A Liga Esportiva Municipal Campograndense(LEMC) realizou, no domingo do dia 9 de junho de 1957, o Torneio Início do Campeonato oficial de Futebol de 1957, da Primeira Divisão. O simpático clube da cidade, o Operário Futebol Clube sagrou-se campeão da Primeira Divisão.
Participaram do presente campeonato seis clubes:
1º de Maio Esporte Clube;
Associação Atlética Alfaiates;
Comercial Esporte Clube;
Mamoré Esporte Clube;
NoroesteFutebol Clube;
Operário Futebol Clube.
Ferroviário campeão do Torneio Início da 2ª Divisão de 1957
Quatro dias depois, a Liga Esportiva Municipal Campograndense(LEMC) realizou, na quinta-feira, do dia 13 de junho de 1957, o Torneio Início do Campeonato oficial de Futebol de 1957, da Segunda Divisão.
O Clube Atlético Ferroviário, sagrou-se campeão do Torneio Início da Segunda Divisão, conquistando o magnifico troféu oferecido pelo “mais completo” a LEMC. Participam do campeonato da Segundonasete equipes:
Automóvel Clube;
Clube Atlético Bandeirantes;
Clube Atlético Ferroviário;
Cruzeiro Futebol Clube;
Dois de Maio;
Esporte Clube Vasquinho;
Santa Cruz Futebol Clube.
Os campeonatos foram animadíssimos devido à boa organização que a atual diretoria da Liga Esportiva Municipal Campograndense vem desenvolvendo e, consequentemente, causando boa impressão ante os simpatizantes dos clubes participantes, com os melhoramentos introduzidos no Estádio Municipal Belmar Fidalgo.
O Operário Futebol Clubeé uma agremiação da cidade de Campo Grande (MS). A suaSede socialfica localizado na Rua Dr. Eduardo Olímpio Machado, nº 300, no bairro de Monte Castelo, em Campo Grande (MS).
O “Galo” foi Fundado no domingo, do dia 21 de agosto de 1938, por representantes da construção civil liderados pelo pintor Plínio Bittencourt. O time foi criado por cidadãos comuns que buscavam espaço na sociedade brasileira regida pelo Estado Novo.
Operário do Povo
Operários criavam um clube de origem popular, combatendo o preconceito para disseminar o esporte bretão que na época era praticado apenas pela elite. A instituição do povo, mostraria o seu valor durante o período do futebol amador da cidade com as conquistas da Liga Campo-Grandense em 1942 e 1945 e mais tarde, dando fim ao enorme jejum de 21 anos, levantando a taça de 1966 a última da era amadora.
Uma “seca” de títulos, que o Operário voltaria a enfrentar mais de 30 anos depois desse feito. Após o Bicampeonato Sul-Mato-Grossense (em 1996 e 1997) o Operário ficou 21 anos sem levantar o título do campeonato estadual e só voltou a soltar o grito de campão “entalado na garganta” em 2018, justamente no ano das comemorações dos 80 anos de existência do clube.
O atual Presidente do Conselho Deliberativo do Operário, Estevão Petrallas se lembra de uma história envolvendo a torcedora símbolo do Operário que esteve presente durante todo esse jejum.
“Eu me lembro do último episódio na cidade de Rio Brilhante, quando nós recebemos o Operário com uma dívida de 12 mil reais perante a justiça desportiva e a perda de mando de seis jogos. Estávamos jogando a Série B e eu assisti ao jogo, atrás do gol juntamente com Dona Maria Preta. E ela dizia, ‘seu Petrallas, eu vou morrer e não vou ver esse operário campeão’ e eu disse, Dona Maria não morre não, que nós vamos ser campeão”, se lembra Estevão.
A comemoração realizada no Rádio Clube Cidade, foi um verdadeiro marco para o Operário Futebol Clube, que enfim, pode reescrever a sua própria história apagando as injustiças cometidas com aqueles operários da construção civil que fundaram o clube e que foram impedidos de jogar futebol naquele mesmo lugar ainda no período do amadorismo.
