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Mavilis Futebol Clube – Rio de Janeiro (RJ): Duas edições no Estadual de 1933 e 34

Escudo raro de 1930

Por Sérgio Mello

O Mavilis Football Club foi uma agremiação do bairro do Caju, situado na zona norte (vizinho a zona portuária), da cidade do Rio de Janeiro (RJ). A história começou com o surgimento da Fábrica de Tecidos Pau Grande, em 1878, no bairro de Pau Grande (terra de Mané Garrincha), no distrito de Vila Inhomirim, em Magé (na região Metropolitana), do estado do Rio de Janeiro.

Em 1885, passou a se chamar Companhia de Fiação e Tecidos Pau Grande (CFTPG). Um de seus diretores era o gaúcho Manuel Vicente Lisboa, comerciante e atacadista de tecidos, considerado pelos demais sócios o responsável pela reorganização da empresa. De 1889 a 1896, foi o presidente.

Em 1891 a CFTPG adquiriu da Companhia Manufatureira Cruzeiro do Sul a Fábrica Cruzeiro, que estava em construção na área de uma chácara existente na Rua Barão de Mesquita, nº 82, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Em 1892, a CFTPG passou a se chamar Companhia América Fabril.

Em 1903, a empresa cresceu ainda mais, ao comprar a Fábrica Bonfim, que havia pertencido à Companhia União Industrial São Sebastião, e que se localizava na Rua General Gurjão, nº 25, no bairro do Caju – próximo à estação inicial da Estrada de Ferro Rio d’Ouro.

Em 1910, construiu uma nova unidade fabril ao lado da Fábrica Bonfim, no nº 81 da mesma rua. Em homenagem ao Manuel Vicente Lisboa, essa fábrica acabou sendo batizada de “Mavilis”, sigla formada pelas primeiras sílabas de seu nome.

Para controlar o lazer de seus funcionários, a empresa criou, em 1919, a Associação dos Operários da América Fabril. Mas além dela, as unidades fabris também tinham seus times próprios.

Por exemplo, a Fábrica Pau Grande sustentava o S.C. Pau Grande, em que, a partir de 1947, jogou um garoto de 14 anos chamado Manuel dos Santos, mais conhecido por “Garrincha”.

A Fábrica Cruzeiro apoiava o Andarahy Athletico Club, que jogava num terreno vizinho, situado na rua Barão de São Francisco, nº 236, que depois pertenceu ao America F.C., que nada tinha a ver com o América Fabril.

Nessa leva, surgiu a ideia de se criar um time, inspirado no antigo Mavilis Brasileiro F.C., que foi fundado por moradores do Bairro de São Cristóvão, principalmente os operários da Fábrica Mavilis e Bonfim (um dos tentáculos da Cia. América Fabril).

Time posado do Mavilis, em 1930

Fundação do Mavilis F.C.

Assim, foi Fundado na terça-feira, do dia 23 de setembro de 1913, por Manuel Vicente Lisboa, que definiu o nome utilizando as primeiras silabas do nome e sobrenomes: MAnuel VIcente LISboa = MAVILIS. O sócio nº 1, foi Joel de Sousa Martins (ex-jogador do Fluminense).

Foram os seus pioneiros: Silva, Constantino, Isnard Pires, Evaristo Teixeira e muitos outros que não mediram sacrifícios e deram o passo inicial para fundar uma nova agremiação. Pelo apoio que receberam da Fábrica Mavilis.

Primeira Diretoria

A 1ª Diretoria foi liderado pelo Presidente Manuel Vicente Lisboa, que tinha os seguintes diretores: Evaristo Teixeira Ferreira; Guilherme Paraense Filho; Manuel Silva, Adelino da Fontes, Antônio Corrêa Torres, Antônio da Silva Guimarães, Constantino Teixeira e Pedro Chagas.

Dentre os nomes acima, uma curiosidade: Guilherme Paraense Filho era filho do tenente do Exército e atleta de Tiro Esportivo do Fluminense, Guilherme Paraense, que foi o 1º brasileiro a conquistar medalha de ouro, na Olimpíada de Antuérpia (Bélgica), na terça-feira, do dia 3 de agosto de 1920.

Bandeira do Reino Unido – Wikipédia, a enciclopédia livre

As cores e o responsável pela aquisição do campo

As cores escolhidas foi o vermelho e azul, inspirado na bandeira inglesa, que na época dominavam as indústrias nesta cidade. A sua Sede e a Praça de Esportes (Praia do Retiro Saudoso) ficavam localizados na Rua Carlos Seidl, nº 993, no simpático bairro do Caju, na zona norte do Rio.

A construção de seu campo teve no desportista Afonso Bebiano um abnegado ao extremo, pois foi quem doou ao clube uma vasta área, na ocasião pantanosa, mas que graças aos verdadeiros mavilenses, conseguiram aterrá-la e construir ali sua praça de esportes.

Uma das primeiras preocupações de seus dirigentes, foi estipular a mensalidade de um tostão antigo, importância essa que em 1913, os seus fundadores encontravam dificuldade para saldar.

Outras modalidades

Além do futebol, o Mavilis foi um dos pioneiros no Futebol de Salão (Futsal) na Guanabara, contando com uma equipe de voleibol. Na década de 60, tinha a ‘queda de braço’, onde clube foi bicampeão com o seu atleta Raimundo Teixeira, na categoria de peso mosca; assim como uma equipe da Pesca Desportiva, criada sob a direção do sr. José Secundo, e filiada à Federação de Pesca.

Fase áurea na década de 30

Em que pese ter permanecido como um clube amadorista a ‘era de ouro’ do Mavilis FC, foi ainda no período amadorista do futebol brasileiro, isso até o ano de 1932. Em 1929, com os seus Primeiros e Segundos Quadros, o Mavilis Football Club, sagrou-se campeão da Liga Suburbana.

Em 1932, quando o Botafogo levantou o último título do amadorismo, o Mavilis realizou excelente campanha, chegando ao vice-campeonato, na antiga AMEA. Mais tarde passou a ser filiado da Liga Suburbana de Desportos e finalmente ajudou a fundar o Departamento Autônomo da Federação Carioca de Futebol (FCF).

Duas participações na Elite do Futebol Carioca

O Rubro-anil do Caju disputou duas edições do Campeonato Carioca da 1ª Divisão, em 1933 e 1934. O maior momento feito do Mavilis aconteceu em 1934, quando terminou na 2ª colocação do Campeonato Carioca da 1ª Divisão, organizado pela AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Atléticos).

Como o Mavilis ingressou no Carioca da 1ª Divisão? Na quinta-feira, do dia 9 de Março de 1933, a AMEA se encontrava em “maus lenções”, com a debandada do Fluminense, Vasco, Flamengo, America, Bangu e Bonsucesso. Diante dessa crise, a entidade convidou o Mavilis, Confiança, River, Olaria e Carioca para recompor o certame.

Mavilis é eliminado pelo Botafogo no Torneio Início de 1933

O Torneio Início do Carioca da AMEA de 1933, foi realizado no domingo, às 11h25min., do dia 16 de abril, no Estádio General Severiano, no bairro de Botafogo, na zona sul do Rio. O Mavilis estreou com vitória diante do Sport Club Brasil (Urca), pelo placar de 1 a 0. O time formou: China; Genaro e Bagueth; Nenê, Silvério e Procópio; Alvinho, Pisca, Aragão, Hélio e Honorino

O árbitro foi Vicente Neiva Filho. Porém, na segunda fase, o Rubro-Anil do Caju caiu para o Botafogo, que venceu por 3 a 0. O clube da Estrela Solitária chegou na final, mas acabou derrotado pelo São Christóvão Athletico Club por 3 a 0. O time Cadete ficou com o título, enquanto o Botafogo ficou com o vice.

