O FUTEBOL NA VILA CARIOCA

Um amigo encontrou o escudo do União Mútua Futebol Clube postado por mim e me mandou um e-mail que achei interessante postar no blog,  pois ele simplesmente acabou narrando um pouco da história do futebol do bairro da Vila Carioca – Distrito do Ipiranga – Zona Sul da Capital de São Paulo.

Toninho, boa tarde,

O escudo do União Mútua é exatamente este.

O clube era o mais estruturado da Vila Carioca e olha que ali haviam inúmeros times, só para citar alguns: Cruzada Paulista (Rua Aida); XI Primos (hoje na Rua Amadis – morei do outro lado da rua); Auri Verde, Cruzeiro, Carioquinha e Santos (todos Rua Auri Verde) , sendo que o presidente Lula jogou no Santos; o XI Carioca, com sede na Rua Colorado e o Bahia com sede na Rua Ubarana, no bar do Zito, que é pai do Pepo (bar do XI Primos) e do “Escovão”.

Na sede da União Mútua, ocorriam bailes de sábado à noite e de carnavais, as matines eram lotadas, assim como recebeu vários cantores e promoveu bons festivais de futebol de salão e no campo, sendo que os jogadores se trocavam na sede e iam à pé para o campo.

Pra encerrar: Na despedida de solteiro do “Escocês”, em 1980 teve um jogo de solteiros X casados, eu com 16 anos joguei no gol do time dos solteiros, ao final, o Escocês, nu, correndo em volta do campo.

Um abraço.

Nascimento   

PS – José Antonio do Nascimento atualmente é Delegado de Polícia do DEIC de São Paulo.

        Escocês é um dos grandes compositores de sambas enredo e faz parte da  Escola de Samba Imperador do Ypiranga, que também é da Vila Carioca.
         Toninho Sereno

História do Campeonato de Acesso Paulista – Cap. XV

1961: Não tem pra ninguém – Prudentina campeã!

O Campeonato da 1ª Divisão desse ano teve como campeã a equipe da Prudentina, agremiação já extinta do cenário futebolista paulista. No ano anterior já havia conquistado o titulo da 2ª Divisão, mas de nada valeu esse esforço do ponto de vista de classificação, pois a FPF inexplicavelmente acabou “inchando” o campeonato para 22 equipes. Foram incluídas 11 agremiações a mais das que disputaram no ano anterior. Pela primeira vez seria permitido substituição (mas de apenas um jogador).

Além daquelas que disputaram o certame em 60, exceção ao Comercial (SP) que extinguiu o futebol profissional, reapareceram o América, Corinthians Prudentino e Ponte Preta que perderam o lugar na divisão de elite. Outras agremiações foram beneficiadas com entrada pela porta dos fundos como Paulista, Barretos, Francana e Tupã.

No campeonato as equipes foram divididas em duas séries de onze, os jogos seriam realizados em turno e returno apenas dentro das séries. As equipes campeãs de cada série disputariam a finalíssima e a vencedora ascenderia à divisão de elite.

Nesse ano disputou-se o famigerado “Torneio da Morte” ou popularmente “Rebolo” que teria as duas últimas equipes de cada série.

Classificação – 1ª fase

Série “Paulo Machado de Carvalho”

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
PONTE PRETA 33 7 20 15 3 2 59 18 41
BATATAIS 26 14 20 12 2 6 56 29 27
BRAGANTINO 26 14 20 11 4 5 36 28 8
SÃO BENTO (SOR) 22 18 20 10 2 8 49 33 16
FERROVIÁRIA (BOT) 20 20 20 8 4 8 28 37 -9
NACIONAL 20 20 20 8 4 8 38 34 4
PAULISTA 19 21 20 7 5 8 38 53 -15
IRMÃOS ROMANO 17 23 20 7 3 10 27 32 -5
XV DE JAÚ 16 24 20 6 4 10 27 50 -23
10º ELVIRA 14 26 20 6 2 12 35 47 -12
11º ESTRELA DA SAÚDE 7 33 20 1 5 14 21 53 -32
JOGOS REALIZADOS 110
GOLS ASSINALADOS 414
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,8

Campeã: Ponte Preta, para o rebolo: Estrela da Saúde.