O Operário nasceu de um clube social chamado Clube dos 30, que era visto como o clube para o povão bailar. Já que o Rádio Clube pertencente a elite, acabou sendo fechado por perseguição política e por conta disso, muitos dos seus integrantes, mais tarde, ajudariam a fundar o Operário Futebol Clube. Estevão se recordou desse fato inusitado durante a comemoração dos 80 anos do Galo.
“O clube surgiu na Mato Grosso onde hoje é o Sinduscon, Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e a festa foi no Rádio Clube porque era onde os operarianos não tinham espaço para que pudesse adentrar, porque era o clube da elite e o Operário era o clube do povão, então não tinha como ter acesso. E lembramos desse fato rapidamente durante a comemoração, claro sem causar nenhum constrangimento, porque não era o foco”, lembra Estevão.
Seu eterno rival, o Esporte Clube Comercial foi fundado por comerciantes e estudantes do Colégio Dom Bosco juntamente com o esportista Etheócles Ferreira tempos depois, em 15 de março de 1943.
O escritor Reginaldo Alves Araújo que escreveu o livro: Futebol Uma Fantástica Paixão, a história do futebol campo-grandense tomo 1, cita a definição da Liga Municipal de Campo Grande de 1951.
Na ocasião, o Operário perdeu o título para o Comercial e a torcida operariana atribuiu a derrota, as cores do uniforme que foram modificadas pelo então Presidente do Operário, Silvio Andrade, justamente no embate decisivo. Após o apito final, o lado “preto e branco” das arquibancadas ficou tão irritado que arrancou o conjunto vestido pelos jogadores para atear fogo, numa demonstração de enorme insatisfação com o resultado, o que de modo geral, mostra um pouco do tamanho da dimensão da rivalidade que envolve o clássico Comerário.
Na década de 70, o Colorado se profissionalizou para a disputa da Seletiva para o Campeonato Brasileiro, se tornando o primeiro clube do estado do Mato Grosso a disputar a elite do futebol brasileiro em 1973. No mesmo ano em que seu arquirrival disputou a primeira divisão do nacional, o Galo da Bandeirantes conquistou o seu primeiro torneio internacional. Operário campeão da Taça Seleção União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Foi nessa época que o Operário uniu forças para poder competir no ano seguinte.
“O clube de trabalhadores que talvez não tivesse condições nem de fazer o seu documento. E a gente tem histórias de um diretor da época em que sua mulher estava gravida, e ele aguardando o nascimento do filho, ele investiu todo esse dinheiro na Federação Mato-Grossense de Futebol”, relembra Estevão.
Em 2023 o clássico Comerário completou 50 anos de rivalidade profissional. Foi no dia 20 de janeiro de 1973 pela tradicional Taça Campo Grande, que o estádio Morenão foi palco da partida histórica entre o Operário Futebol Clube e Esporte Clube Comercial, segundo registros do jornalista Marcelo Nunes.
“Esse jogo foi num sábado à noite, começou às 21h30 e teve 6 mil e 71 pagantes para uma renda de 51 mil e 35 cruzeiros. Esse jogo foi 1 a 0 para o Operário e gol foi marcado pelo Pinho, aos 30 minutos do segundo tempo em um chute de fora da área. O árbitro foi o Mário Vinhas e os assistentes foram o Ladislau de Oliveira e Agnaldo de Barros, o trio do Rio de Janeiro”, relata Marcelo.
Marcelo Nunes é jornalista e tem mãos o maior acervo de registros da história do clássico Comerário com mais de 20 anos de pesquisa intensas computados, incluindo os jogos da era do amadorismo e partidas amistosas entre os dois clubes. Pesquisa que segundo ele próprio teve o apoio dos companheiros, Ricardo Paredes, Edna de Souza, Artur Mário, Elson Pinheiro e Marquinhos. Marcelo ainda tem o desejo de publicar o livro: “História dos Comerários”, obra na qual começou a escrever, mas que ainda não foi finalizada.
Ao todo o Operário conta com 10 participações na 1ª Divisão nacional, tendo como marcante a campanha de 1977, quando o Galo derrubou gigantes dos gramados e terminou com um honroso e inesquecível 3 º lugar.