Mavilis fica na 7ª posição no Carioca de 1933

Na tarde chuvosa de domingo, do dia 21 de maio de 1933, o Mavilis debutou na Elite do Futebol Carioca, diante do Engenho de Dentro, no Estádio Retiro Saudoso, na Rua Carlos Seidl, no Caju, na zona norte do Rio.

Um bom público compareceu para prestigiar o Rubro-Anil do Caju, que apesar da boa atuação, ficou no empate em 2 a 2. Na primeira etapa, o Mavilis abriu o 0000ppppplacar por intermédio do atacante Honorino.

Na etapa complementar, Mario soltou um foguete para deixar tudo igual. Aos 40 minutos, novamente, Mario fez o 2º tento, colocando o Engenho de Dentro em vantagem. Logo depois, após um escanteio, Pisca I testou de forma fulminante deixando placar em ippgualdade. O árbitro foi o sr. Pedro Gomes de Carvalho. Nos Segundos Quadros, o Mavilis goleou o oponente por 4 a 0.

O Mavilis: Medonho; Nenê e Bagueth; Camisa, Silvério e Pequenino; Araujo, Harven (Pisca I), Aragão, Honorino e Camarinha.

Engenho de Dentro: Walter; China e Virada; Quino, Adelino e Rubens; 23, Mario, Manolo, Antônio e Aduane.

Em junho de 1933, o Mavilis acabou perdendo um dos destaques, o atacante Honorino, que se transferiu para o Bonsucesso Futebol Clube.

Somente na sexta rodada, o Mavilis obteve a sua 1ª vitória no Carioca de 1933. No domingo, do dia 09 de julho, o Rubro-Anil do Caju foi até a Rua João Pinheiro, no bairro da Piedade, vencendo de forma convincente o brioso River Football Club pelo placar de 3 a 0.

Os gols foram assinalados por Camarinha, no final do 1º tempo.  Anníbal no início da segunda etapa e, novamente, Camarinha, deu números finais ao jogo. Carlos de Carvalho, o “Americano” (Andarahy AC), foi o árbitro da peleja.

River: Nicanor; Pery e Luiz II; Orestino, Gradim e Bolão; China, Manoelzinho, Alemão (Bebeto) e Mies.

Mavilis: Medonho; Bagueth e Genaro; Pequenino, Camisa e Annibal; Alô, Aragão, Goulart, Galhoti e Camarinha.

Campanha do Mavilis em 1933

21 de maioMavilis FC2X2Engenho de Dentro AC
28 de maioOlaria AC2X2Mavilis FC
11 de junhoMavilis FC3X3SC Cocotá
18 de junhoMavilis FC1X4Botafogo FC
25 de junhoSC Brasil1X1Mavilis FC
09 de julhoRiver FC0X3Mavilis FC
23 de julhoMavilis FC3X3Andarahy AC
30 de julhoAA Portuguesa3X3Mavilis FC
27 de agostoMavilis FC2X2Confiança AC
03 de setembroEngenho de Dentro AC3X1Mavilis FC
10 de setembroMavilis FC2X4Olaria AC
1º de outubroBotafogo FC3X0Mavilis FC
29 de outubroMavilis FC4X1River FC
05 de novembroAndarahy AC2X2Mavilis FC
12 de novembroMavilis FC3X2AA Portuguesa
19 de novembroConfiança AC4X2Mavilis FC
26 de novembroMavilis FC2X1SC Brasil
03 de dezembroSC CocotáWOXMavilis FC *

* Um dia antes da partida, o Mavilis entregou os pontos ao Cocotá, enviando Ofício a AMEA, comunicando que não iria comparecer na Ilha do Governador.  

No final, o Mavilis fechou o Campeonato Carioca da 1ª Divisão de 1933, na 7ª posição (num total de 10 clubes): foram 16 pontos em 18 jogos; com quatro vitórias; oito empates e seis derrotas; marcando 36 gols, sofrendo 40 e um saldo negativo de quatro.

O time-base de 1933, do Mavilis: Medonho (Agostinho, Ismael ou China); Nenê (Genaro ou Mello) e Bagueth (Oswaldo ou Genesio); Annibal (Pequenino), Silvério e Camisa; Alô (Ernani ou Araujo), Hermes (Harven ou Tita), Aragão (Mario ou Pisca I), Honorino (Freire ou Goulart) e Camarinha (Galhoti).

Mavilis vice-campeão do Torneio Início de 1934

Um pequeno público compareceu no estádio do Andarahy, na Rua Barão de São Francisco, no bairro do Andaraí, na zona norte do Rio, a fim de assistir o Torneio Início entre os clubes da 1ª Divisão da AMEA, tanto que a renda não chegou a alcançar oitocentos mil réis!

O Mavilis estreou vencendo, no 2º jogo, o River pelo placar de 2 a 1. Arbitragem ficou a cargo do sr. Alfredo da Silva Mesquita. O Mavilis jogou assim: Antônio; Alfredo e Genaro; Silvério, Alô e Antônio; João, Augusto, Ary, Freire e Motta Filho.

O River: Alipio; Francisco e Mello; Rocha, Malaquias e Antonio; Canedo, Oliveira, Couto, Dutra e Luiz.

Na segunda fase, com arbitragem do sr. Carlos de Carvalho, o Mavilis bateu o Confiança, por 2 a 0. O Mavilis: Antônio; Alfredo e Genaro; Silvério, Alô e Antônio; João, Augusto, Ary, Freire e Motta Filho.

Confiança: Couto, Altair e Josué; Elias, Waldemar e Syrio; Euclydes, Rosas, Freitas, Salvador e Martiniano.

Na semifinal, o Mavilis e Olaria empataram sem gols, porém no 1º critério de desempate, o Rubro-Anil do Caju avançou por 2 escanteios a zero. O árbitro foi Alfredo da Silva Mesquita.

O Mavilis: Antônio; Alfredo e Genaro; Silvério, Alô e Antônio; João, Augusto, Ary, Freire e Motta Filho.

Olaria: João; Alfredo e Armindo; Germano, Augusto e Joaquim (Viveiros); Horácio, Rubem Gago, Vieira; Corrêa e Pierre.

Na grande final, com arbitragem de Sebastião de Campos Cesário, Botafogo e Mavilis empataram sem gols, no tempo normal. Na prorrogação, o clube da Estrela Solitária venceu por 1 a 0. O herói foi o atacante Pirica, autor do gol do título. Com isso, o Mavilis ficou com o vice do Torneio Início de 1934.

O Mavilis: Antônio; Alfredo e Genaro; Silvério, Alô e Antônio; João, Augusto, Ary, Freire e Motta Filho.

Botafogo: Germano; Orlando e Vicente; Affonso, Waldyr e John; Eloy, Beijinho, Carvalho Leite, Jayme e Pirica.

Vice-campeão Carioca de 1934

Na estreia do Carioca de 1934 – no domingo, do dia 15 de abril – O Mavilis venceu o Engenho de Dentro por 2 a 1, no Estádio Retiro Saudoso, na Rua Carlos Seidl, no Caju.

Os gols foram assinalados por Ary e Aragão para o Mavilis; enquanto Mário fez o tento de honra do Engenho de Dentro. Sebastião de Campos Cesário foi árbitro da partida. O time do Caju formou assim: Ninho; Alfredo e Genaro; Parreira, Silvério e Alô II; Antoninho, Juca, Aragão, Pisca II e Ary e Alô II (Cap.).

