Arquivo da categoria: História dos Clubes Nacionais

CIP campeão catarinense de 1938

por Fernando Alécio

Em maio de 1931, instalava-se na Rua Blumenau, em Itajaí, a Companhia Itajahyense de Phosphoros. Mais conhecida pela sigla CIP, a empresa foi idealizada pelo industrial Antônio da Silva Ramos e formada com capital de investidores de Itajaí e Blumenau.

No período de 1932 a 1939, produziu 148.300 caixas, cada uma contendo 120 pacotes e cada pacote 10 caixinhas com 55 palitos em média. Os fósforos eram comercializados com as marcas “Triumpho”, “Faísca”, “Libertador” e “Corsário”. Irineu Bornhausen, um dos principais acionistas, ocupou o cargo de diretor-presidente por vários anos.

Ofício timbrado do CIP em 1937. Acervo Adalberto Klüser/OsniMeira

A fábrica abrigava cerca de 150 operários em 1940 e era uma das principais fontes de arrecadação do município, possuindo também uma fecularia em Tubarão. Além de contribuir com o progresso econômico de Itajaí, a Companhia Itajahyense de Phosphoros, liquidada na década de 1950, deixou um importante legado na área esportiva: deu origem ao glorioso CIP Foot-Ball Club, agremiação que entrou para a história do futebol catarinense.

Conforme registram os estatutos, o CIP F.C. foi fundado em 27 de outubro de 1936, por iniciativa de Francisco Medeiros, Alfredo Medeiros e Eugenio Cypriano Abelino, tendo por finalidade a prática dos esportes em geral, em particular o futebol. O clube adotou as cores vermelha e preta, teve Antônio da Silva Ramos como primeiro presidente e passou a mandar seus jogos num campo próximo à fábrica, na Rua Blumenau.

Prédio da fábrica de fósforos na Rua Blumenau. Reprodução Jornal do Povo

Campeão do Vale do Itajaí

Em maio de 1938 teve início o certame regional da Associação Sportiva do Vale do Itajaí (ASVI), entidade fundada no ano anterior e da qual o CIP foi um dos idealizadores. Tratava-se de um autêntico campeonato do Vale do Itajaí, contando com equipes de Itajaí, Brusque e Blumenau.

Com uma campanha impressionante, o CIP faturou o título com 13 vitórias e apenas uma derrota. A conquista do time da Rua Blumenau foi festivamente comemorada num animado piquenique organizado pela diretoria do clube na então praia de Piçarras.

Campeão Catarinense

A conquista do campeonato regional da ASVI deu ao CIP o direito de disputar o Campeonato Catarinense de 1938, que foi realizado somente no ano seguinte. Na época, apenas os campeões regionais participavam do certame estadual. O adversário do time itajaiense nas semifinais foi o tradicional Avaí, campeão de Florianópolis, que já havia sido campeão catarinense cinco vezes (1924, 1926, 1927, 1928 e 1930). A última conquista estadual do Avaí havia sido obtida ao vencer na final outro time de Itajaí, o Marcílio Dias.

O primeiro embate entre CIP e Avaí foi designado para o dia 5 de fevereiro de 1939. No campo da Rua Blumenau, os jogadores itajaienses não se intimidaram ante a maior tradição do time da Capital e aplicaram uma goleada de 4 a 0. A pressão dos locais sobre os visitantes foi tamanha que os quatros gols saíram logo no primeiro tempo. Couceiro (duas vezes), Villa e Nanga foram os autores dos tentos.

No segundo tempo, o panorama se inverteu com o Avaí indo para cima, mas o goleiro Geninho fez grandes defesas e manteve inalterado o placar do primeiro tempo. O goleiro cipiano foi considerado o melhor homem em campo.

Diploma conferido ao jogador Alberto Correia. Acervo FGML

O jogo de volta foi marcado para 5 de março de 1939. Mesmo debaixo de uma chuva torrencial que caía sobre o antigo Estádio Adolpho Konder, em Florianópolis, o CIP apresentava uma boa atuação e chegou a estar vencendo por 2 a 0 (gols de Vitório e Pavan), mas o Avaí conseguiu empatar, aos nove minutos do segundo tempo.

Logo após o empate do time da casa, o árbitro Leovegildo Amaral Alves suspendeu a partida por falta de visibilidade e alagamento do gramado devido ao temporal. Enquanto a bola rolou, a partida foi marcada por lances duros, jogadas violentas e pouca disciplina. Com a suspensão do jogo, a Federação Catarinense de Desportos (FCD)agendou para 11 de março a continuação dos 36 minutos faltantes, ocasião em que o Avaí fez o terceiro gol e venceu o jogo por 3 a 2.

Armando, Humaytá e Victorio, jogadores do CIP

A vitória do Avaí forçou a realização de uma terceira partida para decidir a vaga na final, pois na época não era levado em consideração o saldo de gols. A FCD marcou a partida logo para o dia seguinte, 12 de março, em Florianópolis. Num jogo muito movimentado, o CIP saiu na frente com Vitório, mas o Avaí virou com Saul e Sapo ainda no primeiro tempo.

