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Excursão de 1966: C.F. Os Belenenses, de Lisboa (Portugal), onde disputou o Torneio Quadrangular de Belo Horizonte (MG)

O Clube de Futebol Os Belenenses, de Lisboa (Portugal), Fundado no dia 23 de setembro de 1919, comandado pelo técnico brasileiro Jorge Vieira veio para uma série de sete jogos, no Brasil, sem três jogadores convocados para disputar a Copa do Mundo na Inglaterra, em 1966: o goleiro José Pereira, o lateral direito Rodrigues e o zagueiro Vicente.

No Campeonato Português de 1965/66, o Belenenses terminou na 7ª colocação ao lado do Varzim, ambos com 25 pontos. O campeão foi o Sporting Lisboa, com 42 pontos, enquanto o Benfica ficou com o vice, com 41.

O clube luso embarcou rumo ao Brasil para um total de sete jogos, passando por seis estados (Nordeste, Sudeste e Sul): pelo Recife/PE, São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Porto Alegre/RS e Brasília/DF.  

Técnico Jorge Vieira

Clube português comandado por brasileiro desembarcou no Recife/PE  

A Delegação do Belenenses, desembargou no Aeroporto dos Guararapes, no Recife, na manhã da quinta-feira, o dia 12 de maio de 1966, chefiada pelo dirigente Manuel Trindade; os dirigentes Fernando Cordeiro e Ernani Pinheiro; o treinador brasileiro Jorge Vieira; o massagista, João Silva; e mais 19 jogadores:

Gomes e Serrano (goleiros), Sá Pinto, Alberto Luís (ex-Portuguesa de Desportos/SP), Quaresma e Caneira (zagueiros); Carlos Pedro (ex-defensor do America/RJ), Santana, Cardoso (médios); Adelino, Pedras, Valdir (ex-Vitória/BA e Fluminense), Estêves, Ramos, Alfredo, Pedroso, Simão (natural de Moçambique), Teodoro e Pereira (atacantes). O Benfica cedeu para essa excursão dois atletas: Santana, 30 anos, e Pedras, enquanto o Porto emprestou Valdir.

A delegação ficou hospedada no Hotel São Domingos, na Praça Maciel Pinheiro, no bairro de Boa Vista, no Recife/PE.

Uma curiosidade foi o ex-defensor do America do Rio, Carlos Pedro serviu de guia e ajudou os companheiros lusos a trocar de Escudos (moeda da época de Portugal) por Cruzeiros (moeda da época do Brasil), além de matar a saudade de nove meses do Guaraná e do cafezinho brasileiro.

Antes de desembarcar em Belo Horizonte/MG, o Belenenses realizou dois jogos em território brasileiro: no , derrota para o Santa Cruz, no Recife/PE (domingo, às 16 horas, do dia 15 de maio de 1966), por 2 a 1, no estádio José do Rêgo Maciel, o Arruda, no Recife/PE. Pelo jogo, o clube luso recebeu, livre de impostos, a cota de US$ 7 mil dólares (cerca de 15 mil cruzeiros).

EM PÉ (esquerda para a direita): Reginaldo, Nilton, Agra, Carlos, Norberto e Valter Serafim;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Josenildo, Terto, Manuel, Erandir e Fernando José.

SANTA CRUZ F.C. (PE)   2        X        1        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio José do Rêgo Maciel, o Arruda, no Recife/PE
CARÁTERAmistoso Internacional
DATADomingo, dia 15 de maio de 1966
HORÁRIO16 horas
RENDACr$ 8.496.000,00
PÚBLICO2.832 pagantes
ÁRBITROErilson Gouveia (FPF)
AUXILIARESAlécio Siqueira (FPF) e Louralber Monteiro (FPF)
SANTA CRUZVálter; Reginaldo, Nilton, Carlos e Norberto; e Agra e Terto; Uriel, Manuel, Erandir e Fernando José. Técnico: Alexandre Borges
BELENENSESGomes; Sá Pinto, Quaresma, Cardoso e Alberto Luiz; Adelino (Estêves) e Santana; Valdir, Carlos Pedro, Pedras e Ramos. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSErandir (Santa Cruz) aos 15 minutos; Pedras (Belenenses) aos 35 minutos do 1º Tempo. Erandir (Santa Cruz) aos 12 minutos no 2º Tempo.

Uma semana depois, com uma temperatura mais amena, de aproximadamente 13º graus césios, o Belenenses voltou a campo. Dessa vez o adversário foi a Seleção Paulista (devido diversos jogadores estarem servindo a Seleção Brasileira, visando a Copa do Mundo de 1966, o selecionado paulista foi formado por reservas), em São Paulo/SP, no domingo, às 16 horas, do dia 22 de maio de 1966. No final, os paulistas venceram pelo placar de 3 a 1, no Estádio do Pacaembu.  Os preços dos ingressos: Cr$ 2 mil as gerais e Cr$ 3 mil as arquibancadas.

SELEÇÃO PAULISTA (BRA)     3        X        1        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, em São Paulo/SP
CARÁTERAmistoso Internacional
DATADomingo, dia 22 de maio de 1966
HORÁRIO16 horas
RENDACr$ 22.242.000,00
PÚBLICONão divulgado
ÁRBITROArmando Marques (o trio teve uma boa atuação)
AUXILIARESGerminal Alba e Wilson Antônio Medeiros
EXPULSÃORenato (Paulista) aos 27 minutos do 2º tempo, por um pontapé sem bola em Alberto Luiz (Belenenses)
SEL. PAULISTAFélix; Osvaldo Cunha (Renato), Mauro, Jurandir e Edilson; Swing e Ademir da Guia (Benê); Almir, Babá, Coutinho (Ivair) e Tupãzinho. Técnico: Aimoré Moreira.
BELENENSESGomes; Sá Pinto, Quaresma, Caneiras e Alberto Luiz; Cardoso e Santana; Adelino (Alfredo), Carlos Pedro, Pedras, Valdir. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSTupãzinho (Paulistas), aos 16 minutos; Carlos Pedro (Belenenses), aos 45 minutos do 1º Tempo. Tupãzinho (Paulistas), de pênalti, aos 17 minutos; Renato (Paulistas), aos 25 minutos do 2º Tempo.

Balanço da primeira semana no Brasil

Após os dois jogos, o treinador brasileiro afirmou que a equipe portuguesa sentiu muito a diferença de clima (no Recife um clima quente e em São Paulo uma temperatura melhor), mas prometeu que o time iria melhorar para os próximos jogos. A delegação do Belenenses teve problemas para sair de São Paulo em direção a capital mineira, onde ficou hospedado no Brasil Palace Hotel.

O motivo foi a falta de aviões da capital paulista para Belo Horizonte. Por isso, a delegação precisou se deslocar para o Rio de Janeiro e depois seguir em direção a capital de Minas Gerais.

Torneio Quadrangular de BH de 1966   

O Torneio Quadrangular Internacional de BH, em 1966, reuniu o América Mineiro, Atlético Mineiro, Cruzeiro e o Belenenses de Portugal. Na realidade, a competição seria “Torneio Pentagonal”, pois os organizadores contavam com a presença dos clubes acima e mais do West Bromwich Albion Football Club, mas o time inglês acabou desistindo dias antes.

A razão pelo qual torneio não teve as três, mas sim duas rodadas, não foi explicado pelos organizadores. O que foi apurado, nos jornais da época foi que na segunda rodada, os organizadores calcularam um prejuízo de cerca de Cr$ 6 milhões, o que talvez tenha feito com que a competição fosse abreviada. 

Com isso, a rodada inaugural programada para começar na quarta-feira, acabou sendo transferida para o dia seguinte: quinta-feira, do dia 26 de maio de 1966.

Pela 1ª rodada, com arbitragem de Juan de La Pasión Artês, 35 anos (Federação Mineira de Futebol), às 19h30min., o Cruzeiro bateu o América pelo placar de 2 a 1.

Cruzeiro Esporte Clube
EM PÉ (esquerda para a direita): Pedro Paulo, Neco, Wilson Piazza, William, Procópio e Raul;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Natal, Tostão, Davi, Dirceu Lopes e Hilton Oliveira.

CRUZEIRO E.C. (MG)      2        X        1        AMÉRICA F.C. (MG)

LOCALEstádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte/MG. 
CARÁTERTorneio Quadrangular de Belo Horizonte de 1966
DATAQuinta-feira, do dia 26 de maio de 1966
HORÁRIO19 hora e 30 minutos
RENDACr$ 15.988.000,00
PÚBLICO8.610 pagantes
ÁRBITROJuan de La Pasión Artês (FMF)
CRUZEIROTonho; Pedro Paulo, Vavá, Cláudio Danni e Neco; Wilson Piazza (Zé Carlos) e Dirceu Lopes; Wilson Almeida (Celton), Evaldo, Marco Antônio e Hilton Oliveira. Técnico: Airton Moreira.
AMÉRICA-MGZé Ernesto; Luisinho (Hamilton), Haroldo (Zé Horta), Zé Luís e Murilo; Edson e Ney (Eduardo); Ernani, Samuel, Araken e Nilo. Técnico: Dorival Knipel, ‘Yustrich’.
GOLSMarco Antônio (Cruzeiro), aos 25 minutos, no 1º Tempo. Samuel (América Mineiro), aos 15 minutos; Marco Antônio (Cruzeiro), aos 37 minutos; no 2º Tempo.  

Na sequência, com arbitragem de Silvio Gonçalves David (Federação Mineira de Futebol), às 21h15min., o Atlético Mineiro venceu o Belenenses por 3 a 1, no Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte/MG.

Atlético Mineiro
EM PÉ (esquerda para a direita): Canindé, Hélio, Grapete, Vander, Vanderlei e Warley Ornelas;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Buião, Lacy, Paulo Santana, Edgard Maia e Tião.

ATLÉTICO MINEIRO (MG)         3        X        1        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte/MG. 
CARÁTERTorneio Quadrangular de Belo Horizonte de 1966
DATAQuinta-feira, do dia 26 de maio de 1966
HORÁRIO21 hora e 30 minutos
RENDACr$ 15.988.000,00
PÚBLICO8.610 pagantes
ÁRBITROSilvio Gonçalves David (FMF)
EXPULSÕESTião (Atlético); Alberto Luiz e Alfredo (Belenenses)
ATLÉTICO-MGHélio (Luizinho); Canindé (Dawson), Vânder e Décio Teixeira; Ayrton e Bouglê (Paulista); Ronaldo, Santana, Roberto Mauro e Tião. Técnico: Gradim.
BELENENSESGomes; Sá Pinto (Estêves), Quaresma, Cardoso e Alberto Luiz; Caneira (Ramos) e Santana; Adelino (Alfredo), Carlos Pedro, Pedras e Valdir. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSSantana (Atlético) aos 5 e 12 minutos; Tião (Atlético) aos 17 minutos; Adelino (Belenenses) aos 43 minutos do 1º Tempo.