Criação de Mato Grosso do Sul
A Lei Complementar 31, que previa a divisão do estado do Mato Grosso foi oficializada em 11 de outubro de 1977. Porém, a lei sancionada pelo então Presidente da República Ernesto Geisel, só entraria em vigor em 1979. Com isso, o Operário foi impedido de ser hexacampeão estadual, justamente por conta da criação do estado de Mato Grosso do Sul. O Operário conquistou 6 títulos consecutivos em 76,77,78 (Mato-grossense) e 79,80,81 (Sul-mato-grossense).
No polêmico ano de 1987, o Alvinegro fez história e se tornou o primeiro time do MS a vencer uma competição nacional. O Módulo Branco do Brasileiro daquele ano, ainda não é reconhecido pela CBF, mas, segue sendo motivo de orgulho para os operarianos. Até hoje, o Operário Futebol Clube é o maior do estado de Mato Grosso do Sul com 12 títulos estaduais.
FOTOS: Página no Facebook “Anos Dourados Campo Grande-MS”
FONTES: site e página do clube – Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul
O Esporte Clube Comercial é uma agremiação da cidade de Campo Grande (MS). A sua Sede administrativa fica localizada na Rua Dr. Euler de Azevedo, nº 4.880, no Parque dos Laranjais, em Campo Grande/MS.
O “Colorado” foi Fundado na segunda-feira, do dia 15 de março de 1943, pelo esportista Etheócles Ferreira, em conjunto com comerciantes locais e estudantes do Colégio Dom Bosco.
No começo, os primeiros jogadores eram estudantes do Colégio Dom Bosco. Durante quase três décadas o clube permaneceu no amadorismo, onde faturou nove títulos do Campeonato Citadino de Campo Grande, organizado pela Liga Municipal Campo-Grandense (LMC) e depois pela Liga Esportiva Municipal Campo-grandense (LEMC).
Primeiro clube a disputar a elite do futebol brasileiro
Em 1972, o Comercial se profissionalizou para disputar, naquele ano, o Torneio Seletivo para definir quem seria o representante do estado no Campeonato Brasileiro da 1ª Divisão de 1973. Foi campeão, sendo então o 1º time a disputar um Campeonato Brasileiro pelo estado do Mato Grosso.
Campeão em dois estados
No âmbito estadual, foi campeão do Campeonato Matogrossense da 1ª Divisão de 1975. Após o estado ter sido dividido em dois (MT e MS), em 1979, o Comercial se sagrou campeão nove vezes no Campeonato Sul-Matogrosso da 1ª Divisão: 1982, 1985, 1987, 1993, 1994, 2000, 2001, 2010 e 2015. Com isso, o clube detém a proeza de ter dois títulos em dois estados diferentes.
Quarto lugar na Taça de Prata de 1981
Em 1981, foi realizada a segunda edição da Taça de Prata(Campeonato Brasileiro Série B), que foi disputado por 48 equipes. O Comercial ficou em 4º lugar, também ficou na 3ª colocação na última edição da Copa Centro-Oeste e em 1994 ficou em 7º lugar na Copa do Brasil.
Em 2015, o Colorado sagrou-se campeão estadual, conquistando o seu 9º TítuloSul-Mato-Grossense, se tornado o segundo maior vencedor no estado do Mato Grosso do Sul.
Abaixo a lista de títulos:
Campeonato Sul-Mato-Grossense (9 Títulos): 1982, 1985, 1987, 1993, 1994, 2000, 2001, 2010 e 2015;
Campeonato Mato-Grossense (1 Título): 1975;
Seletiva do Campeonato Brasileiro(1 Título): 1972;
Liga Campo-grandense de Futebol (9 Títulos): 1948, 1951, 1956, 1957, 1959, 1964, 1965, 1967 e 1971.
ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello
FOTOS: Página no Facebook “Anos Dourados Campo Grande-MS”
FONTES: site e página do clube – Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul
OFRIMA Futebol Clubefoi uma agremiação da cidade de Campo Grande, quando ainda pertencia ao estado de Mato Grosso. Até a segunda-feira, do dia 1º de janeiro de 1979. A partir daí a cidade passou a ser a capital do novo estado do Mato Grosso do Sul.