O Rubro-Negro voltou para a segunda etapa determinado a remontar o placar e alcançou o objetivo com gols de Pavan e Couceiro aos seis e oito minutos. “Justa e merecida vitória do CIP”, reconheceu em letras garrafais a página esportiva do jornal O Estado, de Florianópolis, na edição que circulou em 14 de março de 1939.

Pavan, Alberto e Lico, jogadores do CIP

O título de campeão catarinense de 1938 seria decidido em jogo único entre CIP e Atlético de São Francisco Sul, que na outra semifinal eliminou o Caxias de Joinville também em três jogos (6×1, 1×2 e 3×0). Assim como o CIP, o time francisquense, fundado em 1931, disputava pela primeira vez a final do certame estadual. A grande decisão foi marcada pela FCD para 2 de abril, em Florianópolis, mas devido às chuvas a data foi alterada para 16 de abril.

Manchete do Jornal do Povo, de Itajaí

O CIP abriu o placar logo nos primeiros minutos de jogo através de Couceiro e ampliou na segunda etapa com Nanga. O adversário tentou pressionar para buscar o empate, mas esbarrou na heroica resistência cipiana, que tinha como principal guardião o veterano zagueiro Luiz Avellar Pereira (ex-Marcílio Dias), o Lico, cuja atuação foi muito elogiada tanto pela crônica esportiva de Itajaí quanto pela imprensa de Florianópolis.

Devido ao jogo excessivamente violento praticado pelo time de São Francisco do Sul, dois de seus jogadores foram expulsos. O livro Almanaque do Futebol Catarinense comenta que “o rubro-negro itajaiense triunfou na bola e no pau. Seus atletas receberam elogios ‘pela exuberância e energia com que souberam batalhar ante a agressividade brutal’ dos francisquenses”.

Manchete do jornal O Estado, de Florianópolis

O time que subiu ao gramado do Estádio Adolpho Konder e derrotou o Atlético de São Francisco por 2 a 0 formou com Geninho; Lico e Humaytá (Villa); Soto e Alberto; Fatéco, Victorio, Couceiro, Pavan, Nanga e Armando. Há fontes que propagam equivocadamente a informação de que o campeonato catarinense de 1938 teria sido decidido em três jogos. Trata-se de erro, pois a competição teve jogo único na fase final em 16 de abril de 1939.

Soto, jogador do CIP. Acervo FGML

Além do título estadual de 1938, outro legado deixado pelo CIP foi ter revelado ao futebol catarinense o craque Nildo Teixeira de Mello, o Teixeirinha, considerado um dos melhores jogadores do Estado em todos os tempos. Embora tenha atuado por pouco tempo com a camisa rubro-negra, em 1942, coube ao CIP a honra de ter sido o seu primeiro clube.

O CIP continuou disputando as competições da ASVI até 1943. Em 1944, desapareceria para sempre do cenário das competições oficiais do futebol catarinense. O destino dos troféus e demais artigos e documentos históricos do CIP é desconhecido.

Hino do CIP

Companheiros sempre firme

Para o inimigo vencer

Nosso CIP glorioso

Muitas glórias há de ter

Venceremos com bravura

E com toda lealdade

Aos vencidos respeitamos

Dando prova de amizade

Se vencidos, saberemos

A derrota festejar

Também é uma vitória

A derrota suportar

É dever do nosso team

Para todos ser gentil

Lutar sempre com heroísmo

Para glória do Brasil

Fonte

Artigo “Memórias do Futebol: CIP Foot Ball Club”, de Fernando Alécio, Adalberto Klüser e Gustavo Melim. Publicado no Anuário de Itajaí — 2017. Editora da Fundação Genésio Miranda Lins, 2017.

Clube Esportivo Operário Várzea-grandense – 70 anos de história

Tudo começou com um grupo de jovens de Várzea Grande, liderados por Rubens dos Santos, com apoio do Bispo Dom Antônio Campello de Aragão, no dia 1º de maio de 1949, fundava o Clube Esportivo Operário Várzea-grandense.
Quanto ao nome, por ser a data em que se comemorava o Dia do Trabalhador, Rubens dos Santos achou por bem homenagear a classe, motivo do nome Operário.
O Bispo Dom Campello doou as primeiras camisas, e por ser torcedor do Fluminense do Rio Janeiro, as cores foram idênticas às do clube carioca, permanecendo até hoje.

 

O primeiro jogo

 

A primeira partida aconteceu na do dia 1º de maio à tarde no Círculo Operário, na Rua Independência, centro de Várzea Grande, e Boava fez o primeiro gol da história do clube na vitória de 1 a 0, diante do Palmeiras do Porto.
 
Da esq. p/ a dir.: Zé Simeão, Ciro, Lindolfo, Boava, Benedito Sapateiro, Assis, Nonô Sapateiro, Caetano, Gonçalo Gongon, Alito e Jorge Mussa.
A primeira diretoria

 

O time dava o pontapé inicial em campo, e Rubens dos Santos convocava torcedores e simpatizantes do clube para a formação da 1ª diretoria. A reunião aconteceu no dia 15 de maio na casa de Joaquim Santana Rodrigues, com Luiz Vitor da Silva sendo escolhido como 1º presidente na história do Operário Várzea-grandense. A diretoria era composta ainda por Lamartine Pompeu de Campos, Joaquim Santana Rodrigues, Oldemar Pereira, Mestre Dario, Manoel Mendes de Oliveira, e Manoel Santana.