Na 2ª rodada, no domingo, do dia 29 de maio de 1966, começou com a preliminar. Nele, o Atlético Mineiro não teve dificuldades para vencer o América Mineiro por 3 a 0, no Mineirão. Destaque para o atacante Roberto Mauro, autor de dois gols, e Ronaldo marcou o outro tento para o Galo.

ATLÉTICO MINEIRO (MG)         3        X        0        AMÉRICA F.C. (MG)

LOCALEstádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte/MG. 
CARÁTERTorneio Quadrangular de Belo Horizonte de 1966
DATADomingo, do dia 29 de maio de 1966
RENDACr$ 20.801.000,00
PÚBLICO11.579 pagantes
ÁRBITROHamlet Pernisa (FMF)
ATLÉTICO-MGLuizinho; Warlei, Dari, Vânder (Grapete) e Décio Teixeira; Ayrton e Bouglê; Ronaldo (Viladoniga), Santana, Roberto Mauro e Tião. Técnico: Gradim.
AMÉRICA-MGMussula; Hamilton (Luisinho), Haroldo (Zé Horta), Zé Luís e Murilo; Edson e Ney (Eduardo); Ernani, Samuel, Araken (Mosquito) e Nilo. Técnico: Dorival Knipel, ‘Yustrich’.
GOLSRonaldo (Atlético), aos 44 minutos, no 1º Tempo. Roberto Mauro (Atlético), aos 26 e 33 minutos, no 2º Tempo.  

Na partida de fundo, o Cruzeiro goleou o Belenenses por 5 a 2 (na etapa inicial a Raposa venceu por 3 a 1. Logo aos 11 minutos Marco Antônio abriu o placar para a Raposa. Aos 35 minutos, Pedras arriscou um chute de fora da área. A bola bateu na trave, e, no rebote, o brasileiro Valdir deixou tudo igual para os portugueses.

Porém, aos 40 minutos, Evaldo recolocou o Cruzeiro em vantagem. Cinco minutos depois, após um cruzamento de Hilton Oliveira, Marco Antônio ampliou para a Raposa o placar na primeira etapa.

No segundo tempo, logo aos 9 minutos, Marco Antônio marcou o quarto gol cruzeirense. Aos 28 minutos, o brasileiro Carlos Pedro cobrou falta de fora da área, acertando um belo chute, diminuindo a desvantagem.  Mas, aos 41 minutos, Dirceu Lopes deu belo passe para Marco Antônio, que marcou o seu quarto gol, tocando para o fundo das redes, dando números finais a peleja.

CRUZEIRO E.C. (MG)      5        X        2        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte/MG. 
CARÁTERTorneio Quadrangular de Belo Horizonte de 1966
DATADomingo, do dia 29 de maio de 1966
RENDACr$ 20.801.000,00
PÚBLICO11.579 pagantes
ÁRBITROJosé Alberto Teixeira (FMF)
AUXILIARESDoraci Jerônimo (FMF) e Jarbas de Castro (FMF)
CRUZEIROTonho (Raul); Pedro Paulo, Vavá, Cláudio Danni e Neco; Zé Carlos e Dirceu Lopes; Wilson Almeida (João José), Evaldo (Batista), Marco Antônio e Hilton Oliveira. Técnico: Airton Moreira.
BELENENSESGomes (Serrano); Estêves, Quaresma, Cardoso e Alberto Luiz; Carlos Pedro e Adelino (Côrrea); Teodoro, Pedras, Santana e Valdir. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSMarco Antônio (Cruzeiro), aos 11 e 45 minutos; Valdir (Belenenses), aos 35 minutos; Evaldo (Cruzeiro), aos 40 minutos, no 1º Tempo. Marco Antônio (Cruzeiro), aos 9 e 41 minutos; Carlos Pedro (Belenenses), aos 28 minutos, no 2º Tempo.  

Cruzeiro foi o campeão do Torneio Quadrangular de BH 1966

Após duas rodadas, o Cruzeiro Esporte Clube se sagrou campeão do torneio. A questão que não ficou claro foi qual critério definiu o título para a Raposa. Afinal, Atlético Mineiro e Cruzeiro venceram seus dois jogos, somando quatro pontos, sendo que o Galo marcou seis gols, sofrendo um e um saldo de cinco; enquanto a Raposa marcou sete tentos, sofrendo três e um saldo de quatro.

Nos 14 periódicos pesquisados, nenhum mencionou a razão do Cruzeiro ter ficado com o título. Caso alguém possua a informação (sem achismo, por favor!), peço que nos informem!

Marco Antônio o goleador máximo do Torneio

O artilheiro do Torneio Quadrangular Internacional de BH, em 1966, foi o atacante Marco Antônio, do Cruzeiro, com incríveis seis gols em dois jogos, uma média exata de três tentos por partida. Abaixo os goleadores do torneio.  

6 gols – Marco Antônio (Cruzeiro);

2 gols – Santana e Roberto Mauro (Atlético)

1 gol – Samuel (América Mineiro); Tião e Ronaldo (Atlético); Adelino, Valdir e Carlos Pedro (Belenenses); Evaldo (Cruzeiro).

Em amistoso, Flamengo goleia o Belenenses

Depois enfrentou o Flamengo, às 21h30min., na quinta-feira, do dia 02 de junho. Acabou goleado pelo rubro-negro por 4 a 1, no Estádio Mario Filho, Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro/RJ.

Os gols foram assinalados por Fio Maravilha (Flamengo), aos 27 minutos do primeiro tempo. Juarez aos 4 minutos e César Lemos aos 11 e 17 minutos, para o rubro-negro; enquanto o brasileiro Carlos Pedro, de pênalti, aos 40 minutos, fez o tento de honra do time luso, na etapa final.

C.R. Flamengo
EM PÉ (esquerda para a direita): Murilo, Itamar, Jayme Valente, Valdomiro, Carlinhos Violino e Paulo Henrique;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Luiz Luz (massagista), Carlos Alberto, Nelsinho Rosa, Almir Pernambuquinho, Silva Batuta e Osvaldo ‘Ponte Aérea’.

C.R. FLAMENGO (RJ)     4        X        1        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio Mário Filho, o Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro/RJ
CARÁTERAmistoso Internacional
DATAQuinta-feira, do dia 02 de junho de 1966
HORÁRIO21 hora e 30 minutos
RENDACr$ 6.900.560,00
PÚBLICO7.600 pagantes
ÁRBITROGualter Portela Filho
AUXILIARESNivaldo Santos e Arnaldo César Coelho
EXPULSÃORenato (Paulista) aos 27 minutos do 2º tempo, por um pontapé sem bola em Alberto Luiz (Belenenses)
FLAMENGOFranz; Nelsinho (Mário Braga), Luís Carlos, Jayme Valente e Leon; Carlinhos Violino (Derci) e Juarez; Carlos Alberto, Fio Maravilha (Paulo Alves), César Lemos (Almir Pernambuquinho) e Osvaldo II. Técnico: Aimoré Moreira.
BELENENSESSerrano; Estêves (Carneiras), Quaresma, Cardoso e Alberto Luiz; Carlos Pedro e Santana; Teodoro (Alfredo), Pedras, Adelino e Valdir. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSFio Maravilha (Flamengo), aos 27 minutos do 1º Tempo; Juarez (Flamengo), aos 4 minutos; César Lemos (Flamengo), aos 11 e 17 minutos; Carlos Pedro (Belenenses), de pênalti, aos 40 minutos do 2º Tempo.
Grêmio F.B.P.A.
EM PÉ (esquerda para a direita): Arlindo, Cléo, Ortunho, Altemir, Airton e Áureo;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Vieira, Joãozinho, Alcindo, Sérgio Lopes e Volmir.

Sexto jogo e nova derrota: Grêmio 3 a 0, no Olímpico

O Belenenses voltou a campo para enfrentar o Grêmio, no domingo, do dia 5 de junho, às 16 horas, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre/RS. O Tricolor Gaúcho bateu o clube luso pelo placar de 3 a 0. Gols foram marcados por Joãozinho, Paraguaio e Volmir.

GRÊMIO F.B.P.A. (RS)    3        X        0        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio Olímpico, em Porto Alegre/RS
CARÁTERAmistoso Internacional
DATADomingo, dia 05 de junho de 1966
HORÁRIO16 horas
RENDANão divulgado
PÚBLICONão divulgado
ÁRBITROAlberto Silva (boa atuação)
GRÊMIOArlindo; Altemir, Airton, Áureo (Paulo Sousa) e Ortunho; Cléo (Paíca) e Sérgio Lopes; Jorginho, Adão (Joãozinho e depois Paraguaio), Volmir e Vieira. Técnico: Luís Engelke.
BELENENSESSerrano; Quaresma, Caneiras, Cardoso e Alberto Luiz; Carlos Pedro e Santana; Teodoro, Adelino (Alfredo), Pedras, Valdir. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSJoãozinho (Grêmio), aos 24 minutos do 1º Tempo. Paraguaio (Grêmio) aos 37 minutos; Volmir (Grêmio) aos 39 minutos do 2º Tempo.

Enfim, a primeira vitória: 2 a 1, no Cruzeiro

No seu último jogo em território brasileiro, enfim, a primeira e única vitória. Na quarta-feira, do dia 08 de junho, às 19 horas, voltou a enfrentar o Cruzeiro/MG, no Estádio Nacional, em Brasília/DF.

O Belenenses venceu a Raposa pelo placar de 2 a 1. Os gols foram assinalados por Pedras e Valdir para os portugueses, enquanto Zé Carlos fez o tento de honra dos mineiros.

CRUZEIRO E.C. (MG)      1        X        2        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio Nacional, o Pelezão, em Brasília/DF
CARÁTERAmistoso Internacional
DATAQuarta-feira, do dia 08 de junho de 1966
HORÁRIO19 horas
RENDANão divulgado
PÚBLICONão divulgado
ÁRBITROArnaldo César Coelho
AUXILIARESIdélcio Gomes de Almeida (FDB) e Rubens Pacheco (FDB – Federação Desportiva de Brasília)
EXPULSÃOAlberto Luiz (Belenenses)
CRUZEIROTonho; Pedro Paulo, Vavá, Cláudio Danni e Neco; Zé Carlos (Wilson Piazza) e Wilson Almeida (Natal); Marco Antônio, Evaldo, Dirceu Lopes e Hilton Oliveira. Técnico: Airton Moreira.
BELENENSESGomes (Serrano); Sá Pinto, Quaresma, Cardoso e Alberto Luiz; Carlos Pedro e Santana; Adelino (Alfredo), Pedras, Valdir e Côrrea. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSZé Carlos (Cruzeiro), aos 19 minutos; Pedras (Belenenses), aos 36 minutos, no 1º Tempo. Valdir (Belenenses), 15 minutos, no 2º Tempo. 

