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O Sampaio Corrêa é Campeão Maranhense de 2010

O Sampaio Corrêa derrotou a equipe do IAPE na tarde noite deste domingo 28, no estádio Nhozinho Santos pelo placar de 2 a 0 e conquistou o seu 29º título maranhense. Já a equipe do IAPE terminou o estadual na terceira colocação com 29 pontos.

O time Boliviano estava há 7 anos sem conquistar o título do estadual. O último conquistado pela Bolivia Querida foi no ano de 2003, quando a equipe derrotou o Maranhão Atlético Clube pelo placar de 3 a 2 em jogo realizado no dia 30/03 no estádio Castelão.

Os gols da partida no Municipal foram marcados por Edson, aos 28 minutos do primeiro tempo e Wescley, aos 15 minutos do segundo tempo.

A conquista deste domingo garantiu ao Sampaio uma vaga na Copa do Brasil e uma no Campeonato Brasileiro de 2011.

Confira as datas dos outro títulos da Bolívia Querida Maranhense :
1933, 1934, 1940, 1942, 1953, 1954, 1956, 1961, 1962, 1964, 1965, 1972, 1975, 1976, 1978, 1980, 1984, 1985, 1986, 1987, 1988, 1990, 1991, 1992, 1997, 1998, 2002 e 2003.

FICHA TÉCNICA

Sampaio 2×0 IAPE

Local: Estádio Nhozinho Santos

Arbitragem: Robson Martins Ferreira

Renda: Não divulgada

Público: Não divulgado

SAMPAIO: Rodrigo Ramos; Edson, Sílvio, Johildo, Raimundinho; Róbson Simplício, Elanardo (Eloir), Diones e Léo (Lucas); Wescley e Thiago Miracema.
Técnico: Sandow Feques.

IAPE: Flauberth; Carlinhos, Aldinho (Tim Marcos), Hans Muller; Dieguinho, Vagno Pereira, Tica (Valbson), Curuca e Raí; Cleilton (Vanvan) e Róbson.
Técnico: Paulo Cabrera.

CLASSIFICAÇÃO FINAL

Clube PG JG VI EM DE GP GC SG           %A
1 Sampaio Corrêa 35 16 11 2 3 33 14 19 72.9
2 Santa Quitéria 34 16 11 1 4 31 15 16 70.8
3 IAPE 29 16 9 2 5 28 16 12 60.4
4 Maranhão 29 16 9 2 5 27 16 11 60.4
5 Imperatriz 27 16 8 3 5 22 18 4 56.2
6 São José 19 16 5 4 7 23 25 -2 39.6
7 Nacional 13 16 3 4 9 18 37 -19 27.1
8 Bacabal 10 16 3 1 12 18 37 -19 20.8
9 Viana 8 16 1 5 10 7 29 -22 16.7
FONTE:

http://www.futebolinterior.com.br/news.php?id_news=160329

http://www.futnet.com.br/futebolmaranhense/sampaiocorrea/noticias/?120476_sampaio_%C3%A9_campe%C3%A3o_maranhense_2011

http://www.sampaiocorreafc.com.br/

Verdadeiro escudo do Fabril Athletic Club (FAC), de São Luís (MA)

Tempos atrás, em um artigo sobre o Fênix Football Club, surgiu a discussão sobre o seu escudo e sobre o verdadeiro escudo do Fabril Athletic Club (posteriormente denominado Football Athletic Club, após reinauguração), o saudoso FAC (leia-se “éfe á cê”, visto que, se observarmos no hino do clube já postado por mim, essa é a única forma que induz à rima na estrofe seguinte, foi também o que me disse o pesquisador com o qual conversei).

Pois bem. Fiquei sabendo pelo Mário Ielo que é divulgado por aí, em alguns sites especializados em escudos e distintivos, um escudo “fake” do Fabril aos moldes do escudo do São Paulo da Floresta, o que é impossível, já que o FAC é bem anterior ao surgimento deste clube e remonta a 1906!

Por isso, venho através deste artigo, além de atender a um pedido do Mário Ielo, desmistificar de vez a dúvida sobre o verdeiro distintivo do FAC, trazendo, inclusive, a citação da fonte ( a ilustração em uma edição do Jornal Pequeno de 1957) no livro do Claunísio Amorim, um dos maiores pesquisadores do futebol maranhense.