Fundado no começo de década de 60, por funcionários da FRIMA (Frigorifico Matogrossense S.A.), com Sede na Estrada Mário Dutra, s/n, na Vila Bordon, em Campo Grande/MS. As cores escolhidas foi uma homenagem a bandeira do estado do Mato Grosso: azul marinho, branco e verde.
Quem foi a empresa FRIMA
Em 1947, fundado pelo Sr. Laucídio Coelho foi o 1º frigorífico e a primeira grande indústria da cidade de Campo Grande – FRIMA, Frigorífico Matogrossense S.A. – iniciando os abates em 1947 e 1948.
A implantação do frigorífico possibilitou a engorda e o abate de bois dentro do próprio Estado, já que até aquele momento, toda a produção era abatida em São Paulo.
Antes do FRIMA eram engordados 20 mil cabeças de gado e em 1951, eram mais de 50 mil cabeças em engorda. Em 1963, o Frigorifico Bordon S.A., de São Paulo adquiriu o controle de 80% das ações do FRIMA.
FRIMA ficou com o vice do Torneio Início de 1964
No Domingo, do dia 03 de maio de 1964, foi aberto oficialmente a temporada do futebol em Campo Grande com o Torneio Início, organizado pela Liga Municipal Campograndense (LMC).
Na grande final, FRIMA Futebol Clube e Operário empataram em 2 a 2, no tempo normal, no Estádio Belmar Fidalgo. Com isso, o jogo foi para a prorrogação e o Operário marcou o terceiro gol, que deu o título. A Renda da partida foi de Cr$ 176.400,00.
O tempo regulamentar esgotou com marcador igualdade, ficando a decisão para o marcador do primeiro gol no prazo da prorrogação. O Operário ao assinalar um a zero para suas cores automaticamente sagrou-se campeão do Torneio em questão.
A propósito a representação do FRIMA neste Torneio fazia estreia no futebol Campograndense em partida oficial e a despeito de sua melhor apresentação merecia a vitória, frente ao esquadrão do Operário.
FRIMA enfrentou o Santos em 1966
Exibindo-se na noite da terça-feira, do dia 07 de junho de 1966, no Estádio Belmar Fidalgo, Campo Grande/MT. A equipe do Santos impôs-se ao Frima Futebol Clube, pelo escore de 5 a 2, com vantagem de 4 a 1 na etapa inicial.
Na etapa inicial, Del Vecchio inaugurou o marcador, seguindo-se o 2.º gol de autoria de Toninho. Carlos Alberto marcou para os locais aos 15 minutos, mas Toninho obteve mais dois tentos, aos 41 e 43 minutos.
Na fase final, Fumaça fez o 2.º gol do Frima e Toninho, “artilheiro” da noitada, completou a série: 5 a 2. O juiz foi o paulista Carmelito Voi. Renda: Cr$ 8.600.000.
FRIMA F.C. (MT) 2 X 5 SANTOS F.C. (SP)
LOCAL
Estádio Belmar Fidalgo, em Campo Grande/MT.
CARÁTER
Amistoso Nacional
DATA
Terça-feira, do dia 07 de junho de 1966
HORÁRIO
21 horas (de Brasília)
RENDA
Cr$ 8.600.000,00
PÚBLICO
Não divulgado
ÁRBITRO
Carmelito Voi (FPF/SP)
FRIMA
Amarília (Valdir); Adilson, Eduardo e Liberado; Filinto e Julião; Joel, Pilita, Carlos Alberto, Jadir e Fumaça.
SANTOS
Laércio (Cláudio); Zé Carlos, Mauro (Modesto) e Geraldino (Turcão); Joel Camargo (Clodoaldo) e Oberdã; Amauri, Salomão, Toninho (Wilson), Del Vecchio e Abel. Técnico: Antoninho
GOLS
Del Vecchio (Santos); Toninho aos 12, 41 e 43 minutos (SP), Carlos Alberto aos 15 minutos (FRIMA); no 1º Tempo. Fumaça (FRIMA); Toninho (Santos), no 2º Tempo.
Curiosidade: essa foi a 2ª partida que Clodoaldo jogou pelo Santos como profissional. O 1º jogo aconteceu 48 horas antes, no domingo, do dia 5 de junho de 1966, em amistoso, na vitória do Peixe em cima do Esporte Clube Olímpico por 2 a 0(gols deCoutinho aos 24 minutos e Amauriaos 39 minutos do 1º tempo), em Blumenau/SC.
