A extinta revista Realidade, publicação da Editora Abril de São Paulo, consultou cerca de cem jornalistas esportivos do Brasil para eleger a seleção brasileira de todos os tempos. E publicou um bonito album com fotos dos 11 eleitos. Como o álbum foi publicado entre 1969/1970, mais adiante veremos se entre 1970/2008 teríamos jogadores que pudessem tomar o lugar de melhor jogador da seleção de todos os tempos.
A distribuição em campo obedeceu ao sistema em voga na época da escolha, o 4-2-4.
Ficou assim: Gilmar, Djalma Santos, Domingos da Guia, Orlando e Nilton Santos. Zito e Didi. Garrincha, Leônidas, Pelé e Ademir.
Realmente um time maravilhoso.
Eu acho que tivemos alguns quarto-zagueiros melhores do que o Orlando, e entre eles cito dois,o Airton que foi do Grêmio, e o atual titular da seleção, o Juan que foi do Flamengo . Esta é a única posição em que há vários jogadores melhores do que o escolhido. A outra dúvida é se o Ronaldo Fenômeno poderia jogar no lugar do Leônidas.
Fonte: 7000 horas de futebol
Arquivo da categoria: 08. Gilberto Maluf
Trocando figurinhas de futebol
As figurinhas de futebol fez-me buscar as lembranças do já longínquo 1960, pelos lados do Bairro da Vila Mariana em São Paulo. Após ter-me lembrado do Álbum da Quigol, fui buscar mais gente que ainda sentem um pouco de nostalgia com o assunto. Segue bate-papo por e-mail entre 6 saudosos colecionadores de figurinhas de futebol.
Eu colecionava figurinhas das balas futebol. Tinha uma
vantagem, eu estudava na escola Roberto Simonsem Rua Monsenhor Andrade (Bras) bem perto da loja A AMERICANA, Rua do Gazometro, fabricante e distribuidoras das balas futebol, de Jordão Bruno Sacomanni.Tirava muitas carimbadas, me lembro do goleiro Gilmar, e do Lima, ponta direita do Palmeiras, duas das
carimbadas. Sai de lá com muitos prêmios. Fui tambem muitas vezes tirar a Abreugrafia (Chapa do Pulmão) no Clemente Ferreira, naquele casarão amarelo da rua da Consolação.Era uma exigência para qualquer coisa que fossemos
fazer. Bons tempos aqueles hein? Mario Lopomo
Ótimos tempos sim Lopomo !!!! (Não voltam mais) Você foi um colecionador “mais moderno” Lopomo, as figurinhas das “Balas Futebol” que eu colecionava eram aquelas do final dos anos 30 e começo dos anos 40,tempos de Tim, Perácio, Batatais e outros (do Rio) e King, Zarzur, Zezé Procopio, Echevarrietta e outros de São Paulo… O Gylmar devería ter uns 10 anos de idade, porém o tempo não importa e sim a brincadeira sadía que nos proporcionava…quanto ao Clemente Ferreira (aquele casarão amarelo) ainda deve estar naquele local…não sei se com a mesma ação benemérita à população em geral. Valeu !!! Abraços do amigo Flavio Rocha
Querido Flavio, começo onde voce termina: e assim, todos nós, fomos
vivendo.A sua história é igual a nossa e de muita gente que, como seu e o meu pai vieram do interior tentar a sorte a São Paulo. Através desta decisão deles, São Paulo tornou-se nosso ponto de referência. O Buenos Aires, acho que ainda existe, no mesmo lugar, quase em frente a Estação Santana do Metro.Obrigado
Flavio e foi assim mesmo que fomos vivendo. Um 2008 maravilhoso! Marco
Antonio .
E as balas? . Eram brancas, não eram? Meu álbum, na página do São Paulo Futebol Clube, agrupava os seguintes jogadores: Mario, Saverio, Mauro, Bauer, Rui, Noronha, Leonidas, Ponce de Leon, Remo, Teixerinha (não lembro de todos…), e na página do Palmeiras: Oberdan, Caieira, Turcão…Lima…e, se engano não houver, o fabuloso Lula, coice de mula – pelo chute violento e certeiro – e figurinha carimbada. Do Corinthians, lembro de um certo jogador bigodudo, conhecido como “cabecinha de ouro”, Balthazar, se bem me lembro. Acho que a coleção do Lopomo é posterior. E a
tua, Flavio, anterior. Será que a minha coleção datava dos anos 40/50?
