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Inédito!! Foz do Iguaçu Esporte Clube – Foz do Iguaçu (PR): oito estaduais e um Brasileiro da Série B!

Escudo e uniforme de 2005

Por Sérgio Mello

O Foz do Iguaçu Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Foz do Iguaçu, situado na região oeste do estado do Paraná. A distância para a capital Curitiba é de 643 km, e conta com uma população de 285.415 habitantes, segundo o censo do IBGE de 2022.

O “Dourado da Fronteira” foi Fundado no domingo, do dia 28 de fevereiro de 1988. Com o apoio das empreiteiras da hidrelétrica de Itaipu e de um bicheiro carioca, tudo indicava que finalmente a cidade da fronteira teria um time competitivo.

A equipe mandava os seus jogos no Estádio do ABC, com Capacidade para 5 mil pessoas, está localizado na Rua Bahia, nº 1.660, no bairro da Vila Matilde, em Foz do Iguaçu/PR.

Estádio do ABC

Vice-campeonato e acesso para a Divisão principal

Debutou no Campeonato Paranaense da 2ª Divisão de 1988, e, de cara, terminou como vice-campeão. Com esse resultado, obteve o acesso para a Elite do Futebol do Paraná.

No Campeonato Paranaense da 1ª Divisão de 1989, terminou na 13ª colocação. No Estadual de 1990, ficou em 18º lugar. Em 1991, fez uma boa campanha, terminado na 9ª posição.

Em 1992, o Foz do Iguaçu Esporte Clube teve um desempenho ruim, ficando em 18º lugar. Com isso, precisou jogar o “Quadrangular da Morte”, onde os dois piores seriam rebaixados. Os jogos foram acirrados, mas o Foz conseguiu terminar em 1º lugar e se garantiu para a temporada seguinte na Elite.

Em 1993, voltou a fazer uma boa campanha, terminando na 9ª colocação. Em 1994, ficou no Grupo B, e, dentre 10 equipes, ficou na 8ª posição. Em 1995, teve um bom desempenho, ficando em 5º lugar na sua chave.

Em 1996, fez a sua pior campanha, terminando na lanterna do Grupo C. Resultado que rebaixou o “Dourado da Fronteira”, o que fez a diretoria encerrar as atividades do clube momentaneamente.

O Dourado da Fronteira nunca avançou às fases finais do Paranaense entre 1989 e 1997, período em que participou da competição. Após o rebaixamento, disputou duas edições da Segunda Divisão em 1998 e 1999, se licenciando após a conclusão da última.

Time posado do Foz do Iguaçu de 2005

O Foz do Iguaçu Esporte Clube retornou em 2005, onde jogou o Paranaense da Segunda Divisão. Com oito equipes, os quatro primeiros avançariam para o Quadrangular Final. No entanto, o Foz ficou em 5º lugar.

Na esfera nacional, o “Dourado da Fronteira” disputou o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão de 1989, caindo logo na primeira fase. A equipe ficou no Grupo P, com Joinville (SC), Operário (PR), Noroeste (SP), Caxias (RS) e Pinheiros (PR). Apenas os dois primeiros se classificavam, e o Foz terminou na 4ª colocação.

Curê, do Foz do Iguaçu E.C.

Curiosidade

É importante esclarecer que o Foz do Iguaçu Esporte Clube de 1988 (78.097.102/0001-64) e o de 2005 (77.599.991/0001-03), possuíam o mesmo nome, porém com o CNPJ (pessoa jurídica) diferentes. A partir de 2006, passou a se chamar “Foz do Iguaçu Futebol Clube”.

ARTE: desenho dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS: Acervo Futebol do Interior Paranaense – Profissionais (Luiz Souza) – Toque do Buza

FONTES: Portal da cidade – Rsssf Brasil –  Dourado da Fronteira, Toque do Buza – Fut Contra Ataque

Escudo raro de 1956: Clube Atlético Operário – Mafra (SC)

Por Sérgio Mello

Clube Atlético Operário é uma agremiação da cidade de Mafra (SC). Fundado 12 de Maio de 1897, como clube social (Clube Zeppelin) , ou seja, Sociedade Esportiva e Recreativa dos Operários Mafrenses (SEROM). Vinte e três anos depois mudou o nome: Em 12 de outubro de 1920, passou a se chamar: Clube Atlético Operário.

A sua Sede ficava Largo Lauro Müller (atual: Praça Lauro Müller), entre as ruas Felipe Schmidt, Ten. Ary Rauen, Comerciante Jamal Matar e Av. Pref. Frederico Heyse – Centro – Mafra (SC).

O Largo Lauro Müller de Mafra, em Santa Catarina, foi transformado em Praça Lauro Müller pela Lei Ordinária nº 54, de 5 de dezembro de 1949. A sua Praça de Esportes ficava situado na Rua Pedra Amarela, s/n, no Jardim Moinho, em Mafra (SC).

Nestes anos de glória, este clube tem muito, o que comemorar no futebol catarinense e no planalto norte, onde sempre foi uma força e até hoje é muito respeitado, quantos jogadores, que marcaram época neste clube, desfilaram seu futebol no estádio Alfredo Herbst, o popular Pedra Amarela.

Há de destacar o centroavante Chiquinho, entrou para a história do Operário, como principal artilheiro do Campeonato Catarinense de 1978, depois foi contratado pelo Figueirense de Florianópolis.

Nos áureos tempos dos anos 60, envergavam a camisa operariana com muito brilho, o zagueiro Tutão, fez tanto pelo futebol mafrense, que tem ginásio, que leva seu nome no alto de Mafra, além de Nego Tião, centroavante DilceuRexGuimarãesFubáLisandro o xerife e Mano, entre outros.

Nos anos 70, há de enaltecer, Tutinho, Nelinho, Airton Torto, Camiseta, Geada, Nereu Tatara, Nereu Baum, os laterais João Stock e Mario Bartnack, no meio de campo XepaBrandeburgo, o zagueiro Henrique a maioria deles citados, já faleceram, mas marcaram seu nome no glorioso Operário.

Nos anos 90 o Operário disputou a 2ª divisão de profissionais, época que o clube começou a ser administrado pela Sociedade Esportiva e Recreativa Operários Mafrenses (Zeppelin). A maioria dos jogadores eram prata da casa, Tarcísio, Hilário, Abel, Partala, Partalinha, Silvio Lanski, Mineiro, Odir, Edson Eckel, Dejair, Loriel, Miguelzinho e Marcelo.

Escudo raro da década de 60

Hoje o Operário continua no auge do profissionalismo, devido à paixão de Edmar Heiler por este clube, onde depois de vários anos, voltamos ao cenário catarinense. No ano de 1999 ressurgiu na Série C, fazendo uma ótima campanha, ficando entre os semifinalistas, fez jogos memoráveis contra Guarani de Palhoça e XV de Outubro de Indaial. No ano de 2015 o Operário comprou a vaga do Canoinhas Atlético Clube e ressurgiu na Série B do Catarinense.

ESTÁDIO

estádio Alfredo Herbst o popular Pedra Amarela, terreno doado pela família Herbst, recebeu jogos memoráveis, os famosos Peri-Ope, o clássico das multidões, onde até hoje é lembrado, por quem teve o privilégio de assistir estes confrontos, parava a cidade de Mafra aos domingos a certeza de jogos emocionantes, muitas vezes acabava em pancadaria.

HISTÓRIA DESTE CLÁSSICO

Tantas histórias marcaram este clássico Peri-Ope, em campo jogadores que marcaram seus nomes no futebol mafrense, muitos deles já não estão mais em nossos meios. Em 1961 neste clássico houve até trocas de tiros entre um policial e um jogador do Peri. Estava 1 a 0 no primeiro tempo para o Peri, quando o juiz marcou um pênalti. Aí o Jogador Kid do Peri, chamou o juiz de ladrão e foi expulso. Até a polícia precisou ser chamada para que o jogador deixasse o campo pelo lado da torcida do Operário.

O estádio estava cheio. Na sequência o jogador ainda agrediu um policial que disparou dois tiros, que por sorte não acertou ninguém. O jogador saiu correndo em ziguezague. Em seguida dois policiais pegaram o jogador que ainda acertou um soco em um deles. A partida virou uma confusão. Na época não existia cartão amarelo nem vermelho. O Juiz acabou tendo que chamar o Exército para terminar com a pancadaria e a partida terminou ali mesmo.

Equipe Juvenil do C.A. Operário de 1975

PROFISSIONAL

Clube Atlético Operário foi profissionalizado em 1977, sendo incluído no Campeonato Catarinense de profissional, recebendo equipes de ponta de Santa Catarina, Figueirense, Avaí, Joinville, Comerciário (hoje Criciúma)Chapecoense, entre outras, apresentando uma boa campanha.

Em 1978 passou a disputar as finais do campeonato catarinense, após sagrar-se campeão de sua chave e encerrou sua participação dentre os primeiros colocados.

TÍTULOS

Tem quatro títulos da Liga Esportiva Catarinense do Campeonato Regional da Zona Norte, em 1947/48/56 e 1962.

ILUMINAÇÃO

Uma das maiores aspirações do torcedor mafrense, foi realizado em maio de 1980, com a inauguração do sistema de inauguração do estádio Alfredo Herbst, foi uma festa que ficou marcada no esporte, com a participação de várias autoridades políticas.

Dentre as autoridades destacamos o governador do estado, Jorge Konder Bornhauser o prefeito mafrense Plácido Gaissler, que muito lutou para realizar este sonho da iluminação no estádio.

Time posado da década de 60.

MAIOR PÚBLICO

Foi o maior público registrado até hoje no estádio Alfredo Herbst, estava totalmente tomado, faltava lugares para acomodar a fanática torcida operariana, mais de 3 mil torcedores fizeram parte desta festa de inauguração da iluminação.

Na ocasião o Mafra Atlético Clube, que passou a denominar-se, esta agremiação em 21 de setembro de 1979, enfrentou o Joinville Esporte Clube, pelo Campeonato Catarinense da divisão especial, naquela época não existia segunda divisão.

