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Escudo e uniforme de 1956/57: Botafogo Futebol Clube – Ribeirão Preto (SP)

Por Sérgio Mello

O Botafogo Futebol Clube é uma agremiação da cidade Ribeirão Preto, localizado a 315 km da capital do estado de São Paulo. Conta com uma população de 698.642 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022.

O “Pantera” foi Fundado no sábado, do dia 12 de outubro de 1918, por meio da fusão dos três times da Vila Tibério: União Paulistano, Tiberense e Ideal Football Club.

A escolha do Nome

As lendas contam que os representantes do clube não conseguiam entrar em acordo quanto ao nome do novo clube e com os ânimos exaltados alguém teria dito que caso não houvesse consenso o melhor era “botá fogo” em tudo e desistir da fusão.

Cores

As cores escolhidas foram preta, branca e vermelha. O uniforme principal é todo branco, com uma faixa horizontal tricolor na camisa. O segundo uniforme possui camisa com listras verticais nas três cores, calção preto e meias vermelhas. Manda seus jogos no Estádio Santa Cruz, que tem capacidade para 28.900 pessoas.

Breve história

No início do século XX, na cidade de Ribeirão Preto (cidade do interior do estado de São Paulo), os primeiros times de futebol representando os bairros da cidade começaram a se estabelecer.

No caso da Vila Tibério, em vez de um, eram três os times que representavam o bairro: União Paulistano, Tiberense e Ideal Football Club. Isso fazia com que os bons jogadores do bairro se diluíssem entre os três, diminuindo assim sua competitividade quando jogavam contra equipes de outros bairros.

Para contornar esta situação, um grupo ligado ao Ideal Football Club convocou representantes do União Paulistano e do Tiberense para uma reunião, com o intuito de propor uma fusão do trio.

Com o consenso pela fusão, o Botafogo Football Club do Rio de Janeiro foi lembrado, e optaram por homenageá-lo com um nome homônimo ao novo time de Ribeirão Preto.

Há também uma versão que garante que chegar ao consenso nesta reunião não estava sendo fácil e, em um dado momento, um dos presentes teria ameaçado a fusão e dito que botaria fogo em todos os documentos que ali estavam; tal ameaça, de acordo com essa visão, teria inspirado o nome do time.

O 1º Presidente foi Joaquim Gagliano, que na ocasião também era funcionário da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Isso facilitou o caminho para que Gagliano conseguisse junto a alguns funcionários da Companhia o primeiro custeio para a aquisição de material esportivo.

As três cores, branco, preto e vermelho, foram tanto uma homenagem ao homônimo carioca (alvinegro) quanto para aludir às cores da bandeira paulista (o alvinegro somado ao vermelho).

Campeão do Centenário de Ribeirão Preto de 1956

A 1ª partida foi disputada em Franca, outra cidade do interior de São Paulo (distante cerca de 90 quilômetros de Ribeirão Preto), contra o Esporte Clube Fulgêncio: vitória por 1 a 0.

O 1º título conquistado foi o de Campeão do Interior da 1ª Região, em 1928, o que credenciou o Botafogo Futebol Clube à disputa da Taça Competência, contra o Palestra Itália, campeão do Campeonato Paulista organizado pela APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos).

Em 1956 e 1957 vieram as conquistas que confirmaram o estabelecimento do time como uma potência de sua região: foi campeão do Centenário de Ribeirão Preto (com vitória sobre o Comercial Futebol Clube por 4 a 2), da Taça dos Invictos do Interior (que pela primeira vez era oferecida a um time de fora da capital) e do Campeonato Paulista da 2ª Divisão, credencial para a disputa da divisão principal.

Hino do clube

Até os anos 70, o time não teve hino oficial, mas algumas marchinhas que aludiam ao clube. Em 1972, na gestão de Ricardo Christiano Ribeiro – que naquela oportunidade assumia o cargo de presidente pela primeira vez –, foi criado um concurso para a escolha de um hino oficial. Dentre 13 concorrentes, o campeão do concurso foi um composto pelo próprio Christiano Ribeiro, sobre letra de Horvildes Simões.

“Botafogo, Botafogo
Orgulho de Ribeirão
Sua fibra, sua raça
Mantém a nossa tradição
A bravura, da sua gente
Acende nossos corações
Grandioso Botafogo
Celeiro de campeões
Foi a Vila, Vila Tibério
O berço do tricolor
Crescendo sempre, se consagrando
Na glória da região
Sem preconceito, tem branco e preto nela
Vermelho representa o sangue do Pantera
Nossa bandeira altaneira, varonil
Vai tremulando pelo céu do meu Brasil
O tricolor de Santa Cruz ninguém engole
Porque a galera do Pantera não é mole”

Mascote

A mascote é uma pantera, instituída após o título de Campeão do Interior da 1ª Região, conquistado em 1928, momento em que a equipe passou a ser conhecida como “Pantera da Mogiana”.

Já o primeiro estádio foi o Luiz Pereira, inaugurado em 24 de fevereiro de 1924, que em seus primeiros anos era chamado de “campo da Vila Tibério”, “campo do Botafogo”, “Fortim da Vila” e “Madeirão”.  

Nos anos 60, foi construído o Estádio Santa Cruz, inaugurado em 21 de janeiro de 1968 em um amistoso contra a Seleção da Romênia, vencido pelos anfitriões por 6 a 2.

Dois dos jogadores que são fortemente associados ao Botafogo Futebol Clube, onde começaram suas carreiras como profissionais, são os irmãos Sócrates (1974-78 e 1989) e Raí (1984-87).

Craques da terrinha

Nascidos em Ribeirão Preto, Sócrates e Raí viram suas carreiras ganharem projeção nacional em suas passagens pelo Sport Club Corinthians e pelo São Paulo Futebol Clube, respectivamente.

Outros jogadores que também se destacaram em suas passagens pelo Pantera em todos os tempos foram o meia Tim (1930-34 e 1948-49), o lateral-esquerdo e zagueiro Dicão (1956-59 e 1960), o goleiro Machado (1954-66), o lateral-direito Eurico (1964-68), o zagueiro Manoel (1971-83), o centroavante Geraldão (1970-75), o atacante Didi (1980-81 e 1988), o centroavante Nélson (1985-92) e o goleiro Doni (2001).

Grande rival

O principal rival é o Comercial Futebol Clube, e o derby que ambos protagonizam é conhecido como “Come-Fogo”. Foram realizados 27 jogos entre 1920 e 1936, que é considerada como a fase amadora do confronto.

À altura de 2015, a soma de todas partidas indica que o Botafogo possuí 61 vitórias; enquanto Comercial venceu 49 e constam 57 empates, tendo o Botafogo assinalado 212 gols contra 208 tentos do Comercial.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FOTOS: A Gazeta Esportiva (1957) – Acervo de Cartões Postais de Toninho Sereno

FONTES: Prefeitura de Ribeirão PretoHistória do futebol no Brasil, T. Mazzoni (2007) – Minienciclopédia do Futebol Brasileiro, Igor Ramos – Botafogo: uma história de amor e glórias, Ribeirão Preto, SP: I. Ramos, 2008 – Site oficial do Botafogo de Ribeirão Preto – Paulo Nascimento

Escudo Raro de 1967 e 1972: URT de Patos de Minas (MG)

Por Sérgio Mello

Escudo de 1972

A U.R.T. (União Recreativa dos Trabalhadores) é uma agremiação da cidade de Patos de Minas (MG). Foi Fundado no domingo, do dia 09 de Julho de 1939, surgiu em uma reunião de amigos, composta por um grupo de senhores e senhoras, no prédio de propriedade do Sr. Jovino Fernandes Canedo, na antiga rua Industrial (atual: Rua Vereador João Pacheco), com presença de inúmeras pessoas, inclusive o Professor Zama Maciel, que abriu a sessão para organizar uma entidade recreativa e esportiva, contando com membros do Sindicato Operário de Patos de Minas

O seu 1º Presidente foi Júlio Fernandes, eleito no mesmo dia da fundação e empossado no dia 5 de Agosto do mesmo ano. O nome União Recreativa dos Trabalhadores – a União como era chamada de início e depois URT – foi sugerido pelo Sr. Divino Londi, um dos participantes do Sindicato Operário.

Comissões

A comissão de festas contava com João Formiga, Adélio de Lélis Ferreira, Elizeu de Lélis Ferreira, Cremilda Albino e Maria Melo, nomes apontados pelo Sr. Abderram Araújo. A comissão de esportes: Vicente Pedro da Silva, Augusto Cândido da Silva, Tito Silva, Zilda Escolástica da Silva e Joana da Silva Melo, por proposição de Dolor Lourenço. Na Comissão de Sindicância: Zama Maciel, Divino Londe, José Albino da Silva, Manoel Honório Rodrigues, Domingos Flávio, José Augusto de Melo, Abderram Araújo e Samuel Moreira Pinto.

URT de 1972 (Acervo José Mauro Versiani), formado somente com os jogadores da cidade. 
EM PÉ (esquerda para a direita): Celso Cocão, Bico, Cacá, Fernandinho, Cascudo e Tega;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Nogueira, Sabará, Otinho, Léo e Tê.

Arrecadação

A mensalidade estipulada foi de 5 mil réis para os homens e de 2 mil e 500 réis para as senhoras e senhoritas. A jóia para os não fundadores era de 8 mil réis, sendo isento os fundadores desta contribuição.

As cores

As cores preto e branco foram escolhidas para simbolizarem o clube, propostas por José Augusto de Melo. Outras cores sugeridas na oportunidade, vermelha e branca, azul e amarelo. Segundo o Sr. Messias Feliciano em 1940/41 as cores já eram azul e branco.

A União Recreativa dos Trabalhadores é o mais representativo time de futebol da cidade de Patos de Minas e maior torcida da região do Alto Paranaíba e do Triângulo Mineiro, gozando deste prestígio por sua história, tradição e títulos.

Maior campeão regional, com títulos de destaque estadual já conquistados, o Trovão Azul, como também é conhecido, tem como objetivo imposto pela atual Diretoria Executiva um processo de reestruturação ambicioso buscando estar próximo às modernas organizações empresariais, sendo gerido com ética e compromisso econômico.

Escudo de 1967

Sede e o Estádio

A sua Sede está localizada na Rua Joaquim das Chagas, nº 688, no bairro da Várzea, em Patos de Minas. A equipe manda os seus jogos no Estádio Zama Macial, “Arena DB – DanBred“, com capacidade para 4.858 pessoas (duas fotos abaixo).

Títulos

A conquista do bicampeonato do Alto-Paranaíba nos anos 1955 e 1956. O título do Amador em 1980, após muitos anos sem uma conquista na Categoria. O Troféu conquistado no Centenário de Patos de Minas em 1992, nos jogos contra o rival Mamoré e o bicampeonato da Taça Minas Gerais em 1999 e 2000, propiciando a participação na Copa do Brasil em 2000 e 2001.

Em 2000, estreou contra uma grande equipe: o Fluminense, do Rio de Janeiro, e só perdeu no Maracanã, tendo conseguido um empate no estádio Zama Maciel por 1 a 1, gol de Ditinho. Em 2001, a URT foi eliminada pelo Mixto de Cuiabá, logo na 1ª fase.

Em 2005 foi a 3ª colocada no Campeonato Mineiro, tendo como presidente Romero Meira, ficando atrás apenas do Ipatinga e do Cruzeiro. Em 2006, o clube novamente participou da Copa do Brasil, após a grande campanha no Campeonato Mineiro de 2005. Na estreia, jogou contra o Londrina e classificou-se a 2ª fase, vencendo os paranaenses no primeiro jogo por 3 x 2 no Estádio Zama Maciel e empatando no Estádio do Café. Na 2ª fase, o clube jogou contra outro time grande, o Santos Futebol Clube, dentro de casa, e perdeu por 3 a 1, sendo eliminado. O autor do gol da equipe foi Ditinho.

