Arquivo da categoria: Perfis de Jogadores

Quem foi Urbano Caldeira.


O jovem Urbano Villela Caldeira Filho, nascido em Florianópolis, tinha 22 anos de idade em 1913 – ano em que chegou a Santos para trabalhar como escriturário, trazendo consigo sua personalidade boêmia e muita vontade de jogar futebol. Já havia fundado alguns times na capital, anos antes, e daí em diante passou a ser um dos mais atuantes sócios, além de zagueiro do time que amaria e comandaria, como técnico, na década seguinte.

O primeiro Paulistão
Foi naquele ano que o Peixe venceu o Campeonato Santista, sem perder nenhuma partida, enfrentando América, Escolástica Rosa e Atlético. Foram seis vitórias, com 35 gols marcados – desempenho que rendeu ao clube um convite da Liga Paulista de Futebol para disputar o campeonato estadual. Na estreia, uma derrota desanimadora: 8 a 1 para o Germânia.

Após uma vitória e três derrotas, a diretoria decidiu que seria impossível continuar viajando a São Paulo para as disputas, já que as passagens de trem não custavam pouco para a delegação. O Santos precisou abandonar a competição, mas não sem antes enfrentar e vencer aquele que seria o grande rival de sua história. Foi no dia 22 de junho que o clube teve como adversário pela primeira vez o Corinthians, também estreante do Paulistão, a quem venceu por 6 a 3.

Fonte: Rádio Rio

Seleção Brasileira: Um ‘Diamante’ chamado Leônidas da Silva

O brasileiro mais famoso dos anos 1940, sem dúvida foi Leônidas da Silva. O carioca Leônidas da Silva, nascido no dia 6 de setembro de 1913, filho de um marinheiro português e de uma cozinheira, Leônidas da Silva teve uma infância simples. Estudante do colégio Epitácio Pessoa, frequentemente escapava das aulas para jogar futebol.

Em 1922, com a morte do pai, Leônidas foi adotado pelos patrões de sua mãe. Seu pai adotivo montou um bar perto do campo do São Cristóvão, onde o menino Leônidas passou a jogar nas categorias de base. Depois jogou em vários clubes do subúrbio carioca, até ser contratado, aos 17 anos, pelo Sírio Libanês.

Passou para o Bonsucesso F.C. e, em 1931, jogou pela seleção carioca, tornando-se famoso. Mudou-se para o bairro de Vila Isabel, onde ficou amigo do compositor Noel Rosa. No ano seguinte, Leônidas jogou pela seleção brasileira no Uruguai, ocasião em que recebeu o apelido de “Diamante Negro” e executou a bicicleta, jogada que o imortalizou.

Jogou um ano no Peñarol, time uruguaio, em 1933. Retornando ao Brasil, passou a jogar no Vasco da Gama. Leônidas integrou a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1934, mas o time foi desclassificado na primeira partida.

Leônidas da Silva, já contratado pelo Botafogo, tornou-se um ídolo em 1936. Foi considerado o melhor jogador da Copa do Mundo de 1938, na França. Retornou ao Brasil consagrado, com desfile em carro aberto. Na esteira de sua popularidade, a empresa Lacta passou a fabricar o chocolate “Diamante Negro”.


Com isso, foi o brasileiro mais popular nos anos 30/40, o Rei do Futebol antes de Pelé. Foi um artilheiro e jogador extraordinários. Consagrado como Diamante Negro no Brasil, o que deu nome a uma marca de chocolate até hoje existente, Leônidas da Silva honrou a camisa da Seleção Brasileira – disputou 37 jogos e marcou 37 gols. É o artilheiro com a melhor média de gols da história da Seleção: um gol por partida.

Em 1939, já jogando pelo Flamengo, Leônidas da Silva conquistou para o time o Campeonato Carioca. Considerado o maior craque brasileiro, em 1941 Leônidas passou dez meses preso no quartel do Realengo, com a descoberta de uma falsificação em seu certificado de alistamento militar.
Durante a década de 1940, Leônidas foi o maior ídolo do São Paulo Futebol Clube, conquistando cinco títulos para o time.

