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Arsenal Futebol Clube – Lorena (SP): disputou o Paulista Amador do Interior de 1956

Por Sérgio Mello

O Arsenal Futebol Clube foi uma agremiação do município de Lorena, situado na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte do estado de São Paulo. Sua população é de 84.855 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2020. A localidade está a uma distância da capital de 180 km.

O Mais Querido foi Fundado na quinta-feira, do dia 27 de Janeiro de 1949. Apesar da escassez de informações, vale mencionar que disputou algumas edições do do Campeonato Citadino de Lorena, organizado pela Liga Municipal de Futebol de Lorena (LMFL), como, por exemplo em 1955, quando participaram sete equipes:

Guarani Futebol Clube; Operário Futebol Clube; Independência Futebol Clube; Joana D’Arc Esporte Clube e Arsenal, todos de Lorena, e dois de fora: Brasil Industrial (Guaratinguetá) e Santa Terezinha Futebol Clube (Aparecida).

Acervo de Waldomiro Junho

Jogou o Paulista Amador do Interior

Disputou o Campeonato Paulista Amador do Interior de 1956, organizado pela Federação Paulista de Futebol (FPF). Na quinta-feira, do dia 14 de junho de 1956, a FPF divulgou os grupos, no qual o Arsenal ficou no Setor 7 com Sede da Liga Municipal de Futebol de Lorena, juntamente com nove equipes:

7 de Setembro Futebol Clube (Lorena);  

Esporte Clube Hepacaré (Lorena);

Guarany Futebol Clube (Lorena);

Hôrto Florestal Futebol Clube (Lorena);

Independência Futebol Clube (Lorena);

Joana D’Arc Esporte Clube (Lorena);

União Operária Futebol Clube (Lorena);  

Cachoeira Futebol Clube (Cachoeira Paulista);   

Esporte Clube Estrela (Piquete).

Time base de 1958: Marçal; Cornélio (Juca) e Aldo; Coutinho, João Lopes (Tião) e Cidão (Cuca); China (Marcondes ou Agostinho), Adeildo (Sérgio Leite), Caubi (Timoteo ou Pacheco), Garcia (Botina) e Lobato (Floriano ou Caloi).

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Waldomiro Junho

FONTES: A Gazeta Esportiva (SP) – Página no Facebook “Lorena em Fotos Antigas”

Vila João Jorge Futebol Clube – Mauá (SP): Fundado em 1952

Escudo e uniforme no título do Campeonato Mauense de 1957

Por Sérgio Mello

O Vila João Jorge Futebol Clube (atual: Juá Sociedade Esportiva e Cultural) é uma agremiação do município de Mauá, situado na região metropolitana de São Paulo. Pertence ao ABC Paulista – com uma população de 472.912 habitantes, segundo o Censo do IBGE/2022 – a 26 km da capital do estado de São Paulo.

Diversas reuniões foram realizadas para discutir a criação de clube, até que, numa destas reuniões realizadas na casa de José Stella (atual av. Castelo Branco) resolveram fundar na sexta-feira, do dia 25 de janeiro de 1952, por trabalhadores da extinta empresa Cerâmica João Jorge Figueiredo, é um dos mais antigos e tradicionais clubes de Mauá.

A escolha do nome foi uma mescla de homenagem ao bairro e à empresa. Após a fundação, seus dirigentes procederam à escolha das cores, da aquisição do uniforme, do campo, dos jogos e demais assuntos à vida do novo time de Mauá.

Os fundadores foram Ismael Viana de Freitas, Ivo Pasianot, José Stella, Rubens de Souza (o primeiro presidente), Benedito Fagundes da Costa, Ângelo Rossinelli, Jacir Viana de Freitas, Jorge Brasuski, David Teixeira, José Manoel, Clide Viana de Freitas, Vicente Loro, Domingos Loro e Carlos Ferreira Camargo.

A sua Sede social fica localizada no Jardim Zaíra. O seu 1º Presidente foi o Sr. Rubens de Souza. O seu campo fica localido na Avenida Washington Luiz, nº 1.361, na Vila Magini, em Mauá/SP.

Breve história: um time de muitas famílias

A história do Vila João Futebol Clube, o Juá, é a síntese da união dos trabalhadores da cerâmica Miranda Coelho e das famílias residentes próximas à Fábrica Grande, onde trabalhava boa parte daqueles jovens sonhadores que ousaram criar um time de futebol.

Seu surgimento ocorre num período em que Mauá era um pacato distrito com pouco mais de 10 mil habitantes e seus moradores, em sua maioria trabalhadores das indústrias ceramistas, pertencentes a grupos e familiares próximos.

Desde a fundação, em suas primeiras formações e como em boa parte de sua história, são constantes as presenças de jogadores e dirigentes pertencentes as mesmas famílias.

Nessa septuagenária jornada, constatamos a presença das famílias Pasianot, Gomes, Passini, Loro, Camargo, Trova, Stella, Lourenção, Viana, Brás Pereira, Bagnara, Rodrigues, Moreira, Brazuski, Rosinelli, Teixeira, Xavier e outras, em todas as fases do Juá.

Família Pasianot

Οs Pasianot chegaram a Mauá em 1923. O pioneiro membro dessa família na cidade foi Emilio Pasianot, pai de dois nomes importantes da história do Juá (Dino e Ivo), que era italiano com breve passagem pela França.