URT de 1967 (Acervo de Didi Sousa Sousa)
EM PÉ (esquerda para a direita): Clenio (treinador), Zé Geraldo, Pão, Tinda, Bajoso, Lúcio e Neto;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Pelezinho, Guilherme, Hélio, Natal e Nem.

Ditinho é um dos maiores ídolos da história da “veterana“. Foi artilheiro por duas vezes do Campeonato Mineiro da 1ª Divisão em 1999 e 2000, digno de estar eternizado nas bandeiras do nossa maior torcida, a “TOPA“.

O principal rival da equipe é o Esporte Clube Mamoré. Também mantém rivalidades com o Uberaba Sport Club, Associação Atlética Caldense e Uberlândia Esporte Clube.

HINO

Letra e música: Ibraim Francisco de Oliveira (participou de várias diretorias da Veterana, inclusive como presidente)

É União Recreativa dos Trabalhadores
Azul e Branco são as suas cores, time de garra e de tradição
Velha Mangueira, com mil bandeiras sempre a tremular
E a galera sempre a vibrar, com as conquistas do seu campeão
URT, tu és o símbolo de união, tu és a glória do esporte rei.
É o mais querido da região.
Salve a celeste, esquadra azul do gigante forte.
É nos gramados desde o sul ao norte
Mostrando raça e exibição
Lutar, vencer, é este o lema que lhe deu as glórias
Grandes conquistas faz a sua história
Salve a celeste, salve o campeão
URT, tu és o símbolo de união, tu és a glória do esporte rei.
É o mais querido da região.

ARTE: Escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Rosa Campos

FOTOS: Acervos José Mauro Versiani e Didi Sousa Sousa

FONTES: Site do clube – Site do clube – AG Esporte – Manchete EsportivaAta da Sessão de fundação da União Recreativa dos Trabalhadores

Escudo raro de 1940: Villa do Carmo Sport Club – Barbacena (MG)

Por Sérgio Mello

Villa do Carmo Esporte Clube é uma agremiação da cidade de Barbacena, situado no Interior do estado de Minas Gerais. Localizado a 169 km da capital (Belo Horizonte), conta com uma população de 125.317 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022

A “Maior das Vertentes(depois Periquito e depois Leão) foi Fundado na quinta-feira, do dia 1º de Maio de 1930, num povoado conhecido à época como uma “Villa”, situada próxima à igreja de Nossa Senhora do Carmo, no bairro do mesmo nome, na cidade de Barbacena/MG.

A partir daí, surgiu inicialmente com o nome Vila do Carmo Sport Club, e como cores oficiais o verde e o branco. Posteriormente, na década de 90, após um resgate de materiais históricos do clube, foi alterado seu nome oficial para Villa do Carmo Esporte Clube, adicionando também a cor vermelha para a identidade do clube.

Acervo de Fabiano Rosa Campos

O seu Estádio São Sebastião (Capacidade para 2.500 pessoas) e a sua Sede ficam localizados na Rua Prudente de Carvalho Araújo, nº 175, no bairro São Sebastião, em Barbacena.

A primeira mascote foi o “Periquito”, conhecido pela imprensa inclusive como “A equipe periquita de São Sebastião”. Posteriormente, foi adotado também o “Leão”, por força do então ilustre torcedor Butina.

Este usava sempre o slogan “Solto o Leão” para que os jogadores entrassem em campo. A partir daí, passou a ser conhecido ao longo dos anos como “O Leão da Mantiqueira”.

Praça de Esportes inaugurado em 1933

Foi inaugurando, no domingo, do dia 04 de junho de 1933, a esplendida Praça de Esportes Villense, realizou-se, em Barbacena, uma interessante festa esportiva, cujo programa agradou, em cheio, à assistência que se fez presente.

Ne jogo principal, Tupynambá, bicampeão de Juiz de Fora, enfrentou o forte conjunto do Villa do Carmo S. C. O cliché que estampamos é dos dois times que se defrontaram e de parte da assistência que aplaudiu os feitos do clube de suas simpatias.

Villa jogou no Rio de Janeiro em 1938

O Villa do Carmo viajou até o Rio de Janeiro, para realizar um amistoso diante do Modesto Football Club, do bairro de Quintino Bocaiuva, na Zona Norte do Rio.

A diretoria dos Leões de Quintino desembolsou 5:000$000 (cinco contos de réis), equivalente aos dias de hoje cerca de 50 mil reais; para organizar esse jogo, entre o “bichodos jogadores, passagens e hospedagem.

O Villa do Carmo trazia um cartaz que impunha respeito. Ostentava um “recorde de vitorias”. Seus craques eram quase todos profissionais. Seus triunfos foram todos obtidos sobre adversários dificílimos.

Abaixo, as 24 partidas e o mesmo número de vitórias, com 99 gols marcados, 19 tentos sofridos e um saldo pomposo de 80 gols:

America (4 x 2 e 3 x 1); Olympia (3 x 1 e 2 x 0); Botafogo (2 x 1 e 2 x 1); S. C. Lavras (8 x 0 e 6 x 1); Imperial (2 x 1, 3 x 0 e 6 x 0); Athletico (8 x 1 e 6 x 1); Campistas (3 x 0 e 6 x 0); Sigma (4 x 1, 7 x 1 e 5 x 2); Mineiro (3 x 0, em Santos Dumont); Guarany (5 x 1, em Lafayette); Tupynambás (4 x 3, em Juiz de Fora); Athletic (3 x 0, em São João Del Rey); Seleção de Barbacena (3 x 1); Minas F.C. (1 x 0, em S. João Del Rey).

Villa foi derrotado pelo Modesto

Na tarde de domingo, às 16h20min., do dia 08 de maio de 1938, as duas equipes se enfrentaram na Praça de Esportes do River Football Club, na Rua João Pinheiro, no bairro da Piedade. No final, o Villa do Carmo fez um bom jogo, mas acabou derrotado pelo placar de 2 a 0.

Estiveram presentes figuras conhecidas do sport carioca, como José Bastos Padilha (foi um dos maiores presidentes da história do C.R. Flamengo), e recebeu significativa manifesto dos suburbanos; Pedro Novaes (então presidente do Vasco da Gama), Cherubim Silva (ex-presidente da Federação Metropolitana de Desportos e vice presente, na época, do Vasco da Gama), Mario Rodrigues Filho (diretor do Jornal dos Sports), Mario Calderaro e João Machado (diretores da Federação Athletica Suburbana), Osorio, Manoel Silva e tantos outros.

O jogo foi movimentado e disputado, merecendo fortes aplausos da torcida presente. O Modesto Football Club venceu por 2 a 0, entretanto Villa do Carmo não foi presa fácil, e fez forte reação no segundo tempo, obrigando os modestinos a trabalhar de forma estafante para evitar o empate.

Aos 21 minutos do primeiro tempo, Ayres, de pênalti, abriu o placar para o Modesto. Na etapa final, Mangueirinha invadiu a área e tocou para Ayres, mostrou oportunismo, marcando seu segundo gol, aos 26 minutos, dando números finais a peleja.

O árbitro da peleja foi o argentino Sr. Virgílio Fredrighi, que teve excelente atuação, reinando sempre com cordialidade e disciplina entre players (jogadores) e assistentes (torcida). Na preliminar, na categoria juvenil, o Independentes bateu o Silva Teles por 3 a 1. Na preliminar, o Nacional venceu o Engenho de Dentro por 2 a 0.

MODESTO: Onça; Ludovico e Waldemar; Alberto, Carlos e Vavá; Nico, Antônio (Mosqueira), Ayres, Cicero e Mangueirinha.

VILLA DO CARMO: João Alberto; Waldyr e Arlindo Sabonete; Massudo, Anthero e Waldemar; Mistrica, Tizinho, Daniel, Ataliba e Mazzoni.

Vila do Carmo S. C.
Na foto acima os quadros de titulares e aspirantes logo após a conquista jamais igualada por outro qualquer clube desta cidade.
Titulares, tricampeões, 51, 52 e 53.
Aspirantes: tetracampeões: 50, 51, 52 e 53.
EM PÉ (esquerda para à direita): Simão S. Fortes (diretor), José T. Brandão (presidente), Zé Pequeno, Abalem, Magela, Olinto, Valter, Borracha, Morais, Calisto Campos (diretor), Angelo Morais (presidente). João Raimundo, 19, Zé Lima, Rael, Hilário, Cordeiro, Fernando, Benito. Bombeiro, Adriano Oliveira (presidente).
AGACHADOS (esquerda para à direita): Sabara (massagista), Irani, Duban, Branco, Levi, Morais, Nenem, Coquinho, Cicero (mascote), Carlinho Oliveira (técnico), Zuconi, Mazoni, Zozó, Plinio. Moisés e Sabará.

Tricampeão Citadino nos anos 50

Na quinta-feira, do dia 04 de maio de 1939, foi fundada a Liga de Sports Barbacenense (LSB), pelos clubes da cidade: Olympic Club, Villa do Carmo, Batalhão, América Futebol Clube, Central, Atlético Clube Barbacenense, Estudantes, Campista e Montanhês

Sob a presidência do Dr. Brasil Araujo, o Villa do Carmo se sagrou campeão do 1º Campeonato Citadino de Barbacena de 1939. No ano seguinte (1940), faturou o Bicampeonato Citadino. Em março de 1941, um dos destaques da equipe, o goleiro João Alberto foi contratado pelo Clube de Regatas Flamengo.

Em 1941, quem estava gerindo o futebol no município era a Liga Amadorista de Esportes Barbacenense (LAEB), situado na Praça dos Andradas, s/n, no Centro da cidade, e sob a presidência do Dr. Rubens Santos de Oliveira.

Destaque para o trio: Arlindo “Sabonete”, Waldyr e o goleiro João Alberto. Na década de 50, faturou o Tricampeonato Municipal (1951, 1952 e 1953)

Posteriormente disputou algumas edições do Campeonato Citadino de Juiz de Fora: 1958, 1959, 1960, 1961, 1964 e 1965.

America/RJ goleou o Villa

Um amistoso nacional, aconteceu na quarta-feira, do dia 1º de maio de 1957. O Villa do Carmo foi goleado pelo America FC por 6 a 3, em Barbacena/MG. O primeiro tempo, terminou com cinco a zero para o Mecão. Os gols foram marcados por Genuíno, quatro vezes; Romeiro e Ferreira para o America; enquanto Mauro, Irany e Lindolfo fizeram para o Villa.

Villa do Carmo: Campeão; Zé Antônio e Pavão; Cinquenta, Xeréu e Ibrahim; Lindolfo, Mauro, Silvinho, Irany e Coquinho.

America/RJ: Pompeia (Walter); Lucio e Edson; Rubens, Pacheco e Maneco; Canário (Ramos), Romeiro (Washington), Genuíno, Alarcon (Alvinho) e Ferreira. Técnico: Carlos Volante.

Na foto (acima) aparecem o trio final do Villa do Carmo S. C., campeão de 1939 da cidade de Barbacena. São eles: Arlindo (Sabonete), Waldyr e o guardião João Alberto, elemento muito futuroso e considerado o melhor das redondezas.

Villa foi derrotado pelo Madureira/RJ

No domingo, do dia 07 de julho de 1957, o Villa do Carmo perdeu para o Madureira por 3 a 2. Os gols foram assinalados por Nelsinho, Wellis e Nilo para o Tricolor Suburbano, enquanto Silvinho e Mauro, de pênalti, fizeram para o Villa. O árbitro foi Ângelo Ruas, com boa atuação.