Com nomes consagrados na equipe do MAC, o goleiro Roberto, o meio campista Luiz Everton, os atacantes Chiquinho e Mauricio, apontou o empate em 00 a 00, contra a consagrada equipe do JEC, comandado pelo técnico Velha, o goleiro Borrachinha o meio campista Nardela e o atacante Zé Carlos Paulista.

FAMÍLIAS MARCANTES

Quantas famílias marcaram seu nome na história do Operário, onde destacamos, Herbst, Pigatto, Mann, Oscar Scholze, Abelardo Luiz de Oliveira, Weinschutz, Álvaro Weber, Cavalheiro, Arthur Sallai, Tadeu Munhoz, Boetcher e Heiler, entre tantas outras que de alguma forma, contribuíram e estão contribuindo, para com esta agremiação, que é a paixão do torcedor mafrense.

ARTE: Desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

COLABOROU: Cícero Alves Urbanski

FONTES & FOTOS: Página do Facebook “C.A. Operário Mafrense” – Blog Camisa 10 – Click Rio Mafra – Página do clube no Facebook – Página do Instagram “Torcida Fanáticos do Glorioso

Escudo e uniforme de 1910: Sport Club Rio Grande – Rio Grande (RS)

Por Sérgio Mello

O Sport Club Rio Grande é uma agremiação do município do Rio Grande, situado no litoral sul do estado do Rio Grande do Sul. A localidade, segundo a estimativa do censo do IBGE de 2021, conta com uma população de 191.900 habitantes. Fica a 317 km da capital de Porto Alegre.

O “Vovô” foi Fundado na quinta-feira, do dia 19 de julho de 1900, por Alfredo Kladt, Amadeu Schmidt, Arthur Cecil Lawson, Boje Schmidt, Carlos Bornhorst Filho, Gustavo Poock Júnior, Henrique Buhle, J. Minnemann, Manoel E. Castro, Max Bornhorst, Oscar Schmidt e R. Kladt. As suas cores são o verde, vermelho e amarelo, em referência à bandeira do estado do Rio Grande do Sul.

O 1º Presidente foi o Sr. Rodolpho Dieticker, que governou por quatro mandatos (1900, 1901, 1903 e 1903). A sua Sede fica localizada na Rua General Bacelar, nº 197, no Centro do Rio Grande/RS. Já o Centro Esportivo Denis Lawson (Estádio Arthur Lawson) fica na Avenida Itália, nº 1.815, na Vila Trevo, no Rio Grande/RS

S.C. Rio Grande: O clube mais antigo do Brasil!

O clube foi registrado na Confederação Brasileira de Desportos (CBD), o clube de futebol mais antigo do Brasil, em 22 de julho de 1975, o Almirante Heleno Nunes enviou o Ofício nº PRE(SAD) 7111, confirmado pelo Ofício PRE(SAD) 7281, com o seguinte teor:

Em adiantamento ao nosso Ofício 7111 de 22 do corrente, informamos V.S. ter sido anotado, nos registros da Confederação Brasileira de Desportos, que o Sport Club Rio Grande é o clube de futebol mais antigo do Brasil. Por outro lado, comunicamos que foram arquivados todos os documentos enviados por V.S. comprovando o fato.”

Em 28 de Julho de 1975, a Extinta Confederação Brasileira de Desportos (CBD), sucedida pela atual CBF, envia Oficio Pré (SAD) nº 7281, informando que o clube foi anotado como clube de futebol MAIS ANTIGO DO BRASIL, assinado pelo Pres. Heleno de Barros Nunes e Pres. Do S. C. Rio Grande Jorge Numa.

Outra marca importante: o clube foi considerado de Utilidade Pública Municipal pela Lei nº 1.979, de 25/11/1968 e considerado Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Sul pela Lei 12.225, de 05/01/2005.

Estádio das Oliveiras e Arthur Lawson

No domingo, do dia 20 de Novembro de 1904 o Sport Club Rio Grande adquire da Intendência Municipal, por concorrência pública, no valor de Cr$ 1.200,00 (mil e duzentos), um terreno para construir a Praça de Esportes localizada na Av. Buarque de Macedo.

Presidido por Arthur C. Lawson, no domingo, do dia 03 de Julho de 1910, foi construído o 1º Pavilhão Social do futuro Estádio, na ocasião foi disputado um jogo inaugural, onde o S. C. Rio Grande venceu o Sport Club Pelotas pelo placar de 3 a 2.

Em 1911, foi concluída a construção do Estádio das Oliveiras. As instalações originais do 1º Pavilhão Social do Estádio foram destruídas num grande incêndio, sinistro datado na quinta-feira, do dia 13 de setembro de 1934.

O 2º Pavilhão foi então erguido, e teve inauguração na segunda-feira, do dia 19 de julho de 1948, em ato cerimonial comemorativo alusivo aos 48 anos de existência do Clube, que na ocasião era presidido pelo Sr. Ernani R. Lages.

O ​Estádio Arthur Lawson, com Capacidade para 4.661 pessoas, foi inaugurado no sábado, do dia 31 de Agosto de 1985, na derrota para o Grêmio Santanense por 5 a 2. O técnico foi o ex-atacante Nandinho. O árbitro da FGF foi o riograndino Aimoré Silva.

Primeiro gol do estádio, jogador do Grêmio Santanense João Pedro. O 1º gol do S.C.R.G., foi assinalado por Baltazar. Era presidente Nelton V.P. Feijó. Jogo válido pelo Campeonato Gaúcho da 3ª Divisão de 1985.

História da fundação do S.C. Rio Grande

Os primeiros movimentos que redundaram na fundação do clube, começam no final do século retrasado e alvorecer do século passado, eis os fatos: A humanidade vivia em clima de paz e de otimismo na velha Europa, uma espécie de coexistência pacifica entre as três potências econômicas da época: Alemanha, Inglaterra e França.

Havia muita euforia no mundo, com a expansão acelerada da economia e com novas descobertas. Germinavam novas ideias e novos ideais, no campo do direito, na economia e na sociologia.

Os três gigantes dividiam um mercado próspero e ávido em todos os continentes. O Brasil tinha 11 anos de república e seus portos se agitavam em comércio intenso com o exterior. A cidade de Rio Grande, berço da civilização Rio Grandense, estrategicamente situada no extremo meridional do Estado do Rio Grande do Sul era inebriada por intensa atividade portuária e fabril.

Falava-se em pé de igualdade, o Alemão, o Francês e o Inglês com a Língua Portuguesa. A Sociedade local, era cosmopolita e isto influência as artes, as letras e a cultura em modo geral. As maiores companhias teatrais da época, tinham passagem obrigatória em Rio Grande, oriundas do velho continente. Os clubes fechados, reuniam os nacionais de cada país.

Surgiram clubes Alemães, Ingleses, como os tradicionais Clube do Comércio e Clube de Regatas Rio Grande. O “Sport” na Europa surgiria numa modalidade viril que vinha se tornando o encanto da juventude. Era o “Foot Ball”, disputa que exigia muita coragem dos competidores. A notícia chegou rápida, e nesse ambiente, um grupo de jovens de 20 a 25 anos, resolveram se reunir para organizar um Clube esportivo que viesse a difundir no solo Pátrio, a atraente modalidade.

Foi quando o jovem alemão JOHANNES CHRISTIAN MORITZ MINNEMANN nascido em Hamburgo em 17 de julho de 1875, reuniu alemães, ingleses, portugueses e brasileiros, com o fito de fundar um Clube, nos escritórios da extinta firma THONSEN & Cia., JOHANES MINNEMANN, além de fundador, foi orador, secretário, guarda esportes e atleta, e conseguiu projetar e realizar a fundação do Sport Club Rio Grande.

Ele estava a pouco tempo no Brasil e ainda dominava muito mal o vernáculo. Como secretário do grupo fundador, ajudou a redigir os documentos iniciais no mais puro alemão. Razão pela qual os registros da fundação do Clube estão escritos neste idioma, em caracteres góticos.

O entusiasmo de Minnemman era contagiante. Assim programada a reunião inicial marcada para o sábado, do dia 14 de Julho de 1900, com início às 20h30min., sendo escolhido o local da “Casa dos Atiradores” também conhecido pelo nome germânico de “Tiro Alemão“.

A convocação era também para um “match”, que seria realizada na mesma manhã, entre às 9 e 10h30min., com a participação das equipes A e B. Prova-se assim, com este documento oficial, que já se praticava o esporte bretão, nos campos da cidade do Rio Grande.

Entretanto não foi ainda no dia 14 de Julho de 1900, a lavratura da ata de fundação. Foi marcada então nova data. Seria uma terça-feira, dia 17 de julho, na sede do Clube Germânia, no prédio situado a rua Benjamim Constant esquina Conde de Porto Alegre, atualmente mais recentemente conhecida como ‘Sociedade Cruzeiro do Sul’, alteração sofrida em 1952, ao reabrir suas portas, fechadas com a eclosão da II Guerra Mundial em 1943.

O Clube Germânia, fundado em 1863, era á época, uma sociedade chamada fechada, privada a alta sociedade Alemã e aos seus familiares. Assim na noite de 17 de Julho de 1900, houve um protesto de um dos associados, que não concordava com a concessão da Sede para realização de uma reunião que também congregava elementos de outras raças.

Foi preciso um esforço intenso dos interessados de nacionalidade alemã para a realização da reunião no sentido de contornar o impasse, sendo finalmente a mesma sido realizada na quinta-feira, do dia 19 de julho de 1900, no referido Clube Germânia, quando foi fundado o Sport Club Rio Grande.

Dessa reunião existe até hoje o texto do discurso pronunciado por Johannes Minnemann, em língua alemã. Estavam presentes à reunião, os cidadãos de diversas nacionalidades, que assinaram a Ata de Fundação:

R. Schwamerkurg     –     R. Kladt     –     R. Dietiker     –     S. W. Robinson     –     M. E. Castro     –     R. BernittO. Bernitt     –     N. Benz     –     E. Kunz     –     C. Nieckels     –     F. Reimar     –     H. Volkers     –     G. KladtM. Bornhorst     –     E. Lohmann     –     J.C.M. Minnermann     –     Walter Gerdau     –     Boje SchmidtArthur Cecil Lawson     –     William R. Ashlin     –     Henrique Buhle     –     O. Bernitt.