Ao chegar no Brasil em 1922, Emilio encontrou seus demais familiares em Batatais, interior de São Paulo, mas pouco ficou na cidade, pois logo no ano seguinte mudou-se para Pilar, como era denominada Mauá.

Vindo do interior, Emilio foi trabalhar nas indústrias cerâmicas (primeiro na Vilela, depois na Cerâmica Mauá), casando-se em 1925 com Maria Furlan. Os três primeiros filhos (Nelson, Ermenegildo e Dino) nasceram em Mauá.

Em razão de compromissos profissionais, mudou com esposa e filhos para Mogi das Cruzes em 1933; naquela cidade nasceram seus demais filhos: Ivo, Ilda e Eunice.

A família Pasianot retornou a Mauá em 1945 e Emilio foi trabalhar na João Jorge Figueiredo, depois Cerâmica Miranda Coelho. Seus filhos Dino e Ivo Pasianot também trabalharam na indústria cerâmicas de Mauá, jogaram futebol e fizeram história no Vila João Jorge, desde a fundação do clube.

Fábrica Grande: cerâmica, futebol e pioneirismos

Com 70 anos de existência no futebol amador de Mauá, o antigo time dos trabalhadores da Fábrica de Louças João Jorge Figueiredo, hoje Juá Sociedade Esportiva e Cultural, revelou grandes nomes para o desporto local. Honrando a tradição operária, suas primeiras formações foram agrupadas apenas para as disputas dos torneios do dia 1º de Maio, competição que, desde os anos 50, reunia os times das fábricas de louças, porcelanas, cerâmicas e das pedreiras, as principais atividades económicas de Mauá naquela época.

O Juá Sociedade Esportiva e Cultural surgiu no maior e mais populoso bairro de Mauá, o Jardim Zaira que, antes de ser loteado, correspondia a uma parte da propriedade rural denominada Sitio Bocaina.

Inserida entre o rio Tamanduateí e a atual estrada de Sapopemba, no interior dessa área instalou-se a Fábrica Grande, pioneira no ramo de louças no município, onde atualmente está o SESI 079.

Em atividade desde Fábrica Grande oferecia moradia aos dores que residiam no entorno da Ali fixaram residência os Viola, os Bagnara e outras pioneiras famílias como os Bechelli, os Loro, os Boyago, Passini, Lourenção, os Mariotto, entre outros, sobrenomes presentes na constituição do Vila João Jorge FC, o primeiro time de futebol local.

Dessa forma, surge o primeiro núcleo populacional no bairro, ao longo da então estrada do Corumbê, posteriormente denominada Miranda Coelho, mais tarde Avenida Um e hoje, Avenida Presidente Castelo Branco.

No final da década de 40, o Sitio Bocaina, então pertencente à João Jorge Figueiredo, foi adquirido pela família Sadek, cujos irmãos e sócios, dentre os quais Chafik Mansur Sadek, ali iniciaram um loteamento popular. De acordo, decidiram também homenagear a matriarca da família, nomeando o loteamento como Zaira Mansur Sadek, popularmente conhecido como Jardim Zaira. A partir do Juá e da Fábrica Grande, outros times ali surgiram.

Primeiro jogo

Em 1952, um excelente time que em sua primeira partida oficial goleou o São João Futebol Clube pelo placar de 8 a 2. O Vila João Jorge formou assim: Dimas; Agostinho, Bugrão, Ivo e Miguel; Domingos, Joãozinho e Orlando; João Bonassorte, Ditinho e Ditinho II.

Primeiro título

Inicialmente, o time era formado por jogadores juvenis, mas com a filiação do Juá na liga de Santo André (a Liga de Mauá só seria fundada em 1958) e a participação do clube em competições como a Taça Cidade de Mauá, a equipe foi reforçada, conquistando assim vários títulos, sendo o primeiro deles em 1955, quando o então Vila João Jorge levantou o troféu da Taça Cidade de Mauá.

Foto posada (Acervo de Celso Stella) de 1958: do Vila João Jorge FC, no antigo campo do Juá (atual SESI 079).
EM PÉ (esquerda para direita): Jeremias, Ernesto, Dinão, Milton, Talin, Bugrão, Américo, Ville Passine, José Stella e Nhéco (Ismael Viana de Freitas);
AGACHADOS (esquerda para direita): Mingão, Xavier, Landão, Clide, Ditinho, Adolfo Leardini e Carlinhos.

O 1º Campeão do Campeonato Citadino de Mauá

Em 1957, a Liga Santoandreense de Futebol (LSF), criou a então chamada “Divisão Mauá”, com a participação de 10 clubes, todos da cidade recém emancipada.

Até então, a Liga de Mauá ainda não havia sido criada, por isso o campeonato foi organizado pela liga da cidade vizinha, mas tanto para os antigos como para os novos dirigentes e simpatizantes do Juá, aquele foi sim o primeiro campeonato mauaense de futebol, conquistado justamente pelo Vila João Jorge FC, numa decisão vencida pela equipe do Zaíra contra o forte time da Porcelana Real.

Os campeões de 1957: Fábio; Heitor, Bugre, Carlinhos e Pedro; Parmejani, Dadinho e Ivo; Xavier, Clide e Ditinho.