 

                                   Da esq. p/ a dir.: Joaquim Santana, Rubens dos Santos, Luís Vitor da Silva, Oldemar Pereira, Mestre Dário e Manoel Santana.

Filiou-se na FMD

 

O Campeonato Amador Várzea-grandense ficava pequeno pela grandeza do futebol que o Operário apresentava e o presidente Rubens dos Santos atravessou a ponte, filiando o clube em 1958 na Federação Mato-grossense de Desportos.
Nesta época o tricolor contava com grandes jogadores, a saber: Nassarden, Beraldo Correa, Iunes Huntar, Ali Huntar, Jafa Huntar, Mussa, Mauro, Tião Macalé, Caboclo, Botelho, João Garrucha, Acimar, Berlindes Pacu e outros. Em 1961, Rubens dos Santos deixou a presidência do clube, assumindo Ari Leite de Campos.
No ano de 1963, Rubens dos Santos é eleito novamente presidente, renovando por completo o plantel, senão vejamos: Saldanha (Palmeiras), Poxoréo (Mixto), Lício Amorim e Vital (Atlético), Ide “Nhara” e Bem, (XV de Novembro). O time titular era formado por Saldanha, Vital, Martinho, Formiga e Maneco; Poxoréo, Aélio e Tatu; Ide “Nhara”, Gildo (Bem) e Lício Amorim (Didi).
Com Rubens dos Santos como treinador surgia o “Rolo Compressor”, ganhando todos os títulos disputados naquele ano de 1964.

 

O Rolo Compressor
 
Em 1964, com Atair Monteiro, como presidente, e Rubens dos Santos na direção técnica, o Operário foi campeão Cuiabano pela primeira vez, com uma campanha, onde em 12 jogos venceu 9, não tomando conhecimento de seus adversários, com goleadas de 9 x 2 e 8 x 2 sobre o XV de Novembro; 6 x 0 sobre o Dom Bosco; 5 x 1 sobre o Palmeiras e 5 x 0 sobre o Riachuelo. Damasceno foi o artilheiro com 24 gols.
O poeta Silva Freire criou o slogan “A Alma Alegre do Povo” após a conquista.
Conquistou também o Torneio dos Campeões, competição disputada pelos campeões das Ligas de Campo Grande, Corumbá e outras, e a decisão aconteceu entre Operário e Ubiratan de Dourados, com o Estádio Presidente Dutra lotado, após um empate em 0 x 0 no tempo normal, o tricolor venceu na prorrogação, com um gol de Ide “Nhara” aos 13 minutos do segundo tempo.

 

 

Em pé da esq. p/ a dir.: JK, Musse, Martinho, Formiga, Maneco, Ciro, Pádua, Saldanha e Vital; Agachados da esq. p/ a dir.: Souza, Ide, Damasceno, Fião, Franklin e Lício Amorim.
Primeiro Campeão Profissional

 

Em 1967, Rubens dos Santos, ao lado de dirigentes como Ranulfo Paes de Barros, Joaquim de Assis, Macário Zanagape e Agripino Bonilha, implantavam o futebol profissional em Mato Grosso.
E coube ao Operário vencer o primeiro campeonato de profissionais em Mato Grosso.
A decisão do campeonato, aconteceu diante do Mixto, seu maior rival, com duas vitórias, 1 x 0 e 3 x 1 respectivamente.
Em 1968 o time conquistaria o bicampeonato, novamente diante do Mixto.

 

Em 1969, apesar dos esforços do presidente Ditinho de Zaine, foi decepcionante a campanha tricolor, inclusive, com o clube pela 1ª vez na história, solicitando licença na FMD, ficando fora do campeonato de 1970.
Em 1971 Rubens dos Santos retorna ao clube, trazendo com ele um jovem radialista, Roberto França que assumia como treinador. Várias contratações foram feitas no futebol carioca e mineiro, quando chegaram Gaguinho (Botafogo), Jorge Cruz (Bonsucesso), Veludo (Madureira), Fagundes (Araxá e Araguari), e a maior de todas, o artilheiro Bife, contratado junto ao LS de Campo Grande, a pedido de Roberto França, que deixou o cargo no final do primeiro turno, assumindo João Batista Jaudy. O Operário foi vice-campeão, perdendo o título para o Dom Bosco em uma final emocionante, pelo placar de 3 x 1.
 
Primeiro Representante de Mato Grosso em uma Competição Nacional
 
O Operário foi o primeiro clube de Mato Grosso a participar de uma competição a nível nacional.
Em 1968 o chicote da fronteira disputou a Taça Brasil, direito adquirido por ser o campeão Cuiabano de 1967.
A estreia foi contra o Atlético Goianiense, no dia 04 de agosto, no Estádio Presidente Dutra e vitória de 2 a 0 com gols de Odenir e Jaburu.