No returno, o Mavilis venceu o Botafogo, que foi o campeão, por 2 a 0 (Gols de Honório e Chavão, ambos na etapa final), em casa, no domingo, do dia 22 de julho de 1934. No final foram 13 pontos em 11 jogos; com seis vitórias, um empate e cinco derrotas; marcando 29 gols, sofrendo 26 e um saldo positivo de três tentos, terminando na 2ª colocação.


Campanha do Mavilis em 1934

15 de abrilMavilis FC2X1Engenho de Dentro AC
22 de abrilBotafogo FC4X2Mavilis FC
29 de abrilMavilis FC4X2Olaria AC
13 de maioSC Cocotá4X3Mavilis FC
20 de maioMavilis FC3X3Andarahy AC
03 de junhoAA Portuguesa1X3Mavilis FC
10 de junho *Mavilis FCWOXRiver FC
24 de junhoSC BrasilXWOMavilis FC
1º de JulhoConfiança ACXWOMavilis FC
15 de JulhoEngenho de Dentro ACXWOMavilis FC
22 de julhoMavilis FC2X0Botafogo FC
29 de julho **Olaria AC3X0Mavilis FC
5 de agostoMavilis FCWOXSC Cocotá
12 de agostoMavilis FC7X3AA Portuguesa
9 de setembroRiver FCXWOMavilis FC
23 de setembroMavilis FCWOXSC Brasil
30 de setembroMavilis FCWOXConfiança AC
13/01/1935Andarahy AC5X3Mavilis FC

* Em razão da recusa da AMEA, em não inscrever o atleta Alfredo da Silva, do River FC, por não conter a assinatura do presidente do clube e haver este atestado o boletim em data anterior a do requerimento feito pelo jogador. O River FC, em represália, não compareceu ao jogo do dia 10 de junho contra o Mavilis FC, perdendo por WO.

** A partida foi interrompida e concluída em 28 de outubro de 1934.

Os demais WO não foram computados, pois os clubes abandoram a competição.

Mavilis é colocado na 2ª Divisão da FMD e desiste de participar do Carioca de 1935

Arquibancadas do tradicional Mavilis, que com apoio dos moradores e comércio da localidade poderá desaparecer, dando lugar a outra, confortável e digna de clube.

Com a criação da nova entidade carioca (Federação Metropolitana de Desportos, no dia 11 de dezembro de 1934), ficou definido em reunião, na sexta-feira, do dia 08 de março de 1935, os seguintes integrantes da Primeira Divisão: Vasco da Gama, Botafogo, Bangu, Carioca, Andarahy, Olaria, Brasil e Madureira.

A decisão de colocar o clube para a Segunda Divisão, da FMD, não agradou a diretoria do Mavilis. Após Assembleia, na terça-feira, do dia 07 de maio de 1935, ficou decidido que o clube não iria participar do campeonato da FMD. E assim, o Mavilis nunca mais voltou a disputar a Elite do Futebol Carioca.

Campeão na Federação Suburbana de 1938

Acervo de Sérgio Mello – campo do Mavilis, na década de 70

O Mavilis ajudou a fundar a Federação Athletica Suburbana (FAS), onde se sagrou campeão da Zona Sul, no domingo, do dia 5 de julho de 1938, ao bater o Sport Club Rodrigues pelo placar de 4 a 2, no estádio da Avenida Francisco Bicalho, que margeia os bairros do Santo Cristo e de São Cristóvão, situados na Zona Central do Rio.

Os gols foram assinalados pelo meia esquerda Hugo e João, com dois tentos cada para o Mavilis; enquanto Alyrio e Gato fizeram os gols do SC Rodrigues. O árbitro foi o sr. Abilio dos Santos. Na preliminar, os Segundo Quadros, do Mavilis goleou o SC Rodrigues pelo placar de 7 a 2.

Mavilis: Waldemar; Deport e Oswaldo; Alô, Leleco e Tavares; João, Carlos, Walter, Hugo e Moinho.

SC Rodrigues: Phantasma; Alberto e Carijó; Nunes, Herculano e Carestia; Lindo, Bahia, Gato, Marinho e Alyrio.

Conforme pretensões da diretoria mavilense, no lugar desta velha sede esportiva, deverá surgir um belo ginásio.

Mavilis foi um dos fundadores do DA

Na quinta-feira, do dia 07 de julho de 1949, o Mavilis foi um dos fundadores do Departamento Autônomo (DA). O seu melhor resultado aconteceu em 1969, quando terminou com o vice-campeonato, ao perder na decisão para o Atlético Clube Nacional.

Mavilis enfrentou o Flamengo

Na tarde de domingo, do dia 04 de janeiro de 1942, os profissionais do Flamengo enfrentaram, em amistoso, o Mavilis (que tinha ingressado recentemente na Federação Metropolitana, para disputar a Segunda Divisão), no Caju.

Venceu o Rubro-Negro

A luta, como não podia deixar de ser, atraiu ao seu local um público numeroso, que não regateou aplausos ante o espetáculo movimentado que caracterizou o match durante todo o seu transcurso.

A arbitragem do match, esteve a cargo do sr. Pereira da Silva, cujo desempenho satisfez plenamente. Na preliminar, o Tira Teima F. C. venceu o Sapucaia, pela contagem de 3 a 1.

Embora o Flamengo fosse apontado como franco favorito, todavia o seu triunfo não foi fácil. Lutaram os rubro-negros frente a um conjunto que, além de soberanamente organizado, possui ainda um entusiasmo que em certos momentos superou a técnica a superioridade da equipe do campeão de terra e mar.

Assim, o Flamengo teve que agir com bastante cautela, para vencer após uma batalha renhida pela contagem de 5 a 3. Os gols foram marcados pelos rubro-negros por Waldyr (três tentos), Nandinho e Lupércio, um gol cada. Pelo Mavilis, o atacante Vareta, duas vezes, e Djalma, de pênalti, fizeram os gols.

Quadros

Flamengo: Hélio; Barradas e Assumpção; Biguá, Hélio e Médio; Lupércio, Nandinho, Waldyr, Vevé e Jarbas.

Mavilis: Jagunço; Tavares e Waldyr; Aguiar, Tarzan e Flavio; Leléco, Otto, Osmar, 64 (Djalma) e Vareta.

Utilidade Pública

Acervo de Sérgio Mello – campo do Mavilis, na década de 70

O clube foi declarado de Utilidade Pública pela Lei Municipal nº 936, na terça-feira, do dia 15 de setembro de 1959.

Números de sócios em 1967

Em 1967, o uniforme era camisa branca listras azuis e vermelhas, horizontais e calções azuis. Além do Futebol, o clube ainda contava com Futebol de Salão (Futsal), Voleibol, Tênis de Mesa, Torneios de Pesca e Queda de Braço. Nesse ano (1967), o clube contava com o seguinte número de associados: 326 contribuintes; 578 remidos; 22 beneméritos e 13 atletas.

Anos 60: tempos de ‘vacas magras

Embora o futebol fosse a sua principal atividade esportiva, várias vezes o clube viu-se obrigado a ficar afastado do campeonato amador promovido pelo DA, por dificuldades financeiras.

Em 1966, por faltar-lhes condições ficou ausente do campeonato, com a finalidade de poder brilhar em 1967, contudo houve a falta de sorte do Mavilis, que foi atingido pelas enchentes do princípio do ano e os muros que circundam o seu estádio ruíram e na reconstrução dos mesmos.

O dinheiro reservado para custear sua participação no DA foi usado nas obras. Com isso, o Mavilis não disputou o certame do Departamento Autônomo (DA) de 1967.

Diretoria de 1967:

Presidente – Jaime de Melo Borges;

Vice-presidente – Luís de Oliveira;

1º Secretário – Antônio Teixeira Filho;

2º Secretário – Irio Ferreira dos Santos;

1º Tesoureiro – Sátiro da Conceição;

2º Tesoureiro – Paulo dos Santos Sportistch;

Diretor do Departamento de Veteranos – Pedro Fonseca.