Série “João Mendonça Falcão”

Colocação CLUBES PG PP J V E D GP GC S
PRUDENTINA 23 17 20 9 5 6 46 36 10
CORINTHIANS (PP) 22 18 20 8 6 6 37 32 5
AMÉRICA 21 19 20 8 5 7 42 41 1
BARRETOS 21 19 20 8 5 7 45 28 17
JABOTICABAL 21 19 20 8 5 7 35 22 13
VOTUPORANGUENSE 20 20 20 8 4 8 27 41 -14
FRANCANA 19 21 20 8 3 9 41 35 6
CATANDUVA 19 21 20 7 5 8 35 45 -10
OSWALDO CRUZ 19 21 20 8 3 9 36 43 -7
10º SÃO BENTO (MAR) 18 22 20 8 2 10 29 37 -8
11º TUPÃ 17 23 20 6 5 9 29 42 -13
JOGOS REALIZADOS 110
GOLS ASSINALADOS 402
MÉDIA DE GOLS POR JOGO 3,7

Campeã: Prudentina, para o rebolo: Tupã.

Jogo que decidiu o campeonato:

Ponte Preta 3 x 2 Prudentina

(prorrogação: Ponte Preta 0 x 2 Prudentina)

Data: 5/11/1961

Local: “Estádio Municipal do Pacaembu”, em São Paulo.

Árbitro: Olten Ayres de Abreu

Renda: Cr$ 951.050,00

Gols: Paulo (2), Ismar.

Cláudio Garcia, Vicente, Ademar Pantera e Reginaldo.

Ponte Preta: Nino; Mário Ferreira, Florindo e Ilzo; Esnel e Ascendino; Nivaldo, Paulo, Ari, Bibe e Ismar (Evanir). Técnico: Francisco Sarno (1924-).

Prudentina: Glauco; Vicente, Roberto e Celso; Fernandinho e Mauri; Reginaldo, Cláudio Garcia, Ademar, Valter e Tomáz (Mendonça). Técnico: Sidnei Cotrim Malmegrim.

Observação: Terminado o tempo regulamentar com a vitória da Ponte Preta, foi necessária a realização de uma prorrogação de 30 minutos (15 x 15), já que a equipe campineira igualou-se à Prudentina em três pontos. Com a vitória na prorrogação por 2 x 0, a Prudentina sagra-se a campeã.

Campanha do Campeão

1ª fase – Série João Mendonça Falcão

1º turno 2º turno

7/05/61: Prudentina 2 x 0 Barretos                   30/07/61: Corinthians (PP) 1 x 1 Prudentina

14/05/61: Catanduva 3 x 3 Prudentina                   6/08/61: Barretos 4 x 1 Prudentina

21/05/61: Prudentina 2 x 2 Corinthians (PP)        13/08/61: Prudentina 2 x 1 Francana

28/05/61: Prudentina 2 x 1 S. Bento (Mar)          20/08/61: Tupã 2 x 1 Prudentina

4/06/61: Oswaldo Cruz 4 x 2 Prudentina           27/08/61: Prudentina 3 x 1 Oswaldo Cruz

11/06/61: Prudentina 2 x 0 Tupã               3/09/61: América 4 x 1 Prudentina

25/06/61: Votuporanguense 1 x 1 Prudentina      10/09/61: Prudentina 3 x 1 Jaboticabal

2/07/61: Prudentina 4 x 1 América                     24/09/61: Prudentina 6 x 1 Votuporanguense

9/07/61: Francana 4 x 0 Prudentina                    1/10/61: Prudentina 8 x 2 Catanduva

16/07/61: Jaboticabal 1 x 1 Prudentina                 8/10/61: S. Bento (Mar) 2 x 1 Prudentina

Finais

21/10/61: Ponte Preta 2 x 2 Prudentina

29/10/61: Prudentina 3 x 2 Ponte Preta

5/11/61: Ponte Preta 3 x 2 Ponte Preta

(prorrogação: Ponte Preta 0 x 2 Prudentina)

Balanço geral: Jogos: 23; Vitórias: 10;             Empates: 6; Derrotas: 7; Gols marcados: 55; Gols sofridos: 43; Saldo: 12

 

Equipe base do campeão

Glauco; Vicente, Baú e Celso; Fernandinho e Mauri; Tomás, Ademar Pantera, Cláudio Garcia, Rubens e Walter. Também jogaram: Ademar, Martins, Roberto, Betão, Ramon, João Carlos, Mendonça, Reginaldo.  Técnico: Sidnei Cotrim Malmegrim.

