Arquivo da categoria: Clubes de Futebol

Esporte Clube Santa Cruz, de Guaianases – São Paulo (SP)

OS MATHEUS – O IMPÉRIO DAS PEDRAS

No início do século 20, uma família de imigrantes europeus, natural de Toro, província próxima a Samora, na Espanha, chegou ao Brasil, trazendo consigo um grande conhecimento na extração de pedras.

O chefe da família, Luís Matheus, viera para o Brasil para trabalhar na construção da Catedral da Sé, em São Paulo.

Na época, o pedregulho de rio era usado na construção civil e as sobras ou lascas eram consideradas refugos, sem valor comercial. Com auxílio dos húngaros, que durante a noite quebravam as sobras de pedras, a Pedreira Irmãos Matheus tornou-se a pioneira na britagem de pedras.

Concluído seu trabalho, já tendo se apegado às terras brasileiras, os Matheus arrendaram uma mina de pedra na região de Ribeirão Pires, montando seu primeiro negócio: uma fábrica de guias e paralelepípedos, que eram usados na pavimentação de São Paulo. Algum tempo depois, adquiriram uma pedreira em no bairro de Guaianases.

No final dos anos quarenta, quando se iniciou a grande expansão da cidade de São Paulo, com o crescimento acelerado da indústria, o pedregulho de rio não era mais suficiente para suprir a demanda do mercado. Isso deu início ao uso de brita na fabricação do concreto.

A partir daí, Izidoro Matheus teve participação decisiva nos negócios.

A produção de brita em larga escala veio com a construção de um ramal da linha da estrada de ferro Central do Brasil, até dentro das pedreiras em Guaianases, devido ao grande consumo do material para a manutenção das suas linhas.

Os irmãos Vicente Matheus e Izidoro Matheus tinham paixão pelo futebol.

O ESPORTE CLUBE SANTA CRUZ DE GUAIANASES

Na quinta-feira, do dia 7 de setembro de 1950, Izidoro Matheus fundou o Esporte Clube Santa Cruz. Dessa forma, homenageava também a padroeira Santa Cruz, cuja igreja se situa no centro do bairro.

Time de várzea mais popular da cidade de São Paulo e com maior torcida e poder econômico da época, o time contou com muitos jogadores que jogavam em times profissionais.

Uma formação nos 60

Ficou conhecido como o Galo da Central, por causa da estrada de ferro Central do Brasil, na época um dos principais meios de transporte que servia o bairro.

Nos jogos do time, mais de trinta caminhões da pedreira eram disponibilizados para levar a torcida. Todos saiam lotados do bairro de Guaianases.

A Pedreira Irmãos Matheus teve a sua frente Luiz Matheus, Antonio Matheus, Ademir Matheus, Vicente Matheus (ex-presidente do SC Corinthians Paulista) e Izidoro Matheus (fundador do EC Santa Cruz de Guaianases.

O Esporte Clube Santa Cruz foi o maior clube de Guaianases e não era só futebol. Festas, formaturas e os bailes de carnaval eram memoráveis. Nos anos 70, o espaço do clube passou ser usado como pelo “Cine Tupy”.

Nos no início dos anos 80, interrompeu definitivamente suas funções devido desapropriação do prédio que foi demolido para construção do viaduto de Guaianases. Nessa época, o Esporte Clube Santa Cruz também encerrou suas atividades. 

Isidoro Matheus

Isidoro Matheus faleceu em São Paulo, na sexta-feira, do dia 30 de setembro de 1994, aos 77 anos de idade.

Filho de Luiz Matheus e Mangloria Valle Matheus, ambos imigrantes espanhóis, Isidoro, assim como seu irmão, atuou no setor de mineração, pavimentação e construção civil a partir da década de 40, tendo trabalhado em diversas empresas, entre elas a Pedreira São Matheus e Lageado S/A, Empresa Britadora Santa Isabel, Termaco Terraplenagem e Pavimentação S/A e Pavimentadora e Construtora São Luiz S/A, entre outras.

Em 2008, por iniciativa do vereador Gilson Barreto, do PSDB, uma rua foi batizada com o nome de Isidoro Matheus, na Vila Maria, zona norte de São Paulo.

FONTES: Meu acervo – Revista Guaianases City – As pedreiras de Guaianases

Torneio Início Paraense de 1917: Paysandu Sport Club é o grande campeão!

Na temporada seguinte, aconteceu o Torneio Initium de 1917, organizado pela Liga Paraense de Sports Terrestres (LPST), no domingo, às 15 horas e 18 minutos, do dia 06 de maio de 1917, no Estádio da Curuzu (propriedade do Paysandu Sport Club), em Belém.

O torneio contou com a participação de sete clubes, todos situados na cidade de Belém (PA):

Brasil Sport Club;

Clube do Remo;

Guarany Football Club;

Panther Football Club;

Paysandu Sport Club;

Fênix Sport Club (o alviverde também chamado de Phenix Sport Club);

União Sportiva.

Regulamento

Os jogos terão a duração de 20 minutos (10 minutos cada tempo, sem descanso. Os times apenas trocarão de lado). Entre o fim de um jogo para o começo do seguinte, apenas um intervalo de 5 minutos. A exceção será a grande final, cujo intervalo será de 15 minutos.

Se a partida terminar empatada, o critério de desempate será o maior número de escanteios. Se o empate persistir, terá prorrogação de forma indeterminada de 10 em 10 minutos até que aconteça um gol ou um escanteio que determine o vencedor. Nenhum team poderá substituir um ou mais jogadores durante toda a disputa do Torneio.

JOGOSRESULTADOS ESCANTEIOSARBITROSAUXILIARES
Remo1X1Paysandu0 x 1Carlos BerneaudLuiz Soares e Arlindo Oliveira
Brasil4X0Fênix1 x 0Galdino AraújoDulcídio Barata e Armando Bemfica
Panther0X1União0 x 0Abel de BarrosRaymundo Barreiros e Carlos Ferreira Lopes
Guarany1X3Paysandu0 x 6Carlos BerneaudLuiz Soares e Arlindo Oliveira
Brasil1X0União0 x 0Abel de BarrosDulcídio Barata e Armando Bemfica
Paysandu1X0Brasil2 x 2Galdino AraújoRaymundo Barreiros e Carlos Ferreira Lopes

Na estreia, Paysandu bate o Remo

No jogo de abertura, às 15h18min., o Paysandu eliminou o Clube do Remo. Após empate em 1 a 1, o Papão Bicolor venceu por 1 escanteio a 0. Logo aos três minutos, após passe de Astrogildo, Aguiar chutou cruzado para abrir o placar para o Paysandu. Aos 11 minutos, Americo centrou na área para Ludgards que acertou um belo chute para deixar tudo igual.