Leônidas da Silva anunciou sua aposentadoria como jogador em 1949, selando uma histórica desavença com o técnico da seleção brasileira, Flavio Costa, que o cortou da seleção brasileira. Tornou-se auxiliar do técnico Vicente Feola, do São Paulo, mas desistiu da carreira.

Em 1953, Leônidas jogou sua última partida oficial, no Campeonato Sul-americano de Veteranos. Passou a atuar como comentarista esportivo para várias rádios e, em 1974, cobriu sua última Copa do Mundo.

Leônidas da Silva teve os primeiros sintomas do mal de Alzheimer nesse mesmo ano, e a doença comprometeu sua saúde progressivamente. Internado numa clínica de saúde em São Paulo, Leônidas da Silva morreu em 24 de janeiro de 2004, aos 90 anos, foi campeão carioca pelo Flamengo em 1939 e cinco vezes pelo São Paulo (43/45/46/48/49). Um dado comum aos dois clubes: marcou 142 gols com a camisa rubro-negra e 142 gols com a camisa tricolor.

LEÔNIDAS DA SILVA

Nascimento: 6 de setembro de 1913, no Rio de Janeiro (RJ).

Posição: Atacante.

Pela Seleção Brasileira: 37 jogos, 20 vitórias, 8 empates, 9 derrotas, 37 gols.

Contra Seleções Nacionais: 18 jogos, 7 vitórias, 4 empates, 7 derrotas, 20 gols.

Contra Seleções Estaduais, Clubes e Combinados: 19 jogos, 13 vitórias, 4

empates, 2 derrotas, 17 gols

Jogos Oficiais da FIFA: 6 jogos, 3 vitórias, 2 empates, 1 derrota, 6 gols.

Títulos: Copa Rio Branco (1932); Copa Roca (1945).

Outros clubes: São Cristóvão F. R. (RJ) (1929); Sírio e Libanês F. C. (RJ) (1929 a 1930); Bonsucesso F. C. (RJ) (1931 a 1932); C. A. Peñarol (URU) (1933); C. R. Vasco da Gama (RJ) (1934); S. C. Brasil (RJ) (1935); Botafogo F. R. (RJ) (1935 a 1936); C. R. Flamengo (RJ) (1936 a 1941); São Paulo F. C. (SP) (1942 a 1951).

Outros Títulos: Campeonato Brasileiro de Seleções (1938, 1940-RJ, 1942-SP);

Campeonato Carioca (1934, 1935, 1939); Campeonato Paulista (1943, 1945,

1946, 1948, 1949).

Artilheiro da Copa do Mundo de 1938 – 7 gols


 FONTES: CBF / Jornal dos Sports

FOTOS: Jornal dos Sports / Revista Sport Ilustrado/ CBF 

Heleno de Freitas

Craque, gênio e polêmico. O mineiro Heleno de Freitas foi um dos maiores ídolos do Botafogo e um dos melhores jogadores de todos os tempos do futebol brasileiro, mas nem assim ficou milionário e acabou morrendo em 1959, no dia 08 de novembro, abandonado na casa de saúde São Sebastião, em Barbacena-MG, onde estava internado desde 1954 devido a problemas mentais.

Heleno de Freitas nasceu em 1920 em São João Nepomuceno, Minas Gerais. Começou nos juvenis do Fluminense.

Nervoso em campo e boêmio fora dele, Heleno se irritava com o apelido que ganhou: Gilda (personagem da atriz americana Rita Hayworth). Por não suportar a dor da derrota, chegou muitas vezes a discutir com os próprios companheiros, em suma, um profissional com alma de amador. Marcou 204 gols pelo Fogão em 233 jogos. Além do Botafogo, clube que defendeu de 1945 a 1948 e 1950, o centroavante atuou pelo Vasco (1949), Boca Juniors, da Argentina(1951), América do Rio (1951), Atletico Barranquilla (1951 e 52) e Santos (1953). Na carreira, disputou 186 jogos oficiais.

Na sua brilhante e agitada trajetória, também marcada por diversas expulsões e confusões em campo, Heleno conquistou apenas um título: o Carioca de 1949. Pela seleção brasileira marcou 15 gols e ao todo, na carreira, fez 265.