Lary Ramos Coutinho –
Morando na rua Alfandega, pertinho da rua do Gasômetro, ia sempre na
“bolsinha” na porta da A Americana, onde se fabricava as Balas Futebol,
trocando, comprando e jogando “bafa-a-bafa” com outros garotos. Seu pai trabalhou na Lacta, na José A. Coelho. Muito tempo? A Lacta foi um grande cliente, vendi muita embalagem de Sonho De Valsa, Diamante Negro, Bis etc. já na Barão do Triunfo. Flávio, seu texto é, no mínimo, FABULOSO, um passeio encantador pelas alamedas da saudade. Rodar pião, balas Futebol, empinar pipas, brincar de “mãe da rua” uma-na-mula, pega-pega, palha-ou-chumbo, chocar caminhão etc…. pela mãe do padre, v. só causa mal-estar ao meu coração mas, continue, por favor. Vamos continuar gozando nestes retornos a
nossa meninice. Um ótimo e feliz Ano Novo, extensivo a toda sua família.
Abraços. Modesto
Colecionei figurinhas Balas Futebol de 1950 a 1956. Quando Gilmar era
figurinha carimbada estávamos em 1955. Como o “Girafa” nasceu em 1930, ele estava com 25 anos. LARY: Realmente, as balas futebol eram brancas. E açucaradas e mastigáveis, como disse a nossa colega, Bernadete. No time do São Paulo que você escalou, faltou somente o Friaça. Depois vinha Ponce de Leon, Leônidas, Remo e Teixeirinha. No Palmeiras o Lula aquele ponta direita que tinha o apelido de “coice de mula” era de 1947, deve ter ido um pouco mais alem, jogando pelo Palmeiras. Oberdã, Turcão e Palante. Waldemar Fiume,
Luiz Villa e Sarno. Lima, Canhotinho. Aquiles, Jair e Rodrigues. É de 1950. Flavio.
Mario Lopomo
Caro Flavio, eu também colecionava balas futebol, e jamais, jamais consegui completar um album, era impossível, tinha as dificeis, não eram carimbadas, só dificeis, tinha as carimbadas que eram dificilimas, e tinha uma que era o distintivo da CBD, era impossivel, acho que tinha umas duas ou tres, porque ninguem conseguia completar o album.Tinha um jogador que era figurinha dificil que morou ao lado de minha casa, o Elson do Nacional da Comendador Souza.Agora, realmente, as balas eram intragáveis de tão doce, jogavamos
fora. Abraços e um 2008 com bastante figur..quero dizer sucesso.Beira
Álbum de Figurinhas
Nos anos 40 e 50 a garotada colecionava as figurinhas de futebol que eram
confeccionadas pela A Americana. As balas Futebol não primavam pelo sabor,
mas ninguém estava interessado nisso. Seu consumo prendia-se apenas às
figurinhas de jogadores de futebol ocultas pela embalagem. Havia as
figurinhas fáceis e difíceis e uma especialmente difícil, a “carimbada”. Só
com esta podia-se completar os álbuns de figurinhas que dava direito aos
valiosos prêmios prometidos.
Mas vou falar do Álbum de Figurinhas da Quigol, editado em 1959. Os
jogadores eram colocados no centro de uma bola de futebol, lembram da bola
Drible de 1959, marrom?
Pois bem, neste álbum constavam os times do Rio e de São Paulo. Entre os
times figuravam alguns times “pequenos “e vou citar alguns jogadores da
Ferroviária de Araraquara que me vêm á mente. O goleiro era o Rosã, na
defesa tínhamos o Cardarelli, o Dirceu, o Porunga. No meio Dudu e Bazzani.
Na frente Peixinho, Faustino, Baiano e Beni. É o que lembro. Já os times
grandes é mais fácil para nos lembrar-mos. A gente olhava para as fotos dos
jogadores e ficávamos embevecidos.
Mas outra coisa que marcava era jogar figurinha, ou seja, jogar “bafa”. A
gente jogava contra um outro “ajuntador” de figurinhas. Colocavamos cada um
uma quantidade de figurinhas e aquele que virasse qualquer quantidade ,
levava. Só não podia virar a mão, pois tinha malandragem com o dedo polegar.
A coisa era assim: Antes de tirar o par ou impar para ver quem ia tentar
virar primeiro as figurinhas, falávamos: Mão-a-mão! Vai entender…..porque
mão-a-mão?