Vitrine de troféus do Mavilis, dentre eles um busto de Getúlio Vargas. 

Títulos conquistados em 1913 a 1969:

Campeão do 1º e 2º Quadros da Liga Brasileira de Desportos (1923);

Campeão da Liga Suburbana (1929);

Campeão Carioca dos Segundos Quadros da Segunda Divisão (1931);

Vice-campeão da ANEA, sendo que o Botafogo foi o campeão (1932);

Vice-campeão do Torneio Início do Campeonato Carioca (1934);

Campeão da Zona Sul da Federação Atlética Suburbana (1938);

Campeão de Aspirantes do Departamento Autônomo (1951);

Campeão da Série Urbana, na categoria de Aspirantes (1951);

Supercampeão de Aspirantes do Departamento Autônomo (1957);

Campeão de Aspirantes da Série Alfredo Tranjan (1957);

Campeão de Aspirantes do Departamento Autônomo (1958);

Campeão da Disciplina (1960);

Vice-campeão do Torneio Major Aulio Nazareno, na categoria Infanto-juvenil (1961);

Campeão do Torneio Início Infanto-juvenil (1962);

Vice-campeão de Aspirantes da Série Durval Figueiredo (1963);

Campeão da Série Durval Figueredo de amadores (1963);

Vice-campeão de Aspirantes da Série Almir Santos (1964);

Bicampeão Carioca de ‘Queda Braço’, na categoria Mosca médios (1963-64);

Vice-campeão Carioca de ‘Queda Braço’, na categoria nos Médios (1963-64).

Campeão da Série Comitê Olímpico Brasileiro, do Departamento Autônomo (1969);

Vice-campeão do Departamento Autônomo, categoria adultos (1969);

Alguns jogadores revelados:

Pascoal, Espanhol e Vicente (o Pé de Ouro), no amadorismo (Vasco da Gama e depois, São Cristóvão); Djalma (Flamengo); Gualter (Bangu, Fluminense e São Cristóvão); Joel (Fluminense); Santo Cristo (São Cristóvão, Vasco da Gama e outros); Constantino (Sedan, da França); Sérgio (Vasco da Gama); Jurandir (Athletico Paranaense); Tião (Coritiba);. o ponta-direita Tonho (Bangu, em 1967); O ponta esquerda Antônio Carlos (Botafogo, em 1989), centroavante Nando (Flamengo, em 1989).

O alambrado do campo do Mavilis, no Caju. O clube está trabalhando para construir o novo muro, pois o antigo foi derrubado pelos temporais no início de 1967.

Fim da linha do Mavilis

Na década de 70, o clube participou com as equipes de base. Além disso, o campo era utilizado pela escolinha de futebol e o juvenil do Fluminense treinavam ali. Em 1980, começou a derrocada, após a Cia. América Fabril ter entrado na justiça com pedido de reintegração da posse, pelo que fez um depósito de Cr$ 42 milhões como indenização pelas benfeitorias da sede do Mavilis Futebol Clube. Vale lembrar que os terrenos da Rua Carlos Seidl, no Caju foram cedidos pela União e Indústria América Fabril, em 1913.

A Associação de Moradores do Caju e a diretoria do Mavilis, alegavam que parte dos terrenos pertencia a Marinha e ao Arsenal de Guerra, e, além disso, a fábrica, falida em 1975, não poderia dispor da quantia depositada, a menos que houvesse algum grupo interessado na utilização da área.

O espaço físico possuía 10 mil m² divididos em um campo de futebol, duas quadras de futebol Society, bar, vestiários e um galpão para festas e prática de esportes.

A relação entre o clube e os moradores da região era estreita, uma vez que o Mavilis cumpria uma função social, cedendo espaço para o lazer dos moradores mais humildes e acolhendo os desabrigados.

Na época, a presidente da Associação de Moradores do Caju, Shirley Salim, revelou que o Mavilis foi a salvação” quando 30 barracos da comunidade do Buraco da Lacraia foram destruídos por um incêndio em outubro de 1982: “Os moradores foram instalados justamente aqui. E agora estou pedindo espaço para quatro famílias que não têm onde ficar“.

As cinco favelas do bairro, segundo o diretor social Edgar Antônio da Silva, eram as mais beneficiadas, pois ali elas promoviam festas e partidas de futebol sem que nada lhes seja cobrado.

O Mavilis contava com 384 sócios que, desde 1976, não pagavam a taxa de manutenção mensal de Cr$ 50,00. O barzinho estava arrendado e os Cr$ 100 mil que a diretoria do clube receberia não seriam suficientes para o pagamento de Cr$ 140 mil pelo fornecimento de energia ou de Cr$ 20 mil semanais pelo trabalho do zelador.

Infelizmente, após uma longa batalha judicial com a Cia. América Fabril, então em liquidação judicial, o Mavilis Futebol Clube acabou perdendo. Mesmo com o clamor dos moradores do Caju, o Rubro-Anil do Caju acabou sendo despejado, a sede destruída, colocando um ponto final em mais de 70 anos de história!  

Imagem visto de cima de como está atualmente a antiga sede e o campo do Mavilis (linha vermelha)

ARTE: desenho dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS:  Estadio – Supplemento Semanal Sportivo de O Cruzeiro (RJ) – O Globo Sportivo (RJ) – Google Maps Street View – Acervo de Sérgio Mello

FONTES: A Luta Democrática (RJ) – Jornal do Brasil (RJ) – Jornal do Commercio (RJ) – Jornal dos Sports (RJ) – O Globo (RJ) – Nilo Dias – O Jornal (RJ) – Última Hora (RJ)

Foto Rara de 1949: Estádio do Maracanã – Rio de Janeiro (RJ)

Vista áerea do Maracanã

Na época, a construção do estádio foi muito criticada por Carlos Lacerda, na época Deputado Federal e inimigo político do durante mandato do então General de Divisão e Prefeito do Distrito Federal do Rio de Janeiro, Marechal Ângelo Mendes de Moraes, pelos gastos e, também, devido à localização escolhida para o estádio, defendendo que o mesmo fosse construído em Jacarepaguá.

Ainda assim, apoiado pelo jornalista Mario Rodrigues Filho, Mendes de Morais conseguiu levar o projeto para frente. Na área escolhida, situava-se uma arena destinada à corrida de cavalos. A concorrência para as obras foi aberta pela prefeitura do Rio de Janeiro em 1947, tendo como projeto arquitetônico vencedor o apresentado por Miguel Feldman, Waldir Ramos, Raphael Galvão, Oscar Valdetaro, Orlando Azevedo, Pedro Paulo Bernardes Bastos e Antônio Dias Carneiro.

O projeto vencedor previa um estádio para 155.250 pessoas, sendo 93 mil lugares com assento, 31 mil lugares para pessoas em pé, 30 mil cadeiras cativas, 500 lugares para a tribuna de honra e 250 para camarotes. O estádio ainda contaria com tribuna de imprensa com espaço para 20 cabines de transmissão, 32 grupos de sanitários e 32 bares.

No total, a área coberta do estádio atingiria 150 mil m², com altura total de 24m. As obras iniciaram-se na segunda-feira, do dia 02 de agosto de 1948, data do lançamento da ‘pedra fundamenta’. Trabalharam na construção cerca de 1.500 homens, tendo se somado a estes mais 2.000 nos últimos meses de trabalho. Apesar de ter entrado em uso em 1950, as obras só ficaram completas em 1965.

