Arquivo da categoria: 08. Gilberto Maluf

Jogos em que: Pelé foi expulso e quando substituiu o goleiro

Jogos em que Pelé foi expulso

22/17/57 – Santos 1 x 0 Corinthians Campeonato Paulista Árbitro: Juan Brozzi

19/07/59 – Santos 0 x 0 Seleção de Pernambuco Amistoso Árbitro: Alfredo Bernardes Torres
Foram expulsos também, Dorval, Fioti e Getúlio

10/09/61 – Santos 3 x 0 Botafogo-SP Campeonato Paulista Árbitro: Romualdo Arpi Filho

19/11/61 – Santos 0 x 1 América-RJ Taça Brasil Árbitro: Armando Marques

15/08/63 – Santos 1 x 4 São Paulo Campeonato Paulista Árbitro: Armando Marques

Partida encerrada aos 8 minutos do segundo tempo, pois o Santos ficou com 6 jogadores em campo. Coutinho foi expulso e Aparecido, Dorval e Pepe saíram contundidos.

10/01/65 – Santos 2 x 3 Botafogo-RJ Torneio Rio-São Paulo Árbitro: Albino Zanferrari Expulsos também: Manga e Paulistinha

8/12/65 – Santos 1 x 0 Vasco Taça Brasil Árbitro: Armando Marques Expulsos também: Geraldino, Lima, Orlando, Ananias, Luizinho e Zezinho

3/11/66 – Santos 2 x 6 Cruzeiro Taça Brasil Árbitro: Armando Marques Procópio também foi expulso

28/02/67 – Santos 2 x 1 Colo Colo Amistoso Internacional Árbitro: Jayme Amor Também foram expulsos: Zito e Eruz

15/08/68 – Santos 2 x 3 Vasco Roberto Gomes Pedrosa (Robertão) Árbitro: Agomar Martins (expulso aos 30 minutos do segundo tempo)

Data indefinida – Santos 2 x 1 River Plate (Argentina) Amistoso Internacional Árbitro: Ângelo Coereza

20/11/68 – Santos 3 x 1 Grêmio-PA Roberto Gomes Pedrosa (Robertão) Árbitro: Agomar Martins (expulso aos 30 minutos do segundo tempo)

23/11/69 – Santos 0 x 2 Atlético Mineiro Roberto Gomes Pedrosa (Robertão) Árbitro: Amílcar Ferreira (expulso aos 25 minutos do segundo tempo)

Jogos em que substituiu o goleiro

1959 – Pelé substituiu Lalá em uma partida contra o Comercial de Ribeirão Preto. O goleiro santista desmaiou após uma pancada na cabeça.

19/01/64 – Pelé substituiu Gilmar, que foi expulso, em um Santos 4 x 3 Grêmio, no Pacaembu, pela Taça Brasil. árbitro: Teodoro Nitti

14/11/69 – Santos 3 x 0 Botafogo-PB Amistoso Quando Pelé anotou o 999º gol de sua carreira; substituiu Jair Pessoa, o Jairzão. Jair foi goleiro da Prudentina e hoje é aposentado. No jogo, o técnico Antoninho pediu ao arqueiro para simular uma contusão, fazendo com que Pelé fosse para o gol, a fim de evitar que o 1000º gol acontecesse fora do eixo Rio-SP.

19/06/73 – Santos 4 x 0 Baltimore Bays (Estados Unidos) Amistoso Internacional
Pelé substituiu Cláudio
Fonte:M.Neves

A título de curiosidade, eu, Gilberto, estava no Pacaembu na tarde de 15/08/63, quando o Santos ficou com 6 jogadores em campo e também em 19/01/64 contra o Grêmio. Segundo Juca Kfouri, no livro Meninos, eu vi, neste jogo, o grande Gilmar foi expulso aos 41 minutos do segundo tempo, e o negão vestiu a camisa negra de goleiro. A antiga revista Manchete, cujo texto fala em duas grandes defesas, tem a foto da cara de Pelé amassada na canela do gremista. O Pacaembu estava cheio naquele domingo a tarde.
Segundo o Juca, o jogo foi em 1963. O site de M.Neves fala da data precisa de 19/01/64.

A Improbabilidade Infinita ou A Batalha dos Aflitos…..

….ou ainda, Eu Nunca Deixei de Acreditar

“- Mas… mas… Isso é impossível! – gritou ele, atônito.
– Não. É apenas muito, muitíssimo improvável.”