Balanço de excursão do clube português

No final, a passagem do Clube de Futebol Os Belenenses, de Lisboa (POR) foi decepcionante. Foram sete jogos, com uma vitória e seis derrotas; oito gols pró, 21 tentos contra e um saldo negativo de 13.

O artilheiro do Clube de Futebol Os Belenenses, nos sete jogos, em território brasileiro foi o carioca Carlos Pedro (ex-America do Rio) com três gols. Depois outro brasileiro, Valdir (ex-Vitória/BA e Fluminense) e o português Pedras, com dois tentos. Por fim, Adelino com gol marcado.

Na manhã da quarta-feira, no dia 14 de junho de 1966, a Delegação do Belenenses retornou para Portugal. À uma hora da madrugada, pela Varig com escala em Caracas (Venezuela) e de lá até Lisboa pela KLM, chegando na capital portuguesa às 21 horas da quarta-feira, hora local.

Colaboraram: Carlos Eduardo Magalhães, Arthur Mendes e Rodrigo S. Oliveira

FOTOS: Revista do Esporte (RJ) – Arquivo Cobra Coral

FONTES: Almanaque do Cruzeiro Esporte Clube 1919-2013, de Henrique Ribeiro – A Tribuna (SP) – Correio da Manhã (RJ) – Correio Brasiliense (DF) – Cruzeiropedia.org – Diário da Manhã (PE) – Diário de Notícias (RJ) – Diário de Pernambuco (PE) – Diário da Tarde (PR) – Jornal do Commercio (RJ) – Jornal dos Sports (RJ) – O Jornal (RJ) – Tribuna da Imprensa (RJ)

Foto Rara, de 1980: Sport Club do Recife (PE)

EM PÉ (esquerda para a direita): País (goleiro), Alex, Cícero, Ramirez, Merica e Paulo Mauricio;

AGACHADOS (esquerda para a direita): Denô, Lola, Jorge Campos, Didi e Roberto.

FOTO: Acervo de Alexandre Kamianecky (nascido na Alemanha, ex-jogador do America, Sport do Recife, entre outros)

Foto Rara, meados dos anos 50: Sport Club do Recife (PE)

Escalação do Sport Recife: Carijó; Bria e Ney Pavão; Zé Maria, Wilson e Pinheirense; Traçaia, Claudinho, Gringo, Soca e Eliezer.

EM PÉ (esquerda para a direita): Bria, Carijó, Ney Pavão, Claudinho, Wilson e Pinheirense;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Zé Maria, Traçaia, Gringo, Soca e Eliezer.

FOTO: site Levy Leiloeiro

Escudo Raro: Elmo Esporte Clube – Jaboatão dos Guararapes (PE)

Elmo Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Jaboatão dos Guararapes (PE). O “Tricolor de Prazeres” foi Fundado numa sexta-feira, do dia 08 de Outubro de 1943, pelos desportistaClaudenor AlmeidaAntonio Tavares e Luís Steliteno, negociante próspero no Pátio do Mercado de São José, no Bairro São José. Luís Steliteno também foi o 1º Presidente do clube. A primeira Sede ficava na Rua Frei Henrique, 75/ 1º andar, no Bairro de São José, no Recife.

Primeira Sede

ENTRE IDAS E VINDAS

Com as mudanças dos tempos, crises financeiras, o clube elmense teve ainda sedes nos bairros São José; Água Fria (Rua Júlio Ramos, 150); Distrito de Prazeres (atualmente o local deixou de ser um Distrito, passando a ser um Bairro), quando o mesmo ainda era o 3º Distrito de Jaboatão (onde ficava o Departamento de Futebol no ‘Clube Vassourinhas’ (denominação dada a Sede), na Avenida Barreto de Menezes, s/n, no Bairro dos Prazeres, em Jaboatão).

Depois passou para o bairro da Várzea, quando João de Deus da Mota doou um terreno, na Vila Zé Mota, 65 – Terminal da Brasilit,; onde foi construída a Sede Social que possuíam dois pavimentos: Palacete Rubem Moreira (Salão Nobre, Secretária, Departamento de Material, Cozinha e Almoxarifado); Boate-restaurante e o Parque Social Desportivo João de Deus, contendo um Dancing Aquático.

Contudo, a Sede na Vila Zé Mota, 65 acabou sendo atingida parcialmente pelas enchentes ocorridas em julho de 1975. Para amenizar os prejuízos o clube acabou vendendo a Sede para uma grande firma Sulista.

Graças a doação de Cr$ 500.000,00 feita por João de Deus da Mota, o Elmo Esporte Clube construiu a nova Sede batizada de Palácio do Amadorismo João de Deus da Mota, localizada na 5ª Travessa Dr. Fábio Maranhão (Em 1977, a Prefeitura de Jaboatão mudou o nome da Rua para ‘Elmo Esporte Clube’, que permanece assim até o dia de hoje), nº 80, em Prazeres, inaugurada na sexta-feira, no dia 08 de outubro de 1976, quando o clube festejou 33 anos de existência.

Time de 1956

CURIOSIDADE

Para quem não associou o nome a pessoa, Rubem Moreira, que deu o nome para o Palacete do Elmo, foi presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) por quase três décadas: entre 1955 a 1982.

FUTEBOL & SAMBA

Um dos grandes baluartes do Tricolor de Prazeres foi José Geraldo Mota. Ingressou, ainda como jogador, no Elmo em 1945, onde ficou por vários anos e acabou ganhando o cargo de presidente de honra perpetuo. Na década de 60, acumulou a função de técnico da equipe.

Alinhado com o futebol, o Elmo também tinha uma relação entrelaçada com o mundo do samba. Nos anos 50, criou a Escola Almirantes do Samba, quando a sua Sede ficava na Rua das Águas Verdes, s/n, no Bairro São José.

Já em Prazeres, fez parceria com o Bloco Carnavalesco Misto Batutas de São José (Fundado no dia 5 de junho de 1932) e também o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas (Fundado no dia 06 de Janeiro de 1889), onde realizou diversos eventos, homenagens diversas e bacalhoadas.

Time de 1957

OUTRAS MODALIDADES

Além do futebol, o Elmo também possuía categoria de basefutebol de salãovoleibol e pedestrianismo (é uma atividade desportiva, não competitiva, praticada essencialmente em ambientes naturais, obtendo os seus praticantes os benefícios inerentes à prática de atividades de ar livre, funcionando ainda como uma forma de escapar ao stress e sedentarismo do dia-a-dia vivido nas cidades, permitindo ao mesmo tempo um maior conhecimento de nós próprios).

Após disputar o Campeonato Suburbano, vinculado à Associação Suburbana de Desportos Terrestres (ASDT), o Elmo ingressou na Federação Pernambucana de Futebol (FPF), nos anos 60. Apesar de campanhas modestas, o Tricolor dos Prazeres começou a conquistar boas campanhas como os vices da Segunda Divisão em 1966, 1967 e 1971.

Motivados e crentes de que o Elmo era um clube emergente, o seu presidente José Geraldo Mota abdicou de disputar a Segundona em 1972 para participar da Taça de Recife no mesmo, para assim buscar uma vaga na Elite do Futebol, Pernambucano. 

ESTÁDIO INAUGURADO EM 1973

Um sonho que se tornou realidade. Esta frase se encaixou perfeitamente na história do Elmo Esporte Clube, quando inaugurou a sua ‘casa’, batizado de Estádio José Geraldo Mota, às 15 horas; no domingo, 04 de fevereiro de 1973.

Localizado em Prazeres, à margem da BR-101, a partida inaugural, que foi arbitrada por Ivanildo Enéas (FPF), reuniu as equipes do Elmo e Associação Atlética Santo Amaro. No final, melhor para o Santo Amaro que venceu por 2 a 0 (gols de Ailton e Neco) e levou o “Troféu Pedro Ramos de Sena Pereira Júnior”. O público presente foi de aproximadamente Mil pessoas.

As últimas notícias do Tricolor de Prazeres” foi em  meados dos anos 80, quando o fazia parte do Campeonato Pernambucano da Terceira Divisão, porém sem nenhum destaque.

CAMPEÃO

Em 1975, o Elmo faturou o título do Torneio Mario Santos, ao vencer o Caxangá, fora de casa, por 1 a 0, gol de Diniz. O time campeão foi formado da seguinte forma: Sidney; Toinho, Dé, Betuca e Quincas; Roseval e Guiga; Bedunga, Valdir,  Diniz e Paulo.

TÍTULOS

Campeão do Torneio Início de Futebol de Salão de 1966.

Campeão do Torneio Mario Santos, de 1975.

vice-campeão do Torneio Início da 2ª Divisão de 1966.

vice-campeão do Campeonato da 2ª Divisão de 1967.

vice-campeão do Campeonato da 2ª Divisão de 1971.

Time-base de 1947: Lido; Petronilo e Mineiro; Walter, Otacílio e Doutor; Nilton, Paulo, Valtinho, Helinho e Ernani. Técnico: Farias

 Time-base de 1957-58: Barão (Agenor); Bibiu (Paraíba) e Eloísio (Erivaldo); Dudu, Carneiro (Toinho) e Tião (Estevão); Baixinha, PIauí, Helio, Natanael (Clóvis) e Enoque (Pereirinha). Técnico: Rubens Assis.

 Time-base de 1965: Miltinho; Edmilson, Nêgo (Valter), Índio (Ailton) e Berto; Constâncio e Gustavo (Bill); Rios (Cuíca), Gil (Fernando), Brivaldo (Liberal) e Albery (Edinho). Técnico: Constâncio de Barros Correia.

 Time-base de 1966: Juarez (Marcos); Edmilson (Beto), Hugo (Talu), Kid e Constâncio (Papeira); Pelenca (Bria) e Gustavo (Adilson); Helber (Gil), Carlos (Didi), Amaro (Edinho) e Cândido (João). Técnico: Geraldo Mota.

 Time-base de 1967: Edelson (Barão); José Pena (Índio), João (Aguiar), Joaquim (Hugo) e Bria (Zé Amaro); Manolo (Liberal) e Pinto; Edinho (Luciano), Santos (Pelezinho), Antônio (Esmeraldo) e Wilson.Técnico: Geraldo Mota.

 Time-base de 1968: Itinho (Reginaldo); Berto (Givaldo), Jura (José), Bria (Gustavo) e Liberal (Ênio); Pereira (Zé Amorim) e Eronildo (Edinho); Esmeraldo (Pinto), Luciano (Cidinho), Bosco (Carlos) e Wilson.Técnico: Geraldo Mota.