Em 1940, o jogador galã pegou suas malas e foi desfilar seu futebol, e seu charme, no Boca Juniors. Logo na estreia, no dia 6 de junho, o centroavante marcou dois na vitória por 3 a 0 contra o Banfield. A passagem pelo time de Buenos Aires durou apenas seis mese. Foram 17 jogos e 7 gols.

Um de seus últimos clubes como atleta profissional foi o Santos, onde desembarcou em 1952, trazido pelo então dirigente Orlando Monteiro Neto. Porém, a estadia do mineiro foi relâmpago: apenas alguns treinos na Vila Belmiro, problemas com colegas e um grande desentendimento com Aymoré Moreira, técnico do time, foram suficientes para sua partida da Baixada.

Heleno passou os últimos anos de vida internado em um sanatório. Confira alguns relatos da agonia do ex-centroavante que brilhou no futebol e morreu esquecido. Trechos retirados do livro “Nunca Houve um Homem como Heleno”, escrito pelo jornalista Marcos Eduardo Neves e publicado pela editora Ediouro.

“Nas dependências da casa da saúde, Heleno tornara-se agressivo, xingava as pessoas à toa. Um dos enfermeiros contaria que, num acesso de demência, chegou a botar quatro cigarros acesos na boca e dois nas narinas. Passou a rasgar as próprias roupas e volta e meia anda nu pela casa.

…Em seus últimos dias, Heleno esteve mudo e afásico. Tudo era melancolia, silêncio, tristeza. Agonizava. Suas unhas tornavam-se roxas, em sinal preventivo de que a morte se aproximava. A linguagem do olhar, a mais sincera das linguagens, por seu estado profundo e humano, revela sua dor, sendo todos, ao seu lado, impotentes para reanimá-lo.

…Na manhã de 8 de novembro de 1959, um domingo como tantos em que Heleno encantou plateias, o enfermeiro foi levar-lhe o café da manhã e o encontrou morto. Após quatro anos, dez meses e 25 dias de tratamento, os médicos constataram o óbito, aos 39 anos, por paralisia progressiva.”

Fonte: Terceiro Tempo/ Coleção Placar

Seleção Brasileira – Ademir da Guia: uma dos maiores craques da camisa 10

Ademir da Guia, o ‘Divino’ foi um dos jogadores de meio-campo mais técnicos que o futebol brasileiro conheceu. Talentoso, ditava com seu toque de bola cadenciado o ritmo das partidas, mas conseguia aparecer na área com rapidez para a conclusões certeiras com que marcou muitos belos gols dos 153 que fez pelo Palmeiras.

Filho do grande zagueiro Domingos da Guia, carioca, Ademir da Guia começou a jogar futebol no Ceres, na época clube amador de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Destacou-se no Bangu, de 1960 a 1961, e foi negociado para o Palmeiras, onde se tornou ídolo e um dos maiores  jogadores do clube, titular absoluto durante mais de 16 anos (1961 a 1977).

Ademir da Guia é o jogador que mais vezes vestiu a camisa do Palmeiras – foram 901 partidas e 153 gols.

Na Seleção Brasileira, foi convocado apenas 14 vezes. Participou de 11 partidas, uma delas contra a Polônia, na decisão de terceiro e quarto colocados da Copa do Mundo de 1974, na Alemanha.

Ademir da Guia

Nascimento: 04.03.1942 – Rio de Janeiro (RJ)

Pela Seleção Brasileira: 11 jogos, 6 vitórias, 3 empates, 2 derrotas.

 Títulos conquistados pelo Palmeiras:

 Campeonato Brasileiro: 1972, 1973. 1967, 1967, 1969

 Campeonato Paulista: 1963, 1966, 1972, 1974, 1976

 Torneio Rio-São Paulo: 1965

 Torneio IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro: 1965

 Troféu Ramon de Caranza: 1969, 1974, 1975

 Torneio Laudo Natel: 1972

 Torneio Mar del Plata: 1972


FONTE & FOTOS: CBF

Seleção Brasileira: Jairzinho, o Furacão da Copa de 70

 

Jair Ventura Filho, o Jairzinho, foi um dos sobreviventes do fracasso do Brasil na Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966. Daquela Seleção que voltou para casa mais cedo, eliminada na primeira fase, o então ponta-direita do Botafogo, o meio-campo Gérson e o zagueiro Brito – e Pelé – conseguiram chegar ao México para brilhar na conquista do tricampeonato mundial em 1970.