Existem momentos. Existem mistérios. E existem os deuses. Sim, os deuses. Aqueles mesmos que eu canto, vez por outra, e em quem alguns de vocês se recusam a acreditar. Os deuses da bola, que sabem quando devem agir, e quando devem esperar.

Os mesmos deuses que têm sido tão atacados esse ano por aqui. O Brasil demorou mais de 100 anos pra ter um campeonato de verdade. Era a vergonha maior: o país do futebol passou um século vivendo apenas com “torneios” ou
“taças”, e só em 2003 ganhou o direito de ter um campeonato. O sonho durou dois anos. No terceiro, resolveram dar um jeito de voltar à bagunça cotidiana. Jogos anulados, resultados manipulados, equipes com jogos a mais
ou a menos, times jogando cinco vezes em oito dias. O feijão com arroz que nos acostumamos a achar “normal”.

Os deuses a tudo assistiram, impávidos. Esperavam o seu momento para agir, castigar os responsáveis pelos sacrilégios cometidos. Para grandes males, grandes remédios. Eles foram dando sinais de que algo especial estava para acontecer. Os ateus se recusavam a percebe-los, mas eles eram visíveis, como nuvens escuras prenunciando a tempestade redentora.

E ela veio, como não poderia deixar de vir.

Recife, Estádio dos Aflitos, 26 de novembro de 2005. Náutico e Grêmio decidem uma vaga na primeira divisão em 2006. O Náutico não pode mais disputar o título, mas precisa da vitória pra garantir o acesso à divisão superior. Já o Grêmio pode até ser campeão da segundona, basta vencer o jogo. Porém, entra em campo cauteloso, jogando com o regulamento, sabendo que o empate é suficiente para a subida. E como o Santa Cruz perde o outro jogo, contra a Portuguesa, esse empate é também o que basta para o título.

Por isso, uma retranca, uma estratégia de bloquear o jogo e não correr muitos riscos além do necessário. O Náutico, claro, tem que fazer o papel do gato, e parte para o ataque, embora sem muita qualidade. O tempo vai passando, o Náutico (”gato”) tem o domínio territorial do jogo, fica com a bola mais tempo, ataca mais, mas o Grêmio (o “rato”) vai levando a sua tática avante, conquistando o seu objetivo.

É quando o soprador de apito de plantão, senhor Djalma Beltrani, resolve começar a tentar desequilibrar o jogo, e ajudar o gato a fazer o que ele não consegue fazer sozinho. Um jogador do Náutico mergulha na área, e Djalma apita. Um penalti que se não é escandaloso é no mínimo muito duvidoso.

Bruno Carvalho bate, e a bola explode na trave. Os deuses deram o primeiro aviso. Hoje não!!!! Já basta tudo que fizeram durante o ano, vocês já se divertiram bastante inventando lances, anulando jogos, determinando resultados. Hoje não!

Mas o homem moderno não acredita em deuses. E não vai ser um aviso leve desses que vai fazer isso mudar. Os deuses balançam a cabeça. Homens de pouca fé. Vai ser preciso empregar uma dose maior.

O jogo continua na mesma toada. O gato corre a casa toda, sem objetividade, o rato dá algumas estocadas ocasionais, mas também não consegue levar o queijo à toca. O jogo caminha para um 0×0, se algo não for feito para mudar o equilíbrio.

Bem, se um pênalti não deu certo, que tal tirar um jogador do Grêmio? E é assim que o lateral Escalona é expulso, num lance um tanto quanto inexplicável. Os jogadores gremistas reclamam, sem entender que neste momento já são apenas peças num jogo muito maior que eles.

O Grêmio, com um a menos, se fecha ainda mais, segurando heroicamente o empate, e deixando apenas Ânderson isolado, para tentar algum contra-golpe. E o gato continua a caçada. O jogo começa a ganhar um leve tom épico. Garantir a classificação, na casa do adversário, com uma arbitragem
desfavorável, e com um jogador a menos, seria um grande feito.

É quando o temerário Djalma resolve desafiar de vez o poder dos deuses. Ah, incrédulo Djalma! Ah, tolo irreverente! Se tivesses percebido a mão divina, se tivesses visto os sinais, talvez as coisas ficassem por aí. Talvez os deuses se dessem por satisfeitos com o 0×0, com a heróica defesa do castelo
levada a cabo pelos tricolores. Mas não! Não, ó impenitente juiz! Tinhas que mostrar que os deuses não existem! Tinhas que mostrar que és tu que decides o resultado. Tinhas que inventar mais um penalti absurdo!