Peço desculpas pelo desenho pois, como sou leigo em “Photoshop”, resolvi fazer à mão livre mesmo então, caso achem a ilustração de baixa qualidade, tenham a total liberdade de manipular em algum software para deixá-lo mais adequado à divulgação posterior.

Enfim, final de polêmica, espero que divulguem o verdadeiro escudo (se é que não já foi postado aqui no Blog anteriormente) e tenham gostado do artigo…

 

FONTE:

“Terra, Grama e Paralelepípedos”, de Claunísio Amorim Carvalho. Edit. Café & Lápis, São Luís, 2009.

O Último Grande Feito do Futebol Maranhense!

A aura que envolveu aquele Campeonato Brasileiro da Série C de 1997 foi diferente, de um misticismo que não há como explicar, a não ser pelo sentimento vivido por aqueles que lá estavam. E eu era um deles; a inédita possibilidade de presenciar um momento glorioso de um clube do meu Estado dava o toque ufanista que faltava à essa mistura de sensações…

O Clube já havia passado por uma situação igual em 1972, é verdade, quando vencera a Segundona e fora elevado à elite do futebol brasileiro, com várias pratas da casa em um talentosíssimo elenco. Mas dessa vez era diferente, era algo palpável, discernível, crível e, por que não, indescritível?!

Lembranças de um Estádio Castelão lotado, mesmo em campeonatos locais. Lembranças das “gerais”, já quase extintas Brasil afora e seus personagens emblemáticos, sua “ola”, seus irritantes apitos a confundir a tudo e a todos, seus tradicionais lançamentos de sacos cheios de urina arquibancada abaixo…tempo bom que, apesar de recente, talvez nunca volte.

A irretocável campanha do clube não deixou dúvidas quanto à sua capacidade tática e técnica e força de planejamento. Só que todos esquecem de um detalhe precioso nessas horas; no futebol, depois da bonanza é que vem a tempestade! O plantel seria inevitavelmente desestruturado no ano seguinte, deixando para trás títulos e, com certeza, alguns prejuízos. Mas torcedor não lembra disso; o imediatismo é o maior dos pecados futebolísticos! Nada estragaria aquela festa, e foi o que aconteceu!

Depois de uma 1ª fase mais regionalizada e de árduos confrontos nas fases de “mata-mata”, o time havia chegado invicto no último jogo do Quadrangular Final contra a Francana, de São Paulo. Havia a possibilidade real de igualar o feito histórico e, até então, único do Sport Club Internacional em 1979. Em um Castelão abarrotado com aproximadamente 70.000 “bolivianos”, o Sampaio desfilou talento em gramado timbira, abrindo 2 gols contra nenhum da Francana, que só diminuiria o placar no 2º tempo, com um gol de pênalti. O tempo de jogo estava se exaurindo…a euforia tomava conta de uma enorme platéia sedenta e carente de títulos, mas historicamente amadora do tão refinado esporte bretão.

Foi quando, faltando poucos minutos para o término da partida, um infernal atacante de nome Cal sacramenta a vitória, o título e uma delirante invasão ao campo, tudo de uma só vez! Eram heróis! Talvez até desconhecidos de muitos que ali estavam, mas ainda assim heróis…não tinham idéia da dimensão daquilo que haviam acabado de fazer! A imensa massa tricolor veio abaixo…era mesmo o maior do Maranhão, o maior do Brasil! E pensar que tudo aquilo havia começado entre gente humilde, funcionários fabris, carvoeiros, peladeiros e pescadores, muitos anos atrás…a iniciativa de pioneiros havia construído uma nação, tijolo por tijolo, em três cores intercaladas; o encarnado, o verde e o amarelo.

Saí do estádio com meu pai naquele dia enebriado com o clima do acontecido. Os torcedores sem saber o que fazer, ou mesmo sem acreditar, comemoravam a esmo, como se expressassem a carência de eventos tão gloriosos como aquele. Naquele dia havia virado, definitivamente, mais um “boliviano”. Quem sabe fadado ao sofrimento…mas qual torcedor não é fadado a tal “sorte”? Futebol sem sofrimento não é futebol, é simples mecanismo!

Desde então venho sofrendo, na ânsia de um novo e duradouro período de bonanza, sempre na esperança de que não haja tanta tempestade…

Ramssés Silva.