 

Em pé da esq. p/ a dir.: Darcy Avelino, JK, Gonçalo, Walter, Boquinha e Glauco. Agachados da esq. p/ a dir.: Ide, Jaburu, Gebara, Beto e Odenir.
 
Primeiro Campeão Estadual de Profissionais
Era do Operário as façanhas nas conquistas do título de Campeão dos Campeões em 1964, implantação do futebol profissional em 1967, onde foi campeão, e no ano de 1973, conquistou o título de 1º Campeão Estadual de Futebol Profissional (Mato Grosso ainda não tinha sido dividido). O time foi reforçado com as contratações de Paulinho, Zé Pulula, Arlindo, Ruiter, Márcio, Dirceu Batista (Cruzeiro), Jeferson Lira, Gilson Lira e o treinador Totinha Gomes.
Neste ano o campeonato passou a contar com participantes de todo estado: Operário, Dom Bosco, Palmeiras, Mixto, Comercial (Campo Grande), Operário (Campo Grande) e União (Rondonópolis). A competição foi disputada em três turnos, com o Operário ganhando dois, e assim foi para a decisão, diante do Dom Bosco, em uma melhor de quatro pontos com a vantagem de 1 ponto. Após empatar a primeira partida em 0 x 0, o Operário goleou o azulão na segunda partida, por 4 x 0, com gols de Bife (2), Ruiter e César. Na terceira e última da decisão empatou em 0 x 0, assegurando a histórica conquista.

Em pé da esq. p/ a dir.: Jeferson Lira, Carlos Pedras, Nelson Paô, Joel Diamantino, Paulo Fernandes e Gaguinho. Agachados da esq. p/ a dir.: Zé Pulula, Gilson Lira, Bife, Bife e Odenir.

 

O Operário viria conquistar o Campeonato Mato-grossense 10 anos depois, em 1983, jogando a final contra seu velho rival, o Mixto e vencendo por 1 x 0, gol de falta de Panzariello.

 

Em pé da esq. p/ a dir.: Caruzo, Mão de Onça, Laércio, Juarez e Panzariello; Agachados da esq. p/ a dir.: Manfrini, Adalberto, Bife, Udelson, Mosca e Ivanildo.

 

Tricampeonato 1985/86/87

 

Começava o ano de 1985, e o Operário tinha como presidente Edvaldo Ribeiro. Com ele ideias novas, contratações de peso, e a formação de um super time. Na decisão diante do Mixto, uma goleada por 5 x 0, com dois gols de Dito Siqueira, Vanderlei, Alencar e Lúcio Bala.
No ano seguinte, Edvaldo Ribeiro reformulou o elenco, conquistando o bicampeonato após uma eletrizante final com o Mixto.
Em 1987, o inédito tricampeonato aconteceu com Osmar Rodovalho, na direção técnica, com José Roberto Pará como supervisor.

 

Em pé da esq. p/ a dir.: Marião, Alencar, Vandeir, Gilvã, Laércio, Nei Dias e Careca (massagista); Agachados da esq. p/ a dir.: Sérgio Luís, Dito Siqueira, Vanderlei, Vander e Ivanildo.

Em pé da esq. p/ a dir.: Nei Dias, Panzariello, Genilson, Alencar, Ailton Lima, Vandeir e Laércio; Agachados da esq. p/ a dir.: Guerreiro, Jota Maria, Calango e Ivanildo.

 

 Em pé da esq. p/ a dir.: Cabral (massagista), Caruzo, Júlio César, Jorginho, Vagner, Panzariello e Oséias; Agachados da esq. p/ a dir.: Nasser, Edmilson, Pelego, Esquerdinha e Ivanildo.

 

Apesar de passar por mãos de pessoas inteligentes e capacitadas na administração, após a conquista do tri, o Operário só foi conquistar novamente o campeonato em 1994, quando venceu o Dom Bosco, na final, por 3 a 2. O detalhe deste jogo é que o jovem Wender marcou os três gols do chicote e se tornou o único jogador na história do futebol mato-grossense a marcar três vezes em uma única final de campeonato e se tornou também o artilheiro com 17 gols.

Em pé da esq. p/ a dir.: Adrisson, Jailson, Edson Luiz, Ado, Ernandes, Aguinaldo, Ricardo Arandu e Vitor; Agachados da esq. p/ a dir.: Josenilson, Andrade, Didi, Iuca, Rogério Uberaba, Marcelo Papagaio, Renatinho e Wender.

 

Em 1995 veio o bicampeonato conquistado diante do time do União de Rondonópolis. O plantel era formado por Ernandes, Aguinaldo, Sálvio, Marquinhos, Iuca, Zé Valdo, Bujica, Adrisson, Ferreirinha, Márcio, Jailson, Ado, Edson Luiz, Gersinho, Victor, Índio, Josenilson, Jonas, Wender e Abílio. Bujica foi artilheiro da competição 23 gols.

 

Voltou a repetir o feito em 2002, após passar sete anos de jejum.

