Arquivo do Autor: Auriel de Almeida

Campeonato Gonçalense de 1972 (São Gonçalo-RJ) – Bandeirante FC campeão

Por algum tempo eu havia entendido que o campeonato da cidade de São Gonçalo (RJ) não tinha ocorrido em 1972. Mas a competição foi realizada sim, e teve como grande campeão o Bandeirante Futebol Clube, o alvianil do bairro da Amendoeira (uniforme: camisas brancas com golas azuis e calções azuis).

Como o campeonato gonçalense sempre atrasava, a Liga Gonçalense de Desportos decidiu que a edição de 1972 seria relâmpago, com apenas três rodadas e quatro clubes, deixando para 1973 uma competição maior de 14 clubes!

Os inscritos para a edição de 1972 foram o Cordeiro, Pachecos, Nazaré e Bandeirantes. Todos os jogos seriam realizados no campo do Cordeiro, com um jogo servindo de preliminar do outro. O desfecho foi bizarro: em todas as rodadas um dos jogos terminou em wo! Na primeira rodada o Cordeiro estava desfalcado, e teve que entregar os pontos para o Bandeirante, e nas rodadas seguintes o Nazaré nem apareceu, talvez atordoado pela surra por 4 a 0 sofrida para o Pachecos na primeira rodada. O Bandeirante acabou sendo campeão invicto, com 100% de aproveitamento, tendo realizado apenas uma partida de fato. Eis a tabela:

10/12/1972
Pachecos 4-0 Nazaré
Cordeiro wo-0 Bandeirante

17/12/1972
Bandeirante 0-wo Nazaré
Pachecos 0-2 Cordeiro

24/12/1972
Bandeirante 2-0 Pachecos
Nazaré wo-0 Cordeiro
Classificação final:
Bandeirante	6
Cordeiro	4
Pachecos	2
Nazaré		0

 

FOTO: O Fluminense (sexta-feira, do dia 1º/10/1971 )

Campeonato Carioca de Futebol Feminino – todos os clubes campeões e vices desde 1983

Listo, abaixo, apenas os campeonatos oficiais, isto é, organizados ou chancelados pela FFERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro)

 Ano Campeão Vice
 1983   Radar                   Bangu
 1984   Radar                   São José de Magalhães Bastos
 1985   Radar                   São José de Magalhães Bastos
 1986   Radar                   Portuguesa
 1987   Radar                   Portuguesa
 1988   Radar                   Vasco da Gama (*)
 1989-1995 não realizado (**)
 1996   Vasco da Gama           Campo Grande
 1997   Vasco da Gama           Flamengo
 1998   Vasco da Gama           Grêmio de São Gonçalo
 1999   Vasco da Gama           Flamengo
 2000   Vasco da Gama           Flamengo
 2001   Barra de Teresópolis    Vasco da Gama
 2002-2004 não realizado (***)
 2005   CEPE-Caxias             Olaria (****) (*****)
 2006   CEPE-Caxias             America (****)
 2007   CEPE-Caxias             America (****)
 2008   Campo Grande            Volta Redonda
 2009   Volta Redonda           CEPE-Caxias
 2010   Vasco da Gama           Duque de Caxias
 2011   Duque de Caxias         Vasco da Gama
 2012   Vasco da Gama           Duque de Caxias
 2013   Vasco da Gama           Duque de Caxias
 2014   Botafogo                Duque de Caxias
 2015   Flamengo                Barcelona
 2016   Flamengo                Vasco da Gama
 2017   Flamengo                Duque de Caxias
 2018   Flamengo                Duque de Caxias
 2019   Flamengo                Fluminense

(*) O campeonato de 1988 foi o último da antiga divisão feminina da FFERJ. Após a conquista do hexacampeonato o presidente do Radar, Eurico Lyra, anunciou que seu time se afastaria das disputas, para possibilitar o desenvolvimento dos outros times. Uma autêntica seleção, o Radar não dava chances às adversárias, e a competição havia perdido completamente o interesse por falta de competitividade das demais equipes. Contudo, a saída do Radar provocou uma debandada na categoria, e a FFERJ parou de organizar campeonatos por longos oito anos.