** BÔNUS:

Vídeos

http://www.youtube.com/watch?v=ESY0omy5EHg

http://www.youtube.com/watch?v=etRUEhB7i5M

http://www.youtube.com/watch?v=EYX4x9SeGUo

Resultados

Primeira Fase
Santa Rosa/PA 0x0 Sampaio
Sampaio 1×0 River/PI
4 de Julho/PI 0x1 Sampaio
Sampaio 4×0 Santa Rosa/PA

Segunda Fase
Sampaio 1×1 Quixadá/CE
Quixadá/CE 0x1 Sampaio

Terceira Fase
Santa Rosa/PA 0x0 Sampaio
Sampaio 3×2 Santa Rosa/PA

Quadrangular Final
Francana/SP 1×1 Sampaio
Sampaio 3×0 Tupi/MG
Sampaio 1×1 Juventus/SP
Juventus/SP 2×2 Sampaio

Tupi/MG 0x1 Sampaio
Sampaio 3×1 Francana/SP

Estatísticas

Jogos: 18
Vitórias: 12
Empates: 6
Derrotas: 0
Gols pró: 31
Gols contra: 11
Saldo de gols: 20

Artilheiro: Marcelo Baron (Sampaio Corrêa): 9 gols

Maior média de Público da Série C 1997.
Maior público (70.000) Sampaio 3×1 Francana

Jogadores

Geraldo, Erly, Ney, Gelásio e Lélis; Luís Almeida, Renato Carioca, Ricardo (Edmilson) e Adãozinho; Jó (Cal) e Marcelo Baron.
Técnico: Pinho.

Fênix Foot-ball Club de São Luís

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O Fênix Foot-ball Club surge já em um período de popularização do esporte bretão na capital maranhense. Isso tudo após domínio absoluto do FAC desde os idos de 1906 e, anos mais tarde, do Luso Brasileiro.

Segundo o principal jornal da época, “A Pacotilha” (que também foi o principal veículo de comunicação do FAC defendendo, por muito tempo, seus interesses), o Fênix F. C. foi fundado em 1918, juntamente com outros inúmeros clubes futebolísticos e associações desportivas que se multiplicavam, denotando o “engatinhar” da massificação e, consequentemente, do profissionalismo, e o “princípio do fim” do amadorismo relacionado a esse esporte em terras timbiras.

O Fênix surgiu como um clube de pequeno porte, provavelmente sem sede adequada e locatário de campos de outras equipes para o mando dos seus jogos. Como exemplo disso, um jogo entre FAC e Fênix foi assim descrito na imprensa: enquanto o FAC era chamado de “o veterano no foot-ball do Maranhão” ou o “grêmio milionário”, o Fênix era tido como “um clube pequeno, apesar de esforçado”.

É preciso entender que o  início da popularização do “foot-ball association” em São Luís foi fortemente influenciado pela figura de Gentil Silva (de pensamento contrário ao do elitista e conservador sportman Nhozinho Santos, que foi fundador do FAC) que, ao sair do FAC, acaba fundando o Onze Maranhense Foot-ball Club e induzindo o surgimento de outras agremiações, com a inclusão de atletas não mais obrigatoriamente pertencentes à elite local; peladeiros, funcionários das fábricas, pescadores, ambulantes. Além da participação de jogadores das mais diversas etnias.

O time do Fênix não fugiu à essa regra de massificação; boa parte do seu elenco era composto de afrodescendentes e foi com esse plantel miscigenado que o clube conquistou o Campeonato Maranhense de 1921, vencendo clubes tradicionais e protecionistas quanto ao “não amadorismo” e “miscigenação” no foot-ball local.

A partir do final da década de 10 e início da década de 20, o que se viu nos campos maranhenses foi o negro, o mestiço e o pobre ocupando cada vez mais espaço dentro do foot-ball…e ganhando respeito e admiração, dentro e fora das 4 linhas! As aclamadas seleções maranhenses de 1927 e 1928 eram já quase que compostas em sua totalidade por afrodescendentes, indivíduos estes que gozavam de grande prestígio em São Luís.

Quanto ao Fênix F. C., faltam mais dados para uma “biografia” definitiva do clube, a serem aqui acrescentados assim que necessário. O certo é que o aspecto multiracial do plantel permaneceu intacto até os dias da foto acima postada e, com certeza, continuou até o fim das atividades da saudosa agremiação, provavelmente no final dos anos 20 ou início dos anos 30.

Era o aparecimento do profissionalismo no foot-ball maranhense. E era um caminho sem volta…

FONTE:

Claunísio Amorim Carvalho. Terra, Grama e Paralelepípedos. Ed. Café e Lápis, 2009. São Luís.