O dia que Élio Bernardi jogou pelo Juá

O Prefeito de Mauá duas vezes, Élio Bernardi foi atleta profissional e marcou época no futebol mauaense com a camisa 5 do AA Industrial. No domingo, do dia 19 de junho de 1955, numa excursão do Juá à cidade mineira de Ouro Fino, Bernardi (na condição de vice-prefeito de Mauá) jogou todo o segundo tempo como jogador do Juá e mesmo tendo realizado um bom jogo com a camisa tricolor, não evitou a derrota por 3 a 1 dos mauaenses frente ao Esporte Clube Ourofinense. Carlinhos fez o único gol do Vila João Jorge.

Outros títulos

Sua rica trajetória no futebol amador de Mauá é marcada por títulos. No Campeonato Citadino de Mauá, foram seis títulos: 1957; 1960 e 1961 ambos divido com a Associação Atlética Industrial; 1962, 1963 e 1965.

Em 1966, se sagrou campeão do Torneio de aniversário da Liga Mauaense de Futebol; Campeão do Galo de Ouro de 1960 e 1961; campeão de veteranos de 1970 e 1985; campeão do Máster Cinquentão de 2014; campeão mauaense da Divisão Intermediária (2º divisão) de 1995 e muitos outros.

Vila João Jorge FC mudou de nome

A partir de agosto de 1990, na gestão do Presidente Antonio Rodrigues Moreira, o clube alterou o nome para Juá Sociedade Esportiva e Cultural. Na verdade, havia tempos que a equipe era conhecida como Juá em razão da existência desse fruto espinhoso encontrado nos morros na beira do campo onde mandava seus jogos, hoje Bairro Cerqueira Leite.

1º gol do Rei Pelé

O lateral Vicente Loro, o popular Bugre, foi um dos lendários atletas a vestir a camisa do tradicional time do Jardim Zaíra. Em 1956, Vicente Loro “Bugre” estava na histórica partida realizada em Santo André, quando o Corinthians local foi goleado pelo Santos por 7 a 1. Bugrão foi testemunha presente do primeiro gol de Pelé como atleta profissional.

Dias atuais

O Juá possui um dos melhores campos de várzea de Mauá, palco de importantes passagens do futebol local. Atualmente o Juá disputa o Campeonato Citadino de Mauá da 2º Divisão e um dos clubes organizadores da Copa Amizade, torneio que envolve diversos clubes da região.

Colaborou: Waldomiro Junho

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FOTOS: Acervo de Celso Stella

FONTES: Imprensa ABC – Livro “De Vila joão Jorge a Juá – 70 anos de história no futebol de Mauá 1952 a 2022”, de Daniel Alcarria – Facebook “Mauá memória fotos antigas” e “história da cidade”.

Esporte Clube Mineração Geral do Brasil – Mogi das Cruzes (SP): Duas edições do Campeonato Paulista Amador do Interior, na década de 50

Por Sérgio Mello

O Esporte Clube Mineração Geral do Brasil foi uma agremiação da cidade de Mogi das Cruzes, localizado na Região Metropolitana de São Paulo a Alto Tietê, no estado de São Paulo. Com uma população de 449.955 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.

O “Clube do Aço” foi Fundado no início da década de 40, por funcionários da Usina de Mineração Geral do Brasil Ltda. A sua Sede ficava na Avenida Cavalheiro Nami Jafet, na Vila Industrial, em Mogi das Cruzes/SP.

Praça de Esportes

Em 1942, a empresa Mineração Geral do Brasil, adquiriu o terreno para a construção de uma usina siderúrgica. Uma área com 2 milhões de m² recebeu a unidade da empresa, um conjunto de 550 moradias para funcionários e um campo de futebol.

O Estádio Cavalheiro Nami Jafet foi erguido e administrado pelo Esporte Clube Mineração Geral do Brasil. Em 1957, na presidência de Jamil Harage, o clube transformou o local em um centro esportivo, com a instalação de outras estruturas esportivas, como pista de atletismo. Atualmente o local fica o Estádio Municipal Francisco Ribeiro Nogueira, com capacidade para 14.384 pessoas.

Duas participações no Paulista Amador do Interior

Há registros de que o Esporte Clube Mineração Geral do Brasil tenha disputado, pelo menos, oito edições do Campeonato Paulista Amador do Interior: 1944, 1945, 1949, 1955, 1956, 1957, 1958 e 1959.

No Campeonato Amador do Interior da Zona e Setor 1 de 1957, dirigido pela Liga Municipal de Futebol de Mogi das Cruzes, o E. C. Mineração Geral do Brasil, terminou na 5ª colocação. Abaixo a classificação final.

Esporte Clube Concordia Poaense, 3 pontos perdidos (Campeão);

Vila Santista, Futebol Clube, 7;

Suzano Futebol Clube, 9;

Esporte Clube Mineração Geral do Brasil, 14;

Guararema Futebol Clube, 12;

Cia. Suzano Papel e Celulose Futebol Clube, 19;

Esporte Clube Itamarati, 19;

Sociedade Esportiva Salesopolense, 21.