Em seu projeto original, o Maracanã tinha seu formato oval, medindo 317 metros em seu eixo maior e 279 metros no menor. Media 32 metros de altura, o que corresponde a um prédio de seis andares, e a distância entre o espectador mais distante o centro do campo era de 126 metros.

A cobertura protegia parcialmente as arquibancadas em toda a sua circunferência. Na cobertura foram montados os refletores, que funcionavam a vapor de mercúrio. Desde 1962, até as reformas realizadas na década de 2000, a medida do gramado era de 110 por 75 metros.

Havia um fosso que separava o campo das cadeiras inferiores que media três metros de profundidade com bordas em desnível. O acesso ao gramado dava-se por meio de quatro túneis subterrâneos que começavam nos vestiários. Existiam cinco vestiários no estádio, sendo utilizados normalmente apenas três, um para cada time que disputa uma partida de futebol e outro para a arbitragem.

Sua inauguração deu-se com a realização de uma partida de futebol amistosa entre seleções do Rio de Janeiro versus São Paulona sexta-feira, do dia 16 de junho de 1950, vencida pelos paulistas por 3 a 1.

O meio-campista da equipe carioca, Didi, do Fluminense, foi o autor do 1º gol no Estádio Municipal (que depois ganhou o nome de Mario Filho, popularmente conhecido por: Maracanã) e o Osvaldo Pisoni foi o 1º goleiro a sofrer gol no estádio.

FONTE: GuarAntiga – Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro – site Estádio Maracanã

Grêmio Esportivo Piquerobiense – Piquerobi (SP): Quatro edições do Campeonato Paulista do Interior!

Por Sérgio Mello

O Grêmio Esportivo Piquerobiense foi uma agremiação do município de Piquerobi que fica a 619 km da capital do estado de São Paulo. A localidade possui uma população de 3.686 habitantes, segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2016.

A palavra “Piquerobi” deriva do ‘tupi antigo’pikyroby, que significa “piquiras (uma espécie de peixe miúdo) verdes“, por meio da composição de pikyra (piquira)oby (verde).

O “Fantasma do Sertão” foi Fundado na 2ª-feira, do dia 21 de Setembro de 1953. O CNPJ foi aberto no dia 23 de Janeiro de 1981. A sua Sede social ficava localizado na Rua Dr. Pedro de Tolêdo, s/n – Centro – Piquerobi (SP). As suas cores: azul e branco.

No mesmo dia em que foi fundado, ocorreu uma assembleia geral, que elegeu a 1ª Diretoria do Grêmio Esportivo Piquerobiense:

Presidente de honra – Marcelo Dassie (então prefeito do município);

Presidente – Claudio Corral;

Vice-presidente – Manoel Ferreira Reis;

1º Tesoureiro – Arnaldo De Haro;

2º Tesoureiro – André Corral;

1º Secretário – Amador Bueno de Camargo;

2º Secretário – Francisco Fróis de Morais Neto;

Diretor esportivo – Antônio Fróis de Morais e Silva;

Conselho Fiscal – Carlos Furlan, Danilo Campanhole e André Bonilho Barnabé. Suplentes: Antonio Carreira Bernardino Filho, Conrado Izidoro Paludetto e Antonio Gianelli.

Foto: Acervo da Prefeitura de Piquerobi

Estádio Municipal de Piquerobi

Cumprindo promessas feitas em 1953, o sr. Marcelo Dassie, prefeito municipal de Piquerobi, construiu o Estádio Municipal, terminando no final de fevereiro de 1954.

EM PÉ (esquerda para a direita): Nelson, Ipojucam,Lomba, Paulista, Zelio, Edson, Brandão, Antoninho, Joãozinho, Pavão, Saul, Julio Bariani (presidente) e Osvaldo Pirnia (Massagista).

Campeonato Paulista do Interior

Jogou quatro edições do Campeonato Amador do Interior do estado de São Paulo, organizado pela FPF (Federação Paulista de Futebol): 1955, 1956, 1957, e 1958.

Foi campeão da Zona 12, do Setor 44, do Campeonato Amador do Interior do estado de São Paulo de 1955,com seis vitórias em sete jogos. A conquista veio após vencer o Clube Atlético Indiano pelo placar de 1 a 0. No final, terminou na 3ª colocação daquele ano.

No Campeonato Amador do Interior do estado de São Paulo de 1956, o Fantasma do Sertão ficou na Zona 14, do Setor 45 sediado na Série B da Liga Prudentina de Futebol, com os seguintes clubes:

Fada Futebol Clube (Santo Anastacio);

Esporte Clube Corinthians (Presidente Venceslau);

Esporte Clube Fluvial (Presidente Epitácio);  

Grêmio Esportivo Piquerobiense (Piquerobi).

Algumas Formações:

Time base de 1954: Toni (Dedé); Vigota (Mario ou Pedrinho) e Ferrer (Milton); Chico (Doro), Nelsinho e Pedrão (Amorim); Lauro (Mauro), Zinho (Paulo), Jaime (Ipojucam ou Brandão), Joãozinho (Sinho) e Antoninho (Euclides).

Time base de 1955: Toni; Pedrinho e Ferrer; Chico, Saul e Amorim (Reynaldo); Paulinho, Brandão, Carlinhos, Joãozinho e Antoninho.

Time base de 1957: Augusto; Chico e Maciel; Saul, Pavão e Pedrão; Ezequias, Bacaninha, Pedrinho, Antoninho e Adinil.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Waldomiro Junho

FOTO: Acervo Grêmio Esportivo (SP)

FONTES: A Gazeta Esportiva (SP) – Correio Paulistano (SP) – Grêmio Esportivo (SP) – Mundo Esportivo (SP)

Clube União Lyra Serrano, de Paranapiacaba – Santo André (SP): Ali existe o 1º estádio do Brasil com 131 anos!

Por Sérgio Mello

O Clube União Lyra Serrano é uma agremiação da cidade de Santo André, que  conta com uma população de 748.919 habitantes (segundo estimativa do IBGE de 2022), fica a 22 km da capital do estado de São Paulo.

A Sociedade Recreativa Lyra da Serra foi Fundado na segunda-feira, do dia 23 de fevereiro de 1903. Menos de 10 meses depois, foi a vez do Serrano Athletico Club ser Fundado na quinta-feira, do dia 03 de dezembro de 1903, por iniciativa do superintendente da São Paulo Railway, o britânico Alec M. Wellington.

Três décadas depois, a Sociedade Recreativa Lyra da Serra e o Serrano Athletico Club fizeram uma fusão na quinta-feira, do dia 15 de outubro de 1936, dando origem a União Lyra Serrano AC.

A Sede social e o estádio ficam localizados na Avenida Fox, s/n, na Vila Inglesa de Paranapiacaba, que fica a30 km do centro de Santo André, no Alto da Serra do Mar.

Conhecido por ser ‘um pedacinho da Inglaterra em solo brasileiro’ foiconstruída pela São Paulo Railway no século XIX para abrigar seus funcionários durante a concessão da estrada de ferro Santos – Jundiaí, essa pequena vila inglesa é um verdadeiro tesouro histórico e cultural preservado.

Rodeada pela exuberante Mata Atlântica, Paranapiacaba oferece uma experiência única para os visitantes. Seu cenário natural deslumbrante, com trilhas e cachoeiras, convida a explorar a riqueza da biodiversidade local.

Futebol bretão

No futebol, o clube em seus áureos tempos, cansou de colecionar títulos. “Era difícil o clube passar um fim-de-semana sem conquistar um troféu. Chegamos a ficar meses sem perder”, disse Salles Henrique, o Salinho, meio campista na década de 50.

O União Lyra Serrano disputou o Campeonato Citadino de Santos, organizado pelas Liga Santista de Futebol (LSF). Enfrentou equipes como o Jabaquara, Portuguesa Santista e União Santista.

