Arquivo do Autor: Juvando Oliveira

FEFB – Fundação de Estatísticas do Futebol Brasileiro

Caros colegas,

Encontrei esse site (www.fefbrasileiro.xpg.com.br) que certamente irá ser um grande vilão da RSSSF Brasil, com dados e estatísticas de competições nacionais. No entanto me parece que o site está iniciando,  mas entrarei em contato com os menbros e trarei novas noticias. Quem quizer se adiantar o email deles é: fefbrasileiro@gmail.com

Memória do Futebol Cearense 2: Gentilândia Atlético Clube – Fortaleza (CE)


O Gentilândia Atlético Clube O primeiro time de futebol da Gentilândia foi uma iniciativa do Sr. Paulo Araújo em 01 de janeiro de 1934, quando o Gentilândia chegou a disputar o Campeonato da Associação Desportiva Cearense (ADC), mas logo se dissolveu.

Na época estava atrelado ao Clube Social Gentilândia construído pelo Cel. José Gentil, na rua Rodolfo Teófilo, atual Valdery Uchoa. Ele foi por muito tempo o espaço de festas dançantes, de matinais e de pic-nics realizados à sombra das frondosas mangueiras, no parquinho.

Posteriormente, uma outra tentativa de erguer o clube partiu dos membros da Cruzada infantil e da Congregação Mariana da Igreja dos Remédios, com a abertura de um pequeno campo atrás da Casa das Missões, organizada pelo Padre Rafael e pelo Dr. Itamar de Santiago Espíndola.

Faziam parte da Congregação Mariana dos Remédios, os Ciarlinis (Clóvis, Moacir e Orlando, Valmir, Edmar e o Heitor Barroso, o Carlos Fu-Manchu), os Sombras (Antônio e Hugo), Gunther Wirtzbiki, os dois filhos do Dr. Arthur de Carvalho(José Arthur e Betinho), os filhos do Moacir Machado (Valci e o Caubi).

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Primeira formação do Gentilândia em 1944. Carlos Alberto, Clovis Ciarlini, Antonio Sombra, Denísio Nascimento, Jorge Baiano, Fernando Teófilo, Anselmo, Cabeludo, Moacir Ciarlini, Adelino Alcântara e Edílson Carneiro. Arquivo Pedrinho Simões.

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Gentilândia Atlético Clube, Campeão Infantil de 1949 – Da esquerda para a direita: Pepeta, Pilomba, Haroldo Guimarães, Haroldo Castelo Branco e Maurício Gafieira. Arquivo Pedrinho Simões.

O Gentilândia Atlético Clube foi campeão estadual de 1956 com seu tradicional uniforme alvi-anil. Em 24 de março de 1957, sob nova diretoria, recebe no Estádio Presidente Vargas as faixas de campeão do ano anterior, entretanto com uniforme rubro-negro.

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Gentilândia Atlético Clube em 24 de março de 1957, quando da entrega das faixas de Campeão de 1956. Em pé da esquerda para a direita: Fernando Sátiro, Teófilo, Pedrinho Simões, Basileu, Lamparina, William Pontes. Sentados: Edílson, Pipiu, Fernando Santos, Augusto e Liminnha.

Arquivo Pedrinho Simões.

Depoimento: “Infelizmente tinha na diretoria do Gentilândia uns torcedores apaixonados pelo Flamengo e achavam que o Gentilândia por ser um clube simpático, mudando as cores para rubro-negro teria mais adeptos. Mas foi uma desilusão. Descaracterizou o Gentilândia que desde sua origem era azul e branco. Ele passou a ter outra identidade, o clube foi campeão do Torneio Início em 1959, manteve boas equipes, mas não era o Gentilândia azul e branco, não era o mesmo e o Gentilândia morreu vermelho e preto”. Pedro Simões ex-goleiro do Gentilândia Atlético Clube.

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Gentilândia Atlético Clube no campeonato de 1956. Da esquerda para direita – em pé: Jombrega, Pedrinho, Quixadá, Becil, Lamparina, Célio, Teófilo, Edílson, Pipiu (capitão), Fernando Santos, Fernando Sátiro, Marcos. Arquivo Pedrinho Simões.