Cores do clube

Na sexta-feira, do dia 12 de julho de 1901, foi realizado uma Assembleia Geral, ficando na ocasião estabelecido, que as cores do clube seriam as mesmas da Bandeira Rio-grandense: verde, vermelho e amarelo.

Diga-se de passagem, que a história do futebol está intimamente a pessoa de Charles Miller, nascido em São Paulo, em 24 de Outubro de 1874. Estudou no Reino Unido, retornando ao Brasil em 18 de Fevereiro de 1894. Foi neste ano que introduziu a prática do futebol no seu clube, São Paulo Athletic Club, que tinha como principal atração o “Cricket“.


Os pioneiros do futebol nacional

1894São Paulo Athletic Club – São Paulo (Clube de “cricket” onde CHARLES MILLER, um de seus sócios, introduziu o futebol no Estado de São Paulo. O Clube fechou o futebol no início do século, voltando às atividades sociais e esportivas, para as quais foi fundado).
1898A.A. Mackenzie College – São Paulo (departamento de futebol extinto).
1899Sport Club Internacional – São Paulo (extinto).
1899S.C. Germânia – São Paulo (departamento de futebol extinto).
1900Sport Club Rio Grande – Rio Grande/RS (Clube de Futebol Mais Antigo em Atividade inimterrupta, fundado em 19/07/1900).
1900Associação Atlética Ponte Preta – Campinas/SP (fundado em 11/08/1900).
190214 de Julho – Santana do Livramento/RS (fundado em 14/07/1902).
1902Fluminense Foot Ball Club – Rio Janeiro/RJ (fundado em 21/07/1900).
1903Esporte Clube Vitória – Salvador/BA (fundado em 13/09/1903).
1903Grêmio Foot Ball Porto Alegrense – Porto Alegre/RS (fundado em 15/09/1903).

Curiosamente dos Precursores, restaram como Mais Antigo, o nosso Sport Club Rio Grande de 19/07/1900 e como segundo mais antigo a Ponte Preta, fundada em Agosto do mesmo ano. Os demais foram tragados pelo tempo ou retornaram a suas atividades esportivas iniciais, embora tenham sido fundados anteriormente.

1º jogo do Sport Club Rio Grande

​A primeira partida contra equipes externas, foi no ano da fundação, contra os marinheiros do navio inglês “NYMPH” que visitava a cidade. Terminou em empate de 2 a 2 . Na época, o Sport Club Rio Grande, possuía duas equipes, “A” e “B“.

TIME “A”: Artur Lawson, Barthgen, A. Kladt, Schimidt, Bonhorst, Buhle, Poock, Trail, Robinson, Minnemmann e Legeren

TIME “B”: G. Kladt, R. Bernitt, Stewart, Benz, Dietiker, R. Kladt, Gerdau, Darlsy, Volckers, Ernst e Castro.

​Primeiros jogos internacionais

A partir daí, passou a fazer diversas apresentações pelo estado do Rio Grande do Sul. Em 1901 lançou o futebol em Pelotas/RS, 1903 em Porto Alegre, em festividade memorável para os porto-alegrenses. Em 1906 foi fazer a sua demonstração na cidade de Bagé/RS.

Foi ainda o primeiro clube brasileiro, a realizar uma partida internacional, em 1910 contra o Clube Atlético Estudiantes, da Argentina e em 1911 contra a Seleção Uruguaia. Em 1912 contra o “scratch” Paulista. Em 1919, contra a Seleção Argentina.

Títulos em todas as divisões

​Em 2014, O Sport Club Rio Grande garantiu uma marca histórica no futebol gaúcho, com o título da Série B do Gauchão e é, juntamente com o Guarany Futebol Clube, da cidade de Bagé/RS, um dos únicos clubes do Rio Grande do Sul a conquistar o título de todas as Divisões estaduais, triunfando na Primeira Divisão em 1936, a Segunda Divisão em 1962 e a Terceira Divisão em 2014.

Atletas Riograndinos destaques que passaram pelo Clube:

Fruto – Atleta símbolo do Clube.

Scala e Neca – Ambos integrantes da Seleção Brasileira.

Alcindo Martha de Freitas (O Alcindo)Seleção Brasileira de 1966.

Toquinho, oriundo das categorias inferiores, brilhou no futebol paulista, Portuguesa de Desportos.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Moisés H G Cunha

FOTOS: Revista Trip (julho de 2003)

FONTES: Site do Sport Club Rio Grande – RAMOS, Miguel Glaser. SC Rio Grande – Centenário do futebol brasileiro. Rio Grande: Editora da FURG, 2000, 211 p. – Memorial JOHANNES CHRISTIAN MORITZ MINNEMAN – DACOSTA , LAMARTINE (ORG ). ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. RIO DE JANEIRO: CONFEF  2006 , Artgo: Futebol em Rio Grande-RS, por: Leonardo Trápaga Abib – Revista GOOOL nº 77 ano 2000/edição histórica; S.C. Rio Grande

Inédito!! Itabaiana Sport Club – Itabaiana (SE): Existiu entre 1938 a 1950

Por Sérgio Mello

A Associação Olímpica de Itabaiana é uma agremiação da cidade de Itabaiana (população de 103.439 habitantes, segundo o censo do IBGE de 2022), que fica a 54 km da capital (Aracaju) do estado de Sergipe.

Fundado no domingo, do dia 10 de julho de 1938, graças a fusão de duas equipes amadoras: o Brasil Football Club e o Balípodo Club Santa Cruz, dando origem ao Botafogo Sport Club. A sua Sede fica localizada na Avenida Manoel Francisco Téles, s/n, no Centro de Itabaiana (SE).

O objetivo da fusão era manter uma frequência de atividades esportivas, já que estes dois clubes apareciam e desapareciam constantemente e não tinham um calendário fixo. Então, os desportistas itabaianenses entenderam que deveria ser formado um time mais consistente, mais participativo e com maior regularidade esportiva.

O nome do Botafogo S.C. durou apenas três meses, já que o mesmo não adquiriu a simpatia de todos os integrantes. Assim na quinta-feira, do dia 6 de outubro de 1938, numa reunião de iniciativa do Sr. Irineu Pereira de Andrade, o time serrano passou-se a chamar Itabaiana Sport Club. A mudança definitiva para Associação Olímpica de Itabaiana ocorreu em 1950.

A escolha das cores do clube não foi difícil. Como o Santa Cruz tinha as cores azul e branco e o Brasil as cores vermelho e branco, a homenagem foi prestada aos precursores e o Itabaiana viraria o tricolor serrano, nas suas cores azul, vermelho e branco.

A Primeira Partida

EM PÉ (esquerda para a direita): Zé de Sevino (goleiro), Osvaldo de Vivi, Divo, Wilson Noronha, Melinho, Ramalho, Zé de Hermógenes, Nilo Base, Bonito, Jeová e Zé Rezende (Borrachinha). 

A 1ª partida do novo time itabaianense aconteceu no domingo, do dia 14 de agosto de 1938. Ainda com o nome de Botafogo Sport Club. O time serrano enfrentou o Guttemberg Football Club da cidade de Aracaju. E o Sergipe Jornal, da capital anunciava:

Na própria cidade de Itabaiana, encontrar-se-ão amanhã em partida amistosa, os fortes esquadrões do Guttemberg F.C desta capital e o Botafogo S.C daquela cidade. Ambos os quadros estão devidamente treinados prometendo deste modo um embate cheio de lances emocionantes, realizando em Itabaiana amanhã uma das suas maiores tardes esportivas”.

O jogo foi recheado de controvérsias e o Sergipe Jornal da quarta-feira, do dia 17 de agosto, numa matéria inteiramente parcial polemizou:

Sob a arbitragem de um juiz inconsciente, os rapazes do Guttemberg F.C. perderam para o Botafogo S.C da cidade de Itabaiana, pelo apertado score de 2×1. (…) Decorridos alguns minutos de jogo, coube a abertura do score aos locais, não desanimando os visitantes que o tempo todo investem, (…).

Em uma das vezes, apossando-se Teleco da bola, escapa, e a grande distância, em um forte pelotaço vaza as redes dos locais, mas o juiz, que desde o início da peleja procurava prejudicar todas as jogadas dos rapazes do “Guttemberg” anula inescrupulosamente o tento feito, sem aceitar o menor protesto do time prejudicado.

Minutos depois, ainda Teleco apossando-se da pelota (…), descobrindo em frente ao goal dos locais, manda um forte tiro, conseguindo deste modo empatar a partida (…).

Já ao término da peleja, chocam-se três jogadores, inclusive dois locais próximo à área penal dos visitantes, e o juiz, desconhecedor das refras do football, (…), ao em vez de marcar bola ao ar, marca uma penalidade contra os ‘guttemberguenses’, que batido, resultou em goal para eles, terminando a partida minutos depois com o score de 2 a 1, favorável ao time local”,

Dos Primeiros Títulos à Atualidade

O 1º título, a Zona Centro de Sergipe, veio em 1959, ainda como clube amador. Em 1960, o profissionalismo chega ao futebol sergipano. O primeiro título de Campeão Sergipano de profissionais viria no ano de 1969 no antigo Estádio Etelvino Mendonça.

Esse momento da história do time foi de fundamental importância, por ter provocado uma “febre” de autoestima e orgulho nos itabaianenses, marcando para sempre o início de uma paixão entre clube e torcida.

O 2º título estadual seria conquistado no ano de 1973, em pleno estádio Lourival Batista, o “Batistão”, em Aracaju/SE. Mas foi entre o final da década de 70 e início da década de 80 (78, 79, 80, 81 e 82) que o Itabaiana consolidaria sua hegemonia no futebol do Estado, conquistando um inédito pentacampeonato, tendo como responsável direto por tal feito histórico o Sr. José Queiroz da Costa, eterno patrono da equipe, que não medira esforços para obter tais conquistas.

