O Centro Sportivo Mossoroense foi uma agremiação da cidade de Mossoró (RN). Fundado no domingo, do dia 21 de Novembro de 1920. As suas cores escolhidas: vermelho e branco. O seu campo ficava na Praça do Hospital, atualmente chamado: Rua Juvenal Lamartine, s/n, no bairro Bom Jardim, em Mossoró. A 1ª Diretoria foi constituída da seguinte forma:
Presidente – Gentil Soares e Silva;
Orador – Manoel Rodrigues da Chagas;
Tesoureiro – Manoel Soares de Miranda;
Adjunto-tesoureiro – Genipapo Fernandes;
Diretor Sportivo – Paulo de Albuquerque.
A ideia de fundação do Centro Sportivo deu-se através de alguns dirigentes do Humaytá, que tinha como objetivo, contar com um aliado nas reuniões presididas pela Liga Mossoroense de Futebol (LMF), posicionando-se contrário às pretensões do Ypiranga, tendo em vista que, naquele momento, a rivalidade chegava ao limite máximo permitido entre os Alviceleste e o alvinegros.
Ocorre, entretanto que, como se diz no adágio popular, o “tiro saiu pela culatra”. Tão logo o Centro tomou conhecimento da artimanha aplicada pelo “vovô”, posicionou-se contrário, passando a fazer parte do bloco que decidia os interesses do Ypiranga.
A formação inicial do Centro Sportivo foi a seguinte: Loureiro; Toinho e Nino; Joca Delfino, João Batista Pinto e Pio Xis; Carlito Santiago, João Nogueira Filho, Humberto Mendes, José Soares e Zeca Matias.
No dia 25 de dezembro de 1921, a Liga Mossoroense de Futebol (LMF), idealizou um torneio no qual o Centro Sportivo havia sido sorteado para atuar diante do Humaytá, sendo que, ao final do clássico, “vovô” conquistou a vitória pelo placar de 1 a 0, gol marcado através do atacante Nunes.
Na citada partida, o Centro Sportivo atuou com o futebol de Cazuza (goleiro que havia sido dispensado pelo América de Natal-RN, dada a sua indisciplina na meã); Cabeleira e Navegantino; Joca, João Batista e Pio Xis; Olavo, Luisinho, Eurico, Bobô e Gim.
Na história do Campeonato Citadino de Mossoró, o Centro Sportivo foi campeão uma vez: em 1939, organizado pela Associação Mossoroense de Esportes Atléticos (AMEA).
As Marchinhas que viraram um Hino para os torcedores
No ano de 1935, ainda no apogeu, o Centro Sportivo, cantavam os seus torcedores uma canção na música de Grau Dez, marcha carnavalesca de autoria de Elizeu de tal, a qual era:
A vitória há de ser tua, tua, tua,
Centro Idolatrado…
És o time que atua, atua,
Sempre equilibrado,
Toda vez que fores jogar
A vitória tens que levar…
O Esporte diz: eu lá não vou não,
O Palmeiras, alimenta ilusão,
O ABC diz quem pode arriscar,
É o União, União, União…
Não me arrisco, diz o Humaitá,
É tolice, quem com ele jogar,
O União empatou por descuido,
De outra vez a lavagem virá…
Há uma outra, por ocasião do Carnaval no ano de 1935, que era assim:
Somos do Centro, onze jogadores,
Embaixadores,
Somos do prazer…
Marcando passo com viva alegria,
Até na folia
Iremos vencer…
Roulleaux, Bitenta, Paraguai, Midinho,
Ayres, Luiz Zezinho, Lolinha, Bolão,
Lóia e Sabino, eis o time altivo, (BIS)
Do Centro Esportivo,
O nosso campeão…
Vamos treinar,
Para jogar,
Com Deus Momo na folia,
Se ele perder,
Para aprender,
Rasgamos-lhe a fantasia.
Amistosos com as grandes forças do futebol nordestino
Em 1933, o Centro Sportivo Mossoroense recebeu a visita do Fortaleza Esporte Clube da capital alencarina, num clássico que terminou sem abertura do placar. Observe a súmula: Centro Sportivo: Rolleaux; Júlio Ferreira e Paraguai; Lolinha, Saruê e Bitenta; Mundoca, Antônio Ayres, Careca, Zezinho e Raimundo Canuto.
Fortaleza-CE: Zé Augusto; Alberto e Zé Félix; Jaburu, Tancredo e Corado; Pirão, Jandir, Agápito, Juraci e Bacurim.
Em 1936, a equipe do Fortaleza Esporte Clube (CE), da capital alencarina, atuou amistosamente em nossa cidade, diante do Centro Sportivo, obtendo uma vitória pelo placar de 3 a 1.
Observe a formação do alvirrubro no referido jogo: Rolleaux; Júlio Ferreira e Antônio Paraguai; Lolinha, Saruê e Bitenta; Mundoca, Antônio Ayres, Careca, Zezinho e Raimundo Canuto.
O Fortaleza formou: Zé Augusto; Alberto e Zé Félix; Jaburu, Tancredo e Corado; Pirão, Jandir, Agapito, Juraci e Bacurim.
Goleadas históricas em cima do ABC, Treze e América de Natal
Em 1938, o Centro Sportivo recebeu a visita do Santa Cruz de Natal, e, sem cerimônias, goleou por 5 a 1. Depois foi a vez do ABC de Natal tombar frente ao Centro Sportivo pelo marcador de 6 a 1. Depois, voltou a vencer o ABC de Natal, em outubro de 1938, por 3 a 0.
Em 1939, o Centro Sportivo Mossoroense fez história aos golear impiedosamente o Treze da Paraíba pelo placar de 6 a 1. Porém, a maior goleada ainda estava por vir. O América de Natal acabou sucumbindo diante do Centro Sportivo pelo impressionante placar de 12 a 1.
Em 1940, o jogo foi diante do Maguari de Fortaleza, e o campeão da temporada de Mossoró, empatou em 4 a 4. O fato curioso, é que o Mossoroense vencia por quatro a zero, mas com quatro frangos seguidos sofridos pelo arqueiro Zé Olindo acabou cedendo o empate.
Ainda em 40, diante de resultados tão expressivos e somado a goleada histórica sofrida, o América de Natal convidou o Centro Sportivo Mossoroense a jogar em Natal. Sob o comando do técnico Manoel Eufrásio de Oliveira, o Centro Sportivo bateu Mecão por 3 a 1, com gols de Raimundo Canuto e Mundoca, duas vezes; enquanto Petrovich marcando o tento de honra do América.
Antes de retornar para Mossoró, o time realizou o último amistoso na capital potiguar, diante do Santa Cruz de Natal, na época uma das grandes forças do estado. Derrota por 1 a 0 para o time da capital foi muito contestada. O gol foi assinalado numa cobrança de pênalti, por intermédio de Stéfenson. A reclamação foi que a falta aconteceu na entrada da área e não dentro. Além disso, a arbitragem do cabo João, foi repleto de incidentes.
Apesar do Centro Sportivo Mossoroense viver um momento de ascensão, o clube acabou fechando às portas, no início da década de 40, deixando um vazio e uma saudade no povo mossoroense, que perdura até os dias de hoje.
Colaborou: Gerson Rodrigues
FONTES: Blog do Olivar Monte – Livro “Esboço Histórico do Futebol Mossoroense”, de Manoel Leonardo Nogueira