Arquivo da categoria: 48. Juvando Oliveira

FLUMINENSE F.C. – QUIXERAMOBIM/CE

NOME: FLUMINENSE FUTEBOL CLUBE
FUNDAÇÃO: 
LOCALIDADE: DEPÓSITO
CIDADE: QUIXERAMOBIM/CE
ESTÁDIO: MUNICIPAL ÁLVARO CARNEIRO (CARNEIRÃO)
SITUAÇÃO: AMADOR

BANDEIRA DA EQUIPE

FONTE:

http://blogs.diariodonordeste.com.br/sertaocentral/esportes/quixeramobim-ponte-preta-e-campeao-municipal-de-futebol/
http://www.osertaoenoticia.com/2012/03/ponte-preta-e-campea-do-campeonato.html

Memória do Futebo Cearense – Mitotônio e a panelada

No dia 1º de abril, Fortaleza amanheceu com a notícia que todos gostariam que fosse mentira. O ídolo alvinegro Mitotônio falecera poucas horas depois de defender o clube. O motivo: uma panelada mal digerida


Mitotônio chamava-se, na verdade, Antônio Edgar da Silveira e morreu com 35 anos Foto: do Mitotônio/Reprodução Marcos Campos) Parece mentira, mas não é. Na madrugada do dia 1º de abril de 1951, um dos maiores nomes do futebol cearense, o ponta-esquerda Mitotônio, do Ceará, faleceu em decorrência de uma tabelinha nada saudável: panelada e futebol. Principal ídolo dos alvinegros, dez anos de clube, Mitotônio decidiu almoçar panelada no dia anterior à sua morte e, pouco depois da refeição, uniforme no corpo, corria pelo time na vitória por 4 a 1 sobre o Gentilândia, no estádio Presidente Vargas, pelo Estadual do ano anterior.
No início do jogo tudo parecia normal para Mitotônio. Logo aos 6min, deixou sua marca de artilheiro, abrindo o placar para o Ceará com mais um de seus famosos “petardos”. Contudo, pouco depois, começava a sentir-se mal. Tentou atuar por toda a partida – na época não eram permitidas substituições – mas acabou permanecendo em campo apenas na primeira etapa, vencida por 3 a 0 pelo Vovô. No segundo tempo, o Alvinegro confirmou a vitória por 4 a 1. Mitotônio não viu o escore final. Neste momento já era atendido na Assistência Municipal, hoje Instituto José Frota.
O diagnóstico apontou congestão estomacal aguda, transformada em hemorragia, ocasionada pela refeição pesada e mal digerida. Como na época as equipes não contavam com departamentos médicos, muito menos com nutricionistas, Mitotônio não se preocupou em relatar o que almoçara pouco antes de encarar o sol de 16 horas no PV. O jogador chegou a ser liberado do hospital após o atendimento, mas, durante a madrugada, voltou a sofrer com dores estomacais e acabou falecendo em sua residência.
A morte trágica comoveu a cidade. “Foi um período de muita tristeza. O Ceará tinha muito mais torcida naquela época e todo mundo sentiu. Até porque ele era o ponta-esquerda da Seleção (Cearense)”, conta o ex-jogador Zé Cândido, contemporâneo de Mitotônio. “Ele era muito bom. Tinha um chute muito forte e fazia um lado esquerdo fatal no Ceará com o Hermenegildo”, completa.

Carreira
Mitotônio – na verdade, Antônio Edgard da Silveira – tinha 35 anos na época em que faleceu. Nascido em Granja, chegou à capital para atuar pelo Fortaleza, em 1938, participando discretamente do título leonino daquele ano – não possuía contrato formal com o time. Jogou no Tricolor até o início de 1941 quando o técnico Valdemar Santos (Gavião) brigou com a diretoria e foi para o Ceará, levando metade dos atletas.
No Vovô, Mitotônio ficou por dez anos quase ininterruptos, sagrando-se três vezes campeão cearense (1941, 42 e 48) e tornando-se um dos maiores ídolos da torcida alvinegra. A popularidade do ponta o levou a ganhar o concurs “Craque Mais Querido do Estado” e a figurar entre os vinte jogadores mais votados do País em promoção semelhante, promovida pelo Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro. (Colaboraram os esquisadores Airton Fontenele e Cristiano Santos)