Um jejum de 15 anos ocorreu até o próximo título em 1997, quando o Itabaiana derrotou o Confiança, mais uma vez no Batistão. Em casa, no Estádio Presidente Médici, mais um título de campeão sergipano seria conquistado em 2005. Recentemente, em 2012, em campanha histórica, o Tricolor conquistou o seu 10º título estadual.

Vale destacar, ainda, a conquista do Nordestão de 1971, título ainda não reconhecido pela CBF, mas registrado nos anais da história através de diversos jornais e do Boletim Oficial da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD).

Inauguração Estádio Presidente Médici

O Estádio Estadual Presidente Médici com capacidade de 11 mil pessoas é onde o Itabaiana manda seus jogos. O nome foi sugestão do então governador de Sergipe, Lourival Baptista, como modo de agradar o então Presidente da República, o militar Emílio Garrastazu Médici.

O estádio foi inaugurado na tarde de domingo, do dia 7 de março de 1971, num jogo do Tricolor Serrano contra o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense/RS. Foi um dia inesquecível e uma partida de futebol da melhor qualidade, apesar de o público ter voltado para casa sem ver gols (0 a 0) foi o resultado final, mesmo com a equipe do Grêmio contando com a presença do tricampeão mundial, o lateral-esquerdo Everaldo, que travou um acirrado duelo com o veloz e habilidoso ponta-direita serrano Edmílson Santos, este não deu vida fácil ao famoso lateral. Estes foram os protagonistas da festa:

ITABAIANA: Marcelo, Augusto, Humberto, Elísio e Messias; Gustinho, Bené e Zequinha; Edmilson, Horácio e Tatica. Técnico: Alberto Menezes.

GRÊMIO: Jair, Domingos (Espinosa), Di, Beto e Everaldo; Jadir (Júlio Amaral – Ivo), Gaspar e Caio; Flecha, Alcindo (Paraguaio) e Loivo. Técnico: Otto Glória.

Centro de Treinamento

O Centro de Treinamento do Itabaiana (C.T da Serra), ainda inacabado, tem sua localização no povoado Serra, município de Itabaiana e fica distante cerca de 6 km do centro da cidade. Saindo de Itabaiana com destino à Aracaju, o acesso ao CT da Serra fica na BR 235, entrada do povoado, a 1,5 km das margens da rodovia.

É uma área de 2,2 ha de terreno, com alojamentos, dois campos com dimensões oficiais, vestiários, área de convivência, cozinha industrial, departamento médicofisioterápico, diretoria e rouparia. Ainda serão construídos salão de jogos, sala de troféus e alguns outros compartimentos.

HINO da A.O. ITABAIANA

Letra: Alberto Carvalho

Música: Nelson Ferreira

Interpretação: Claudionor Germano

Descendo a Serra
Jogando uma bola
Com alma e paixão

Três cores na faixa
Alegria do povo
É o seu campeão

Em casa ou distante
O ardor é o mesmo
No campo de ação

Na vitória ou derrota
A disputa com luta
E o abraço do irmão

Somos Itabaiana
Cidade celeiro
Que vibra no esporte
Com o seu Tremendão

Galeria de Títulos

Regionais

Campeão do Nordeste e Vice do Norte-Nordeste – 1971
Maior título da história do Futebol Sergipano

Campeonato Segipano – Série A1 (1ª Divisão)

Campeão – 1969, 1973, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1997, 2005 e 2012

Copa Governo do Estado de Sergipe

Campeão – 2006 e 2007

Participações em competições Nacionais 

1971 – Campeonato Brasileiro Série B (3º colocado)
1972 – Campeonato Brasileiro Série B
1974 – Campeonato Brasileiro Série A
1979 – Campeonato Brasileiro Série A
1980 – Campeonato Brasileiro Série A
1981 – Campeonato Brasileiro Série A
1982 – Campeonato Brasileiro Série A
1983 – Campeonato Brasileiro Série B
1994 – Campeonato Brasileiro Série C
1995 – Campeonato Brasileiro Série C 
1996 – Campeonato Brasileiro Série C
1997 – Campeonato Brasileiro Série C
1998 – Campeonato Brasileiro Série C (4º colocado) 
1999 – Campeonato Brasileiro Série C 
2001 – Campeonato Brasileiro Série C 
2002 – Campeonato Brasileiro Série C
2003 – Campeonato Brasileiro Série C
2005 – Campeonato Brasileiro Série C
2012 – Campeonato Brasileiro Série D

1998 – Copa do Brasil
2003 – Copa do Brasil
2006 – Copa do Brasil
2007 – Copa da Brasil
2008 – Copa do Brasil
2009 – Copa do Brasil
2013 – Copa do Brasil 

Colaborou: José Matheus Tavares de Lima

ARTE: desenho do escudo e uniformes – Sérgio Mello

FOTO: Acervo de Joãozinho Retratista

FONTES: Site do clube

Escudo e uniforme de 1956/57: Botafogo Futebol Clube – Ribeirão Preto (SP)

Por Sérgio Mello

O Botafogo Futebol Clube é uma agremiação da cidade Ribeirão Preto, localizado a 315 km da capital do estado de São Paulo. Conta com uma população de 698.642 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022.

O “Pantera” foi Fundado no sábado, do dia 12 de outubro de 1918, por meio da fusão dos três times da Vila Tibério: União Paulistano, Tiberense e Ideal Football Club.

A escolha do Nome

As lendas contam que os representantes do clube não conseguiam entrar em acordo quanto ao nome do novo clube e com os ânimos exaltados alguém teria dito que caso não houvesse consenso o melhor era “botá fogo” em tudo e desistir da fusão.

Cores

As cores escolhidas foram preta, branca e vermelha. O uniforme principal é todo branco, com uma faixa horizontal tricolor na camisa. O segundo uniforme possui camisa com listras verticais nas três cores, calção preto e meias vermelhas. Manda seus jogos no Estádio Santa Cruz, que tem capacidade para 28.900 pessoas.

Breve história

No início do século XX, na cidade de Ribeirão Preto (cidade do interior do estado de São Paulo), os primeiros times de futebol representando os bairros da cidade começaram a se estabelecer.

No caso da Vila Tibério, em vez de um, eram três os times que representavam o bairro: União Paulistano, Tiberense e Ideal Football Club. Isso fazia com que os bons jogadores do bairro se diluíssem entre os três, diminuindo assim sua competitividade quando jogavam contra equipes de outros bairros.

Para contornar esta situação, um grupo ligado ao Ideal Football Club convocou representantes do União Paulistano e do Tiberense para uma reunião, com o intuito de propor uma fusão do trio.

Com o consenso pela fusão, o Botafogo Football Club do Rio de Janeiro foi lembrado, e optaram por homenageá-lo com um nome homônimo ao novo time de Ribeirão Preto.

Há também uma versão que garante que chegar ao consenso nesta reunião não estava sendo fácil e, em um dado momento, um dos presentes teria ameaçado a fusão e dito que botaria fogo em todos os documentos que ali estavam; tal ameaça, de acordo com essa visão, teria inspirado o nome do time.

O 1º Presidente foi Joaquim Gagliano, que na ocasião também era funcionário da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Isso facilitou o caminho para que Gagliano conseguisse junto a alguns funcionários da Companhia o primeiro custeio para a aquisição de material esportivo.

As três cores, branco, preto e vermelho, foram tanto uma homenagem ao homônimo carioca (alvinegro) quanto para aludir às cores da bandeira paulista (o alvinegro somado ao vermelho).

Campeão do Centenário de Ribeirão Preto de 1956

A 1ª partida foi disputada em Franca, outra cidade do interior de São Paulo (distante cerca de 90 quilômetros de Ribeirão Preto), contra o Esporte Clube Fulgêncio: vitória por 1 a 0.

O 1º título conquistado foi o de Campeão do Interior da 1ª Região, em 1928, o que credenciou o Botafogo Futebol Clube à disputa da Taça Competência, contra o Palestra Itália, campeão do Campeonato Paulista organizado pela APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos).

Em 1956 e 1957 vieram as conquistas que confirmaram o estabelecimento do time como uma potência de sua região: foi campeão do Centenário de Ribeirão Preto (com vitória sobre o Comercial Futebol Clube por 4 a 2), da Taça dos Invictos do Interior (que pela primeira vez era oferecida a um time de fora da capital) e do Campeonato Paulista da 2ª Divisão, credencial para a disputa da divisão principal.

Hino do clube

Até os anos 70, o time não teve hino oficial, mas algumas marchinhas que aludiam ao clube. Em 1972, na gestão de Ricardo Christiano Ribeiro – que naquela oportunidade assumia o cargo de presidente pela primeira vez –, foi criado um concurso para a escolha de um hino oficial. Dentre 13 concorrentes, o campeão do concurso foi um composto pelo próprio Christiano Ribeiro, sobre letra de Horvildes Simões.

“Botafogo, Botafogo
Orgulho de Ribeirão
Sua fibra, sua raça
Mantém a nossa tradição
A bravura, da sua gente
Acende nossos corações
Grandioso Botafogo
Celeiro de campeões
Foi a Vila, Vila Tibério
O berço do tricolor
Crescendo sempre, se consagrando
Na glória da região
Sem preconceito, tem branco e preto nela
Vermelho representa o sangue do Pantera
Nossa bandeira altaneira, varonil
Vai tremulando pelo céu do meu Brasil
O tricolor de Santa Cruz ninguém engole
Porque a galera do Pantera não é mole”

Mascote

A mascote é uma pantera, instituída após o título de Campeão do Interior da 1ª Região, conquistado em 1928, momento em que a equipe passou a ser conhecida como “Pantera da Mogiana”.

Já o primeiro estádio foi o Luiz Pereira, inaugurado em 24 de fevereiro de 1924, que em seus primeiros anos era chamado de “campo da Vila Tibério”, “campo do Botafogo”, “Fortim da Vila” e “Madeirão”.  

Nos anos 60, foi construído o Estádio Santa Cruz, inaugurado em 21 de janeiro de 1968 em um amistoso contra a Seleção da Romênia, vencido pelos anfitriões por 6 a 2.

Dois dos jogadores que são fortemente associados ao Botafogo Futebol Clube, onde começaram suas carreiras como profissionais, são os irmãos Sócrates (1974-78 e 1989) e Raí (1984-87).