 Time-base de 1969: Petrônio; Betunga, Índio, Baiano e Aurení; Cândido e Emílio; Ferreira, Talo, Zito e Caduco.Técnico: Geraldo Mota.

 Time-base de 1971: Cici; Sinésio (Gilson), Targino, Paulo e Givaldo; Manoel e Benedito; Bria, Talo, Dé e Pinga (Wilson). Técnico: Pedro Bruno.

Time-base de 1972: Juarez; Dé, Gildo, Paulo e Américo; Manoel e Didi; Dudé, Talu, Veras e Tito. Técnico: Dilson Andrade.

FONTES: – Jornal de Recife – A Província – Diário de Pernambuco – Diário da Manhã (PE) – Pequeno Jornal (PE)

América Football Club – Recife (PE): escudo inédito encontrado de 1938, quando o time era alvirrubro!

POR:  Sérgio Mello

À esquerda o uniforme do goleiro e a direita dos jogadores

O “a ponta solta” na história do América Futebol Clube, ou simplesmente América do Recife, era o fato de a agremiação ter usado ou não a cor vermelha no seu uniforme em 1938. Após encontrar as provas que comprovam que o clube trocou o verde e branco pelo alvirrubro, a questão que restava era saber se o escudo foi alterado?

E, de fato, nessa história do América, essa indagação foi dissipada! E a descoberta foi, de certo fato, surpreendente: o escudo adotado em 1938, é nada mais e nada menos do que uma cópia exata do homônimo carioca: escudo e uniforme igual ao America Football Club, do Rio de Janeiro/RJ.

Um breve resumo da história

Fundado no dia 12 de Abril de 1914, com o nome de João de Barros Football Club (esse escudo já foi postado de forma inédita aqui, no História do Futebol), por ter surgido numa casa situada na avenida do mesmo nome. Quase foi o primeiro pentacampeão do futebol pernambucano.

É considerado o quarto clube mais vitorioso do estado. Atualmente manda suas partidas na cidade de Paulista, usando o Estádio Ademir Cunha para realização de seus jogos. A sede fica localizada na Estrada do Arraial, no bairro de Casa Amarela, zona norte da cidade.

Sua torcida era composta por grandes famílias aristocratas do Recife e também era querido pela Colônia Portuguesa Recifense, sem contar os outros torcedores espalhados pelo Recife, especialmente nos bairros de Casa Amarela, Casa Forte, Apipucos e Caxangá.

Em 22 de agosto de 1915 passou a ter a denominação atual a pedido do desportista Belfort Duarte, ligado ao América do Rio de Janeiro, que viera ao Recife buscar apoio para a fundação da Federação Nacional de Esportes, antecessora da antiga CBD.

Em visita a Pernambuco em agosto de 1915, Belfort Duarte, um dos símbolos do futebol brasileiro, recebeu uma homenagem do JBFCNa noite de 22 de agosto, Belfort Duarte foi distinguido como capitão honorário do clube e mudou o nome do clube para América Futebol Clube, em homenagem ao seu clube de coração: o América Football Club do Rio de Janeiro.

Comunico-vos que em Assembléia Geral do João de Barros Futebol Clube, reunida no dia 22 de agosto de 1915 deliberou a mudança de nome daquela sociedade que ficou denominada “América Futebol Clube”, convicto que esta deliberação em nada mudará as atenções dispensadas ao nosso antigo JBFC e espero a continuação das mesmas ao América Futebol Clube“, carta de  Belfort Duarte enviada a imprensa.

Maior virada do futebol brasileiro

Aconteceu em 1915 pelo Campeonato Pernambucano daquele ano onde o América vencia o Santa Cruz por 5 a 1 até os 30 minutos do segundo tempo, e em 15 minutos o Santa Cruz marcou seis gols numa incrível seqüência e venceu o jogo por 7 x 5. Essa partida foi a maior virada do futebol profissional brasileiro. A bola do jogo se encontra na sede do Santa Cruz no bairro do Arruda, no Recife.

Em 1918, o América sagrava-se campeão estadual, com a seguinte escalação: Jorge, Ayres e Alecxi; Rômulo,Bermudes e Soares; Siza, Angêlo Perez, Zé Tasso, Juju e Lapa.

Campeão do Centenário da Independência em 1922

Em 1922, o América sagrava-se bicampeão pernambucano, mas o grito que ecoava no Recife era o de Campeão do Centenário, pois nesse ano o Brasil comemorava 100 anos de independência a Portugal. A Campanha vitoriosa foi a seguinte:

07.05 América 2 x 1 Sport

21.05 América 4 x 0 Peres

04.06 América 2 x 1 Náutico

23.07 América 3 x 1 Equador

06.08 Torre 1 x 0 América

22.10 América 2 x 1 Santa Cruz

05.11 América 4 x 2 Flamengo

Jogos interrompidos pelos mais diversos motivos, principalmente pelo fato de o campo ter ficado escuro, como o clássico América x Sport da primeira rodada, que terminaria decidindo o campeonato; jogos anulados, como o que envolveu o Torre e o novato Equador; entrega de pontos – EquadorSanta Cruz ao Sport, e Peres ao Náutico; jogo não realizado, devido ao desinteresse dos dois clubes – Flamengo e Santa Cruz – após adiamento provocado pelas chuvas, que caíram intensamente, tudo isso marcou o Campeonato Pernambucano de 1922, disputado sob intensa época chuvosa e frio.

O campeonato foi disputado em turno único. Assim, houve apenas os jogos de ida. Mais uma vez, Sport e América surgiam como candidatos ao título de campeão. Os rubro-negros pretendiam interromper a marcha de seu maior rival, que buscava o segundo bicampeonato.

Liga já tinha instituído o sistema de dois ou mais jogos por rodada. Logo de saída, Náutico x Centro Peres deixou de ser disputado por causa do mau tempo. Tendo sido marcada para outra data, a partida terminou não sendo realizada porque o Peres entregou os pontos.

Vitória do Náutico, portanto, por WO. No mesmo dia, 7 de maio, o América derrotava o Sport pela contagem de 2 a 1, tendo sido o encontro suspenso por falta de iluminação. Na época invernosa, como ainda acontece hoje, escurece mais cedo nessa região, e os campos ainda não tinham iluminação artificial.

A direção da Liga determinou que os oito minutos restantes fossem disputados em data posterior, depois do cumprimento da tabela. Assim, rubro-negros e alviverdes voltaram a campo em 19 de novembro. Loca, Jaqueira, chamado de América Parque, onde a partida estava sendo disputada ao ser interrompida. Embora estivessem programados apenas alguns poucos jogos, um grande público compareceu. É que estava em cena o pomposo título de Campeão do Centenário.

América, que sofrera uma derrota em meio à sua jornada, ao perder para o Torre por 1 a 0, chegava àquele momento, com 10 pontos ganhos, enquanto o Sport tinha 11, sem incluir, é claro, os pontos daquela partida, que os americanos estavam ganhando por 2 a 1.
Foram instantes dramáticos. O Sport lançou-se furiosamente ao ataque. Se conseguisse pelo menos empatar o jogo, ficaria com 12 pontos, e deixaria o gramado festejando a conquista de mais um título. Já o América se defendia com unhas e dentes, uma vez que se o placar fosse mantido, passaria a somar 12 pontos e levantaria a taça, pois o Sport permaneceria com 11. E foi o que ocorreu. Fim de jogo, vitória do América por 2 a 1. A torcida alviverde fez muito barulho na comemoração da conquista que ainda é lembrada, quando a imprensa se refere ao clube como o Campeão do Centenário.

Escudo de 1938 e 1939

O 1° campeão nordestino

Enquanto no sul se organizava a Copa dos Campeões e o Torneio Rio-São Paulo, em Alagoas foi organizada uma competição diferente: a Taça Nordeste (o primeiro torneio inter-estadual da região Nordeste de que se tem notícias).

Time-base campeão: Nozinho; Rômulo e Cunha Lima; Lindolpho, Licor e Faustino; Meirinha,Fabinho, Zé Tasso, Juju e Matuto.

A competição ocorreu para festejar o Dia do Trabalhador, em Maceió. Foram convocadas oito das melhores equipes do Nordeste: Botafogo e Vitória (Bahia), Cabo Branco e América (Paraíba), CRB e CSA (Alagoas) e Sport e América (Pernambuco).

Mequinha passou às semifinais ao lado do Botafogo-BA e enfrentaria mais uma vez o Sport fazendo uma reprise da final de 1922, e dessa vez aplicando 6 a 2 no Leão, que era até então devastador.

O todo poderoso América ficaria conhecido em todo Nordeste e faria uma final histórica contra o CSA de Alagoas, que havia vencido o Botafogo da Bahia, o campeão baiano da época.

Na final um dos jogos mais eletrizantes da história, com uma vitória para ambas equipes. Como o América detinha a vantagem, sagrou-se o primeiro campeão nordestino de que se tem notícias.

O primeiro jogo foi realizado no dia 4 de fevereiro e o América venceu o CSA por 2 a 1, mostrando todo poderio de uma equipe que era famosa em todo Nordeste. O CSA abriu a contagem através de Nelcino. Zé Tarso e Juju deram a vitória ao clube pernambucano.

No dia 6, ocorreu a segunda partida. O CSA a venceu por 4 a 3. Foi uma das mais eletrizantes partidas de futebol da história do América. Juju fez 1 a 0 para o América. Nelcino empatou e Bráulio fez 2 a 1 para o CSA. Zé Tarso empatou outra vez, daí Odulfo fez 3 a 2 e 4 a 2 para os alagoanos.

Juju voltou a marcar para o América, fechando o placar. Foi uma vitória consagradora no torneio e que repercutiu nos grandes jornais do Recife. Americanos e azulinos jogaram as duas partidas com os mesmos jogadores. O América tornava-se a primeira potência do futebol nordestino.

CSA formou com Mendes, Osvaldo e Hilário; Campelo, Mimi e Geraldino; Bráulio; Alírio; Odulfo; Murilo e Nelcino.

América atuou com Nezinho, Romulo e Faustino; Lyndolfo; Moreira e Zizi; Lapinho; Leça; Zé Tarso; Juju e Araújo.

Tal título seria para alguns a maior conquista do clube alviverde até hoje, por ser uma conquista além dos domínios pernambucanos.

1938: América troca o verde pelo vermelho

O declínio do Torre Sport Club, que tinha informado a Federação Pernambucana de Desportos (FPD) que não participaria do certame de 1938, foi a oportunidade que o América esperava para mudar as cores alviverde para a alvirrubra.

Diante do quadro, a entidade máxima do futebol pernambucano de o aval ao América para utilizar as cores vermelha e branca. A estreia com as novas cores aconteceu no domingo, no dia 27 de março de 1938, na fase preliminar do Torneio Início da FPD.