No Campeonato Amador do Interior da Zona e Setor 1 de 1958, o Esporte Clube Mineração Geral do Brasil fez parte do Setor 2: Mogi das Cruzes (Liga Municipal de Futebol de Mogi das Cruzes), juntamente com as seguintes equipes:

Esporte Clube Brasil Viscosel; Esporte Clube Itamarati; Vila Santista Futebol Clube (todos de Mogi das Cruzes); Guararema Futebol Clube (Guararema) e Suzano Futebol Clube (Suzano).

Time base de 1956: Leão (Castilho); Duílio e Sabiá; Peluda, Chico (Macaco) e Marino; Fumaça (Nei), Vernize, Piolim, Moacir e Chico (Orlando).  

Time base de 1958: Antônio (Samarone); Luiz (Puigo) e Oswaldo; Aparecido, Pazi (Cazinho) e Duílio (Sabiá); Antônio (Milton), Walter (Nilton), Moacyr (Garoto), João (Darcy) e Francisco.  

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Rodolfo Kussarev

FOTOS: Acervo de Waldomiro Junho

FONTES: A Gazeta Esportiva (SP) – Jornal de Notícias (SP)

Escudo e uniforme de 1956/57: Botafogo Futebol Clube – Ribeirão Preto (SP)

Por Sérgio Mello

O Botafogo Futebol Clube é uma agremiação da cidade Ribeirão Preto, localizado a 315 km da capital do estado de São Paulo. Conta com uma população de 698.642 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022.

O “Pantera” foi Fundado no sábado, do dia 12 de outubro de 1918, por meio da fusão dos três times da Vila Tibério: União Paulistano, Tiberense e Ideal Football Club.

A escolha do Nome

As lendas contam que os representantes do clube não conseguiam entrar em acordo quanto ao nome do novo clube e com os ânimos exaltados alguém teria dito que caso não houvesse consenso o melhor era “botá fogo” em tudo e desistir da fusão.

Cores

As cores escolhidas foram preta, branca e vermelha. O uniforme principal é todo branco, com uma faixa horizontal tricolor na camisa. O segundo uniforme possui camisa com listras verticais nas três cores, calção preto e meias vermelhas. Manda seus jogos no Estádio Santa Cruz, que tem capacidade para 28.900 pessoas.

Breve história

No início do século XX, na cidade de Ribeirão Preto (cidade do interior do estado de São Paulo), os primeiros times de futebol representando os bairros da cidade começaram a se estabelecer.

No caso da Vila Tibério, em vez de um, eram três os times que representavam o bairro: União Paulistano, Tiberense e Ideal Football Club. Isso fazia com que os bons jogadores do bairro se diluíssem entre os três, diminuindo assim sua competitividade quando jogavam contra equipes de outros bairros.

Para contornar esta situação, um grupo ligado ao Ideal Football Club convocou representantes do União Paulistano e do Tiberense para uma reunião, com o intuito de propor uma fusão do trio.

Com o consenso pela fusão, o Botafogo Football Club do Rio de Janeiro foi lembrado, e optaram por homenageá-lo com um nome homônimo ao novo time de Ribeirão Preto.

Há também uma versão que garante que chegar ao consenso nesta reunião não estava sendo fácil e, em um dado momento, um dos presentes teria ameaçado a fusão e dito que botaria fogo em todos os documentos que ali estavam; tal ameaça, de acordo com essa visão, teria inspirado o nome do time.

O 1º Presidente foi Joaquim Gagliano, que na ocasião também era funcionário da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Isso facilitou o caminho para que Gagliano conseguisse junto a alguns funcionários da Companhia o primeiro custeio para a aquisição de material esportivo.

As três cores, branco, preto e vermelho, foram tanto uma homenagem ao homônimo carioca (alvinegro) quanto para aludir às cores da bandeira paulista (o alvinegro somado ao vermelho).

Campeão do Centenário de Ribeirão Preto de 1956

A 1ª partida foi disputada em Franca, outra cidade do interior de São Paulo (distante cerca de 90 quilômetros de Ribeirão Preto), contra o Esporte Clube Fulgêncio: vitória por 1 a 0.

O 1º título conquistado foi o de Campeão do Interior da 1ª Região, em 1928, o que credenciou o Botafogo Futebol Clube à disputa da Taça Competência, contra o Palestra Itália, campeão do Campeonato Paulista organizado pela APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos).

Em 1956 e 1957 vieram as conquistas que confirmaram o estabelecimento do time como uma potência de sua região: foi campeão do Centenário de Ribeirão Preto (com vitória sobre o Comercial Futebol Clube por 4 a 2), da Taça dos Invictos do Interior (que pela primeira vez era oferecida a um time de fora da capital) e do Campeonato Paulista da 2ª Divisão, credencial para a disputa da divisão principal.

Hino do clube

Até os anos 70, o time não teve hino oficial, mas algumas marchinhas que aludiam ao clube. Em 1972, na gestão de Ricardo Christiano Ribeiro – que naquela oportunidade assumia o cargo de presidente pela primeira vez –, foi criado um concurso para a escolha de um hino oficial. Dentre 13 concorrentes, o campeão do concurso foi um composto pelo próprio Christiano Ribeiro, sobre letra de Horvildes Simões.