Craques da terrinha

Nascidos em Ribeirão Preto, Sócrates e Raí viram suas carreiras ganharem projeção nacional em suas passagens pelo Sport Club Corinthians e pelo São Paulo Futebol Clube, respectivamente.

Outros jogadores que também se destacaram em suas passagens pelo Pantera em todos os tempos foram o meia Tim (1930-34 e 1948-49), o lateral-esquerdo e zagueiro Dicão (1956-59 e 1960), o goleiro Machado (1954-66), o lateral-direito Eurico (1964-68), o zagueiro Manoel (1971-83), o centroavante Geraldão (1970-75), o atacante Didi (1980-81 e 1988), o centroavante Nélson (1985-92) e o goleiro Doni (2001).

Grande rival

O principal rival é o Comercial Futebol Clube, e o derby que ambos protagonizam é conhecido como “Come-Fogo”. Foram realizados 27 jogos entre 1920 e 1936, que é considerada como a fase amadora do confronto.

À altura de 2015, a soma de todas partidas indica que o Botafogo possuí 61 vitórias; enquanto Comercial venceu 49 e constam 57 empates, tendo o Botafogo assinalado 212 gols contra 208 tentos do Comercial.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FOTOS: A Gazeta Esportiva (1957) – Acervo de Cartões Postais de Toninho Sereno

FONTES: Prefeitura de Ribeirão PretoHistória do futebol no Brasil, T. Mazzoni (2007) – Minienciclopédia do Futebol Brasileiro, Igor Ramos – Botafogo: uma história de amor e glórias, Ribeirão Preto, SP: I. Ramos, 2008 – Site oficial do Botafogo de Ribeirão Preto – Paulo Nascimento

Escudo Raro de 1967 e 1972: URT de Patos de Minas (MG)

Por Sérgio Mello

Escudo de 1972

A U.R.T. (União Recreativa dos Trabalhadores) é uma agremiação da cidade de Patos de Minas (MG). Foi Fundado no domingo, do dia 09 de Julho de 1939, surgiu em uma reunião de amigos, composta por um grupo de senhores e senhoras, no prédio de propriedade do Sr. Jovino Fernandes Canedo, na antiga rua Industrial (atual: Rua Vereador João Pacheco), com presença de inúmeras pessoas, inclusive o Professor Zama Maciel, que abriu a sessão para organizar uma entidade recreativa e esportiva, contando com membros do Sindicato Operário de Patos de Minas

O seu 1º Presidente foi Júlio Fernandes, eleito no mesmo dia da fundação e empossado no dia 5 de Agosto do mesmo ano. O nome União Recreativa dos Trabalhadores – a União como era chamada de início e depois URT – foi sugerido pelo Sr. Divino Londi, um dos participantes do Sindicato Operário.

Comissões

A comissão de festas contava com João Formiga, Adélio de Lélis Ferreira, Elizeu de Lélis Ferreira, Cremilda Albino e Maria Melo, nomes apontados pelo Sr. Abderram Araújo. A comissão de esportes: Vicente Pedro da Silva, Augusto Cândido da Silva, Tito Silva, Zilda Escolástica da Silva e Joana da Silva Melo, por proposição de Dolor Lourenço. Na Comissão de Sindicância: Zama Maciel, Divino Londe, José Albino da Silva, Manoel Honório Rodrigues, Domingos Flávio, José Augusto de Melo, Abderram Araújo e Samuel Moreira Pinto.

URT de 1972 (Acervo José Mauro Versiani), formado somente com os jogadores da cidade. 
EM PÉ (esquerda para a direita): Celso Cocão, Bico, Cacá, Fernandinho, Cascudo e Tega;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Nogueira, Sabará, Otinho, Léo e Tê.

Arrecadação

A mensalidade estipulada foi de 5 mil réis para os homens e de 2 mil e 500 réis para as senhoras e senhoritas. A jóia para os não fundadores era de 8 mil réis, sendo isento os fundadores desta contribuição.

As cores

As cores preto e branco foram escolhidas para simbolizarem o clube, propostas por José Augusto de Melo. Outras cores sugeridas na oportunidade, vermelha e branca, azul e amarelo. Segundo o Sr. Messias Feliciano em 1940/41 as cores já eram azul e branco.

A União Recreativa dos Trabalhadores é o mais representativo time de futebol da cidade de Patos de Minas e maior torcida da região do Alto Paranaíba e do Triângulo Mineiro, gozando deste prestígio por sua história, tradição e títulos.

Maior campeão regional, com títulos de destaque estadual já conquistados, o Trovão Azul, como também é conhecido, tem como objetivo imposto pela atual Diretoria Executiva um processo de reestruturação ambicioso buscando estar próximo às modernas organizações empresariais, sendo gerido com ética e compromisso econômico.

Escudo de 1967

Sede e o Estádio

A sua Sede está localizada na Rua Joaquim das Chagas, nº 688, no bairro da Várzea, em Patos de Minas. A equipe manda os seus jogos no Estádio Zama Macial, “Arena DB – DanBred“, com capacidade para 4.858 pessoas (duas fotos abaixo).

Títulos

A conquista do bicampeonato do Alto-Paranaíba nos anos 1955 e 1956. O título do Amador em 1980, após muitos anos sem uma conquista na Categoria. O Troféu conquistado no Centenário de Patos de Minas em 1992, nos jogos contra o rival Mamoré e o bicampeonato da Taça Minas Gerais em 1999 e 2000, propiciando a participação na Copa do Brasil em 2000 e 2001.

Em 2000, estreou contra uma grande equipe: o Fluminense, do Rio de Janeiro, e só perdeu no Maracanã, tendo conseguido um empate no estádio Zama Maciel por 1 a 1, gol de Ditinho. Em 2001, a URT foi eliminada pelo Mixto de Cuiabá, logo na 1ª fase.

Em 2005 foi a 3ª colocada no Campeonato Mineiro, tendo como presidente Romero Meira, ficando atrás apenas do Ipatinga e do Cruzeiro. Em 2006, o clube novamente participou da Copa do Brasil, após a grande campanha no Campeonato Mineiro de 2005. Na estreia, jogou contra o Londrina e classificou-se a 2ª fase, vencendo os paranaenses no primeiro jogo por 3 x 2 no Estádio Zama Maciel e empatando no Estádio do Café. Na 2ª fase, o clube jogou contra outro time grande, o Santos Futebol Clube, dentro de casa, e perdeu por 3 a 1, sendo eliminado. O autor do gol da equipe foi Ditinho.

URT de 1967 (Acervo de Didi Sousa Sousa)
EM PÉ (esquerda para a direita): Clenio (treinador), Zé Geraldo, Pão, Tinda, Bajoso, Lúcio e Neto;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Pelezinho, Guilherme, Hélio, Natal e Nem.

Ditinho é um dos maiores ídolos da história da “veterana“. Foi artilheiro por duas vezes do Campeonato Mineiro da 1ª Divisão em 1999 e 2000, digno de estar eternizado nas bandeiras do nossa maior torcida, a “TOPA“.

O principal rival da equipe é o Esporte Clube Mamoré. Também mantém rivalidades com o Uberaba Sport Club, Associação Atlética Caldense e Uberlândia Esporte Clube.

HINO

Letra e música: Ibraim Francisco de Oliveira (participou de várias diretorias da Veterana, inclusive como presidente)

É União Recreativa dos Trabalhadores
Azul e Branco são as suas cores, time de garra e de tradição
Velha Mangueira, com mil bandeiras sempre a tremular
E a galera sempre a vibrar, com as conquistas do seu campeão
URT, tu és o símbolo de união, tu és a glória do esporte rei.
É o mais querido da região.
Salve a celeste, esquadra azul do gigante forte.
É nos gramados desde o sul ao norte
Mostrando raça e exibição
Lutar, vencer, é este o lema que lhe deu as glórias
Grandes conquistas faz a sua história
Salve a celeste, salve o campeão
URT, tu és o símbolo de união, tu és a glória do esporte rei.
É o mais querido da região.

ARTE: Escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Rosa Campos

FOTOS: Acervos José Mauro Versiani e Didi Sousa Sousa

FONTES: Site do clube – Site do clube – AG Esporte – Manchete EsportivaAta da Sessão de fundação da União Recreativa dos Trabalhadores

Escudo raro de 1940: Villa do Carmo Sport Club – Barbacena (MG)

Por Sérgio Mello

Villa do Carmo Esporte Clube é uma agremiação da cidade de Barbacena, situado no Interior do estado de Minas Gerais. Localizado a 169 km da capital (Belo Horizonte), conta com uma população de 125.317 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022

A “Maior das Vertentes(depois Periquito e depois Leão) foi Fundado na quinta-feira, do dia 1º de Maio de 1930, num povoado conhecido à época como uma “Villa”, situada próxima à igreja de Nossa Senhora do Carmo, no bairro do mesmo nome, na cidade de Barbacena/MG.

A partir daí, surgiu inicialmente com o nome Vila do Carmo Sport Club, e como cores oficiais o verde e o branco. Posteriormente, na década de 90, após um resgate de materiais históricos do clube, foi alterado seu nome oficial para Villa do Carmo Esporte Clube, adicionando também a cor vermelha para a identidade do clube.

Acervo de Fabiano Rosa Campos

O seu Estádio São Sebastião (Capacidade para 2.500 pessoas) e a sua Sede ficam localizados na Rua Prudente de Carvalho Araújo, nº 175, no bairro São Sebastião, em Barbacena.

A primeira mascote foi o “Periquito”, conhecido pela imprensa inclusive como “A equipe periquita de São Sebastião”. Posteriormente, foi adotado também o “Leão”, por força do então ilustre torcedor Butina.

Este usava sempre o slogan “Solto o Leão” para que os jogadores entrassem em campo. A partir daí, passou a ser conhecido ao longo dos anos como “O Leão da Mantiqueira”.

Praça de Esportes inaugurado em 1933

Foi inaugurando, no domingo, do dia 04 de junho de 1933, a esplendida Praça de Esportes Villense, realizou-se, em Barbacena, uma interessante festa esportiva, cujo programa agradou, em cheio, à assistência que se fez presente.