Tudo igual entre Villa e Olaria/RJ

No domingo, do dia 06 de janeiro de 1958, Villa do Carmo e Olaria empataram em 1 a 1. No primeiro tempo, aos 6 minutos, Mauro abriu o placar para os donos da casa. O empate da equipe carioca só saiu aos 40 minutos da etapa final, por intermédio de Luís.  O árbitro foi o Sr. Aristocílio Rocha.

Villa do Carmo: Manuel; Pavão e Ibrahim; Zé Antônio, Carioca e Cinquenta; Lindolfo, Ceci, Silvinho, Mauro e Irany.

Olaria: Valter; Joel e Renato; Rico, Olavio e Dodô; César, Silvio, Bera (Luís), Valdir e Mário.

Villa debutou na Segundona Mineira

O Villa do Carmo debutou no Campeonato Mineiro da 2ª Divisão de 1967. A equipe ficou na Sub Zona, que contava com nove equipes. A campanha foi boa, terminando na 2ª posição. No entanto, apenas o campeão avançava para a fase final.

Campeão Mineiro da Segunda Divisão de 1968

O Campeonato Mineiro da 2ª Divisão de 1968, organizado pela FMF (Federação Mineira de Futebol), contou com impressionantes 51 clubes participantes.

Na primeira fase, o Villa do Carmo ficou na Zona Vertentes-Metalúrgica, da Sub Zona, com nove equipes. No final, o Villa terminou na 2ª posição com 23 pontos em 16 jogos (10 vitórias, três empates e três derrotas; 34 gols a favor, 16 tentos contra e um saldo de 18).  

Na segunda fase, ficou na chave com quatro equipes:  Villa do Carmo, Olympic Club (Barbacena), Democrata (Governador Valadares) e Athletic Club (São João del Rei). A equipe terminou na 1ª colocação com nove pontos em seis jogos (quatro vitórias, um empate e uma derrota; 13 gols a favor, cinco tentos contra e um saldo de oito).

Com isso, o Villa do Carmo Esporte Clube avançou para o Quadrangular Final, juntamente com Trespontano Atlético Clube (Três Pontas), Patrocinio Esporte Clube (Patrocinio) e Associação Atlética Cassimiro de Abreu (Montes Claros).

1ª Rodada (5ª-feira – 14 de novembro)

AA Cassimiro de Abreu 0X0Trespontano AC
Villa do Carmo EC     2X0Patrocínio EC

2ª Rodada (Domingo – 17 de novembro)

Patrocínio EC2X1AA Cassimiro de Abreu 
Trespontano AC2X1Villa do Carmo EC     

3ª Rodada (4ª-feira – 20 de novembro)

Patrocínio EC2X0Trespontano AC
Villa do Carmo EC     6X0AA Cassimiro de Abreu 

4ª Rodada (Domingo – 24 de novembro)

Patrocínio EC1X1Villa do Carmo EC     
Trespontano AC2X0AA Cassimiro de Abreu 

5ª Rodada (4ª-feira – 27 de novembro)

AA Cassimiro de Abreu 2X3Patrocínio EC
Villa do Carmo EC     1X0Trespontano AC

6ª Rodada (Domingo – 1º de dezembro)

AA Cassimiro de Abreu 0X0Villa do Carmo EC     
Trespontano AC5X2Patrocínio EC

Classificação do Quadrangular Final

CLUBESPGJVEDGPGCSG
Villa do Carmo EC     863211138
Trespontano AC76312963
Patrocínio EC763121011-1
AA Cassimiro de Abreu 2624313-10

O Villa do Carmo conquistou o inédito título do Campeonato Mineiro da 2ª Divisão de 1968. A campanha no geral foram 40 pontos em 28 jogos (17 vitórias, seis empates e cinco derrotas; 58 gols a favor, 24 tentos contra e um saldo de 34)

Apesar do título, o Villa precisou enfrentar o Independente Atlético Clube (Uberaba), último colocado da Primeira Divisão do Mineiro de 1968.

No 1º encontro, no domingo do dia 8 de dezembro, Villa e Independente empataram em 0 a 0. A 2ª partida, na quinta-feira do dia 12 de dezembro, novo empate sem gols.

O 3º e último jogo, na quarta-feira do dia 18 de dezembro, o Independente venceu por 3 a 1. Todos os três jogos foram no Estádio Independência (propriedade do Sete de Setembro F.C.), em Belo Horizonte/MG.

A vaga ficou com o Independente, porém o Villa do Carmo em seguida recorreu à Justiça Desportiva solicitando os pontos, alegando que o Independente teria utilizado um jogador, que assinou contrato fora do tempo legal.

A Justiça Desportiva (TJD-MG) anulou a partida, mas, paralelamente, a Divisão. O Conselho da Divisão Extra incluiu o Villa do Carmo no campeonato, juntamente com outras três equipes convidadas: Democrata-GV, Tupi e Sete de Setembro.

Duas edições no Mineiro da Primeira Divisão

Após idas e vindas, o Villa do Carmo conquistou o direito de disputar o Campeonato Mineiro da 1º Divisão de 1969. O Estadual contou com a presença de 16 equipes. A estreia aconteceu no domingo, do dia 26 de janeiro de 1969, com derrota para o Tupi por 2 a 0, em Juiz de Fora.  

A primeira vitória, mas aconteceu no domingo, do dia 16 de março de 1969, sobre o Democrata por 1 a 0 (gol de Milton), em Governador Valadares. Os resultados mais valiosos, aconteceu na quarta-feira, do dia 21 de março de 1969, quando arrancou um empate em 2 a 2, fora de casa, diante do América Mineiro. E depois, em casa, na quarta-feira, do dia 28 de março de 1969, ficou no empate em 1 a 1 com o poderoso Cruzeiro.

Na classificação final, o Villa do Carmo terminou na 13ª colocação com 22 pontos em 30 jogos (oito vitórias, oito empates e 14 derrotas; 24 gols a favor, 45 tentos contra e um saldo negativo de 21)

O Campeonato Mineiro da 1º Divisão de 1970, contou com a participação de 28 equipes. A campanha foi modesta, terminando na 17ª colocação com 15 pontos em 14 jogos (cinco vitórias, cinco empates e quatro derrotas; 17 gols a favor, 18 tentos contra e um saldo de menos um).

Algumas Formações:

Time base de 1938: João Alberto; Waldyr e Arlindo Sabonete; Massudo, Anthero e Waldemar; Mistrica, Tizinho, Daniel, Ataliba e Mazzoni.

Time base de 1942: Atos; Daniel e Arlindo Sabonete; Lima (Neto), Jorge e Jaguaré; Tatu, Tininho, Elias, Levi e Mazzoni.

Time base de 1948: João Alberto; Waldyr e Arlindo Sabonete; Massudo, Anthero e Waldemar; Mistrica, Tininho, Daniel, Ataliba e Mazzoni.

Time base de 1951: Danton (Pigmeu); Cinquenta (Coquinho) e Geraldinho (Mistrica); Dario (Bombeiro), Oitenta (Carmo) e Amaury (Zé Pequeno); Lindolfo, Levy (Morais), Mauro, Flavio (Pastos) e Plínio (Coquinho).

Time base de 1952: Danton; Borracha (Olinto) e Cinquenta; Geraldino (Morais), Carmo (Léo) e Oitenta; Coquinho (Cosme), Levy (Maurilio), Márcio, Mauro e Lindolfo (Coró).

Time base de 1955: Delvaux; Ibrahim e Duelo; Faquir (Olinto), Cinquenta e Carmo; Luizinho (Tupã), Levy, Nenê, Mauro e Coquinho.

Time base de 1957: Wilson (Delvaux ou Dalton); Zé do Hélio (Pavão) e Ibrahim (Zé Antônio); Cinquenta (Olinto), Xexéo e Carioquinha; Lindolfo, Levy, Silvinho (Ranulfo), Mauro (Iraci) e Irany (Coquinho). Técnico: Carlinhos Buchene.

Time base de 1958: Manuel; Pavão e Ibrahim; Zé Antônio, Carioca e Cinquenta; Lindolfo, Ceci, Silvinho, Mauro e Irany.

Papel Timbrado: Acervo de Fabiano Rosa Campos

PESQUISA:Sérgio Mello

ARTE: desenho do escudo e uniformes – Sérgio Mello

 FONTES: A Luta Democrática (RJ) – A Manhã (RJ) – A Noite (RJ) – A Tribuna (SP) – Diário da Noite (RJ) – Diário da Tarde (PR) – Diário do Paraná (PR) – Folha Mineira (MG) – Jornal do Commercio (RJ) – Jornal dos Sports (RJ) – O Imparcial (RJ) – O Jornal (RJ) – O Radical (RJ) – O Sol (MG) – Rsssf Brasil – Sport Ilustrado (RJ)

Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1919: Brasil conquista seu 1º título no continente

BRASIL CAMPEÃO

Por: Sérgio Mello

Após ter sido realizado na Argentina (1916) e Uruguai (1917), respectivamente, a 3ª edição do Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1919, aconteceu no Brasil. Na realidade a competição deveria ter acontecido um ano antes, porém devido a epidemia mundial de gripe espanhola adiou em um ano. A doença vitimou mais de 50 milhões de pessoas pelo mundo, só no Brasil matou mais de 35 mil.

URUGUAI VICE-CAMPEÃO

Para fazer bonito, o Estádio da Rua Guanabara (atual Estádio das Laranjeiras e de propriedade do Fluminense), foi construído para o torneio, com capacidade para 25 mil torcedores, na época era o maior estádio das Américas. Localizado na Rua Guanabara, atual Rua Pinheiro Machado, no bairro das Laranjeiras, situado na Zona Sul do Rio/RJ.

ARGENTINA 3º LUGAR

O torneio contou com a participação de quatro países: Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. O regulamento simples, todos contra todos e aquele que somasse mais pontos ficaria com o título.

CHILE 4º COLOCADO

Brasil estreia com goleada

Na tarde de domingo, às 15 horas, do dia 11 de maio de 1919, a Seleção Brasileira não tomou conhecimento e goleou o Chile pelo placar de 6 a 0, no Estádio das Laranjeiras, que estava lotado. Os gols foram assinalados por Haroldo, uma vez; Neco, duas vezes e Arthur Friedenreich, que balançou as redes em três oportunidades.

Seleção Brasileira: Marcos de Mendonça; Píndaro e Bianco; Sérgio Pires, Amílcar e Gallo; Menezes, Neco, Arthur Friedenreich, Haroldo e Arnaldo. Comissão Técnica: Arnaldo da Silveira (capitão), Amílcar, Mário Pollo, Affonso de Castro e Ferreira Vianna Netto.

Chile: Guerrero; Gatica e Poirier; Baez, Baeza e Gonzalez; Fuentes, Dominguez, Francia, Muñoz e Varas.     

Seleção Brasileira conquistou primeiro grande título no Campeonato Sul-Americano de 1919, sediado no Estádio de Laranjeiras

Segundo jogo e nova vitória

A segunda partida, aconteceu na tarde de domingo, às 15h30min., do dia 18 de maio de 1919, quando o Brasil bateu a Argentina por 3 a 1, novamente com o Estádio das Laranjeiras estava abarrotado. Os gols da partida, foram assinalados por Heitor, Amílcar e Millon para os brasileiros e Carlos Izaguirre fez o de honra para “Los Hermanos”. O árbitro da partida foi o uruguaio A. Minoli.

Seleção Brasileira: Marcos de Mendonça; Píndaro e Bianco; Sérgio Pires, Amílcar e Fortes; Millon, Heitor, Arthur Friedenreich, Neco e Arnaldo. Comissão Técnica: Arnaldo da Silveira (capitão), Amílcar, Mário Pollo, Affonso de Castro e Ferreira Vianna Netto.