Após alguns anos afastado, o Operário está voltando aos poucos e este ano conquistou o vice campeonato Mato-grossense e garantiu vagas na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro da Série D em 2020.
Aos poucos o Clube Esportivo Operário Várzea-grandense vai reescrevendo a sua história nas páginas do futebol de Mato Grosso. História que hoje completa 70 anos, escrita com letras maiúsculas.
 
Os Campeões
 
1964 – Saldanha, JK (Vital), Martinho, Formiga, Maneco, Franklin, Damasceno, Poxoréo, Ide, Fião e Lício Amorim.
1967 – Saldanha, JK, Gonçalo, Glauco, Darcy Avelino, Carlinhos, Beto, Ide, Fião, Gebara e Odenir.
1968 – Walter, JK, Gonçalo, Glauco, Darcy Avelino, Adalberto, Poxoréo, Gebara, Ide, Fião e Jaburu.
1972 – Carlos Pedras, JK, Malaquias, Gaguinho, Darcy Avelino, Joel Diamantino, Joel Silva, César, Cecílio, Bife e Odenir. Técnico: Totinha
1973 – Carlos Pedras, Paulinho, Malaquias, Jéferson Lira, Joel Diamantino, Gaguinho, Dirceu Batista, Ruiter, Gilson Lira (Zé Pulula), Bife e Odenir.
1983 – Mão de Onça, Caruzo, Laércio, Panzariello, Juarez, Udelson, Adalberto, Mosca, Manfrini, Bife e Ivanildo.
1985 – Vandeir, Nei Dias, Marião, Gilvan, Laércio, Alencar, Dito Siqueira (Sérgio Luiz), Vander, Lúcio Bala (Nasser), Vanderlei e Ivanildo.
1986 – Vandeir, Genilson, Ailton Lima, Panzariello, Laércio, Sérgio Luiz, Ailton Calango, Mosca, Jota Maria, Luizinho e Ivanildo.
1987 – Júlio César, Caruzo, Laércio, Panzariello, Oseias, Edmilson, Ailton Calango, Esquerdinha, Nasser, Jorginho e Ivanildo.
1994 – Aguinaldo, Josenilson, Edson Luís, Jailson, Ricardo Arandú, Ado, Andrade, Iuca, Renatinho, Vitor e Wender.
1995 – Aguinaldo, Josenilson, Edson Luís, Índio, Zé Valdo, Ado, Vitor, Gersinho, Iuca, Bujica e Wender.
2002 – Alexandre Junior, Odair, Índio, Gonçalves, Marcelo, Renatinho, Elias, Jonas, Toni, Ronaldo e Bibiu.

 

 
 
Fonte: Acervo Pulula da Silva/Jornal O Estado de Mato Grosso/Diário de Cuiabá

“A história do Byron de Valentim até Ibê”

Segue abaixo transcrição de um interessante artigo publicado no jornal “O Fluminense” de Niterói – RJ do dia 21 de outubro de 1980. Nele existem mais curiosidades sobre esta extinta equipe niteroiense, inclusive sobre suas cores:

 

“O Byron, campeão de Niterói em 1922, 1924, 1925 e 1928 nasceu com o nome de Tupy e sua fundação data de 21 de outubro de 1913, Os cruzmaltinos da velha guarda lembram hoje da passagem do 67º aniversário de um clube que começou com Valentim Velasco, auxiliado por Domingos Guerra, Cândido Gomes e Miguel Alonso. A primeira providência foi organizar um grupo que pagasse 4 mil réis mensais e na zona norte, sem lugar qualquer, fizeram um campo com balizas de taquaruçu com Domingos Guerra, que viera do Andarahy AC, funcionando como diretor de futebol.

O clube era chamado Tupy e as cores eram verde e amarela. Com a chegada de alguns ingleses da Europa para a Fábrica de tecidos da rua Dr. March, Miguel Alonso conseguiu logo a cooperação deles e o clube passou a ser chamado Byron em homenagem a Lord Byron. Suas cores passaram a ser verde e branco. Após vários jogos sem compromisso, o Byron fez seu primeiro amistoso contra o Combinado Parrocos, organizado pelo Capitão Vitorino e integrado por Cordovil, Negrinho e os irmãos Couto. O resultado foi 1×1, gols de Henrique para o Byron e Negrinho para o Combinado.

As cores atuais foram em homenagem à direção da Fábrica Manufatura e sua primeira diretoria era presidida pelo Capitão Vitorino Schlusktler e integrada por Valentim Velasco, Nercino de Sousa, Cândido Gomes, Miguel Alonso e Domingos Guerra. O seu atual presidente é Ibê Cabreira Salmada. O campo com arquibancada foi idéia de Valentim Velasco, e para esse trabalho foi organizada a seguinte comissão: Roberto Santos, Mário Tinoco e Cândido Martins Gomes Em 21 de outubro de 1918 era inauguradas as arquibancadas com o jogo Botafogo 4×2 Byron.