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Venda de jogadores do Gentilândia Atlético Clube para Portugal, 1955. Entre os negociadores na ponta esquerda Homero Farias, dirigente do Gentilândia Atlético Clube.

In. O Povo. 01/07/1955.

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Gentilândia Atlético Club em 1960. Arquivo Ércio Flávio, 1960.

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Título de sócio proprietário do gentilândia Atlético Clube, 1965. Arquivo José Cândido.

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FONTES:  Fortalezanobre.blogspot.com – Arquivo Pedrinho Simões (Objetos que contam a história do Gentilândia A.C.)

Memória do Futebol Amazonense – Grêmio Coariense

O Grêmio Atlético Coariense foi fundado em 06 de janeiro de 1977 na cidade de Coari, região do médio Amazonas.
Após várias disputas no futebol amador, o tricolor “Gavião” ganhou vários títulos na cidade, principalmente nos anos 90.
Em 1991, por ocasião do Torneio da Amazônia ajudou a Seleção Local (cedendo vários jogadores) a jogar contra o São Raimundo de Manaus. Em Coari o resultado foi 0 x 0 e em Manaus, 0 x 2.
Em 2003 houve a Copa Integração e o “Gavião” chegou ao vice-campeonato, com os resultados (0 x 0 e 0 x 1), ganhou o Sulamérica de Manaus.

O Profissionalismo
Em fins de 2003 a diretoria do Clube, inscreveu a quipe no profissionalismo da FAF (Federação Amazonense de Futebol) e em 2004 já jogava no profissionalismo.
Coari está em festa. Pela primeira vez disputa o campeonato amazonense de futebol profissional. O Grêmio da cidade de Coari confirmou sua intenção em seguir toda a cartilha da CBF para se profissionalizar, dentre as quais, incluem, times em todas as categorias de base; estádio com mais de 5000 lugares sentados; pagamento de diversas taxas, sede social própria, etc. O Grêmio Coariense é dirigido pelos irmãos Paçoca e Tição, dois craques que no final da década de 80 brilharam no Princesa do Solimões. Em 2004 Foi a grande surpresa do campeonato amazonense de 2004 e ainda fez belo papel na Série C nacional.
No Primeiro Turno do Amazonão 2004, a equipe chegou à finalíssima empatando com o São Raimundo no Estádio Brasil (0 x 0).
Chegou ao vice amazonense de futebol e disputou a Série C do Brasileirão, estreando no dia 01 de agosto de 2004 vencendo ao Rio Branco-AC (Campeão da Copa Norte 1997) em Rio Branco por 1 x 0.

 


Grêmio Coariense campeão Amazonense de 2005

Campeão
É Campeão, esse é o grito da torcida do Grêmio Coariense em 2005. Foi campeão vencendo o Nacional, um dos grandes clubes amazonenses. São muitas as críticas sobre o time, mas é preciso reconhecer que o esforço foi grande para chegar lá onde chegou.
Não é fácil um time do interior se destacar em qualquer nível e isso em todo lugar do mundo. Tudo joga contra ele. O mais forte é a falta de patrocinadores. As empresas, preferem patrocinar os grandes times. Os pequenos só quando crescem e as vezes os patrocínios são mixurucas.


Grêmio Coariense e Vila Nova-GO pela Copa do Brasil de 2006


A equipe do Grêmio Coariense e seu tradicional uniforme tricolor

Pediu licença em 2007 em função de dívidas.

Fonte: Timesdobrasilhd1.com.br

Memória do Futebol Mundial – Seleção Brasileira na Copa de 1930

Em sua primeira edição, a Copa do Mundo era uma experiência com gosto de aventura. Várias das maiores seleções do mundo à época, declinaram de participar. O Brasil, por sua vez, encarou o desafio

Existe um ditado chinês que diz: “as mais altas torres se erguem do chão”. Frase interessante, e cheia de significado – traz em si a ideia de que os grandes projetos demandam tempo, as maiores conquistas são fruto de esforço infatigável e que eventuais tropeços são pedras úteis para reforçar as fundações de nossos projetos de vida. Aplicando essa singela sabedoria oriental na história das Copas do Mundo, podemos dizer que a seleção brasileira é a mais alta de todas as torres construídas pelo torneio – afinal, já conquistamos cinco taças, disputamos decisões outras duas vezes, e algumas de nossas participações, mesmo sem levantar caneco, entraram para a história. E a nossa torre, no caso, também foi erguida do chão – mais precisamente, de participações pouco empolgantes e/ou fracassos dolorosos nas primeiras disputas pela taça. Com direito inclusive a derrota na estreia em Copas, contra a Iugoslávia, no já muito distante ano de 1930…