Argentina: Isola; Castagnola e Reys; Mattozzi, Uslenghi e Martin; Calomino, Laiolo, Clarke, Izaguirre e Perinetti.

EM PÉ (esquerda para a direita): Píndaro, Sérgio Pires, Marcos de Mendonça, Fortes, Bianco e Amílcar;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Millon, Neco, Arthur Friedenreich, Heitor e Arnaldo.  

Brasil e Uruguai ficam no empate

Brasileiros e uruguaios venceram os seus dois jogos e se enfrentaram para definir quem ficaria com a taça! De um lado, a Celeste lutando pelo seu 3º título e do outro, a Seleção Canarinho buscando uma inédita conquista.

Na tarde de sábado, às 15h30min., do dia 25 de maio de 1919, bola rolando e o que se viu foi uma partida truncada e muito disputada. Final de jogo e o empate em 2 a 2, no Estádio das Laranjeiras (adivinha? Casa cheia!). O árbitro foi o chileno R. L. Todd.

Nos 18 primeiros minutos houve uma grande superioridade dos uruguaios que abriram dois gols com Isabelino Gradín e H. Scarone. Com o desenrolar da peleja o Brasil conseguiu reequilibrar a partida. Mas foi no segundo tempo, que a Seleção Canarinho voltou com tudo, chegando ao empate com dois gols de Neco.

Seleção Brasileira: Marcos de Mendonça; Píndaro e Bianco; Sérgio Pires, Amílcar e Fortes; Millon, Neco, Arthur Friedenreich, Heitor e Arnaldo. Comissão Técnica: Arnaldo da Silveira (capitão), Amílcar, Mário Pollo, Affonso de Castro e Ferreira Vianna Netto.

Uruguai: Saporiti; Varella e Foglino; Vauzzino, Zibecchi e Nagun; H. Scarone, Carlos Scarone, Carlos, Gradin e Maran. Técnico: Severino Castillo.

Reunião definiu o jogo-extra

Após o resultado, no período da tarde e começo da noite, os Srs. Hector Gomes, presidente da Confederacion Sudamericana, B. Pereyra e R. Mibelli, delegados uruguaios, tiveram uma conferência com a diretoria e membros da comissão terrestre da Confederação Brasileira, tendo ficado resolvido:

a) desempatar o Campeonato Sul- Americano na próxima quinta-feira, 29 do corrente;

b) começar a prova ás 2 horas da tarde em virtude das prorrogações que podem ir até 3 horas, de acordo com o regulamento;

c) propor o Sr. J. Barbera, juiz argentino, para servir no desempate.

EM PÉ (esquerda para a direita): Sérgio Pires, Fortes, Millon, Bianco, Marcos de Mendonça, Neco, Píndaro, Amílcar, Heitor, Arnaldo e Arthur Friedenreich.

Jogo-extra e prorrogação: veio o título inédito para o Brasil

 Apesar do Brasil ter um saldo melhor (8 a 3), o regulamento previa nesse caso, um jogo-extra e, se persistisse o empate: prorrogação. Então, na tarde de quinta-feira, às 14 horas, do dia 29 de maio de 1919, Brasil e Uruguai voltaram a campo para definir o campeão.

Após 150 minutos (com direito a duas prorrogações), o Brasil superou o desgaste físico e bateu o Uruguai por 1 a 0, ficando com o inédito título do Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1919.

A partida terminou empatado em 0 a 0. Veio a prorrogação e um novo empate sem ninguém ter balançado as redes. Aí veio a 2ª prorrogação! Não precisa ser um gênio para deduzir o nível absurdo de esgotamento físico e emocional dos dois lados.  A partir daí o que restou foi a famosa frase: “Coração na ponta da chuteira”, a Seleção Brasileira foi para cima.

Aos 2 minutos do primeiro tempo da segunda prorrogação saiu o gol do Brasil. Neco avança pelo lado esquerdo e dá excelente lançamento para Arthur Friedenreich, que muito bem colocado, chutou firme a meia-altura, sem chance para o arqueiro uruguaio Cayetano Saporiti, que viu a bola morrer no fundo das redes.

Um baixinho invocado, de pele escura, olhos caros, filho de funcionário público e com mãe negra aproveitou a situação para anotar o gol do título brasileiro: Arthur Friedenreich, nascia ali o 1º herói do futebol brasileiro, para o delírio de 27.500 torcedores presentes no Estádio das Laranjeiras.

Artilharia foi verde e amarela

Os brasileiros Arthur Friedenreich e Neco foram os artilheiros do Campeonato Sul-Americano de 1919, com quatro gols cada um. Além da dupla outros quatro brasileiros também deixaram a sua marca na competição: Haroldo, Heitor, Amílcar e Millon, com um gol cada.

EM PÉ, NA PARTE ACIMA (esquerda para a direita): Bianco, Píndaro, Sérgio Pires, Píndaro, Amílcar e Fortes;  
EM PÉ, NA PARTE ABAIXO (esquerda para a direita): Marcos de Mendonça, Millon, Neco, Arthur Friedenreich, Heitor e Arnaldo.  

Curiosidades pós-jogo

Após o apito final da partida, apesar dos esforços empregados pelos policiais não conseguiram evitar que os torcedores brasileiros invadissem o gramado para carregar nos ombros os jogadores brasileiros pelo inédito título.  

A Taça Rio Branco foi oferecida pelo Ministro do Exterior, o Dr. Domício da Gama, fez a entrega ao Dr. Arnaldo Guinle, presidente da Confederação Brasileira de Desportos, uma rica e artística taça destinada ao campeão.

Preços durante a competição: o valor da arquibancada estava 5$000 (cinco mil réis) e a geral 3$000 (três mil réis). A cerveja 1$300 (um mil e trezentos réis); água mineral 1$000 (um mil réis); soda 600 réis e guaraná 800 réis. Os Bondes que levaram a maioria dos torcedores custavam 200 réis.

Tabela dos jogos do Sul-Americano de 1919

1ª Rodada:

Domingo, 11 de maio, às 15 horasBrasil6X0ChileEstádio das Laranjeiras
3ª-feira, 13 de maio (feriado), às 14 horasUruguai3X2ArgentinaEstádio das Laranjeiras

2ª Rodada:

Sábado, 17 de maio, às 14 horasUruguai2X0ChileEstádio das Laranjeiras
Domingo, 18 de maio, às 15h30min.Brasil3X1ArgentinaEstádio das Laranjeiras

3ª Rodada:

5ª-feira, 22 de maio, às 15h30min.Argentina4X1ChileEstádio das Laranjeiras
Domingo, 25 de maio, às 15h30min.Brasil2X2UruguaiEstádio das Laranjeiras

Jogo-Extra:

5ª-feira, 29 de maio, às 14 horasBrasil1X0UruguaiEstádio das Laranjeiras

BRASIL        1        X        0        URUGUAI

LOCALStadium da Rua Guanabara, no bairro das Laranjeiras, na Zona Sul do Rio/RJ
CARÁTERFinal do Campeonato Sul-Americano de 1919
DATAQuinta-feira, do dia 29 de maio de 1919
HORÁRIO14 horas (de Brasília)
RENDANão divulgado
PÚBLICO27.500 pagantes
ÁRBITROJuan Pedro Barbera (ARG)
AUXILIARESErnesto Matozzi (ARG) e Armindo Castagnola (ARG)
BRASILMarcos de Mendonça (Fluminense); Píndaro (Flamengo) e Bianco (Palestra Itália, atual Palmeiras); Sérgio Pires (Paulistano-SP), Amílcar (Corinthians) e Fortes (Fluminense); Millon (Santos), Neco (Corinthians), Friedenreich (Paulistano), Heitor (Palestra Itália-SP) e Arnaldo (Santos). Comissão Técnica: Arnaldo da Silveira (capitão), Amílcar, Mário Pollo, Affonso de Castro e Ferreira Vianna Netto.
URUGUAICayetano Saporiti; Manuel Varela e Alfredo Foglino; Rogelio Naguil, Alfredo Zibechi e José  Vanzzino; José Pérez, Héctor Scarone, Angel Romano, Isabelino Gradín e Rodolfo Marán. Técnico: Severino Castillo.
GOLArthur Friedenreich, aos 2 minutos (Brasil), no 1º Tempo da segunda prorrogação.

Classificação Final do Sul-Americano 1919

PAÍSESPGJVEDGPGCSG
BRASIL74311239
Uruguai54211752
Argentina2312770
Chile03311211

Elenco da Seleção Brasileira no Sul-Americano de 1919

ATLETASCLUBES
Marcos de MendonçaFluminense F.C. (RJ)
Píndaro de CarvalhoC.R. Flamengo (RJ)
Bianco GambiniS.S. Palestra Itália (SP)
Sérgio PiresC.A. Paulistano (SP)
Amílcar BarbuyS.C. Corinthians Paulista (SP)
Fortes FilhoFluminense F.C. (RJ)
Adolpho MillonSantos F.C. (SP)
NecoS.C. Corinthians Paulista (SP)
Arthur FriedenreichC.A. Paulistano (SP)
Heitor DominguesS.S. Palestra Itália (SP)
Arnaldo SilveiraSantos F.C. (SP)
DyonísioC.A. Ypiranga (SP)
PalamoneA.A. Mackenzie College (SP)
LaísFluminense F.C. (RJ)
PicagiliS.S. Palestra Itália (SP)
MartinsSão Cristóvão A.C. (RJ)
CarregalC.R. Flamengo (RJ)
ArlindoAmerica F.C. (RJ)
HaroldoSantos F.C. (SP)
GalloC.R. Flamengo (RJ)
Luiz MenezesBotafogo F.C. (RJ)
JunqueiraC.R. Flamengo (RJ)


A Comissão Técnica composta por Arnaldo da Silveira (capitão), Amílcar, Mário Pollo, Affonso de Castro e Ferreira Vianna Netto convocaram 22 jogadores, todos o eixo Rio São Paulo: sendo 10 cariocas e 12 paulistas.

O clube mais cedeu jogadores foi o Flamengo com quatro atletas. Depois com três jogadores: Palestra Itália, Santos e Fluminense. Na sequencia, com dois atletas o Paulistano e o Corinthians. Com um jogador, cinco clubes: Botafogo, America, São Cristóvão, Mackenzie College e Ypiranga.

DESENHOS DOS ESCUDOS E UNIFORMES: Sérgio Mello

FOTOS: O Malho (RJ) – Arquivo Nacional – Vida Sportiva (RJ)

FONTES: CBF – Wikipédia – O Malho (RJ) – Vida Sportiva (RJ) – Jornal do Commercio (RJ) – Correio da Manhã (RJ)

União Esportiva Operária (atual: Anápolis Futebol Clube) – Anápolis (GO): clube busca o reconhecimento do título Estadual de 1947

Escudo e uniforme utilizado em 1947

O Anápolis Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Anápolis (população de 398.817 habitantes, segundo o Censo do IBGE/2022), que fica a 48 km da capital (Goiânia) do estado de Goiás. Fundado na quarta-feira, do dia 1º de Maio de 1946 (Dia do Trabalhador), por um grupo de carroceiros, que batizaram o time de União Esportiva Operária (UEO). A ideia era de criação de um time do “povão“, para competir com outro já existente, o Anapolina, que era considerado time de “elite“.

Clube irá solicitar à FGF o reconhecimento o título de 1947

O time foi crescendo ano após ano e, em 1947, conquistou o seu primeiro título estadual (não reconhecido pela Federação Goiana de Futebol), quebrando um tabu. Pela primeira vez um time do interior ganhava o campeonato que não é reconhecido pela FGF (Federação Goiana de Futebol).