Botafogo do Anil – 77 anos de glórias

O Botafogo Futebol Clube, carinhosamente denominado Botafogo do Anil, o mais antigo e tradicional clube amador em atividade em São Luís, foi fundado no dia 15 de setembro de 1933, por torcedores fanáticos do Botafogo Football Club, do Rio de Janeiro. Entre esses estavam: Zé Veiga, Engole Cobra e Geraldo Preto, a quem a família botafoguense do Anil agradece, por proporcionar a oportunidade de participar de uma extensa família.

Na década de 40, graças ao apoio oferecido pelos proprietários da Fábrica Têxtil Rio Anil, o Botafogo do Anil chegou a disputar o campeonato maranhense da primeira divisão no ano de 1944, sagrando-se vice-campeão, tendo sido derrotado apenas pelo – na época imbatível – Moto Club, comandado pelos proprietários da fábrica Santa Isabel – família Aboud. O maior destaque da equipe era o meia Inaldo Veiga.

Passada essa fase, o Botafogo retornou ao amadorismo, conquistando vários torneios, dos quais o mais importante foi o que incluiu representantes de todos os bairros, tendo sido considerado o melhor clube amador de São Luís.

Em 1953 foi fundada a LADE (Liga Anilense de Desportos), com a finalidade de promover o campeonato anilense. No mesmo ano foi realizado o primeiro campeonato anilense, contando com a participação do Botafogo, Cruzeiro, Nascente, 1º de Maio, Bahia e outros, tendo o Botafogo do Anil se sagrado campeão. Em 1954 o Botafogo sagrou-se campeão invicto e eram destaques os atletas Aú, Zé Agarrô, Valfredo, Bi, Hélcio, Carrinho Sales, Alemão e Zé Lisboa.

No início da década de 70 o Botafogo filiou-se na FMD, onde disputou o campeonato da segunda divisão. Ali, o alvinegro anilense foi campeão de 1975, 1987 e 1988 e vice-campeão em 1976, 1980 e 1984.

Em 1989 o Botafogo retornou ao futebol do Anil, filiando-se ao DADA onde permanece até hoje. Além do futebol, o Botafogo desenvolve outras atividades culturais e sociais na sede social localizada na Avenida São Sebastião, nº 5, Anil.

A diretoria atual é composta por pessoas de dinamismo e abnegação, com destaque para Augusto Pereira, Murilo Mendes, Monteiro, Bolão (Joselito Veiga), Balula, Dionísio, Aguiar, Cleverson, Zé Luiz, Sandro, Eraldo, Fátima, Pingo, Bastos, Dorgival, Josélia, Assis, Abraão, César, Leônidas, Boréu (Raimundo Nonato Buna), William Veiga, Augusto Veiga e Augusto Moraes.

Ligado desde a fundação à família Veiga, o Botafogo tem na sua tradição a medida dos 77 anos de contribuição ao futebol maranhense, formando jogadores de nome nacional. Pelas hostes alvinegras anilenses passaram jogadores como Carlos Alberto, Tatu, Cachaça, Zeca Moleza, para ficar apenas nesses poucos.

Hoje o alvinegro anilense desfruta de prestígio no Maranhão, é uma das maiores forças do futebol amador de São Luís e continua de forma célere desenvolvendo o papel de formar jogadores.

FONTE:

http://www.jornalpequeno.com.br/2006/9/20/Pagina42458.htm

Fausto dos Santos, a “Maravilha Negra”

fausto

Sempre que tem oportunidade de participar de encontros envolvendo o futebol brasileiro, o radialista Haroldo Silva, com uma larga folha de serviços prestados a esse esporte, inicia sua participação da seguinte forma:

– “Senhores e senhoras, sintam-se à vontade na terra onde nasceram Fausto dos Santos e Canhoteiro.” Isto, se o evento envolver convidados de outros estados, e acontecer em São Luís.

Quando o evento acontece em outro Estado, Haroldo Silva tem o hábito de se pronunciar da seguinte forma:

– “Senhores e senhoras, permitam-me dizer, inicialmente, que estamos vindo da terra de Fausto e Canhoteiro.”

Com isso, o renomado radialista, com a experiência de ter participado das transmissões de três copas do mundo de futebol, demonstra o respeito e, principalmente, a importância que esses dois nomes têm para o futebol maranhense e brasileiro. Já abordamos, aqui, o ídolo Canhoteiro. Hoje é o dia de Fausto dos Santos, ou simplesmente, Fausto, cognominado de “Maravilha Negra” que, se vivo fosse, completaria em 28 de janeiro de 2008, exatos 103 anos.