“Botafogo, Botafogo
Orgulho de Ribeirão
Sua fibra, sua raça
Mantém a nossa tradição
A bravura, da sua gente
Acende nossos corações
Grandioso Botafogo
Celeiro de campeões
Foi a Vila, Vila Tibério
O berço do tricolor
Crescendo sempre, se consagrando
Na glória da região
Sem preconceito, tem branco e preto nela
Vermelho representa o sangue do Pantera
Nossa bandeira altaneira, varonil
Vai tremulando pelo céu do meu Brasil
O tricolor de Santa Cruz ninguém engole
Porque a galera do Pantera não é mole”

Mascote

A mascote é uma pantera, instituída após o título de Campeão do Interior da 1ª Região, conquistado em 1928, momento em que a equipe passou a ser conhecida como “Pantera da Mogiana”.

Já o primeiro estádio foi o Luiz Pereira, inaugurado em 24 de fevereiro de 1924, que em seus primeiros anos era chamado de “campo da Vila Tibério”, “campo do Botafogo”, “Fortim da Vila” e “Madeirão”.  

Nos anos 60, foi construído o Estádio Santa Cruz, inaugurado em 21 de janeiro de 1968 em um amistoso contra a Seleção da Romênia, vencido pelos anfitriões por 6 a 2.

Dois dos jogadores que são fortemente associados ao Botafogo Futebol Clube, onde começaram suas carreiras como profissionais, são os irmãos Sócrates (1974-78 e 1989) e Raí (1984-87).

Craques da terrinha

Nascidos em Ribeirão Preto, Sócrates e Raí viram suas carreiras ganharem projeção nacional em suas passagens pelo Sport Club Corinthians e pelo São Paulo Futebol Clube, respectivamente.

Outros jogadores que também se destacaram em suas passagens pelo Pantera em todos os tempos foram o meia Tim (1930-34 e 1948-49), o lateral-esquerdo e zagueiro Dicão (1956-59 e 1960), o goleiro Machado (1954-66), o lateral-direito Eurico (1964-68), o zagueiro Manoel (1971-83), o centroavante Geraldão (1970-75), o atacante Didi (1980-81 e 1988), o centroavante Nélson (1985-92) e o goleiro Doni (2001).

Grande rival

O principal rival é o Comercial Futebol Clube, e o derby que ambos protagonizam é conhecido como “Come-Fogo”. Foram realizados 27 jogos entre 1920 e 1936, que é considerada como a fase amadora do confronto.

À altura de 2015, a soma de todas partidas indica que o Botafogo possuí 61 vitórias; enquanto Comercial venceu 49 e constam 57 empates, tendo o Botafogo assinalado 212 gols contra 208 tentos do Comercial.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FOTOS: A Gazeta Esportiva (1957) – Acervo de Cartões Postais de Toninho Sereno

FONTES: Prefeitura de Ribeirão PretoHistória do futebol no Brasil, T. Mazzoni (2007) – Minienciclopédia do Futebol Brasileiro, Igor Ramos – Botafogo: uma história de amor e glórias, Ribeirão Preto, SP: I. Ramos, 2008 – Site oficial do Botafogo de Ribeirão Preto – Paulo Nascimento

Associação Atlética Usinas Junqueira – Igarapava (SP): Disputou algumas edições do Campeonato Amador do Interior Paulista!

Por Sérgio Mello

A Associação Atlética Usinas Junqueira foi uma agremiação do município de Igarapava, situado no Interior Paulista (SP). Localizado a 447 km da capital (São Paulo), Igarapava conta com uma população de 26.212 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.    

A palavras “Igarapava” é um termo de origem tupi que significa “Porto de canoas“, através da junção dos termos ygara (canoa)upaba (Porto). Numa tradução mais objetiva e a qual foi realmente chamada, Igarapava quer dizer: “Porto das Canoas“.

Após ser realizado nos salões dos escritórios das Usinas Junqueira, uma importante reunião presidida pelo sr. Martiniano de Andrade a “Caçulinha” foi Fundada no domingo, do dia 29 de dezembro de 1935, com o nome de Associação Athletica e Recreativa das Usinas Junqueira.

Nessa reunião tomaram parte todos os elementos mais destacados das Usinas, tendo a mesma corrido animada sob os esforços do sr. Martiniano de Andrade, gerente geral das Usinas, que desejava ver a Associação elevada ao nível do progresso da empresa.

O clube se filou na Federação Paulista de Futebol (FPF), onde disputou o Campeonato Amador do Interior Paulista, em algumas edições, como por exemplo: 1955, 1956, 1957, 1958 e 1982.

A melhor colocação, aconteceu em 1982, quando chegou na grande final, sendo derrotado pelo Corinthians de Pindamonhangaba, terminando assim com o vice-campeonato. A equipe foi campeã do II Torneio da Alta Mogiana de 1978.

Time base de 1956: Armando (Guim); Paulo (Artur) e Cambio; Athaíde, Argemiro (Vadinho) e Melquiades; Pedro (Cormanete), Ditão, Zé, Lelo (Dedé) e Nenê.