E é o que ele faz. Os jogadores do Grêmio, compreensivelmente, se desesperam. É demais. Primeiro, o pênalti. Depois, a expulsão. Agora, isso. O trabalho de um ano jogado no lixo em 90 minutos, por causa de uma arbitragem desastrosa. O tempo fecha. Os jogadores cercam Djalma. Três jogadores são expulsos. Mesmo que o penalti não entre, serão sete ratos cansados para tentar parar onze gatos famintos. Impossível. A torcida gremista, cabisbaixa, não quer acreditar no que vê.

Anoiteceu em Porto Alegre.

(Em algum lugar que não podemos revelar onde fica, os deuses sorriem.)

Vinte e poucos minutos depois, o “Rapidão Cometa” parte da marca do penalti em sua interminável jornada rumo à rede adversária. Longos milésimos de segundo, que terminam nas mãos de Galactus, Gallato, o goleiro mediano com nome de chocolate que é alçado à categoria de devorador de mundos e
candidato a herói.

A bola não entra. Plunct Plact Zum, o “Rapidão Cometa” não vai a lugar nenhum. O “Coração de Ouro” bate mais forte, com a dose extra de combustível que recebeu.

Agora são os jogadores do Náutico que parecem não acreditar no que aconteceu. Não percebem que não é nada pessoal. Eles apenas estão no lugar errado, na hora errada, destinados a fazer o papel secundário na ópera armada pelos deuses.

O que acontece no minuto e meio seguinte é simplesmente um dos momentos mais incríveis da história do futebol. Inesquecível. Um momento daqueles que torna privilegiados os que o assistem, e dignos de pena aqueles que não o viram. (Pra não falar daqueles que, tendo olhos, não viram, tendo ouvidos, não ouvem.)

É um sonho, um momento paradoxal. Paradoxal, sim. Por um lado, basta fechar os olhos, e o filme está inteiro na memória, e ficará assim pra sempre, cada cena, cada segundo. Mas por outro lado… a cada vez que relembro, duvido um pouco dos detalhes, e chegará o dia em que mesmo nós, aqueles que vivemos, iremos duvidar da sua realidade.

Ânderson, rato atrevido, parte pela ponta, pra cima de Batata, o gato gordo. O gato, inebriado pela superioridade, dá uma patada no ratinho, e não sobra outra alternativa pra Djalma a não ser expulsa-lo. Dez contra sete. Ainda é muita diferença, mas nem tenho tempo pra pensar nisso. Ânderson levanta, e segue seu caminho, segue rumo ao seu destino programado.

Ele entra pela cozinha, no meio de dois gatos tontos com aquela audácia. Mas como aquele rato ainda não percebeu que ele está morto? E Ânderson vai, avança, rumo ao meio da área, driblando a oposição.

Se isso fosse um jogo de futebol, ele podia ser parado. Mas não era. Já tinha deixado de ser um jogo há muito tempo. Ali, ele não era mais Ânderson, o camisa 17 do Grêmio. Ele era Ânderson, o escolhido, o mensageiro dos deuses, aquele que tinha um recado a dar aos que não acreditam.

E foi assim, aos 61 (61!!!!!) minutos do segundo tempo, que a palavra se fez ouvir, através do seu profeta. A bola encosta mansamente no fundo da rede.

O Grêmio é campeão.

Eu nunca deixei de acreditar! Eu nunca deixei de acreditar!

O sol brilha, azul, no céu negro.

Amanheceu em Porto Alegre.

Eu não vou ser doido de tentar descrever a minha reação depois disso. Eu não vou ser louco de tentar imaginar o que sentiu um gremista, em Porto Alegre, vendo esse jogo. Eu não vou ser maluco de tentar sequer sonhar com a sensação de viver um momento desses no estádio.

Só vou dizer que isso, senhores, isso é futebol. Não são 22 jogadores correndo atrás de uma bola. Não é uma mesa redonda discutindo sobre as vantagens do 4-3-3. Tudo isso faz parte, mas não *é*. Assim como futebol não é apenas um gol bonito, um drible bem dado. Isso é arte. E futebol pode ter traços de arte, mas não *é* arte. Futebol é algo além. Futebol é um título ganho aos 61 minutos do segundo tempo, com sete jogadores em campo, e um juiz trapalhão complicando tudo. Futebol é sangue, é suor, é lágrimas. É alma.