Na última quarta-feira, do dia 1º de Maio de 2024, o vice-presidente do clube, Kim Abrahão, afirmou que irá solicitar junto à Federação Goiana de Futebol (FGF) o reconhecimento de campeão goiano de 1947, conquistado pelo Galo da Comarca.

O pedido oficial, por parte da diretoria do clube, será protocolado, após um período de estudos e levantamento de provas e documentos da época para que a conquista fosse comprovada. Foi produzido um dossiê de mais de 50 páginas, assinado pelos autores Ramon Loiola de Oliveira e Vitor Souza, professores e pesquisadores do futebol anapolino.

O dossiê se encontra disponível para consulta no CT Walterci de Melo, possibilitando que torcedores e interessados saibam qual o pleito do clube com relação à conquista.

Tinha um campeonato do interior e um da capital. No interior, quem ganhou foi o Anápolis, e na capital quem ganhou foi o Atlético/GO. Em 1948, houve a decisão entre os dois e o Anápolis ganhou do Atlético. Então, nada mais legítimo que o reconhecimento do título pelo Anápolis Futebol Clube. Estivemos na federação, não queremos o título só para nós. Pode ser junto com o Atlético, mas nós queremos o título reconhecido e a segunda estrela no nosso peito”, disse Kim Abrahão.

O documento, apresentado à torcida durante o evento, apresenta o regulamento do campeonato, as fichas técnicas das partidas, relação dos 22 atletas campeões, como os irmãos Laudo, Zeca e Júlio Puglisi, recortes e manchetes de vários periódicos e fotos inéditas da época. Além da contextualização histórica, o conjunto de provas buscou embasamento em documentos oficiais da época, atestando a oficialidade da disputa.

Time posado de 1947

O que foi o Campeonato Goiano de 1947?

Naquele ano a FGF organizou um torneio goianiense e um interiorano, determinando que os vencedores deveriam decidir o título goiano entre si. Atlético Goianiense e União Operária (nome de fundação do clube, alterado para Anápolis Futebol Clube em 1951), respectivamente, conquistaram os certames e se classificaram à final.

O Galo da Comarca, comandado pelo técnico Edmundo Martins, passou por Jaraguá, Flamengo de Anápolis e União Ipamerina para conquistar o torneio do interior. Na grande final, disputada no domingo, do dia 18 de abril de 1948, no Estádio Olímpico, em Goiânia, a equipe bateu o Dragão pelo placar de 3 a 2, com um tento de Chupeta e dois de Laudo Puglisi, artilheiro do campeonato com seis gols.

Mesmo após a conquista da competição, oficialmente denominada Campeonato Goiano de Futebol, o título não consta na lista oficial de edições vencedores do torneio. Caso aconteça a confirmação da homologação, o Anápolis será, portanto, bicampeão goiano (1947 e 1965).

UEO muda de nome para Anápolis F.C.

Em 1951, muda de nome e passa a ser o Anápolis Futebol Clube. Tudo isso porque o time que se chamava até então Anápolis Sport houvera encerrado suas atividades, culminando na fundação da Anapolina.

Estádio Jonas Duarte

A sua casa é o Estádio Jonas Ferreira Alves Duarte, com capacidade para 20 mil pessoas, que fica localizado na Avenida Brasil Sul, nº 3165/3292, na Cidade Jardim, em Anápolis/GO. O Estádio Jonas Duarte foi inaugurado no domingo, do dia 11 de abril de 1965, no amistoso nacional, com vitória para o São Paulo Futebol Clube (SP) sobre a Seleção de Anápolis pelo placar de 4 a 1.

Curiosidades

Mas a adoção do nome Anápolis Futebol Clube não mudou o futebol de seus jogadores, que continuava a crescer a cada ano. Desta forma, ele conquistou o campeonato regional de 1954.

Na década de 60, o Anápolis já era bastante conhecido e tinha vários apelidos, dentre os quais Galo da Comarca, Tricolor da Manchester e Time dos Carroceiros.

Grandes desportistas comandaram o clube, como João Bezze, Munir Calixto, Altino Teixeira de Moraes, Amim Gebrim, Osvaldo Cunha Soares, Ronaldo Jaime, Sebastião Richelieu da Costa e Fadel Skaff.

Campeão Goiano da 1ª Divisão de 1965

Em 1961, conquistou o vice-campeonato do primeiro torneio octogonal e finalizou nessa data sua fase de amadorismo. Em 1965, sagra-se campeão estadual pela segunda vez, vencendo o Vila Nova por 3 a 2 em uma virada histórica, no Estádio Jonas Duarte.

Nesse dia, recebendo público recorde, a torcida foi ao delírio quando o time entrou em campo, com: Sorriso; Nina, Osmar, Paraguaio e Áli; Genésio e Eudécio; Zezito, Dida, Nelson Parrila e Deca. No banco ficaram o goleiro Morais, Baiano, Wilson e outros craques. O técnico era Agnaldo Felisberto, o Caxambu. No ano seguinte disputou a Taça Brasil, sendo o 1º clube do interior de Goiás a participar desta competição.

Foto de 2023

História recente

Após acesso (e vice) na Divisão de Acesso de 2015, o Anápolis disputou a elite goiana e conseguiu chegar à decisão, eliminando o Atlético na semifinal em pleno Serra Dourada, mas perdeu o título nos pênaltis para o Goiás. Com o vice-campeonato, o Galo da Comarca conquistou vaga para disputar a Copa do Brasil de 2017 e também vaga no Campeonato Brasileiro da Série D.

Títulos conquistados

Campeonato Goiano da 1ª Divisão – 1965;

Campeonato Goiano da Divisão de Acesso (2ª Divisão) – 1990 e 2012;

Campeonato Estadual de Goiás – 1947 (não reconhecido);

Copa Goiás – 1967;

Campeonato Goiano do Interior – 1947;

Torneio Início da 1ª Divisão – 1966;

Campeonato Citadino de Anápolis – 1954, 1958 e 2002;

Taça Cidade de Anápolis – 1966, 1967 e 2011.

Hino oficial do Anápolis Futebol Clube

Na comarca se conhece a tradição

Do galo forte brigador

Entrou no terreiro o bravo guerreiro

Cruel matador

Sou no terreiro o canto guerreiro

Do meu tricolor, tricolor

Já se vê da Boa Vista

A conquista majestosa

No engrandecer da sua crista

Surge a vitória gloriosa

Vai galo na raça traz a taça

É bola é rede é grito é gol é grande glória

As três cores vivas na memória

Do Pavilhão nas graças da vitória

Sou Anápolis Futebol Clube

A toda hora, agora e sempre até morrer

Salve o tricolor da Boa vista

Galo coroado na conquista

Vai galo na raça traz a taça

É bola é rede é grito é gol é grande glória

As três cores vivas na memória

Do Pavilhão nas graças da vitória

Sou Anápolis Futebol Clube

A toda hora, agora e sempre até morrer

Salve o tricolor da Boa vista

Galo coroado na conquista

FOTOS: Edivair Custódio/Anápolis FC – Reprodução Redes Sociais

FONTES: Mais Esporte Anápolis – Federação Goiana de Futebol – site do clube

Fotos raras de 1965: Inauguração do Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)

Na partida diante do River Plate, a Seleção Mineira jogou com uniforme verde

No domingo, do dia 05 de Setembro de 1965, foi oficialmente inaugurado o Estádio Minas Gerais (posteriormente ganhou o nome de Estádio Governador Magalhães Pinto, popularmente chamado de “Mineirão”). A partida foi entre a Seleção Mineira diante da forte equipe do River Plate (ARG). No final, os mineiros saíram de campo com a vitória pelo placar de 1 a 0. O gol foi assinalado pelo atacante Buglê.

O Estádio Minas Gerais, construído em tempo recorde pelo Governo Magalhães Pinto, era o 2º estádio coberto do mundo. Tem capacidade para 130 mil pessoas e sua área total – incluindo pista de atletismo, parques de estacionamento parα automóveis e jardins – é de 300.000 m2. Sua cobertura abriga totalmente as arquibancadas, as cadeiras e ainda (este, um detalhe inédito) parte das gerais atrás dos gols.

O conjunto esportivo para o esporte especializado e universitário se completa com 5 quadras de tênis, 2 piscinas, 8 quadras de voleibol, 5 quadras de basquete, 6 campos de futebol, Departamento de Esportes Náuticos e Ginásio.

Modelo utilizado em 1965

Programação definida

A administração da ADEMG (Administração do Estádio de Minas Gerais), informou a programação, com quatro jogos no Estádio Minas Gerais, sendo que a carga total disponibilizada de ingressos para cada partida foi de 103 mil.

DATASPARTIDASPRELIMINAR
05 de setembro de 1965Seleção Mineira x River PlateNão teve
07 de setembro de 1965Seleção Brasileira (representada pelo Palmeiras) X Seleção UruguaiaAmérica Mineiro x Uberaba
12 de setembro de 1965Seleção Mineira x BotafogoAtlético x Siderúrgica
15 de setembro de 1965Seleção Mineira x Santos FCCruzeiro X Vila Nova

Na partida entre Minas Gerais x River Plate foram inaugurados os refletores do estádio. A venda de ingressos já foi iniciada sendo arrecadados oito milhões de cruzeiros no primeiro dia. A partir da próxima segunda-feira (30 de agosto de 1965) a tesouraria da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) terá também ingressos à venda.

EM PÉ (esquerda para a direita): Dawson, Canindé, Buglê, Fábio, Grapete e Bueno;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Silvestre, Dirceu Lopes, Tostão, Noventa e Tião.

Programação para a partida inaugural

O Governo do Estado e a Administração do Estádio Minas Gerais (ADEMG), estabeleceram, para as solenidades comemorativas da inauguração do novo estádio, a seguinte programação:

10 horas – salva de canhões na Pampulha;

11 horas – abertura dos portões do Estádio Minas Gerais e logo a seguir, desfile das balizas que participarão dos Jogos da Primavera, promoção do JORNAL DOS SPORTS;

13 horas – exibição dos cães amestrados da Polícia Militar;

13h30m – saltos de paraquedistas no gramado e evoluções da Banda da Polícia Militar;

13h45m – apresentação das placas alusivas à inauguração do estádio, sendo que na ocasião o engenheiro Gil César Moreira de Abreu, autor das maquetes do estádio, e o Governador Magalhães Pinto discursarão. Antes, ambos serão recebidos pela Banda de Música do Exército;

14 horas – entrega do estádio ao povo, pelo Governador Magalhães Pinto;

14h05m – bênção do campo, com a presença dos alunos da Escola Técnica de Belo Horizonte e do Colégio Municipal;

14h15m – desfile de colégios com a participação, mais uma vez, das balizas que participarão dos Jogos da Primavera;

14h40m – exibição da Esquadrilha da Fumaça. Dois paraquedistas pularão de aviões especiais, um trazendo a bola do jogo e outro a bandeira brasileira que será levantada no mastro central do estádio;

14h50m – entrada em campo das equipes da seleção mineira e do River Plate, para o jogo inaugural, que se postarão no gramado em forma olímpica;

14h55m – entrada do Governador Magalhães Pinto em campo e execução dor hinos nacionais do Brasil e da Argentina. Após a execução dos dois hinos o bicampeão mundial de futebol, Nilton Santos, desfilará pela pista, levando a tocha olímpica e acendendo a pira olímpica. Na ocasião será feita uma exaltação ao esporte pelas alunas da Escola Nacional de Educação – Física de Minas Gerais;

15h05m – o Governador do Estado de Minas saudará os atletas que participarão do jogo inaugural e vai dar o pontapé inicial;

15h15m – Início do jogo Seleção Mineira x River Plate,

Estádio Minas Gerais que depois ganhou alcunha de Mineirão

Transporte e Polícia

Para facilitar o acesso do público ao estádio Minas Gerais, serão colocados hoje (domingo, do dia 05 de Setembro de 1965), pelo Departamento Municipal de Transportes Coletivos, a partir das 10h, 130 ônibus, que não cobrarão passagens e ligarão o Centro da Cidade e a Pampulha, onde está localizado nôvo estádio.

