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Brasil Sport Club – Curitiba (PR): Uma participação na Elite Paranaense

O Brasil Sport Club foi uma agremiação esportiva da cidade Curitiba (PR). Fundada em 07 de setembro de 1917. Sua sede ficava no bairro do Juvevê. Disputou os campeonatos suburbanos da capital paranaense por muitos anos. Já no seu primeiro campeonato em 1919 a equipe sagrou-se campeã suburbana da recém reorganizada Liga Sportiva Municipal (LSM). O campeonato contou com 10 participantes: Brasil SC; Elite FC; Aimoré SC; Ipiranga FC; Pinheiro SC; Torino FC; Belo Horizonte; Paraná SC; Tiradentes FC e Americano.

Após o título a equipe só retornaria a jogar a suburbana em 1922 – Liga Sportiva Curitibana (LSC); 1923 – Liga Sportiva Municipal (LSM). Após um hiato de 4 anos a equipe retorna em 1928 – Liga Curitibana de Desportos (LCD).

Em 1929 a equipe se inscreve para jogar o campeonato Estadual organizado pela Federação Paranaense de Desportos (FPD). O Brasil S.C. iria pela primeira vez enfrentar os grandes da cidade. Em um campeonato que reuniu 8 equipes a equipe Auriverde terminou em um honroso 5º lugar, atrás apenas dos 4 grandes (Atlético, Palestra Itália, Britânia e Coritiba).

Campanha do Brasil SC em 1929:

Turno

28/04 – Brasil 1-4 Palestra Itália
13/05 – Bangu 2-1 Brasil
16/06 – Coritiba 4-1 Brasil
07/07 – Atlético 4-1 Brasil
28/07 – Brasil 4-1 Paranaense
11/08 – Britânia 2-2 Brasil
25/08 – Brasil 6-0 Aquidaban

Returno

24/11 – Palestra Itália 3-0 Brasil
15/12 – Brasil 1-5 Coritiba
29/12 – Brasil 3-4 Britânia
19/01/1930 – Brasil 2-2 Atlético
26/01/1930 – Brasil 3-1 Bangu

3V – 2E – 7D – 25 GP – 32GC – 8PG – 16PP

A equipe consegui empates importantes frete ao Atlético e ao Britânia.

Após se aventurar entre os grandes a equipe retornou aos campeonatos suburbanos em 1932 – Liga Suburbana Independente (LSI) e 1933 – Liga Independente Suburbana de Curitiba (LISC). No fim de 1933 a equipe muda seu nome e passa a denominar-se Palmeira FC e voltaria a vencer os campeonatos suburbanos em 1940 e 1942. Mas essa História merece um capítulo à parte…

Fontes:

– Arquivos de Levi Mulford Chrestenzen
– Recortes do jorna Tribuna do Paraná 07/09/1959
– Livro Futebol do Paraná – 100 anos de História (2005) – Heriberto Ivan Machado e Levi Mulford Chrestenzen
Agradecimento especial ao depoimento do Sr Levi com informações do escudo e do uniforme e ao Jornalista e Pesquisador Sergio Mello pelo redesenho dos mesmos.

Verdadeiro Escudo do Fênix Football Club, de São Luís (1918)

Tempos atrás, foi levantada uma questão importante no Blog; a veracidade das cores e do escudo do extinto clube maranhense Fênix Football Club que circulavam pela internet. Pois bem. Fiquei de pesquisar mais sobre o assunto e complementar o primeiro artigo sobre o Fênix, que inclusive foi o artigo da semana, com as informações pertinentes.

Primeiramente conversei com o colega e pesquisador ludovicense Claunísio Amorim, autor de “Terra, Grama e Paralelepípedos” na Feira do Livro em São Luís que me veio com a primeira descoberta e surpresa; as verdadeiras cores do Fênix eram semelhantes às do Peñarol, do Uruguai, ou seja, o amarelo e o preto, diferentes das conhecidas cores difundidas para esse clube na internet, que são o azul e o branco.

