Arquivo do Autor: Ramssés Silva

Sobre Ramssés Silva

Meus assuntos de interesse são as histórias referentes aos clubes de futebol, em especial do Maranhão; hinos, escudos, curiosidades, origens e qualquer outro assunto relacionado.

História do Sampaio Corrêa será lançada em livro

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No próximo dia 25 de Fevereiro, um dia após a estréia do Sampaio Corrêa na Copa do Brasil, em São Luís, contra o Sport, o torcedor boliviano ganhará mais um presente. Trata-se do lançamento do livro Sampaio Corrêa: uma paixão dos maranhenses.

O meu amigo e escritor Hugo José Saraiva Ribeiro conseguiu, de forma magnífica, contar a história dos 88 anos do clube mais tradicional do Maranhão, suas glórias, seus ídolos, seus recordes, seus jogos importantes e bastidores.

O livro, com cerca de 200 páginas, conta com uma coleção rara de cerca de 70 fotos e segue a cronologia de evolução do clube desde a sua fase amadora, nos primórdios do futebol no Maranhão, até os dias de hoje. Peculiaridades e passagens curiosas, além de uma leitura agradável e linguajar acessível serão encontrados nesta obra que é fonte indispensável de pesquisas do boliviano de verdade e de quem mais quiser se aprofundar na história do time mais antigo em atividade no Maranhão.

Sampaio Corrêa: uma paixão dos maranhenses. Uma boa pedida!

Verdadeiro Escudo do Fênix Football Club, de São Luís (1918)

Tempos atrás, foi levantada uma questão importante no Blog; a veracidade das cores e do escudo do extinto clube maranhense Fênix Football Club que circulavam pela internet. Pois bem. Fiquei de pesquisar mais sobre o assunto e complementar o primeiro artigo sobre o Fênix, que inclusive foi o artigo da semana, com as informações pertinentes.

Primeiramente conversei com o colega e pesquisador ludovicense Claunísio Amorim, autor de “Terra, Grama e Paralelepípedos” na Feira do Livro em São Luís que me veio com a primeira descoberta e surpresa; as verdadeiras cores do Fênix eram semelhantes às do Peñarol, do Uruguai, ou seja, o amarelo e o preto, diferentes das conhecidas cores difundidas para esse clube na internet, que são o azul e o branco.

Claunísio falou-me também sobre um pesquisador, pernambucano de Itamaracá, de nome Luciano da Silva, amigo do falecido Dejard Ramos Martins, autor do clássico “Esporte, um Mergulho no Tempo“, que havia recebido deste falecido jornalista ludovicense alguns escudos de clubes maranhenses das primeiras eras e já extintos, que Dejard adquiriu quando de sua pesquisa na década de 80.

Entrei em contato através de e-mail com o Sr. Luciano da Silva, que me respondeu pronta e educadamente, enviando-me os escudos raros, alguns dos quais já postados aqui, que havia adquirido do saudoso Dejard Martins.

Mais uma surpresa! O escudo do Fênix veiculado nos sites, com a ave mitológica pousada sobre um brasão azul e branco, com as iniciais FAC (Fênix Athletic Clube, o 2º nome do Fênix), em nada lembra o verdadeiro escudo do pioneiro Fênix, que consiste em um distintivo em amarelo e preto, com a figura da fênix em alto relevo, centralizada, em cor branca.

Fiquei muito feliz com a contribuição do Sr. Luciano da Silva, grande pesquisador do futebol, e feliz também por poder compartilhar com todos aqui do Blog HF mais esta interessante descoberta. Agradeço em especial ao Mário Ielo, que tanto me cobrou e me fez correr atrás de mais um escudo perdido e desmistificado!

Só não sei se, depois do ressurgimento do Fênix com o 2º nome, houve também mudança nas cores, o que explicaria o escudo em azul e branco. Se não, podemos jogar por terra o dito escudo e eleger, a partir de agora, este aqui como escudo oficial do extinto clube…pelo menos de sua primeira formação.