No México, Jairzinho se consagrou como o Furacão da Copa ao estabelecer a marca de ter feito gols em todos os seis jogos de um Mundial. Gols e atuações que lhe deram fama e reforçaram o prestígio de craque no mundo. A ponto de ser considerado um dos melhores jogadores da campanha de 1970.

– As pessoas não entenderam, na época, mas foi baseado em matérias que saíam na Europa, que eu disse que a Copa de 1958 fora a do Pelé, a de 1962, a do Garrincha, e a de 1970, a do Jairzinho. Acharam que eu estava sendo pretensioso, arrogante. Mas não importa, eu sei o quanto fui importante para o tri, não só marcando gols em todos os jogos, mas gols que decidiram – explica Jairzinho.

Aos 65 anos, Jairzinho conserva registrado com exatidão os sete gols que marcou na Copa do Mundo de 1970. É capaz de descrevê-los com precisão, como se fosse um locutor narrando os lances. Jairzinho considera esses gols como sendo uma “ducha fria” nos adversários. Na estréia, contra a Tchecoslováquia, fez logo dois.

– O Brasil tinha virado para 2 a 1, mas o jogo estava duro, disputado. Fiz o terceiro, em que dei um lençol no goleiro, e o quarto, que selaram a vitória. O quarto foi em uma jogada que saí driblando um pouco depois do meio-campo, foi um belo gol – conta.

O segundo jogo foi contra a Inglaterra, para muitos uma verdadeira decisão antecipada da Copa do México – os ingleses eram os campeões mundiais. O 0 a 0 teimava no placar do Estádio Jalisco, em Guadalajara, até que aos 15 minutos do segundo tempo Jairzinho fez o gol da vitória que simbolizou um do seus dois momentos inesquecíveis naquela Copa.

– Foi um grande jogo. Eu tinha feito um cruzamento, depois de um passe perfeito do Carlos Alberto, que resultou na defesa mais bonita que um goleiro fez até hoje em Copa do Mundo, a do Banks na cabeçada do Pelé. Até que o Tostão fez aquela linda jogada, deu para o Pelé e ele rolou a bola pra mim. Chutei forte e no momento certo.

Jairzinho faz questão, aí, de ressaltar o aspecto coletivo que caracterizava a Seleção Brasileira de 1970, considerada por Zagallo a melhor de todos os tempos.

 

 Claro que o mérito não foi só meu. Se o Tostão não tivesse driblado os zagueiros ingleses (pôs a bola entre as pernas de Bobby Moore), se o Pelé não tivesse dado o passe perfeito e eu não estivesse bem posicionado, o jogo iria terminar mesmo 0 a 0.

Na vitória de 3 a 2 sobre a Romênia, Jairzinho fez o segundo gol do Brasil. No jogo seguinte, nos 4 a 2 sobre o Peru, ele marcou o quarto gol, aos 30 minutos do segundo tempo.

– O Peru tinha diminuído para 3 a 2, quando recebi o passe do Rivelino, driblei o goleiro e praticamente rolei a bola para dentro do gol. Liquidamos o jogo – recorda.

A partida semifinal contra o Uruguai se desenhava dramática. Os uruguaios fizeram 1 a 0 e Clodoaldo empatou no final do primeiro tempo. No segundo tempo, com o jogo indefinido, Jairzinho fez o segundo, o que abriu o caminho para a vitória, que seria de 3 a 1. Foi uma jogada espetacular, com troca de passes entre Pelé e Tostão.

– Foi um gol de 80 metros. Saí com a bola do campo do Brasil, e depois da combinação entre o Pelé e o Tostão, arranquei até a área do Uruguai, driblei dois e chutei cruzado.

O outro momento inesquecível em 1970 para Jairzinho aconteceu na decisão da Copa, nos 4 a 1 sobre a Itália que deram ao Brasil o tricampeonato mundial.