O ex-diretor do TorreFrancis E. Hulder no dia seguinte, enviou uma carta de protesto ao, no dia 28 de março de 1938Jornal Pequeno, manifestando o seu descontentamento com a ação da FPD:

Tendo lido o despacho que a presidência da FPD de a um oficio do América, e tendo procurado me interar do mesmo, vim  saber que se tratava da mudança de cores do mesmo para o Torre, ou seja, camisetas encarnadas, sob alegação de que o América dos outros estados são todos desse uniforme.

Como ex-diretor do Torre e como admirador que ainda sou do mesmo, que se acha afastado da Federação por negação ao apoio da mesma Federação, lanço por este meio o meu protesto à pretensão do América, não somente por acha-se o Torre afastado simplesmente sob licença, como também, por haver outro clube que assiste maior direito de usar as referidas cores por serem iguais alvirrubras“.

Apesar da reclamação, a FPD manteve a decisão e o América foi para final do Torneio Início com a ‘camisa encarnada’, na quarta-feira, no dia 30 de março de 1938,. E o resultado não poderia ter sido melhor. Na final, o América goleou o Sport Recife por 3 a 0, faturando o título do Torneio Início de 1938.

Parecia que a cor vermelha tinha vindo para ficar. Porém, bastou o América não ir bem no Estadual de 1938 para a oposição no clube exigir a volta da cor verde. Após uma briga interna, a direção do clube decidiu no início de 1939 voltar ao alviverde, colocando um ponto final na camisa encarnada.


1944: O Último e heróico

Zezinho, Capuco, Julinho, Djalma, Edgard, Oseás, Pedrinho, Barbosa, Leça, Galego e Rubens. Essa é a formação da Equipe Esmeraldina que foi Campeã pernambucana pela ultima vez. Foi o título mais sofrido e heróico do América. Vejam os resultados dessa final acirrada contra o Náutico: 28/01 Náutico 1 x 1 América, 04/02 Náutico 2 x 3 América, 09/02 Náutico 0 x 2 América, 18/02 América 3 x 0 Náutico.

Vejam o que foi dito em uma matéria esportiva do Diário de Pernambuco de 20 de fevereiro de 1945:

O Recife viveu horas de grande vibração esportiva, vibração espontânea e justificada do povo, à tarde e durante a noite de anteontem, quando o glorioso América Futebol Clube sagrou-se, mais uma vez, campeão pernambucano de futebol [ganhou do Náutico, com um placar de 3×0]. Aquela grande assistência que lotava parte das dependências do estádio da Ilha do Retiro recebeu com verdadeiro júbilo o triunfo do esquadrão americano, numa disputa leal, onde vencidos e vencedores foram dignos dos mais francos aplausos. O triunfo do América, não o triunfo de domingo, mas o triunfo do campeonato foi justo e merecido. Depois de 17 anos de trabalho, 17 anos de sonhos, o campeão do Centenário, honrando as suas tradições de baluarte dos desportos pernambucanos, conquista mais um custoso laurel para a sua história.”
A festa do Título durou muito tempo, Casa Amarela em peso festejava a conquista houve comemorações no Antigo Bar Savoy e no Clube Português do Recife, pois na época ainda não possuía a Sede da Estrada do Arraial.

Após a conquista do campeonato de 1944 pelo América, somente os outros três grandes times da capital pernambucana levantaram o caneco.

João Cabral de Melo Neto, um americano

O reconhecido escritor pernambucano foi um grande torcedor americano e sempre que podia ia ver os jogos do seu clube de coração. Além de poeta, João Cabral chegou a ocupar posição de center-half, ou, como se diz hoje, volante, e foi uma promessa do futebol pernambucano. Nele, disposição física e apuro intelectual conviveram sem crises ou antagonismos. Na adolescência, jogou pelos times do América e do Santa Cruz. Em 1935, aos 15 anos, foi campeão juvenil pelo Santa Cruz.

Dentre suas grandes obras destaca-se “Morte e Vida Severina“, de 1955. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 15 de agosto de 1968, tomando posse de sua cadeira em 6 de maio de 1969.

No final da década de 80, descobriu que sofria de uma doença degenerativa incurável, a qual lhe impunha fortes e constantes dores de cabeça, o que causaria, aos poucos, a perda de sua visão, fazendo-o parar de escrever e ficar depressivo, e a vontade de falar (“Não tenho muito o que dizer”, argumentava).

Morreu no dia 9 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro, aos 79 anos, encoberto com a bandeira do América e com a tristeza de não rever o Campeão do Centenário forte como antes, em sua juventude. Um dos momentos marcantes de seu velório foi o discurso proferido Arnaldo Niskier, no “Salão dos Poetas Românticos”, na Academia Brasileira de Letras, onde foi velado seu corpo:

Fecham-se os olhos cansados do poeta João e não conseguimos realizar o sonho que agora desvendo: ver o América Futebol Clube voltar aos seus dias de glória. Nem o daqui do Rio, nem aquele que era a sua verdadeira paixão: o América do Recife.”

Anos de jejum e Taça Recife

Após o Glorioso e heróico título pernambucano de 1944, o América ainda conseguiu um vice-campeonato em 1952, perdendo para o Náutico. Os anos seguintes foram de jejum e, aos poucos, durante o final da década de 1950 e as décadas de 1960 e 1970, o América foi perdendo espaço no cenário esportivo do estado por nunca mais ter conquistado um título.

Prevalecia ainda sua “fiel torcida da Velha-Guarda Americana” sempre quando o América ia jogar, e ainda possuindo a simpatia do público do bairro de Casa Amarela.

Em 1975, enfim o América fazia ecoar o grito de campeão. Venceu o Náutico na final da Taça Recife, desbancando até o Santa Cruz que na época era a maior potência local.

A imprensa recifense dava uma certa atenção ao time do América, tanto pelas polêmicas dos dirigentes, como pelos jogadores contratados, e também na tentativa de soerguer o clube, que já vinha numa descendente no futebol. O clube era carinhosamente chamado de Verdão 75.

Nos seus jogos sempre havia a presença de uma torcida, mesmo pequena, mas com charanga e bandeiras alviverdes. O artilheiro daquela edição da Taça Recife foi Edu Montes, com 7 gols.

Classificação para a Série D

Liderado por Carlinhos Bala o América conseguiu uma classificação inédita a Série D 2016 ,e por pouco não chegou as semifinal do Campeonato Pernambucano lutando até a última rodada por ela.

Texto, desenho do escudo e uniforme: Sérgio Mello

FONTES:  Wikipédia – Jornal Pequeno – Diário de Pernambuco – Diário da Manhã (PE)

Damanhã Sport Club – Recife (PE): Fundado em 1936

O Damanhã Sport Club foi uma agremiação da cidade do Recife (PE). Fundado na segunda-feira, do dia 06 de Abril de 1936, por auxiliares graphicos da Empresa “Diário da Manhã” S.A.

A Diretoria provisória ficou assim: Presidente – Domingos Lima; Vice-presidente – Augusto Continho; Director – Luiz Medeiros; Thesoureiro – Anthenor Coutinho e Secretário – Euclides Cavalcanti.

O 1º treino do time de futebol, aconteceu às 6 horas da manhã, no domingo, do dia 19 de Abril daquele ano, no campo do Sport Recife. O treino contou com a presença de 21 jogadores:

Luciano, Euclides, Expedito, Campos, Medeiros, Ismael, Waldú, Lourival, Florival, Alberico, Augusto, Anthenor, Cavalcanti, Domingos, Manoel, Athayde, Jonathan, Barbosa, Baptista, Chiquinho e Burity.

Na Assembléia geral, ocorrido na quinta-feira, do dia 23 de Abril de 1936, aclamou a 1ª Diretoria da nova agremiação:

Presidente – Renato Carneiro Cunha;

Vice-presidente – deputado Carlos Rios;

1º Secretário – Mario de Assumpção Lima;

2º Secretário – Benevenuto Telles Filho;

Diretor – Ivo Augusto;

Thesoureiro – Waldemar Angelim;

Orador – jornalista Jorge Campello.

No domingo, do dia 31 de Maio de 1936, foi realizado o 1º jogo amistoso, diante dos Estudantes Football Club, no campo do Pina. O 1º Quadros formou assim: Souza; Augusto e Heitor; Lourival, Medeiros e Encarnadinho; Expedito, Campos, Burity, Oswaldo e Ismael.

O 2º Quadros jogou da seguinte forma: Euclides; Louro e Costa; Jonathan, Oliveira e Comelão; Luciano, Cruz, Flory, Chico e Sargento.

No domingo, do dia 15 de Novembro de 1936, o time fez a 1ª excursão para o município de Moreno, localizado a 28 km da capital de Pernambuco. Às 12 horas, a delegação seguiu em automóveis, sob a presidência do desportista Antonio Marrocos, tendo auxiliares os senhores: Antonio Nogueira (orador), Djalma Silva (secretário) e Luiz Medeiros (técnico). Além dos seguintes atletas:

1º Quadros: Martins; Toinho e Portuguez; Rubens, Pinto e Meleiro; Genésio, Zizi, Joaquim, Zé Dias e Bubú.

2º Quadros: Souza; Virgilio e Medeiros; Nino, Severino e Ismael; Victor, Bernardes, Oswaldo, Chico e Bubú II.

A viagem durou uma hora e meia, sendo recebidos pelos diretores do Societé e torcedoras locais. Em seguida, percorreram pelos principais pontos da cidade. A partida dos segundos quadros, teve início às 14h30min., sendo bastante disputado, terminando com a vitória do Societé Sport Club por 3 a 2.

No jogo de fundo, entre os primeiros quadros, começou às 16h05min., sob as ordens do Sr. João Carneiro. No final, desfalcado de quatro jogadores, o resultado não foi o esperado, e o Damanhã foi goleado impiedosamente pelo Societé Sport Club pelo placar de 9 a 1.

O time jogou assim: Martins (Nino); Shostenes e Dionezio; Nery, Rubem, Meleiro; Romão, Cahú, Sinésio, Toinho (Burity) e Bubú. Após a peleja, a delegação retornou a Recife às 20 horas.

Na tarde de domingo, no dia 28 de Novembro de 1936, o Damanhã enfrentou o São Paulo Foot-Ball Club, do bairro de Água Fria.

Na tarde de domingo, no dia 27 de Dezembro de 1936, o Damanhã realizou o seu 1º jogo nacional. A delegação viajou a João Pessoa, na Paraíba, a fim de enfrentar o Team Negro Sport Club.

Na tarde de domingo, no dia 06 de Fevereiro de 1938, o Damanhã venceu o Odeon Foot-Ball Club por 1 a 0, no bairro de Afogados. O gol da vitória foi assinalado por Toinho, na etapa complementar. O time vencedor: Hygino; José e Pet; Manu, Toco e Meleiro; Elias, Bibi, Bado, Pinto e Toinho.