Destaques:

Glauco José do Nascimento (1940-): guardião seguro foi o grande responsável pela conquista do título. Fernandinho: jogador eficiente tanto no apoio como na defesa. Ademar Miranda Júnior (1941-2001), o Ademar Pantera foi o artilheiro da equipe. Fez sucesso defendendo o Palmeiras, Flamengo e Fluminense. Sua maior inimiga foi a balança. Cláudio Galbo Garcia (1943-), avante que se entendia muito bem com Ademar Pantera. Jogou mais tarde com sucesso no Fluminense e se tornou técnico. Rubens Josué da Costa (1928-1987): O “Doutor Rúbis” depois de fazer sucesso no Flamengo e Vasco da Gama foi peça fundamental na conquista do acesso pela Prudentina.

Curiosidades

  • Artilheiro do máximo do campeonato: Paulo (Ponte Preta): 19 gols;
  • Outros goleadores: Paulo Bim (Oswaldo Cruz) e Cido (Batatais): 15 gols, Milton (Francana) e Prado (Bragantino): 14 gols, Ademar Pantera (Prudentina) e Picolé (São Bento – Sor): 12 gols;
  • Goleiros mais vazados: Garcia (Paulista): 44 gols, Raimundinho (Votuporanguense): 41 gols, Celso (São Bento – Mar): 38 gols, Marcelo (Ferroviária – Bot): 34 gols;
  • Goleiros menos vazados: Floriano (Bragantino): 17 gols, Bonelli (Jaboticabal): 22; Carlos (Batatais): 25;
  • Maior goleada do campeonato: Barretos 8 x 0 São Bento (Mar), em 1/10/1961;
  • Equipes que se destacaram:

Ponte Preta: Valter (Nino); Mário Ferreira, Florindo (Marcos) e Ilzo (Carlinhos); Esnel (Ivan) e Ascendino (Joel); Nivaldo (Severo), Ari (Jair), Paulo (Luiz), Bibe e Evanir (Ismar). Técnico: Francisco Sarno;

Batatais: Carlos (Roberto) (Boareto); Julião, Veríssimo (Valtinho) e Camilo; Salton (Dirceu) e Oscar; Nilo (Piolim), Washington (Bacurau), Cido (Nélson Curitiba), Lizotti (Bazaninho) (Tito) e Canhotinho (Zé Mauro). Técnicos: Tininho e depois Demétrio Soares.

Bragantino: Floriano (Nenê) (Levy); Osmar, Servilio e Mindo (Cassiano); Wálter (Waldemar Fiume) e Dom Pedro (Lúcio); Prado (Liminha), Raluy (Augusto), Mairiporã, Dema e Wilsinho (Alcino);

Corinthians: Acosta (Ari); Bianchini, Bertamin e Luisinho (Sabiru); Joãozinho e Cotia (Roberto); Robertinho (Jonas), Milton (Castilho), Ipojucan (Paulinho), Zé Amaro (Valter) e Plínio (Oiama);