A foto de 1924 está aí pra comprovar a conformação do uniforme e do escudo, pelo tosco contorno que existe na camisa do goal-keeper; mesmo com a péssima qualidade, dá pra notar o contorno igual ao escudo que aqui vos trago. Além disso, vos deixo o contato do Sr. Luciano e do Claunísio para quem quiser tirar as dúvidas sobre a veracidade dos escudos, ou mesmo quiser recebê-los. Eles fazem falta aqui no Blog, podem ter certeza!

Luciano da Silva: mayrik@oi.com.br

Claunísio Amorim: claunisio@hotmail.com

ESCUDO QUE CIRCULA PELA INTERNET (possivelmente falso ou pertencente ao 2º Fênix):

ESCUDO VERDADEIRO DO FÊNIX FOOTBALL CLUB (Fundado em 1918):

fenix-escudo

Ajudem a divulgar, citando as devidas fontes…obrigado e abraços a todos,

Ramssés.

Bimbinha, o menor jogador do Mundo!

Bairro ludovicense do Tamancão, 10 de Junho de 1956; nascia ali um dos personagens mais emblemáticos do futebol maranhense, talvez o mais amado e odiado ao mesmo tempo de todos os craques que aqui foram revelados, o saudoso Reginaldo Castro, o eterno Bimbinha! Gênio com a bola nos pés, o endiabrado ponta esquerda talvez não tivesse noção de que suas características físicas e futebolísticas singulares iriam marcar para sempre a sua trajetória dentro e fora das 4 linhas, dentro e fora do seu Estado de origem.

Ainda moleque, Bimbinha sempre ia observar os irmãos bons de bola Reinaldo e Egui nas disputadas peladas do Tamancão, em São Luís. Um dia, Egui não pode comparecer a um dos compromissos do clube amador Atlântico, do qual fazia parte. Na calor do momento, restou ao treinador completar o quadro com um pirralho que viera “vestido de jogador” ao lado dos irmãos, para quebrar um galho. Rapidamente todos notaram que aquele guri era muito mais talentoso do que o irmão titular; não seria fácil retirá-lo agora da equipe que acabara de integrar…

Mas foi defendendo a camisa do Pedrinhas (provavelmente um time interno do famoso presídio da Zona Rural de São Luís), contra o Onze Irmãos (clube de presidiários), que o gigante apareceu de vez para o futebol maranhense. Bimbinha fez e aconteceu neste jogo. Diante de tal feito, o diretor do presídio José Carlos Viana Mendes, que também era dirigente do Maranhão Atlético Clube, proferiu ao nosso ídolo as imperativas palavras: “Moleque, você só vai sair daqui do presídio se der bode!”

O que ele quis dizer, na verdade, era que Bimbinha estava, a partir de então, intimado a vestir a camisa do Maranhão, o famoso Bode Gregório. O garoto, afim de sair daquela “saia justa”, topou na hora. Mas, acostumado a driblar a tudo e a todos, terminou indo jogar mesmo entre os juvenis do Sampaio Corrêa. E não tardou a ocupar o posto de titular da ponta esquerda no time principal.

Com estratosféricos 153 cm de altura e 51 kg no auge da carreira, Bimbinha várias vezes calçou as emblemáticas chuteiras Bubble Gummers nº 34, com as quais entortava quaisquer lateral mais desavisado. Diretamente proporcional ao seu tamanho era também o seu salário, muitas vezes não condizente com o seu talento nato. Era o menor jogador do futebol mundial em atividade na época, e talvez até hoje ninguém tenha batido este curioso recorde.