Ou, como diria Bobby Robson, “Futebol não é um caso de vida ou morte. É algo muito maior que isso.”

Caio de joelhos, agradecido aos deuses por, uma vez mais, mostrarem a sua força a nós, os que acreditamos sempre. Essa foi a prova de que mesmo com todos os “erros”, toda a manipulação, toda a politicagem, tudo isso que aconteceu esse ano, ainda existe algum espaço pra magia do futebol.

Sinto minha alma lavada, purificada de todos os Zveiters e Cia. Em qualquer época, esse jogo seria especial, fantástico, inesquecível. Mas nesse ano, ele foi ainda mais. Ele foi simbólico, em vários sentidos.

“Eu vou contar isso pros meus netos, daqui a 50 anos, e eles vão me chamar de mentiroso”. Marcelo Costa, meia do Grêmio.

É isso. E bem-aventurados os que viveram esse momento. Felizes os convidados para a ceia.

Finalizando, não posso deixar de fazer um agradecimento e um cumprimento.

Primeiro, o meu muito obrigado ao senhor Djalma Beltrani. Sem ele, nada disso seria possível. Gallato e Ânderson podem dividir as honras de “herói do jogo”. Mas não vamos nunca esquecer que o sr. Beltrani é o principal responsável por termos vivido essas emoções. Sem ele, não haveria os penaltis, nem as expulsões. Sem ele, o título do Grêmio seria mais fácil, mas muito menos significativo. A torcida gremista devia entregar uma medalha a ele, a diretoria lhe dar o título de sócio honorário. Com suas lambanças, Djalma Beltrani fez pelo Grêmio algo muito maior do que a imensa maioria dos beneméritos do clube. Ajudou a criar uma lenda que irá acompanhar o Grêmio por décadas.

Muito, muito obrigado, senhor Beltrani. Do fundo do coração.

O verdadeiro campeão de 2005 é o Grêmio. Eu sempre pensei que 2005 seria marcado como “aquele ano do Zveiter, e dos juízes que roubaram, e dos jogos anulados, em que o Corinthians ganhou o título por causa disso”, mas agora tenho certeza que 2005 será sempre “o ano daquele título do Grêmio”.

É ou não é uma sorte?

cap.navarre@gmail.com

Fla x Flu, por Nelson Rodrigues

Reacionário, no meu caso, é a reação contra tudo o que não presta. Se o homem não fosse eterno, ou não tivesse uma alma eterna, não tivesse garantido a sua eternidade, esse homem andaria de quatro. Toda manhã sairia de quatro, ferrado, aí pelas ruas e montado num Dragão de Pedro Américo. Eu diria, quando me perguntam, como você agora: mas quando, quando começou o Fla-Flu? Eu diria: – O Fla-Flu não tem começo. O Fla-Flu não tem fim. O Fla-Flu começou quarenta minutos antes do nada. E aí então as multidões despertaram. E Mário Filho, já então, antes do Paraíso, escrevia sobre o Fla-Flu e dizia que o Fla-Flu ia ser o assombro do futebol, o milagre do futebol.

Marcos de Mendonça, Fortes, Vidal e Chico Neto eram os heróis, os verdadeiros heróis. Mais que o cow-boy, mais que o mocinho, mais que o próprio bandido. O futebol era a epopéia, o épico, compreendeu? … Eu me lembro, uma vez andava na rua, era um garoto de calças curtas, tinha cinco anos, quando passou um jogador de futebol. Eu não sei, devia ser Lais ou Manga, que morreria em 22, ou Welfare. Eu sei que aquilo para mim foi um espanto, eu corri para dentro de casa como se estivesse sendo ungido de glória, de glórias fantásticas.

O Fla-Flu, já me dizia o meu irmão Mário Filho, o Fla-Flu é um jogo para sempre, não é um jogo para um século, um século é muito pouco para a sede e a fome do Fla-Flu… Começado o Fla-Flu, ele percorreria o tempo dos tempos. Foi uma criação do meu irmão Mário Filho, ele que era o gênio da crônica esportiva, ele era o autor de piadas fantásticas. Ele se lembrou de fazer Fla-Flu, tinha notado que Fla-Flu possuía uma flama, uma trepidação que nenhum outro jogo possuía. Até hoje em todo o mundo não há um jogo que chegue aos pés do Fla-Flu. Que é cada vez mais empolgante. E cada jogo entre o Fluminense e o Flamengo parece ser o maior do século e será assim eternamente.