  • Paulo Pisaneschi (1930-1980) veio para a Ponte Preta em 1960 após boa passagem pelo Corinthians. Não conseguiu ajudar a Ponte a evitar o descenso, mas com ele a Ponte quase conquistou o acesso. Antes de ser atleta trabalhava numa carvoaria daí ser conhecido também como Paulo Carvoeiro;
  • O São Paulo emprestou três jogadores ao Batatais: Aparecido Martins Moreira (1939-) o Cido, Bazaninho e Bacurau;
  • Eurípedes Fernandes Piter (1941-) (América) foi um dos melhores marcador de Pelé;
  • Enério Martinelli (1934-1994), disputou nesse ano o último campeonato pelo Paulista. Era um defensor atarracado, pesava 100 quilos e media 1,75 metros. Chamado de “O Canhão do Interior” pela potência de seu chute onde marcava muitos gols principalmente de longa distância. Jogou na equipe jundiaense desde 1952. Encerrou sua longa carreira no Promeca, disputando a antiga 2ª Divisão em 1963;
  • Olimpio Gabriel (1925-?), o Bibe (Ponte Preta) foi um dos jogadores com maior longevidade no futebol. Havia atuado pelo São Paulo anteriormente;
  • O Bragantino fez campanha razoável nesse ano. A equipe contava com grandes nomes do passado: Servílio (campeão pelo XV de Jaú em 51), Mindo (ex Paulista), Mairiporã (campeão pelo Comercial em 58). Mas quem fez mais sucesso foi Antonio Francisco de Prado (1940-), que faria sucesso no S. Paulo mais tarde;
  • O Estrela da Saúde contou com 37 jogadores em seu elenco para a disputa do campeonato. Com tantos jogadores não deu outra: a equipe foi rebaixada para a 2ª Divisão;
  • A dupla de boêmios do América: Walter Vasconcelos Fernandes (1930-1983) tinha um passado futebolístico respeitável onde foi bicampeão paulista pelo Santos (55/56) e passagem pela Seleção Brasileira e Paulista. Moysés Ferreira Alves (1930-1980), o Zezinho, havia passado pelo Botafogo (RJ), São Paulo, Portuguesa (SP), Corinthians, Santos e Seleção Brasileira. Ambos já no ocaso de suas carreiras tinham uma coisa em comum: as farras, as bebidas e a boêmia. No América fizeram meia dúzia de partidas e partiram para outras plagas, onde a vigilância pela vida noturna não eram tão intensa.
  • Revelações do campeonato: José Geraldo Camargo (1938-2007), o Picolé (São Bento – Sor), Prado (Bragantino) e Cleiton Paulo Bim Netto (1941-) (Oswaldo Cruz).

Prudentina 61 (1)

Em pé da esq. p/ direita: Mauri, Fernandinho, Celso, Roberto, Vicente e Glauco.

Agachados na mesma ordem: Reginaldo, Ademar Pantera, Cláudio Garcia, Walter e Tomáz.

Trabalho inédito do autor que contou com a colaboração do Júlio Diogo

Goleiro se distraiu e quase sofre gol bizarro

No futebol há muitas frases, uma delas é: “A vitória ou a derrota é construída nos detalhes“. Nesse vídeo, o goleiro estava com tanta pressa de dar prosseguimento ao jogo, que pensou que a bola tinha saído pela linha de fundo e correu rapidamente para pegar a bola reserva.

Porém, a bola não saiu e na sequencia, para sorte do goleiro (que se encontrava atrás do gol), a zaga afastou o perigo. Que sorte goleirão!

http://www.youtube.com/watch?v=GPgR5So6r3U&feature=player_embedded

Um pouco da história do futebol em Siderópolis

Itaúna e Treviso de Siderópolis marcaram época no futebol da região sul de Santa Catarina. Os dois somam doze títulos da LARM – Liga Atlética da Região Mineira (abrange Criciúma e municípios vizinhos), um dos principais campeonatos regionais do Estado.

Entre 1965 e 1973 os rivais alternaram nas conquistas da LARM. Levaram nove títulos consecutivos para a orgulhosa cidade de Siderópolis.

O Itaúna, também chamado de “clube da montanha” ou do “rio Fiorita”, participa ainda do campeonato regional. Almerindo, com presença em várias partidas da seleção catarinense no Campeonato Brasileiro, Frécia, Biróide e Dego, são alguns grandes atletas da história do clube.

Ao contrário do que possa parecer, o nome Treviso origina-se do “trevo de quatro folhas” e não da Carbonífera Treviso, que apoiou o clube. Nas cores o time era um camaleão. Muitos uniformes foram utilizados ao longo da história, mas o que mais prevaleceu foi o verde e branco. O Treviso está extinto e o terreno onde ficava o estádio foi doado para a Prefeitura Municipal de Siderópolis.