Por algum motivo que desconhecemos – e Haroldo Silva qualquer dia desses vai abordar o assunto, e talvez consiga explicar no livro que está escrevendo sobre a exuberância participativa do negro no futebol – os historiadores e pesquisadores do futebol brasileiro nunca revelaram os nomes dos pais de Fausto dos Santos. Permitem, isso sim, imaginar, que Fausto, por ser apenas “dos Santos”, seria filho de mãe solteira. Mas isto não vem ao caso. Pois, Fausto dos Santos nasceu no dia 28 de janeiro de 1905, no município maranhense de Codó.

Afirma o jornalista Dejard Ramos Martins, no seu livro “ESPORTE – Um mergulho no tempo”, editado em 1989, que: “Fausto dos Santos deixou sua terra natal, a então pacata cidade maranhense de Codó, ainda criança. Era filho de pais pobres. No entanto ele seria um predestinado para maravilhar o mundo esportivo. A família arrumou a bagagem e mudou-se. Foi fixar residência no Rio de Janeiro. Na adolescência deu seus primeiros passos no manejo da bola. Aos poucos passou a ser observado pelos olheiros e cobiçado por quase todos os clubes cariocas. Desde os 12 anos chamava a atenção do bairro. Quando chegou à adolescência vieram os elogios da crítica carioca. Na juventude era um craque perfeito. Preto, alto, muito magro, mas muito futebol. Lamentavelmente enveredou por falsos caminhos e tornou-se um boêmio inveterado. A fama subiu-lhe à cabeça. Não estava preparado para ser tão cobiçado. Não soube dosar a consagração.”

Fausto, com absoluta certeza, e por conta do depoimento de muitos que viram a exuberância do seu futebol, foi um dos mais brilhantes meio-campistas de todos os tempos. Convocado para a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1930, conseguiu escapar do fracasso do time nacional e chegou a ganhar da imprensa uruguaia o apelido de “A Maravilha Negra”, pela excelência de sua técnica e a firme liderança que exercia em campo.

“Quando Fausto começou a jogar futebol, em 1926, no Bangu, era meia-esquerda. Transferiu-se para o Vasco da Gama em 1928 e passou a jogar como médio volante. Os analistas consideravam-no o mais perfeito marcador da sua época, o homem dos passes mais preciosos de quantos viveram no seu tempo. Sagrou-se campeão carioca em 1929, pelo Vasco da Gama.” (Esporte – um mergulho no tempo – Dejard Martins).

No dia 14 de julho de 1930, a seleção brasileira perdeu para a Iugoslávia por 2 a 1, em jogo realizado no Parque Central, em Montevidéu, no Uruguai, jogo da Copa do Mundo. No jogo em que foi registrada a presença de 5.000 torcedores e que teve a arbitragem de Aníbal Tejada, do Uruguai, a seleção brasileira entrou em campo com: Joel; Brilhante e Itália; Hermógenes, Fausto e Fernando Giudicelli; Poly, Nilo, Araken, Preguinho e Theóphilo. O Técnico foi Píndaro de Carvalho Rodrigues. O gol brasileiro foi marcado por Preguinho (filho do escritor maranhense Coelho Netto, aos 16 minutos do segundo tempo, quando o placar era 2 a 0 para a Iugoslávia. Fausto e Preguinho, este pelo gol, foram os únicos do selecionado brasileiro a receber elogios.

Na mesma Copa do Mundo de 1930, o Brasil enfrentaria em seguida o selecionado da Bolívia, vencendo por 4 a 0, com gols de Moderato (2) e Preguinho (2). Píndaro de Carvalho Rodrigues mandaria campo a seguinte formação brasileira: Velloso; Zé Luiz e Itália; Hermógenes, Fausto e Fernando Giudicelli; Benedito, Russinho, Carvalho Leite, Preguinho e Moderato.

Depois de começar carreira profissionalmente no Bangu Atlético Clube, em 1926, Fausto dos Santos se transferiu para o Clube de Regatas Vasco da Gama, onde permaneceu, de 1928 até 1930. Ali foi convocado para a seleção brasileira. Renomado, famoso, transferiu-se para o Barcelona da Espanha, em 1931. Jogou na Europa numa época de muita discriminação racial. A boemia acabou afetando o seu estado físico.