O seu 1º título na 1ª Divisão foi em 1922 com Gonzaga, Coelho, Tesoura, João, Tesourão, Marcelino, Vabo, Carango, Gorró, Antenor Neto, Jorge, Laurinho e Albertinho. Já então, o Byron tinha até ode, feita com a melodia da canção do soldado paulista. A letra começava assim: O Byron, na luta ingente / É denodado, forte, valente / Não teme ao adversário / Qualquer surpresa que o desalenta / Nos prélios que toma parte / Leva a vitória sem desempate / Ainda mesmo que necessário / Se torne as vezes, vigor e arte. E a ode segue mais com duas estrofes publicadas em junho de 1919 quando seu 3º time foi campeão da cidade com Thomas, Coelho, Lucio, Hermogenio, Jeronimo, Sergio, Miguel, Gorró, Pedro, Lauro e Jorge. Depois dos títulos de 24 e 25, foi campeão em 28 com China, Lauro, Gudão, Djalma, Guarani, Luizinho, Vabo, Carango, Russo, Zacarias e China II. No 2º time foi campeão em 24, 23 e 27 e no 3º time de 19, 22 e 24.

Vários craques vestiram a camisa do Byron os longo dos 67 anos de sua existência.No início até 30 os destaques foram os que citamos acima e levantaram todos os títulos do clube. De 30 em diante, apesar de não ter sido campeão os destaques maiores foram o centro-médio Dequinha e os meias Didi e Zizinho, sendo que Zizinho saiu das fileiras cruzmaltinas para o Flamengo em novembro de 39, em noite chuvosa, veio a Niterói com Yustrich, Nilton, Caxambu e outros e venceu o Byron por 2×1 para pagar o passe do Mestre. O médio Doca não quis ficar no Rio e Didi estava no Flu quando foi para o Flamengo.”

Diretoria do Americano Esporte Clube (Cuiabá) – 1946/47

Diretoria do Americano Esporte Clube de Cuiabá que tomou posse no dia 20 de maio de 1946:
 
Presidente de Honra: Lúcio de Almeida
Presidente: Togo da Silva Pereira
Vice-Presidente: Afonso Roman
Secretário Geral: Emanuel Ribeiro Daubian
1° Secretário: Pedro Canavarros
2° Secretário: Romualdo Pedroso de Jesus
1° Tesoureiro: Fernando Marques Fontes
2° Tesoureiro: Hilário de Sousa Campos Filho
Diretor Social: Ciriaco Pires de Miranda Sobrinho
Diretor Esportivo: Gabriel de Campos
Diretor de Propaganda: Lázaro Papazian
Guarda Esportes: Luiz Bastos Cuiabano
Conselho Fiscal: Frederico Vaz de Figueiredo, Manoel Pereira Cuiabano e Zeferino Pereira Borges.
 
Fonte: Jornal O Estado de Mato Grosso

Exposição Blumenau Esporte Clube – 98 anos

Troféus, camisas e fotos são alguns dos artigos que compõem a exposição “Brasil, Palmeiras, Blumenau 98 anos! Nossa história continua”, aberta ao público de 19 de julho a 14 de agosto de 2017 no Shopping Neumarkt, em Blumenau.

A exposição celebra os 98 anos do BEC, fundado em 19 de julho de 1919 como Brazil Sport Club. Em 1936, mudou para Recreativo Brasil Esporte Clube e durante a Segunda Guerra Mundial alterou a denominação para Palmeiras Esporte Clube. A partir de 1980, a agremiação passou a adotar o nome da cidade: Blumenau Esporte Clube. Também neste ano adicionou a cor grená às tradicionais branca e verde.

Entre os títulos conquistados pelo clube tricolor  estão o Campeonato Catarinense da Segunda Divisão de 1987 e o Campeonato Catarinense da Série C de 2017. Também foi campeão catarinense de juniores em 1982. A exposição é organizada pela Associação dos Amigos do BEC, entidade criada em 2008 com o objetivo de manter viva a história do Blumenau Esporte Clube.

G.E. Glória de Vacaria: 1988/1989

 

A segundona gaúcha de 1988 possivelmente foi a mais disputada de todos os tempos: 36 equipes lutaram por duas vagas ao Gauchão. O Glória venceu as fases iniciais e apoiado em uma perfeita aliança entre clube, torcida, empresariado e poder público, partiu para a disputa do octogonal final como favorito. A largada, porém, foi preocupante, e a perspectiva do adiamento do sonho por mais um ano começava a tornar-se uma realidade.

Foi quando a direção contratou o técnico Daltro Menezes. Experiente e folclórico, o “Gordinho” deu ao time a confiança necessária para a vitória, que veio de forma definitiva na tarde de 27.11.1988, quando a cidade parou para ver o Glória golear o Ypiranga por 3 a 0 e conquistar o título da Divisão Especial de 1988. Durante o octogonal, o time-base teve: Gasperin; Betão, Chimbica, Chicão e Francisco; Alemão, Plein, Hélder e Edmundo; Zé Carlos e Marcos Toloco.

