beuttenmuller

FONTES: William Beuttenmuller – Diário Oficial do Estatuto da Federação Cearense de Desportos (FCD)

Treze Esporte Clube – Juazeiro do Norte (CE): Fundado em 1936, venceu o Fortaleza S.C.

Por Sérgio Mello

O Treze Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Juazeiro do Norte, localizado na Região Metropolitana do Cariri, que fica a 491 km da capital do estado do Ceará.

A localidade conta com uma população de 286.120 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.   

O Alvirrubro juazeirense foi Fundado no domingo, do dia 15 de Novembro de 1936, com o nome de Treze Sport Clube, por Antônio Fernandes Coimbra, conhecido por Mascote.

Campeão Juazeirense de 1953 (Acervo de Wilson Bezerra)
EM PÉ (esquerda para a direita): George, não identificado, Doca, Edmílson, Tonico e Darim;
 AGACHADOS (esquerda para a direita): não identificado, Beato, não identificado, Rodrigues e Vicente Machado.

Cinco anos depois foi reorganizado (1941) e criado o Departamento Social, no domingo, do dia 6 de Abril de 1947, transformar-se-á, por força destes Estatutos, em sociedade desportiva, recreativa e cultural, com personalidade jurídica distinta da dos seus membros associados, os quais não respondem subsidiariamente pelas obrigações por ela contraídas. A sua alcunha: O Mais Querido Clube de Juazeiro.

Acervo de Tereza Neuma Macedo Marques

Sede inaugurada em 1949

Um Primor, a inauguração das novas instalações do Treze Sport Clube, localizada, onde atualmente fica a Praça Governador Tasso Jereissati, na Rua Leandro Bezerra, no bairro do Socorro.

A sociedade juazeirense não chegou a assistir uma festa tão notável como na quinta-feira, do dia 23 de junho de 1949, na inauguração das novas instalações do Treze Sport Club, “O Mais Querido Clube de Juazeiro”.

Com os seus amplos salões abertos e ao som de foguetes e orquestra, aquele club ofereceu uma riquíssima e empolgante festa dançante, que prosseguiu até o amanhecer.

Escudo e Uniforme (fevereiro de 1958)

Artigo 53 – Fica a Diretoria autorizada a explorar a venda de bebidas e alimentos, podendo, se achar conveniente, fazer concessão de tais serviços a terceiros.

Artigo 54 – A Sociedade não participará, em nenhuma hipótese, de competições político-partidárias.

Artigo 55 – O Treze E.C. possuirá uma bandeira com as cores: vermelha e branca, contendo, o emblema representativo do Clube localizado no centro. Este será de cor branca, tendo em vermelho a figura de um galo e as iniciais TEC.

Década 1950 (Acervo de Wilson Bezerra)
 
EM PÉ (esquerda para a direita): Antônio Fernandes Coimbra (conhecido como Mascote, fundador e diretor), João Vermelho, Geraldo, Quincô, Ivan, Ivo, Sargento Amarildo, Darim e Zé Honório;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Mundinho, Tico de Sulino, Fosquinho, Valdir, Lino e Alexandre.

Artigo 56 – O uniforme esportivo do Clube constará de calção vermelho com camisa branca, ou calção branco e camisa vermelha e branca com listas verticais e o emblema do Clube.

O Treze venceu o poderoso Fortaleza

No futebol, o Treze Esporte Clube enfrentou o Fortaleza três vezes: com uma vitória e duas derrotas; marcando dois gols, sofrendo sete e um saldo negativo de cinco tentos.  

Na quinta-feira, do dia 09 de dezembro de 1943, aconteceu o 1º amistoso. Na ocasião, o Treze levou a melhor, vencendo o Fortaleza pelo placar de 1 a 0. O gol da vitória foi assinalado pelo atacante Beato.

A partida teve arbitragem do Sr. Edilson Cabral. O Treze jogou assim: Capotinho; Ananias e Vilmar; Benito, Barroso e Chico; Pequeno (Mascote), Mundinho, Araújo, Gisleno e Beato.