FRIMA caiu na rodada inaugural do Torneio Início de 1967
Na segunda-feira, do dia 1º de maio de 1967, em presença de um público jamais visto no Estádio Belmar Fidalgo num festival de Torneio Início, a LEMC (Liga Esportiva Municipal Campo-grandense) abriu o seu calendário esportivo de 67, com o Prefeito Plinio Barbosa Martins misturado com os desportistas para fazer entrega de troféu.
Como a festa estava bonita, o Esporte Clube Comercial ressurgiu das próprias cinzas e sagrou se campeão, do Torneio Início, depois de bater o FRIMA, o Operário e o ASAS, que se apresenta com maiores chances de ser o campeão de 67.
Na batalha final, Comercial e Asas “brigaram” no tempo regulamentar, na prorrogação e foram à decisão – por pênalti, quando Airton fechou o gol comercialino e Tachine marcou o tento da vitória.
Estádio Belmar Fidalgo
Terreno doado por João Pestorine Júnior, em 1930, recebeu a instalação de um campo de futebol, conhecido na época como Campo de Marte, em razão de sua localização ser no fim da rua Marte, hoje Arthur Jorge.
Ao adquirir o espaço, a prefeitura o entregou à Liga Esportiva Campo-Grandense, em 1938. Já com o nome de Estádio Belmar Fidalgo, o local tornou-se praça esportiva somente em 1987 – foi remodelada em 1994, com uma reforma.
O espaço teve sua 1ª estrutura construída em 1933 como estádio de futebol e sendo alterada em 1987 tornando-se uma praça esportiva, estrutura que se mantém até os dias atuais.
No período de 1933 até 1970, o Estádio Belmar Fidalgo foi o mais importante do município, recebendo as principais competições, equipes e jogadores de futebol da época, os quais fizeram história no futebol brasileiro.
ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello
FOTOS: Acervo da Biblioteca do IBGE – Página no Facebook “Anos Dourados Campo Grande-MS”
FONTES: O Estado do Mato Grosso (MT) – Jornal dos Sports (RJ) – A Tribuna (SP) – Realidade (SP) – Cidade de Santos (SP) – Brasil-Oeste (SP)
O ASAS Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Campo Grande (MS). Fundado em 1955, a sua Sede ficava na Avenida Duque de Caxias, nº 2.905, no Bairro de Amambaí, em Campo Grande. A 1ª Diretoria foi composta da seguinte maneira:
Presidente de Honra – Cel. Ari Saião Caldeira;
Presidente – Luiz Gonzaga Del Nero;
Vice-presidente – João Batista de Campos;
Tesoureiro – Alan Chaves Rachel;
Secretário – Mair Vieira;
Técnico – Maurício Peludo.
HISTÓRIA
Na década de 40 as unidades militares implantadas no sul de Mato Grosso, em diversas cidades, disputam entre si, torneios alusivos as datas cívicas e comemorativas da pátria. Essas festas esportivas (em várias modalidades) representam um verdadeiro congraçamento das instituições militares da região, especialmente da cidade de Campo Grande/MS.
No início da década de 50 as disputas militares nas unidades cresceram e numa viagem da equipe da Base Aérea de Campo Grande, para mais uma jornada esportiva, na cidade de Jardim, aflorou no meio da rapaziada que compunha a equipe, a feliz teria um quadro para representá-lo nos campeonatos de futebol da cidade.
Decorria o ano de 1955, quando o comandante da Base Aérea de Campo Grande, Coronel Ari Saião Caldeira recebeu em seu gabinete uma comissão composta dos atletas da instituição:
cabo Alan Chaves Rachel, tenente Luiz Gonzaga Del Nero, sargento Elizeu Ferreira Anunciação, sargento José de Castro Barros, sargento Mair Vieira Almeida, sargento Maurício Peludo e o civil Nilton Castro que, não somente apoiou a luminosa ideia, como determinou providências para a formação do quadro de futebol.
Assim surgiu o ASAS Esporte Clube, nome que homenageia o símbolo maior da Aeronáutica brasileira, o avião.