Bastava tomar o trem e seguir até a Baixada Santista. E os adversários também não tinham dificuldade em jogar em Paranapiacaba, no velho e agora revigorado estádio.

Liga Extraoficial em 1993

Em 1993, o União Lyra Serrano só disputava amistosos. Chegou a criar uma liga extraoficial com quatro times locais: Trilho, Via Permanente, Paranapiacaba e Zuum. Os melhores jogadores destes times formados por ferroviários eram selecionados para jogar no Serrano.

Atualmente

O Serrano respira. Ganha vida nova com o estádio reinaugurado. Uma conquista para o aniversário deste domingo. Com 120 anos de história, um verdadeiro marco.

Lembrando: o futebol do Grande ABC – do Santo André, do velho EC São Bernardo, do Azulão, do Água Santa, do Mauaense e Mauá FC, do Ribeirão Pires FC – nasceu em Paranapiacaba, rodeado pelas montanhas da Serra do Mar, revelando craques como Salinho.

Sede será restaurada

A Prefeitura de Santo André assinou termo de cooperação técnica com Instituto de Cultura Democrática para recuperação de prédio histórico. A primeira etapa do restauro do Clube União Lyra Serrano, localizado na parte Baixa de Paranapiacaba.

A restauração terá início em 2025, após a contratação da empresa pelo Instituto, gerenciadora do projeto. O valor de investimento para esta etapa da obra é de R$ 2,7 milhões, de um total aprovado de R$ 5,2 milhões.

O 1º e único imóvel de dois andares da Vila foi a construção mais imponente da Vila Martin Smith para transformar a vida social do núcleo ferroviário. No andar inferior o salão com bar-lanchonete e mesas de jogos era palco de reuniões da diretoria, festas como Carnaval, sessões de cinema e os famosos bailes das décadas de 30 e 40 que atraíam turistas de outras regiões como Santos, ABC e São Paulo.

Já nas décadas de 50 a 70, o clube era destinado aos bailes de formatura dos alunos da Escola Ferroviária do Senai, que ocupava o prédio onde hoje funciona o Centro de Visitantes. Após esse período serviu como sede de eventos políticos e prestação de contas entre o poder público e os moradores.

De 1982 a 1985 aconteceu o primeiro restauro e os eventos musicais voltaram a ser promovidos, mas sem a mesma frequência. A partir de 2002 até 2019, com a aquisição da Vila pela Prefeitura, o espaço passou a ser palco do Festival de Inverno e apresentações organizadas pelo Sesc.

O Estádio mais antigo do Brasil com 131 anos

Considerado o 1º campo com medidas oficiais do Brasil, inaugurado em 1894 na vila inglesa de Paranapiacaba (SP). Junto ao campo, foi inaugurado o Memorial Charles Miller, que irá contar a história do pai do futebol e a chegada desse esporte ao país, além da história da Vila Inglesa de Paranapiacaba e sua conexão com o que se tornou uma das maiores paixões nacionais. O campo, situado na Avenida Fox, s/n, passou por um processo de revitalização.

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A arquibancada de madeira completamente restaurada, preservando os elementos originais conforme previsto no projeto. Além disso, os trilhos de trem, que servem como base para o alambrado, foram recuperados, assim como a drenagem do campo, que foi totalmente substituída.

Os antigos vestiários deram lugar a dois sanitários que atenderão aos torcedores presentes na arquibancada de madeira. Para suprir as necessidades atuais, novos vestiários foram construídos, bem como uma tribuna com função de mirante acima dos vestiários.

Um muro de gabião foi erguido, cumprindo uma dupla função – contenção e arquibancada, e também foi instalado um sanitário na Rua Nova. A restauração, iniciada em fevereiro de 2021, foi realizada com recursos do PAC Cidades Históricas da ordem de R$ 3,9 milhões. Já o memorial Charles Miller, instalado em imóvel da vila, contou com investimento de R$ 20 mil.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Rodrigo S. Oliveira

FOTOS: Acervo de Odilon Luiz de Oliveira (CROMOS. O Serrano perpetuado no álbum de figurinhas Varzeana, da década de 1950) – Carsughi – Repórter Diário

FONTES: Primo Ribeiro, do Diário – G7 Notícias do ABC – Diário do Grande ABC– Prefeitura de Santo André

Escudo inédito de 1916: Clube Atlético Pirassununguense – Pirassununga (SP)

Por Sérgio Mello

O Clube Atlético Pirassununguense (CAP) é uma agremiação da cidade de Pirassununga, que fica Região Centro-Leste do estado de São Paulo. Com uma população é de 76.877 habitantes (segundo o Censo do IBGE de 2020), fica a 208 km da capital de São Paulo.

Sediado, na Avenida Newton Prado, nº 1.783, no Centro de Pirassununga/SP, o “Gigante do Vale” foi Fundado no sábado, do dia 07 de Setembro de 1907, se tornando o 3º clube mais antigo do estado de São Paulo, atrás apenas da Ponte Preta (1900) e da Internacional de Bebedouro (1906), e o 14º mais antigo do Brasil.

Breve História

A 1ª partida oficial do Pirassununguense correu no dia 23 de fevereiro de 1908, contra o antigo Paulista de São Carlos. Naquele jogo amistoso o CAP venceu por 2 a 1.

Em 18 de junho de 1916, em assembleia, foi eleita a nova diretoria que estaria à frente do CAP, tendo sido eleito o Major Henrique Leme Waldvogel como presidente e o Capitão Abner Borges, como vice-presidente.

Nesta assembleia mesmo aconteceu, por indicação de Rahael Nico, o Faé Nico, A unificação do Clube Sportivo Pirassununguense e o Clube Atlético Paulista (clube recém fundado que representava para o Sportivo um forte adversário), estancando uma terrível oposição que se fazia urgente e eliminando as rivalidades entre ambas que eram enormes, ficando a data de 7 de setembro de 1907 como a data de fundação do recém criado Clube Atlético Pirassununguense.

Liga do Interior

No ano seguinte, 1917, o Comercial de Ribeirão Preto convidou o CAP para uma reunião quando então seria formada a Liga do Interior, para a disputa da rica Taça Castelões.

Várias partidas de futebol foram realizadas, sendo a de grande importância, na época, o empate conseguido frente ao Comercial Futebol Clube, da cidade de Ribeirão Preto, que era um dos mais importantes do Estado de São Paulo.

Em abril de 1917 assumiu a presidente o sr. Dante Bonafé, tendo como vice Vicente Laureano. O curioso desta época é que as reuniões eram realizadas na casa do presidente ou no cinema existente na cidade na época.

Não tinha ainda o CAP uma sede social. Usavam os sócios, somente como do clube, a praça de esportes. Já nesta época o clube possuía quadros infantis e juvenis.

Clubes de São Paulo e do estado continuavam a jogar em Pirassununga e o CAP realizava partidas em outras cidades. Guarani de Campinas, Club Athletico Ipiranga, e outros times sempre nos visitavam.

Primeira Sede

Em 1918, ainda com Dante Bonafé na presidência, o clube teve sua 1ª sede social na rua General Osório, antigo número 20 e no campo, foram iniciadas as obras da construção de arquibancadas de madeira, com o auxílio dos sócios e simpatizantes do clube.

O seu quadro social cresceu e as glórias obtidas pelas belas vitórias dos seus 1º, 2º e 3º quadros de futebol já estavam se consolidando perante a opinião pública.

Em 1920, Raphael Nico passou a ser o treinador dos times principais do clube, ganhando assim os quadros alvinegros maior consistência técnica. Neste ano, militavam-no quadro principal os atletas sócios (Juca, Maneco, Calá, Fritz, Antonio, Gradim, Unda, Petrelli, Casusa, Gino e Domingos).