(**) A wikipédia e alguns sites da internet colocam o Vasco da Gama como campeão de 1995. Isso é um erro. Não houve campeonato em 1995, e qualquer pesquisa nos jornais da época mostra que o clube foi consagrado “apenas” pentacampeão em 2000, e não hexa.

(***) Em 2002 o campeonato deixou de ser organizado como parte do movimento nacional que quase promoveu a extinção de todos os estaduais.

(****) EM 2005 a competição foi organizada inteiramente pela Liga Niteroiense de Desportos, com aval da FFERJ. Em 2006 e 2007 o campeonato foi realizado pela FFERJ com a coordenação da Liga Niteroiense. A partir de 2008 o campeonato passou a ser inteiramente organizado pela FFERJ.

(*****) Algumas fontes dizem que o vice de 2005 é o Arturzinho, mas na verdade foi o Olaria. Explicando: o time de futebol feminino do Guadalupe passou para o Arturzinho, que disputou o Intermunicipal, mas pouco antes do Campeonato Estadual de 2005 todo o time passou para o Olaria (e, depois do Estadual de 2005, passou para o America FC).

MAIORES CAMPEÕES:

1) Vasco da Gama – 8 títulos (1996/97/98/99/2000, 2010, 2012/13) e 4 vices (1988, 2001, 2011, 2016)

2) Radar – 6 títulos (1983/84/85/86/87/88)

3) Flamengo – 5 títulos (2015/16/17/18/19) e 3 vices (1997, 1999/2000)

4) CEPE-Caxias – 3 títulos (2005/06/07) e 1 vice (2009)

5) Duque de Caxias – 1 título (2011) e 5 vices (2010, 2012/13/14, 2017)

6) Campo Grande (campeão em 2008 e vice em 1996) e Volta Redonda (campeão em 2009 e vice em 2008)

9) Barra FC (campeão em 2001) e Botafogo (campeão em 2014)

2 vices: America (2006/07), Portuguesa (1986/87) e São José (1984/85)

1 vice: Olaria em 2005, Bangu em 1983, Grêmio de São Gonçalo em 1998 e Barcelona em 2015

OBSERVAÇÃO: Em dezembro de 2018 a FFERJ reconheceu um pleito do Duque de Caxias FC e declarou que este clube passa a herdar todos os resultados do CEPE Caxias. Assim, oficialmente, o Duque de Caxias tem 4 títulos e 6 vices. A título de informação, deixei ambos separados.

O motivo para a “unificação dos títulos”? Em 2010 o CEPE Caxias e o Duque de Caxias fizeram uma parceria. O time passou a se chamar Duque de Caxias/CEPE, com a camisa do Duque de Caxias (dono da “identidade principal” do time) e um símbolo do CEPE Caxias (dono do Departamento de futebol feminino) do lado direito da camisa. Em 2011 a parceria foi extinta, com o departamento de futebol feminino do CEPE sendo inteiramente transferido para o Duque de Caxias. Desde então, o CEPE Caxias não tem mais time.

Comento que acho essa decisão, sem precedentes no futebol, equivocada e traz várias complicações. Algumas questões a partir dela:

1) Se o CEPE Caxias monta um novo departamento de futebol feminino e volta a disputar o campeonato, ele passa a ser considerado um clube sem títulos? Sob qual justificativa o passado do clube será apagado?

2) O Flamengo, atualmente, é na verdade o Flamengo/Marinha. O time de futebol feminino é da Marinha, o Flamengo entra na parceria com a camisa rubro-negra (com um símbolo da Marinha) e a “identidade principal” do time. Essa parceria começou em 2015, em 2014 a parceria da Marinha era com o Botafogo, e em 2012 e 2013 com o Vasco. Ou seja, o time de futebol feminino organizado pela Marinha vem sendo campeão carioca de forma ininterrupta desde 2012, através de várias parcerias: 2012/13 Como Vasco/Marinha, 2014 como Botafogo/Marinha e 2015/16/17/18/19 como Flamengo/Marinha. Baseado no precedente aberto pelo caso Caxias, se a Marinha acabar com o futebol feminino e o Flamengo assumir o time, como o Duque de Caxias fez com o CEPE, os títulos de Vasco e Bota passam ao Flamengo? Ou se a Marinha acabar com a parceria e passar a organizar um time independente, Vasco,  Bota e Fla teriam seus títulos transferidos para esse novo time? Fica a reflexão.