Ne jogo principal, Tupynambá, bicampeão de Juiz de Fora, enfrentou o forte conjunto do Villa do Carmo S. C. O cliché que estampamos é dos dois times que se defrontaram e de parte da assistência que aplaudiu os feitos do clube de suas simpatias.

Villa jogou no Rio de Janeiro em 1938

O Villa do Carmo viajou até o Rio de Janeiro, para realizar um amistoso diante do Modesto Football Club, do bairro de Quintino Bocaiuva, na Zona Norte do Rio.

A diretoria dos Leões de Quintino desembolsou 5:000$000 (cinco contos de réis), equivalente aos dias de hoje cerca de 50 mil reais; para organizar esse jogo, entre o “bichodos jogadores, passagens e hospedagem.

O Villa do Carmo trazia um cartaz que impunha respeito. Ostentava um “recorde de vitorias”. Seus craques eram quase todos profissionais. Seus triunfos foram todos obtidos sobre adversários dificílimos.

Abaixo, as 24 partidas e o mesmo número de vitórias, com 99 gols marcados, 19 tentos sofridos e um saldo pomposo de 80 gols:

America (4 x 2 e 3 x 1); Olympia (3 x 1 e 2 x 0); Botafogo (2 x 1 e 2 x 1); S. C. Lavras (8 x 0 e 6 x 1); Imperial (2 x 1, 3 x 0 e 6 x 0); Athletico (8 x 1 e 6 x 1); Campistas (3 x 0 e 6 x 0); Sigma (4 x 1, 7 x 1 e 5 x 2); Mineiro (3 x 0, em Santos Dumont); Guarany (5 x 1, em Lafayette); Tupynambás (4 x 3, em Juiz de Fora); Athletic (3 x 0, em São João Del Rey); Seleção de Barbacena (3 x 1); Minas F.C. (1 x 0, em S. João Del Rey).

Villa foi derrotado pelo Modesto

Na tarde de domingo, às 16h20min., do dia 08 de maio de 1938, as duas equipes se enfrentaram na Praça de Esportes do River Football Club, na Rua João Pinheiro, no bairro da Piedade. No final, o Villa do Carmo fez um bom jogo, mas acabou derrotado pelo placar de 2 a 0.

Estiveram presentes figuras conhecidas do sport carioca, como José Bastos Padilha (foi um dos maiores presidentes da história do C.R. Flamengo), e recebeu significativa manifesto dos suburbanos; Pedro Novaes (então presidente do Vasco da Gama), Cherubim Silva (ex-presidente da Federação Metropolitana de Desportos e vice presente, na época, do Vasco da Gama), Mario Rodrigues Filho (diretor do Jornal dos Sports), Mario Calderaro e João Machado (diretores da Federação Athletica Suburbana), Osorio, Manoel Silva e tantos outros.

O jogo foi movimentado e disputado, merecendo fortes aplausos da torcida presente. O Modesto Football Club venceu por 2 a 0, entretanto Villa do Carmo não foi presa fácil, e fez forte reação no segundo tempo, obrigando os modestinos a trabalhar de forma estafante para evitar o empate.

Aos 21 minutos do primeiro tempo, Ayres, de pênalti, abriu o placar para o Modesto. Na etapa final, Mangueirinha invadiu a área e tocou para Ayres, mostrou oportunismo, marcando seu segundo gol, aos 26 minutos, dando números finais a peleja.

O árbitro da peleja foi o argentino Sr. Virgílio Fredrighi, que teve excelente atuação, reinando sempre com cordialidade e disciplina entre players (jogadores) e assistentes (torcida). Na preliminar, na categoria juvenil, o Independentes bateu o Silva Teles por 3 a 1. Na preliminar, o Nacional venceu o Engenho de Dentro por 2 a 0.

MODESTO: Onça; Ludovico e Waldemar; Alberto, Carlos e Vavá; Nico, Antônio (Mosqueira), Ayres, Cicero e Mangueirinha.

VILLA DO CARMO: João Alberto; Waldyr e Arlindo Sabonete; Massudo, Anthero e Waldemar; Mistrica, Tizinho, Daniel, Ataliba e Mazzoni.

Vila do Carmo S. C.
Na foto acima os quadros de titulares e aspirantes logo após a conquista jamais igualada por outro qualquer clube desta cidade.
Titulares, tricampeões, 51, 52 e 53.
Aspirantes: tetracampeões: 50, 51, 52 e 53.
EM PÉ (esquerda para à direita): Simão S. Fortes (diretor), José T. Brandão (presidente), Zé Pequeno, Abalem, Magela, Olinto, Valter, Borracha, Morais, Calisto Campos (diretor), Angelo Morais (presidente). João Raimundo, 19, Zé Lima, Rael, Hilário, Cordeiro, Fernando, Benito. Bombeiro, Adriano Oliveira (presidente).
AGACHADOS (esquerda para à direita): Sabara (massagista), Irani, Duban, Branco, Levi, Morais, Nenem, Coquinho, Cicero (mascote), Carlinho Oliveira (técnico), Zuconi, Mazoni, Zozó, Plinio. Moisés e Sabará.

Tricampeão Citadino nos anos 50

Na quinta-feira, do dia 04 de maio de 1939, foi fundada a Liga de Sports Barbacenense (LSB), pelos clubes da cidade: Olympic Club, Villa do Carmo, Batalhão, América Futebol Clube, Central, Atlético Clube Barbacenense, Estudantes, Campista e Montanhês

Sob a presidência do Dr. Brasil Araujo, o Villa do Carmo se sagrou campeão do 1º Campeonato Citadino de Barbacena de 1939. No ano seguinte (1940), faturou o Bicampeonato Citadino. Em março de 1941, um dos destaques da equipe, o goleiro João Alberto foi contratado pelo Clube de Regatas Flamengo.

Em 1941, quem estava gerindo o futebol no município era a Liga Amadorista de Esportes Barbacenense (LAEB), situado na Praça dos Andradas, s/n, no Centro da cidade, e sob a presidência do Dr. Rubens Santos de Oliveira.

Destaque para o trio: Arlindo “Sabonete”, Waldyr e o goleiro João Alberto. Na década de 50, faturou o Tricampeonato Municipal (1951, 1952 e 1953)

Posteriormente disputou algumas edições do Campeonato Citadino de Juiz de Fora: 1958, 1959, 1960, 1961, 1964 e 1965.

America/RJ goleou o Villa

Um amistoso nacional, aconteceu na quarta-feira, do dia 1º de maio de 1957. O Villa do Carmo foi goleado pelo America FC por 6 a 3, em Barbacena/MG. O primeiro tempo, terminou com cinco a zero para o Mecão. Os gols foram marcados por Genuíno, quatro vezes; Romeiro e Ferreira para o America; enquanto Mauro, Irany e Lindolfo fizeram para o Villa.

Villa do Carmo: Campeão; Zé Antônio e Pavão; Cinquenta, Xeréu e Ibrahim; Lindolfo, Mauro, Silvinho, Irany e Coquinho.

America/RJ: Pompeia (Walter); Lucio e Edson; Rubens, Pacheco e Maneco; Canário (Ramos), Romeiro (Washington), Genuíno, Alarcon (Alvinho) e Ferreira. Técnico: Carlos Volante.

Na foto (acima) aparecem o trio final do Villa do Carmo S. C., campeão de 1939 da cidade de Barbacena. São eles: Arlindo (Sabonete), Waldyr e o guardião João Alberto, elemento muito futuroso e considerado o melhor das redondezas.

Villa foi derrotado pelo Madureira/RJ

No domingo, do dia 07 de julho de 1957, o Villa do Carmo perdeu para o Madureira por 3 a 2. Os gols foram assinalados por Nelsinho, Wellis e Nilo para o Tricolor Suburbano, enquanto Silvinho e Mauro, de pênalti, fizeram para o Villa. O árbitro foi Ângelo Ruas, com boa atuação.

Tudo igual entre Villa e Olaria/RJ

No domingo, do dia 06 de janeiro de 1958, Villa do Carmo e Olaria empataram em 1 a 1. No primeiro tempo, aos 6 minutos, Mauro abriu o placar para os donos da casa. O empate da equipe carioca só saiu aos 40 minutos da etapa final, por intermédio de Luís.  O árbitro foi o Sr. Aristocílio Rocha.

Villa do Carmo: Manuel; Pavão e Ibrahim; Zé Antônio, Carioca e Cinquenta; Lindolfo, Ceci, Silvinho, Mauro e Irany.

Olaria: Valter; Joel e Renato; Rico, Olavio e Dodô; César, Silvio, Bera (Luís), Valdir e Mário.

Villa debutou na Segundona Mineira

O Villa do Carmo debutou no Campeonato Mineiro da 2ª Divisão de 1967. A equipe ficou na Sub Zona, que contava com nove equipes. A campanha foi boa, terminando na 2ª posição. No entanto, apenas o campeão avançava para a fase final.

Campeão Mineiro da Segunda Divisão de 1968

O Campeonato Mineiro da 2ª Divisão de 1968, organizado pela FMF (Federação Mineira de Futebol), contou com impressionantes 51 clubes participantes.

Na primeira fase, o Villa do Carmo ficou na Zona Vertentes-Metalúrgica, da Sub Zona, com nove equipes. No final, o Villa terminou na 2ª posição com 23 pontos em 16 jogos (10 vitórias, três empates e três derrotas; 34 gols a favor, 16 tentos contra e um saldo de 18).  

Na segunda fase, ficou na chave com quatro equipes:  Villa do Carmo, Olympic Club (Barbacena), Democrata (Governador Valadares) e Athletic Club (São João del Rei). A equipe terminou na 1ª colocação com nove pontos em seis jogos (quatro vitórias, um empate e uma derrota; 13 gols a favor, cinco tentos contra e um saldo de oito).

Com isso, o Villa do Carmo Esporte Clube avançou para o Quadrangular Final, juntamente com Trespontano Atlético Clube (Três Pontas), Patrocinio Esporte Clube (Patrocinio) e Associação Atlética Cassimiro de Abreu (Montes Claros).