E então, o Welfare pegou sua bola fora da área e encheu o pé, foi um estrondo. O nosso amigo keeper, o goleiro quis defender, foi atirado no fundo da rede como se também fosse uma bola, foi radiante, foi uma coisa incrível e a nossa torcida, naquele tempo em treino também havia torcida, a nossa torcida ficou naquela euforia louca com este gol. Este gol nunca eu me esqueci. Agora neste momento eu estou vendo o campo do São Cristóvão e a bomba de Welfare. Há gols que atravessam os tempos que atravessarão os séculos. E por isso que digo que o futebol vive de eternidade e por isso não acaba nunca, não acabará nunca. Ou tudo se acaba, menos o Fla-Flu.

E depois, o futebol é a pátria da piada. O sujeito vai para a arquibancada, que além de ser a pátria do palavrão é uma pátria da piada, uma pátria da graça popular das graças que vem das profundezas do nosso querido povo. A pessoa fica criando, inventando até palavrões.

De vez em quando, eu ouço das arquibancadas um palavrão que não conhecia, que ninguém conhecia, e o sujeito sai com um palavrão novo e uma satisfação profunda. Só o futebol é que te dá isso, essas surpresas maravilhosas.

Porque o futebol é uma linguagem universal. Todo mundo entende de futebol. Você pega uma velhota grã-fina, ela sabe discutir futebol com você. A grã-fina das narinas de cadáver, por exemplo, esta, até esta, que foi a primeira que não entendeu de futebol, e ela entrou um dia no estádio Mário Filho e disse:”Quem é a bola?” Aí, todo mundo apontou para a bola e ela ficou ali radiante e passou a ser uma enciclopédia de futebol. Esse é o problema do futebol. E que não tem problema nenhum de comprensão…

Chegamos ao fim de nossa longa conversa, não é?… Eu sou um brasileiro triste! É, um brasileiro triste, o brasileiro, diga-se de passagem, de uma maneira geral, não sou eu só, está sempre a um milímetro da melancolia, na esquina, no boteco, ele está sempre roendo melancolias milenares. E aí nós acabamos.

Nélson Rodrigues

SEIS FLA-FLUS QUE ABALARAM O RIO

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“Tudo é Fla-Flu, o resto é paisagem”. (Nelson Rodrigues)
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Em 21 de dezembro de 1919:
Fluminense 4 x 0 Flamengo (Flu tricampeão).
Local: Laranjeiras.
Público presente: cerca de 20 mil torcedores.
Gols: Machado (2), Welfare e Bacchi.
“[Japonês, do Flamengo, bate o penâlti e] Marcos cai de um lado e rebate a bola com a mão. Sidnei invade a área e emenda. Marcos rebate de novo. Japonês corre e chuta outra vez. Marcos segura a bola. A multidão ficou parada, sem compreender logo, tal qual um cômico de cinema que só percebe, minutos depois, a graça de uma anedota. … A bola estava longe quando a torcida despertou, prorropendo em aplausos” (Mário Filho).

Em 23 de novembro de 1941:
Fluminense 2 x 2 Flamengo 2 (Flu campeão).
Local: Gávea.
Público presente: cerca de 15 mil torcedores.
Gols: Pedro Amorim e Russo, para os tricolores; Pirilo, para o Flamengo.
“[Faltavam seis minutos para o jogo acabar, quando os rubros-negros empataram, mas só a vitória lhes interessava] A bola caía na Lagoa. O cronometrista travava o cronômetro. E o tempo parava. O Flamengo queria que o cronômetro parasse, o Fluminense que corresse. Eram duas concepções de tempo que se chocavam, irreconciliáveis. Não é possível, o cronômetro não anda. E andava, bem que andava. Para o Flamengo corria. A angústia fazia com que para o Fluminense o tempo parasse; e corresse, desembestado, para o Flamengo” (Mário Filho).

Em 15 de dezembro de 1963:Flamengo 0 x 0 Fluminense (Fla campeão).
Local: Maracanã.
Público pagante: 177.020 torcedores.
“Amigos, o berro da legião flamenguista, ao soar o apito final, comoveu o Maracanã em suas raízes eternas…” (Nelson Rodrigues).