Campeão Invicto do Campeonato Varzeano de 1956
O ASAS Esporte Clube, formado pelos militares do Destacamento da Base Área de Campo Grande, sagrou-se campeão invicto de 1956 do certame varzeano daquela cidade de Mato Grosso.
Na foto (acima), times dos Primeiros e Segundos Quadros do ASAS e mais os dirigentes que vemos juntamente com as suas vitoriosas equipes: o tenente Del Nero, presidente; sargento Bizzi, diretor técnico; sargento Bulhões; diretor social e sargento Mauricio Peludo, treinador.
O quadro principal do ASAS totalizou 32 vitorias e três empates e o secundário somou 33 vitorias e dois empates, realizando, portanto, excepcional campanha no ano que findou.
Campeão Citadino de 1963
O ASAS Esporte Clube foi dono de campanhas memoráveis, todavia, nenhuma foi comparada a de 1963 quando levantou o título de campeão do Campeonato Citadinode Campo Grande/MS, organizado pela LEMC (Liga Esportiva Municipal Campo-grandense), invicto, transformando-se num time imbatível naqueles idos.
Outros títulos vieram somente com a chegada do profissionalismo no Estado, em 1972. O ASAS Esporte clube deixou de existir, porém enquanto durou, honrou de sobremaneira, o símbolo, os emblemas e as cores da Base Aérea de Campo Grande.
As Cores do escudo e Uniformes
As cores do ASAS Esporte Clube eram camiseta laranjada, golas brancas, calções brancos e meias brancas até 1958, porém com a mudança das cores da aeronáutica brasileira, o quadro da Base Aérea ganhou uma padronagem azul na jaqueta, escudo branco no formato de duas asas, calções brancos e meias brancas.
O ASAS sempre vencendo, ganhou fama e logo foi convidado para ingressar no bloco de elite dos clubes de futebol da cidade, isto é, disputar o famoso campeonato da LEMC(Liga Esportiva Municipal Campo-grandense).
FONTES E FOTOS: Livro ‘A História do Futebol Campo-grandense’, de autoria Reinaldo Alves de Araújo – A Gazeta Esportiva (SP)
O Operário Futebol Clubeé uma agremiação da cidade de Campo Grande (MS). A suaSede socialfica localizado na Rua Dr. Eduardo Olímpio Machado, nº 300, no bairro de Monte Castelo, em Campo Grande (MS).
O “Galo” foi Fundado no domingo, do dia 21 de agosto de 1938, por representantes da construção civil liderados pelo pintor Plínio Bittencourt. O time foi criado por cidadãos comuns que buscavam espaço na sociedade brasileira regida pelo Estado Novo.
Operário do Povo
Operários criavam um clube de origem popular, combatendo o preconceito para disseminar o esporte bretão que na época era praticado apenas pela elite. A instituição do povo, mostraria o seu valor durante o período do futebol amador da cidade com as conquistas da Liga Campo-Grandense em 1942 e 1945 e mais tarde, dando fim ao enorme jejum de 21 anos, levantando a taça de 1966 a última da era amadora.
Uma “seca” de títulos, que o Operário voltaria a enfrentar mais de 30 anos depois desse feito. Após o Bicampeonato Sul-Mato-Grossense (em 1996 e 1997) o Operário ficou 21 anos sem levantar o título do campeonato estadual e só voltou a soltar o grito de campão “entalado na garganta” em 2018, justamente no ano das comemorações dos 80 anos de existência do clube.
O atual Presidente do Conselho Deliberativo do Operário, Estevão Petrallas se lembra de uma história envolvendo a torcedora símbolo do Operário que esteve presente durante todo esse jejum.
“Eu me lembro do último episódio na cidade de Rio Brilhante, quando nós recebemos o Operário com uma dívida de 12 mil reais perante a justiça desportiva e a perda de mando de seis jogos. Estávamos jogando a Série B e eu assisti ao jogo, atrás do gol juntamente com Dona Maria Preta. E ela dizia, ‘seu Petrallas, eu vou morrer e não vou ver esse operário campeão’ e eu disse, Dona Maria não morre não, que nós vamos ser campeão”, se lembra Estevão.