Na revanche, deu Fortaleza

O 2º encontro ocorreu cerca de nove anos, no domingo, do dia 12 de outubro de 1952, com goleada do Fortaleza por 6 a 1, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza/CE. Os gols foram assinalados por França, três vezes; Pedro Faúna, Moésio e Antoni para o Leão do Pici; enquanto Peixe fez o de honra para o Treze. O árbitro foi o Sr. Raimundo da Cunha Rola, o ‘Rolinha’.

Fortaleza: Hélio Oliveira; Sapenha e Carrim; Jarbas, Basileu e Pelado; Pedro Faúna, Aloisio I (E), Moésio (Zé Raimundo), França e Antoni. Técnico: Valdemar dos Santos, ‘Gavião’.

Treze: Capote; Joda e Doca; Tonico, Lirio (E) e Dória; Padre, Beato, Peixe (Iran), Rodrigues e Quixada (Zezito). Técnico: Antônio Fernandes Coimbra, o ‘Mascote’.

No jogo desempate, deu Fortaleza

O 3º jogo, no domingo, do dia 06 de setembro de 1964, no Estádio dos Bandeirantes, em Juazeiro do Norte/CE. O Fortaleza bateu o Treze pelo placar de 1 a 0. O gol da vitória foi marcado pelo atacante Raimundinho. O clube da capital teve Paraíba expulso.

Década 1950 (Acervo de Wilson Bezerra)
Uma das formações do Treze de Juazeiro do Norte em um dos seus ressurgimentos. Estádio da LDJ.
EM PÉ (esquerda para a direita): Amauri, Tarcísio, não identificado, Francilino e Biloso;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Jaime, Joãozinho, Pirajá, Fernando Brasil e Maurício.

Treze fecha às portas nos anos 70

O Treze Esporte Clube de Juazeiro do Norte, teve sua grande fase nos anos 50, sob o comando de Antonio Fernandes Coimbra, “Mascote“. Depois, sofreu várias paralisações até encerrar suas atividades na década de 70.

Década 1970 (Acervo de Wilson Bezerra)
Numa das últimas formações, já no “Romeirão” na década de 70.
EM PÉ (esquerda para a direita): Pereira, Cicero, João bufinha, não identificado, não identificado e Antônio;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Jaime, Lino, Joãozinho, Tarcísio e Sérgio.

ARTE: desenho dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Batista

FOTOS: Acervo de Wilson Bezerra – Acervo de Tereza Neuma Macedo Marques

FONTES: Almanaque do Fortaleza – Estatuto do clube – Correio de Juazeiro (CE)

Sobralense Foot-Ball Club – Sobral (CE): Fundado em 1920

O Sobralense Foot-Ball Club foi uma agremiação da cidade de Sobral, no interior do estado do Ceará, localizada entre duas grandes capitais: Fortaleza (a cerca de 244 quilômetros, 4ª maior capital do país) e Teresina (capital do Piauí, localizada a 363 quilômetros). A sua população é de 203.023 habitantes, segundo o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.  

Na sexta-feira, do dia 9 de abril de 1920, foi fundado oficialmente o 1º clube de futebol da Princesa do Norte a surgir bem estruturado, com estatutos, diretoria e um considerável número de associados.

Breve História

Para a pequena e acanhada Sobral da época, aquele foi um fato inusitado. Surgia ali, além de um time de futebol, uma entidade socioesportiva que reunia a nata da sociedade local. Algo muito significativo e que até então somente acontecia nos grandes centros do país.

Os amigos Joaquim Demétrio de Sousa e José Adalberto de Freitas Filho foram os mentores da criação do clube. Eles, como adeptos e praticantes do futebol, estavam sempre a conversar e trocar ideias sobre o esporte que os empolgava.

Sonhavam dia e noite com a possibilidade de Sobral vir a ter não apenas mais um time, mas um clube de futebol na verdadeira acepção da palavra. Uma agremiação de peso, dotada de boa infraestrutura, parecida com a dos chamados grandes clubes do futebol brasileiro.

A troca de ideias nesse sentido teve início no final do ano de 1919 e foi aos poucos ganhando corpo até que um dia Demétrio e Freitas receberam a adesão de José Silvestre Saboia de Albuquerque. Um apoio significativo e que deu aos dois a certeza de ter chegado a hora de transformar em realidade o grande sonho.

Numa noite do mês de janeiro, numa última conversa a respeito do assunto, e aí já contando com a participação de Saboia, o trio decidiu que a partir daquele momento os três sairiam à cata de pessoas que desejassem aderir à ideia.