Em 15 de junho de 1969:
Fluminense 3 x 2 Flamengo (Flu campeão).
Local: Maracanã.
Público pagante: 171.599 torcedores.
Gols: Wilton, Cláudio e Flávio, para o Flu; Liminha e Dionísio, para o Fla.
“Enorme, esmagador, capaz de transformar em carnaval um espetáculo de futebol, o Maracanã já é uma lenda. A realidade, contudo, é muito maior. A memória que em mim para sempre ficará do Fla-Flu e, mais, do próprio futebol brasileiro, será desta enorme, pungente, feliz experiência humana” (Hugh McIllvaney, correspondente do Observer, de Londres).

Em 16 de dezembro de 1984:
Fluminense 1 x 0 Flamengo (Flu campeão).
Local: Maracanã.
Público pagante: 153.520 torcedores.
Gol: Assis.
“Quando o urubu, solto pela torcida rubro-negra, antes do jogo começou a sobrevoar o anel da arquibanda, senti que a sorte estava lançada. Na primeira passagem os flamenguistas comemoraram o vôo do seu símbolo, que, ao passar do lado tricolor, foi bombardeado por rojões tricolores, sem qualquer resultado; na segunda passagem, os rubro-negros, eufóricos, saudavam o pobre urubu, já cansado, que, mesmo assim, conseguiu sair incólume, mais uma vez, do nosso bombardeio, provocando incontido entusiasmo entre os adeptos do clube da Gávea. Na terceira passagem por cima dos arquibaldos tricolores, finalmente o urubu foi abatido. Uma explosão de alegria carnavalesca animou a galera tricolor, como se um gol fora feito. Começamos a ganhar o jogo exatamente naquele momento” (Moacy Cirne).

Em 25 de junho de 1995:
Fluminense 3 x 2 Flamengo (Flu campeão).
Local: Maracanã.
Público pagante: 109.204 torcedores.
Gols: Renato Gaúcho (2) e Leonardo, para o Flu; Romário e Fabinho, para o Fla.
“… Ailton, rejeitado pelo presidente Kleber Leite no começo da temporada, driblou Charles duas vezes pelo setor direito de ataque e chutou com raiva. A bola iria para fora, mas bateu na barriga de Renato Gaúcho e entrou” (Clóvis Martins).

30/08/1962 – Santos F.C. , campeão da Libertadores da América

Santos: 45 anos do primeiro abraço à América

Há 45 anos o Santos dava o primeiro passo para tornar-se sinônimo de futebol brasileiro no exterior. No dia 30 de agosto de 1962, Pelé e seus companheiros foram à Argentina para levantar a primeira das duas Taças Libertadores da América do Alvinegro praiano. A irrepreensível vitória por 3 a 0 sobre os uruguaios do Peñarol iniciou o maior período de glórias conquistadas por um time de futebol.

A finalíssima foi cercada de muita polêmica. Alguns dias antes, as duas equipes protagonizaram uma batalha campal na segunda partida. O valente Peñarol não se inibiu com a Vila Belmiro e ganhou na bola (3 a 2) e na mão. Como o Santos havia vencido o primeiro jogo, em Montevidéu, a Confederação Sul-americana marcou a decisão para um país supostamente neutro: a Argentina.

No entanto, neutralidade foi tudo o que não se viu no campo do River Plate. Os craques santistas tiveram de superar as vaias dos argentinos, solidários aos “hermanos” de língua espanhola, e o péssimo estado do gramado – só havia grama nas proximidades das duas áreas. Cenário perfeito para um filme que o Brasil já se acostumara a assistir: a habilidade contra a catimba.

Mas quem vestia os uniformes brancos era uma elenco de artistas disposto a mudar o enredo. Caçados em campo, os santistas revidavam com fantasia. Como um rolo compressor, o time abriu placar aos onze minutos de jogo, quando Coutinho desceu pela direita e chutou em direção ao gol; o lateral-esquerdo Caetano tentou cortar e acabou colocando a bola dentro das redes.

O segundo tempo serviu para ratificar a supremacia brasileira. Logo aos quatro minutos, Pelé fez o que mais gostava: tabela com Coutinho, drible de corpo no zagueiro e bola no canto do goleiro. A um minuto do fim, Maidana não segurou escanteio de Pepe e soltou a bola nos pés do Rei, que só empurrou para as redes.

Mas o 10 não teve tempo para comemorar. Mal havia chutado a bola, foi abraçado pelos argentinos que, conquistados por sua magia, invadiram o gramado para festejá-la. Toda a adversidade do início transformou-se em festa – com o toque portenho, como não poderia deixar de ser. As camisas de Pelé, Durval e Lima viraram motivos de briga e obrigaram a intervenção da polícia. Era a prova cabal de que o Santos subira o litoral para abraçar a América.