A comemoração realizada no Rádio Clube Cidade, foi um verdadeiro marco para o Operário Futebol Clube, que enfim, pode reescrever a sua própria história apagando as injustiças cometidas com aqueles operários da construção civil que fundaram o clube e que foram impedidos de jogar futebol naquele mesmo lugar ainda no período do amadorismo.
O Operário nasceu de um clube social chamado Clube dos 30, que era visto como o clube para o povão bailar. Já que o Rádio Clube pertencente a elite, acabou sendo fechado por perseguição política e por conta disso, muitos dos seus integrantes, mais tarde, ajudariam a fundar o Operário Futebol Clube. Estevão se recordou desse fato inusitado durante a comemoração dos 80 anos do Galo.
“O clube surgiu na Mato Grosso onde hoje é o Sinduscon, Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e a festa foi no Rádio Clube porque era onde os operarianos não tinham espaço para que pudesse adentrar, porque era o clube da elite e o Operário era o clube do povão, então não tinha como ter acesso. E lembramos desse fato rapidamente durante a comemoração, claro sem causar nenhum constrangimento, porque não era o foco”, lembra Estevão.
Seu eterno rival, o Esporte Clube Comercial foi fundado por comerciantes e estudantes do Colégio Dom Bosco juntamente com o esportista Etheócles Ferreira tempos depois, em 15 de março de 1943.
O escritor Reginaldo Alves Araújo que escreveu o livro: Futebol Uma Fantástica Paixão, a história do futebol campo-grandense tomo 1, cita a definição da Liga Municipal de Campo Grande de 1951.
Na ocasião, o Operário perdeu o título para o Comercial e a torcida operariana atribuiu a derrota, as cores do uniforme que foram modificadas pelo então Presidente do Operário, Silvio Andrade, justamente no embate decisivo. Após o apito final, o lado “preto e branco” das arquibancadas ficou tão irritado que arrancou o conjunto vestido pelos jogadores para atear fogo, numa demonstração de enorme insatisfação com o resultado, o que de modo geral, mostra um pouco do tamanho da dimensão da rivalidade que envolve o clássico Comerário.
Na década de 70, o Colorado se profissionalizou para a disputa da Seletiva para o Campeonato Brasileiro, se tornando o primeiro clube do estado do Mato Grosso a disputar a elite do futebol brasileiro em 1973. No mesmo ano em que seu arquirrival disputou a primeira divisão do nacional, o Galo da Bandeirantes conquistou o seu primeiro torneio internacional. Operário campeão da Taça Seleção União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Foi nessa época que o Operário uniu forças para poder competir no ano seguinte.
“O clube de trabalhadores que talvez não tivesse condições nem de fazer o seu documento. E a gente tem histórias de um diretor da época em que sua mulher estava gravida, e ele aguardando o nascimento do filho, ele investiu todo esse dinheiro na Federação Mato-Grossense de Futebol”, relembra Estevão.
Em 2023 o clássico Comerário completou 50 anos de rivalidade profissional. Foi no dia 20 de janeiro de 1973 pela tradicional Taça Campo Grande, que o estádio Morenão foi palco da partida histórica entre o Operário Futebol Clube e Esporte Clube Comercial, segundo registros do jornalista Marcelo Nunes.
“Esse jogo foi num sábado à noite, começou às 21h30 e teve 6 mil e 71 pagantes para uma renda de 51 mil e 35 cruzeiros. Esse jogo foi 1 a 0 para o Operário e gol foi marcado pelo Pinho, aos 30 minutos do segundo tempo em um chute de fora da área. O árbitro foi o Mário Vinhas e os assistentes foram o Ladislau de Oliveira e Agnaldo de Barros, o trio do Rio de Janeiro”, relata Marcelo.
Marcelo Nunes é jornalista e tem mãos o maior acervo de registros da história do clássico Comerário com mais de 20 anos de pesquisa intensas computados, incluindo os jogos da era do amadorismo e partidas amistosas entre os dois clubes. Pesquisa que segundo ele próprio teve o apoio dos companheiros, Ricardo Paredes, Edna de Souza, Artur Mário, Elson Pinheiro e Marquinhos. Marcelo ainda tem o desejo de publicar o livro: “História dos Comerários”, obra na qual começou a escrever, mas que ainda não foi finalizada.