No dia seguinte cada um seguiu para um lado, na busca de simpatizantes da causa. Em pouco mais de uma semana, quando voltaram a se reunir para relatar o resultado da tarefa, surpreenderam-se: Haviam conseguido mais de 50 adesões.

Um número excepcional. Simplesmente maravilhoso! Superava em muito o que eles imaginavam. E mais do que isso. Além da quantidade, a qualidade dos candidatos era algo significativo.

Todos aqueles que responderam afirmativamente ao convite, eram pessoas de grande conceito nos meios empresarial, político e social. A partir daquele momento o trabalho desenvolvido por Demétrio, Freitas e Saboia passou a acontecer em ritmo acelerado.

O entusiasmo era tanto que a notícia sobre o surgimento da nova agremiação, de imediato, ganhou as ruas e as páginas dos jornais da cidade.  Na quarta-feira, do dia 14 de janeiro de 1920 o jornal A Lucta publicou matéria intitulada “Foot-Ball” informando o surgimento da equipe do Sobralense:

De iniciativa dos distinctos moços Joaquim Demetrio de Souza e José Adalberto de Freitas Filho vai ser fundado nesta cidade um club de foot-ball, coisa que já mais de uma vez tem sido aqui tentada sem nenhum resultado. Como actualmente a nossa população está quase cosmopolita, pode ser que desta vez a coisa vá”.

A notícia empolgou a cidade. Foi de tal forma significativa e porque não dizer impactante que, em pouco tempo, o número de interessados em fazer parte do quadro associativo do novo clube aumentou significativamente, superando, em muito, a expectativa.

Na edição da sexta-feira, do dia 23 de janeiro, a Lucta voltou a publicar outra matéria sobre a fundação do novo clube:

Está marcado para domingo, 25 de janeiro, às 11 horas da manhã, a primeira reunião desta sociedade, sendo para isto convidados todos os sócios que assinaram a lista de fundadores, a fim de eleger-se a directoria e tratar-se de mais interesses. A reunião será na casa do sr. José de Freitas Filho, à praça da Meruóca”.

Tendo em vista que o número de interessados em integrar o quadro associativo do novo clube era bastante expressivo, a reunião de fundação do Sobralense, que a princípio estava marcada para a residência de Freitas Filho, foi transferida para as dependências do Teatro São João e contou com a presença de mais de 50 pessoas, figuras importantes e de grande conceito nos meios sociais, empresariais e políticos da cidade.

Entre os presentes destacavam-se Plínio Pompeu de Sabóia Magalhães, José Silvestre Sabóia de Albuquerque, Everaldo Porto, Francisco Petronilho Gomes Coelho, Francisco Potiguara Frota, Antônio Joaquim Rodrigues de Almeida e José Pessoa de Andrade.

Aquele era um momento de muita alegria e entusiasmo. Afinal de contas estava surgindo na cidade uma agremiação que tinha o objetivo transformar o futebol da Princesa do Norte na grande força do interior cearense.

Nome escolhido

Coube a Joaquim Demétrio de Sousa abrir a reunião e dar boas-vindas a todos os presentes. Em seguida convidou o amigo Freitas a relatar em detalhes o motivo da reunião e o objetivo da mesma.

A explanação de Freitas foi convincente e, por isso mesmo, recebida com euforia por todos os presentes. Freitas aproveitou a oportunidade para anunciar o nome da agremiação: Sobralense Foot-Ball Club, o qual foi recebido com alegria e satisfação pelos presentes e aclamado com grande salva de palmas.

Diretoria Provisória

Na sequência, por sugestão do presidente da Assembleia Geral foi escolhido um grupo de pessoas para fazer parte da diretoria provisória, a qual tinha como objetivo elaborar os estatutos do clube. Os eleitos para compor a diretoria provisória foram:

Presidente – José Silvestre Sabóia de Albuquerque;

Vice-presidente – José Olavo Rodrigues da Frota;

1º Secretário – Carlos Quixadá Aragão;

2º Secretário – Antonio Joaquim Rodrigues de Almeida;

1º Tesoureiro – Francisco Potiguara da Frota;

2º Tesoureiro – Manoel Messias de Vasconcelos;

Diretor de Esportes – José de Freitas Filho.

