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O Hino do FAC (Foot-ball Athletic Club) de São Luís em 1916

O hino do FAC, clube de futebol pioneiro em São Luís, (antigo Fabril Athletic Club, resurgido em 1916 como Foot-ball Athletic Club), intitulado “Canto da Vitória”, revelava a força que o clube atribuía a si, fato aliás comum a todos os hinos:

“Aléguap – Aléguap. | Hipp – Hurrah.

Canto:

Ao campo, à luta | A vós se escuta | De uma vitória,

Vamos, gigantes, | E confiantes. | De ter a glória

Lutar, lutar.| Sem descansar | Um só momento;

Para vencer,| Tudo fazer,| Sem desalento!

(coro estribilho)

Lutemos todos pela vitória,| Guardando a glória|

Que ela nos dê:

Voltando grande, puro e eloqüente| Somos ardente|

Ao F.A.C.| Mostremos que na nossa camisa,| Uma divisa| Nobre se lê

Por juventude forte e viril!| Pelo Brasil!| Pelo F.A.C.

(canto)

E tremular| Com honra e valor,| Sempre a bandeira

Linda, altaneira,| Do tricolor.| Que cada um,

Dizê-lo possa,| Forte e potente| E altivamente:|

Aquela é nossa!!!

(coro estribilho)

Lutemos pela vitória,| Guardando a glória| Etc., etc., etc.”

O FAC dominou o cenário futebolístico local durante muito tempo, ficando conhecido, inclusive, fora do Estado através de seus intercâmbios e parcerias mas, a partir de 1918, ganhou um adversário de peso na capital maranhense, o SC Luso Brasileiro, com o qual teve confrontos memoráveis, surgindo, daí, grande rivalidade. Isso tudo antes do surgimento de Sampaio Corrêa, Moto Club e Maranhão Atlético Clube ou seja, antes de 1923, mas essa já é uma outra história…

FONTE:

Claunísio Amorim Carvalho

“Terra, grama e paralelepípedos (os primeiros tempos do futebol em São Luís: 1906-1930)”

Ed. Café & Lápis, São Luís, 2009.

Nota na imprensa sobre a reinauguração do FAC (Football Athletic Club) de São Luís, em 1916

O F. A. Clube

“Decorreu animadíssimo o baile á fantasia realisado na noite de ante-ontem, pelo F. A. Clube, na sua séde á rua Grande, para comemorar a sua inauguração oficial.

O confortável edifício apresenta garrida ornamentação, quer externa, quer internamente, a par da mais profusa iluminação.

Os seus vastos salões, artisticamente engalanados, realçavam esplendidamente com a bonita ornamentação que ostentavam, com as cores do clube ‘White’, ‘Black’ e ‘Red’, o que lhes emprestava tons verdadeiramente lindos e de grande efeito.

Ás vinte e uma horas era já grande o numero de sócios e convidados, quando se realisou a cerimônia inaugural da sociedade. Á meza, presidida pelo sr. Joaquim R. Lopes da Silva, presidente da assembléa geral, ladeado pelos secretários srs. Joaquim Belchior e Horacio Aranha, tomaram assento os srs. Tenente Bessa Cunha, representante do sr. governador do Estado, e coronel Joaquim M. Alves dos Santos, presidente da diretoria, proferindo o presidente da assembléa rápida alocução alusiva á solenidade, declarando oficialmente inaugurado o F. A. Club.

Minutos após, quando os vastos salões da simpática sociedade já regurjitavam de convidados, tiveram inicio as danças, que se prolongaram até as 3 horas da madrugada, no meio da mais alegre animação.

Foi indubitavelmente uma festa brilhante, a que acorreu o que a nossa sociedade tem de mais seleto, e que marcará, estamos certos, época na vida do Clube, deixando tambem saudosa recordação em quantos lá estiveram, por isso que os distintos moços do Clube não pouparam esforços para o realce que a sua festa obteve, cumulando a todos das mais significativas provas de gentileza e atenções.

Ainda em complemento ao inolvidável baile de antehontem, quizeram novamente os diretores do clube reunir hontem, em volta do ‘ground’ de ‘foot-ball’, a mesma sociedade de escol que sabado freqüentava os seus salões. Deu começo á festa esportiva o 1.º concurso grotesco (maçãs em água salgada), do qual foi vencedor Travassos; em seguida realisaram-se mais quatro concursos (boxe com olho vendado, sem resultado), quebrar botes cheios dagua com olhos vendados, saindo vencedor – Nova; (Place-kick), que ficou tambem prejudicado; luta de tração, entre os ‘teams’ ‘Black’ e ‘Red’, sendo vencedor ‘Red’.

Poucos minutos depois, teve começo o ‘match’ de ‘foot-ball’, entre os ‘teams’ ‘Black’ e ‘White’ e ‘Red’ e ‘White’. Era este o numero do programa que maior interesse despertava entre os jogadores e a assistencia. No primeiro ‘half-time’, os do ‘Black’ lograram vazar, por duas vezes, a área do ‘goal’ dos ‘Red’ e os do ‘Red’ conseguiram marcar um ponto para o seu ‘team’.