Em sua primeira edição, a Copa do Mundo era uma experiência com gosto de aventura.Várias das maiores seleções do mundo à época, como Itália, Espanha, Portugal e Alemanha, declinaram de participar devido aos altos custos e ao longo período de deslocamento – de navio – para chegar ao país sede Uruguai. Outras nações fizeram grandes sacrifícios para participar – conta-se que a Romênia só jogou a Copa porque o rei Karol II interveio pessoalmente, bancando financeiramente a expedição e garantindo junto aos patrões dos atletas que ninguém perderia o emprego por causa da viagem… O Brasil encarou esse desafio todo, mas sofreu com mais de cinco dias de viagem, o que somado ao trabalho ainda rudimentar de preparação física resultou em grande desgaste físico antes da estreia.

Além disso, outro problema fragilizou a seleção pioneira – desta feita, político. A Confederação Brasileira de Desportos (CBD), sediada na então capital Rio de Janeiro, recusou-se a integrar profissionais da Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea) na delegação que iria para o Uruguai. A implicância, motivada pela rivalidade política entre Rio e São Paulo, recebeu uma resposta dura dos paulistas. Como represália à afronta carioca, a Apea proibiu clubes paulistas de cederem jogadores para a seleção – o que privou a equipe de vários dos maiores craques da época, como Del Debbio, Feitiço, Jaú e o lendário Friedenreich.

Com isso, a seleção brasileira (que já seria, na prática, um selecionado RJ-SP) contou com um único jogador paulista – Araken, ou Abraham Patusca da Silveira para os não-íntimos. Integrante da que hoje é considerada a primeira grande fase do Santos, entrou para a história em 1927, como craque do então chamado “ataque dos cem gols”. A participação do atacante na Copa é no mínimo curiosa: brigado com a direção santista na época, Araken literalmente convidou-se para viajar, indo até o porto de Santos e aproveitando uma pausa na viagem para embarcar no navio rumo a Montevidéu… Na volta, sem clima para seguir na Vila Belmiro, assinaria com o São Paulo, onde foi campeão estadual em 1931.

Além de Araken, e apesar das ausências provocadas pelo racha entre Apea e CBD, o grupo brasileiro tinha outros jogadores de grande destaque na época. Entre eles, podemos começar citando Oscarino e Manoelzinho, considerados os maiores craque da história do Ypiranga de Niterói (RJ). Na época, os dois eram campeões estaduais pela Associação Nictheroyense – vale frisar que, naqueles tempos, o campeonato carioca era disputado por seleções citadinas e não por clubes propriamente ditos. O zagueiro Itália (do Vasco), o meia Fernando Giudicelli (Fluminense) e Moderato, gaúcho de Alegrete e então atacante do Flamengo, eram nomes considerados igualmente fortes naquele elenco pioneiro.

João Coelho Neto, o Prego (que mais tarde desceu na hierarquia dos apelidos e virou Preguinho) era talvez o maior destaque individual daquele time. Além de famoso pela sua capacidade de marcar gols, a relação de amor do atacante com o Fluminense entrou para a história. Sua família foi uma das fundadoras do clube, e diz-se que virou sócio antes mesmo de ser batizado, detentor que era da inscrição nº 20 do quadro social do Pó de Arroz. Defendeu o Fluminense em nada menos que oito esportes diferentes, e conquistou para o tricolor carioca impressionantes 55 títulos (!) e 387 medalhas (!!!) durante sua carreira. E tudo isso sem cobrar um tostão: apaixonado pelo Fluminense, Preguinho manteve-se amador mesmo quando o profissionalismo chegou ao futebol, defendendo as cores do clube de 1925 a 1938. Convenhamos, não é à toa que virou benemérito e hoje em dia dá nome ao ginásio que fica ao lado do Estádio das Laranjeiras…