Americano FC (Campos) – Campeão Extra de Futebol do Interior do RJ de 1979

Em 1974 os Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro se fundiram no atual Estado do Rio de Janeiro, mas suas federações permaneceram separadas até 1978, quando a Federação Carioca de Futebol e a Federação Fluminense de Futebol se uniram na atual Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ).

Em 1979 a FFERJ organizou o I Campeonato Estadual de Profissionais do Rio de Janeiro. Nesse ano, em respeito a tradição dos campeões fluminenses (atual interior do RJ), foi criado o Campeonato Extra de Futebol do Interior do RJ, com apoio da SPORT PRESS e do Jornal “O Fluminense”, que ofereceu ao campeão a Taça “O Fluminense”.

O regulamento era simples: seriam contabilizados todos os pontos conquistados pelos times de fora da capital – isto é, Americano (Campos), Goytacaz (Campos), Niterói, Volta Redonda, Serrano (Petrópolis) e Fluminense (Nova Friburgo) – contra qualquer adversário, em qualquer fase, em qualquer grupo. Foram essas as campanhas dos clubes:

1º Turno – Taça Guanabara (classificava 10 clubes para o grupo dos vencedores do 2º turno, os outros 8 iam para o grupo dos perdedores)

Americano – 22 pontos – classificado para o grupo dos vencedores

Goytacaz – 22 pontos – classificado para o grupo dos vencedores

Serrano – 18 pontos – classificado para o grupo dos vencedores

Fluminense – 12 pontos

Volta Redonda – 12 pontos

Niterói – 8 pontos

 

2º Turno – Taça Inocêncio Pereira Leal (grupo dos vencedores, classificava seis times para a fase final)

Americano – 9 pontos – classificado para a fase final

Goytacaz – 9 pontos – classificado para a fase final

Serrano – 7 pontos

 

2º Turno – Taça Inocêncio Pereira Leal (grupo dos vencedores, classificava seis times para a fase final)

Fluminense – 10 pontos

Volta Redonda – 6 pontos

Niterói – 2 pontos

 

Fase final

Americano – 4 pontos

Goytacaz – 3 pontos

 

CLASSIFICAÇÃO FINAL DO CAMPEONATO DO INTERIOR DO RJ:

1) Americano – 35 pontos – CAMPEÃO

2) Goytacaz – 34 pontos

3) Serrano – 25 pontos

4) Fluminense – 22 pontos

5) Volta Redonda – 18 pontos

6) Niterói – 10 pontos

Subligas de Profissionais do Campeonato Carioca – 1933 a 1940 (RJ)

Em 1933, com a criação da Liga Carioca de Football – primeira liga profissional do Rio de Janeiro – foi criada também a Subliga Carioca de Football, espécie de “divisão inferior” daquela. Para entender a relação entre as duas, podemos fazer um paralelo com o Carnaval Carioca, onde as diferentes divisões de escolas de samba são organizadas por ligas diferentes (ao invés de uma única liga organizando mais de uma competição). Ou mesmo com o futebol inglês, onde o campeonato de elite é organizado pela Premier League e as divisoes inferiores pela English Football League.

O acesso do campeão da Subliga ao campeonato da Liga não era automático: o campeão ganhava o direito de pleitear a vaga, mas dependia da aprovação de todos os clubes-membros “de cima”. O mesmo sistema, aliás, já vigorava no futebol carioca desde 1924, com a amadora Associação Metropolitana de Esportes Athleticos.

A Subliga Carioca de Football organizou campeonatos de 1933 a 1936. Em 1937, com a fusão da Liga Carioca de Football com a também profissional Federação Metropolitana de Desportos, surgiu a Liga de Football do Rio de Janeiro. E logo iniciou-se o processo de fusão da Subliga com a chamada Divisão Intermediária da FMD. No entanto, o mesmo foi confuso e nenhum campeonato secundário foi organizado no ano.

Apenas em 1938 foi consolidada a nova subliga profissional, chamada de Associação de Football do Rio de Janeiro. E ela organizou três campeonatos bem-sucedidos de 1938 a 1940.