Na etapa final, Aurélio investe absolutamente sobre Armindo que prepara para devolver a bola. Na eminencia de perder a jogada, o zagueiro remista acaba jogando a bola para escanteio, que acabou dando a vitória ao Paysandu.   

Clube do Remo: Archimedes; Armindo e Lulu; Coronel, Tobias e Carlito; Ludgards, Djalma, Cicero, Balcia e Americo.

Paysandu: João; Genaro e Corrêa; Guimarães, Suisso e Joaquim; Astrogildo, Aurélio, Aguiar, Dorinho e Arthur.

Brasil goleia Fênix

No segundo jogo, às 15h46min., o Brasil começou com o pé direito, ao golear o Fênix pelo placar de 4 a 0. Os gols foram de Xeréo aos 5 minutos, Froylan aos 9 minutos. Na etapa final, João aos 14 minutos. Um minuto depois o Brasil obteve um escanteio aumentando a vantagem. Aos 20minutos, novamente João fez o quarto e último gol do Brasil.

Brasil: Cícero Câmara; Mamede e Cazuza; Serrão, Flávio e Pellado; Bernardino Braga, Aranha, Xaréo, João e Froylan Barata.

Fênix: Floriano; Coelho e Gomes; Casimiro, Furtado e Raymundo; Martiniano, Ondiva, Dedé (Cap.), Amorim e Euclydes. Reservas: Gregório, Bahia e Henrique.

União vence Panther

No terceiro jogo, às 16h12min., o União Sportiva bateu o Panther Club, pelo marcador de 1 a 0. Numa partida equilibrada do início ao fim, as defesas levaram a melhor sobre os atacantes. O único gol, saiu na segunda etapa, aos 5 minutos.

Panther Club: A. Santos; Crispim e Wandick; Onias, Xavier e Tiburcio; Cassiano, Pau, Armando, Enéas e Rocha.

União Sportiva: Roberto; Três e Euzébio; Clodoaldo, Pedro e Lamparina; Parimé, Alfredo, Joia, Ninito e Coelho. Reservas: Elderico Andrade, Henrique, Anisio, Antônio e Jacques.

Paysandu vence de virada e avança

A definição do último semifinalista, às 16h39min., o Paysandu levou a melhor sobre o Guarany, vencendo pelo placar de 3 a 1. Logo no começo, o Guarany abriu o placar, após o zagueiro Suisso cometer um pênalti. Brito bateu e fez!

Após cobrança de escanteio, Dorinho testou para deixar tudo igual. Aos seis minutos, Astrogildo fez o tento da virada do Paysandu. Na etapa final, aos seis minutos, Arthur assinalou o terceiro gol. 

Guarany: Julio; Thompson e Careca; Eugenio, Manoel e Arthur; Brito, Joaquim, Guarany, Nelson e Ladeira.

Paysandu: João; Genaro e Corrêa; Guimarães, Suisso e Joaquim; Astrogildo, Aurélio, Aguiar, Dorinho e Arthur.

Brasil vence está na final

No 1º jogo da Semifinal, às 17h05min., O Brasil Sport derrotou o União Sportiva pelo placar mínimo (1 a 0), e avançou para a grande final. O único gol saiu ainda na etapa inicial, aos 10 minutos por intermédio de Aranha. Na segunda etapa, nada aconteceu que modificasse o placar.

Brasil: Cícero Câmara; Mamede e Cazuza; Serrão, Flávio e Pellado; Bernardino Braga, Aranha, Xaréo, João e Froylan Barata.

União Sportiva: Roberto; Três e Euzébio; Clodoaldo, Pedro e Lamparina; Parimé, Alfredo, Joia, Ninito e Coelho. Reservas: Elderico Andrade, Henrique, Anisio, Antônio e Jacques.

Paysandu derrota o Brasil e fica com o título do 1º Torneio Initium

Na decisão, que começou às 17h36min., o Paysandu suou, mas bateu o Brasil Sport pelo placar de 1 a 0, conquistando o título do Torneio Initium da LPST de 1917.

Aos 2 minutos da etapa inicial, Suisso intercepta a bola lança para Astrogildo que centrou na área. O zagueiro Mamede na tentativa de cortar a jogada acaba cometendo pênalti. Arthur cobrou firme para abrir o placar para o Papão Bicolor.

Apesar de ter criado boas chances de empatar, a pontaria deu a desejar para a equipe aurinegra.  No segundo tempo, Arthur chegou a marcar o gol, mas a arbitragem marcou impedimento de Astrogildo, que participara da jogada.

Paysandu: João; Genaro e Corrêa; Guimarães, Suisso e Joaquim; Astrogildo, Aurélio, Aguiar, Dorinho e Arthur.

Brasil: Cícero Câmara; Mamede e Cazuza; Serrão, Flávio e Pellado; Bernardino Braga, Aranha, Xaréo, João e Froylan Barata.

FONTES: Jornais paraenses

Campeonato Paraense da 1ª Divisão de 1916: Classificação, que definiu o Clube do Remo como o campeão, nos Primeiros e Segundos Teams!

No Campeonato Paraense de 1916, o Brasil fez uma bela campanha, com vitórias marcantes, como diante do Guarany pelo placar de 5 a 2, no domingo, do dia 14 de maio de 1916.

Chegou no último jogo, com a “faca e o queijo na mão” para ficar com o título, no domingo, do dia 26 de novembro de 1916, quando enfrentou o Panther-Club, precisando de um simples empate para se sagrar campeão.

A tabela de classificação mostrava que o Brasil e o Remo dividiam a liderança com 12 pontos, porém o clube remista já tinha feito a sua partida final, enquanto o Brasil teria mais uma partida e com um mero empate ficaria com o título.    

Infelizmente, não encontrei o resultado desse jogo entre o Brasil e o Panther-Club. O que sabemos é que o título de 1916 consta com o Clube do Remo. Como teve o desfecho essa competição, segue um mistério. Nos Segundos Quadros, o Clube do Remo (15 pontos) também ficou com o título, enquanto Panther-Club e Brasil dividiram a 2ª colocação com oito pontos.