Os veículos rodarão até quando o movimento de público exigir. A Prefeitura deslocou quase todas as urnas do Departamento de Obras para o preparo das vias de acesso ao estádio todas as obras foram concluídas na madrugada de hoje, depois de o pessoal de obras ter trabalhado durante toda a noite.

Cerca de 2 mil homens foram mobilizados para o policiamento: guardas civis, soldados e oficiais da Policia Militar, investigadores do corpo de segurança e elementos do Departamento Estadual do Trânsito, além da Rádio Patrulha, e receberam ordens severas no sentido de prender todas as pessoas suspeitas e ficam atentos aos marginais de outros Estados que aparecem, atraídos pela notícia da inauguração do estádio Minas Gerais.

EM PÉ (esquerda para a direita): Bueno, Canindé, Grapete, Buglê, Fábio, Décio Teixeira e Ubaldo Miranda (ex-jogador com passagens pelo Atlético-MG, Bangu-RJ, Villa Nova-MG, Bela Vista-MG e Corinthians);
AGACHADOS (esquerda para a direita): Não identificado (massagista),Wilson Almeida, Silvestre, Tostão, Dirceu Lopes, Tião e Bolão (massagista).

Câmbio Negro

Outra recomendação aos policiais foi a repressão total ao câmbio negro de ingressos, que desde a quinta-feira (dia 02 de Setembro de 1965) começará a vigorar.

Ontem à tarde (dia 03 de Setembro de 1965), uma guarnição da Rádio Patrulha prendeu os cambistas Antônio Pereira e Raimundo Rodrigues, que adquiriram 120 arquibancadas a Cr$ 1 mil e estavam vendendo na Rua da Bahia a Cr$ 2 mil, cada uma. Os dois marginais foram encaminhados a Delegacia de Representação e Vadiagem serão processados.

Maracanã e Estádio Minas Gerais: Os Dois Gigantes

Num confronto do Maracanã, maior do mundo, com o “Minas Gerais“, terceiro, a diferença, no que toca à parte técnica de sua construção é a seguinte:

ITENSMINAS GERAISMARACANÃ
Capacidade130 mil pessoas200 mil
Forma geométrica de uma falsa elipse, medindo no eixo maior276.00m308,74m
medindo no menor216,30m280.75m
Perímetro785.77m844.62m
Altura25,00m32.00m
Arquibancadas (número de degraus)3548
1.° degrau em relação ao nível do campo8.00m7.50m
Último17,87m23,67m
No último degrau o espectador fica em relação ao centro do campo90.00m126,00m
Medidas máximas do gramado (Internacional)110 x 75m110 x 75m
Fosso lateral de proteção – profundidade3,00m3.00m
largura2,50m3.00m
Túneis de Acesso ao gramado34
Placares eletrônicosem projeto3
Vestiários (música permanente, gabinete médico, sala de massagens, banheiras térmicas e oxigenoterapia)55
Alojamentos400 pessoas100 pessoas
Escoamento do público, quando lotado10 minutos15 minutos
Projetores de iluminação240 220
Material usado na construção – Madeira284.000m2850.000m2
Material usado na construção – Sacas de cimento284.000500.000
Material usado na construção – Ferro4.000.000kg9.582.781kg
Cabines para rádios e TVs, com ar condicionado, isolamento acústico e visor panorâmico2426

Gérson já tem time base dos Mineiros

Belo Horizonte – O técnico Gérson dos Santos, da seleção mineira que se prepara os jogos inaugurais do Estádio Minas Gerais, informou ontem (terça-feira, dia 24 de agosto de 1965) que, depois dos últimos coletivos realizados conseguiu formar a equipe base do escrete para o primeiro jogo dos mineiros, dia 5 de setembro, com o River Plate, de Buenos Aires (ARG).

Gérson revelou que deverá ser o seguinte, o quadro que jogará contra o River: Fábio; Canindé, William, Rui e Décio Teixeira; Edson e Dirceu Lopes; Wilson Almeida, Silvestre, Jair Bala e Tião. Disse ainda que escolheu os que melhor produzem em conjunto e não os que demonstram ação individual, mesmo que sejam ótimos.

Foto: acervo pessoal do ex-jogador Silvestre
EM PÉ (esquerda para a direita): Bueno, Canindé, Grapete, Buglê, Fábio, Décio Teixeira e Ubaldo Miranda;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Wilson Almeida, Silvestre, Tostão, Dirceu Lopes, Tião e o massagista Bolão.

Próximos Ensaios

Hoje à tarde (quarta-feira, dia 25 de agosto de 1965) será realizado o terceiro treino coletivo da seleção mineira, no Estádio Independência, contra o time do Banco da Lavoura. De amanhã até sábado os jogadores darão apenas treinamento individual e domingo haverá nova prática de conjunto, também do Estádio Independência, contra o Olímpic, de Barbacena, atual campeão do certame promovido pela Liga de Juiz de Fora. Nessa partida, a equipe barbacenense surpreendeu ao vencer por 2 a 1.

A Tática

Gérson dos Santos disse ainda que vai adotar o sistema 4-2-4 nos jogos em que a seleção mineira participar, acentuando, entretanto, que não será um sistema rígido, devendo haver variação para o 4-3-3, acordo com o adversário e o andamento das partidas.

Já deu ordens ao ataque para jogar pelas pontas. acompanhando e deslocando Jair Bala e Silvestre para as extremas em que se der a jogada.

O River Plate, que é o primeiro adversário dos mineiros, está sendo aguardado em Belo Horizonte nos primeiros dias de setembro, procedente da Europa, para onde seguirá depois do jogo de hoje em Caracas (VEN), com o Real Madrid (nesse jogo, terminou empatado em 1 a 1, com a presença de 15 mil pagantes. O espanhol Agüero abriu o placar para a equipe madrilenha no primeiro tempo. Cubillas deixou tudo igual para os argentinos na etapa final).

Tevê Tupi transmitiu o jogo

No Jornal dos Sports, teve o anúncio de que a Televisão Tupi, Canal 6, iria transmitir às 15 horas, a partida entre Seleção Mineira x Club Atlético River Plate, direto do Estádio de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória (ES), através de uma rede nacional de televisão. O Banco Nacional de Minas Gerais S/A foi o patrocinador da transmissão e também ajudou na construção do Estádio mineiro.

Imponentes festejos marcaram inauguração

Com a vitória do selecionado mineiro sobre a representação do River Plate, da Argentina, o povo de Minas Gerais e, sobretudo, de Belo Horizonte, teve um fecho de ouro para as festividades de inauguração do Estádio Minas Gerais, o segundo do Brasil e terceiro do mundo, em capacidade, perdendo apenas para o Maracanã e para o Hampden Park, de Glasgow, na Escócia.

Desde as primeiras horas da manhã de ontem a Capital mineira começou a vi- ver seu dia de festa, com salva da canhão que anunciou o nascimento do novo estádio, já chamado de “colosso da Pampulha“.

Os festejos continuaram com o Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Serafim Fernandes de Araújo dando a bênção ao estádio e com apresentação de bandas de música, ginastas e, com destaque, das balizas que participarão dos Jogos da Primavera, numa promoção do JORNAL DOS SPORTS.

Governador Entrega

O Governador Magalhães Pinto chegou ao estádio por volta das 14 horas recebendo consagradora ovação do enorme público presente e, logo após, fez a entrega simbólica da nova praça de esportes ao povo mineiro.

Antes do início da partida que encerrou as festividades do dia de ontem (domingo, do dia 05 de Setembro de 1965), o Governador mineiro cumpri- mentou a todos os jogadores dos dois times, ressaltando, junto aos integrantes da equipe argentina “a honra a satisfação do povo mineiro de ter o River Plate como convidado num momento histórico como o da inauguração do Estádio Minas Gerais”.

Como convidados especiais do Governo de Minas estiveram presentes às solenidades da inauguração do nôvo estádio, os presidentes da Federação Paulista de Futebol, Sr. Mendonça Falcão; da CBD, Sr. João Havelange; do CND, Sr. Elói Meneses; e o técnico da Seleção Brasileira, Vicente Feola.

Mineiros venceram na Festa de Inauguração

Com uma renda muito aquém da esperada pelas autoridades e sem que se saiba o número exato de espectadores porque as borboletas dos portões de acesso ainda não foram instaladas, o Estádio Minas Gerais foi inaugurado, ontem, com festividades que se encerraram com o encontro entre a seleção mineira e o River Plate, vencido pelos mineiros por 1 a 0, gol de Buglê aos 3 minutos da etapa final.

A arrecadação foi de 82.792.625,00 e calcula-se, entre público pagante e autoridades convidadas, cerca de 80 mil pessoas presentes ao jôga, embora a Administração do Estádio Minas Gerais tivesse anunciado, anteriormente, que a venda de ingressos já havia atingido Cr$ 90 milhões (sábado). O estádio ainda não está acabado, devendo ter suas obras finalizadas, definitivamente, dentro de um ano.

Jogo Fraco

A partida entre o escrete mineiro e o River Plate teve duas características distintas: o nervosismo dos mineiros e o cansaço dos argentinos. A consequência foi um jogo fraco, que somente começou a melhorar depois que a equipe local inaugurou o marcador, no segundo tempo, e, perdendo um pouco a inibição inicial, partiu para o jogo emocional, suprindo as deficiências de falta de conjunto com a vibração de seus jogadores, incentivados pela imensa torcida que pedia “mais um, mais um“.

Até os primeiros 35 minutos da partida o River Plate, embora um pouco lento, comandou o jogo, tendo perdido, aos 9 minutos, oportunidade de inaugurar o marcador num pênalti cometido por Grapete, que tirou com a mão uma bola que ia entrando depois de haver passado pelo goleiro Fábio. Sarnari cobrou e chutou para fora. Depois os mineiros melhoraram um pouco, indo mais à frente, embora pecassem nas finalizações.

Gol Único

O gol da seleção de Minas nasceu de uma jogada de Dirceu Lopes, que deu em profundidade para Buglê, que adiantara, tendo o goleiro Gatti tentado interceptar, falhando. Buglê apanhou a bola, driblou, ainda, um zagueiro e fuzilou, aos 3 minutos da etapa final.

Depois desse gol, os mineiros, jogando mais na base do entusiasmo, pressionaram com mais frequência o gol adversário, até os 30 minutos. Quando faltavam 15 minutos para o término do jogo, o time adversário, que vinha mantendo um ritmo lento, mostrando cansaço, começou a reagir, passando a pressionar, mas a equipe local, caindo toda na defesa, conseguiu manter marcador.

Duas Expulsões

Aos 35 minutos da fase inicial, o ponta-esquerda Tião, do escrete mineiro, entrou violentamente em Sarnári, que revidou com um pontapé, tendo o juiz da partida, Sr. Antônio Viug, expulsado os dois jogadores, passando os dois times a jogar com apenas 10 homens. Mesmo depois dessas expulsões, o jogo continuou viril, com as defesas de ambos os lados jogando duro e, por vezes, violentas.

Começou Atrasado

A partida, que estava por ser iniciada às 15h15m, começou com um atraso de 15 minutos por que as solenidades de inauguração demoraram mais tempo que o previsto pelas autoridades.