Em 1939, os “Patativas Recifenses” estava filiado a Associação Suburbana dos Desportos Terrestres (ASDT).

FONTES: Diário da Manhã (PE) – Diário de Pernambuco (PE)

Centro Sportivo da Encruzilhada – Recife (PE): sete edições do Estadual, entre 1929 a 1935

O Centro Sportivo da Encruzilhada foi uma agremiação da cidade do Recife (PE). O “Alviverde da Encruzilhada“, “Centro“, “Campeão da Sympathia“, “Periquitos da Encruzilhada“, “Grêmio da Camisa Verde” foi Fundado na quinta-feira, do dia 31 de Agosto de 1916.

Foram criadas as diretorias de Honra e a Effectiva! A Diretoria de Honra fora composta pelos seguintes membros:

Presidente – Cel. Francisco Araujo;

Vice-Presidente – farmacêutico Porfírio de Andrade;

1º Secretário – capitão Leôncio de Barros;

2º Secretário – José Penante I. Cunha;

Orador – acadêmico Luiz de Barros;

Vice-Orador – Eurico H. de Macedo;

Thesoureiro – capitão Antonio Cypriano Gomes;

Vice-Thesoureiro – capitão Joaquim Leitão.

Já a Diretoria Effectiva ficou formada da seguinte forma:

Presidente – acadêmico Ildefonso Lopes;

Vice-Presidente – Arnaldo Vieira de Mello;

1º Secretário – Mario A. Silva;

2º Secretário – José de Almeida e Silva;

Orador – Clovis Bráulio de Carvalho;

Vice-Orador – acadêmico José D. Guimarães;

Thesoureiro – Antenor Ferreira;

Vice-Thesoureiro – Manoel Alves Sobrinho;

Director de Sports – José Victorino de Almeida.

A sua primeira Sede social estava localizado na Rua de São João, s/n, no bairro de Campo Grande (vizinho ao bairro da Encruzilhada), no Recife. As suas cores: verde e branco.

Praça de Esportes

No mês seguinte, o clube inaugurou, no domingo, às 6h30min., do dia 29 de Outubro de 1916, o novo Ground, no bairro de Campo Grande, localizado na Zona Norte do Recife.

Na ocasião, o orador Clovis Bráulio de Carvalho discursou para os convidados. Depois ocorreu a partida inaugural entre os times A e B. O 1º Quadro foi escalado assim: Coelho; C. Miranda e Antenor Mineca; Joãozinho, Silvio do Val e Clovis; M. Pirette Santos, Zé de Almeida, Bruno, Oswaldo e Raul.

Há registros de que no início de 1917, o Centro já estava em outro campo: situado na Avenida Ferreira Gomes, s/n, no bairro da Encruzilhada, batizado por Stadium Ferreira Gomes.

Sete participações na Elite do futebol de Pernambuco

No futebol, o “Grêmio da Camisa Verde” disputou sete edições do Campeonato Pernambucano da 1ª Divisão: 1929, 1930, 1931, 1932, 1933, 1934 e 1935. Ao todo, foram 82 jogos, com 57 pontos: 21 vitórias, 13 empates e 48 derrotas; marcando 149 gols, sofrendo 261, e um saldo negativo de 112.

Reorganizado em 1927

Na quinta-feira, do dia 06 de Janeiro de 1927, na residência do benemérito Hilkar Machado, situado na Avenida Clementino Tavares (atual: Avenida Beberibe), na Encruzilhada, o “Centro” passou por um processo de reorganização, comandados por um grupo de onze desportistas:

Sylvio Fernandes, Alcides Lima, Arnaldo Costa, Arthur Neves, Alderico Freitas, José Ribeiro Campos, Luiz Leitão, Guilherme Machado, Hilcar Machado, Edgar Machado, Manassés Guimarães.

Essa mudança, o clube resolveu trocar o bairro vizinho (Campo Grande) pelo bairro que empresta o nome da agremiação alviverde. Apesar da mudança, a nova diretoria manteve uma relação carinhosa com o bairro vizinho. No início de 1929, a diretoria ofertou uma artística taça as torcedoras de Campo Grande, que ficou à mostra no pavilhão italiano, na Exposição.   

A diretoria foi constituída da seguinte forma:

Presidente – Alcides Lima;

Vice-presidente – João Muniz Ramos;   

1º Secretário – Alderico Freitas;

2º Secretário – Hulberto Gama;

3º Secretário – Ezequiel Piretti;

Orador – Arthur Neves;

Vice-Orador – Agapito de Freitas;

Thesoureiro – Manuel Filizola;

Commissão de Syndicancia – José Neves, Guilherme Coimbra, Sylvio Fernandes, Arnaldo Costa e Luiz Leitão.

Nova Sede e o Stadium do Encruzilhada

A sua nova casa, ficava na Rua Castro Alves, no bairro da Encruzilhada, localizado na Zona Norte do Recife. No local, magnificamente aparelhada e artisticamente mobiliada, contando com jogo de salão, com ping pong, jogo de dama, xadrez e b x marombas, etc. O que demonstra estar equipada para o atletismo.

O Stadium foi inaugurada no domingo, do dia 13 de Março de 1927, em amistoso, diante do Jandyra Sport Club (composto por rapazes do Sport Club do Recife).

Às 7 horas, no encontro entre os Terceiros Quadros, o “Centro” venceu por 3 a 1. Às14h30min., no jogo dos Segundos Quadros, deu Jandyra: 2 a 0. Por fim, às 16 horas, na partida de fundo, entre os Primeiros Quadros, terminou empatado em 1 a 1.

Dias depois, a 1ª vitória nessa nova era: 1 a 0 em cima do Commercial Foot-Ball Club. O gol da vitória foi assinalado pelo atacante Carlito. Já a maior goleada veio no domingo, do dia 20 de novembro de 1927, quando abateu o Nacional Foot Ball Club pelo placar de 5 a 1.

ALGUNS NÚMEROS DE 1927 e 1928

Entre as duas temporadas completas (1927 e 1928), o Centro Sportivo Encruzilhada acumulou um total de 89 jogos, com 41 vitórias (46,0%), 28 empates (31,5%) e 20 derrotas (22,5%). Triunfos que se destacaram foram diante do Jandyra, Vasco da Gama, Mocidade, Varzeano Sport Club, Fortaleza, Capibaribe e Associação Atlética Arruda.

Viagem à Campina Grande/PB   

Duas excursões em 1928: no domingo, do dia 23 de setembro, no município de Victoria, um amistoso estadual, o “Centro” venceu o Yankee Club por 2 a 0. No mês seguinte,  no domingo, do dia 14 de outubro, num amistoso nacional, empatou com o Palestra em 2 a 2, em Campina Grande, no estado da Paraíba.

Troféus conquistados nesse período

Taça Collares Vianna (vitória em cima do Bello Horizonte);

Taça Alcides Lima (vitória em cima do Tuyuty);

Taça Encruzilhada (festival da Associação de Cronistas Desportivos);   

Taça de Bronze (ofertado pelo Palestra de Campina Grande/PB);

Taça Campeão da Sympathia (ofertada pelo jornal O Esporte, vencedor do concurso simpatia com 4.162 votos).

Criação da Associação Suburbana de Desportos Terrestres (ASDT)

Às 20 horas, da sexta-feira, no dia 25 de Janeiro de 1929, o “Centro” liderou o movimento para a criação da Sub-Liga, onde fez uma reunião com os clubes suburbanos.

A assembléia com intuito da formação da Coligação Suburbana de Desportos Terrestres (ASDT). Uma semana depois, foi Fundada na sexta-feira, do dia 1º de Fevereiro de 1929, que teve como 1º Presidente o Sr. Ramos de Freitas.

Estranhamente, o Encruzilhada não se filiou a nova liga, o que acarretou problemas, pois os clubes filiados foram proibidos de enfrentá-lo. Segundo o Pequeno Jornal fez uma avaliação da postura do clube alviverde: “Um carrancismo tolo, uma vaidade inútil, fizeram repelir as inúmeras solicitações e o clube querido de Alcides Lima (então o presidente) permaneceu isolado“.

Após idas e vindas, enfim, a diretoria do “Alviverde da Encruzilhada” aceitaram as argumentações e o clube se filiou a ASDT e depois a  Liga Pernambucana de Desportos Terrestres (LPDT). Assim, o alviverde disputaria pela 1ª vez o Campeonato Pernambucano da 1ª Divisão, em 1929.   

Varzeano x Encruzilhada para 4 mil torcedores

No domingo, do dia 03 de Março de 1929, o Encruzilhada foi até o bairro da Várzea (2º maior em extensão territorial do Recife), a fim de enfrentar o temível Varzeano Sport Club.

O Estádio estava completamente lotado com cerca de 4 mil pessoas, que assistiram um jogo equilibrado que terminou empatado em 1 a 1. O mesmo resultado na partida entre as duas equipes nos Segundo Quadros.  

Debutou na Elite Pernambucana em 1929

Então, no Campeonato Pernambucano da 1ª Divisão, organizado pela Liga Pernambucana de Desportos Terrestres (LPDT), teve o pontapé inicial. Na tarde de domingo, do dia 12 de maio de 1929, o Centro Sportivo Encruzilhada estreou diante do forte Náutico Capibaribe, nos Aflitos.

Num jogo de seis gols, a partida terminou empatada em 3 a 3. Nos Segundos Quadros, o Náutico venceu por 5 a 1, enquanto nos Terceiros Quadros, o Encruzilhada ganhou 1 a 0.   

Pela 2ª rodada, colocou no caminho do “Centro” o atual campeão do estado: o Sport do Recife, na tarde de domingo, do dia 26 de maio de 1929, no Estádio da Avenida Malaquias. O árbitro foi o folclórico Alcindo Wanderley, o Pitota.

O Encruzilhada fez história e abateu o Sport do Recife pelo placar de 3 a 2. Após estar perdendo com, menos de 15 minutos de jogo (dois tentos de Bulhões), por dois a zero, o Centro virou com gols de Zequinha; Baltar, o “Velho Cabo 70“, de pênalti; e após receber passe de Pinto, Faísca fez o gol da vitória. Nos jogos dos Segundos e Terceiros Quadros, o placar foi o mesmo: 1 a 1.

Na 3ª Rodada, outra pedreira: o América do Recife, na tarde de domingo, do dia 16 de junho de 1929, no campo da Jaqueira. Num jogo, com cada time sendo melhor em cada tempo, a partida terminou empatada sem gols. O Time formou: Piancó; Palmeira e Sylvio; Baltar, Simões e Leitão; Pinto, Pedrinho, Lilla, Faísca e Zeca. Técnico: Lilla. Nos Segundos Quadros, o América venceu por 3 a 0. Já nos Terceiros Quadros, outro empate em 1 a 1.