Em 1941, com a Lei dos Desportos de Getúlio Vargas, ficou proibida a coexistência de mais de uma liga em uma mesma cidade. E a subliga teria que ser transformada em uma Segunda Divisão administrada diretamente pela Federação Metropolitana de Futebol (novo nome da Liga de Football do Rio de Janeiro, mudança feita por determinação da citada lei, que regulamentava até a nomenclatura das ligas…).

Em 1941 essa Segunda Divisão não foi realizada a tempo, e em 1942 a divisão chegou a ter participantes inscritos, mas a FMF começou a impor tantas exigências aos clubes pequenos (capacidade de estádio, obrigatoriedade de formar, além das equipes profissionais, equipes amadoras, de reservas, juvenis etc.) que só o Olaria foi considerado apto. E o projeto naufragou. Os comentários da época, aliás, diziam que as dificuldades foram criadas justamente para não haver acesso e descenso. Os clubes “de cima” estavam fechados, e não desejavam mais intrusos. Coisas da cartolagem…

Assim como na “Divisão Principal”, existia um campeonato de quadros amadores cujos jogos eram disputados nas preliminares dos profissionais. Algumas edições contaram também com um Torneio Início.

Mas vamos aos participantes e campeões, com comentários:

 

SUBLIGA DE 1933 – São Cristóvão campeão! 

Participantes:

Bandeirantes Athletico Club (Taquara/Jacarepaguá)

Carioca Foot-Ball Club (Jardim Botânico)

Del Castilho Foot-Ball Club (Del Castilho)

General Electric Edison Athletic Club (Maria da Graça)

Jequiá Foot-Ball Club (Ilha do Governador)

Madureira Athletico Club (Madureira)

Modesto Foot-Ball Club (Quintino)

São Cristóvão Athletic Club (São Cristóvão)

Obs: O campeão São Cristóvão pleiteou a vaga e foi aprovado pelos membros da Liga Carioca de Football, participando do campeonato da primeira divisão no ano seguinte. O vice-campeão foi o Madureira. Não houve Torneio Início. Nos quadros de amadores o campeão foi o Madureira.

 

SUBLIGA DE 1934 – Modesto campeão!

Participantes:

Bandeirantes Athletico Club (Taquara/Jacarepaguá)

Club Athletico Central (Rocha)

Del Castilho Foot-Ball Club (Del Castilho)

Jequiá Foot-Ball Club (Ilha do Governador)

Madureira Athletico Club (Madureira)

Modesto Foot-Ball Club (Quintino)

Obs: O campeão Modesto pleiteou a vaga e foi aprovado pelos membros da Liga Carioca de Football, participando do campeonato da primeira divisão no ano seguinte. O Jequiá foi o vice-campeão. O Modesto também conquistou o Torneio Início. Nos quadros de amadores o campeão foi o Madureira.

 

SUBLIGA DE 1935 – Engenho de Dentro campeão!

Participantes:

Sport Club America (Lins de Vasconcelos)

Sport Club Anchieta (Anchieta)

Bandeirantes Athletico Club (Taquara/Jacarepaguá)

Del Castilho Foot-Ball Club (Del Castilho)

Deodoro Athletico Club (Deodoro)

Engenho de Dentro Athletico Club (Engenho de Dentro)

Sport Club Maracanã (Tijuca)

Associação Athletica Nova America (Inhaúma)

Sudan Athletico Club (Cascadura)

Tijuca Foot-Ball Club (Tijuca)

Obs: O campeão Engenho de Dentro abandonou a Subliga após o título e se filiou na rival FMD. Com isso, o Jequiá – vice de 1934, e que não participou em 1935 – pleiteou a vaga e foi aprovado pelos membros da Liga Carioca de Football, participando do campeonato da primeira divisão no ano seguinte. O Anchieta foi o vice-campeão. Não houve Torneio Início. Nos quadros amadores o campeão foi o Bandeirantes. O Tijuca não tem relação com o outro Tijuca, participante de divisões inferiores do Campeonato Carioca nos anos 10.

 

SUBLIGA DE 1936 – Carbonífera campeão!