As 14h30m, Hideraldo Luís Belini, bicampeão mundial de futebol e capitão da seleção da campanha da Suécia, em 1958, deu a volta olímpica no campo levando o fogo simbólico e depois acendeu a pira olímpica, sob o aplauso de todos os espectadores. Antes do início da partida, os capitães da seleção de Minas, Bueno, e do River Plate, Ramos Delgado, trocaram flâmulas.

Os Melhores

Os melhores jogadores da partida foram Fábio, Dirceu Lopes, Buglê, Grapete e Wilson Almeida, para os mineiros, e Ramos Delgado, Oscar Más, Matozas e o brasileiro Delém (Vladem Lázaro Ruiz Quevedo), para os argentinos. O goleiro Fábio, da seleção de Minas, merece destaque especial, tendo sido o melhor homem em campo.

O árbitro Antônio Viug teve bom trabalho, embora um pouco prejudicado pela virilidade dos jogadores. Quase chega atrasado ao campo porque o avião em que viajou do Rio se atrasou, tendo aterrissado na Pampulha 15 minutos antes do jogo. Os bandeirinhas foram Joaquim Gonçalves e Luís Pereira, ambos da Federação Mineira de Futebol (FMF).

Os mineiros terão hoje o dia livre e voltarão a se concentrar amanhã a fim de se preparar para o jogo com o Botafogo, domingo. Amanhã farão individual; quarta-feira, coletivo no Estádio Minas Gerais; quinta-feira, individual; e sexta-feira, apronto. O técnico mineiro, Gérson Santos, informou que pretende manter a mesma equipe para o Jogo de domingo.

EM PÉ (esquerda para a direita): Carlos Alberto Sainz, Jose Manuel Ramos Delgado (Capitão), Hugo Gatti, Roberto Matosas, Vladislao Cap e Hector Grispo;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Luis Cubilla, Juan Carlos Sarnari, Luís Artime, Delém e Oscar Más.

River faturou 10 mil dólares pelo jogo

A Delegação do Club Atlético River Plate, viajando pela Ibéria, desembarcou no Rio de Janeiro, no sábado, do dia 04 de setembro de 1965. Logo depois viajou para Belo Horizonte, chegando por volta das 13 horas. Dali seguiu para o Brasil Palace Hotel, onde ficou hospedado.

A delegação do River Plate embarcou na segunda-feira (dia 06 de Setembro de 1965), às 14 horas, para o Rio de Janeiro e às 18 horas, do Galeão, seguiu viagem para Buenos Aires (ARG). Pela partida, o River Plate recebeu a cota de 10 mil dólares, além das despesas pagas.

As duas equipes perfiladas, ouvindo os hinos nacionais do Brasil e Argentina

SELEÇÃO MINAS GERAIS        1        X        0        C.A. RIVER PLATE (ARG)

LOCALEstádio Minas Gerais (atual Mineirão), no bairro da Pampulha, em Belo Horizonte/MG 
CARÁTERAmistoso Internacional
DATADomingo, do dia 05 de Setembro de 1965
HORÁRIO15 horas e 30 minutos (de Brasília)
RENDACr$ 82.792.625,00 (Oitenta e dois milhões, setecentos e noventa e dois mil, seiscentos e vinte e cinco cruzeiros)
PÚBLICO73.201 pagantes (a estimativa foi de um público presente de 100 mil)
ÁRBITROAntônio Viug (FIFA/RJ)
AUXILIARESJoaquim Gonçalves (FMF) e Luís Pereira (FMF)
EXPULSÕESTião (Minas Gerais) e Sarnari (River Plate)
MINAS GERAISFábio; Canindé, Grapete, Bueno e Décio Teixeira; Dirceu Lopes e Buglê; Wilson Almeida (Geraldo, e depois Noventa), Tostão, Silvestre (Jair Bala) e Tião. Técnico: Gérson Santos.
RIVER PLATEGatti; Sainz, Ramos Delgado, Hector Grispo (Mario Bonzuck) e Matosas; Vladislao Cap (Solanez) e Sarnari; Luis Cubilla (Jorge Solari), Artime (Juan Carlos Lallana), Delém e Oscar Más. Técnico: Jose Curti.
GOL(S)Buglê aos 3 minutos (Seleção Mineira), no 2º Tempo.

FOTOS: Acervo Fabiano Rosa Campos

FONTES: Jornal dos Sports (RJ)

Distintivo raro de 1920: Sport Club Rio de Janeiro – Rio de Janeiro (RJ)

Sport Club Rio de Janeiro foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Fundado no dia 15 de Maio de 1914, a sua Sede ficava sediada na Rua São Francisco Xavier com Avenida Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel. Em 1922, a sua Sede se encontrava na Rua Santa Luiza, nº 125, no bairro Engenho Velho (atualmente Tuijuca). Mandava seus jogos no extinto campo da Rua Morais e Silva, na Tijuca. Possuía as cores branca, azul e preta.

Entre os fundadores destacam-se Ernâni Silva de Almeida (presidente), Belmiro Alves (vice-presidente), Paulo Ramos Paz “Pazinho” (secretário), Guilherme Silva (tesoureiro), Waldemar Macieira (1° procurador), Carleto Botelho (2° procurador), Nicanor Tourinho (capitão-geral), Eliézer Leite (vice-capitão), Alberto Silva (comissão de sindicância), Arnaud Reis (comissão de sindicância) e Arsênio Brousse (comissão de sindicância).

Praça de Esportes da Rua Moares e Silva

O Sport Club Rio de Janeiro inaugurou o seu campo, no domingo, do dia 24 de novembro de 1918. O valoroso club da 2ª Divisão da Liga Metropolitana, O seu novo e excelente campo ficava situado na Rua Moraes e Silva, no bairro do Engenho Velho (depois passou para a Tijuca e atualmente no bairro do Maracanã).

A Vida Sportiva destacou: “O lindo ‘ground’ que está situado em uma optima zona proxima do centro, se bem que seja pequeno é, no entanto, uma obra elegante dentro das regras hygienicas e desportivas.

A “Vida Sportiva” publicando hoje algumas photographias do bello campo nada mais faz do que render uma justa homenagem ao esforço dos queridos ‘sportsmen’ componentes do Sport Club Rio de Janeiro”.

Foi reorganizado em 2 de julho de 1914, com as cores preto e branco. A partir de 1920 se tornou azul e branco. Em 1915, filiou-se á Associação Brasileira Sports Athleticos (ABSA), fazendo bela figura no campeonato. Em 1916, continuou na A. B. S. A., conseguindo o terceiro lugar. Neste ano, o S. C. Rio de Janeiro derrotou, em seu último jogo returno, o campeão invencível Americano, por 3 a 2, depois de um prélio movimentado.

Em 1917, filiando-se á L. M. D. T (Liga Metropolitana de Desportos Terrestres) conduziu-se de forma brilhante; embora não conseguindo o título de campeão, obteve boa colocação, proporcionando-lhe passar á 2ª Divisão, devido ao aumento de clubes em cada divisão.

Em 1918, foi o 3º colocado do Campeonato Carioca da Terceira Divisão. Conseguiu o acesso à Segunda Divisão ao derrotar o último colocado da Segunda DivisãoPaladino Foot-Ball Club por 6 a 1 na repescagem.

A diretoria de 1918 do S. C. Rio de Janeiro estava assim constituída:

Presidente, Horacio Werner;

Vice-presidente, Francisco da Cruz Vianna;

1° secretario, Pedro Lopes Macieira Sobrinho;

2° secretario, Domingos da Silva Manno;

1º thesoureiro, José Nunes Ribeiro;

2° thesoureiro, Carlos Leopoldo de Souza;

Procurador, Carlos Medeiros de Mello;

Conselho fiscal, Mario Guerra, Alipio Borges e Dermeval Freitas Gonçalves;

Commissão de syndicancia, Raul Portugal, Alvaro Leite Gomes e Arnaldo Reis.

Os seus quadros de football:

1º team: Roberto Ramos de Oliveira – Gustavo Moraes Vasconcellos e João Gomes Menezes – Armando Reis (cap.), Eurico Pinheiro Guerra, Arthur Machado Filho – Francisco Vianna Filho, Waldemar Alves Bragança, Emilio Champion, Carlito de Oliveira e Luciano Alver Bragança.

2º team: Horace Smith – Saint Clair Faria e Oswaldo Faria – Goamerges Silva, Oscar Couto e José Pinto Rodrigues – Humberto Malagutti de Souza, Ary Monteiro Amarante, Adalberto Santos Ribeiro, Oswaldo Carneiro e Alfredo José Vieira.

O quadro de honra:

Socios honorarios – Antonio de Miranda, Dr. Souza Silva, W Sylvester e Dr. Julio Fur- tado.

Socios benemeritos – José Nunes Ribeiro, Francisco Vianna Filho, Belmiro Alves, Horacio Werner e Alvaro Pereira da Costa.

Fundadores – Attila Ferraz, Ernaei Ferraz, Frederico Monken, Belmiro Alves, José Moreno Rodrigues, Arthur Soa- res, Nestor Soares, Alvaro Gomes, Paulo Ramos Paz e outros cujos nome nos escaparam.

Em 1919, foi vice-campeão da Segunda Divisão. O campeão e promovido à elite foi o Palmeiras Athletico Clube. Foi 6º lugar no Campeonato Carioca da Segunda Divisão, em 1920, em certame vencido pelo Carioca Foot-Ball Club.

Ainda em 1920, o Sport Club Rio de Janeiro prestou uma homanegem a bandeira do estado do Rio, alterando as suas cores. O uniforme passou a ser listrado na verticais nas cores azul e branco, enquanto o seu distintivo passou a ter o fundo na cor vermelha.

Em 1921, é campeão da Série A da Segunda Divisão. Na fase final perde para o Bonsucesso Futebol Clubecampeão da Série B, o título do campeonato. No mesmo ano conquista o Torneio Início da Segunda Divisão. 

Em 1922, faz fraca campanha e termina em sexto lugar na classificação da Série A, sendo eliminado na fase inicial. Em 1923, faz novamente má campanha e termina em último no campeonato. Em 1926 foi extinto. Em 1925, foi fundado o Sport Club Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, na Zona Sul fo Rio. Porém, não tem nenhuma relação.

“Hymno do Sport Club Rio de Janeiro”

(Musica da Canção do Soldado) – Letra de Moacyr Lafayette Chagas

Nós somos do glorioso Rio Janeiro.
Fieis defensores,
Nosso pavilhão garboso
Mostra altaneiro
Suas nobres côres.
 
Seguimos o mesmo trilho,
Cheios de crença,
Na altiva idéa,
– Cercal-o de intenso brilho,
Na gloria immensa,
Numa epopea!
 
Emblema das nossas tradições,
Das luctas, de nosso aureo, passado,
Tremula desfraldado,
Victorioso e evacionado
Em meio das multidões…
 
Inda se escuta,
Por onde vais,
– Eil-o nobre quando lucta,
– Sonhador, si reina a paz,
Cante o valor,
O mundo inteiro,
Do bi-color,
Sport Club Rio de Janeiro.
Publicado na Vida Sportiva, em 1918

Colaborou: Pedro Varanda

FONTES: Arquivo pessoal – O Malho (RJ) – Vida Sportiva (RJ) – Jornal do Commercio (RJ)

Escudo inédito de 1920: Sete de Setembro Futebol Clube – Belo Horizonte (MG)

O Sete de Setembro Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Belo Horizonte (MG). O Tigre da Floresta foi fundado no domingo, do dia 07 de Setembro de 1913, com o nome de Sete de Setembro Foot-Ball Club.

Sua primeira diretoria ficou assim constituída:

Presidente honorário – Manoel Caillaut;

Vice-Presidente – capitão João Castro;

1º secretario – João Gonçalves;

2º secretario – Guiné Ribeiro.