Claunísio falou-me também sobre um pesquisador, pernambucano de Itamaracá, de nome Luciano da Silva, amigo do falecido Dejard Ramos Martins, autor do clássico “Esporte, um Mergulho no Tempo“, que havia recebido deste falecido jornalista ludovicense alguns escudos de clubes maranhenses das primeiras eras e já extintos, que Dejard adquiriu quando de sua pesquisa na década de 80.

Entrei em contato através de e-mail com o Sr. Luciano da Silva, que me respondeu pronta e educadamente, enviando-me os escudos raros, alguns dos quais já postados aqui, que havia adquirido do saudoso Dejard Martins.

Mais uma surpresa! O escudo do Fênix veiculado nos sites, com a ave mitológica pousada sobre um brasão azul e branco, com as iniciais FAC (Fênix Athletic Clube, o 2º nome do Fênix), em nada lembra o verdadeiro escudo do pioneiro Fênix, que consiste em um distintivo em amarelo e preto, com a figura da fênix em alto relevo, centralizada, em cor branca.

Fiquei muito feliz com a contribuição do Sr. Luciano da Silva, grande pesquisador do futebol, e feliz também por poder compartilhar com todos aqui do Blog HF mais esta interessante descoberta. Agradeço em especial ao Mário Ielo, que tanto me cobrou e me fez correr atrás de mais um escudo perdido e desmistificado!

Só não sei se, depois do ressurgimento do Fênix com o 2º nome, houve também mudança nas cores, o que explicaria o escudo em azul e branco. Se não, podemos jogar por terra o dito escudo e eleger, a partir de agora, este aqui como escudo oficial do extinto clube…pelo menos de sua primeira formação.

A foto de 1924 está aí pra comprovar a conformação do uniforme e do escudo, pelo tosco contorno que existe na camisa do goal-keeper; mesmo com a péssima qualidade, dá pra notar o contorno igual ao escudo que aqui vos trago. Além disso, vos deixo o contato do Sr. Luciano e do Claunísio para quem quiser tirar as dúvidas sobre a veracidade dos escudos, ou mesmo quiser recebê-los. Eles fazem falta aqui no Blog, podem ter certeza!

Luciano da Silva: mayrik@oi.com.br

Claunísio Amorim: claunisio@hotmail.com

ESCUDO QUE CIRCULA PELA INTERNET (possivelmente falso ou pertencente ao 2º Fênix):

ESCUDO VERDADEIRO DO FÊNIX FOOTBALL CLUB (Fundado em 1918):

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Ajudem a divulgar, citando as devidas fontes…obrigado e abraços a todos,

Ramssés.

Aliados: escudo e fichas de grandes jogos

escudos aliadosFui alertado pelo Ielo de que o escudo do Aliados permanecia inédito, e fui atrás. Não achei nada em cartório, mas entrevistei um dos últimos torcedores do Aliados, o senhor Vivaldino Athayde. Viva, como é mais conhecido, se tornou torcedor do Inter de Lages quando o Aliados fechou as portas, mas ainda guarda uma carteirinha de sócio do Aliados com o escudo original do time: um círculo de bordas vermelhas com a parte interna amarela, onde se inscreve em letras vermelhas e justificadas a palavra ALIADOS.

Eu já havia visto nas fotos do time outros dois escudos, sempre no formato circular. Um exatamente igual ao do América do Rio, apenas invertendo as cores: letras vermelhas em fundo branco. O outro foi usado nas camisas do goleiro Tena: círculo branco com as iniciais AFC em arial negrito. Também há registro do Aliados jogando com camisas brancas com a inscrição do nome ALIADOS F.C. no peito.

aliados

Viva explica a confusão dos escudos: “O escudo oficial é o círculo com Aliados escrito dentro, ocupando toda a área. O problema é que esse escudo era bordado em Porto Alegre, em Lages tinha que ser bordado à mão e era difícil. Assim, quando um jogo de camisa estragava, não tinha escudo para repor. Por isso o Aliados jogou muitas vezes sem escudo, ou só escrito o nome, ou com o escudo AFC na camisa do Tena. Depois disso, um diretor aliadino que era torcedor do América, trouxe do Rio vários escudos do América para bordar,  já que as iniciais eram as mesmas, mas foi usado em um jogo e os torcedores não gostaram. Essa confusão era só na camisa mesmo, o escudo oficial sempre foi o círculo com o nome Aliados dentro, com a letra no formato do escudo do América”.