Para encerrar, eu tinha uma alentada quantidade de figurinhas, era bastante
e carregava numa caixa de sapatos, e todo orgulhoso andava procurando
“algum “jogador de bafa para ver se eu o rapelava. Encontrei um com apenas 1
figurinha. Olhei com desprezo para o menino e falei: Vamos jogar?
E não é que o menino me rapelou todo o meu pacote de figurinhas?
Mas ele me devolveu todas e me ensinou a ser mais humilde. Tomei minha
primeira lição de moral entre os 8/9 anos de idade.
Álbum de Figurinhas era o nosso video-game.
O jogo do gol de placa no Maracanã – 1961
Leiam o texto fiel da narrativa do gol de placa de Pelé acontecido no Maracanã. ( jornal o Globo )
…….O tempo passa, 40 minutos do primeiro tempo. Bola com Gilmar que descarrega a bola para a lateral. Recebe Dalmo que entrega a Pelé que recua e vem receber a bola na sua intermediária, bem perto da área do golkiper Gilmar.
Pelé recebe e controla a bola e imprime velocidade e vai avançando desde a sua intermediária e alcança o campo tricolor, sempre vigiado e acossado por jogadores adversários . Vem sobre ele Pinheiro, Pelé se livra de Pinheiro e avança célere em busca da grande área tricolor. Dribla de passagem Clóvis e leva também de roldão Jair Marinho e numa estocada se vê diante de Castilho e toca fora do alcance do goleiro.
Alguns mais exaltados, afirmavam que aquele gol teria que valer por dois. De fato, o gol foi tão espetacular que arrancou aplausos de todos os torcedores que, de pé, esquecendo-se de suas paixões clubísticas e embora empunhando bandeiras tricolores, proporcionaram uma cena jamais vista no maracanã. Foram quase dois minutos de palmas, contados a relógio, enquanto Pelé desaparecia debaixo dos abraços dos companheiros.
Com relação ao jogo, podemos afirmar que torna-se cada vez mais difícil encontrar adjetivos para traduzir o que está jogando a equipe do Santos. No mínimo, teríamos que repetir o chavão, frisando que é verdadeira máquina. Máquina que se encontra bem ajustada, engrenada e azeitada, peças perfeitas e que se ajustam de forma incrível. Começaríamos por Pelé e Coutinho que, no futebol, repetem os fechos das histórias românticas: nasceram um para o outro. Quando uma parte, o outro sabe o que fazer, como se tivessem estudado as jogadas dentro da pensão onde moram, em Santos. Eles se juntam aos demais jogadores que forma um conjunto harmônico de futebol bonito, rápido e eficiente.
O Fluminense, antes de tudo, teve um comportamento técnico e disciplinar exemplar. Jogou bem, mas o Santos está numa forma esplendorosa. Um clube difícil de ser vencido. Castilho realizou milagres e se tornou uma das grandes figuras da partida.
Detalhes do jogo.
5 de março de 1961.
Competição: Torneio Rio São Paulo.
Fluminense 1 x Santos 3.
Gols de : Pelé. Pelé. Pepe e Jaburu.
Local: Maracanã.
Juiz: Olten Ayres d Abreu.
Renda: 2.685.317,00
Santos: Laércio. Fiotti. Mauro. Calver e Dalmo. Zito e Mengalvio (Nei). Dorval. Coutinho. Pelé e Pepe (Sormani).
Fluminense: Castilho. Jair Marinho. Pinheiro. Clovis (Paulo) e Altair. Edmilson e Paulinho. Telê Santana (Augusto). Valdo. Jaburu e Escurinho.
Pênalti – A falta máxima
Desde que William McCrum, um goleiro irlandês, sugeriu a criação do pênalti à Internacional Board, que definia as regras do futebol, sua cobrança tornou-se um ritual. Cada vez mais importante, é a única infração cuja execução se permite mesmo depois de esgotado o tempo regulamentar. Em compensação, os outros goleiros, colegas do inventor, nunca mais dormiram sossegados.
“O goleiro é mesmo um mero solitário. E a hora do pênalti é só mais um momento de solidão para quem treina separado e até os gols tem que comemorar sozinho” assume Zetti, campeão brasileiro pelo São Paulo.
Para muitos uma covardia, para outros algo tão especial que deveria ser chutado pelo presidente do clube, o pênalti faz cem anos provocando polêmica nestes tempos em que se pensa na mudança das regras para agilizar o jogo – “A marcação do pênalti deveria se limitar às bolas que vão na direção do gol. Muitos lances que acontecem na área não teriam necessidade de uma cobrança direta, a onze jardas, como ocorre.” – sugere Zetti.