Oficialmente o Sobralense foi fundado

Ainda, por determinação da Assembleia Geral, ficou definido que caberia à diretoria provisória a elaboração dos estatutos. Também foi marcada a data da Assembleia Geral para aprovação dos estatutos do clube.

No dia diferido, na sexta-feira, do dia 9 de abril, às 19 horas e 30 minutos, também nas dependências do Teatro São João, aconteceu a tão importante reunião que oficializou a fundação do mais novo clube de futebol de Princesa do Norte.

Tomaram parte da reunião de fundação do Sobralense Foot-Ball Club e foram considerados “sócios fundadores“, de conformidade com o Artigo 77 dos estatutos do clube, as seguintes 55 pessoas:

José Adalberto de Freitas Filho, Joaquim Demétrio de Souza, Waldemar Mello, Francisco Cavalcante Sobrinho, Raymundo Menezes, Benedicto Frota Neves, Francisco Lyra Pessoa, Joaquim Pereira Veras, Tasso Augusto da Fonseca, José Olavo Rodrigues da Frota, Orlando Gerardo Quixadá Rangel, Manoel Messias de Vasconcelos, Carlos Quixadá Aragão, José Quixadá Rangel, Manoel Liberato de Carvalho, Itamar Carneiro da Cunha, Diogo Honório Gomes Parente, Antonio Joaquim Rodrigues de Almeida, Manoel Victorino Brandão, João Nogueira Adeodato, Francisco das Chagas Sólon, Raul Horácio de Lima, Moacyr Mendes Carneiro, Francisco Potyguara da Frota, José Eduardo Cavalcante, Plínio Pompeu de Saboya Magalhães, José Barbosa de Paula Pessoa, José Pessoa de Andrade, Joaquim Lourenço França Cavalcante, Miguel Jorge, João Ribeiro Vasconcelos, José Silvestre Sabóia de Albuquerque, Felizardo Mendes, Antônio Quixadá Aragão, Francisco Petronilho Gomes Coelho, José Deusdedith Mendes, José Cândido Porphirio, Raymundo Ferreira Dias, François Lima Aguiar, Alderico Monte Parente, Humberto Monte Parente, João F. de Almeida Monte, Ruy de Almeida Monte, Oscar Monte Parente, José Lima, José Frota Portela, Everaldo Porto, José Busson, José Xerez, João Leopércio Soares, João Crescêncio Marinho, Antonio Porto e Trajano Cavalcante.

Primeira Diretoria

Na abertura dos trabalhos coube ao secretário Carlos Quixadá Aragão ler o estatuto da nova agremiação, aprovado por unanimidade. A seguir foi eleita a primeira diretoria para um mandato de 2 anos a qual ficou assim constituída: Presidente – José Silvestre Sabóia de Albuquerque;

Vice-presidente – Joaquim Demétrio de Souza;

1º Secretário – Carlos Quixadá Aragão;

2º Secretário – José Quixadá Rangel;

1º Tesoureiro – José Eduardo Cavalcante;

2º Tesoureiro – Manoel Messias de Vasconcellos;

Diretor de Esportes – José de Freitas Filho;

Orador oficial – Antonio Joaquim Rodrigues de Almeida.

Uniforme e o escudo

Ao aprovar os estatutos, os 55 sócios fundadores também escolheram as cores do uniforme oficial do clube; camisa tricolor, com listras horizontais nas cores verde, branco e grená; meias e calções brancos. Idêntico ao uniforme do Fluminense do Rio de Janeiro.

O emblema escolhido era uma cópia do escudo do tricolor carioca, clube pelo qual torcia o presidente e goleiro do clube, José Silvestre Sabóia de Albuquerque. Por ser líder nato, Freitas foi escolhido pelos companheiros, o capitão da equipe.

O Sobralense não dispunha de campo para “mandar” seus jogos. Utilizava o campo da Cruz das Almas, às margens da Lagoa da Fazendo, que pertencia ao América.

Um dos projetos da diretoria tricolor era a aquisição de um terreno para a construção da sede própria e do campo de jogo. Para tanto o estatuto determinava que 25% da mensalidade de cada associado fossem destinados a este setor. Na prática a ideia não chegou a vingar.