Para comandar esse plantel fragilizado pelas ausências, mas ainda assim dotado de bons nomes, a CBD indicou o ex-jogador Píndaro de Carvalho Rodrigues. Entre outros feitos, o então defensor participou do primeiríssimo jogo de futebol da história do Clube de Regatas Flamengo – a saber, uma estrondosa goleada de 16 a 2 sobre o pobre-diabo Mangueira, ocorrida no dia 3 de maio de 1912. Defendeu o clube por dez anos, disputando mais de oitenta partidas e marcando três gols em sua carreira. Vestiu também a camisa canarinho (então branca como a virtude, mas enfim) em oito oportunidades, inclusive conquistando a Copa América de 1919. Píndaro tinha, portanto, uma história respeitável dentro do futebol – que talvez não tenha sido suficiente para arrumar a bagunça daquela primeira participação em Copas, mas que justificava plenamente a escolha dele para tão importante posto. Vale citar, porém, que Píndaro chegou em Montevideo depois dos seus atletas, vários deles vindo a conhecer seu comandante já em solo uruguaio…

Voltemos, então, ao Uruguai e à Copa que deu início a todas as Copas. O Brasil era cabeça de chave no Grupo 2, onde jogariam também Iugoslávia e Bolívia, classificando-se apenas o campeão para a fase semifinal. A disputa, como de praxe posteriormente, era em turno único, e cada seleção teria apenas duas partidas para definir o seu destino. Mesmo com todos os problemas, os brasileiros eram dados como favoritos – muito devido ao desempenho recente do time, com várias vitórias em amistosos contra equipes internacionais como Ferencvaros (HUN) e Rampla Juniors (URU). Confiantes, apesar de tudo, num bom resultado, a equipe brasileira entrou em campo para encarar a Iugoslávia, às 12h45 do dia 14 de julho de 1930, com Joel; Brilhante e Itália; Hermógenes, Fausto e Fernando Giudicelli; Poly, Araken, Prego, Nilo e Teóphilo.

A grande estreia brasileira em Copas, no entanto, foi decepcionante. Já aos 21mins de jogo, o atacante Aleksandar Tirnanić, na época com meros 19 anos de idade, fez o primeiro gol dos iugoslavos, para surpresa dos cerca de cinco mil torcedores presentes ao Parque Central de Montevideo. Oito minutos depois, Yvan Beck (que, vejam só, defenderia a seleção da França cinco anos depois) marcou o segundo. Sem o melhor preparo físico, os atletas brasileiros tiveram dificuldades para buscar uma reação – somente aos 17mins do segundo tempo o prejuízo seria diminuído, com nosso amigo Prego acertando um “placed shot” (abraço, FM). Foi nosso primeiro gol em Copas do Mundo – pena que a história se escreveu em tristes circunstâncias, com a derrota de 2 a 1 para os iugoslavos e a classificação para as semifinais transformada num sonho praticamente inalcançável. Uma derrota que, paradoxalmente, gerou muita festa no Brasil – mais especificamente em São Paulo, onde houve aglomeração em frente a sedes de jornais para comemorar o fracasso dos “cariocas”…

Como a Iugoslávia enfrentaria a Bolívia três dias depois, e como até então os bolivianos jamais haviam vencido nenhuma partida em sua história, a chance do Brasil entrar em campo já eliminado era bastante alta. E assim foi: apesar da bravura boliviana, segurando um empate até o começo do segundo tempo, os iugoslavos abriram a porteira e acabaram patrolando os adversários com um categórico 4 a 0. Restava aos brasileiros, portanto, jogar pela honra a partida derradeira contra os bolivianos. Com a equipe bastante modificada em relação a da estreia, nossa seleção conquistou sua primeira vitória em Mundiais, com um 4 a 0 honrado e cheio de brio. Além de Prego, que marcou dois gols e somou-os ao gol inaugural para ser nosso artilheiro naquela Copa, os destaques vão para o alegretense Moderato, autor dos outros dois tentos do jogo, para Fausto (que jogou tão bem na Copa que ganhou a alcunha “Maravilha Negra” e acabou contratado pelo Barcelona) e para Velloso, que substituiu Joel debaixo das traves e defendeu um pênalti quando a partida ainda estava no zero a zero.