1ª Rodada (5ª-feira – 14 de novembro)

AA Cassimiro de Abreu 0X0Trespontano AC
Villa do Carmo EC     2X0Patrocínio EC

2ª Rodada (Domingo – 17 de novembro)

Patrocínio EC2X1AA Cassimiro de Abreu 
Trespontano AC2X1Villa do Carmo EC     

3ª Rodada (4ª-feira – 20 de novembro)

Patrocínio EC2X0Trespontano AC
Villa do Carmo EC     6X0AA Cassimiro de Abreu 

4ª Rodada (Domingo – 24 de novembro)

Patrocínio EC1X1Villa do Carmo EC     
Trespontano AC2X0AA Cassimiro de Abreu 

5ª Rodada (4ª-feira – 27 de novembro)

AA Cassimiro de Abreu 2X3Patrocínio EC
Villa do Carmo EC     1X0Trespontano AC

6ª Rodada (Domingo – 1º de dezembro)

AA Cassimiro de Abreu 0X0Villa do Carmo EC     
Trespontano AC5X2Patrocínio EC

Classificação do Quadrangular Final

CLUBESPGJVEDGPGCSG
Villa do Carmo EC     863211138
Trespontano AC76312963
Patrocínio EC763121011-1
AA Cassimiro de Abreu 2624313-10

O Villa do Carmo conquistou o inédito título do Campeonato Mineiro da 2ª Divisão de 1968. A campanha no geral foram 40 pontos em 28 jogos (17 vitórias, seis empates e cinco derrotas; 58 gols a favor, 24 tentos contra e um saldo de 34)

Apesar do título, o Villa precisou enfrentar o Independente Atlético Clube (Uberaba), último colocado da Primeira Divisão do Mineiro de 1968.

No 1º encontro, no domingo do dia 8 de dezembro, Villa e Independente empataram em 0 a 0. A 2ª partida, na quinta-feira do dia 12 de dezembro, novo empate sem gols.

O 3º e último jogo, na quarta-feira do dia 18 de dezembro, o Independente venceu por 3 a 1. Todos os três jogos foram no Estádio Independência (propriedade do Sete de Setembro F.C.), em Belo Horizonte/MG.

A vaga ficou com o Independente, porém o Villa do Carmo em seguida recorreu à Justiça Desportiva solicitando os pontos, alegando que o Independente teria utilizado um jogador, que assinou contrato fora do tempo legal.

A Justiça Desportiva (TJD-MG) anulou a partida, mas, paralelamente, a Divisão. O Conselho da Divisão Extra incluiu o Villa do Carmo no campeonato, juntamente com outras três equipes convidadas: Democrata-GV, Tupi e Sete de Setembro.

Duas edições no Mineiro da Primeira Divisão

Após idas e vindas, o Villa do Carmo conquistou o direito de disputar o Campeonato Mineiro da 1º Divisão de 1969. O Estadual contou com a presença de 16 equipes. A estreia aconteceu no domingo, do dia 26 de janeiro de 1969, com derrota para o Tupi por 2 a 0, em Juiz de Fora.  

A primeira vitória, mas aconteceu no domingo, do dia 16 de março de 1969, sobre o Democrata por 1 a 0 (gol de Milton), em Governador Valadares. Os resultados mais valiosos, aconteceu na quarta-feira, do dia 21 de março de 1969, quando arrancou um empate em 2 a 2, fora de casa, diante do América Mineiro. E depois, em casa, na quarta-feira, do dia 28 de março de 1969, ficou no empate em 1 a 1 com o poderoso Cruzeiro.

Na classificação final, o Villa do Carmo terminou na 13ª colocação com 22 pontos em 30 jogos (oito vitórias, oito empates e 14 derrotas; 24 gols a favor, 45 tentos contra e um saldo negativo de 21)

O Campeonato Mineiro da 1º Divisão de 1970, contou com a participação de 28 equipes. A campanha foi modesta, terminando na 17ª colocação com 15 pontos em 14 jogos (cinco vitórias, cinco empates e quatro derrotas; 17 gols a favor, 18 tentos contra e um saldo de menos um).

Algumas Formações:

Time base de 1938: João Alberto; Waldyr e Arlindo Sabonete; Massudo, Anthero e Waldemar; Mistrica, Tizinho, Daniel, Ataliba e Mazzoni.

Time base de 1942: Atos; Daniel e Arlindo Sabonete; Lima (Neto), Jorge e Jaguaré; Tatu, Tininho, Elias, Levi e Mazzoni.

Time base de 1948: João Alberto; Waldyr e Arlindo Sabonete; Massudo, Anthero e Waldemar; Mistrica, Tininho, Daniel, Ataliba e Mazzoni.

Time base de 1951: Danton (Pigmeu); Cinquenta (Coquinho) e Geraldinho (Mistrica); Dario (Bombeiro), Oitenta (Carmo) e Amaury (Zé Pequeno); Lindolfo, Levy (Morais), Mauro, Flavio (Pastos) e Plínio (Coquinho).

Time base de 1952: Danton; Borracha (Olinto) e Cinquenta; Geraldino (Morais), Carmo (Léo) e Oitenta; Coquinho (Cosme), Levy (Maurilio), Márcio, Mauro e Lindolfo (Coró).

Time base de 1955: Delvaux; Ibrahim e Duelo; Faquir (Olinto), Cinquenta e Carmo; Luizinho (Tupã), Levy, Nenê, Mauro e Coquinho.

Time base de 1957: Wilson (Delvaux ou Dalton); Zé do Hélio (Pavão) e Ibrahim (Zé Antônio); Cinquenta (Olinto), Xexéo e Carioquinha; Lindolfo, Levy, Silvinho (Ranulfo), Mauro (Iraci) e Irany (Coquinho). Técnico: Carlinhos Buchene.

Time base de 1958: Manuel; Pavão e Ibrahim; Zé Antônio, Carioca e Cinquenta; Lindolfo, Ceci, Silvinho, Mauro e Irany.

Papel Timbrado: Acervo de Fabiano Rosa Campos

PESQUISA:Sérgio Mello

ARTE: desenho do escudo e uniformes – Sérgio Mello

 FONTES: A Luta Democrática (RJ) – A Manhã (RJ) – A Noite (RJ) – A Tribuna (SP) – Diário da Noite (RJ) – Diário da Tarde (PR) – Diário do Paraná (PR) – Folha Mineira (MG) – Jornal do Commercio (RJ) – Jornal dos Sports (RJ) – O Imparcial (RJ) – O Jornal (RJ) – O Radical (RJ) – O Sol (MG) – Rsssf Brasil – Sport Ilustrado (RJ)

Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1919: Brasil conquista seu 1º título no continente

BRASIL CAMPEÃO

Por: Sérgio Mello

Após ter sido realizado na Argentina (1916) e Uruguai (1917), respectivamente, a 3ª edição do Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1919, aconteceu no Brasil. Na realidade a competição deveria ter acontecido um ano antes, porém devido a epidemia mundial de gripe espanhola adiou em um ano. A doença vitimou mais de 50 milhões de pessoas pelo mundo, só no Brasil matou mais de 35 mil.

URUGUAI VICE-CAMPEÃO

Para fazer bonito, o Estádio da Rua Guanabara (atual Estádio das Laranjeiras e de propriedade do Fluminense), foi construído para o torneio, com capacidade para 25 mil torcedores, na época era o maior estádio das Américas. Localizado na Rua Guanabara, atual Rua Pinheiro Machado, no bairro das Laranjeiras, situado na Zona Sul do Rio/RJ.

ARGENTINA 3º LUGAR

O torneio contou com a participação de quatro países: Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. O regulamento simples, todos contra todos e aquele que somasse mais pontos ficaria com o título.

CHILE 4º COLOCADO

Brasil estreia com goleada

Na tarde de domingo, às 15 horas, do dia 11 de maio de 1919, a Seleção Brasileira não tomou conhecimento e goleou o Chile pelo placar de 6 a 0, no Estádio das Laranjeiras, que estava lotado. Os gols foram assinalados por Haroldo, uma vez; Neco, duas vezes e Arthur Friedenreich, que balançou as redes em três oportunidades.

Seleção Brasileira: Marcos de Mendonça; Píndaro e Bianco; Sérgio Pires, Amílcar e Gallo; Menezes, Neco, Arthur Friedenreich, Haroldo e Arnaldo. Comissão Técnica: Arnaldo da Silveira (capitão), Amílcar, Mário Pollo, Affonso de Castro e Ferreira Vianna Netto.

Chile: Guerrero; Gatica e Poirier; Baez, Baeza e Gonzalez; Fuentes, Dominguez, Francia, Muñoz e Varas.     

Seleção Brasileira conquistou primeiro grande título no Campeonato Sul-Americano de 1919, sediado no Estádio de Laranjeiras

Segundo jogo e nova vitória

A segunda partida, aconteceu na tarde de domingo, às 15h30min., do dia 18 de maio de 1919, quando o Brasil bateu a Argentina por 3 a 1, novamente com o Estádio das Laranjeiras estava abarrotado. Os gols da partida, foram assinalados por Heitor, Amílcar e Millon para os brasileiros e Carlos Izaguirre fez o de honra para “Los Hermanos”. O árbitro da partida foi o uruguaio A. Minoli.

Seleção Brasileira: Marcos de Mendonça; Píndaro e Bianco; Sérgio Pires, Amílcar e Fortes; Millon, Heitor, Arthur Friedenreich, Neco e Arnaldo. Comissão Técnica: Arnaldo da Silveira (capitão), Amílcar, Mário Pollo, Affonso de Castro e Ferreira Vianna Netto.

Argentina: Isola; Castagnola e Reys; Mattozzi, Uslenghi e Martin; Calomino, Laiolo, Clarke, Izaguirre e Perinetti.

EM PÉ (esquerda para a direita): Píndaro, Sérgio Pires, Marcos de Mendonça, Fortes, Bianco e Amílcar;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Millon, Neco, Arthur Friedenreich, Heitor e Arnaldo.  