ITAUNA ATLÉTICO CLUBE
Fundação: 4 de dezembro de 1952
Estádio: Engenheiro Mozart Vieira
Títulos: Campeão da LARM em 1956, 66, 67, 70, 71, 73, 76 e 91.
Cores: azul e branca

GRÊMIO ESPORTIVO TREVISO
Fundação: 3 de julho de 1956
Estádio: Engenheiro Sebastião Toledo dos Santos
Títulos: campeão da Liga de Lauro Müller em 1961 e da LARM em 1965, 68, 69 e 72 e da segunda divisão amadora em 1958 e 59.
Cores: verde e branca

Fonte: Jornal Sidera

Fausto dos Santos, a “Maravilha Negra”

fausto

Sempre que tem oportunidade de participar de encontros envolvendo o futebol brasileiro, o radialista Haroldo Silva, com uma larga folha de serviços prestados a esse esporte, inicia sua participação da seguinte forma:

– “Senhores e senhoras, sintam-se à vontade na terra onde nasceram Fausto dos Santos e Canhoteiro.” Isto, se o evento envolver convidados de outros estados, e acontecer em São Luís.

Quando o evento acontece em outro Estado, Haroldo Silva tem o hábito de se pronunciar da seguinte forma:

– “Senhores e senhoras, permitam-me dizer, inicialmente, que estamos vindo da terra de Fausto e Canhoteiro.”

Com isso, o renomado radialista, com a experiência de ter participado das transmissões de três copas do mundo de futebol, demonstra o respeito e, principalmente, a importância que esses dois nomes têm para o futebol maranhense e brasileiro. Já abordamos, aqui, o ídolo Canhoteiro. Hoje é o dia de Fausto dos Santos, ou simplesmente, Fausto, cognominado de “Maravilha Negra” que, se vivo fosse, completaria em 28 de janeiro de 2008, exatos 103 anos.

Por algum motivo que desconhecemos – e Haroldo Silva qualquer dia desses vai abordar o assunto, e talvez consiga explicar no livro que está escrevendo sobre a exuberância participativa do negro no futebol – os historiadores e pesquisadores do futebol brasileiro nunca revelaram os nomes dos pais de Fausto dos Santos. Permitem, isso sim, imaginar, que Fausto, por ser apenas “dos Santos”, seria filho de mãe solteira. Mas isto não vem ao caso. Pois, Fausto dos Santos nasceu no dia 28 de janeiro de 1905, no município maranhense de Codó.

Afirma o jornalista Dejard Ramos Martins, no seu livro “ESPORTE – Um mergulho no tempo”, editado em 1989, que: “Fausto dos Santos deixou sua terra natal, a então pacata cidade maranhense de Codó, ainda criança. Era filho de pais pobres. No entanto ele seria um predestinado para maravilhar o mundo esportivo. A família arrumou a bagagem e mudou-se. Foi fixar residência no Rio de Janeiro. Na adolescência deu seus primeiros passos no manejo da bola. Aos poucos passou a ser observado pelos olheiros e cobiçado por quase todos os clubes cariocas. Desde os 12 anos chamava a atenção do bairro. Quando chegou à adolescência vieram os elogios da crítica carioca. Na juventude era um craque perfeito. Preto, alto, muito magro, mas muito futebol. Lamentavelmente enveredou por falsos caminhos e tornou-se um boêmio inveterado. A fama subiu-lhe à cabeça. Não estava preparado para ser tão cobiçado. Não soube dosar a consagração.”

Fausto, com absoluta certeza, e por conta do depoimento de muitos que viram a exuberância do seu futebol, foi um dos mais brilhantes meio-campistas de todos os tempos. Convocado para a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1930, conseguiu escapar do fracasso do time nacional e chegou a ganhar da imprensa uruguaia o apelido de “A Maravilha Negra”, pela excelência de sua técnica e a firme liderança que exercia em campo.

“Quando Fausto começou a jogar futebol, em 1926, no Bangu, era meia-esquerda. Transferiu-se para o Vasco da Gama em 1928 e passou a jogar como médio volante. Os analistas consideravam-no o mais perfeito marcador da sua época, o homem dos passes mais preciosos de quantos viveram no seu tempo. Sagrou-se campeão carioca em 1929, pelo Vasco da Gama.” (Esporte – um mergulho no tempo – Dejard Martins).