No segundo ‘half-time’, porem, os do ‘Red’ conseguiram marcar mais dois ‘goals’ para o seu partido, dando em resultado 3 ‘goals’ do ‘team’ ‘Red’ contra 2 do ‘team’ ‘Black’, sendo portanto o ‘Red’ o vencedor na esplendida festa de hontem, que a simpática sociedade ofereceu á sociedade maranhense.

Estiverem presentes as demoiseles: Virjinia Fernandes, Zezé Jorge, Ana Fonseca, Maria Camões, Amelia Pereira, Herminia Assis, Zila Godinho, Viviva Aranha, Maria da Gloria Aranha, Maria J. Matos, Zulina Aranha, Cecilia e Maria Aranha de Moura, Maria Luiza Braga, Adele Belo, Maria José Belo, Vitoria Gandra, Rosita Castro, Marieta Castro, Maria Galas, Edit e Esmeralda Fernandes, Emilia Andrade, Alix e Esmeralda Estela, Anicota Morais Rego, Suzel Carvalho, Joana Borel, Maria J. C. Castro, Neuza e Amelia C. Cunha, Maria L. Sá, Antoninha Souza, Maria da Gloria Belo, Carmelita Belo, Silvia e Edit Ribeiro, Herminia Veiga, Neide Viana Santos, Santoca Santos, Dora Oliveira, Mundiquinha Blhun, Anabela Fernandes, Zenaide, Carmem e Marieta Lopes, Maria Conceição Machado, Maira Augusta, Anicota e Fracy Godinho, Aldenora Peregrino, e muitas outras.

Madames – Edmundo Fernandes, Henrique Gandra, Horacio Aranha, Almir Valente, José Francisco Jorge, João da Silva Gomes, José de Souza Belo, João Raimundo Pereira, Raul Merys, Albiano Moreira, Jaime Nunes, Carlos O. Morais Rego, Manoel de Carvalho, Artur Meireles, José Lopes da Cunha, Domingos Mendes, Joaquim Pinto Franco de Sá, Artur Belo, Francisco Guimarães de Oliveira, Bernhard Blhum, Manoel G. Moreira Lima, Ezequiel Parada, Francisco Galas, Emilio José Lisboa, Zuleika Beleza, tenente João Duarte, Manoel Pecegueiro, Alfredo Teixeira e outras.

Cavalhairos – entre muitos vimos os srs. dr. Clodomir Cardoso, intendente municipal; dr. Antonio Boas, secretario do intendente; dr. Raul Pereira, oficinete do gabinete do governador e o seu ajudante de ordens, tenente Bessa Cunha, capitão-tenente Artur Lima Meireles, comandante da Escola de Aprendizes Marinheiros, tenente João Duarte, capitão do porto, dr. Alberto Correia Lima, secretario da fazenda, Manoel Gomes de Castro e Licurgo Chagas, representando o Central Caixeiral; coronel Manoel Vieira Nina, Joaquim Ribeiro Lopes da Silva, Joaquim Freitas Belchior e Horacio C. Aranha. Joaquim M. A. Santos, Charles E. Clissold, Humberto Fonseca, Saturnino Belo, Edmundo Fernandes, José da Cunha Santos Guimarães, Charles V. Reade, N. T. Scarniam, W. J. MacDonald, Antonio Alves dos Santos, José Mariano Travassos, João Freitas Jorge, José Alves Santos, Acrisio Lobão, José M. Prado Junior, José Francisco Jorge, Antonio Martins, Nelson Oliveira, Inacio Jansen Ferreira, Afonso Gandra, Henrique Gandra, Antonio Wall, João Marcos Almeida, Edgard Nogueira, Julio Gallas, Francisco Furiatti, Bento Labre, José Nova Alves, Pedro Mendes, José Lopes da Cunha, Almir Valente, Carlos O. Morais Rego, João B. Morais Rego Junior, José Camões, Francisco Souza, Vitor R. Viana, Fran Pacheco, Franklin C. Ferreira, Joaquim M. Gomes de Castro, dr. Joaquim Pinto Franco de Sá, Carlos Alberto Ribeiro, Albino Moreira, João Raimundo Pereira, Artur Belo, tenente Osmundo Anequim, dr. Nelson Jansen, Humberto Jansen Ferreira, tenente Olavo Machado, José de Melo, João Viana da Silva, Clarindo Santiago, Manoel de Carvalho, Cleomenes Costa, Manoel G. Moreira Nina, Domingos Mendes, João Teles de Miranda, Ezequiel Parada, Paulino Lopes de Souza, dr. João Silva Almeida, dr. José Barreto C. Rodrigues, Carlos Rodrigues e Alfredo Teixeira.”

FONTE:

Jornal A Pacotilha, 31 de janeiro de 1916, pág. 4.