Assim, nas palavras de um de seus últimos sócios, o Aliados tem finalmente o mistério do escudo esclarecido. O oficial é este, publicado neste artigo, e que pode ser visto também na foto, nas camisas dos jogadores de linha. Note-se, na camisa do goleiro, o escudo com as iniciais em arial.

***

Depois de oito anos disputando amistosos e torneios não oficiais, o Aliados venceu o primeiro campeonato municipal de Lages ao bater o Vasco, na final, por 2×1, em 1951.  Os dois gols aliadinos foram marcador por Túlio Bolão, ambos de cabeça. Além de exímio cabeceador, Túlio ficou conhecido em Lages pelos gols de bicicleta e por ser ritmista da Orquestra Guanabara, que animava os mais finos bailes sociais da cidade, e também os convescotes das casas noturnas alternativas.

Naquele mesmo ano, o Aliados recebeu as faixas do poderoso Carlos Renaux, de Brusque, que reluzia o famoso ataque formado por Julinho, Aderbal, Teixeirinha, Euclides e Petruski. Os brusquenses venceram por 5×4.

Campeão lageano de 1951, o Aliados representou a cidade no campeonato catarinense daquele ano, que só veio a ser disputado em 1952. Em jogos de ida e volta, os aliadinos foram eliminados ao perder a prorrogação no jogo de volta para o Cruzeiro, do Joaçaba. Depois daquelas partidas, os principais jogadores do Cruzeiro – Vicente, Orá, Bodinho, Ortiz, Esnel e Dinha – seriam contratados por três clubes lageanos, Aliados, Inter e Vasco. Anos mais tarde Esnel chegaria à Ponte, ao São Paulo e à seleção brasileira, enquanto Dinha seria titular no Grêmio de Porto Alegre. Mas aí já é história para outro artigo.

Fichas dos jogos citados:

Aliados 2×1 Vasco
1º Campeonato Citadino de Lages – 16 de setembro de 1951
Estádio Municipal Areião de Copacabana – Lages
Renda: Cr$ 4290,00
Árbitro: Tenente Jorge Klier
Aliados: Isauro, Russil e Félix; Decarli, Lambança e Brandão; Túlio, Eustálio, Emilio, Aldo Neves e Guinha.
Vasco: Daniel, Gevaerd e Juca; Bertoldo, Nuta e Erasmo; Miro, Bertoli, Tavares, Edu e Ernani.
Gols: Túlio e Guinha, ambos de cabeça, para o Aliados; e Miro para o Vasco, todos no 1° tempo.
Obs.: Com esse resultado o Aliados conquistou o Campeonato Citadino de 1951.

Aliados 4×5 Carlos Renaux (Brusque)
16 de novembro de 1951 – Entrega de faixas para o Aliados
Estádio Municipal Areião de Copacabana – Lages
Árbitro: Dirceu Mendes
Aliados: Isauro (Andrade), Russil e Félix; Vicente, Binha e Wilton; Tulio, Eustálio, Emilio, Aldo Neves e Guinha (Luzardo).
Renaux: Mário, Afonso e Ivo; João, Bolonini e Calico; Julinho, Aderbal, Teixeirinha, Euclides e Petruski.
Gols: Teixeirinha, Euclides, Aderbal (2) e Russil (contra) para o Renaux; Guinha (2), Vicente e Túlio para o Aliados.

Cruzeiro (Joaçaba) 2×2 Aliados
27 de abril de 1952 – Campeonato Catarinense de 1951
Estádio Oscar Rodrigues da Nova – Joaçaba
Gols: Emilio e Guinha para o Aliados; Bodinho e Gérson para o Cruzeiro.