Participantes:

Sport Club Anchieta (Anchieta)

Carbonífera Foot-Ball Club (Saúde)

Deodoro Athletico Club (Deodoro)

Engenho de Dentro Athletico Club (Engenho de Dentro)

Japoema Foot-Ball Club (Méier)

Modesto Foot-Ball Club (Quintino)

Ramos Foot-Ball Club (Ramos)

Tijuca Foot-Ball Club (Tijuca)

Obs: Com a fusão da LCF e da FMD em 1937 uma nova vaga nem foi discutida. De toda forma, o campeão Carbonífera saiu da subliga no ano seguinte. O Ramos foi o vice-campeão. Não houve Torneio Início ou campeonato de amadores. O Engenho de Dentro, que havia abandonado a Subliga no ano anterior, retornou nesse ano.

 

SUBLIGA DE 1937 – sem campeonato

 

SUBLIGA DE 1938 – Olaria campeão!

Participantes:

Andarahy Athletico Club (Andaraí)

Jequiá Football Club (Ilha do Governador)

The Leopoldina Railway Athletic Association (Santo Cristo)

Olaria Athletico Club (Olaria)

Associação Athletica Portuguesa (Centro)

Villa Isabel Football Club (Vila Isabel)

Obs: O Olaria pleiteou a vaga e foi rejeitado pelos membros da Liga de Football do Rio de Janeiro. A Portuguesa foi a vice-campeã. O Jequiá venceu o Torneio Início, e o Olaria foi o campeão de quadros amadores. A Portuguesa, atualmente na Ilha do Governador, tinha sede no Centro da Cidade.

 

SUBLIGA DE 1939 – Portuguesa campeã!

Participantes:

The Leopoldina Railway Athletic Association (Santo Cristo)

Olaria Athletico Club (Olaria)

Associação Athletica Portuguesa (Centro)

Sampaio Athletic Club (Sampaio)

Obs: A Portuguesa pleiteou a vaga e foi rejeitada pelos membros da Liga de Football do Rio de Janeiro. O Olaria foi o vice-campeão. A Lusa conquistou também o Torneio Início e o campeonato de quadros amadores.

 

SUBLIGA DE 1940 – Portuguesa campeã!

Participantes:

Sport Club Benfica (Benfica)

Carris Tráfego Foot-Ball Club (Botafogo)

Athletico Club Nacional (Ricardo de Albuquerque)

Olaria Athletico Club (Olaria)

Associação Athletica Portuguesa (Centro)

Obs: A Portuguesa pleiteou a vaga e foi rejeitada pelos membros da Liga de Football do Rio de Janeiro. O Olaria foi o vice-campeão. Como no ano anterior, a Lusa conquistou também o Torneio Início e o campeonato de quadros amadores. O Nacional, atualmente, fica em Guadalupe – quase na fronteira com Ricardo de Albuquerque.

 

FONTES: Jornais diversos do Rio de Janeiro

 

Subliga Carioca de 1938 (RJ)

 

Em 1938 foi disputado o primeiro campeonato de profissionais da Associação de Football do Rio de Janeiro, sub-liga da Liga de Football do Rio de Janeiro. Seu campeão tinha o direito de “pleitear” uma vaga no Campeonato Carioca (deveria ser aprovado por todos os membros para “subir”), e pode-se dizer que foi uma espécie de “Segundona” da época. Reparem que os poucos jogos restantes não alterariam muito a tabela, que teve o Olaria como campeão (no máximo a Leopoldina Railway poderia empatar na segunda colocação com a Portuguesa)

Time J V E D GP GC Pts
Olaria AC

10

8

2

0

29

11

18

Portuguesa, AA

9

6

2

1

26

14

14

Jequiá IC

8

5

0

3

14

17

10

Leopoldina RAA

10

4

1

5

25

28

9

Andarahy AC

9

2

0

7

11

22

4

Villa Isabel FC

10

0

1

9

6

19

1

Torneio Início
11/09/1938 Olaria AC

0

2

Jequiá IC Semifinal
11/09/1938 Andarahy AC

0

2

Portuguesa, AA Semifinal
11/09/1938 Olaria AC

2

0

Andarahy AC Disputa de 3º lugar
11/09/1938 Jequiá IC

2

1

Portuguesa, AA Final
 

 