Sete: a quarta força de Belo Horizonte

Em “Futebol no Embalo da Nostalgia”, o jornalista esportivo mineiro Plinio Barreto conta momentos históricos do futebol das Alterosas, e menciona a relação do Sete com o bairro:

Houve época em que o Sete tinha uma torcida que se rivalizava com as de Atlético, Palestra e América. A Floresta em peso se deslocava para ver o Sete onde o Sete estivesse. Seu corpo social era numeroso, com uma atividade constante, reunindo setembrinos em saraus dançantes. Os bares florestinos que se prezassem tinham sempre uma fotografia do time pregada nas paredes”, disse Barreto.

Foto do Sete de Setembro de 1920

Vice-campeão Mineiro em 1919 e 1920

O seu primeiro grande feito do Sete de Setembro aconteceu no Campeonato Mineiro da 1ª Divisão em 1919, quando se sagrou vice-campeão vencendo o Yale por 2 a 1 em uma decisão da Taça de Bronze. No ano seguinte, novamente “bateu na trave”, terminando em segundo lugar em 1920.

Título inédito do Torneio Início de 1922

O Sete foi campeão do Torneio Início do Campeonato Mineiro em 1922. No domingo, do dia 2 de abril de 1922, ainda no antigo campo do Prado Mineiro, após vencer o Palestra Itália (atual Cruzeiro), e o América nas fases eliminatórias, confrontou na final do Torneio Initium o Atlético, vencendo-o por número de escanteios e conquistando o seu primeiro título oficial com a seguinte escalação: Veiga; Pé de Ferro, Américo; Sant’Anna, Paulo, Guilherme; Nino, Novato, Romano, Totó, Oscarlino.

Campeão da Taça Coronel Oscar Paschoal de 1956

Já com a nova casa voltou a erguer um troféu em 1956, a Taça Coronel Oscar Paschoal. A FMF (Federação Mineira de Futebol), a organizou o Torneio Coronel Oscar Paschoal entre os quatro clubes eliminados do terceiro turno do Campeonato Mineiro de 1955.

O Sete, mesmo perdendo para o Cruzeiro, ficou com os pontos por irregularidades do adversário, depois venceu o Metalusina de Barão de Cocais e, após um empate sem gols, no Estádio Independência com portões abertos, contra o Asas de Lagoa Santa, conquistou o título do torneio com a seguinte escalação; Mão de Onça; Valter II e Ranieri; Alaor, Amauri e Mundico; Edinho, Wander, Valter I, Márcio e Vicentino. Técnico: Paulo Benigno.

Sua última conquista foi em 1997

Somente em 1997, o Tigre da Floresta voltaria a conquistar um título oficial, o Campeonato Mineiro de Futebol da Segunda Divisão, vencendo o Fabril de Lavras, no Independência, com um gol de pênalti aos 50 minutos do segundo tempo marcado por Fábio Menezes, irmão de Ramon Menezes, que atuou por Cruzeiro e Atlético-MG.

A escalação do time campeão era: Laércio; Chris (Telão), Roberto, Ralf, Carlão; Willian, Lói (Léo Salazar), Clemilson, Wellington (Paulinho); Fábio Menezes, Jorge. Técnico: Jurandir Gamma Filho.

Foto do Sete de Setembro de 1928

Você sabia?

Um detalhe curioso é que, na década de 40 (a partir de 1944), o clube temporariamente se chamou Sete de Setembro de Futebol e Regatas, quando foi criada a Federação Mineira de Remo. Em setembro de 1948, voltou a atender por Sete de Setembro Futebol Clube.

Praça de Esportes

O seu magnifico campo de “football” cedido pela Prefeitura, está situado em terrenos do Parque Municipal (concorrendo a construção por conta da sociedade), na Zona Leste de Belo Horizonte, mais especificamente ao bairro da Floresta, daí a sua alcunha, o Tigre da Floresta,

A equipe alvirrubra mandava suas partidas na Chácara Negrão, atual Praça Otacílio Negrão de Lima, no bairro da Floresta. Posteriormente, jogou no 5º Batalhão de Policia Militar do Santa Teresa (atual Colégio Tiradentes no Bairro Santa Tereza), bairro este limítrofe ao bairro da Floresta.

No final dos anos 40, América, Atlético e Cruzeiro tinham cada um o seu próprio estádio. Vale destacar que os três estavam “dentro” da Avenida do Contorno, estando o Sete do outro lado do Rio Arrudas. No plano original da cidade, Belo Horizonte seria apenas o que estivesse dentro da Avenida do Contorno, estando o Sete na periferia da capital mineira. 

Faltava ao Sete de Setembro a sua própria casa, já que este jogava no campo dos outros clubes da capital, ou no campo do V Batalhão acima mencionado. Faltava! Em 1948, em um terreno entre as ruas Ismênia e Pitangui, no bairro do Horto (bairro vizinho de Santa Teresa e Floresta) se inicia a construção do estádio Raimundo Sampaio, o popular Independência.

As obras foram capitaneadas pela prefeitura de Belo Horizonte, na gestão de Otacílio Negrão de Lima, juntamente com o então presidente do Tigre, o então vereador Antônio Lunardi.

O dirigente uniu o útil ao agradável: o Sete precisava de um estádio, e, em poucos anos o Brasil sediaria a Copa do Mundo e BH precisava de um monumento à altura do evento.

Imagem aérea do estádio em construção, em 1949.
Arquivo Estado de Minas

O projeto original era um pouco diferente do que a versão construída. A proximidade da Copa do Mundo fez com que a arquibancada localizada atrás de um dos gols não fosse concluída, levando ao formato de ferradura.  Uma das marcas do Independência até os dias de hoje.

O estádio despontou como o maior dentre os estádios da cidade e um dos maiores do país, apto a receber o Mundial de 1950. E é justamente a história do estádio um dos fatores que fez o Sete não ser esquecido na memória dos belo-horizontinos. Os mais antigos ainda o chamam de “campo do Sete”.  

A ideia vigente na época era a de que um clube não se desenvolveria se não tivesse um estádio próprio, então a construção do Gigante do Horto era vista com ótimos olhos.

As suas participações no Campeonato Mineiro, eram medianas e ruins, onde viu no Independência, o Atlético em 1950, o Villa Nova em 1951, o América em 1957 e o Cruzeiro em 1959, serem campeões.

A cancha setembrina só perdeu o posto de maior estádio da cidade, em 1965, quando foi inaugurado o Mineirão. Com isso, o gigante do Horto cairia em período de ostracismo revezando algumas partidas do próprio Sete, ficando às minguas na maioria do tempo.

Declínio na década de 60

Na década de 60 o Sete entrou definitivamente em decadência, pois sobrevivia até então, dos aluguéis pagos por seus rivais para uso do seu estádio. Participou de algumas edições do Campeonato Mineiro, Torneios Incentivos e da Taça Minas Gerais até 1976. A partir daí participou de forma intermitente as divisões de acesso do futebol do estado.

Nos anos 80, o estádio Raimundo Sampaio voltaria a ganhar protagonismo na cena do futebol de Belo Horizonte, após ganhar uma reforma promovida pelo Governo do Estado de Minas Gerais.

Um velho rival do Tigre, o Coelho, que desde que vendeu o estádio da Alameda peregrinava entra o Vale Verde, em Contagem, e o Mineirão, viu no Independência a oportunidade de estar mais próximo de seus torcedores, saudosos do campo americano no bairro do Santa Efigênia, também vizinho do Horto.

Sete e América firmaram um contrato de cooperação que permitia ao Coelho mandar ali os seus jogos, tendo também que assumir a responsabilidade pela manutenção do estádio.

Foi no Independência que o América viveu a sua maior gloria: em 1997, quando faturou a série B do Campeonato Brasileiro. Esse foi também o último ano que o Tigre da Floresta disputou (e venceu) um torneio oficial.

Com uma equipe formada em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, conquistou o Campeonato Mineiro da 2ª Divisão (equivalente a Terceirona). O certame teve também as participações do tradicional Siderúrgica, do Fabril de Lavras, do Esportivo de Passos de Minas e do Aciaria de Ipatinga. O Tigre passou bem pela primeira fase, e no quadrangular final, garantiu o título na última rodada ao superar o Fabril, no Independência.

O título lhe rendeu a classificação para o degrau seguinte, o Módulo 2 em 1998. Mas o projeto não foi para frente e o Sete não usufruiu da vaga conquistada. E deste então não voltou a atuar em competições profissionais. Por algum tempo ainda figurou em competições de base, até desaparecer por completo do cenário do futebol mineiro em 1998.

Posteriormente, o Independência seria incorporado ao patrimônio do América, e o Sete de Setembro deixaria de existir, deixando um vazio no futebol de Belo Horizonte, que ficou desfalcado de um dos mais tradicionais times dos primórdios do Campeonato Mineiro.

Uniforme de 1997

Breve histórico no Estadual

Nos registros da Federação Mineira de Futebol, o Sete participou 17 vezes do Campeonato Mineiro de 1916 a 1932, quando o futebol era amador e 30 vezes da era profissional, em 1934, de 1938 a 1961, de 1969 a 1971 e de 1974 a 1976, ano que encerrou suas atividades na 1ª Divisão do Futebol Mineiro.

As últimas participações do Sete de Setembro em torneios oficiais foram na Terceira Divisão de 1997 e no Módulo II de 1998 com um convênio com a UFMG, treinado pelo Prof. Jurandir Gama Filho.

O renascimento do “Tigre da Floresta

O Sete se afastou dos gramados por um tempo, mas não morreria nunca o sonho de ser grande, e de fazer frente aos demais times da capital. O Sete de Setembro é um patrimônio da cidade, é parte da história da Zona Lesta de Belo Horizonte, é uma história que merece ser preservada e resgatada. Por tudo que representa o seu passado e pelo pioneirismo no futebol mineiro, o Tigre merece um lugar ao sol.

Atualmente, graças ao trabalho incansável do seu presidente, Fabiano Rosa Campos, o Sete de Setembro participa de competições amadoras de Belo Horizonte com equipes de juniores, juvenis, e também time de futebol feminino, sonhando em voltar aos embates com América, Atlético e Cruzeiro.

Sete trabalha para retornar a esfera profissional

Enquanto não volta a jogar no Independência ou no Mineirão, é nos campos de várzea que o Tigre da Floresta vem renascendo na esperança de em breve estar novamente filiado a Federação Mineira de Futebol, já que aos poucos vem reativando suas categorias de base e equipe de futebol feminino.

Este resgate histórico ressalta a importância do clube rubro no cenário esportivo belo-horizontino, esperamos que este seja o princípio de um processo que resulte na volta do Sete de Setembro ao campeonato mineiro.

O antigo dono do estádio Independência, o Sete de Setembro Futebol Clube está com as atividades profissionais interrompidas desde 1997, quando fundiu seu conselho deliberativo ao do América Mineiro.

Em 2020, o Tigre da Floresta passou a disputar competições amadoras e, no momento, segue com o processo para retomar a licença profissional e voltar aos gramados.

O Sete de Setembro volta às atividades de base com um forte lado social, utilizando no uniforme temas como a diversidade e consciência negra – neste caso, uma homenagem a Taian, jogador setembrino assassinado na década de 1940, na comemoração de um jogo.

Colaborou: Fabiano Rosa Campos

FOTOS: Estado de Minas (MG)

FONTES: O Paiz (RJ) – O Tempo (MG) – livro “Futebol no Embalo da Nostalgia”, de Plinio Barreto – Wikipédia – “O Futebol na Cidade de Belo Horizonte: amadorismo e profissionalismo nas décadas de 1930 e 1940, de Sarah Teixeira Soutto Mayor Curso de Educação Física, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017.