Aliados 2×2 Cruzeiro (Joaçaba)

4 de maio de 1952 – Campeonato Catarinense de 1951
Estádio Municipal Areião de Copacabana – Lages
Árbitro: Newton Manguilhote
Aliados: Isauro, Russil e Wilton Meningite; Decarli, Jorge e Lambança; Túlio Bolão, Aldo, Emílio, Eustálio e Guinha.
Cruzeiro: Pedrinho, Chico e Konder; Elpídio, Vicente e Orá; Bodinho, Gérson, Ortiz, Esnel e Dinha.
Gols: Ortiz (Cruzeiro) aos 9 e Aldo Neves (falta) aos 20 do 1° tempo; Guinha aos 3 e Esnel (Cruzeiro) aos 43 do 2° tempo.
Obs.: Na prorrogação o Cruzeiro venceu por 3×1 e eliminou o Aliados. Ortiz (2) e Bodinho marcaram para o Cruzeiro e Emilio descontou para o Aliados.

Fontes: Vivaldino Athayde, uma identificação de sócio do Aliados, acervo do autor, acervo do Correio Lageano. Foto do Aliados: acervo Clóvis Fava / Blog do Pardal. Arte do escudo: Daniel Galvani.

Verdadeiro escudo do Fabril Athletic Club (FAC), de São Luís (MA)

Tempos atrás, em um artigo sobre o Fênix Football Club, surgiu a discussão sobre o seu escudo e sobre o verdadeiro escudo do Fabril Athletic Club (posteriormente denominado Football Athletic Club, após reinauguração), o saudoso FAC (leia-se “éfe á cê”, visto que, se observarmos no hino do clube já postado por mim, essa é a única forma que induz à rima na estrofe seguinte, foi também o que me disse o pesquisador com o qual conversei).

Pois bem. Fiquei sabendo pelo Mário Ielo que é divulgado por aí, em alguns sites especializados em escudos e distintivos, um escudo “fake” do Fabril aos moldes do escudo do São Paulo da Floresta, o que é impossível, já que o FAC é bem anterior ao surgimento deste clube e remonta a 1906!

Por isso, venho através deste artigo, além de atender a um pedido do Mário Ielo, desmistificar de vez a dúvida sobre o verdeiro distintivo do FAC, trazendo, inclusive, a citação da fonte ( a ilustração em uma edição do Jornal Pequeno de 1957) no livro do Claunísio Amorim, um dos maiores pesquisadores do futebol maranhense.

Peço desculpas pelo desenho pois, como sou leigo em “Photoshop”, resolvi fazer à mão livre mesmo então, caso achem a ilustração de baixa qualidade, tenham a total liberdade de manipular em algum software para deixá-lo mais adequado à divulgação posterior.

Enfim, final de polêmica, espero que divulguem o verdadeiro escudo (se é que não já foi postado aqui no Blog anteriormente) e tenham gostado do artigo…

 

FONTE:

“Terra, Grama e Paralelepípedos”, de Claunísio Amorim Carvalho. Edit. Café & Lápis, São Luís, 2009.

Fênix Foot-ball Club de São Luís

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O Fênix Foot-ball Club surge já em um período de popularização do esporte bretão na capital maranhense. Isso tudo após domínio absoluto do FAC desde os idos de 1906 e, anos mais tarde, do Luso Brasileiro.

Segundo o principal jornal da época, “A Pacotilha” (que também foi o principal veículo de comunicação do FAC defendendo, por muito tempo, seus interesses), o Fênix F. C. foi fundado em 1918, juntamente com outros inúmeros clubes futebolísticos e associações desportivas que se multiplicavam, denotando o “engatinhar” da massificação e, consequentemente, do profissionalismo, e o “princípio do fim” do amadorismo relacionado a esse esporte em terras timbiras.

O Fênix surgiu como um clube de pequeno porte, provavelmente sem sede adequada e locatário de campos de outras equipes para o mando dos seus jogos. Como exemplo disso, um jogo entre FAC e Fênix foi assim descrito na imprensa: enquanto o FAC era chamado de “o veterano no foot-ball do Maranhão” ou o “grêmio milionário”, o Fênix era tido como “um clube pequeno, apesar de esforçado”.