Primeiro jogo

O jogo de estreia do Sobralense aconteceu no domingo, do dia 23 de abril de 1920, na cidade de Ipu, contra um combinado local. O Sobralense para aquele confronto tomou emprestado, junto ao América, dois dos melhores jogadores do futebol sobralense: João Figueiredo e Moacyr Pinta, este último considerado o grande astro de futebol da Zona Norte do Ceará.

Tecnicamente o jogo não foi bom. Segundo o relato daqueles que acompanharam o confronto Ipu x Sobralense, o futebol apresentado pelas duas equipes foi fraco.

E o pior, foi violento e truncado, sobretudo por parte dos donos da casa. E tudo porque os locais tinham como objetivo impedir o sucesso da equipe visitante. A violência dos ipuenses amedrontou os jogadores do Sobralense impedindo-os de apresentar o seu melhor futebol.

Por esse motivo a equipe da Princesa do Norte saiu de campo derrotada por 2 a 0, segundo a opinião dos torcedores do tricolor. Houve também quem dissesse que o revés do Sobralense foi fruto do péssimo futebol apresentado pelo representante princezinho.

Alguns torcedores mais exaltados creditaram a derrota aos jogadores Freitas, que ao atrasar mal uma bola proporcionou ao jogador da equipe de Ipu abrir o placar; ao goleiro Sabóia, que teria tomado um gol fácil (um frango); e Pinta, por ter abandonado abruptamente o campo de jogo, revoltado com a violência dos adversários e com tudo o que acontecera, sob o olhar complacente do árbitro.

O Sobralense, formou com: Sabóia; Alderico e Horizonte; Felizardo, Lourival e Freitas; João Figueiredo, Itamar, Pinta, Albuquerque e Joanito. O banco de reservas foi composto por: Cinzentinho, Zé Cavalcante, Caetano, Zizinho, Miguel e Gerardo.

A debandada

A derrota para o Ipu causou grande transtorno dentro do clube. O goleiro Sabóia pediu demissão da presidência e do elenco, enquanto um grupo de sócio atletas, liderado por Freitas, desligou-se do quadro associativo.

Segundo os jornais da época, entre os quais A Lucta, um relativo número de associados, insatisfeitos com o tratamento dispensado pelo presidente do clube proibindo-os de participar dos jogos e até mesmo dos treinamentos da equipe, aproveitou o resultado negativo da equipe diante do combinado ipuense para pedir desligamento do quadro associativo, em caráter irrevogável.

Uma decisão drástica e que mexeu fortemente com a estrutura do clube. A partir daquele momento o tricolor sobralense não apenas perdia um considerável número de sócios contribuintes, mas também alguns de seus principais jogadores, em especial Freitas, um dos melhores jogadores da Zona Norte do Ceará, que se solidarizou com o grupo.

A briga entre a direção do clube e alguns associados ganhou as páginas dos jornais e culminou com a debandada de mais de 20 sócios, os quais imediatamente decidiram fundar nova agremiação, o Ceará Sport Club.

Sobralense e América, o grande clássico de Sobral, nos anos 20

Mesmo assim, o Sobralense continuou um clube forte e por isso mesmo o grande rival do América, que passou a constituir-se no grande clássico do futebol sobralense nos primeiros anos da década de 20.

Em Sobral, nos confrontos diretos contra as equipes locais, a estreia do Sobralense aconteceu exatamente contra o América. Naquele jogo, disputado no domingo, do dia 16 de maio, na presença de extraordinário público o Sobralense caiu diante do time americano por 1 a 0. O gol da vitória da equipe rubra foi marcado por Pinta.

No final do mês de maio de 1920, Sobralense e América voltaram a se enfrentar. O confronto, que fez parte das festividades de posse da diretoria do tricolor, aconteceu no campo da Lagoa da Fazenda e contou com a presença de grande público.

Foi um jogo cheio de surpresas. A primeira delas foi quando da resposta positiva do América ao “desafio” feito pelo Sobralense. Naquele momento o time rubro não tinha possibilidade de utilizar seus principais jogadores, em especial o astro Pinta.

Por outro lado, o Sobralense havia montado um “timaço“, composto por seus principais jogadores e alguns conseguidos por empréstimo junto a outros clubes coirmãos. Tudo isso fez com que o jogo despertasse grande interesse e desse ao tricolor certo favoritismo.