Mas nem sempre foi assim. O pênalti nasceu para punir com mais rigor as faltas que acontecem perto do gol, onde a cobrança simples era impraticável. Às vezes, quando ele não existia, juntava-se um bolo de jogadores dos dois times e poucos centímetros da linha do gol, aonde a bola raramente chegava. Como aconteceu no último minuto de um jogo entre Notts County e Stoke City, pela Copa da Inglaterra, em 1891. O zagueiro Henry, do Notts, que já vencia de 1×0, evitou o gol de empate tirando com a mão uma bola na linha. A cobrança, a poucos centímetros da meta, deu em nada: o goleiro do Notts colocou-se na frente da bola, como a regra permitia, e defendeu com facilidade. Mas ficou claro que algo deveria mudar. E depois dessa confusão finalmente aprovou-se a proposta do penalty kick, numa reunião em Glasgow, na Escócia, no dia 2 de junho de 1891.
Os ingleses e a imprensa foram desde o início os inimigos número um da novidade. Enquanto os jornais da época chamavam-no ironicamente de “pena de morte para os goleiros” e de “idéia maluca dos irlandeses”, os ingleses, inventores do futebol, se ofendiam. Acreditavam que um jogo disputado só por cavalheiros não precisava de regras para punir tão severamente jogadas desleais – elas simplesmente não existiriam. Uma doce ilusão britânica, mas que tinha até algum fundamento naqueles românticos primeiros tempos do esporte, quando o cavalheirismo parecia mesmo falar mais alto.
O Corinthians Tean, da Inglaterra, por exemplo, recusava-se a sequer tentar defender as cobranças. Seus goleiros, reconhecendo na marcação um recurso ilícito para impedir o gol quase certo, ficavam encostados na trave, deixando o gol escancarado. E os adversários, em retribuição, eram mais educados ainda, jogando sempre a bola para fora, de propósito. Por isso resolveu-se dar um basta a essa troca de favores, mudando a regra para os goleiros em 1905. Até então, eles tinham o direito de se adiantar seis jardas da linha do gol, mas agora são obrigados a ficar em baixo das traves. Essa foi à única mudança nas regras em cem anos.
Momento único no futebol, a ponto de ser escolhido por Pelé como a melhor forma de imortalizar seu milésimo gol, a cobrança de um pênalti é uma emoção diferenciada. Polêmica desde o momento da marcação da falta até a hora de sua conclusão. O goleiro teria se mexido ? O cobrador chutou mesmo da melhor maneira ? Se o pênalti não tivesse marcado o resultado teria sido outro ? O goleiro Gilmar dos Santos Neves, se acostumou a isso. Teve uma carreira de 22 anos de solidão.
Fonte- Placar
Bordões/Jargões – O estilo incomparável nas narrações esportivas
Ah, os bordões… Cada locutor cria os seus ou melhora outros.
Assim, temos narrações do lugar comum ao criativo, que se consagra junto a torcida.
Afinal, a falta de imagem obriga ao preenchimento da imaginação com a fala, o que não é para qualquer um. Assim, um bom locutor radiofônico tem que ser, também, bom de papo, criativo e rápido de raciocínio, recursos indispensáveis para manter a assistência ligada, sobretudo quando o jogo está entediante. Aí vale prosa, poesia, anedota..
Os jargões criativos, foram capazes de ditar moda entre os amantes do
futebol e deixaram inúmeros discípulos. Abaixo alguns radialistas famosos do Rio e de São Paulo e seus bordões:
VALDIR AMARAL – O relóóógio maarcaaa….
Quando alguém ia bater uma falta, o Waldir narrava assim: o
visual é bom! Tem bala na agulha o Roberto Dinamite! Apontou atirou e é gol. Depois que saía o gol, ele continuava: choveu na horta do Vascão, Roberto! Dez é a camisa dele! Indivíduo competente o Roberto! Tem peixe na rede do São Cristóvão.
JORGE CURI – teeeeeempo e placaaaarr no maaaiooorrr do muuuuundoooo!!!
MARIO VIANNA – o comentarista de arbitragem que, por sua vez, dizia:
gooooool legal. Sou Mário Vianna com dois enes.
Quando o Juiz invertia uma marcação e Mário Vianna era solicitado pelo
narrador para opinar, ele urrava pelo microfone da rádio Globo:
Errrrrrrroooooooouuuu!Errrrrrrroooooooouuuu!