Na 4ª Rodada, na tarde de domingo, do dia 30 de junho de 1929, o Encruzilhada empatou com o Torre, em 2 a 2, no campo da Jaqueira. Nos Segundos Quadros, empate em 1 a 1. Já nos Terceiros Quadros, o Torre venceu por 1 a 0.

Pela 5ª Rodada, na tarde de domingo, do dia 14 de julho de 1929, o Encruzilhada voltou a vencer ao bater o Equador Football Club por 3 a 0. Nos Segundos Quadros, o “Centro” goleou por 4 a 1

Na 6ª Rodada, na tarde de domingo, do dia 28 de julho de 1929, o Encruzilhada sofreu a primeira derrota no certame, ao perder para o Flamengo por 2 a 0. Pelo mesmo placar o “Centro” perdeu nos Segundos e Terceiros Quadros

Na 7ª Rodada, às 16h15min., de domingo, do dia 04 de agosto de 1929, o Encruzilhada caiu diante do Santa Cruz pelo placar de 1 a 0, na Avenida Malaquias. O gol saiu aos 27 minutos do 1º tempo, por intermédio de Alfredo. Nos Segundos Quadros o “Centro” venceu por 2 a 0. O time formou: Piancó; Sylvio e Palmeira; Baltar, Simões e Leitão; Zequinha, Aranha, Lilla, Pedrinho e Pinto. Técnico: Lilla.

Pela 8ª Rodada, na chuvosa tarde de domingo, do dia 25 de agosto de 1929, o Encruzilhada sofreu a terceira derrota seguida. Dessa vez para o Náutico Capibaribe por 2 a 0, no campo do América. Nos jogos dos Segundos e Terceiros Quadros, o “Centro” perdeu por 5 a 0 e 1 a 0, respectivamente.

Excursão e goleada em João Pessoa (PB)

O “Campeão da Sympathia” deu um intervalo no certame estadual e excursionou até João Pessoa, na Paraíba para enfrentar o Vasco da Gama (que também estava debutando na Elite do futebol paraibano)Às 15h35min., no domingo, do dia 1º de setembro de 1929, no campo do Cabo Branco. Com arbitragem de Aloysio França, o Encruzilhada goleou o Vasco por 4 a 1.

Aos 17 minutos, Lilla deu belo passe para Zezé que abriu o placar para o Encruzilhada. Aos 19 minutos, o “Periquitos da Encruzilhada” ampliou: Zezé deu passa para Arnaldo, que deixou passar para Zé Pedro, que chutou rasteiro, sem chances para o goleiro Raul.

Na etapa final, logo aos seis minutos, Zezé driblou Patrício e tocou para Zeca que fuzilou para aumentar o marcador. Com tranquilidade o Encruzilhada chegou ao 4º gol, após Zezé entregou o balão a Lilla, que bateu com categoria, colocando a bola para o fundo das redes. Aos 18 minutos, o Vasco fez o seu tento de honra, por intermédio de Zé Pedro, cobrando pênalti.    

Retornando ao Estadual, o Encruzilhada voltou a campo, pela 9ª Rodada,no domingo, do dia 08 de setembro de 1929. Contudo, nova derrota para o Flamengo por 2 a 0. Nos jogos dos Segundos e Terceiros Quadros, o “Centro” venceu por 2 a 0 e foi derrotado por 1 a 0, respectivamente.

Na 10ª Rodada,no domingo, do dia 22 de setembro de 1929, o “Centro” foi derrotado pelo Santa Cruz por 3 a 0. Nos jogos dos Segundos e Terceiros Quadros, derrotas por 2 a 0 e 5 a 2, respectivamente.

O Encruzilhada encerrou a sua participação no Estadual de 1929, na penúltima colocação, com sete pontos em 13 jogos: duas vitórias, três empates e oito derrotas; com 13 gols a favor e 21 contra, com um saldo negativo de oito.

Em 1930, o clube tinha uma nova Sede social, localizado na Avenida Bernardo Vieira, nº 393 (depois 421), no bairro Encruzilhada, no Recife, onde realizou grandes bailes de carnaval.

No Campeonato Pernambucano de 1930, o Encruzilhada fez uma excelente e melhor campanha da sua história, terminando na 3ª colocação no geral. O Centro só ficou atrás do Torre Sport Club, vice-campeão; e do América Football Club, campeão do certame. Ao todo, foram nove jogos e 10 pontos, com quatro vitórias e cinco derrotas; marcando 12 gols, sofrendo 15 e um saldo de menos três tentos.

No Estadual de 1931, o “Centro” não conseguiu repetir o belo desempenho da temporada anterior terminando na 9ª e antepenúltima posição. Foram 10 partidas e nove pontos; com quatro vitórias, um empate e cinco derrotas; marcando 33 gols, sofrendo 35 e um saldo negativo de dois.

Veio o Campeonato Pernambucano da 1ª Divisão de 1932, mas o desempenho continuou ruim. O Centro Sportivo Encruzilhada ficou na 10ª e penúltima colocação, com três pontos em oito partidas: uma vitória, um empate e seis derrotas; marcando 12 gols, sofrendo 22, e um saldo de 10 negativos.

Na temporada seguinte (Estadual de 1933), os “Periquitos da Encruzilhada” melhoraram, ficando na 7ª posição, com nove pontos em 14 jogos:  quatro vitórias, um empate e nove derrotas; assinalando 22 gols, sofrendo 61 tentos e um saldo de menos 39 gols.

No Campeonato Pernambucano da 1ª Divisão de 1934, num total de oito clubes, o Centro ficou em 5º lugar, com 12 pontos em 14 jogos: quatro vitórias, quatro empates e seis derrotas; marcando 28, sofrendo 41 e um saldo negativo de 13 gols.

No Torneio Início de 1935, o Encruzilhada acabou caindo na estreia ao perder para o Sport Recife por 3 a 2. Uma curiosidade: No domingo, do dia 07 de abril de 1935, no seu campo, o Encruzilhada enfrentou, amistosamente o Iris Sport Club, pelo placar de 3 a 1.

Os gols foram assinalados por Estácio, Neves e Marinheiro, enquanto Guerra fez o tento de honra do Iris. Essas duas equipes iriam protagonizar meses depois a ascensão de um e o declínio do outro.

Depois veio o Campeonato Pernambucano da 1ª Divisão de 1935, que acabou sendo marcante na história do Centro Sportivo Encruzilhada, mas da pior forma possível.

Num total de oito equipes, o “Camisa Verde” terminou na 8ª e última posição. Foram sete pontos em 14 jogos, com duas vitórias, três empates e nove derrotas; marcando 29, sofrendo 66 e um saldo de menos 37.

O Centro era sétimo colocado, porém diante da desistência do restante do jogo interrompido diante do América, acabou perdendo um ponto, suficiente para cair para o oitavo lugar.

Rebaixamento decretou um “caminho sem volta

Após terminar na lanterna, restou ao Encruzilhada ter a última chance de permanecer na Elite: enfrentar o Íris Sport Club (Santo Amaro), campeão da Segunda Divisão (ao vencer o Atheniense), numa melhor de três jogos. Exatamente o mesmo adversário que o Centro venceu com tranquilidade, em amistoso, antes do início do certame.

Centro é goleado

O 1º jogo, aconteceu no domingo, às 16h, do dia 05 de Janeiro de 1936, no Estádio da Avenida Malaquias. E o Centro foi goleado pelo Íris Sport Club por 7 a 2. O árbitro foi Alonso Rodrigues de Souza.

Logo no início de jogo, Gondim abriu o placar para o Centro. Aos oito, Calixto empatou. Aos 19, Guerra colocou o Íris na frente. No minuto seguinte, Ivo ampliou para os azulinos. Na etapa final, logo no início Damião diminuiu para o Centro.

Três minutos depois, Edgard, de pênalti, fez o 4º tento para o Íris. O jogo ficou complicado e o time azulino ainda marcou mais três gols: Guerra, duas vezes, e Edgard.  

Íris SC: Baracas; Popó e Walfrido; Electrico, Ramalho e Caboclo (Gato); Ivo, Calixto, Edgard, Sinésio (Guerra) e Miolo.

Encruzilhada: Francelino; Watson e Estácio; Soares, Moura e Odílio; Pinto, Bayma, Damião, Bessoni e Manoel Gondim 

Tudo igual no 2ª partida

O 2º jogo, ocorreu no domingo, às 15h15min., do dia 12 de Janeiro de 1936, no campo da Jaqueira (do Tramways). O Encruzilhada e o Íris ficaram no empate em 1 a 1. O árbitro da peleja foi João Elysio Lauria Ramos.

O 1º tempo teve muita disputa e pouca objetividade, terminando sem gols. Na etapa complementar, logo no início, Guerra abriu o placar para o Íris. O time azulino seguiu pressionando, mas aos poucos o Centro foi retomando às rédeas do jogo.  Então, Zeferino invadiu a área e tocou na saída de Barracas para deixar tudo igual. 

Encruzilhada: Francelino; Perdido e Watson; Leitão, Moura e Estácio; Ayrton, Damião, Zeferino, Lylla (Bessoni) e Manoel Gondim 

Íris SC: Baracas; Popó e Walfrido; Gato, Baptista (Ramalho) e Ramalho (Electrico); Ivo, Calixto, Edgard, Guerra e Miolo.

Novo empate resultou na queda do Encruzilhada

O 3º e último jogo, transcorreu no domingo, às 15h35min., do dia 19 de Janeiro de 1936, Centro Sportivo Encruzilhada e Íris Sport Club voltaram a empatar em 1 a 1, na Avenida Malaquias (campo do Sport Recife). O árbitro foi Alberto Gomes Alves.

Aos 13 minutos, Varella abriu o placar para o Centro. E assim o jogo seguiu até o fim da etapa inicial. Na volta do intervalo, logo aos cinco minutos, após belo passe de Miolo, o atacante Edgard empatou. O placar seguiu inalterado até o apito do árbitro. 

Com esse resultado (uma vitória e dois empates; marcando nove gols e sofrendo quatro), o Íris Sport Club assegurou a volta para a Primeira Divisão, enquanto o Encruzilhada acabou rebaixado para a Segunda Divisão pela 1ª vez.

Íris SC: Baracas; Popó e Walfrido; Eletrico, Baptista e Ramalho; Caboclo, Calixto, Edgard, Sinésio e Miolo.

Encruzilhada: Francelino; Perdido e Lucas; Cosme, Leitão e Pita; Pinto, Franzé, Varella, Lylla e Estácio 

O último ato do Centro

No entanto, o rebaixamento do “Alviverde da Encruzilhada” ganhou um “novo capítulo” no mês seguinte. A Federação Pernambucana de Desportos (FPD), voltou atrás e manteve o clube na Elite. Apesar de não ficar claro os motivos, o Centro participou da competição que abria a temporada no estado.     