A verdade é que nunca ninguém o viu jogar mal; ou atuava de forma regular ou brilhantemente, jamais de forma medíocre! Era uma atração à parte nas disputas e clássicos futebolísticos maranhenses ganhando as mais diversas alcunhas a cada apresentação. Era tanto talento que irritava qualquer adversário! “Alegria do Povo“, “Xodó da Vovó” ou  “Pequeno Prodígio“, Reginaldo era assim. Amado e odiado. Respeitado e difamado. Mortal dentro da área, Bimbinha lembra que, nos seus aproximados 250 gols durante a carreira, uma pessoa muito especial teve grande participação; seu falecido amigo e ídolo do Sampaio Campeão Brasileiro de 1972, o saudoso Djalma Campos, um genial armador maranhense.

Foi Djalma que, em 1975, viu Bimbinha fazer desgraça numa pelada na salina do Tamancão e decidiu levá-lo, a todo custo, para defender o tricolor de São Pantaleão. Deu certo, e muito certo!

Houve um jogo contra o Corinthians-SP onde Bimbinha fez uma jogada antológica depois de um drible tão esdrúxulo quanto inesperado. Depois de passar por outros jogadores da defesa corintiana, Bimbinha deu um “drible da vaca” passando por debaixo das pernas do zagueiro Zé Maria! Até hoje essa jogada ecoa na lembrança dos torcedores mais saudosos da capital maranhense, registrada, inclusive, em foto raríssima…Bimbinha era a arma secreta para irritar também outros times que vinham do Sul e Sudeste do país enfrentar o Sampaio Corrêa. Era a cura pra todos os males da apaixonada torcida boliviana!

Infelizmente, quase no fim de sua carreira, Bimbinha foi obrigado a sair do Sampaio por questões trabalhistas; haviam explorado o craque durante anos a fio, deixando-o muito magoado. Foi atuar no arqui-rival Moto Clube, onde viveu ainda efêmeros dias de glória. Jogou também no Expressinho, Tupan e no futebol do Pará.

Tentou a carreira política, com grandes chances de ser eleito vereador de São Luís em 1988, mas foi convencido por um cartola boliviano, que também estava na disputa, a deixar a idéia de lado, visto que a Nação ficaria dividida, arriscando não eleger ninguém ligado ao seu clube de coração.

Pai de Régis e Silvano, Bimbinha tem por ídolos Zico e Roberto Dinamite, outros entortadores natos. Anos atrás, com a perda do emprego, passou por inúmeras dificuldades financeiras e ganhava a vida com as cotas das peladas e Campeonatos de Masters pelo time de veteranos do Sampaio.

Atualmente está bem. Pobre mas bem. Simpático e acessível, sempre é visto nos principais eventos relacionados ao futebol maranhense e será homenageado nesta Sexta-feira, dia 3 de Dezembro, pela torcida organizada do Sampaio Corrêa, a Tubarões da Fiel, por tudo aquilo que já fez pelo clube e pelo futebol do Estado.

Parabéns gigante Bimbinha! Continue sempre driblando as dificuldades da vida com um grande sorriso no rosto…

BÔNUS (Bimbinha atuando na Final do Maranhense de 1982):

http://www.youtube.com/watch?v=2-VljtIYRoY

FONTE:

http://candangol.blogspot.com/2010/04/bimbinha-o-entortador-do-maranhao_08.html

O Sampaio Corrêa é Campeão Maranhense de 2010

O Sampaio Corrêa derrotou a equipe do IAPE na tarde noite deste domingo 28, no estádio Nhozinho Santos pelo placar de 2 a 0 e conquistou o seu 29º título maranhense. Já a equipe do IAPE terminou o estadual na terceira colocação com 29 pontos.

O time Boliviano estava há 7 anos sem conquistar o título do estadual. O último conquistado pela Bolivia Querida foi no ano de 2003, quando a equipe derrotou o Maranhão Atlético Clube pelo placar de 3 a 2 em jogo realizado no dia 30/03 no estádio Castelão.

Os gols da partida no Municipal foram marcados por Edson, aos 28 minutos do primeiro tempo e Wescley, aos 15 minutos do segundo tempo.

A conquista deste domingo garantiu ao Sampaio uma vaga na Copa do Brasil e uma no Campeonato Brasileiro de 2011.