É preciso entender que o  início da popularização do “foot-ball association” em São Luís foi fortemente influenciado pela figura de Gentil Silva (de pensamento contrário ao do elitista e conservador sportman Nhozinho Santos, que foi fundador do FAC) que, ao sair do FAC, acaba fundando o Onze Maranhense Foot-ball Club e induzindo o surgimento de outras agremiações, com a inclusão de atletas não mais obrigatoriamente pertencentes à elite local; peladeiros, funcionários das fábricas, pescadores, ambulantes. Além da participação de jogadores das mais diversas etnias.

O time do Fênix não fugiu à essa regra de massificação; boa parte do seu elenco era composto de afrodescendentes e foi com esse plantel miscigenado que o clube conquistou o Campeonato Maranhense de 1921, vencendo clubes tradicionais e protecionistas quanto ao “não amadorismo” e “miscigenação” no foot-ball local.

A partir do final da década de 10 e início da década de 20, o que se viu nos campos maranhenses foi o negro, o mestiço e o pobre ocupando cada vez mais espaço dentro do foot-ball…e ganhando respeito e admiração, dentro e fora das 4 linhas! As aclamadas seleções maranhenses de 1927 e 1928 eram já quase que compostas em sua totalidade por afrodescendentes, indivíduos estes que gozavam de grande prestígio em São Luís.

Quanto ao Fênix F. C., faltam mais dados para uma “biografia” definitiva do clube, a serem aqui acrescentados assim que necessário. O certo é que o aspecto multiracial do plantel permaneceu intacto até os dias da foto acima postada e, com certeza, continuou até o fim das atividades da saudosa agremiação, provavelmente no final dos anos 20 ou início dos anos 30.

Era o aparecimento do profissionalismo no foot-ball maranhense. E era um caminho sem volta…

FONTE:

Claunísio Amorim Carvalho. Terra, Grama e Paralelepípedos. Ed. Café e Lápis, 2009. São Luís.

O Hino do FAC (Foot-ball Athletic Club) de São Luís em 1916

O hino do FAC, clube de futebol pioneiro em São Luís, (antigo Fabril Athletic Club, resurgido em 1916 como Foot-ball Athletic Club), intitulado “Canto da Vitória”, revelava a força que o clube atribuía a si, fato aliás comum a todos os hinos:

“Aléguap – Aléguap. | Hipp – Hurrah.

Canto:

Ao campo, à luta | A vós se escuta | De uma vitória,

Vamos, gigantes, | E confiantes. | De ter a glória

Lutar, lutar.| Sem descansar | Um só momento;

Para vencer,| Tudo fazer,| Sem desalento!

(coro estribilho)

Lutemos todos pela vitória,| Guardando a glória|

Que ela nos dê:

Voltando grande, puro e eloqüente| Somos ardente|

Ao F.A.C.| Mostremos que na nossa camisa,| Uma divisa| Nobre se lê

Por juventude forte e viril!| Pelo Brasil!| Pelo F.A.C.

(canto)

E tremular| Com honra e valor,| Sempre a bandeira

Linda, altaneira,| Do tricolor.| Que cada um,

Dizê-lo possa,| Forte e potente| E altivamente:|

Aquela é nossa!!!

(coro estribilho)

Lutemos pela vitória,| Guardando a glória| Etc., etc., etc.”

O FAC dominou o cenário futebolístico local durante muito tempo, ficando conhecido, inclusive, fora do Estado através de seus intercâmbios e parcerias mas, a partir de 1918, ganhou um adversário de peso na capital maranhense, o SC Luso Brasileiro, com o qual teve confrontos memoráveis, surgindo, daí, grande rivalidade. Isso tudo antes do surgimento de Sampaio Corrêa, Moto Club e Maranhão Atlético Clube ou seja, antes de 1923, mas essa já é uma outra história…

FONTE:

Claunísio Amorim Carvalho

“Terra, grama e paralelepípedos (os primeiros tempos do futebol em São Luís: 1906-1930)”

Ed. Café & Lápis, São Luís, 2009.