CLASSIFICAÇÃO FINAL (Primeiros Teams)

CLUBESPGJVEDGPGCSG
Clube do Remo12862240420
Brasil12761261214
Panther-Club06734190910
União Sportiva068351531-16
Guarany028171139-28

CLASSIFICAÇÃO FINAL (Segundos Teams)

CLUBESPGJVEDGPGCSG
Clube do Remo15871420933
Panther-Club0883231113-2
 Brasil0883231420-6
Guarany0782331518-3
União Sportiva028170527-22

FONTES: Jornais paraenses

Excursão de 1966: C.F. Os Belenenses, de Lisboa (Portugal), onde disputou o Torneio Quadrangular de Belo Horizonte

O Clube de Futebol Os Belenenses, de Lisboa (Portugal), Fundado no dia 23 de setembro de 1919, comandado pelo técnico brasileiro Jorge Vieira veio para uma série de sete jogos, no Brasil, sem três jogadores convocados para disputar a Copa do Mundo na Inglaterra, em 1966: o goleiro José Pereira, o lateral direito Rodrigues e o zagueiro Vicente.

No Campeonato Português de 1965/66, o Belenenses terminou na 7ª colocação ao lado do Varzim, ambos com 25 pontos. O campeão foi o Sporting Lisboa, com 42 pontos, enquanto o Benfica ficou com o vice, com 41.

O clube luso embarcou rumo ao Brasil para um total de sete jogos, passando por seis estados (Nordeste, Sudeste e Sul): pelo Recife/PE, São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Porto Alegre/RS e Brasília/DF.  

Técnico Jorge Vieira

Clube português comandado por brasileiro desembarcou no Recife/PE  

A Delegação do Belenenses, desembargou no Aeroporto dos Guararapes, no Recife, na manhã da quinta-feira, o dia 12 de maio de 1966, chefiada pelo dirigente Manuel Trindade; os dirigentes Fernando Cordeiro e Ernani Pinheiro; o treinador brasileiro Jorge Vieira; o massagista, João Silva; e mais 19 jogadores:

Gomes e Serrano (goleiros), Sá Pinto, Alberto Luís (ex-Portuguesa de Desportos/SP), Quaresma e Caneira (zagueiros); Carlos Pedro (ex-defensor do America/RJ), Santana, Cardoso (médios); Adelino, Pedras, Valdir (ex-Vitória/BA e Fluminense), Estêves, Ramos, Alfredo, Pedroso, Simão (natural de Moçambique), Teodoro e Pereira (atacantes). O Benfica cedeu para essa excursão dois atletas: Santana, 30 anos, e Pedras, enquanto o Porto emprestou Valdir.

A delegação ficou hospedada no Hotel São Domingos, na Praça Maciel Pinheiro, no bairro de Boa Vista, no Recife/PE.

Uma curiosidade foi o ex-defensor do America do Rio, Carlos Pedro serviu de guia e ajudou os companheiros lusos a trocar de Escudos (moeda da época de Portugal) por Cruzeiros (moeda da época do Brasil), além de matar a saudade de nove meses do Guaraná e do cafezinho brasileiro.

Antes de desembarcar em Belo Horizonte/MG, o Belenenses realizou dois jogos em território brasileiro: no , derrota para o Santa Cruz, no Recife/PE (domingo, às 16 horas, do dia 15 de maio de 1966), por 2 a 1, no estádio José do Rêgo Maciel, o Arruda, no Recife/PE. Pelo jogo, o clube luso recebeu, livre de impostos, a cota de US$ 7 mil dólares (cerca de 15 mil cruzeiros).

EM PÉ (esquerda para a direita): Reginaldo, Nilton, Agra, Carlos, Norberto e Valter Serafim;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Josenildo, Terto, Manuel, Erandir e Fernando José.

SANTA CRUZ F.C. (PE)   2        X        1        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio José do Rêgo Maciel, o Arruda, no Recife/PE
CARÁTERAmistoso Internacional
DATADomingo, dia 15 de maio de 1966
HORÁRIO16 horas
RENDACr$ 8.496.000,00
PÚBLICO2.832 pagantes
ÁRBITROErilson Gouveia (FPF)
AUXILIARESAlécio Siqueira (FPF) e Louralber Monteiro (FPF)
SANTA CRUZVálter; Reginaldo, Nilton, Carlos e Norberto; e Agra e Terto; Uriel, Manuel, Erandir e Fernando José. Técnico: Alexandre Borges
BELENENSESGomes; Sá Pinto, Quaresma, Cardoso e Alberto Luiz; Adelino (Estêves) e Santana; Valdir, Carlos Pedro, Pedras e Ramos. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSErandir (Santa Cruz) aos 15 minutos; Pedras (Belenenses) aos 35 minutos do 1º Tempo. Erandir (Santa Cruz) aos 12 minutos no 2º Tempo.

Uma semana depois, com uma temperatura mais amena, de aproximadamente 13º graus césios, o Belenenses voltou a campo. Dessa vez o adversário foi a Seleção Paulista (devido diversos jogadores estarem servindo a Seleção Brasileira, visando a Copa do Mundo de 1966, o selecionado paulista foi formado por reservas), em São Paulo/SP, no domingo, às 16 horas, do dia 22 de maio de 1966. No final, os paulistas venceram pelo placar de 3 a 1, no Estádio do Pacaembu.  Os preços dos ingressos: Cr$ 2 mil as gerais e Cr$ 3 mil as arquibancadas.

SELEÇÃO PAULISTA (BRA)     3        X        1        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, em São Paulo/SP
CARÁTERAmistoso Internacional
DATADomingo, dia 22 de maio de 1966
HORÁRIO16 horas
RENDACr$ 22.242.000,00
PÚBLICONão divulgado
ÁRBITROArmando Marques (o trio teve uma boa atuação)
AUXILIARESGerminal Alba e Wilson Antônio Medeiros
EXPULSÃORenato (Paulista) aos 27 minutos do 2º tempo, por um pontapé sem bola em Alberto Luiz (Belenenses)
SEL. PAULISTAFélix; Osvaldo Cunha (Renato), Mauro, Jurandir e Edilson; Swing e Ademir da Guia (Benê); Almir, Babá, Coutinho (Ivair) e Tupãzinho. Técnico: Aimoré Moreira.
BELENENSESGomes; Sá Pinto, Quaresma, Caneiras e Alberto Luiz; Cardoso e Santana; Adelino (Alfredo), Carlos Pedro, Pedras, Valdir. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSTupãzinho (Paulistas), aos 16 minutos; Carlos Pedro (Belenenses), aos 45 minutos do 1º Tempo. Tupãzinho (Paulistas), de pênalti, aos 17 minutos; Renato (Paulistas), aos 25 minutos do 2º Tempo.