Ficha técnica da decisão:

Santos 3 x 0 Peñarol
Santos: Gilmar; Lima, Mauro e Dalmo; Zito e Calvet; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.
Peñarol: Maidana; Gonzalez, Lescano, Cano e Caetano; Gonçalves e Sasia; Rocha, Matosa, Spencer e Joia.
Data: 30/08/1962
Horário: 15h15 (de Brasília)
Local: Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires (Argentina)
Árbitro: Léo Horn (Holanda)
Gols: Caetano (contra) aos 11 minutos do 1° tempo; Pelé aos 3 e aos 45 do 2°.

Campanha:

1ª fase:
Deportivo Municipal (Bolívia) 3 x 4 Santos
Santos 6 x 1 Deportivo Municipal (Bolívia)
Cerro Porteño (Paraguai) 1 x 1 Santos
Santos 9 x 1 Cerro Porteño (Paraguai)

Semifinais:
Universidad Católica (Chile) 1 x 1 Santos
Santos 1 x 0 Universidad Católica (Chile)
Santos 2 x 1 Universidad Católica (Chile)

Finais:
Peñarol 1 x 2 Santos
Santos 2 x 3 Peñarol
Santos 3 x 0 Peñarol
Fonte : Gazeta Esportiva

O maior clássico que o Mineirão já viu.

Seria exagero afirmar que o Cruzeiro 5 x 4 Internacional, da Libertadores 76, foi o maior jogo da história do Mineirão? Definitivamente, não.

Já imaginaram Raul, Nelinho, Zé Carlos, Joãozinho, Jairzinho, Palhinha Manga, Falcão e Figueroa dirigidos por Rubens Minelli e Zezé Moreira, dois dos maiores treinadores da história do futebol?! O resultado foi uma aula de futebol ofensivo a ser lembrada pro resto da vida.

Na verdade, aquela partida começou 3 meses antes, na final do Brasileiro 75, num jogo igualmente memorável vencido pelo Inter.

Mesmo reconhecendo a luta do time, a derrota naquela final ficou atravessada na garganta do torcedor celeste. Mais uma vez o fantasma das decisões assombrava o clube. Amarga seqüência: derrota para o Vasco na decisão do Brasileiro 74, desclassificação diante dos argentinos na Libertadores 75, perda do Brasileiro 75 para o Inter. Estava na hora de mudar a história. E a estréia na Libertadores 76, no Mineirão, parecia feita sob medida pra uma guinada.

Não fui ao jogo. Com 13 anos recém-completados, não tinha autonomia pra decidir o que fazer. E, naquele final de semana, fui, com pais e irmãos, visitar parentes em Sete Lagoas. Restava ouvir a transmissão pelo rádio.

Ainda estávamos na estrada quando começou a epopéia. De cara, Palhinha fez Cruzeiro 1x 0. Festa no carro, onde eu e meus 2 irmãos, o mais novo também cruzeirense, nos apertávamos.

Dez minutos, Cruzeiro 2 x 0! Palhinha, de novo. O Chevette azul trepidou com a vibração. Lula diminuiu para o Inter. Joãozinho fez Cruzeiro 3 x 1. Vinte minutos, 4 gols. Chegamos em casa: alívio pro irmão do meio, atleticano, que ficou livre da algazarra.

Grudamos no radinho pra acompanhar o resto da partida. Foi dramática. Valdomiro fez o 2º gol do Inter, no fim do 1º tempo. No inicio do 2º, Zé Carlos, coisa rara, marcou contra: Inter 3 x 3.

O fantasma voltou. Pra piorar, Palhinha foi expulso, após aplicar cotovelada que mal acertou Figueroa, vingança de outra, essa sim, pra valer, que recebera na final do Beira-Rio, 84 dias antes.

Mas Joãozinho, em tarde cinematográfica, nos tranqüilizou: Cruzeiro 4 x 3. Mas o Inter não se entregou. Aos 25, Ramon fez 4 x 4. Inacreditável. Que jogo!

Já me sentia veterano em emoções, mas aquilo era demais. O coração quase me saiu pela boca quando Joãozinho fez outra grande jogada pela esquerda e sofreu pênalti de Valdir, que substituíra Cláudio Duarte, ameaçado de expulsão pelas entradas violentas no Bailarino da Toca.

O intervalo entre a marcação e a cobrança foi o mais angustiante da minha vida de torcedor. Felizmente, Nelinho deslocou Manga e estufou as redes: Cruzeiro 5 x 4!