Nota na imprensa sobre a reinauguração do FAC (Football Athletic Club) de São Luís, em 1916

O F. A. Clube

“Decorreu animadíssimo o baile á fantasia realisado na noite de ante-ontem, pelo F. A. Clube, na sua séde á rua Grande, para comemorar a sua inauguração oficial.

O confortável edifício apresenta garrida ornamentação, quer externa, quer internamente, a par da mais profusa iluminação.

Os seus vastos salões, artisticamente engalanados, realçavam esplendidamente com a bonita ornamentação que ostentavam, com as cores do clube ‘White’, ‘Black’ e ‘Red’, o que lhes emprestava tons verdadeiramente lindos e de grande efeito.

Ás vinte e uma horas era já grande o numero de sócios e convidados, quando se realisou a cerimônia inaugural da sociedade. Á meza, presidida pelo sr. Joaquim R. Lopes da Silva, presidente da assembléa geral, ladeado pelos secretários srs. Joaquim Belchior e Horacio Aranha, tomaram assento os srs. Tenente Bessa Cunha, representante do sr. governador do Estado, e coronel Joaquim M. Alves dos Santos, presidente da diretoria, proferindo o presidente da assembléa rápida alocução alusiva á solenidade, declarando oficialmente inaugurado o F. A. Club.

Minutos após, quando os vastos salões da simpática sociedade já regurjitavam de convidados, tiveram inicio as danças, que se prolongaram até as 3 horas da madrugada, no meio da mais alegre animação.

Foi indubitavelmente uma festa brilhante, a que acorreu o que a nossa sociedade tem de mais seleto, e que marcará, estamos certos, época na vida do Clube, deixando tambem saudosa recordação em quantos lá estiveram, por isso que os distintos moços do Clube não pouparam esforços para o realce que a sua festa obteve, cumulando a todos das mais significativas provas de gentileza e atenções.

Ainda em complemento ao inolvidável baile de antehontem, quizeram novamente os diretores do clube reunir hontem, em volta do ‘ground’ de ‘foot-ball’, a mesma sociedade de escol que sabado freqüentava os seus salões. Deu começo á festa esportiva o 1.º concurso grotesco (maçãs em água salgada), do qual foi vencedor Travassos; em seguida realisaram-se mais quatro concursos (boxe com olho vendado, sem resultado), quebrar botes cheios dagua com olhos vendados, saindo vencedor – Nova; (Place-kick), que ficou tambem prejudicado; luta de tração, entre os ‘teams’ ‘Black’ e ‘Red’, sendo vencedor ‘Red’.

Poucos minutos depois, teve começo o ‘match’ de ‘foot-ball’, entre os ‘teams’ ‘Black’ e ‘White’ e ‘Red’ e ‘White’. Era este o numero do programa que maior interesse despertava entre os jogadores e a assistencia. No primeiro ‘half-time’, os do ‘Black’ lograram vazar, por duas vezes, a área do ‘goal’ dos ‘Red’ e os do ‘Red’ conseguiram marcar um ponto para o seu ‘team’.

No segundo ‘half-time’, porem, os do ‘Red’ conseguiram marcar mais dois ‘goals’ para o seu partido, dando em resultado 3 ‘goals’ do ‘team’ ‘Red’ contra 2 do ‘team’ ‘Black’, sendo portanto o ‘Red’ o vencedor na esplendida festa de hontem, que a simpática sociedade ofereceu á sociedade maranhense.