Balanço da primeira semana no Brasil

Após os dois jogos, o treinador brasileiro afirmou que a equipe portuguesa sentiu muito a diferença de clima (no Recife um clima quente e em São Paulo uma temperatura melhor), mas prometeu que o time iria melhorar para os próximos jogos. A delegação do Belenenses teve problemas para sair de São Paulo em direção a capital mineira, onde ficou hospedado no Brasil Palace Hotel.

O motivo foi a falta de aviões da capital paulista para Belo Horizonte. Por isso, a delegação precisou se deslocar para o Rio de Janeiro e depois seguir em direção a capital de Minas Gerais.

Torneio Quadrangular de BH de 1966   

O Torneio Quadrangular Internacional de BH, em 1966, reuniu o América Mineiro, Atlético Mineiro, Cruzeiro e o Belenenses de Portugal. Na realidade, a competição seria “Torneio Pentagonal”, pois os organizadores contavam com a presença dos clubes acima e mais do West Bromwich Albion Football Club, mas o time inglês acabou desistindo dias antes.

A razão pelo qual torneio não teve as três, mas sim duas rodadas, não foi explicado pelos organizadores. O que foi apurado, nos jornais da época foi que na segunda rodada, os organizadores calcularam um prejuízo de cerca de Cr$ 6 milhões, o que talvez tenha feito com que a competição fosse abreviada. 

Com isso, a rodada inaugural programada para começar na quarta-feira, acabou sendo transferida para o dia seguinte: quinta-feira, do dia 26 de maio de 1966.

Pela 1ª rodada, com arbitragem de Juan de La Pasión Artês, 35 anos (Federação Mineira de Futebol), às 19h30min., o Cruzeiro bateu o América pelo placar de 2 a 1.

Cruzeiro Esporte Clube
EM PÉ (esquerda para a direita): Pedro Paulo, Neco, Wilson Piazza, William, Procópio e Raul;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Natal, Tostão, Davi, Dirceu Lopes e Hilton Oliveira.

CRUZEIRO E.C. (MG)      2        X        1        AMÉRICA F.C. (MG)

LOCALEstádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte/MG. 
CARÁTERTorneio Quadrangular de Belo Horizonte de 1966
DATAQuinta-feira, do dia 26 de maio de 1966
HORÁRIO19 hora e 30 minutos
RENDACr$ 15.988.000,00
PÚBLICO8.610 pagantes
ÁRBITROJuan de La Pasión Artês (FMF)
CRUZEIROTonho; Pedro Paulo, Vavá, Cláudio Danni e Neco; Wilson Piazza (Zé Carlos) e Dirceu Lopes; Wilson Almeida (Celton), Evaldo, Marco Antônio e Hilton Oliveira. Técnico: Airton Moreira.
AMÉRICA-MGZé Ernesto; Luisinho (Hamilton), Haroldo (Zé Horta), Zé Luís e Murilo; Edson e Ney (Eduardo); Ernani, Samuel, Araken e Nilo. Técnico: Dorival Knipel, ‘Yustrich’.
GOLSMarco Antônio (Cruzeiro), aos 25 minutos, no 1º Tempo. Samuel (América Mineiro), aos 15 minutos; Marco Antônio (Cruzeiro), aos 37 minutos; no 2º Tempo.  

Na sequência, com arbitragem de Silvio Gonçalves David (Federação Mineira de Futebol), às 21h15min., o Atlético Mineiro venceu o Belenenses por 3 a 1, no Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte/MG.

Atlético Mineiro
EM PÉ (esquerda para a direita): Canindé, Hélio, Grapete, Vander, Vanderlei e Warley Ornelas;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Buião, Lacy, Paulo Santana, Edgard Maia e Tião.

ATLÉTICO MINEIRO (MG)         3        X        1        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte/MG. 
CARÁTERTorneio Quadrangular de Belo Horizonte de 1966
DATAQuinta-feira, do dia 26 de maio de 1966
HORÁRIO21 hora e 30 minutos
RENDACr$ 15.988.000,00
PÚBLICO8.610 pagantes
ÁRBITROSilvio Gonçalves David (FMF)
EXPULSÕESTião (Atlético); Alberto Luiz e Alfredo (Belenenses)
ATLÉTICO-MGHélio (Luizinho); Canindé (Dawson), Vânder e Décio Teixeira; Ayrton e Bouglê (Paulista); Ronaldo, Santana, Roberto Mauro e Tião. Técnico: Gradim.
BELENENSESGomes; Sá Pinto (Estêves), Quaresma, Cardoso e Alberto Luiz; Caneira (Ramos) e Santana; Adelino (Alfredo), Carlos Pedro, Pedras e Valdir. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSSantana (Atlético) aos 5 e 12 minutos; Tião (Atlético) aos 17 minutos; Adelino (Belenenses) aos 43 minutos do 1º Tempo.

Na 2ª rodada, no domingo, do dia 29 de maio de 1966, começou com a preliminar. Nele, o Atlético Mineiro não teve dificuldades para vencer o América Mineiro por 3 a 0, no Mineirão. Destaque para o atacante Roberto Mauro, autor de dois gols, e Ronaldo marcou o outro tento para o Galo.

ATLÉTICO MINEIRO (MG)         3        X        0        AMÉRICA F.C. (MG)

LOCALEstádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte/MG. 
CARÁTERTorneio Quadrangular de Belo Horizonte de 1966
DATADomingo, do dia 29 de maio de 1966
RENDACr$ 20.801.000,00
PÚBLICO11.579 pagantes
ÁRBITROHamlet Pernisa (FMF)
ATLÉTICO-MGLuizinho; Warlei, Dari, Vânder (Grapete) e Décio Teixeira; Ayrton e Bouglê; Ronaldo (Viladoniga), Santana, Roberto Mauro e Tião. Técnico: Gradim.
AMÉRICA-MGMussula; Hamilton (Luisinho), Haroldo (Zé Horta), Zé Luís e Murilo; Edson e Ney (Eduardo); Ernani, Samuel, Araken (Mosquito) e Nilo. Técnico: Dorival Knipel, ‘Yustrich’.
GOLSRonaldo (Atlético), aos 44 minutos, no 1º Tempo. Roberto Mauro (Atlético), aos 26 e 33 minutos, no 2º Tempo.  