Torneio Início de 1936

No domingo, do dia 1º de Março, foi realizado o Torneio Início de 1936. O Encruzilhada estreou diante do seu algoz: Íris Sport Club, às 15h05min., tendo na arbitragem o Sr. Alonso Rodrigues, no campo do Tramways. E, novamente, o Centro foi derrotado por 1 a 0, dando adeus ao torneio.

Íris SC: Baracas; Popó e Joca; Marionettos, Zeca e Ramalho; Caboclo, Frajola, Edgard, Nicolau e Gato.

Encruzilhada: Francelino; Perdido e Lucas; Edith, Leitão e Pajú; Quinto, Ellon, Damião, Neco e Brayner.

A FPD divulgou a tabela do Campeonato Pernambucano da 1ª Divisão de 1936, no qual o Encruzilhada iria estrear na quinta-feira à noite, do dia 15 de março, diante do Náutico Capibaribe.

O clube trouxe o meia Paesinho (ex-Torre), depois Humberto (com um contrato de três anos). No entanto, com a vinda do Clube de Regatas Vasco da Gama/RJ, somado a convocação do selecionado pernambucano, as datas do início do estadual foram adiados.

Clube teve três jogadores convocados

Como preparação, o Encruzilhada enfrentou, amistosamente, o Torre Sport Club, no domingo, às 16 horas, do dia 15 de Março de 1936, no campo da Avenida Castro Alves. Antonio Machado foi o árbitro da peleja. O resultado não foi divulgado.

Na semana seguinte, o técnico da Seleção Pernambucana, Joaquim Loureiro  convocou o grupo para um período de treinos, visando o XI Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais. E o Encruzilhada teve três jogadores convocados: Perdido, Paesinho e Ivo.

Inesperadamente, o Centro se licenciou e depois se extinguiu

Porém, na sexta-feira, do dia 17 de Abril de 1936, a diretoria encaminhou um ofício, no qual solicitava uma licença do campeonato. No domingo, às 8 horas da manhã, do dia 19 de Abril, foi realizado uma assembléia geral, na Sede do clube. 

Na segunda-feira, do dia 20 Abril de 1936, reunido em sessão extraordinária, a diretoria formada pelo presidente, Pedro Alves Pereira da Silva; Vice-presidente, Benjamin Gonçalves; Secretário, Luiz Capibaribe; Thesoureiro, Reynaldo Paiva; Conselho Especial, Lafayette Vareda – Abílio de Barros – Júlio Moreira dos Santos – Hilkar Machado; deliberou a dissolução do Centro Sportivo Encruzilhada, ficando a liquidação de acordo com o estatuto do clube.

Nos anos 50, ocorreu uma tentativa de reorganizar o clube

Em 1953, foi formado a diretoria dos Veteranos do Centro Esportivo da Encruzilhada, como uma forma de manter viva as histórias e os antigos membros, que se reuniam na Sede (provisória) na Rua Carneiro Vilela, nº 448, no Espinheiro, um bairro nobre pertencente à 3ª Região Político-administrativa do Recife.

Essas reuniões foram se aflorando, com a realização de jogos amistosos até que na quarta-feira, do dia 19 de Agosto de 1959, foi noticiado no Diário de Pernambuco o desejo de reabrir a antiga agremiação:

Componentes do Antigo Clube Rex de Amadores, à frente o desportista Walter Marques de Oliveira, estão tratando da reorganização do Centro Esportivo da Encruzilhada, a agremiação que marcou época no futebol da cidade, inclusive na primeira divisão de profissionais. A sede do grêmio arrabaldino (arredor) será localizada, inicialmente, na Vila do IPASE, na Encruzilhada e seus reorganizadores já estão pensando num terreno onde será construída a praça de jogos do clube, já que é pensamento dos mesmos participar dos prélios oficiais da segunda categoria no próximo ano, passando à divisão de honra, no ano seguinte“. 

Apesar de toda empolgação, não foi encontrado mais nenhuma notícia de que esse projeto tenha ido para frente. E, com isso, a “última chama de esperança” do retorno do Centro Sportivo Encruzilhada se apagou definitivamente, colocando um ponto final no “Campeão da Sympathia“.

Algumas formações:

Time base de 1916 – Hygino (Coelho ou Santos); Octacilio (C. Miranda ou Candinho) e Lela (Cap.); Guimarães (Antenor), Sobrinho (Joãozinho) e Bruno (Elidio); Ildelfonso (Raul), Silvio do Val (Oswaldo) e José Victorino (Clovis); Vital (M. Pirette Santos) e Tatá (Zé de Almeida). Técnico: José Victorino de Almeida (depois: Elydio Macedo). 

Time base de 1917 – Chiquinho (Paulo Xavier); Pedro Guimarães e Mario Mattos (Mario Pinto); Balthazar (Cap.), Oliveira (C. Miranda) e Victorino (Deca); Waldemar (M. Mendonça), Coelho (Balthar), M. Dias (J. da Motta) e Eliezer (Victorino)Técnico: Elydio Macedo. 

Time base de 1918 – Tartaruga; Antenor e Dowsley; Peretti, Balthazar (Cap.) e  Candido; Euclides, Moreira, Guanabara, M. Silva e P. Silva

Time base de 1927 – Dedé; Machado e Cavalcanti; Guilherme, Pedrinho e Pires; Pinto, Motta, Lyla, Carlito e Almeida

Time base de 1928 – Ismael (Dedé); Machado (Palmeiras) e Pedro Sá; Guilherme, Pedrinho e Jacy (Pires ou Baltar); Almeida (Carlito), Motta (Pinto), Lyla (Zena), Pita (Julinho) e Karlyto (Seca). Técnico: Pedro Sá Cavalcanti

Time base de 1929 – Piancó (Lyra); Palmeira e Sylvio (Pedro Sá); Baltar (Pires), Simões e Leitão; Pinto (Zequinha), Pedrinho (Aranha), Lilla (Bulhões), Faísca (Motta) e Zeca. Técnico: Lilla.

Time base de 1930 – Piancó; Palmeira e Moacyr; Baltar, Sebastião e Leitão; Marinheiro, Lyla, Sabininho, Motta e Zeca

Time base de 1931 – Arthur Loyo (J. Trajano); Estácio (Hilkar) e Pedro Sá (Gesner Loyo); Leitão (Cão), Sebastião e Pita (Pires); Leitãozinho, Pintinho, Péricles, Lila e Manoel Godim

Time base de 1932 – Arthur Loyo; Estácio e Machado; Cão, Felinto e Pita; Leitãozinho, Marinheiro, Nickolas, Lila e Manoel Godim

Time base de 1933 – Encresio; Machado e Filintho; Leitão, Pedrinho e Cão; Hernani, Pita, Lila, Estácio e Manoel Godim

Time base de 1934 – Gouveia; Perdido e Luizinho; Leitão, Cão e Pita; Marinheiro, Estácio, Nadú, Lylla e Manoel Godim

Time base de 1935 – Gouveia (Francelino); Perdido e Estácio (Luizinho); Pita, Baptista e Leitão (Cão); Pinto (Dias ou Nadur), Neves (Marinheiro), Nelson (Lylla), Franzé (Varella) e Manoel Godim

Time base de 1936 – Francelino; Perdido (Watson) e Estácio (Lucas); Cão (Moura), Leitão (Soares ou Edith) e Pita (Odílio ou Pajú); Pinto (Quinto), Lylla (Brayner ou Ellon), Nadur (Damião), Cosme (Bessoni) e Manoel Godim (Neco)

Desenho do escudo, uniforme, pesquisa e texto: Sérgio Mello

FONTES A Província (PE) – Diário da Manhã (PE) – Diário de Pernambuco (PE) – O Jornal de Recife (PE) – Pequeno Jornal (PE) – RSSSF Brasil

Royal Sport Club – Recife (PE): jogou a Segunda Divisão nos anos 10

O Royal Sport Club foi uma agremiação da cidade do Recife (PE). O “Gallos de Campina da Serra” foi Fundado no dia 13 de Maio do início da década de 10. O clube alvinegro passou por algumas Sedes, citando as principais:

Em 1918, na Rua Bernardo Vieira de Mello, nº 611, no Centro. No ano seguinte, se transferiu para a Estrada de Belém, nº 611, no bairro Campo Grande. Em 1936, na Rua Padre Floriano, s/n, no bairro São José; todos no Recife (PE).

Em 1918, o “Gallos de Campina da Serra” participou das competições da Liga Sportiva Suburbana (ora chamado Campeonato Suburbano e ora Segunda Divisão), mandando os seus jogos no Campo na Mangabeira de Dentro.

Time base de 1912: J. Vianna Filho; M. A. Lopes e J.P. Novaes (A. Lellys); A. Campos, J. Correia (C. Campos) e Ludgero Silva (A. Ramos); Antônio Beltrão, Eduardo Lemos (M. Lopes Barros), Gastão Bom-Fim, Júlio Porto Carreiro e João Beltrão. Reservas: M. Rodrigues, O. Antunes, E. Dantez, B. Câmara, M. Guimarães e P. Campos.

Time base de 1913: S. de Barros (Gaumont ou Armando Godim); P. Ribeiro e J. Ribeiro; G. Silva, C. Vieira e V. Machado; J. Menor, F. Lacerda, A. Oliveira, Arnaldo A. Coelho (J. Mattos) e Camillo Porto (R. Almeida). Reservas: J. Coelho e M. Hollanda.

Time base de 1918: A. Campos (Carlos Santos); Antenor (Carlos Miranda) e M. Loureiro (R. Braga); R. Campos (A. Ferreira), J. Jesus (Ruy Campos) e Rochinho (M. Arlindo); M. Campos (Nestor Bastos), Edemar Campos (Ademaso), C. Campos (Luiz Carlito), Cícero e O. Silva (Manoel). Reservas: A. Mantarroyos e J. Campos.

Time base de 1919: Carlos Santos (Ludgero); Pedro Guimarães (Ruy ou Conto) e Rocha (Rubens); Manta (Carlos Filho), Couto (Eugenio Cunha) e Gerson (Antenor ou Electrico); Adhemar (Arminio), Arlindo, Soares (Carlito), Cícero e Aldemaro (Manoel).

Time base de 1928: Henrique; Miguel e Lino; Ignacio, Bellarmino e Godola; M. Pedro, Amando, J. Ceará, Annanias e J. Matinada. Reservas: S. Sant’Anna, Rodolpho, Henrique II.

FONTES: Jornal de Recife (PE) – A Província (PE) – Diário de Pernambuco (PE) – Pequeno Jornal (PE) – Diário da Manhã (PE)