Ao todo o Operário conta com 10 participações na 1ª Divisão nacional, tendo como marcante a campanha de 1977, quando o Galo derrubou gigantes dos gramados e terminou com um honroso e inesquecível 3 º lugar.
Criação de Mato Grosso do Sul
A Lei Complementar 31, que previa a divisão do estado do Mato Grosso foi oficializada em 11 de outubro de 1977. Porém, a lei sancionada pelo então Presidente da República Ernesto Geisel, só entraria em vigor em 1979. Com isso, o Operário foi impedido de ser hexacampeão estadual, justamente por conta da criação do estado de Mato Grosso do Sul. O Operário conquistou 6 títulos consecutivos em 76,77,78 (Mato-grossense) e 79,80,81 (Sul-mato-grossense).
No polêmico ano de 1987, o Alvinegro fez história e se tornou o primeiro time do MS a vencer uma competição nacional. O Módulo Branco do Brasileiro daquele ano, ainda não é reconhecido pela CBF, mas, segue sendo motivo de orgulho para os operarianos. Até hoje, o Operário Futebol Clube é o maior do estado de Mato Grosso do Sul com 12 títulos estaduais.
O Operário Atlético Clube é uma agremiação da cidade de Dourados (MS). O “Tigre Douradense” foi Fundado na quinta-feira, do dia 1º de Maio de 1952, com o nome de Operário Esporte Clube.
Em 1984, se fundiu com o Dourados Esporte Clube, dando origem ao Clube Atlético Douradense. Sete anos depois, mais precisamente no dia 05 de Maio de 1991, após o empresário Alfio Senatore reunir um grupo de desportistas que resolveram colocar novamente o clube em evidência, assim surgiu o Operário Atlético Clube. Uma das propostas do time é aproveitar os atletas da cidade e revelar os jogadores de amadores da região para o cenário.
O presidente José Carlos Cimatti aderiu uma nova metodologia de trabalho no futebol profissional do clube em 2002. As novidades são a parceria com o empresário paulista Paulo Sérgio Moura como o lateral direito Marco Aurélio.
No cartão do CNPJ o nome oficial consta Instituto Operário Solidário. Em 2022 mudou de sede para Caarapó (o escudo também foi alterado). A sua Sede em 2009, ficava na Rua Santos Dumont, nº 10, no Parque Arnulfho Fior – Jardim Paulista, em Dourados (MS). Em 2015, se transferiu para a Rua Nilson de Araújo, nº 737, no Centro de Dourados (MS).
Desde o seu retorno em 1991, disputou o Campeonato Sul-mato-grossense da 1ª Divisão em oito oportunidades: 1994, 1995, 1996, 1998, 1999, 2000, 2001 e 2002.
Em 2009, licenciou-se do futebol profissional e retornou oito anos depois, em 2017, se sagrando campeão do Estadual da Segunda Divisão. Em 2021, fundiu-se com a Liga Esportiva Caarapoensee e mudou-se para a cidade de Caarapó.
A sua Sede atual fica na Rua da Saudade, s/n, Vila Jary, em Caarapó (MS). No ano seguinte, conquistou o bicampeonato da Estadual da Segunda Divisão de 2022.
Colaborou:Rodrigo S. Oliveira
FOTO: Mercado Livre
FONTES: Futebol Nacional – Wikipédia – Rsssf Brasil
O Operário Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Dourados (MS). Fundado na quinta-feira, do dia 1º de Maio (Dia do Trabalhador) de 1952. Com o nome de Operário Douradense Esporte Clube.
Disputou o Campeonato Citadino de Dourados em 1956, ficando com o vice-campeonato. Participaram o Colonial Esporte Clube, Associação Atlética Cruzeiro do Sul, Operário Esporte Clube e Ubiratan Esporte Clube.
Disputou o Campeonato Sul-mato-grossense da 1ª Divisão em duas oportunidades: 1979 e 1982. Por cerca de três décadas o clube passou por alguns períodos de inatividade até 1984, quando se fundiu com o Dourados Esporte Clube, dando origem ao Clube Atlético Douradense.