Na partida de fundo, o Cruzeiro goleou o Belenenses por 5 a 2 (na etapa inicial a Raposa venceu por 3 a 1. Logo aos 11 minutos Marco Antônio abriu o placar para a Raposa. Aos 35 minutos, Pedras arriscou um chute de fora da área. A bola bateu na trave, e, no rebote, o brasileiro Valdir deixou tudo igual para os portugueses.

Porém, aos 40 minutos, Evaldo recolocou o Cruzeiro em vantagem. Cinco minutos depois, após um cruzamento de Hilton Oliveira, Marco Antônio ampliou para a Raposa o placar na primeira etapa.

No segundo tempo, logo aos 9 minutos, Marco Antônio marcou o quarto gol cruzeirense. Aos 28 minutos, o brasileiro Carlos Pedro cobrou falta de fora da área, acertando um belo chute, diminuindo a desvantagem.  Mas, aos 41 minutos, Dirceu Lopes deu belo passe para Marco Antônio, que marcou o seu quarto gol, tocando para o fundo das redes, dando números finais a peleja.

CRUZEIRO E.C. (MG)      5        X        2        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte/MG. 
CARÁTERTorneio Quadrangular de Belo Horizonte de 1966
DATADomingo, do dia 29 de maio de 1966
RENDACr$ 20.801.000,00
PÚBLICO11.579 pagantes
ÁRBITROJosé Alberto Teixeira (FMF)
AUXILIARESDoraci Jerônimo (FMF) e Jarbas de Castro (FMF)
CRUZEIROTonho (Raul); Pedro Paulo, Vavá, Cláudio Danni e Neco; Zé Carlos e Dirceu Lopes; Wilson Almeida (João José), Evaldo (Batista), Marco Antônio e Hilton Oliveira. Técnico: Airton Moreira.
BELENENSESGomes (Serrano); Estêves, Quaresma, Cardoso e Alberto Luiz; Carlos Pedro e Adelino (Côrrea); Teodoro, Pedras, Santana e Valdir. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSMarco Antônio (Cruzeiro), aos 11 e 45 minutos; Valdir (Belenenses), aos 35 minutos; Evaldo (Cruzeiro), aos 40 minutos, no 1º Tempo. Marco Antônio (Cruzeiro), aos 9 e 41 minutos; Carlos Pedro (Belenenses), aos 28 minutos, no 2º Tempo.  

Cruzeiro foi o campeão do Torneio Quadrangular de BH 1966

Após duas rodadas, o Cruzeiro Esporte Clube se sagrou campeão do torneio. A questão que não ficou claro foi qual critério definiu o título para a Raposa. Afinal, Atlético Mineiro e Cruzeiro venceram seus dois jogos, somando quatro pontos, sendo que o Galo marcou seis gols, sofrendo um e um saldo de cinco; enquanto a Raposa marcou sete tentos, sofrendo três e um saldo de quatro.

Nos 14 periódicos pesquisados, nenhum mencionou a razão do Cruzeiro ter ficado com o título. Caso alguém possua a informação (sem achismo, por favor!), peço que nos informem!

Marco Antônio o goleador máximo do Torneio

O artilheiro do Torneio Quadrangular Internacional de BH, em 1966, foi o atacante Marco Antônio, do Cruzeiro, com incríveis seis gols em dois jogos, uma média exata de três tentos por partida. Abaixo os goleadores do torneio.  

6 gols – Marco Antônio (Cruzeiro);

2 gols – Santana e Roberto Mauro (Atlético)

1 gol – Samuel (América Mineiro); Tião e Ronaldo (Atlético); Adelino, Valdir e Carlos Pedro (Belenenses); Evaldo (Cruzeiro).

Em amistoso, Flamengo goleia o Belenenses

Depois enfrentou o Flamengo, às 21h30min., na quinta-feira, do dia 02 de junho. Acabou goleado pelo rubro-negro por 4 a 1, no Estádio Mario Filho, Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro/RJ.

Os gols foram assinalados por Fio Maravilha (Flamengo), aos 27 minutos do primeiro tempo. Juarez aos 4 minutos e César Lemos aos 11 e 17 minutos, para o rubro-negro; enquanto o brasileiro Carlos Pedro, de pênalti, aos 40 minutos, fez o tento de honra do time luso, na etapa final.

C.R. Flamengo
EM PÉ (esquerda para a direita): Murilo, Itamar, Jayme Valente, Valdomiro, Carlinhos Violino e Paulo Henrique;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Luiz Luz (massagista), Carlos Alberto, Nelsinho Rosa, Almir Pernambuquinho, Silva Batuta e Osvaldo ‘Ponte Aérea’.

C.R. FLAMENGO (RJ)     4        X        1        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio Mário Filho, o Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro/RJ
CARÁTERAmistoso Internacional
DATAQuinta-feira, do dia 02 de junho de 1966
HORÁRIO21 hora e 30 minutos
RENDACr$ 6.900.560,00
PÚBLICO7.600 pagantes
ÁRBITROGualter Portela Filho
AUXILIARESNivaldo Santos e Arnaldo César Coelho
EXPULSÃORenato (Paulista) aos 27 minutos do 2º tempo, por um pontapé sem bola em Alberto Luiz (Belenenses)
FLAMENGOFranz; Nelsinho (Mário Braga), Luís Carlos, Jayme Valente e Leon; Carlinhos Violino (Derci) e Juarez; Carlos Alberto, Fio Maravilha (Paulo Alves), César Lemos (Almir Pernambuquinho) e Osvaldo II. Técnico: Aimoré Moreira.
BELENENSESSerrano; Estêves (Carneiras), Quaresma, Cardoso e Alberto Luiz; Carlos Pedro e Santana; Teodoro (Alfredo), Pedras, Adelino e Valdir. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSFio Maravilha (Flamengo), aos 27 minutos do 1º Tempo; Juarez (Flamengo), aos 4 minutos; César Lemos (Flamengo), aos 11 e 17 minutos; Carlos Pedro (Belenenses), de pênalti, aos 40 minutos do 2º Tempo.
Grêmio F.B.P.A.
EM PÉ (esquerda para a direita): Arlindo, Cléo, Ortunho, Altemir, Airton e Áureo;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Vieira, Joãozinho, Alcindo, Sérgio Lopes e Volmir.