O grupo campeão da Divisão Especial de 1988. Acima, da esq. para a dir.: Zé Roberto, Zé Moraes, Renato Lima, Chimbica, Didier, Cigano, Gasperin, Luiz Carlos e César “Vaquinha”. Em pé: Beto Almeida (Aux. Técnico), Daltro Menezes (Técnico), Ricardo, Herman, não identificado, Zé Carlos II, Plein, Chiquinho, Zé Carlos, Marcos Toloco, Élder, não identificado, Betão e Antônio Soares dos Santos (Dir. Administrativo). Agachados/sentados: Chimia, Nestor (Massagista), Edmundo, Chicão, Jorginho, Faller, Élton, Francisco, Áureo e Edu Chaves (Supervisor).

Com a vaga assegurada, era necessário preparar-se para a estréia na elite. Manteve-se Daltro Menezes e reforços foram trazidos. A expectativa era imensa, mas a equipe correspondeu ao que dela se esperava: o Rio Grande conheceu o estilo Glória de jogar futebol, feito de muita determinação e espírito de grupo, mesclando a experiência do veterano Gasperin com a raça do jovem atacante Zé Cláudio e com a qualidade de Branco e Edmundo, um dos remanescentes de 1988. Foram dias de Glória! O reconhecimento nacional veio rápido: a revista Placar, na edição 981, dedicava duas páginas à excelente campanha do time no campeonato gaúcho.

O grupo 4º colocado no Gauchão de 1989. Em pé, da esq. para a dir.: Zé Roberto, Paulão, Garcia, Paulo Santos, Vladimir, Didier, Edmundo, Gasperin, Zé Cláudio, Gilberto, Ricardo, Daltro Menezes (Técnico), Hamilton (Prep. Físico), Josimar Pilar (Dir. de Futebol), Alexandre Pilar e Antônio Soares dos Santos (Dir. Administrativo). Ajoelhados: Francisco, Zé Carlos, Áureo, Juarez, Rubinho, não identificado e Edmílson. Sentados/agachados: Jorginho, Branco, Jair, Élder, Chimbica, Edu Chaves (Supervisor) e Nestor (Massagista).

As Partidas memoráveis foram disputadas, como o Internacional X Glória de 09.03.1989, quando os vacarienses encurralaram o adversário em seu próprio terreno e só não saíram vencedores devido à má-arbitragem. Ou como o Glória X Grêmio de 30.04.1989, em Vacaria. Naquele dia, um Grêmio em crise subiu a Serra com a obrigação de vencer, sob pena de eliminação. Em um duelo dramático e tumultuado, o tricolor arrancou suados 2 a 1, no jogo que ficou conhecido como “A Guerra de Vacaria”.

Após um começo empolgante do “Leão”, valeram a experiência e a tradição das outras equipes. Bravamente, o Glória terminou o campeonato no 4º lugar, feito notável para um estreante. Time-base durante o Gauchão, e o melhor da História do clube: Gasperin; Paulão, Vladimir, Juarez e Francisco; Edmílson, Jair, Branco e Edmundo; Geraldo e Zé Cláudio. Campanha: 26 jogos, 7 vitórias, 13 empates e 6 derrotas, 27 gols a favor e 26 gols contra.

O bom resultado no estadual valeu o convite para disputar a Divisão Especial brasileira, mas a equipe foi eliminada na primeira fase. A irregularidade refletia a perda de jogadores importantes: Gasperin encerrara a carreira, enquanto Branco, Edmundo e Zé Cláudio deixaram Vacaria. De qualquer forma, o discreto 34º lugar entre as 96 equipes da segundona brasileira representou a primeira experiência do time vacariense em competições nacionais.

FONTES: Revista Placar e site do G.E. Glória de Vacaria.

SOREC – Cascavel/PR – Participações na 2ª e 3ª Divisões Paranaense.

A Sociedade Recreativa Cascavel ou simplesmente SOREC foi uma agremiação esportiva da cidade de Cascavel no Estado Paraná. Foi fundada em 10 de dezembro de 1994 com sede  na rua Monjoleiro Nº 12 – Recanto Tropical. Criada inicialmente para ser um clube para revelação de talentos, fez sua estréia no profissionalmente em 1998 na Terceira divisão Estadual. Nos anos de 1998 e 1999 jogou a Segunda divisão, voltando para a Terceira divisão em 2000. Em 17 de dezembro de 2001 se fundiu as outras duas equipes existente na cidade, Cascavel Esporte Clube e Cascavel Clube S/A, para dar vida ao Cascavel Clube Recreativo, hoje na segunda divisão Paranaense. Apesar de juridicamente não existir mais, hoje na cidade há uma escola de futebol chamada SOREC/Tigrão.

Equipe do SOREC em  20/02/1999 em Marechal Cândido Rondon– Concórdia(MCR) 1 x 2 SOREC

 Fontes:

Enciclopédia do Lance!

Site do Concórdia de Marechal Cândido Rondon (Hoje inativo)

Facebook SOREC/Tigrão

Sociedade Sportiva Linhas e Cabos – São Paulo (SP): Três edições na Segundona Paulista

A Sociedade Sportiva Linhas e Cabos foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). Fundado dia 17 de Setembro de 1920, por funcionários do setor de instalação e manutenção dos cabos elétricos da Companhia Light: a Light & Power (atual: AES Eletropaulo).