Estiverem presentes as demoiseles: Virjinia Fernandes, Zezé Jorge, Ana Fonseca, Maria Camões, Amelia Pereira, Herminia Assis, Zila Godinho, Viviva Aranha, Maria da Gloria Aranha, Maria J. Matos, Zulina Aranha, Cecilia e Maria Aranha de Moura, Maria Luiza Braga, Adele Belo, Maria José Belo, Vitoria Gandra, Rosita Castro, Marieta Castro, Maria Galas, Edit e Esmeralda Fernandes, Emilia Andrade, Alix e Esmeralda Estela, Anicota Morais Rego, Suzel Carvalho, Joana Borel, Maria J. C. Castro, Neuza e Amelia C. Cunha, Maria L. Sá, Antoninha Souza, Maria da Gloria Belo, Carmelita Belo, Silvia e Edit Ribeiro, Herminia Veiga, Neide Viana Santos, Santoca Santos, Dora Oliveira, Mundiquinha Blhun, Anabela Fernandes, Zenaide, Carmem e Marieta Lopes, Maria Conceição Machado, Maira Augusta, Anicota e Fracy Godinho, Aldenora Peregrino, e muitas outras.

Madames – Edmundo Fernandes, Henrique Gandra, Horacio Aranha, Almir Valente, José Francisco Jorge, João da Silva Gomes, José de Souza Belo, João Raimundo Pereira, Raul Merys, Albiano Moreira, Jaime Nunes, Carlos O. Morais Rego, Manoel de Carvalho, Artur Meireles, José Lopes da Cunha, Domingos Mendes, Joaquim Pinto Franco de Sá, Artur Belo, Francisco Guimarães de Oliveira, Bernhard Blhum, Manoel G. Moreira Lima, Ezequiel Parada, Francisco Galas, Emilio José Lisboa, Zuleika Beleza, tenente João Duarte, Manoel Pecegueiro, Alfredo Teixeira e outras.

Cavalhairos – entre muitos vimos os srs. dr. Clodomir Cardoso, intendente municipal; dr. Antonio Boas, secretario do intendente; dr. Raul Pereira, oficinete do gabinete do governador e o seu ajudante de ordens, tenente Bessa Cunha, capitão-tenente Artur Lima Meireles, comandante da Escola de Aprendizes Marinheiros, tenente João Duarte, capitão do porto, dr. Alberto Correia Lima, secretario da fazenda, Manoel Gomes de Castro e Licurgo Chagas, representando o Central Caixeiral; coronel Manoel Vieira Nina, Joaquim Ribeiro Lopes da Silva, Joaquim Freitas Belchior e Horacio C. Aranha. Joaquim M. A. Santos, Charles E. Clissold, Humberto Fonseca, Saturnino Belo, Edmundo Fernandes, José da Cunha Santos Guimarães, Charles V. Reade, N. T. Scarniam, W. J. MacDonald, Antonio Alves dos Santos, José Mariano Travassos, João Freitas Jorge, José Alves Santos, Acrisio Lobão, José M. Prado Junior, José Francisco Jorge, Antonio Martins, Nelson Oliveira, Inacio Jansen Ferreira, Afonso Gandra, Henrique Gandra, Antonio Wall, João Marcos Almeida, Edgard Nogueira, Julio Gallas, Francisco Furiatti, Bento Labre, José Nova Alves, Pedro Mendes, José Lopes da Cunha, Almir Valente, Carlos O. Morais Rego, João B. Morais Rego Junior, José Camões, Francisco Souza, Vitor R. Viana, Fran Pacheco, Franklin C. Ferreira, Joaquim M. Gomes de Castro, dr. Joaquim Pinto Franco de Sá, Carlos Alberto Ribeiro, Albino Moreira, João Raimundo Pereira, Artur Belo, tenente Osmundo Anequim, dr. Nelson Jansen, Humberto Jansen Ferreira, tenente Olavo Machado, José de Melo, João Viana da Silva, Clarindo Santiago, Manoel de Carvalho, Cleomenes Costa, Manoel G. Moreira Nina, Domingos Mendes, João Teles de Miranda, Ezequiel Parada, Paulino Lopes de Souza, dr. João Silva Almeida, dr. José Barreto C. Rodrigues, Carlos Rodrigues e Alfredo Teixeira.”

FONTE:

Jornal A Pacotilha, 31 de janeiro de 1916, pág. 4.