Leiam o texto fiel da narrativa do gol de placa de Pelé acontecido no Maracanã. ( jornal o Globo )
…….O tempo passa, 40 minutos do primeiro tempo. Bola com Gilmar que descarrega a bola para a lateral. Recebe Dalmo que entrega a Pelé que recua e vem receber a bola na sua intermediária, bem perto da área do golkiper Gilmar.
Pelé recebe e controla a bola e imprime velocidade e vai avançando desde a sua intermediária e alcança o campo tricolor, sempre vigiado e acossado por jogadores adversários . Vem sobre ele Pinheiro, Pelé se livra de Pinheiro e avança célere em busca da grande área tricolor. Dribla de passagem Clóvis e leva também de roldão Jair Marinho e numa estocada se vê diante de Castilho e toca fora do alcance do goleiro.
Alguns mais exaltados, afirmavam que aquele gol teria que valer por dois. De fato, o gol foi tão espetacular que arrancou aplausos de todos os torcedores que, de pé, esquecendo-se de suas paixões clubísticas e embora empunhando bandeiras tricolores, proporcionaram uma cena jamais vista no maracanã. Foram quase dois minutos de palmas, contados a relógio, enquanto Pelé desaparecia debaixo dos abraços dos companheiros.
Com relação ao jogo, podemos afirmar que torna-se cada vez mais difícil encontrar adjetivos para traduzir o que está jogando a equipe do Santos. No mínimo, teríamos que repetir o chavão, frisando que é verdadeira máquina. Máquina que se encontra bem ajustada, engrenada e azeitada, peças perfeitas e que se ajustam de forma incrível. Começaríamos por Pelé e Coutinho que, no futebol, repetem os fechos das histórias românticas: nasceram um para o outro. Quando uma parte, o outro sabe o que fazer, como se tivessem estudado as jogadas dentro da pensão onde moram, em Santos. Eles se juntam aos demais jogadores que forma um conjunto harmônico de futebol bonito, rápido e eficiente.
O Fluminense, antes de tudo, teve um comportamento técnico e disciplinar exemplar. Jogou bem, mas o Santos está numa forma esplendorosa. Um clube difícil de ser vencido. Castilho realizou milagres e se tornou uma das grandes figuras da partida.
Detalhes do jogo.
5 de março de 1961.
Competição: Torneio Rio São Paulo.
Fluminense 1 x Santos 3.
Gols de : Pelé. Pelé. Pepe e Jaburu.
Local: Maracanã.
Juiz: Olten Ayres d Abreu.
Renda: 2.685.317,00
Santos: Laércio. Fiotti. Mauro. Calver e Dalmo. Zito e Mengalvio (Nei). Dorval. Coutinho. Pelé e Pepe (Sormani).
Fluminense: Castilho. Jair Marinho. Pinheiro. Clovis (Paulo) e Altair. Edmilson e Paulinho. Telê Santana (Augusto). Valdo. Jaburu e Escurinho.
Gilberto,
Já postei o mesmo artigo há um tempo atrás. Dê uma olhada nos meus arquivos!
Resposta do torcedor do América ao comentário do Walter:
Depois do gol de placa, foi o gol mais bonito feito no Maracanã.
Mas foi feito por um jogador do América…..veio de Campo Grande…
Foi eleito o gol do ano.
Walter, tenho um amigo torcedor do América que vai gostar de ler o que você escreveu. Com certeza dará retorno .
Gilberto.
Em 1976, no quadrangular final do Campeonato Carioca, no jogo Botafogo 0 x 3 América, o Ailton, ponta de lança do América, fez um gol îdêntico ao do Pelé, em 1961. Posso afirmar isso com toda a certeza, pois estava no Maracanã, no jogo do Fluminense x Santos, que assisti com um vizinho tricolor.
Em 1976, o programa Gols do Fantástico, que ia ao ar logo após o Fantástico, instituiu um prêmio para o gol mais bonito do ano. O primeiro colocado foi esse gol do Ailton contra o Botafogo e o segundo colocado também foi um gol do Ailton, no jogo América 3 x 0 Vitória(BA), no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Nesse jogo, o Ailton deu 3 chapéus em 3 zagueiros do Vitória e, na saida o goleiro argentino Andrada, tocou por cobertura.