PERFIL DO MITOTÔNIO

Nome: Antônio Edgar da Silveira (Mitotônio)

Posição: ponta-esquerda

Nascimento: 22.2.1916

Falecimento: 1.4.1951

Times que defendeu: Fortaleza (1938-41); Ceará (1941-45; 1946-51) e Náutico (1945)

Títulos: quatro vezes campeão cearense (1938, pelo Fortaleza; e 1941, 42 e 48, pelo Ceará); Campeão pernambucano (1945, pelo Náutico)

CAMPEONATO CEARENSE – 1950

CEARÁ    4     X   1  GENTILÂNDIA

CEARÁ: Juju; Valdemar e Pedro Matos; Julinho, Marciano e Oxigenado; Mauro, Pipiu, Alencar, Pretinho e Mitotônio.

GENTILÂNDIA: Assis; Airton Monte e Zemilton; Deim, Otávio e Luizinho; Carlos, Aldo, Dedé, Gilson e Luiz.

Data: 31.3.1951 (o jogo valia pelo Estadual do ano anterior)

Local: estádio Presidente Vargas

Público: aproximadamente 2 mil pessoas

Árbitro: Raimundo Cunha Rola (Rolinha)

Gols: Mitotônio (6min 1ºT), Pretinho (14min e 29min 1º T) e Pipiu (42min 2ºT), para o Ceará; Luiz (8min 2ºT), para o Gentilândia.

Obs: Sentindo-se mal, Mitotônio não retornou a campo para o segundo tempo. Como não havia substituições na época, o Ceará continuou a partida com dez jogadores.

E +

Na época da morte de Mitotônio, o ex-jogador Airton Monte, que marcou o ponta no jogo fatídico, chegou a ser acusado de ter ocasionado a morte do atleta. “Andaram insinuando que tinha sido uma porradas que eu teria dado nele no jogo. Mas isso é de gente maldosa”, diz. “Eu nem toquei nele. Sempre marquei duro, mas com lealdade”, acrescenta.

– O Ceará não disputou o Estadual de 1945 – havia brigado com a Federação no ano anterior. Sem clube, Mitotônio e Hermenegildo, os dois melhores atletas do time, foram para o Naútico, de Recife. Ganharam o Campeonato Pernambucano daquele ano e voltaram para o Alvinegro em 1946.

– O ex-jogador Zé Candido atuou com Mitotônio no primeiro jogo do atleta pelo Fortaleza, em 1938. Ele conta que o atacante veio para o clube a convite do diretor leonino Lauro Martins, que também era natural de Granja. No Tricolor, o técnico Gavião se negou a colocá-lo no time principal. “O Gavião disse que não ia escalar um jogador que ele nunca tinha visto jogar e colocou ele no aspirante (que fazia a preliminar). Foi só o Mitotônio jogar uns 20 minutos e, do jeito que ele jogava, o Gavião colocou logo ele pro primeiro time”.

– Mitotônio chegou a ser escalado algumas vezes com o nome de Massantônio, em alusão ao centroavante de mesmo nome da seleção argentina de 1940. A apelido não pegou.

– O jogo em que Mitotônio faleceu era importante para o Ceará. O time precisava vencer para decidir o título na semana seguinte, contra o Ferroviário. Bateu o Gentilândia por 4 a 1 mas perdeu o Estadual na derrota por 1 a 0 para os corais.

– Conheça mais detalhes da história de Mitotônio nos livros “Ceará – Alegria do Povo”, de Haroldo Moura e “Ceará – Uma História de Paixão e Glória”, de Airton de Farias.