Confira as datas dos outro títulos da Bolívia Querida Maranhense :
1933, 1934, 1940, 1942, 1953, 1954, 1956, 1961, 1962, 1964, 1965, 1972, 1975, 1976, 1978, 1980, 1984, 1985, 1986, 1987, 1988, 1990, 1991, 1992, 1997, 1998, 2002 e 2003.

FICHA TÉCNICA

Sampaio 2×0 IAPE

Local: Estádio Nhozinho Santos

Arbitragem: Robson Martins Ferreira

Renda: Não divulgada

Público: Não divulgado

SAMPAIO: Rodrigo Ramos; Edson, Sílvio, Johildo, Raimundinho; Róbson Simplício, Elanardo (Eloir), Diones e Léo (Lucas); Wescley e Thiago Miracema.
Técnico: Sandow Feques.

IAPE: Flauberth; Carlinhos, Aldinho (Tim Marcos), Hans Muller; Dieguinho, Vagno Pereira, Tica (Valbson), Curuca e Raí; Cleilton (Vanvan) e Róbson.
Técnico: Paulo Cabrera.

CLASSIFICAÇÃO FINAL

Clube PG JG VI EM DE GP GC SG           %A
1 Sampaio Corrêa 35 16 11 2 3 33 14 19 72.9
2 Santa Quitéria 34 16 11 1 4 31 15 16 70.8
3 IAPE 29 16 9 2 5 28 16 12 60.4
4 Maranhão 29 16 9 2 5 27 16 11 60.4
5 Imperatriz 27 16 8 3 5 22 18 4 56.2
6 São José 19 16 5 4 7 23 25 -2 39.6
7 Nacional 13 16 3 4 9 18 37 -19 27.1
8 Bacabal 10 16 3 1 12 18 37 -19 20.8
9 Viana 8 16 1 5 10 7 29 -22 16.7
FONTE:

http://www.futebolinterior.com.br/news.php?id_news=160329

http://www.futnet.com.br/futebolmaranhense/sampaiocorrea/noticias/?120476_sampaio_%C3%A9_campe%C3%A3o_maranhense_2011

http://www.sampaiocorreafc.com.br/

Verdadeiro escudo do Fabril Athletic Club (FAC), de São Luís (MA)

Tempos atrás, em um artigo sobre o Fênix Football Club, surgiu a discussão sobre o seu escudo e sobre o verdadeiro escudo do Fabril Athletic Club (posteriormente denominado Football Athletic Club, após reinauguração), o saudoso FAC (leia-se “éfe á cê”, visto que, se observarmos no hino do clube já postado por mim, essa é a única forma que induz à rima na estrofe seguinte, foi também o que me disse o pesquisador com o qual conversei).

Pois bem. Fiquei sabendo pelo Mário Ielo que é divulgado por aí, em alguns sites especializados em escudos e distintivos, um escudo “fake” do Fabril aos moldes do escudo do São Paulo da Floresta, o que é impossível, já que o FAC é bem anterior ao surgimento deste clube e remonta a 1906!

Por isso, venho através deste artigo, além de atender a um pedido do Mário Ielo, desmistificar de vez a dúvida sobre o verdeiro distintivo do FAC, trazendo, inclusive, a citação da fonte ( a ilustração em uma edição do Jornal Pequeno de 1957) no livro do Claunísio Amorim, um dos maiores pesquisadores do futebol maranhense.

Peço desculpas pelo desenho pois, como sou leigo em “Photoshop”, resolvi fazer à mão livre mesmo então, caso achem a ilustração de baixa qualidade, tenham a total liberdade de manipular em algum software para deixá-lo mais adequado à divulgação posterior.

Enfim, final de polêmica, espero que divulguem o verdadeiro escudo (se é que não já foi postado aqui no Blog anteriormente) e tenham gostado do artigo…

 

FONTE:

“Terra, Grama e Paralelepípedos”, de Claunísio Amorim Carvalho. Edit. Café & Lápis, São Luís, 2009.