Brasil e Uruguai ficam no empate

Brasileiros e uruguaios venceram os seus dois jogos e se enfrentaram para definir quem ficaria com a taça! De um lado, a Celeste lutando pelo seu 3º título e do outro, a Seleção Canarinho buscando uma inédita conquista.

Na tarde de sábado, às 15h30min., do dia 25 de maio de 1919, bola rolando e o que se viu foi uma partida truncada e muito disputada. Final de jogo e o empate em 2 a 2, no Estádio das Laranjeiras (adivinha? Casa cheia!). O árbitro foi o chileno R. L. Todd.

Nos 18 primeiros minutos houve uma grande superioridade dos uruguaios que abriram dois gols com Isabelino Gradín e H. Scarone. Com o desenrolar da peleja o Brasil conseguiu reequilibrar a partida. Mas foi no segundo tempo, que a Seleção Canarinho voltou com tudo, chegando ao empate com dois gols de Neco.

Seleção Brasileira: Marcos de Mendonça; Píndaro e Bianco; Sérgio Pires, Amílcar e Fortes; Millon, Neco, Arthur Friedenreich, Heitor e Arnaldo. Comissão Técnica: Arnaldo da Silveira (capitão), Amílcar, Mário Pollo, Affonso de Castro e Ferreira Vianna Netto.

Uruguai: Saporiti; Varella e Foglino; Vauzzino, Zibecchi e Nagun; H. Scarone, Carlos Scarone, Carlos, Gradin e Maran. Técnico: Severino Castillo.

Reunião definiu o jogo-extra

Após o resultado, no período da tarde e começo da noite, os Srs. Hector Gomes, presidente da Confederacion Sudamericana, B. Pereyra e R. Mibelli, delegados uruguaios, tiveram uma conferência com a diretoria e membros da comissão terrestre da Confederação Brasileira, tendo ficado resolvido:

a) desempatar o Campeonato Sul- Americano na próxima quinta-feira, 29 do corrente;

b) começar a prova ás 2 horas da tarde em virtude das prorrogações que podem ir até 3 horas, de acordo com o regulamento;

c) propor o Sr. J. Barbera, juiz argentino, para servir no desempate.

EM PÉ (esquerda para a direita): Sérgio Pires, Fortes, Millon, Bianco, Marcos de Mendonça, Neco, Píndaro, Amílcar, Heitor, Arnaldo e Arthur Friedenreich.

Jogo-extra e prorrogação: veio o título inédito para o Brasil

 Apesar do Brasil ter um saldo melhor (8 a 3), o regulamento previa nesse caso, um jogo-extra e, se persistisse o empate: prorrogação. Então, na tarde de quinta-feira, às 14 horas, do dia 29 de maio de 1919, Brasil e Uruguai voltaram a campo para definir o campeão.

Após 150 minutos (com direito a duas prorrogações), o Brasil superou o desgaste físico e bateu o Uruguai por 1 a 0, ficando com o inédito título do Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1919.

A partida terminou empatado em 0 a 0. Veio a prorrogação e um novo empate sem ninguém ter balançado as redes. Aí veio a 2ª prorrogação! Não precisa ser um gênio para deduzir o nível absurdo de esgotamento físico e emocional dos dois lados.  A partir daí o que restou foi a famosa frase: “Coração na ponta da chuteira”, a Seleção Brasileira foi para cima.

Aos 2 minutos do primeiro tempo da segunda prorrogação saiu o gol do Brasil. Neco avança pelo lado esquerdo e dá excelente lançamento para Arthur Friedenreich, que muito bem colocado, chutou firme a meia-altura, sem chance para o arqueiro uruguaio Cayetano Saporiti, que viu a bola morrer no fundo das redes.

Um baixinho invocado, de pele escura, olhos caros, filho de funcionário público e com mãe negra aproveitou a situação para anotar o gol do título brasileiro: Arthur Friedenreich, nascia ali o 1º herói do futebol brasileiro, para o delírio de 27.500 torcedores presentes no Estádio das Laranjeiras.

Artilharia foi verde e amarela

Os brasileiros Arthur Friedenreich e Neco foram os artilheiros do Campeonato Sul-Americano de 1919, com quatro gols cada um. Além da dupla outros quatro brasileiros também deixaram a sua marca na competição: Haroldo, Heitor, Amílcar e Millon, com um gol cada.

EM PÉ, NA PARTE ACIMA (esquerda para a direita): Bianco, Píndaro, Sérgio Pires, Píndaro, Amílcar e Fortes;  
EM PÉ, NA PARTE ABAIXO (esquerda para a direita): Marcos de Mendonça, Millon, Neco, Arthur Friedenreich, Heitor e Arnaldo.  

Curiosidades pós-jogo

Após o apito final da partida, apesar dos esforços empregados pelos policiais não conseguiram evitar que os torcedores brasileiros invadissem o gramado para carregar nos ombros os jogadores brasileiros pelo inédito título.  

A Taça Rio Branco foi oferecida pelo Ministro do Exterior, o Dr. Domício da Gama, fez a entrega ao Dr. Arnaldo Guinle, presidente da Confederação Brasileira de Desportos, uma rica e artística taça destinada ao campeão.

Preços durante a competição: o valor da arquibancada estava 5$000 (cinco mil réis) e a geral 3$000 (três mil réis). A cerveja 1$300 (um mil e trezentos réis); água mineral 1$000 (um mil réis); soda 600 réis e guaraná 800 réis. Os Bondes que levaram a maioria dos torcedores custavam 200 réis.

Tabela dos jogos do Sul-Americano de 1919

1ª Rodada:

Domingo, 11 de maio, às 15 horasBrasil6X0ChileEstádio das Laranjeiras
3ª-feira, 13 de maio (feriado), às 14 horasUruguai3X2ArgentinaEstádio das Laranjeiras

2ª Rodada:

Sábado, 17 de maio, às 14 horasUruguai2X0ChileEstádio das Laranjeiras
Domingo, 18 de maio, às 15h30min.Brasil3X1ArgentinaEstádio das Laranjeiras

3ª Rodada:

5ª-feira, 22 de maio, às 15h30min.Argentina4X1ChileEstádio das Laranjeiras
Domingo, 25 de maio, às 15h30min.Brasil2X2UruguaiEstádio das Laranjeiras

Jogo-Extra:

5ª-feira, 29 de maio, às 14 horasBrasil1X0UruguaiEstádio das Laranjeiras

BRASIL        1        X        0        URUGUAI

LOCALStadium da Rua Guanabara, no bairro das Laranjeiras, na Zona Sul do Rio/RJ
CARÁTERFinal do Campeonato Sul-Americano de 1919
DATAQuinta-feira, do dia 29 de maio de 1919
HORÁRIO14 horas (de Brasília)
RENDANão divulgado
PÚBLICO27.500 pagantes
ÁRBITROJuan Pedro Barbera (ARG)
AUXILIARESErnesto Matozzi (ARG) e Armindo Castagnola (ARG)
BRASILMarcos de Mendonça (Fluminense); Píndaro (Flamengo) e Bianco (Palestra Itália, atual Palmeiras); Sérgio Pires (Paulistano-SP), Amílcar (Corinthians) e Fortes (Fluminense); Millon (Santos), Neco (Corinthians), Friedenreich (Paulistano), Heitor (Palestra Itália-SP) e Arnaldo (Santos). Comissão Técnica: Arnaldo da Silveira (capitão), Amílcar, Mário Pollo, Affonso de Castro e Ferreira Vianna Netto.
URUGUAICayetano Saporiti; Manuel Varela e Alfredo Foglino; Rogelio Naguil, Alfredo Zibechi e José  Vanzzino; José Pérez, Héctor Scarone, Angel Romano, Isabelino Gradín e Rodolfo Marán. Técnico: Severino Castillo.
GOLArthur Friedenreich, aos 2 minutos (Brasil), no 1º Tempo da segunda prorrogação.

Classificação Final do Sul-Americano 1919

PAÍSESPGJVEDGPGCSG
BRASIL74311239
Uruguai54211752
Argentina2312770
Chile03311211

Elenco da Seleção Brasileira no Sul-Americano de 1919

ATLETASCLUBES
Marcos de MendonçaFluminense F.C. (RJ)
Píndaro de CarvalhoC.R. Flamengo (RJ)
Bianco GambiniS.S. Palestra Itália (SP)
Sérgio PiresC.A. Paulistano (SP)
Amílcar BarbuyS.C. Corinthians Paulista (SP)
Fortes FilhoFluminense F.C. (RJ)
Adolpho MillonSantos F.C. (SP)
NecoS.C. Corinthians Paulista (SP)
Arthur FriedenreichC.A. Paulistano (SP)
Heitor DominguesS.S. Palestra Itália (SP)
Arnaldo SilveiraSantos F.C. (SP)
DyonísioC.A. Ypiranga (SP)
PalamoneA.A. Mackenzie College (SP)
LaísFluminense F.C. (RJ)
PicagiliS.S. Palestra Itália (SP)
MartinsSão Cristóvão A.C. (RJ)
CarregalC.R. Flamengo (RJ)
ArlindoAmerica F.C. (RJ)
HaroldoSantos F.C. (SP)
GalloC.R. Flamengo (RJ)
Luiz MenezesBotafogo F.C. (RJ)
JunqueiraC.R. Flamengo (RJ)


A Comissão Técnica composta por Arnaldo da Silveira (capitão), Amílcar, Mário Pollo, Affonso de Castro e Ferreira Vianna Netto convocaram 22 jogadores, todos o eixo Rio São Paulo: sendo 10 cariocas e 12 paulistas.

O clube mais cedeu jogadores foi o Flamengo com quatro atletas. Depois com três jogadores: Palestra Itália, Santos e Fluminense. Na sequencia, com dois atletas o Paulistano e o Corinthians. Com um jogador, cinco clubes: Botafogo, America, São Cristóvão, Mackenzie College e Ypiranga.

DESENHOS DOS ESCUDOS E UNIFORMES: Sérgio Mello

FOTOS: O Malho (RJ) – Arquivo Nacional – Vida Sportiva (RJ)

FONTES: CBF – Wikipédia – O Malho (RJ) – Vida Sportiva (RJ) – Jornal do Commercio (RJ) – Correio da Manhã (RJ)