E o clube continuava a ter vitórias expressivas. Uberaba, Campinas, Jundiaí e São Paulo já conheciam o amargor da derrota frente ao alvinegro Pirassununguense.

HINO

Em 1922, sob a presidência de Eurico Miranda, o prof. Lulla Guasca, com letra do prof. Elias de Mello Ayres compôs o Hino do CAP, e o maestro Passarelli o Dobrado CAP.

Em 1923 volta a presidência o sr. Dante Bonafé e novos jogadores se juntam ao clube: Galício Del Nero, Therense, Gruninger, Zé Petrelli, Júlio Tesche, Arildo e Urbano Ribeiro, demonstrando em suas ações um grande mor pelo clube.

Campeão do Campeonato Paulista do Interior de 1954

Na década de 50, afastou-se do profissionalismo e conquistou o título de Campeão Amador do Interior, em 1954, organizado pela Federação Paulista de Futebol (FPF). Durante sua história centenária, contou com jogadores que foram destaque no Brasil e no mundo, ente eles os meio-campistas Del Nero e Alex, que chegaram até a seleção brasileira.

Inauguração do Estádio Belarmino Del Nero

Com capacidade para 5.300 pessoas, o estádio Belarmino Del Nero foi inaugurado no dia 7 de fevereiro de 1931. E a 1ª partida foi entre o CAP e o Juventus, vencida por 2 a 0 pelos donos da casa.

Após 25 apresentações no Campeonato Paulista profissional, paralisou suas atividades no esporte bretão em 1992. Retornou, em 2000, uma parceria com o Guarani de Campinas e, a partir de 2001, voltou às disputas montando um bom elenco, mas não obtendo o acesso para o Campeonato Paulista da Série A3. Participou do Campeonato Paulista da Série B, em 2007 (eliminado na primeira fase) e a partir daí se licenciou.

ARTE: escudos e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS: Acervo da Exposição “100 Anos de Lutas e Glórias”

FONTES: Livro “Amor, Garra e Tradição”, de autoria de José do Valle Sundfeld – Roberto Bragagnollo – Israel Foguel

Paulista Futebol Clube – Guaiçara (SP): disputou o Campeonato do Interior de 1947

Modelo de 1943

Por Sérgio Mello

O Paulista Futebol Clube (Paulista de Guaiçara) é uma agremiação do município de Guaiçara, que fica no Interior do estado de São Paulo. Localizado a 470 km da capital paulista, conta com uma população de 10.671 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010.

Paulista FC de 1943

O “Glorioso” foi Fundado no sábado, do dia 2 de Agosto de 1930, com o nome de “Ranca Touco Futebol Clube” e logo se tornou o ‘xodó’ da cidade e da região, pelos bons resultados nas disputas amadoras e acabou conhecido como.

O Paulista de Guaiçara mandava os seus jogos no Estádio Municipal Virgílio Zanotto, com capacidade para cerca de 2 mil pessoas, localizado na Avenida Oswaldo Cruz, nº 178, no Centro de Guaiçara/SP.

Modelo de 1972

A sua Sede social está situada na Rua Yoshi Sato, nº 377, no Centro de Guaiçara/SP. O “Glorioso” se tornou um fenômeno nas competições amadoras.

A competição de maior destaque foi, sem dúvida, o Campeonato do Interior de 1947 (organizado pela Federação Paulista de Futebol), quando esteve presente na 7ª Zona, no Setor 31, com mais quatro equipes:

Time posado de 1958
EM PÉ (esquerda para a direita): Carmelo, Leandro, Leiva, Milton Pavezzi, Herminio, Zé de Souza e Tião;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Souzinha, Jaime, Didi, Quinca e Celso Bittencourt.

Clube Atlético Linense (Lins); Clube Atlético Comercial (Lins); Bandeirantes Esporte Clube (Birigui) e São Paulo Futebol Clube (Araçatuba).

Fachada de 1950, do Estádio Municipal Virgílio Zanotto
Atual Estádio Municipal Virgílio Zanotto

ARTE: desenho dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Rosa Campos

FOTOS: site ‘As Mil Camisas’ – Live 90 anos Paulista FC – Google Maps

FONTES: site ‘As Mil Camisas’ – Livro “Os Esquecidos – Arquivos do Futebol Paulista”, do autor Rodolfo Kussarev

1º Escudo: ICASA Sport Clube – Juazeiro do Norte (CE)

Por Sérgio Mello

O ICASA Sport Clube (Atual: Associação Desportiva Recreativa Cultural Icasa) é uma agremiação do município de Juazeiro do Norte, situado na Região Metropolitana do Cariri, que fica a 491 km da capital (Fortaleza) do estado do Ceará. A localidade conta com uma população de 286.120 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.   

História

Em 1947, foi criada a Indústria e Comércio de Algodão SA – ICASA. Algum tempo depois, a direção da firma fez um campo de futebol, para que os operários pudessem jogar aos domingos, como uma forma de lazer e integração.  

A partir daí nasceram dois times: Algodão (da fábrica de algodão) e o Óleo (fábrica do óleo). A implementação foi um sucesso instantâneo. Os jogos eram disputados e o assunto durante a semana era sobre o futebol entre as duas equipes.

A continuidade das partidas de futebol entre as equipes do Óleo e a do Algodão levou a direção da indústria ao sonho de criar um time forte, que a representasse na disputa do Campeonato Municipal, promovido anualmente no campo da Liga de Desporto Juazeirense (LDJ).

Quanto à determinação dos entusiastas… Não bastava só participar, se a equipe tivesse que entrar no campeonato, seria pra ser vencedora, afinal era a reputação da indústria que estava em jogo!

Nessa época, o time dos motoristas de praça (taxistas) de Juazeiro, estava desfazendo sua agremiação (Volante Atlético Clube) e, sabendo da intenção da direção da indústria em formar um time para disputar o campeonato municipal, fundiu-se ao quadro de funcionários da indústria.

Nasce o ICASA Sport Clube

Assim, às 9 horas da manhã, da quarta-feira, do dia 1º de Maio de 1963, ‘Dia Internacional do Trabalhador’, foi Fundado o ICASA Sport Clube, numa solenidade festiva nas dependências da Indústria e Comércio de Algodão Sociedade Anônima (ICASA), sob inflamado discurso e com uma forma de divulgar o nome da indústria. O industrial Teodoro de Jesus Germano, o ‘Doro Germano’ foi o 1º Presidente.

A origem das cores e distintivo

As cores escolhidas do escudo e do uniforme: O verde representando a folha do algodão e, o branco, a pluma. O pintor da indústria foi chamado para desenhar o emblema da camisa, representando a engrenagem de uma máquina de beneficiamento de algodão, contendo, em seu interior, o nome da indústria ICASA, sendo que a letra “I” seria desenhada na forma de uma chaminé.

ICASA Campeão juazeirense de 1969.
EM PÉ (esquerda para direita): Azul, Zé do Carmo, Ramos, Zé Cicero, Nena, Pirajá e Isaias (massagista); AGACHADOS (esquerda para direita): Raimundo Pio, Dote, Caçote, Joãozinho, Geraldino e Gilson.

Nove títulos Juazeirense em uma década

Logo no 1º ano, o Icasa Sport Clube surpreendeu a todos, desbancando os favoritos e se consagrando campeão juazeirense de 1963 e vice-campeão no ano seguinte. Daí pra frente, nos anos de 1965, 1966, 1967, 1968 e 1969 só deu Icasa se sagrando pentacampeão Citadino.