O Último Grande Feito do Futebol Maranhense!

A aura que envolveu aquele Campeonato Brasileiro da Série C de 1997 foi diferente, de um misticismo que não há como explicar, a não ser pelo sentimento vivido por aqueles que lá estavam. E eu era um deles; a inédita possibilidade de presenciar um momento glorioso de um clube do meu Estado dava o toque ufanista que faltava à essa mistura de sensações…

O Clube já havia passado por uma situação igual em 1972, é verdade, quando vencera a Segundona e fora elevado à elite do futebol brasileiro, com várias pratas da casa em um talentosíssimo elenco. Mas dessa vez era diferente, era algo palpável, discernível, crível e, por que não, indescritível?!

Lembranças de um Estádio Castelão lotado, mesmo em campeonatos locais. Lembranças das “gerais”, já quase extintas Brasil afora e seus personagens emblemáticos, sua “ola”, seus irritantes apitos a confundir a tudo e a todos, seus tradicionais lançamentos de sacos cheios de urina arquibancada abaixo…tempo bom que, apesar de recente, talvez nunca volte.

A irretocável campanha do clube não deixou dúvidas quanto à sua capacidade tática e técnica e força de planejamento. Só que todos esquecem de um detalhe precioso nessas horas; no futebol, depois da bonanza é que vem a tempestade! O plantel seria inevitavelmente desestruturado no ano seguinte, deixando para trás títulos e, com certeza, alguns prejuízos. Mas torcedor não lembra disso; o imediatismo é o maior dos pecados futebolísticos! Nada estragaria aquela festa, e foi o que aconteceu!

Depois de uma 1ª fase mais regionalizada e de árduos confrontos nas fases de “mata-mata”, o time havia chegado invicto no último jogo do Quadrangular Final contra a Francana, de São Paulo. Havia a possibilidade real de igualar o feito histórico e, até então, único do Sport Club Internacional em 1979. Em um Castelão abarrotado com aproximadamente 70.000 “bolivianos”, o Sampaio desfilou talento em gramado timbira, abrindo 2 gols contra nenhum da Francana, que só diminuiria o placar no 2º tempo, com um gol de pênalti. O tempo de jogo estava se exaurindo…a euforia tomava conta de uma enorme platéia sedenta e carente de títulos, mas historicamente amadora do tão refinado esporte bretão.

Foi quando, faltando poucos minutos para o término da partida, um infernal atacante de nome Cal sacramenta a vitória, o título e uma delirante invasão ao campo, tudo de uma só vez! Eram heróis! Talvez até desconhecidos de muitos que ali estavam, mas ainda assim heróis…não tinham idéia da dimensão daquilo que haviam acabado de fazer! A imensa massa tricolor veio abaixo…era mesmo o maior do Maranhão, o maior do Brasil! E pensar que tudo aquilo havia começado entre gente humilde, funcionários fabris, carvoeiros, peladeiros e pescadores, muitos anos atrás…a iniciativa de pioneiros havia construído uma nação, tijolo por tijolo, em três cores intercaladas; o encarnado, o verde e o amarelo.

Saí do estádio com meu pai naquele dia enebriado com o clima do acontecido. Os torcedores sem saber o que fazer, ou mesmo sem acreditar, comemoravam a esmo, como se expressassem a carência de eventos tão gloriosos como aquele. Naquele dia havia virado, definitivamente, mais um “boliviano”. Quem sabe fadado ao sofrimento…mas qual torcedor não é fadado a tal “sorte”? Futebol sem sofrimento não é futebol, é simples mecanismo!

Desde então venho sofrendo, na ânsia de um novo e duradouro período de bonanza, sempre na esperança de que não haja tanta tempestade…

Ramssés Silva.