Nos primeiros movimentos do confronto deu para perceber que estavam certos aqueles que consideravam o Sobralense o grande favorito. O time tricolor iniciou o jogo com muita disposição e buscando sempre o ataque, com o intuito de chegar à vitória.

Era um time que sabia o que queria, dominava amplamente a partida, obrigando os americanos a se fecharem na defesa para impedir o sucesso do adversário. Ainda no primeiro tempo o Sobralense abriu a contagem, através de Itamar, numa jogada descrita pelo repórter de A Lucta como sendo cheia de lances inesperados: “aconteceu de tudo, caneladas, encontrões, choques e rasteiras, entre outras coisas”.

O gol do Sobralense entusiasmou ainda mais a torcida aristocrática e emudeceu os adeptos do América. E mais do que isso, fez diminuir o ânimo dos jogadores rubros que sentiram não ser aquele um grande momento.

O jogo prosseguia favorável ao Sobralense e rumando para o final, quando em dado momento uma bola chutada pelo ataque do América contra a meta do Sobralense, foi para a linha de fundo dando a impressão de ter entrado no gol.

Naquela época em Sobral ainda não se usava redes nas traves e daí criou-se grande confusão.

O suficiente para que a torcida do América, indignada com o resultado desfavorável, invadisse o campo comemorando o gol de empate. A invasão impediu o prosseguimento do jogo, obrigando o árbitro a dar por encerrado o confronto. O repórter de A Lucta escreveu o seguinte sobre o acontecido:

do que vimos e ouvimos, só podemos dizer é que o goal contestado não foi feito efectivamente e que o score foi de 1 a 0 para o Sobralense”.

Depois do revés sofrido diante do Ipu quando da 1ª apresentação da equipe fora de Sobral, o Sobralense levou algum tempo para realizar jogos em outros municípios.

Seus diretores decidiram reformular a equipe e dotá-la de jogadores de melhor qualidade técnica. Feito isso, já no segundo semestre daquele ano, o clube acertou dois jogos contra o Payssandu, de Massapê.

O primeiro, em Massapê, disputado no dia 3 de outubro, terminou empatado em 0 a 0, e o segundo, em Sobral, no dia 24 do mesmo mês, apontou a vitória do Sobralense por 1 a 0, tendo Itamar marcado o gol do time sobralense.

No jogo em Sobral, os massapeenses, que na noite anterior foram recepcionados com um banquete nos salões do Grêmio Recreativo, deixaram o campo reclamando da arbitragem de José Silvestre Sabóia, que teria deixado os jogadores do Sobralense abusar da violência.

Naquele confronto, disputado no campo do Jockey Club, os times jogaram com estas formações:

Sobralense – Carlos Demétrio; Farias I e Freitas; França, Alderico e Farias II; Gerardo, Eloy, Zezé, Adeodato e Itamar.

Payssandu – Moacyr; Juquinha e Baptista; Ricardo, Tupă e Horizonte; Tobias, Zé Gonçalves, Zé Lopes, Bento e Iran.

Os resultados obtidos pelo Sobralense diante do Payssandu, de Massapê, fizeram com que os dirigentes do Brazil, de Camocim, equipe fundada no dia 7 de setembro de 1920, oficializasse um convite ao tricolor da Princesa do Norte para um amistoso naquela cidade litorânea, no dia 17 de novembro, por ocasião da inauguração do campo da mais nova agremiação do futebol da Zona Norte do Ceará.

O Sobralense aceitou o desafio e foi a Camocim, saindo de lá com um resultado satisfatório, já que havia empatado em 1 a 1 com a equipe anfitriã. Além do resultado, também os integrantes do Sobralense voltaram maravilhados com a recepção oferecida pelos camocinenses.

Aliás, naquela época, a troca de gentilezas entre as agremiações era algo que não poderia faltar. Quando da chegada das equipes visitantes estes eram recepcionados com festas na estação ferroviária e homenageados com um banquete, sempre. Era um item obrigatório no programa de recepção dos visitantes.

Colaborou: Fabiano Batista

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FONTES: Livro “Do São Cristóvão ao Guarany – A História do Futebol Sobralense”, de Firmino Dias Lopes – A Lucta (CE)