O último marcador do craque

O ex-jogador do Gentilândia e hoje pesquisador de futebol, Airton Monte, foi o responsável por tentar marcar Mitotônio na última partida do ponta-alvinegro – Ceará 4 x 1 Gentilândia, dia 31 de março de 1951, no estádio Presidente Vargas. Airton afirma que Mitotônio logo demonstrou não estar na melhor forma física, o que não impediu o alvinegro de anotar o primeiro gol do time na tarde de sábado.
Airton diz ter presenciado o lance que pode ter ocasionado a complicação no quadro de Mitotônio. “O Gentilândia foi ao ataque e eu apoiei pela direita. Aí perderam a bola e o Pipiu (ponta-direita do Ceará) veio no contra-ataque e chutou. A bola pegou no travessão superior e, na volta, ele (Mitotônio) aproveitou para cabecear e caiu de joelhos, com a mão na cabeça. Eu vinha correndo atrás dele e cheguei perto e perguntei: o que foi, Mitotônio?. Ele respondeu: rapaz, parece que enfiaram uma espada na minha cabeça”, relata.
Conforme Airton Monte, o lance aconteceu nos minutos finais da primeira etapa e Mitotônio permaneceu em campo até o intervalo. “Quando eu estava voltando para o segundo tempo, passei por ele e ele estava sentado do lado de fora do gramado, com os pés dentro de um buraco, porque tava tendo reforma naquela época. Eu perguntei se ele tinha melhorado, se ia voltar e ele disse “Vô não, vomitei como um todo”. Antes do término do jogo, Mitotônio já estava sendo atendido na Assistência Municipal.

Cidade de luto


Reprodução Marcos Campos/Banco de dados)

“Repercutiu dolorosamente no seio da família esportiva cearense o falecimento ocorrido ontem, às 3 horas da madrugada, do popularíssimo craque Mitotônio”. Foi desta maneira que a edição de O POVO de 2 de abril de 1951 noticiou o falecimento de Mitotônio. O texto explorou “a tristeza e espanto” com que a cidade recebeu a tragédia.

Uma casa para a viúva do craque

A comoção causada pela morte de Mitotônio veio acompanhada por uma série de homenagens ao atleta e promessas de ajuda a família dele. A principal foi a “Campanha da Gratidão”, lançada pelo Ceará. A idéia dos alvinegros era arrecadar donativos de torcedores do clube e demais desportistas para a construção de uma residência para a família do jogador, desamparada após o falecimento de Mitotônio.
“Uma casa para a viúva do craque”, estampou O POVO no dia do lançamento da ação, em 3de abril de 1951. Na época, uma comissão organizadora foi montada na sede do Vovô, então na avenida Senador Pompeu, para receber doações. No dia 7 de abril, o Vovô decidiria o título estadual do ano anterior com o Ferroviário, e os torcedores presentes ao estádio Presidente Vargas foram convidados a colaborar com a campanha. Foi sugerida a realização de um Torneio Início, com a verba arrecadada sendo revertida para a família de Mitotônio.
Não existem registros se a casa realmente chegou a ser entregue – nem a atual diretoria do Ceará possui a informação. O POVO noticiou que Mitotônio deixava uma esposa e três filhos, porém, nenhum parente do craque foi localizado. Em Granja, o filho de uma irmã de criação de Mitotônio, conhecido como Raimundinho, disse que tanto a mãe dele quanto o atleta foram criados por uma professora do município, de nome Joana Rita da Silveira.
Conforme Raimundinho, que classifica Mitotônio de “tio”, o jogador nunca foi casado oficialmente e não possui parentes consangüíneos em Granja. “Diziam que ele tinha esposa e dois filhos em Fortaleza. Mas, para a gente, ele era solteiro”.

 

Fontes: Jornal O Povo / http://memoriafutebolcearense.blogspot.com.br/

Memória do Futebol Cearense 2: Gentilândia Atlético Clube – Fortaleza (CE)


O Gentilândia Atlético Clube O primeiro time de futebol da Gentilândia foi uma iniciativa do Sr. Paulo Araújo em 01 de janeiro de 1934, quando o Gentilândia chegou a disputar o Campeonato da Associação Desportiva Cearense (ADC), mas logo se dissolveu.