Sexto jogo e nova derrota: Grêmio 3 a 0, no Olímpico

O Belenenses voltou a campo para enfrentar o Grêmio, no domingo, do dia 5 de junho, às 16 horas, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre/RS. O Tricolor Gaúcho bateu o clube luso pelo placar de 3 a 0. Gols foram marcados por Joãozinho, Paraguaio e Volmir.

GRÊMIO F.B.P.A. (RS)    3        X        0        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio Olímpico, em Porto Alegre/RS
CARÁTERAmistoso Internacional
DATADomingo, dia 05 de junho de 1966
HORÁRIO16 horas
RENDANão divulgado
PÚBLICONão divulgado
ÁRBITROAlberto Silva (boa atuação)
GRÊMIOArlindo; Altemir, Airton, Áureo (Paulo Sousa) e Ortunho; Cléo (Paíca) e Sérgio Lopes; Jorginho, Adão (Joãozinho e depois Paraguaio), Volmir e Vieira. Técnico: Luís Engelke.
BELENENSESSerrano; Quaresma, Caneiras, Cardoso e Alberto Luiz; Carlos Pedro e Santana; Teodoro, Adelino (Alfredo), Pedras, Valdir. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSJoãozinho (Grêmio), aos 24 minutos do 1º Tempo. Paraguaio (Grêmio) aos 37 minutos; Volmir (Grêmio) aos 39 minutos do 2º Tempo.

Enfim, a primeira vitória: 2 a 1, no Cruzeiro

No seu último jogo em território brasileiro, enfim, a primeira e única vitória. Na quarta-feira, do dia 08 de junho, às 19 horas, voltou a enfrentar o Cruzeiro/MG, no Estádio Nacional, em Brasília/DF.

O Belenenses venceu a Raposa pelo placar de 2 a 1. Os gols foram assinalados por Pedras e Valdir para os portugueses, enquanto Zé Carlos fez o tento de honra dos mineiros.

CRUZEIRO E.C. (MG)      1        X        2        C.F. OS BELENENSES (POR)

LOCALEstádio Nacional, o Pelezão, em Brasília/DF
CARÁTERAmistoso Internacional
DATAQuarta-feira, do dia 08 de junho de 1966
HORÁRIO19 horas
RENDANão divulgado
PÚBLICONão divulgado
ÁRBITROArnaldo César Coelho
AUXILIARESIdélcio Gomes de Almeida (FDB) e Rubens Pacheco (FDB – Federação Desportiva de Brasília)
EXPULSÃOAlberto Luiz (Belenenses)
CRUZEIROTonho; Pedro Paulo, Vavá, Cláudio Danni e Neco; Zé Carlos (Wilson Piazza) e Wilson Almeida (Natal); Marco Antônio, Evaldo, Dirceu Lopes e Hilton Oliveira. Técnico: Airton Moreira.
BELENENSESGomes (Serrano); Sá Pinto, Quaresma, Cardoso e Alberto Luiz; Carlos Pedro e Santana; Adelino (Alfredo), Pedras, Valdir e Côrrea. Técnico: Jorge Vieira.
GOLSZé Carlos (Cruzeiro), aos 19 minutos; Pedras (Belenenses), aos 36 minutos, no 1º Tempo. Valdir (Belenenses), 15 minutos, no 2º Tempo. 

Balanço de excursão do clube português

No final, a passagem do Clube de Futebol Os Belenenses, de Lisboa (POR) foi decepcionante. Foram sete jogos, com uma vitória e seis derrotas; oito gols pró, 21 tentos contra e um saldo negativo de 13.

O artilheiro do Clube de Futebol Os Belenenses, nos sete jogos, em território brasileiro foi o carioca Carlos Pedro (ex-America do Rio) com três gols. Depois outro brasileiro, Valdir (ex-Vitória/BA e Fluminense) e o português Pedras, com dois tentos. Por fim, Adelino com gol marcado.

Na manhã da quarta-feira, no dia 14 de junho de 1966, a Delegação do Belenenses retornou para Portugal. À uma hora da madrugada, pela Varig com escala em Caracas (Venezuela) e de lá até Lisboa pela KLM, chegando na capital portuguesa às 21 horas da quarta-feira, hora local.

Colaboraram: Carlos Eduardo Magalhães, Arthur Mendes e Rodrigo S. Oliveira

FOTOS: Revista do Esporte (RJ) – Arquivo Cobra Coral

FONTES: Almanaque do Cruzeiro Esporte Clube 1919-2013, de Henrique Ribeiro – A Tribuna (SP) – Correio da Manhã (RJ) – Correio Brasiliense (DF) – Cruzeiropedia.org – Diário da Manhã (PE) – Diário de Notícias (RJ) – Diário de Pernambuco (PE) – Diário da Tarde (PR) – Jornal do Commercio (RJ) – Jornal dos Sports (RJ) – O Jornal (RJ) – Tribuna da Imprensa (RJ)

Rio Tinto Esporte Clube – Rio Tinto (PB): Fundado em 1928

O Rio Tinto Esporte Clube foi uma agremiação do Município de Rio Tinto, localizado na Região Metropolitana de João Pessoa (PB). Situado a 52 km da capital, conta com uma população de 24.176 habitantes, segundo o IBGE/2019.

O “Tricolor Riotintense” foi Fundado no domingo, do dia 05 de Agosto de 1928, por funcionários da Fábrica Rio Tinto, na Vila Rio Tinto, no Município de Mamanguape (Rio Tinto ganhou status de município na quinta-feira, do dia 06 de dezembro de 1956).

Time posado de 1976

O 1º Presidente foi o desportista Raimundo de Oliveira e o primeiro técnico foi o Sr. Miguel Florêncio. A equipe mandava os seus jogos no Estádio Municipal Comendador Arthur Lundgren. As suas cores: amarelo, branco e azul.

O Rio Tinto esteve presente esfera profissional duas vez: disputou o Campeonato Paraibano da 1ª Divisão de 1952. A sua última aparição aconteceu em 1991, quando participou do Torneio Integração, ficando na “Chave dos Amadores“, que teve ainda as presenças do Confiança de Sapé e do Industrial de Ingá, saindo ainda na 1ª fase.