** BÔNUS:

Vídeos

http://www.youtube.com/watch?v=ESY0omy5EHg

http://www.youtube.com/watch?v=etRUEhB7i5M

http://www.youtube.com/watch?v=EYX4x9SeGUo

Resultados

Primeira Fase
Santa Rosa/PA 0x0 Sampaio
Sampaio 1×0 River/PI
4 de Julho/PI 0x1 Sampaio
Sampaio 4×0 Santa Rosa/PA

Segunda Fase
Sampaio 1×1 Quixadá/CE
Quixadá/CE 0x1 Sampaio

Terceira Fase
Santa Rosa/PA 0x0 Sampaio
Sampaio 3×2 Santa Rosa/PA

Quadrangular Final
Francana/SP 1×1 Sampaio
Sampaio 3×0 Tupi/MG
Sampaio 1×1 Juventus/SP
Juventus/SP 2×2 Sampaio

Tupi/MG 0x1 Sampaio
Sampaio 3×1 Francana/SP

Estatísticas

Jogos: 18
Vitórias: 12
Empates: 6
Derrotas: 0
Gols pró: 31
Gols contra: 11
Saldo de gols: 20

Artilheiro: Marcelo Baron (Sampaio Corrêa): 9 gols

Maior média de Público da Série C 1997.
Maior público (70.000) Sampaio 3×1 Francana

Jogadores

Geraldo, Erly, Ney, Gelásio e Lélis; Luís Almeida, Renato Carioca, Ricardo (Edmilson) e Adãozinho; Jó (Cal) e Marcelo Baron.
Técnico: Pinho.

Fênix Foot-ball Club de São Luís

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O Fênix Foot-ball Club surge já em um período de popularização do esporte bretão na capital maranhense. Isso tudo após domínio absoluto do FAC desde os idos de 1906 e, anos mais tarde, do Luso Brasileiro.

Segundo o principal jornal da época, “A Pacotilha” (que também foi o principal veículo de comunicação do FAC defendendo, por muito tempo, seus interesses), o Fênix F. C. foi fundado em 1918, juntamente com outros inúmeros clubes futebolísticos e associações desportivas que se multiplicavam, denotando o “engatinhar” da massificação e, consequentemente, do profissionalismo, e o “princípio do fim” do amadorismo relacionado a esse esporte em terras timbiras.

O Fênix surgiu como um clube de pequeno porte, provavelmente sem sede adequada e locatário de campos de outras equipes para o mando dos seus jogos. Como exemplo disso, um jogo entre FAC e Fênix foi assim descrito na imprensa: enquanto o FAC era chamado de “o veterano no foot-ball do Maranhão” ou o “grêmio milionário”, o Fênix era tido como “um clube pequeno, apesar de esforçado”.

É preciso entender que o  início da popularização do “foot-ball association” em São Luís foi fortemente influenciado pela figura de Gentil Silva (de pensamento contrário ao do elitista e conservador sportman Nhozinho Santos, que foi fundador do FAC) que, ao sair do FAC, acaba fundando o Onze Maranhense Foot-ball Club e induzindo o surgimento de outras agremiações, com a inclusão de atletas não mais obrigatoriamente pertencentes à elite local; peladeiros, funcionários das fábricas, pescadores, ambulantes. Além da participação de jogadores das mais diversas etnias.

O time do Fênix não fugiu à essa regra de massificação; boa parte do seu elenco era composto de afrodescendentes e foi com esse plantel miscigenado que o clube conquistou o Campeonato Maranhense de 1921, vencendo clubes tradicionais e protecionistas quanto ao “não amadorismo” e “miscigenação” no foot-ball local.

A partir do final da década de 10 e início da década de 20, o que se viu nos campos maranhenses foi o negro, o mestiço e o pobre ocupando cada vez mais espaço dentro do foot-ball…e ganhando respeito e admiração, dentro e fora das 4 linhas! As aclamadas seleções maranhenses de 1927 e 1928 eram já quase que compostas em sua totalidade por afrodescendentes, indivíduos estes que gozavam de grande prestígio em São Luís.