Na época estava atrelado ao Clube Social Gentilândia construído pelo Cel. José Gentil, na rua Rodolfo Teófilo, atual Valdery Uchoa. Ele foi por muito tempo o espaço de festas dançantes, de matinais e de pic-nics realizados à sombra das frondosas mangueiras, no parquinho.

Posteriormente, uma outra tentativa de erguer o clube partiu dos membros da Cruzada infantil e da Congregação Mariana da Igreja dos Remédios, com a abertura de um pequeno campo atrás da Casa das Missões, organizada pelo Padre Rafael e pelo Dr. Itamar de Santiago Espíndola.

Faziam parte da Congregação Mariana dos Remédios, os Ciarlinis (Clóvis, Moacir e Orlando, Valmir, Edmar e o Heitor Barroso, o Carlos Fu-Manchu), os Sombras (Antônio e Hugo), Gunther Wirtzbiki, os dois filhos do Dr. Arthur de Carvalho(José Arthur e Betinho), os filhos do Moacir Machado (Valci e o Caubi).

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Primeira formação do Gentilândia em 1944. Carlos Alberto, Clovis Ciarlini, Antonio Sombra, Denísio Nascimento, Jorge Baiano, Fernando Teófilo, Anselmo, Cabeludo, Moacir Ciarlini, Adelino Alcântara e Edílson Carneiro. Arquivo Pedrinho Simões.

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Gentilândia Atlético Clube, Campeão Infantil de 1949 – Da esquerda para a direita: Pepeta, Pilomba, Haroldo Guimarães, Haroldo Castelo Branco e Maurício Gafieira. Arquivo Pedrinho Simões.

O Gentilândia Atlético Clube foi campeão estadual de 1956 com seu tradicional uniforme alvi-anil. Em 24 de março de 1957, sob nova diretoria, recebe no Estádio Presidente Vargas as faixas de campeão do ano anterior, entretanto com uniforme rubro-negro.

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Gentilândia Atlético Clube em 24 de março de 1957, quando da entrega das faixas de Campeão de 1956. Em pé da esquerda para a direita: Fernando Sátiro, Teófilo, Pedrinho Simões, Basileu, Lamparina, William Pontes. Sentados: Edílson, Pipiu, Fernando Santos, Augusto e Liminnha.

Arquivo Pedrinho Simões.

Depoimento: “Infelizmente tinha na diretoria do Gentilândia uns torcedores apaixonados pelo Flamengo e achavam que o Gentilândia por ser um clube simpático, mudando as cores para rubro-negro teria mais adeptos. Mas foi uma desilusão. Descaracterizou o Gentilândia que desde sua origem era azul e branco. Ele passou a ter outra identidade, o clube foi campeão do Torneio Início em 1959, manteve boas equipes, mas não era o Gentilândia azul e branco, não era o mesmo e o Gentilândia morreu vermelho e preto”. Pedro Simões ex-goleiro do Gentilândia Atlético Clube.

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Gentilândia Atlético Clube no campeonato de 1956. Da esquerda para direita – em pé: Jombrega, Pedrinho, Quixadá, Becil, Lamparina, Célio, Teófilo, Edílson, Pipiu (capitão), Fernando Santos, Fernando Sátiro, Marcos. Arquivo Pedrinho Simões.

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Venda de jogadores do Gentilândia Atlético Clube para Portugal, 1955. Entre os negociadores na ponta esquerda Homero Farias, dirigente do Gentilândia Atlético Clube.

In. O Povo. 01/07/1955.

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Gentilândia Atlético Club em 1960. Arquivo Ércio Flávio, 1960.

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Título de sócio proprietário do gentilândia Atlético Clube, 1965. Arquivo José Cândido.

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FONTES:  Fortalezanobre.blogspot.com – Arquivo Pedrinho Simões (Objetos que contam a história do Gentilândia A.C.)