Colaborou: Waldomiro Junho

ARTES: desenho dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS: Página do Facebook de Walterci Fedato e da Usinas Junqueira

FONTES: Prefeitura de Igarapava – Correio Paulistano (SP) – A Gazeta Esportiva (SP)

Clube Atlético Tucuruvi – São Paulo (SP): Fundado em 1924

TUCURUVI

O nome “Tucuruvi” tem origem na língua tupi e significa “gafanhoto verde“, através da junção dos termos tukura (gafanhoto) e oby (verde). A 1ª aparição da denominação Tucuruvi consta oficialmente em uma escritura de compra e venda de uma área há 168 anos atrás (1856).

Acervo de Rodolfo Kussarev

O bairro foi formado em sua origem por pastagens de gado em fazendas da região, habitat ideal para gafanhotos. No início do Século XX, predominava apenas a verde paisagem dos sítios e fazendas que existiam na época, dos quais os mais conhecidos eram o Lavrinhas, Pedregulho e Tapera Grande.

O primeiro núcleo do povoamento aconteceu no sábado, do dia 24 de outubro de 1903, quando o inglês Willian Harding adquiriu uma fazenda denominada Itaguaravi, na atual Parada Inglesa e, em 1912, fundou a Villa Harding, onde construiu sua imponente moradia, que também lhe servia de escritório, que passou a chamar-se Palacete Anglo-Parque. No final da década de 70, a Villa Harding foi demolida.

Foto oficial (1948) do C.A. Tucuruvi, no campo da Av. Cabuçu. Escalação: Italiano, Ernesto, Parreca, Wald, Chê I, Enéas, Araujo, O. Soares, Chê II, Ladeira, Nenê e Flávio.
Foto cedida por Ary Marinelli

CLUBE ATLÉTICO TUCURUVI

O Clube Atlético Tucuruvi foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). O “Fidalgo” foi Fundado no domingo, do dia 1º de junho de 1924. A sua Sede social estava localizado na Avenida Tucuruvi, nº 98/ Sobrado, em Tucuruvi.

Já a sua Praça de Esportes (Foto acima) ficava localizado na Avenida Dr. Antônio Maria Laet (atualmente fica a Estação de Metrô Tucuruvi), s/n, Tucuruvi, em São Paulo/SP. As suas cores eram vermelho e branco.

Em 1941/42, disputou a Sub-Liga Esportiva Riachuelo, no qual se sagrou campeão.

Acervo de Rodolfo Kussarev

Na quarta-feira, às 15 horas e 30 minutos, do dia 29 de junho de 1955, foi realizado um amistoso o C.A. Tucuruvi recebeu a visita do time juvenil do São Paulo Futebol Clube. O árbitro da partida foi o Sr. Catão Montea Junior. No final, melhor para os juvenis do Tricolor Paulista que venceram pelo placar de 4 a 1.

Fotografias dos anos 50, do campo do CA Tucuruvi, vendo-se ao fundo, o local onde hoje está situada a estação do metrô Tucuruvi.

Time de 1951: Geninho; Pilho e Argemiro; Bola, Valdemar e Ednéas; Agringo, Quintelinha, Pestana, Dante e Valter.

Foto de 1953

ARTES: escudo e uniforme – Sérgio Mello

FOTOS: Ary Marinelli – Acervo pessoalAcervo de Rodolfo Kussarev

FONTES: meu acervo – Tucuruvi Antiga – A Gazeta da Zona Norte – Facebook – Correio Paulistano (SP) – A Gazeta Esportiva (SP)

União Vila Pirituba Futebol Clube – São Paulo (SP): Fundado em 1941

Por Sérgio Mello

O União Vila Pirituba Futebol Clube foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). Fundado na década de 30, com o nome de Primeiro de Maio. Uma década depois foi reorganizado e rebatizado. Assim, o “Clube mais Querido de Pirituba” foi Fundado em 1941. Em 1967, alterou o nome para Centro Recreativo Vila Pirituba.

A sua Sede social localizado na Avenida Jaraguá (Atual: Avenida Muitinga), nº 2-A, no bairro de Pirituba, na Zona Noroeste da capital paulista.  O seu campo ficava na Av. Agenor Couto de Magalhães, nº 32 (esquina com Avenida Mutinga), em Pirituba.

O União Vila Pirituba era muito ativo nas realizações de eventos como bailes, Festa Junina, Carnaval, etc. Além disso, realizou a corrida pedestre batizado de Volta de Pirituba que acontecia no primeiro semestre e foram realizados: 1946, 1947, 1948, 1949 e 1950. Além do futebol, o clube também contava com o basquete e voleibol.

Em janeiro de 1948, foi empossada a nova diretoria:

Presidente – Antônio Jorge Filho;

Presidente honorário – Antônio Werneck Rodrigues;

Vice-presidente – Mansueto Pradella;

1º Secretario – Stefano Mauzzer;

2º Secretario – Felipe Ramos;

Tesoureiro – Humberto Castelo;

Diretor esportivo – Pedro Rodrigues;

Auxiliar esportivo – Sírio do Prado.

Quadra Poliesportiva inaugurada em 1955

Na terça-feira, do dia 15 de novembro de 1955, foi inaugurado a quadra poliesportiva do União. No vizinho subúrbio da E.F.S.J., na praça de esportes do União V. Pirituba F.C., na Av. Jaraguá, nº 2, a quadra de Bola ao Cesto (basquete) e Voleibol.