“Entretanto, já famoso no Brasil, Fausto dos Santos só conseguiu se projetar internacional em virtude das boas atuações na Copa do Mundo de 1930, em Montevidéu, no Uruguai. Depois disso, o zagueiro se transferiria para o Barcelona, da Espanha. A tuberculose já acometera Fausto dos Santos, que aproveitou para fazer um tratamento especializado na Suíça, em 1932, atuando também pelo Young Fellows.” (Esporte – um mergulho no tempo – Dejard Martins).

Voltou ao Brasil e ao Rio de Janeiro em 1933, seis quilos mais magro. Eram os sintomas da tuberculose. Entretanto, em 1934, aparentemente recuperado, Fausto voltaria a defender o Vasco da Gama, de onde se transferiria, novamente, em 1935, para o Nacional do Uruguai.

De volta mais uma vez ao Rio de Janeiro, Fausto dos Santos foi contratado pelo Flamengo, onde encontrou o técnico húngaro Dori Krusch que resolveu escalá-lo na zaga, entendo que isso seria menos desgastante para o jogador. Fausto não aceitou a decisão e levou o clube à Justiça, mas perdeu a causa.

Depois de longa internação no Hospital São Sebastião, no Rio de Janeiro, foi transferido para o Sanatório Municipal de Santos Dumont/MG, onde faleceu no dia 28 de março de 1939, aos 34 anos de idade.

Fausto, maranhense de Codó, conseguiu apenas dois títulos nacionais: campeão carioca em 1929 e 1934, ambos pelo Clube de Regatas Vasco da Gama.

FONTE:

http://www.jornalpequeno.com.br/blog/oliveiraramos/?p=98

Grandes Goleadas – Sampaio Corrêa FC x Brasil Fora de Série (reportagem SporTV)

imagesCASJ6VU2Tricolor de São Pantaleão, Bolívia Querida de Maior Torcida, Time de Escol ou, simplesmente SAMPAIO!

Conheça um pouco dos quase 90 anos de história de um dos clubes mais tradicionais do Maranhão e do Nordeste, através de acontecimentos pitorescos, tendo como pano de fundo o Campeonato Brasileiro da Série D, de 2010 e o massacre do 1º jogo das Oitavas de Final, onde o Sampaio venceu o CSA de Alagoas por 5×0 no Estádio Municipal Nhozinho Santos, na capital maranhense:

Clique aqui

FONTE:

Canal faraooh – Youtube

O Hino do FAC (Foot-ball Athletic Club) de São Luís em 1916

O hino do FAC, clube de futebol pioneiro em São Luís, (antigo Fabril Athletic Club, resurgido em 1916 como Foot-ball Athletic Club), intitulado “Canto da Vitória”, revelava a força que o clube atribuía a si, fato aliás comum a todos os hinos:

“Aléguap – Aléguap. | Hipp – Hurrah.

Canto:

Ao campo, à luta | A vós se escuta | De uma vitória,

Vamos, gigantes, | E confiantes. | De ter a glória

Lutar, lutar.| Sem descansar | Um só momento;

Para vencer,| Tudo fazer,| Sem desalento!

(coro estribilho)

Lutemos todos pela vitória,| Guardando a glória|

Que ela nos dê:

Voltando grande, puro e eloqüente| Somos ardente|

Ao F.A.C.| Mostremos que na nossa camisa,| Uma divisa| Nobre se lê

Por juventude forte e viril!| Pelo Brasil!| Pelo F.A.C.

(canto)

E tremular| Com honra e valor,| Sempre a bandeira

Linda, altaneira,| Do tricolor.| Que cada um,

Dizê-lo possa,| Forte e potente| E altivamente:|

Aquela é nossa!!!

(coro estribilho)

Lutemos pela vitória,| Guardando a glória| Etc., etc., etc.”

O FAC dominou o cenário futebolístico local durante muito tempo, ficando conhecido, inclusive, fora do Estado através de seus intercâmbios e parcerias mas, a partir de 1918, ganhou um adversário de peso na capital maranhense, o SC Luso Brasileiro, com o qual teve confrontos memoráveis, surgindo, daí, grande rivalidade. Isso tudo antes do surgimento de Sampaio Corrêa, Moto Club e Maranhão Atlético Clube ou seja, antes de 1923, mas essa já é uma outra história…

FONTE:

Claunísio Amorim Carvalho

“Terra, grama e paralelepípedos (os primeiros tempos do futebol em São Luís: 1906-1930)”

Ed. Café & Lápis, São Luís, 2009.