PRAÇA DE ESPORTES

O seu primeiro campo, nos anos 20, ficava localizada na Rua Glycerio, nº 24. Na década seguinte a sua da Praça de Esportes passou para a Avenida do Estado, nº 10. Ambos ficavam no Bairro Várzea do Glicério ou Baixada do Glicério – Centro de São Paulo (SP).

CORES

Na sua primeira década de existência (anos 20), as suas cores era o vermelho e branco recebendo a alcunha de “Vermelhinhos“. Já em meados da década de 30, o clube com a nomenclatura aportuguesada (Sociedade Esportiva Linhas e Cabos) alterou as cores para alvinegro, sendo chamado diversas vezes como “Alvi-preto“.

SEVERINO GRAGGIANI: ‘O idealizador do 1º Jogo Noturno’

Falar da história de quase duas décadas e meia da Sociedade Sportiva Linhas e Cabos sem mencionar o nome do presidente Severino Rômulo Graggiani seria ignorar um fato histórico para o futebol paulista e quiçá brasileiro.

O fato de uma das alcunhas do clube ser chamado de o “Bando do interventor Severino” ou deste nobre homem ter até hoje um busto na Praça Charles Miller, diante do Estádio do Pacaembu, diz que Severino Rômulo Graggiani teve um papel de destaque.

Ele foi o idealizador e responsável pelo 1º jogo noturno realizado em São Paulo. A história começou em 1923. Era véspera de São João. As fogueiras ardiam em muitos quintais e os balões pontilhavam o céu ofuscando as estrelas.

Mas não era só em função disto que o Cambuci estava mais iluminado que de costume, naquela noite fria de sábado, no dia 23 de junho de 1923. Algo de novo acontecia: 22 homens disputavam uma bola de capotão marrom em um campo rodeado por refletores acesos (sob a iluminação dos faróis de 20 bondes). Tratava-se do primeiro jogo de futebol noturno iluminado por luz elétrica.

A idéia partiu de Severino Rômulo Gragnani, funcionário da Light e membro da Sociedade Esportiva Linhas e Cabos, clube pertencente aos empregados da companhia canadense. Os próprios jogadores se encarregaram de instalar dez projetores de mil watts cada nas laterais do campo, a uma altura de 16 pés, e dois refletores com 10 lâmpadas de cento e 50 watts em cada uma das extremidades, a uma altura de 25 pés.

Falecido em 1951, Severino Rômulo Gragnani foi postumamente homenageado – treze anos depois (1964), um busto de bronze, assentado sobre uma coluna de pedra, foi solenemente inaugurado na lateral esquerda do portão principal do estádio do Pacaembu.

Por ironia, os lightianos apenas puderam comemorar o pioneirismo: a partida terminou com a vitória da Associação Atlética República por 2 a 1, na Praça de Esportes, na Rua Glycerio, nº 24, em Várzea do Glicério, no Centro de São Paulo.

Um segundo jogo noturno foi realizado na véspera do natal de 1923, e nele verificou-se novamente um problema já ocorrido na primeira disputa: quando a bola, marrom (couro natural), saía dos focos de luz, ficava difícil encontrá-la.

No embate seguinte, ocorrido em 12 de janeiro de 1924, um anônimo componente da S. E. Linhas e Cabos deu uma ideia consagradora: pintar a bola de branco (Por motivos desconhecidos, não se encontra até hoje o resultado dessas duas partidas).

Busto de Severino Graggiani, na Praça Charles Miller, em frente do Pacaembu

TRÊS EDIÇÕES NA SEGUNDONA PAULISTA

Em 1926, se filiou na Liga de Amadores de Football (LAF). Após um desentendimento com a LAF, a SS Linhas e Cabos acabou sendo excluída. Assim, em julho de 1927, a SS Linhas e Cabos se filiou a Associação Paulista de Esportes Athleticos (APEA).

Durante esse período, o clube participou de três edições do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, nos anos de 1926, 1932 e 1933. A Sociedade Sportiva Linhas e Cabos sobreviveu até abril de 1943 quando encerrou suas atividades devido a despesas e diminuição de seus sócios, o que tornava inviável a sua manutenção.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

Até 1939, o clube seguia sendo chamado de Sociedade Sportiva Linhas e Cabos. A Associação Atlética Light & Power, Fundada em Março de 1930, já existia. Tendo, inclusive, enfrentado a SS Linhas e Cabos, no dia 11 de março de 1937, em comemoração pelo sétimo aniversário da AA Light & Power. Em resumo, até 1939, não encontrei nenhum indício de que as duas equipes se fundiram.

Time base de 1926: Adolpho; Zupallo e Ismenio; Gernymo, Vieira e Canhoto; Antonio, Perillo, Francisco, Pastoril e Albano.

Time base de 1937: Jaguaré; Zezé e Chaney; Messias, Maneco e Landé; Filó, Tito, Francisquinho, Pancini e Sebastião.

 

 FONTES: Almanaque do Futebol Paulista de 2001, de autorias de Jorge Farah Neto e Rodolfo Kussarev Jr. – São Paulo Minha Cidade – Correio de São Paulo – Correio Paulistano