Quadra foi construída de acordo com os regulamentos oficiais e que muito irá engrandecer o desenvolvimento desse esporte no vizinho subúrbio bandeirante.

O início das festividades está programado para às 14 horas, no que tomarão parte o forte quinteto do Grêmio 15 de Dezembro, da Escola de Oficiais da nossa gloriosa Força Pública, contra o forte conjunto do Nacional A.C., que gentilmente atenderam aos convites formulados para esta grande tarde esportiva.

Como preliminar teremos a apresentação inicial dos principiantes de voleibol, que será os quadros do União Vila Pirituba e o São Paulo Recreativo (S.P.R.).

Participações na esfera amadora

No futebol, União Vila Pirituba esteve presente em diversas competições organizadas pela Federação Paulista de Futebol (FPF). A Divisão Varzeana de Futebol do Estado de São Paulo, Subdivisão Lapeana de 1948. O Campeonato Varzeano de Futebol de 1954; Campeonato Amador do Interior de 1957; a Divisão Extra de Amadores de 1959, entre outras.

União bate o E.C. Cruzeiro

Na sexta-feira, do dia 16 de janeiro de 1948, o União Vila Pirituba Futebol Clube recebeu o Esporte Clube Cruzeiro, valendo a bela taça ofertada pela Mercearia São Jorge. No final, melhor para o União que goleou o adversário pelo placar de 5 a 0.

Os gols foram assinalados por Miro, três vezes; Macaco e Toco, um tento cada. O União jogou com a seguinte formação: Pingo; Barbozinha e Colim; Armando, Macaco e Ferrara; Piva, Miro, Toco, Martins e Orlando.

Triunfo diante do C.A. São Bento

No domingo, do dia 08 de agosto de 1954, o União Vila Pirituba recebeu a visita do forte e disciplinado conjunto do Clube Atletico São Bento, e venceu pelo placar de 4 a 3. Os gols foram assinalados por intermédio de Mineiro, Jaú e Emerson, duas vezes.

Nos Segundos Quadros, o União também saiu vencedor pela contagem de 3 a 1. O time principal do União jogou com: Osvaldo; Colim e Barbante; Cinzeiro, Álvaro e Orlando; Emerson, Djalma, Jaú, Açúcar e Mineiro.

Vitória no clássico

No domingo, do dia 14 de abril de 1957, pela 1ª rodada do Campeonato Amador do Interior, da FPF, Setor “9”, o União Vila Pirituba F. C. venceu espetacularmente o valoroso esquadrão do Pirituba F. C. pela contagem de 1 a 0, tento este consignado por Emilinho, aos 5 minutos do primeiro tempo.

Os dois quadros, velhos rivais e que há oito anos não se defrontavam, fizeram uma brilhante partida, proporcionando à numerosa torcida que lotou a Praça de Esportes do União Vila Pirituba F. C., um espetáculo bonito e cavalheiresco, digno dos melhores aplausos.

O juiz da partida foi o sr. Mario Gardeli, indicado pela FPF, que teve uma brilhante atuação. O União Vila Pirituba F. C. alinhou com: Chico; Orlando e Landão; Paulo, Álvaro e Emilinho; Djalma, Ivo, Dilio, Tite e Jaú.

A preliminar terminou sem abertura de contagem, tendo o Segundo Quadro do Unido União Vila Piritu F. C. jogado com a seguinte escalação: Orlando; Júlio e Ênio; Laercio, Zé Pulinho e Mineiro; Castelinho; Joel, Adão, Martelo e Bolinha.

União foi goleado pelo time misto do São Paulo F.C.

No domingo, do dia 13 de abril de 1958, no vizinho subúrbio da E.F.S.J., enfrentou o seu adversário mais famoso e poderoso: o São Paulo Futebol Clube.

Mesmo com o seu time misto, o São Paulo F.C. não tomou conhecimento e goleou o União Vila Pirituba F.C. pelo placar de 5 a 1. O árbitro da partida foi o Sr. Serafim Bombicino.

O Tricolor do Morumbi formou com: Valdemar; Lopes, Atilio, Sabará, Laurindo, Ademar, Eduardo, Juraci, Rubini, Osvaldo, Celso, Roberto. Na preliminar, jogaram o misto do União Vila Pirituba F.C. venceu o Tiradentes F.C., de Vila Mirante.

ARTES: Desenho do escudo e uniformes – Sérgio Mello

COLABOROU: Waldomiro Junho

FOTOS: Acervo da Página no Facebook “Histórias de Pirituba”

FONTES: A Gazeta Esportiva (SP) – A Tribuna (SP) – Correio Paulistano (SP) – Diário da Noite (SP) – Jornal de Notícias (SP) – Mundo Esportivo (SP) – Página no Facebook “Histórias de Pirituba”

Grêmio Esportivo Vila Harding – São Paulo (SP): Fundado em 1930!

VILA HARDING

Os ingleses são bastante presentes na formação de São Paulo em muitos aspectos. O mais conhecido deles, provavelmente, envolve a ferrovia São Paulo Railway cuja presença atualmente é mais observada em algumas estações ferroviárias, como a Luz e de Paranapiacaba.

Contudo os ingleses se fazem também presentes na urbanização de um importante bairro paulistano e também de seus arredores: o Tucuruvi.