Uma vitória que, se não serviu para nada em termos de classificação, mostrou qual seria a nossa tendência em Mundiais, sendo o primeiro de sessenta e quatro triunfos em dezoito edições do torneio. E que emprestou dignidade a uma participação pioneira e a um grupo de atletas idem. Mesmo fragilizado e privado de vários craques por conta de picuinhas que hoje soam ridículas, o Brasil fez o melhor que pôde, dadas as circunstâncias. E é como foi dito no início: toda torre começa do chão, e toda a história tem um primeiro capítulo. Esse foi o nosso – talvez não tão glorioso quanto outros que se seguiriam, mas ainda assim um belo capítulo. Corajoso, cheio de desafios e apontando para o futuro.

Fonte:  Brasildefato.com.br

Mémória do Futebol Cearense – O dia em que Ceará e Fortaleza se uniram.

Conheça a história do único dia em que Ceará e Fortaleza estiveram do mesmo lado do campo. Em 1982, as equipes se juntaram para enfrentar o Flamengo, então campeão mundial. E o combinado cearense venceu, por 2 a 0, em noite de Castelão lotado.

Quase 50 mil pessoas foram ao estádio Castelão para ver o combinado de Ceará e Fortaleza (direita) vencer o todo-poderoso Flamengo (esquerda), então campeão mundial, dos craques Zico e Júnior (Foto: Evilázio Bezerra/Fotoreprodução Leocácio Ferreira)  

Quase 50 mil pessoas foram ao estádio Castelão para ver o combinado de Ceará e Fortaleza (direita) vencer o todo-poderoso Flamengo (esquerda), então campeão mundial, dos craques Zico e Júnior (Foto: Evilázio Bezerra/Fotoreprodução Leocácio Ferreira)

O jogo foi numa quinta-feira à noite, 2 de setembro de 1982. Às 21h30min, a bola rolou para o combinado de Ceará e Fortaleza enfrentar e vencer o todo-poderoso Flamengo de Zico, campeão mundial, por 2 a 0. Em promoção da Federação Cearense de Futebol (FCF), os melhores jogadores dos dois principais clubes do Estado se reuniram para este amistoso com pinta de clássico do Campeonato Brasileiro. “O Flamengo era considerado o melhor time do Brasil. Por isso, a gente se sentiu muito motivado“, conta Josué, ponta-direita na partida histórica e atualmente técnico do Tiradentes.

E diferente do que poderia se imaginar atualmente, alvinegros e tricolores frequentaram a mesma arquibancada e, juntos, vibraram pelo mesmo time. União bem distante nos dias de hoje, quando os confrontos espantam os torcedores que não fazem parte das torcidas organizadas. A tranquilidade na época era tão grande que até ônibus extras foram disponibilizados naquela noite. Ao total, um total de 126 fez o transporte do público.

O presidente da comissão de arbitragem da FCF e árbitro no amistoso, Leandro Serpa, lembra que pouco se via manifestações de violência nos estádios. “O pessoal caminhava de braços dados na rua“. Naquela partida, até em campo, os jogadores se respeitaram. “Foi muito tranquilo apitar. No final, ninguém reclamou“, ressalta Serpa. O ex-meia do Flamengo e técnico do time master do Mengão, Adílio, relembra que foi um jogo de muita festa. “Fomos tratados com muito carinho. Não lembro de ter visto nenhum resquício de violência, nem dentro nem fora de campo“.

A lembrança não muda quando o preparador de goleiros do Fortaleza, Salvino, conta como foi a chegada dos torcedores ao jogo. “Foram torcedores por causa da gente. Mas muitos para ver o Flamengo. Todos torcendo em paz“. O coronel Joseneas Barroso, presidente da FCF à época, também destaca o clima de tranquilidade e a união das duas torcidas. “Não teve incidente. Nada dessas coisas de confusão, típicas de hoje. As duas torcidas se respeitavam“.

Hoje, quase 28 anos após esta partida histórica, a realidade nos estádios do futebol cearense é bem outra. Seja em Clássico-Rei ou em jogos de menor porte, a violência entre torcedores se tornou ação corriqueira. Atitudes que poderiam ser abandonadas no futebol. “Para se ter ideia, tinha muita criança e mulher no estádio. As pessoas iam pra torcer. Hoje, a gente vê eles (torcedores) marcando briga até pela Internet“, finalizou Josué.