 

 
Campeonato  

 

 

 
25/09/1938 Olaria AC

4

4

Portuguesa, AA Turno
02/10/1938 Leopoldina RAA

2

0

Villa Isabel FC Turno
02/10/1938 Andarahy AC

wo

0

Jequiá IC Turno WO a favor do Jequiá IC
09/10/1938 Leopoldina RAA

1

2

Portuguesa, AA Turno
09/10/1938 Villa Isabel FC

1

1

Olaria AC Turno
16/10/1938 Jequiá IC

6

2

Leopoldina RAA Turno
16/10/1938 Andarahy AC

2

6

Portuguesa, AA Turno
23/10/1938 Olaria AC

5

0

Jequiá IC Turno
23/10/1938 Andarahy AC

3

0

Villa Isabel FC Turno
30/10/1938 Portuguesa, AA

4

2

Jequiá IC Turno
30/10/1938 Leopoldina RAA

6

3

Andarahy AC Turno
06/11/1938 Andarahy AC

wo

0

Olaria AC Turno WO a favor do Olaria AC
06/11/1938 Villa Isabel FC

1

4

Jequiá IC Turno
13/11/1938 Olaria AC

5

1

Leopoldina RAA Turno
13/11/1938 Portuguesa, AA

4

0

Villa Isabel FC Turno
27/11/1938 Portuguesa, AA

?

?

Olaria AC Returno Olaria venceu
27/11/1938 Jequiá IC

?

?

Andarahy AC Returno Vencedor desconhecido
27/11/1938 Villa Isabel FC

4

5

Leopoldina RAA Returno
04/12/1938 Olaria AC

6

1

Andarahy AC Returno
04/12/1938 Portuguesa, AA

4

4

Leopoldina RAA Returno
04/12/1938 Jequiá IC

0

wo

Villa Isabel FC Returno WO a favor do Jequiá IC
11/12/1938 Villa Isabel FC

wo

0

Portuguesa, AA Returno WO a favor da Portuguesa, AA
11/12/1938 Jequiá IC

2

5

Olaria AC Returno
11/12/1938 Andarahy AC

1

2

Leopoldina RAA Returno
18/12/1938 Leopoldina RAA

2

3

Olaria AC Returno
18/12/1938 Villa Isabel FC

wo

0

Andarahy AC Returno WO a favor do Andarahy AC
08/01/1939 Olaria AC

0

wo

Villa Isabel FC Returno WO a favor do Olaria AC
08/01/1939 Portuguesa, AA

2

1

Andarahy AC Returno Portuguesa, AA
08/01/1939 Leopoldina RAA

wo

0

Jequiá IC Returno WO a favor do Jequiá IC
20/01/1939 Jequiá IC

?

?

Portuguesa, AA Returno Vencedor desconhecido

Associação Sportiva Ferroviária (RJ) – só disputou campeonatos em 1930 e levantou um troféu

Um dos clubes mais efêmeros da história do futebol carioca foi a Associação Sportiva Ferroviária, do bairro Riachuelo. O “Club da Camisa Azul e Preta” foi fundado com o nome de Associação Sportiva e Beneficente Ferroviária no final de 1929 ou início de 1930 (a primeira notícia que encontrei do clube é de uma assembléia de 3 de janeiro de 1930) e tinha sede na Rua 24 de Maio nº 369, perto da estação de trem no Riachuelo.

A Ferroviária foi fundada por dissidentes do Club Athletico Central (outro clube de ferroviários) e remanescentes, a maioria atletas, do recém-extinto Americano Football Club do mesmo bairro. Algumas notícias dão conta de que ex-jogadores do Villa Isabel Football Club, que deixou de montar equipes de futebol, também ingressaram na equipe.

Já com o nome de Associação Sportiva Ferroviária, o clube ingressou na veterana Liga Metropolitana de Desportos Terrestres, na Série Emmanuel Coelho Neto. No Torneio Início dessa série, disputado em 27 de abril de 1930, o clube foi o campeão. A campanha: Ferroviária 2-0 Esperança de Santa Cruz, Ferroviária 2-1 Irajá e Ferroviária 1-0 Sportivo Santa Cruz.