No dia 14 de julho de 1930, a seleção brasileira perdeu para a Iugoslávia por 2 a 1, em jogo realizado no Parque Central, em Montevidéu, no Uruguai, jogo da Copa do Mundo. No jogo em que foi registrada a presença de 5.000 torcedores e que teve a arbitragem de Aníbal Tejada, do Uruguai, a seleção brasileira entrou em campo com: Joel; Brilhante e Itália; Hermógenes, Fausto e Fernando Giudicelli; Poly, Nilo, Araken, Preguinho e Theóphilo. O Técnico foi Píndaro de Carvalho Rodrigues. O gol brasileiro foi marcado por Preguinho (filho do escritor maranhense Coelho Netto, aos 16 minutos do segundo tempo, quando o placar era 2 a 0 para a Iugoslávia. Fausto e Preguinho, este pelo gol, foram os únicos do selecionado brasileiro a receber elogios.

Na mesma Copa do Mundo de 1930, o Brasil enfrentaria em seguida o selecionado da Bolívia, vencendo por 4 a 0, com gols de Moderato (2) e Preguinho (2). Píndaro de Carvalho Rodrigues mandaria campo a seguinte formação brasileira: Velloso; Zé Luiz e Itália; Hermógenes, Fausto e Fernando Giudicelli; Benedito, Russinho, Carvalho Leite, Preguinho e Moderato.

Depois de começar carreira profissionalmente no Bangu Atlético Clube, em 1926, Fausto dos Santos se transferiu para o Clube de Regatas Vasco da Gama, onde permaneceu, de 1928 até 1930. Ali foi convocado para a seleção brasileira. Renomado, famoso, transferiu-se para o Barcelona da Espanha, em 1931. Jogou na Europa numa época de muita discriminação racial. A boemia acabou afetando o seu estado físico.

“Entretanto, já famoso no Brasil, Fausto dos Santos só conseguiu se projetar internacional em virtude das boas atuações na Copa do Mundo de 1930, em Montevidéu, no Uruguai. Depois disso, o zagueiro se transferiria para o Barcelona, da Espanha. A tuberculose já acometera Fausto dos Santos, que aproveitou para fazer um tratamento especializado na Suíça, em 1932, atuando também pelo Young Fellows.” (Esporte – um mergulho no tempo – Dejard Martins).

Voltou ao Brasil e ao Rio de Janeiro em 1933, seis quilos mais magro. Eram os sintomas da tuberculose. Entretanto, em 1934, aparentemente recuperado, Fausto voltaria a defender o Vasco da Gama, de onde se transferiria, novamente, em 1935, para o Nacional do Uruguai.

De volta mais uma vez ao Rio de Janeiro, Fausto dos Santos foi contratado pelo Flamengo, onde encontrou o técnico húngaro Dori Krusch que resolveu escalá-lo na zaga, entendo que isso seria menos desgastante para o jogador. Fausto não aceitou a decisão e levou o clube à Justiça, mas perdeu a causa.

Depois de longa internação no Hospital São Sebastião, no Rio de Janeiro, foi transferido para o Sanatório Municipal de Santos Dumont/MG, onde faleceu no dia 28 de março de 1939, aos 34 anos de idade.

Fausto, maranhense de Codó, conseguiu apenas dois títulos nacionais: campeão carioca em 1929 e 1934, ambos pelo Clube de Regatas Vasco da Gama.

FONTE:

http://www.jornalpequeno.com.br/blog/oliveiraramos/?p=98

James, que esteve na Copa defendendo a Inglaterra, aceitou proposta do Bristol no dia seguinte à despedida de solteiro

Goleiro da seleção inglesa, tinha contrato com um time da Premier League… David James foi parar no Bristol City, da Segunda Divisão do país, no início da temporada. E a mudança da água para o vinho, segundo o próprio jogador, se deu por causa do efeito do álcool.

Como vim parar aqui? Confesso que não fazia parte dos meus planos. Pensei: ou continuava no Portsmouth, ou iria para outro clube da Primeira Divisão… Ou me mudava para a Escócia – disse em entrevista publicada pelo “The Guardian“.

Recebi um telefonema de um número desconhecido na manhã seguinte à minha despedida de solteiro. Não costumo atender, mas ainda estava bêbado e atendi. Para o meu espanto, era o Steve Coppel (treinador do Bristol). Se fosse outra pessoa eu sequer consideraria a proposta, mas meu respeito por ele é tanto que o Bristol City se tornou uma grande oportunidade – concluiu, dizendo que enfrentar um desafio e viver perto da terra natal o motivaram a assinar com o clube.