(Banco de dados)
O Flamengo começou melhor e teve três chances claras de marcar antes de sofrer o primeiro gol. Mas, aos poucos, o time cearense começou a se impor e dominou as ações ofensivas. “Sabíamos que o Flamengo vinha de uma maratona de jogos, então aproveitamos nosso preparo físico“, conta Salvino.

O primeiro gol saiu dos pés de Ademir Patrício, batendo forte na saída de Cantarelli após belo passe de Zé Eduardo, aos 14 minutos do primeiro. O segundo gol veio aos 32 minutos da etapa final com Adílton, após passe de Alves. “Foi um jogo importante para a gente. O Flamengo era o melhor do mundo“, garante Josué.

No final, Zico admitiu que os cearenses jogaram melhor. “Não fomos bem. O time deles se saiu bem melhor“. Leandro Serpa, árbitro da partida, lembra bem. “Eu diria que fiquei surpreso. O Flamengo, que era campeão do mundo, admitiu a derrota”.

AMISTOSO

COMBINADO 2 – Lulinha (Salvino); João Carlos, Lula, Pedro Basílio e Clésio; Alves, Nelson (Jorge Luís Albuquerque) e Zé Eduardo; Geraldino Saravá (Josué), Ademir Patrício (Assis Paraíba) e Ramon (Adílton). Técnicos: Sérgio Rêdes e Moésio Gomes

FLAMENGO 0 – Cantarelli; Antunes, Mazinho, Mozer (Nunes) e Júnior (Ademar); Andrade (Pompéia), Adílio e Zico; Lico, Tita e Victor. Técnico: Paulo César Carpegianni

Local: Estádio Castelão

Data: 2/9/1982

Horário: 21h30min

Árbitro: Leandro Serpa

Assistentes: Luiz Vieira Vila Nova e Emanuel Gurgel

Renda: Cr$ 19.002.900

Público: 46.680 pagantes

Gols: Ademir Patrício (14min 1ºT) e Adílton (32min 2ºT), para o combinado Ceará/Fortaleza

Cartão amarelo: Mazinho (Flamengo)

QUEM ERA QUEM
Do elenco que disputou o amistoso, eram oito jogadores do Ceará e oito do Fortaleza. Moésio Gomes (Fortaleza) e Sérgio Rêdes (Ceará), hoje colunista do O POVO, comandaram o time cearense.

CEARÁ
Lulinha
João Carlos
Lula
Alves
Jorge Luís Albuquerque
Josué
Ademir Patrício
Ramon

FORTALEZA
Salvino
Pedro Basílio
Clésio
Nelson
Zé Eduardo
Geraldino Saravá
Assis Paraíba
Adílton

EMAIS

– Logo após o amistoso com o Flamengo, a FCF pensou em trazer o Vasco da Gama. Mas não deu. Contudo, Joseneas Barroso relembra que quase trouxe a seleção russa. “Eles estavam jogando na América do Sul e só não vieram por falta de datas“.

– O Flamengo acabara de vencer o Fluminense pelo Estadual do Rio, no domingo, dia 29 de agosto, com três gols no primeiro tempo. Um torcedor tricolor invadiu o campo e pediu piedade.

– Nos anos 50, o Flamengo já havia enfrentado duas vezes um combinado cearense. Em 14 de junho de 1959, 3×1 contra o mistão de Fortaleza e América. No dia 17, goleada por 6×0 no Combinado de Nacional, Calouros do Ar, Ceará, Ferroviário e Usina Ceará.

– O Rubro-Negro aproveitou para acertar o empréstimo do meia leonino Viegas, então com 20 anos.

Como foi o jogo

Fonte: Jornal O Povo

Memória do Futebol Potiguar – Baraúnas

Antes de ser clube de futebol, o Baraunas era um bloco de carnaval em Mossoró. Tendo à frente, o Sr. Vicente Eufrásio, o bloco de rua do bairro Doze Anos costumava ganhar os mais importantes títulos. Naquele tempo, existia uma acirrada disputa entre o Salinista (Agremiação sediada no Bairro São José) – que também tinha um time de futebol –  e o Baraúnas.  Alguns integrantes do Barúnas decidiram levar também para os gramados a rivalidade que existia na Avenida. Até então as duas maiores forças do futebol local, eram o Salinista e o Potiguar.