Se algum árbitro apitasse mal uma partida, Mário Vianna
dizia: “hoje este juiz vai comer carne de pescoço”. Sem esquecer que,
quando havia um impedimento, Vianna gritava na cabine da Globo: banheira!.
Fora do contexto, uma história sobre Mário Vianna. Ele era forte como um touro e pertencia a Polícia Especial, que foi extinta e era conhecida pela violência. Quando atuava como Juiz ao terminar uma arbitragem desastrosa, favorecendo ao Botafogo (diziam que era o clube para quem torcia) alguém foi avisá-lo: Mário não saia agora do vestiário, a torcida está enfurecida aí fora a sua espera, no que Mário respondeu: Pois bem, avise a torcida que ela é que tem de se preocupar porque daqui a pouco eu vou sair!
DOALCEI CAMARGO – Lá vem Zico, disparooooooouuu… É gooolll!!!!
ODUVALDO COZZI – para o então reporter que ficava atrás do gol:Fala ô Valdir.
CELSO GARCIA -com o seu famoso bordão: atenção garoto do placar do
Maracanã coloque um para o Vasco, zero para o São Cristovão.
FIORI GIGLIOTTI – Uma das lendas do rádio esportivo brasileiro, abria
suas
transmissões com o bordão: ‘Abrem-se as cortinas do espetáculo. ’Fiori pode ter sido o maior narrador de gols de Pelé, e a narração característica era: Atenção, desce Pelé , é fogo……goooool, uma beleeeeeza de goooool torcida brasileira.
PEDRO LUIS – fez sucesso narrando na Copa do Mundo: “É fabuloso este futebol brasileiro. Quantas vitórias consegue pelos gramados do mundo.” Conseguia com poucas palavras vislumbrar o panorama da jogada. Pedro Luiz, foi altivo, narrou normalmente a derrota do Brasil na copa de 1950 sem deixar transparecer nada. Elogiou os uruguaios legítimos campeões.
OSMAR SANTOS – Extremamente ágil e tecnicamente perfeito nas narrações, ganhou notoriedade pelos jargões que caíam facilmente na boca do povo, tais como ‘ripa na chulipa e pimba na gorduchinha’, ‘é lá que a menina mora’, ‘é fogo no boné do guarda’, ‘pisou no tomate’ e ‘bambeou mas não caiu’. Sem falar, é claro, do inesquecível ‘iiiiiiii que golllllllllllllllll’, a cada vez que a bola balançava as redes. No auge, chegava a pronunciar 100 palavras por minuto sem engasgar nenhuma vez. A dramaticidade que impunha a cada lance era capaz de prender o ouvinte durante a partida inteira.
EDSON LEITE – O meu cronômetro marrrrrca….1o tempo..1 x 0…o Palmeiras vence.
Bola com Dorval, que passa para Pelé que atira para o
arrrrrco….seguuuuura Valdir.
Os famosos Jose Carlos Araujo e Jose Silverio não estão aqui relacionados porque estão em evidência.
Gilberto Maluf
Os ” canhões ” do futebol
Comecei a ver futebol nos estádios em 1962. Tento colocar neste texto
somente o que veu vi
dos jogadores que batiam forte na bola, tendo como prelúdio o ano de 1962.
Como contribuição externa uma história que li e um relato de um amigo.
Naquela época, quem batia forte e enviezado era o Pepe do Santos. Tive o
privilégio de estar atrás do gol dos portões monumentais do Pacaembu num
jogo Corinthians x Santos nos anos 60. Teve uma falta na meia-lua da grande
área.
Fez-se silêncio no Pacaembu,
naquela época a torcida do Santos ainda era pequena, e o medo era todo da
torcida corinthiana,
pois Pepe iria bater. Quando ele bateu a falta, a bola fez uma curva
fantástica e
bateu no travessão. Deu para ouvir o barulho da bola chocando-se com a
trave. Foi a única vez que ouvi o barulho de uma bola na trave. Que paulada.
Contou-me um amigo que no Maracanã transcorria o jogo (match) Vasco x
Santos e o
juiz marca falta (antigamente “foul”) contra o
Vasco., isto no primeiro tempo ( ou no primeiro half-time).
A marcação da falta? Um pouco além do meio de campo.
Pepe sai correndo da ponta esquerda e pede para bater. Pois bem, Pepe
correu e bateu tão forte que até hoje o goleiro procura a bola.
Pepe fez mais de 400 gols. Um portento. Sem contar que a decisão com o Milan
em 1963 ele praticamente ganhou o segundo jogo para o Santos no Maracanã
com duas fantásticas cobranças de falta.
