O America Foot-Ball Club (rubro-negro) foi uma agremiação da cidade de João Pessoa (PB). Na terça-feira, do dia 06 de Fevereiro de 1923, o jornal informou que um outro America Foot-Ball Club foi fundado, nas cores em vermelho e preto. O local onde ocorreu a reunião, foi na Sede da sociedade “União dos Retalhistas“.
A 1ª Diretoria da agremiação rubro-negra foi constituída da seguinte forma:
Presidente – Nelson Lustosa;
Vice-Presidente – Gilberto Leite;
1º Secretário – Milton Rodrigues de Carvalho;
2º Secretário – Orris Barbosa;
Tesoureiro – José Felix Cahino;
Vice-Tesoureiro – José Gomes;
Diretor de Esportes – José de Albuquerque;
Orador – José Rodrigues de Carvalho Júnior.
A sua Sede ficava localizado na Avenida General Osório, s/n. Em 1925, se transferiu para Rua Duque de Caxias, nº 413, ambos no Centro de João Pessoa.
O Campeonato Paraibano da 1ª Divisão de 1923, em tese, deveria ser organizado pela Liga Desportiva Parahybana (LDP, existiu entre 1919 a 1940). No entanto a entidade ficou sem promover um jogo por quase dois anos (1922 e 23).
Graças ao esforço do America e do Cabo Branco, a LDP foi reorganizada, em reunião realizada na sexta-feira, do dia 15 de Junho de 1923, na Sede do próprio America.
Vinte três dias depois, aconteceu o Torneio Início, no domingo, do dia 08 de Julho de 1923. A competição contou com a participação de seis equipes: America, Cabo Branco, Brazil, Palmeiras, Pytaguares e Sanhauá. Na final, o Palmeiras, após duas prorrogações, bateu o Cabo Branco por um escanteio a zero, se sagrando campeão.
America conquista o título Estadual de 1923
Pelo Campeonato Paraibano da 1ª Divisão de 1923, o America estreou na sexta-feira, do dia 27 de Julho, com um empate em 1 a 1 com o Pytaguares. O gol americano foi assinalado por Togo, que mais adiante passou a ser o goleiro titular da equipe. Já pelo Pytaguares o tento foi marcado por Aurélio, grande revelação da competição.
Na grande final, America e Cabo Branco decidiram o título da temporada, no domingo, às 15 horas, do dia 11 de Novembro de 1923. A luta foi titânica pela rivalidade. O Cabo Branco, obrigava que o goleiro do americano Simeão Leal a praticar defesas difíceis.
No final do primeiro tempo, Simeão fez grande defesa, caindo sobre o mesmo. Nesse instante o atacante Brandão acabou acertando um chute no arqueiro. A partir daí, resultou numa séria confusão, com direito a troca de murros, invasão de campo e a intervenção da polícia para conter os mais exaltados.
A essa altura o Cabo Branco vencia por 1 a 0, porém pelos lamentáveis incidentes, o jogo foi interrompido pelo árbitro William Robson, com uma atuação ruim.
Os jornais muito reclamavam o marasmo em que se encontrava a Liga e disto resultou numa reunião da entidade para uma solução. Após muito debate, a Liga Desportiva Parahybana decidiu jogar o tempo restante da partida.
O jogo foi realizado, no domingo, do dia 18 de Novembro de 1923, com os portões abertos, e assim, um grande público compareceu. No final, o America bateu o Cabo Br
O jogo foi realizado, no domingo, às 15h45min., do dia 18 de Novembro de 1923, com os portões abertos, e assim, um grande público compareceu. O time americano jogou desfalcado de Jair e Chaguinha, enquanto o Alviceleste não pode contar com Fritz e Brandãozinho.
O jogo recomeçou com o Cabo Branco vencendo por 1 a 0. O America começou melhor e chegou ao empate. No 1º tempo, Sylvestre cobrou escanteio. A bola chegou na medida para Pimenta que testou de forma inapelável, sem chances para o goleiro Mirocem.
Na etapa final, apesar do Cabo Branco ter sido melhor e criando as principais chances, a partida terminou empatada em 1 a 1. Assim, o árbitro Arnaldo Costa e Silva, o ‘Poty’ (do Brazil F.B.C. e da Comissão de jogos da Liga Desportiva Parahybana), informou as duas equipes que a prorrogação seria de 20 minutos.
Na saída de bola, com menos de um minuto de jogos, os americanos partiram pra cima, e numa bela combinação Sylvestre acertou um forte chute, sem chances para Mirocem.
O jogo foi acirrado, com as duas equipes se revezando em criar chances de gols. No final, o America bateu o Cabo Branco pelo placar de 2 a 1, se sagrando o grande campeão do Estadual de 1923.
America: Simeão Leal; João Augusto e João de Albuquerque; Rabelo, Tonico e Togo; Sylvestre, Meireles Edgard, Pimenta e Queiroz.
Cabo Branco: Mirocem; Antonino e Solon; Ferreira, Vinagre e Everaldo; Amaral, Reis, Bahia e Trajano.
A torcida americana deixou o estádio aclamando os novos campeões, chegando mesmo a acompanhá-los até a Sede situado na Rua Duque de Caxias, nº 413, no Centro de João Pessoa, que esteve em festas, durante as primeiras horas da noite.
Bicampeão Paraibano em 1925
Na estreia, no domingo, do dia 16 de Agosto, o America venceu o Pytaguares, por 1 a 0. O gol da vitória saiu aos 15 minutos do segundo tempo, após excelente passe de Chaguinha para Pitota colocar a bola no fundo das redes.
No final, o America faturou o bicampeonato paraibano (1923 e 1925). O jogador Togo Albuquerque, que antes era atacante, nessa temporada atuou como titular na meta americana. Além dessa curiosidade, Togo também chamou a atenção por atuar no gol utilizando óculos.
Era comum os torcedores atrás do gol fazendo gozações, mas o arqueiro permanecia concentrado no jogo. Porém, num certo jogo, Togo perdeu os óculos e por alguns instantes ficou sem saber o destino da pelota, que passou rente ao travessão.
Vale ressaltar que o goleiro Togo chegou a defender a meta da Seleção Paraibana de futebol, na Bahia, diante do selecionado local.
Time base de 1923: Simeão Leal; João Augusto (Chaguinha) e João de Albuquerque; Jair (Freipa), Luiz (José Ramalho) e Osmânio (Rabelo); Sylvestre (Brandão), Meireles Edgard (Togo), Pimenta (Orris), Aluizio e Queiroz (Edgard de Holanda).
Time base de 1925: Togo (Simeão Leal); João Augusto (Chaguinha) e João de Albuquerque; Jair, Marinho e Neco (Estácio); Ernesto (Meireles Edgard), Birica (Sylvestre), Queiroz (Edgard de Holanda), Pimenta e Pitota.
FONTES: O Norte (PB) – O Jornal (PB) – livro “A História do Futebol Paraibano”, de Walfredo Marques