O nome Baraúnas foi inspirado no cacique Baraúnas, líder da tribo Monxorós, que habitava na região.

A primeira formação do Baraúnas em 1960.

Com a fundação do Esporte Clube Baraúnas, no dia 14 de Janeiro de 1960, tendo como berço a sede do Centro dos Artistas – Doze Anos, local dos grandes bailes carnavalescos do tricolor, onde hoje está  o Edifício Francisco Heronildes da Silva. Por volta das 20:00 hs, lá estavam reunidos: Alberto Mendes de Freitas (Redator do Primeiro Estatuto do Clube), Expedito Mariano de Azevedo (Vereador Expedito Bolão), Jose Raimundo Nogueira (Zé Cabeça), Francisco Martins de Medeiros (Chico Geraldo), Francisco Noberto da Silva, Manoel Sebastião Fernandes Pedrosa, Manoel Marinho Guimarães, Raimundo Dan- tas(Rene) e Zoívo Barbosa de Menezes (Primeiro Treinador), que após defi nirem as metas iniciais, declararam fundada a mais nova agremiação esportista da terra de Santa Luzia.

Em 1966, o Esporte Clube Baraúnas muda sua razão social, para Associação Cultural Esporte Clube Baraúnas. O Leão do Oeste teve grandes participações no estadual, pricnipalmente nos anos 80. Em 1987, o clube foi vice campeão do estado.

Os grandes jogadores que vestiram a camisa do Baraúnas dando muitas glórias e conquistas: Etevaldo, Cícero Ramalho, Neto, Batista, Walmir Preto, Xavier, Luciano Paraíba, Izaías, Nildo, Robinho, Índio, Maurício Pantera, Lourinho, Fausto, Nonato e Washington.�

Conquistas

Criado em 1960, o Baraúnas não demorou muito para começar a levantar troféus. Venceu o Campeonato Mossoroense cinco vezes (1961, 1962, 1963, 1967 e 1977). Título importante, porém, só veio em 2004, quando o clube levantou a taça da Copa RN.

No ano seguinte, a agremiação ganhou projeção nacional após fazer uma bela campanha na Copa do Brasil de 2005. O time de Mossoró surpreendeu os especialistas e chegou às quartas-de-final do torneio, desbancando América-MG, Vitória-BA e Vasco.

Com a base criada após a Copa do Brasil, o Baraúnas conquistou o principal título da história do clube: o Campeonato Potiguar de 2006. Em duas finais emocionantes, que terminaram 0 a 0, o Baraúnas levou o troféu em cima de seu maior rival, o Potiguar de Mossoró, por ter feito a melhor campanha do campeonato.

No ano seguinte a glória, o Leão do Norte repetiu o feito de 2004, ficando com a taça da Copa RN de 2007.

Polêmicas

No ano de 2006, quando o Baraúnas já era campeão estadual, a Justiça Desportiva do Rio Grande do Norte reverteu o título do clube, graças a uma briga nos tribunais envolvendo ABC e ASSU.

Os dois clubes pleiteavam uma vaga na semifinal do Campeonato Potiguar daquele ano, vaga esta que acabou ficando com o ABC. Porém, este seria eliminado pelo Potiguar nas semifinais. O ASSU, por sua vez, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, no Rio de Janeiro, e conseguiu anular as partidas disputadas pelo ABC nas semifinais. Entretanto, após disputa em campo com o Potiguar, o ASSU também foi eliminado.

Na decisão do campeonato, a qual fora repetida após a anulação das partidas, o Baraúnas bateu novamente o Potiguar e foi o campeão.

O Baraúnas foi eliminado da Copa do Brasil de 2007 por um erro da CBF. O Baraúnas havia eliminado o Vitória; entretanto, o STJD desclassificou o clube por ter supostamente utilizado um jogador não inscrito na competição.

Posteriormente, a CBF admitiu que seu departamento de registro havia cometido um equívoco, porém sem reaver a vaga conquistada pelo Baraúnas.

Fontes: Arquivodeclubes.com, Jornal Tribuna do Norte, Baraúnas Sítio Oficial, Sítio Fúria Jovem e Wikipedia