Quanto ao Fênix F. C., faltam mais dados para uma “biografia” definitiva do clube, a serem aqui acrescentados assim que necessário. O certo é que o aspecto multiracial do plantel permaneceu intacto até os dias da foto acima postada e, com certeza, continuou até o fim das atividades da saudosa agremiação, provavelmente no final dos anos 20 ou início dos anos 30.

Era o aparecimento do profissionalismo no foot-ball maranhense. E era um caminho sem volta…

FONTE:

Claunísio Amorim Carvalho. Terra, Grama e Paralelepípedos. Ed. Café e Lápis, 2009. São Luís.

Botafogo do Anil – 77 anos de glórias

O Botafogo Futebol Clube, carinhosamente denominado Botafogo do Anil, o mais antigo e tradicional clube amador em atividade em São Luís, foi fundado no dia 15 de setembro de 1933, por torcedores fanáticos do Botafogo Football Club, do Rio de Janeiro. Entre esses estavam: Zé Veiga, Engole Cobra e Geraldo Preto, a quem a família botafoguense do Anil agradece, por proporcionar a oportunidade de participar de uma extensa família.

Na década de 40, graças ao apoio oferecido pelos proprietários da Fábrica Têxtil Rio Anil, o Botafogo do Anil chegou a disputar o campeonato maranhense da primeira divisão no ano de 1944, sagrando-se vice-campeão, tendo sido derrotado apenas pelo – na época imbatível – Moto Club, comandado pelos proprietários da fábrica Santa Isabel – família Aboud. O maior destaque da equipe era o meia Inaldo Veiga.

Passada essa fase, o Botafogo retornou ao amadorismo, conquistando vários torneios, dos quais o mais importante foi o que incluiu representantes de todos os bairros, tendo sido considerado o melhor clube amador de São Luís.

Em 1953 foi fundada a LADE (Liga Anilense de Desportos), com a finalidade de promover o campeonato anilense. No mesmo ano foi realizado o primeiro campeonato anilense, contando com a participação do Botafogo, Cruzeiro, Nascente, 1º de Maio, Bahia e outros, tendo o Botafogo do Anil se sagrado campeão. Em 1954 o Botafogo sagrou-se campeão invicto e eram destaques os atletas Aú, Zé Agarrô, Valfredo, Bi, Hélcio, Carrinho Sales, Alemão e Zé Lisboa.

No início da década de 70 o Botafogo filiou-se na FMD, onde disputou o campeonato da segunda divisão. Ali, o alvinegro anilense foi campeão de 1975, 1987 e 1988 e vice-campeão em 1976, 1980 e 1984.

Em 1989 o Botafogo retornou ao futebol do Anil, filiando-se ao DADA onde permanece até hoje. Além do futebol, o Botafogo desenvolve outras atividades culturais e sociais na sede social localizada na Avenida São Sebastião, nº 5, Anil.

A diretoria atual é composta por pessoas de dinamismo e abnegação, com destaque para Augusto Pereira, Murilo Mendes, Monteiro, Bolão (Joselito Veiga), Balula, Dionísio, Aguiar, Cleverson, Zé Luiz, Sandro, Eraldo, Fátima, Pingo, Bastos, Dorgival, Josélia, Assis, Abraão, César, Leônidas, Boréu (Raimundo Nonato Buna), William Veiga, Augusto Veiga e Augusto Moraes.

Ligado desde a fundação à família Veiga, o Botafogo tem na sua tradição a medida dos 77 anos de contribuição ao futebol maranhense, formando jogadores de nome nacional. Pelas hostes alvinegras anilenses passaram jogadores como Carlos Alberto, Tatu, Cachaça, Zeca Moleza, para ficar apenas nesses poucos.

Hoje o alvinegro anilense desfruta de prestígio no Maranhão, é uma das maiores forças do futebol amador de São Luís e continua de forma célere desenvolvendo o papel de formar jogadores.

FONTE:

http://www.jornalpequeno.com.br/2006/9/20/Pagina42458.htm