Lembro-me de ter lido também de Quarentinha, centroavante do Botafogo, e de
uma história
com o Didi num jogo Botafogo x Fluminense. Falta na meia-lua e Didi foi
arrumar a bola
par bater. Castilho, goleiro do Fluminense, disse que não queria barreira,
pois conhecia o jeito de Didi bater por cima da barreira. Didi tomou pouca
distância da bola e falou para o Quarentinha: Eu finjo que bato, saio e
você manda a bomba, que está sem barreira. Quarenta veio e mandou bomba e
quase arrancou uma orelha do Castilho. Gol.
Teve um jogador do Botafogo de Ribeirão Preto, o Carlucci, que era um
verdadeiro animal
pra bater falta. Num jogo no Parque São Jorge contra o Corinthians ele fez
um gol da altura do meio de campo, derivado para a lateral e foi o gol da
vitória do Botafogo. Carlucci era famoso no interior de São Paulo.
Mais para a frente surgiu aquele que considero um fantástico cobrador de
falta: Nelinho do Cruzeiro. A bola que ele mandava desafiava a lei
da física, fazia que ia para um lado e acabava no outro lado. Certa vez, do
bico da grande área, quase sem ângulo fez um gol com uma trajetória quase
impossivel. O melhor que vi.
O Neto também foi ótimo , mandava verdadeiros ‘scuds’ para o gol
adversário. Do Paraná veio nos anos 90 o Gralak, que em termos de violência
acho que não perdia para ninguem. Mas não tinha boa pontaria, mas quando
acertava, um abraço.
Não posso deixar de lembrar de Rivelino, também sensacional, Ademar
Pantera, Jorge Mendonça,
Branco, Roberto Carlos, Eder, entre tantos outros.
Gilberto Maluf
Luisinho – o Pequeno Polegar – REVISÃO DO TEXTO
Gostaria de fazer uma revisão no texto que encaminhei. Existem fatos que a gente relata por ter ouvido falar e muito. Daí surgem as lendas, modificando o que realmente ocorreu através da imaginação do povo. Meu amigo Mario, que começou a ir aos estádios a partir do início dos anos 50, 12 anos antes de mim, me socorreu e relatou o que segue:
Vi Luisinho jogar e muito. Esse negocio de que ele sentou na bola, é cascata. Luisinho era um bom jogador. Gozador acima de tudo. Arreliento, arrumava encrenca e saia fora. Os outros é que seguravam a barra. O muito que ele fez foi passar a bola debaixo das pernas do Luis Villa, que ria cada vez que ele ciscava a sua frente. Nunca deu um pontapé nele. Quando ele percebeu que o Argentino nem estava aí parou.
Fez muitas besteiras em campo. Foi ele que disse FDP no microfone da TV Record, empunhado por Silvio Luiz, hoje na BAND.
Pelo seu porte pequeno era desprezado pelos adversários que se preocupavam mais com Baltazar e Carbone, e as bolas sobravam para ele marcar. Não era jogador de driblar pra frente a caminho do gol, só fazia palhaçada para a torcida.
No jogo que decidiu o campeonato de 1954, os defensores dos Palmeiras estavam preocupados com Baltazar, “o cabecinha de ouro”. Cláudio viu Luizinho sozinho na área e levantou na cabeça dele que não teve muito trabalho para marcar o gol do titulo.
Por isso não era convocado para a seleção. Só foi em 1956 porque Brandão era o técnico.
E foi ele quem marcou o gol da vitória contra a Argentina quebrando um tabu de 10 anos que os brasileiros não ganhavam dos portenhos.
Com respeito a tijolada que deu no Gino sua narrativa é certa. Porem não era mentira que ele não era enganado.
Era, e bem enganado.
Sua esposa o traia com um motorista de praça do Tatuape, e ele sabia disso, portanto, enganado.
Não adiantou a A Gazeta Esportiva fazer uma reportagem com ele, a esposa e seu filho Luizinho, em cima de num tico tico , para mostrar que havia harmonia, no casal, e, que eram acusações falsas. Mas todo mundo sabia que a mulher dele era desleal.
Gino sempre jogou bem. Era um centro avante bom desde o tempo que era do aspirante do Palmeiras, que foi para o XV de Jaú, e depois no São Paulo em 1953. Era titular da seleção brasileira e na excussão de 1956 fez um gol de bicicleta em Portugal, quando o Brasil ganhou de 1×0.