Antigo prédio do Rio Tinto Esporte Clube, onde hoje funciona uma igreja.

Time base de 1952: João Carlos; Braga e Sabino (Jaime); Arnobio (Raimundo), Ranulfo e Cordeiro (Lulu); Mario (Raspadinho), Zé Paulino (Manoel), Cancio (Zé Domingues), Araújo (Rafael) e Zé Pirralho (Bimbarra).

Time base de 1953: João Carlos; Braga e Sabino; Arnobio, Ranulfo e Cordeiro; Mario, Zé Domingues, Zé Paulino, Cancio e Araújo.

Time base de 1956: Mascote; Lamparina e Deda; Ranulfo, Quincas e Dui; Dé, Zé Domingues (Dedé), Vadinho, Vavá e Canindé.

Colaborou: Eduardo Cacella

FONTE: Futebol Nacional – Wikipédia – Jornal O Norte (PB) – Acervos Júnio da Locadora David  e Jose Carlos de Andrade Andrade

Outro escudo de 1957: Esporte Clube Parames, de Jacarepaguá – Rio de Janeiro (RJ)


Esporte Clube Parames foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). O seu campo e a Sede ficavam localizados na Rua Berdardino, s/n, e na Rua Pedro Teles, 490, ambos no Bairro da Praça Seca, em Jacarepaguá – Zona Oeste do Rio, respectivamente.

‘Mais Querido de Jacarepaguá’ foi Fundado no dia 03 de Junho de 1925, por um grupo de jovens, liderados por Victor Parames Domingues, que emprestou o seu terreno para a construção do campo e da sede (que em seguida, passou a ser o Patrono do clube). As suas cores eram o azul celestepreto branco.

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é EC-Parames-Jacarepagua-1925-57-500x303.jpg

TÍTULOS 

clube paramistas foi um grande celeiro de jogadores para os grandes do Rio de Janeiro. No Campeonato Carioca da Terceira Divisão, o Parames foi vice-campeão em 1944, e, campeão em 1945. No domingo, dia 07 de setembro de 1950, faturou a bela Taça Carlos Eiras, após vencer os dois jogos contra o Diário da Noite Futebol Clube, por 6 a 3 (nos seus domínios) e 4 a 1 (no campo do Bemfica, na Rua Jockey Club (atual Licínio Cardoso), nº 42, no Bairro de São Francisco Xavier, na Zona Norte do Rio). 

Ainda em 1950, participou do Campeonato do Departamento Autônomo, organizado pela Federação de Metropolitana de Futebol (F.M.F.). Outro título expressivo pelo Parames  (1956) veio sete anos depois, quando faturou a ‘I Copa da Cidade’ de 1952 (evento de futebol amador promovido pelo jornal Diário da Noite), que contou com a participação de 68 clubes da capital carioca.

Parames chegou na grande final de forma invicta. No 1º jogo da final, enfrentou o Continental, da Gáveano  Domingo, 28 de Dezembro de 1952, às16h30min, no Estádio do Flamengo. Arbitrado por Miguel A. Ruas (Departamento Autônomo da F.M.F.), a partida terminou empatada sem gols.

Na disputa de pênaltis, o Continental venceu por 4 a 3.A partida decisiva, aconteceu na tarde do domingo, do dia 11 de janeiro de 1953, no Estádio Aniceto Moscoso, na Rua Conselheiro Galvão, em Madureira. o Parames levantou a taça ao golear do Continental por 4 a 1. Grilo abriu o placar no 1º tempo. Na etapa final, Sérgio ampliou e Grilo, novamente, fez o terceiro gol. Oldemar, contra, elevou o placar para 4 a 0. Iante, de pênalti, fez o tento de honra para o clube da Gávea.

No jogo da entrega das faixas, o Parames goleou o EC Valim, do Méier por 7 a 4. O clube também faturou o tricampeonato da Região Administrativa de Jacarepaguá, em 19611962 e 1963Time-base de 1951: Antonio; Tutuca e Tião; Didico, Ivam e Quimba; Carlos, Octacilio, Harodinho, Guilherme e Haroldo.

O CLUBE FECHOU ÀS PORTAS EM 1974 

O mais tradicional clube de futebol que existiu em Jacarepaguá. Durou por 49 anos, quando em 1974, quando a família Parames pediu de volta o terreno onde ficava o campo e a sede, na Rua Pedro Teles, a fim de alugá-lo para o Parque de Diversões IV Centenário. Atualmente o local fica o Residencial Porto Bello e o Residencial porto Fino

AGRADECIMENTO ESPECIAL: O levantamento dos clubes, sobretudo, extintos nem sempre é fácil. Nem sempre as pesquisas equacionam certas questões! Nessas horas a parceria sempre é bem-vinda, pois ajuda no resgate da história do nosso futebol.

Nesse caso em especial, um agradecimento ao Carlos Alberto, ‘Carlão’ (jogou no time de Aspirantes na década de 60) pelo envio da carteirinha de sócio do seu pai o Sr. Casemiro Leal, que também foi diretor do clube. Muito obrigado pela colaboração!

 FONTES: Site WSC  – Jornal A Manhã – Diário da Noite 

O Pery Ferroviário Esporte Clube completa neste dia 18 de setembro: 100 anos!!

O Pery Ferroviário Esporte Clube é uma agremiação do município de Mafra, que fica a 310 km da capital do estado de Santa Catarina. A localidade conta com uma população de 56.292 habitantes, segundo o IBGE/2019.

O “Leão da Fronteira” foi Fundado no Sábado, do dia 18 de Setembro de 1920, por funcionários da Viação Férrea, com o nome de Pery Sport Club. Essa nomenclatura perdurou até 1938, quando o nome foi alterado para “Pery Ferroviário Esporte Clube”, também conhecido como “Pery” ou “Pery Ferroviário” foi destaque até a década de 70. A sua Sede social está situada na Avenida Coronel José Severiano, nº 117, no Centro de Mafra (SC).

O Pery Ferroviário participou de 14 edições do Campeonato Catarinense da Primeira Divisão, alcançando o vice-campeonato em 1939. Sua torcida o batizou de Leão da Fronteira, já que Mafra localiza-se no norte catarinense, às margens do rio Negro e fazendo divisa com o Paraná.