Harding chegou ao Brasil no final do Século XIX para trabalhar nas ferrovias operadas por ingleses e no início do século seguinte, precisamente em 1903, adquiriu uma grande propriedade rural chamada Fazenda Itaquaravi.

Nos primeiros anos a fazenda ficou sem grandes alterações, até que posteriormente ele decide fazer um pequeno povoamento na região e, claro, também fixar ali sua residência em uma região ainda pouco habitada e bastante agradável.

Assim em 1912 William Harding contrata o empreiteiro civil de origem portuguesa João Fidalgo para erguer ali sua nova residência, que, ao ser concluída, seria batizada de Vila Harding. O palacete foi erguido no ponto mais alto de sua propriedade, bem no topo da colina, em uma área de entorno de 7000m². A edificação servia tanto de casa, quanto escritório.

Das terras pertencentes a Harding sairiam duas importantes estações ferroviárias do extinto Tramway da Cantareira, a Parada Inglesa e Tucuruvi.

No caso da primeira estação o nome foi uma adaptação do nome popular que a estação havia recebido. A pequena parada passava pelas terras de Harding e era conhecida como a “Parada do Inglês”, posteriormente tornando-se a Parada Inglesa.

Já a estação Tucuruvi é intimamente ligada a William Harding, pois a parada foi criada graças à doação, por parte dele, do terreno onde ela viria a ser construída. Toda a região do Tucuruvi acabou basicamente se desenvolvendo ao redor da Vila Harding, que rapidamente virou a grande referência da região.

Boa parte dos loteamentos que ali surgiram foram oriundos da velha fazenda Itaquaravi que aos poucos se transformava em um movimentado bairro paulistano, caminho para outras paragens mais distantes como a Cantareira e a vizinha cidade de Guarulhos.

William Harding viveu em seu palacete até falecer em 10 de abril de 1942. O cortejo, inclusive, saiu de sua residência até o Cemitério de Santana (Chora Menino) onde ele foi sepultado no dia seguinte.

Após sua morte o palacete pouco depois trocou de mãos sendo vendido para João Fidalgo, que foi seu construtor. Na década de 40, Fidalgo era conhecido como um controverso empresário do ramo da construção civil, devido a inúmeras casas problemáticas que construiu na região, cujo apelido era “Cidade Maldita”.

GRÊMIO ESPORTIVO VILA HARDING DO TUCURUVI

O Grêmio Esportivo Vila Harding foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). Fundando em Janeiro de 1930, o nome de Chuta Vento Football Club. Quatro meses depois, alterou para Villa Harding Football Club do Tucuruvy. Em novembro de 1937, foi reorganizado.

A sua Sede ficava na Travessa Esperança, nº 4-A, com a Travessa Av. Mazzei, na altura do nº 112 – Tucuruvi – São Paulo (SP). A sua última Sede: Rua Salvador Bicudo, nº 30 – Tucuruvi – São Paulo (SP). A sua Praça de Esportes: Avenida Tucuruvi, nº 428 – Tucuruvi – São Paulo (SP).

O clube participou de diversas competições varzeanas, com em 1947, disputou o Campeonato da LECI (Liga Esportiva do Comércio e Infdústria) e o Campeonato da Sub-Divisão Riachuelo. Em 1950, disputou o Torneio Varzeano Dr. Adhemar de Barros, no Tucuruvi – Setor nº 1.

Na Assembleia Geral definiu a nova diretoria do Vila Harding, realizado na terça-feira, do dia 13 de janeiro de 1948. A posse aconteceu na sexta-feira, do dia 30 de janeiro de 1948. A diretoria foi constituída pelos seguintes membros:

Presidente – Antônio Narinati;

Vice-presidente – Antônio Lopes Nascimento;

2º Vice-presidente – Mario Perpetuo;

Secretário geral – Valdemar Rodrigues;

1º Secretário geral – Neri F. Vitrio;

2º Secretário geral – Fernandes Deneiro;

Tesoureiro – João Sambineli;

2º Tesoureiro – Domingos Gutierrez;

Diretor Geral dos Esportes – Domingos Marques;

1º Esportivo – Marino Gutierrez;

2º Esportivo – Angelino Pugliese.

Algumas formações:

Time base de 1948: Nelson; Nicola e Carlos; Ari, Manão e Luizinho; Luiz, Novais, Orlando, Eduardo e Isaltino.

Time base de 1951: Nelsinho (Baiano); Pedrão e Nino (Cascata); Ticaba I (Cláudio), Falaschi (Jacob) e Nilson (Emilio); Silvio (Ticaba II), Clóvis (João Maria), Zeca (Formiga), Mario II e Carlito (Batata). Técnico: Duca.

Time base de 1952: Nelsinho; Levi e Nino; Ticaba II, Falaschi e Nilson; Silvio, Mario, Zeca, Ditão e Carlito. Técnico: Duca.

Time base de 1953: Isaltino; Nilson e Nino; Geraldo, Valadão e Valdemar; João Maria, Mario I, Marino, Eduardo e Zeca.

ARTES: escudo e uniforme – Sérgio Mello

FONTES: A Gazeta (SP) – Correio Paulistano (SP) – Jornal de Notícias (SP) – Mundo Esportivo (SP) – Tucuruvi Antiga – A Gazeta da Zona Norte – Facebook