– O jogo estava 2 a 1, depois do bonito gol do Gérson, e acabei fazendo o terceiro, outra ducha fria, agora nos italianos, que ainda tentavam reagir.

A história de vencedor que Jairzinho construiu em 1970 – ele garante – começou no aprendizado com tudo de errado que acontecera quatro anos antes. O atacante, que já fora campeão pan-americano em 1963 e vinha sendo convocado desde 1964 para a Seleção principal, teve aos 22 anos, na Copa de 1966, na Inglaterra, a oportunidade de jogar ao lado de dois ídolos, Garrincha e Pelé.

Participei dos três jogos da Copa de 66. Os dois primeiros, contra Bulgária e Hungria, de ponta-esquerda, e o último, contra Portugal, na ponta-direita, substituindo o Garrincha. Apesar da decepção com a eliminação do Brasil, ali aprendi muita coisa – conta.

Jogador com um preparo físico invejável, que lhe dava a capacidade de arranque pouco vista em um atacante, Jairzinho, que brilhou no Botafogo, onde começou no juvenil, no futebol francês e no Cruzeiro, não teve o seu talento devidamente reconhecido – era um artilheiro que marcava gols de todos os jeitos, mas não apenas um “trombador”, como muitos equivocadamente julgam. Possuía, na verdade, técnica de craque.

– Talvez porque tenha sido eleito um dos melhores preparos físicos da Copa de 70, as pessoas pensam que eu só tinha força. Mas quem me viu jogar sabe do que não era bem assim – pondera.

FONTE: CBF

FOTOS: CBF / Jornal dos Sports

Almir Pernambuquinho: Infernal dentro e fora de campo

 

Um legítimo ‘Bad Boy’! Nos anos 90, era comum a imprensa chamar os jogadores polêmicos por Bad Boy (rapaz mau) como foram os casos de Romário, Edmundo, entre outros.

Mas quem conheceu Almir Moraes de Albuquerque, o Almir Pernambuquinho, garante: os jogadores citados acima eram fichinha. Natural de Recife (PE) nasceu em 28 de outubro de 1937, Almir iniciou a carreira no Sport.

As atuações destacadas fez com que o Vasco da Gama o contratasse; da mesma forma que anteriormente, o clube trouxera Ademir Menezes e Vavá, outros pernambucanos ídolos em São Januário.

No final dos anos 50, já exibia um futebol de craque que o levou brilhar em um ataque que tinha Sabará, Rubens, Vavá, Almir e Pinga na conquista do Torneio Rio São Paulo de 1958. Na decisão do campeonato, disputada no dia 6 de abril, o time carioca goleou a Portuguesa por 5 a 1 no Pacaembu.

Contudo, na mesma proporção em Almir Pernambuquinho infernizava os seus marcadores, também tinha gênio incontrolável dentro de campo. Fora das quatro linhas o temperamento explosivo encurtou a sua vida.  

Destaque também do Vasco supersupercampeão carioca de 1958 – eram famosos os seus duelos com o zagueiro Pavão, do Flamengo -, Almir foi negociado em 1960 para o Corinthians, em uma das transferências mais vultosas feitas entre clubes brasileiros. À época, era considerado pela imprensa o “Pelé branco“.

Almir no Boca Juniors

Do Corinthians, em que teve rápida passagem, partiu para a sua trajetória por diversos clubes, iniciada no Boca Juniors (1961/62)… 

Almir no Genoa

Genoa, da Itália (1962)…

Santos (1963 e 1964), onde conquistou o título de campeão da Libertadores e do Mundial de clubes…

 

Flamengo nos anos de 1965 , 1966 e 1967)….

Até se despedir pelo América do Rio, em 1967.

Pela Seleção Brasileira, foi convocado para o início da preparação para a Copa do Mundo de 1958 e participou do Campeonato Sul-Americano de 1959, em Buenos Aires. Disputou oito jogos, marcou um gol, e participou também da conquista da Copa Roca e da Taça do Atlântico em 1960.