Em 1936 o Pery Ferroviário ganhou a alcunha de Leão da Fronteira. O Pery atuava havia 17 anos, mas numa tarde qualquer de 1936, ao empatar em 5 gols contra o Rio Negrinho, é que a equipe de empregados da Viação Férrea caiu definitivamente no gosto dos fãs.

Sede atual do Peri Ferroviário

Até aos 25 minutos finais, o placar apontava 5 a 0 para os adversários. “O Pery Ferroviário sempre teve seus cobras e finos, como eram chamados os craques da época“, relembrou um emocionado Rivadávia Pereira, 66 anos, o Zagallo do Norte catarinense, que defendeu as cores verde e branco do time mafrense entre os anos 50 e 60.

Time posado de 1939

Setenta anos após sua fundação, entretanto, o Pery Ferroviário praticamente se resume às lembranças de ex-jogadores e dirigentes, além das poucas fotos e troféus (de um total de 300 taças) que teimam em permanecer no que restou da cede, no Centro da cidade de Mafra.

No auge, a agremiação tinha centenas de sócios (uma mensalidade vinha descontada no salário dos ferroviários de SC e do PR), um bom gramado e uma piscina de ponta. “Até a Vera Fischer nadou aqui“, ilustra Pereira, hoje um pacato senhor que se comove imensamente ao relembrar antiguidades do time que aprendeu a admirar ainda criança, quando seu irmão Silvio integrava o elenco do Pery Ferroviário, que levou este nome em homenagem ao índio estilizado pelo escritor José de Alencar.

Infraestrutura satisfatória à parte, o Pery Ferroviário não era um clube rico. “Ao final do jogo, não sobrava para nós nem as camisetas, que eram reutilizadas“, disse Melchíades Rosa, o Kid, 55 anos, que garante ter defendido o clube mafrense em todas as posições possíveis, exceto no gol.

Agora, pouco há: a piscina está desativada, sócios são escassos (aproximadamente 40 em 2000) e o estádio Ildefonso Mello é só um arremedo do que já simbolizou – arquibancadas desmontadas, casamatas quebradas, vestiários alagados e gramado esburacado.

Eventualmente, alguma promoção social é organizada por obra do seu presidente, Orlando Reis. Para piorar tudo, resume Reis, uma dívida trabalhista de R$ 30 mil, a ser paga em 6 anos, minguou as possibilidades de reerguer naturalmente o Pery Ferroviário.

Qualquer um que desejar investir no clube é bem-vindo“, arremata Reis, tentando levantar o Leão da Fronteira à base de colaboradores, a exemplo do que aconteceu na década de 20, quando 24 ferroviários, em suas horas de folga, derrubavam imbuías e guaviroveiras para dotar Mafra de um campo de futebol. Em 1937 as equipes do Operário, Pery FerroviárioAmérica e Rio Negro ambas de Mafra, Três Barras de Três Barras, Canoinhas de Canoinhas e Bandeirantes de São Bento do Sul fundam em Mafra a Liga Esportiva Catarinense (LEC).

Trajetória
1920 – O clube é fundado em Mafra, então um importante entroncamento ferroviário catarinense. Aos domingos, um grupo de funcionários da Viação Férrea começa a jogar num campo improvisado ao lado do galpão das locomotivas.

1925 – O time aplica 12 a 0 no Rio Negrinho.

1934 – Campeão da Taça Trabalho, ao derrotar o União, de União da Vitória (PR), por 3 a 1.

1936 – O clube é vice-campeão estadual. Em seguida, ao vencer o Grêmio, de Curitiba (PR), leva a Taça Alexandre Gutierrez.

1939 – O Pery sagra-se novamente vice-campeão de SC. Ganha o Torneio Festival da América, ao passar pelo América, de Joinville, por 4 a 2.

1940 – Ganha a Taça Pérola, ao vencer o Canoinhas, por 8 a 0, num jogo disputado em Mafra.

1957 – Campeão municipal invicto.

1969 – Campeão do Torneio Início da Liga Corupaense.

1970 – A partir desta data, com a lenta falência do sistema férreo, o Pery inicia sua queda.

2006 – Disputa o Campeonato Catarinense de Futebol Profissional da Divisão de Acesso, obtendo a 5ª colocação geral.

Colaborou: Cícero Urbanski

FONTES: Wikipédia – Google Maps – Correio de Corumbá – Clickriomafra.com.br

S.E. Junak 8 – Irati/PR

Arte de Sergio Mello /históriadofutebol.com

A Sociedade Esportiva Junak 8 foi uma agremiação esportiva da cidade de Irati, estado do Paraná. A Equipe era ligada a Sociedade Polonesa Towarzystwo Wolnosc, fundada em 1916, hoje Sociedade Beneficente e Cultural Iratiense.

O JUNAK espalhou-se por outras sociedades também no interior. Em Irati o JUNAK 8 teve time de vôlei e basquete e foi o primeiro espaço em que se praticaram estas modalidades esportivas. O atletas do lado direito é o patriarca da família Ziembikiewicz, Sr. João, pai do Recho (João Ricardo Ziembikiewicz). Foto acervo da Sra. Maria Felícia Ziembikiewicz Havresko. Aproximadamente na década de 1930. Fonte: Facebook de Herculano Batista Neto, publicado em 30 de abril de 2016.

A Junak foi responsável pela introdução do Basquete e Volei na cidade de Irati, porém seus membros se envolviam em todas as atividades esportiva, sendo assim não poderia deixar de praticar o futebol.

Foto/Acervo: HERCULANO BATISTA NETO que inclusive esclarece que o penúltimo da esquerda para a direita é seu avô materno Boleslau Duda. Publicado no Facebook em 28 de abril de 2016.

Em 1937 a equipe, juntamente as equipes do Iraty S.C.; Palestra F.C, ambos de Irati, Guarany S.C. e Poço Bonito F.C, ambos de Rebouças, reorganizaram a Liga Esportiva Sul-Paranaense – LESP. Todas as equipes participaram do campeonato daquele ano, que teve o Iraty Sport Club como seu campeão, que assim garantiu o direito de disputar o título de campeão Paranaense de futebol contra os demais campeões das Ligas do Paraná (Curitiba, Ponta Grossa, Litoral e Paranaguá).

Fontes:
ORREDA, José Maria. O esporte em Irati. Edipar: Irati,1987.
Facebook de Herculano Batista Neto, consultado em 24 de março de 2020.
Facebook de Antonio Alceu Jacopetti, consultado em 24 de março de 2020.