O futebol bonito do Icasa encantava a todos. A cada jogo, aumentava o número de pessoas vindas até das cidades circunvizinhas, que queriam ver a equipe habilidosa do Icasa em campo.

Assim o escrete da vitória foi cativando torcedores por toda região do Cariri, dando início à “era de ouro do futebol juazeirense”.

Antigo Estádio Romeirão - Capacidade para 10 mil pessoas

Estádio Romeirão e a Sede Social

Na sexta-feira, do dia 1º de Maio de 1970, dia do 7º aniversário do Icasa, a capital da fé amanheceu mais uma vez em festa, desta vez, o município inaugurava o seu estádio de futebol, carinhosamente denominado:

Estádio Romeirão, em homenagem aos fiéis romeiros do Padre Cícero. Afinal, a cidade já tinha uma grande equipe de futebol, com uma legião de torcedores a altura que justificasse tal empreendimento.

O jogo inaugural contou com a vitória do Cruzeiro (MG) sobre o Fortaleza (CE), pelo placar de 3 a 0. O 1º gol foi assinalado por Evaldo. Mais de 20 mil pagantes compareceram para prestigiar o jogo inaugural.

A sua Sede fica localizado na Rua Frei Damião, nº 1.720ª, no Bairro Lagoa Seca, em Juazeiro do Norte/CE. Já a Arena Romeirão fica localizado na Avenida Presidente Castelo Branco, nº 4.464, no bairro Pirajá, em Juazeiro do Norte/CE.

Sede social do ICASA

O porquê das estrelas no escudo

No Romeirão, o Icasa consagrou sua hegemonia, dando continuidade a uma sequência de conquistas, ganhando os títulos nos anos de: 1970, 1971 e 1972. Bordando em seu emblema oito estrelas, que representam os oito títulos seguidos, octacampeão do campeonato da Liga de Desporto Juazeirense (LDJ).

Ingressou no profissionalismo

A nova Arena Romeirão – Capacidade atual para 17.230 pessoas

Diante do grande sucesso, o ICASA resolveu alçar voos maiores e, em 1973, se profissionalizou e se filiou a Federação Cearense de Futebol (FCF). De lá pra cá foram 15 participações no Campeonato Cearense da 1ª Divisão, onde alcançou os seus melhores resultados em 2005, 2007 e 2008, quando terminou com o vice-campeonato.

Títulos e participações em âmbito nacional

Faturou três títulos do Campeonato Cearense da 2ª Divisão, em 2003, 2010 e 2020. Na esfera nacional, o ICASA debutou no Campeonato Brasileiro da Série C, de 1995. Ao todo, foram sete edições da Série C, obtendo o seu melhor resultado o vice de 2012.

No Campeonato Brasileiro da Série D, foram duas participações: 2016 e 2022, sem destaque. No Campeonato Brasileiro da Série B, foram quatro edições: 2010, 2011, 2013 e 2014. Melhor campanha foi 5º lugar, em 2013. Já na Copa do Brasil foram cinco participações, obtendo o melhor desempenho em 2009, quando avançou até as Oitavas de final.

HINO (Letra e Música: Luiz Fidélis)

O verde vale do Cariri

É a bandeira do nosso esquadrão

Desfraldada sobre a maior torcida

Numa só corrente, de mão em mão

Meu padim nos gramados do céu

É mais um craque a orar meu Verdão

A fé nos conduz à vitória

Icasa eterno campeão

Icasa

Temos forças pra lutar, Uh! Tererê!

Icasa estamos do teu lado, Uh! Tererê!

Não importa o resultado, Uh! Tererê!

O que importa é te amar

Vamos jogar para vencer, Uh! Tererê!

Não temos nada a temer, Uh! Tererê!

Icasa estamos aí És a paixão do meu Cariri.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Batista

FOTOS: Blog do Kempes – Google Maps – Acervo de Alemberg Quindins

FONTES: Livro “ICASA do Meu Coração”, de Alemberg Quindins – Feeração Cearense de Futebol (FCF)

Inédito!! Foz do Iguaçu Esporte Clube – Foz do Iguaçu (PR): oito estaduais e um Brasileiro da Série B!

Escudo e uniforme de 2005

Por Sérgio Mello

O Foz do Iguaçu Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Foz do Iguaçu, situado na região oeste do estado do Paraná. A distância para a capital Curitiba é de 643 km, e conta com uma população de 285.415 habitantes, segundo o censo do IBGE de 2022.

O “Dourado da Fronteira” foi Fundado no domingo, do dia 28 de fevereiro de 1988. Com o apoio das empreiteiras da hidrelétrica de Itaipu e de um bicheiro carioca, tudo indicava que finalmente a cidade da fronteira teria um time competitivo.

A equipe mandava os seus jogos no Estádio do ABC, com Capacidade para 5 mil pessoas, está localizado na Rua Bahia, nº 1.660, no bairro da Vila Matilde, em Foz do Iguaçu/PR.

Estádio do ABC

Vice-campeonato e acesso para a Divisão principal

Debutou no Campeonato Paranaense da 2ª Divisão de 1988, e, de cara, terminou como vice-campeão. Com esse resultado, obteve o acesso para a Elite do Futebol do Paraná.

No Campeonato Paranaense da 1ª Divisão de 1989, terminou na 13ª colocação. No Estadual de 1990, ficou em 18º lugar. Em 1991, fez uma boa campanha, terminado na 9ª posição.

Em 1992, o Foz do Iguaçu Esporte Clube teve um desempenho ruim, ficando em 18º lugar. Com isso, precisou jogar o “Quadrangular da Morte”, onde os dois piores seriam rebaixados. Os jogos foram acirrados, mas o Foz conseguiu terminar em 1º lugar e se garantiu para a temporada seguinte na Elite.

Em 1993, voltou a fazer uma boa campanha, terminando na 9ª colocação. Em 1994, ficou no Grupo B, e, dentre 10 equipes, ficou na 8ª posição. Em 1995, teve um bom desempenho, ficando em 5º lugar na sua chave.

Em 1996, fez a sua pior campanha, terminando na lanterna do Grupo C. Resultado que rebaixou o “Dourado da Fronteira”, o que fez a diretoria encerrar as atividades do clube momentaneamente.

O Dourado da Fronteira nunca avançou às fases finais do Paranaense entre 1989 e 1997, período em que participou da competição. Após o rebaixamento, disputou duas edições da Segunda Divisão em 1998 e 1999, se licenciando após a conclusão da última.

Time posado do Foz do Iguaçu de 2005

O Foz do Iguaçu Esporte Clube retornou em 2005, onde jogou o Paranaense da Segunda Divisão. Com oito equipes, os quatro primeiros avançariam para o Quadrangular Final. No entanto, o Foz ficou em 5º lugar.

Na esfera nacional, o “Dourado da Fronteira” disputou o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão de 1989, caindo logo na primeira fase. A equipe ficou no Grupo P, com Joinville (SC), Operário (PR), Noroeste (SP), Caxias (RS) e Pinheiros (PR). Apenas os dois primeiros se classificavam, e o Foz terminou na 4ª colocação.

Curê, do Foz do Iguaçu E.C.

Curiosidade

É importante esclarecer que o Foz do Iguaçu Esporte Clube de 1988 (78.097.102/0001-64) e o de 2005 (77.599.991/0001-03), possuíam o mesmo nome, porém com o CNPJ (pessoa jurídica) diferentes. A partir de 2006, passou a se chamar “Foz do Iguaçu Futebol Clube”.

ARTE: desenho dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS: Acervo Futebol do Interior Paranaense – Profissionais (Luiz Souza) – Toque do Buza

FONTES: Portal da cidade – Rsssf Brasil –  Dourado da Fronteira, Toque do Buza – Fut Contra Ataque