Almir e o seu temperamento explosivo

Então, aos 36 anos, Almir foi assassinado no dia 6 de fevereiro de 1973, por um grupo de portugueses, no bar “Rio-Jerez”, em frente à Galeria Alaska, no Bairro de Copacabana, na Zona Sul do Rio. Conhecido por ser “catimbeiro, valente e brigão”, Allmir envolveu-se numa discussão e acabou morto a tiro ao intervir em uma situação onde seus assassinos, que eram flamenguistas, estavam mexendo com travestis.

 

Fontes: CBF / Jornal dos Sports / Jornal do Brasil /

Fotos: Jornal dos Sports / Manchete / Jornal do Brasil / CBF 

Seleção Brasileira – Pagão: o ‘cara’ que tabelou com o Rei Pelé

Pagão, citado por José Maria Marin quando da visita do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ao Jabaquara, o clube que o revelou, foi um gênio da camisa 9 do futebol brasileiro. Craque que fazia muitos gols com o mesmo talento com que criava as jogadas e servia na medida os companheiros para marcar, Pagão fez história no Santos nos anos finais de 1950.

Paulo César Araújo, o Pagão, é considerado por muitos o criador da tabelinha com Pelé, lance que o seu sucessor Coutinho eternizou no ataque santista. O mesmo Coutinho que não se cansava de dizer que Pagão foi um dos maiores atacantes que viu jogar.

Pela Seleção Brasileira, foram apenas duas partidas. Pelo Santos, onde brilhou de 1956 a 1963, foram 345 jogos e 159 gols. Ele merece ter entrado em campo muitas vezes mais com a camisa amarela e mesmo ter feito parte do time campeão do mundo em 1958. A violência dos zagueiros adversários e uma sina em se contundir o impediram.

Mas não importa. Quem o viu jogar, nunca se esquece, como aconteceu em uma tarde memorável de 6 de março de 1956, naquele que é considerado um dos maiores jogos entre clubes acontecidos no Pacaembu.

O Santos de Pelé e Pagão derrotou o Palmeiras pelo incrível placar de 7 a 6, com alternância de viradas, até os dois gols finais marcados para o Santos por Pepe, o último nos descontos.

Um dos que viu o craque em ação foi Chico Buarque. Fã para sempre, imortalizou o camisa 9 em letra da música “Futebol”. Nela, Chico escalava o ataque ideal, todo com gênios da bola: Garrincha, Didi, Pagão, Pelé e Canhoteiro.

Um ataque dos sonhos, que nunca entrou em campo, mas que os brasileiros apaixonados pelo futebol gostariam de ter escalado.

Fonte e Fotos: CBF

Seleção Brasileira: Célio era o atacante que não perdoava… Marcava

 

O atacante Célio foi outro dos jogadores citados pelo presidente da CBF revelado pelo Jabaquara. Nascido no dia 16 de outubro de 1940, em Santos, Célio teve ótima passagem pelo Vasco, de 1963 a 1966 – sendo o artilheiro do time nas quatro temporadas – e depois pelo Nacional de Montevidéu, onde também se destacou como goleador.

Também jogou na Portuguesa Santista, na Ponte Preta e também no Sport Clube Corinthians Paulista. Chegou ao alvinegro do Parque São Jorge em 1970. Atuou em 26 partidas (10 vitórias, 8 empates, 8 derrotas) e fez apenas quatro gols, não repetindo o sucesso do Vasco

Convocado para o período de preparação para a Copa do Mundo de 1966, Célio defendeu a Seleção Brasileira em três partidas: nas vitórias de 2 a 0 sobre Alemanha e 1 a 0 sobre País de Gales e no empate em 0 a 0 com a Argentina.

Célio era um atacante forte fisicamente, de presença constante na pequena área, e oportunista para marcar.

Célio Taveira Filho, o Célio, quatro filhos (um uruguaio, um carioca e duas paraibanas) e cinco netos, atualmente mora em João Pessoa desde 1979, na Paraíba, onde é comentarista esportivo da rádio CBN e tem uma empresa de embalagens para exportação de frutas. Ele exporta para o mundo, principalmente para o Uruguai (onde atuou como jogador), as mais diversas frutas do norte do país.

 

Fonte: CBF / Almanaque do Corinthians

Fotos: CBF