O resultado empolgou a imprensa esportiva, que rapidamente apontou o clube como um dos favoritos para a conquista da competição. Contudo, subitamente, o clube anunciou sua desistência do campeonato no dia 13 de junho. O motivo não foi claro: em nota oficial, o clube garantiu que foi por questões de ordem internas, e elogiou a organização da Liga Metropolitana e seus clubes co-irmãos. Na sequência, o time embarcou para uma série de amistosos com outras equipes de ferroviários no interior do Rio, São Paulo e Minas Gerais.

Em assembléia de 5 de julho de 1930 o clube ainda anunciou uma mudança nas cores: o uniforme e bandeira, que eram compostos por “listras de dois centímetros” deixavam de ter as cores azul e preta e passavam a ter as cores azul e ouro.

Em 1931 o clube realizou poucos amistosos, e logo sumiu da imprensa. Nunca encontrei fotos ou escudo dessa equipe.

Jornal do Commercio FC (RJ) – participou do Campeonato Carioca da LMDT


Recriação do escudo do Jornal do Commercio a partir de fotos – devido à baixa qualidade das mesmas, este escudo pode não ser fidedigno

O Jornal do Commercio Football Club, como o nome indica, foi fundado por funcionários do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro no dia 28 de Outubro de 1922. O clube tinha sede na Gamboa, e campo na Avenida Francisco Bicalho, nº 313, em Santo Cristo. O Jornal do Commercio disputou por algum tempo o campeonato da Liga Graphica de Sports, que reunia equipes ligadas a funcionários de jornais e gráficas – caso do Sport Club Pimenta de Mello, A Noite Football Club, Papelaria União etc.

Equipe de 1924 que disputou a Liga Graphica de Sports

Outra foto da equipe de 1924

Em 1928 o Jornal do Commercio ingressou na Liga Metropolitana de Desportos Terrestres, fundada em 1908 e que, até 1924, organizou o Campeonato Carioca com grandes clubes (de 1925 em diante a mesma contou apenas com pequenas agremiações). A melhor participação do Jornal do Commercio neste campeonato foi em 1931: terminou em terceiro lugar, atrás do campeão Oriente e do Sportivo Santa Cruz (este, o campeão de 1930) e foi o campeão do Torneio Início com a seguinte campanha: 1 a 0 no Deodoro (quartas-de-final), 1 a 0 do Oriente (semis) e 0 a 0 com o Sportivo Santa Cruz na finalíssima (no critério de desempate, 3 escanteios a 0). O time campeão: Américo, Armando e Figueiredo; Noé, Paulo e Jorge; Miguel, João, Edgar, Oscar e Bira.


Equipe campeã do Torneio Início da LMDT em 1931

A equipe desapareceu em meados dos anos 30, embora seu campo, usado em várias competições, ainda fosse chamado de “campo do Jornal do Commercio”. No final da década, o mesmo foi comprado pela Leopoldina Railway Athletic Association, agremiação vizinha. Hoje o terreno pertence à CEG (perto da Rodoviária Novo Rio).

 

Fontes: Jornal do Commercio – O Malho, Fon-Fon e Diário da Noite

Foto do Sport Club America (RJ) do bairro Lins – campeão da LMDT de 1929


EM 1929 o Sport Club America, do bairro carioca do Lins, tornou-se bi-campeão da veterana Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT).

À época, a LMDT não contava com nenhuma equipe considerada grande, mas era reconhecida pela co-irmã paulista Liga dos Amadores de Football (as equipes de uma liga preliavam amistosamente com as da outra).

O alvirrubro Sport Club America era muitas vezes chamado pelos jornais de “Sport America”, para diferenciá-lo do famoso America Football Club.

Reparem que em 1929 o clube usava camisas totalmente vermelhas, e o escudo seguia o estilo idêntico ao do America mais famoso. Até então, conhecíamos o escudo com letras entrelaçadas, e o uniforme vermelho com golas brancas (que eu vi em foto de 1926). Será que em 1928 o clube também usou esse uniforme?

Obs: Na foto, a equipe é referida como sendo do Méier. Na época, Lins era considerado uma localidade do Méier, e não um bairro.

 

FONTE: A Batalha