FONTE: http://www.goal.com/br/news/619/especiais/2010/10/26/2184835/goleiro-trocou-de-time-porque-estava-b%C3%AAbado

Festival Esportivo do S.C. Mackenzie no campo do Flamengo em 1931

Em 1931, o S.C.Mackenzie promoveu um festival esportivo no campo do Flamengo e houve 3 partidas durante o evento. Abaixo as súmulas desses jogos.

PORTUGUESA (RJ) 4 X 0 S.C.MACKENZIE (RJ)
Data: 01/03/1931
Amistoso Estadual
Local: Campo do Flamengo
Árbitro: Luiz Neves
Gols: Joãozinho (2), Waldemar e Carioca.
A.A PORTUGUESA: Oswaldo, Fraga e Armando; Eugênio, Mamão e Bolão; Zé Luis, Joãozinho, Carioca, Irineu e Waldemar.
S.C.MACKENZIE: Euro, Waldemar e Palmeiras; Augusto, Amâncio e Freire; Álvaro (Tobias), Pery, Moreno, Luiz e Campista.

CARIOCA (RJ) 2 x 0 BONSUCESSO (RJ)
Data: 01/03/1931
Amistoso Estadual
Local: Campo do Flamengo
Árbitro: Waldemar Alves (América)
Gols: Jarbas (2)
CARIOCA: Silvino, Viegas e Tuíca; Waldemar, China e Salles, Jarbas, Carijó, Mintho (Raphael), Gentil e Romeu.
BONSUCESSO: Medonho, Alvarenga e Fontoura; Alvarenga II, Gradim e Cláudio; Carlinhos, Rapadura, Ramiro (Waldemar), China II e Ayres.

AMÉRICA (RJ) 2 X 3 SÃO CRISTOVÃO (RJ)
Data: 01/03/1931
Amistoso Estadual
Local: Campo do Flamengo
Árbitro: Virgílio Fedrigh
Gols: Gradim, Vicente, Jaburu pênalti; Carola pênalti, Campos
AMÉRICA: Sylvio, Lazaro (Pennaforte) e Hildegardo; Hermogénes, Jonas e Mário Pinto, Mosqueira (Campos, depois Vilardi), Miro, Carola, Mineiro e Popó
SÃO CRISTOVÃO: Romeu, Jucá e Zé Luis; Agrícola, João e Ernesto; Vicente , Doca, Alceu (Gradim), Bahianinho (Jaburu) e Gaúcho.

Vasco da Gama na Argentina em 1994

No começo da temporada de 1994, o Vasco da Gama realizou 2 jogos na Argentina contra o New old boys da cidade de Rosário, clube onde jogava Diego Maradona. Abaixo as súmulas desses jogos

VASCO DA GAMA (RJ) 0 X 0 NEW OLD BOYS (ARG)
Data: 21/01/1994
Amistoso Internacional
Local: Estádio Parque Independência / Rosário
Arbitro: Angel Sanchez
VASCO DA GAMA: Carlos Germano, Pimentel, Alexandre Torres, Ricardo Rocha (Tinho), Cássio, Luisinho, Leandro, França, Gian (Yan), Dener (Hernande), Valdir (Jardel) Técnico : Jair Pereira
NEW OLD BOYS: Escarbone, Basualdo, Calude, Boquetino, Sibiero, R. Lopes, ?, Martino, Maradona, Cabricci e Rufini
Expulsão: Leandro Ávila

VASCO DA GAMA (RJ) 2 X 2 NEW OLD BOYS (ARG)
Data: 26/01/1994
Amistoso Internacional
Local: Estádio Mundialista / Mar Del Plata
Arbitro : Francisco Lamolina
Público : 2.500
Gols : França 05/1º, Dener 26/1º, Calude 20/2º e Freitas (New Old Boys 40/2º
VASCO DA GAMA: Carlos Germano (Caetano), Pimentel, Alexandre Torres, Ricardo Rocha (Tinho), Cássio, Luisinho, Leandro, França, Yan (Gian), Dener (Hernande) e Valdir (Vítor) Técnico : Jair Pereira
NEW OLD BOYS: Diaz, Basulado, Boquetino, Calude, Sibiero, Berti, Escudero, Martino, Freitas, Cabricci e Rufini
Expulsão: Alexandre Torres (Vasco)