O nome do jogo foi Joãozinho. Na maior atuação de sua carreira, ele fez 2 gols, infernizou a vida de Don Elias Figueroa, tido e havido como o maior beque das Américas e, na hora do aperto, sofreu o pênalti que decidiu a partida.

Quatro meses depois, meu ídolo decidiria outra partida épica, a final da Libertadores, em Santiago. Mas esta é outra história…

CRUZEIRO 5 x 4 INTERNACIONAL, domingo, 07mar76, 1ª rodada da 1ª fase da Libertadores 1976 – Público: 65.463 pagantes – Renda: Cr$793.407 – Juiz: Luiz Pestarino (Argentina) – Cartão vermelho: Palhinha, 12 do 2º tempo – Gols: Palhinha, 3 e 10, Lula, 14, Joãozinho, 21, Valdomiro, 39 do 1º tempo; Zé Carlos, contra, 6, Joãozinho, 18, Ramon, 25, e Nelinho, 40 do 2º – Cruzeiro: Raul Plassmann, Nelinho, Morais, Darci Menezes e Vanderlei Lázaro; Zé Carlos e Eduardo Amorim; Roberto Batata (Isidoro), Palhinha, Jairzinho e Joãozinho. Tec: Zezé Moreira / Internacional: Manga, Cláudio Duarte (Valdir), Figueroa, Hermínio e Vacaria; Caçapava e Falcão; Valdomiro, Escurinho, Flávio Minuano (Ramon) e Lula.

Mauro França, 44, bacharel em História, nasceu e mora em Belo Horizonte.

O medo da seleção húngara em 1954

Depois de um intervalo de oito dias de angustia e expectativa, o Brasil se preparava para enfrentar a temível e assustadora Hungria. O ambiente na concentração de Macolin, não poderia ser pior. Além de alarmados com o retrospecto, os jogadores brasileiros tinham se impressionado ao assistirem um treino dos húngaros contra um time de fábrica de relógios. As fotografias enviadas para os jornais do Brasil, mostravam o pânico nos seus olhos.

Na véspera da partida, circulava um boato de que, João Lira Filho, chefe da delegação brasileira, havia marcado as passagens de volta. Ele desmentiu e falou para os jogadores antes do jogo mostrando a bandeira do Brasil – “Olhem as cores que vocês terão que defender com galhardia dentro da cancha, honrando a nossa Pátria”. Um jornalista mineiro, Adelchi Ziller, se dirigia aos atletas com estas palavras – “Temos que ganhar o jogo. Temos que vingar os mortos de Pistóia”. Em Pistóia estavam enterrados cerca de 450 soldados da Força Expedicionária Brasileira, tombados na II Grande Guerra Mundial. A Hungria nada tinha ver com isso, muito menos seus jogadores.

Diante desse quadro, não seria de estranhar que a seleção abandonasse a camisa branca e azul, passando a usar a atual camisa amarela, por sugestão do jornalista Walter Mesquita. Para complicar, Bauer perdeu 5 quilos no jogo anterior e estava muito abatido. Recebeu autorização para ir a Zurique, acompanhado do radialista Geraldo José de Almeida, afim de telefonar para seus familiares. Veludo e Pinheiro saíram do Hotel e voltaram muito tarde. Quase foram desligados da delegação. Na noite anterior ao jogo, Humberto Tozzi praticamente não dormiu e fumou dois maços de cigarros. Pinga e Baltazar, ao acordarem, anunciaram que estavam contundidos.

O que se poderia esperar do jogo ? Com oito minutos do primeiro tempo, a Hungria já vencia por 2×0. Mas, o Brasil viu que o diabo não era tão feio como pintaram. Índio sofreu pênalti e Djalma Santos diminuiu ainda no primeiro tempo. No etapa final, o Brasil partiu em busca do empate. Entretanto, aos 16 minutos, Mr. Ellis marcou um pênalti contra o Brasil e o placar ficou em 3×1. O Brasil não desanimou, e Julinho fez o segundo gol. No finzinho do jogo, os húngaros fecharam o marcador em 4×2. O juiz ainda expulsou Nilton Santos e Humberto do Brasil e Boszik da Hungria.

Os brasileiros reclamaram da arbitragem. Nosso juiz na Copa, Mário Vianna, chamou Mr. Ellis de ladrão, safado e comunista. Esses xingamentos custou ao brasileiro sua expulsão do quadro de árbitros da FIFA. Depois do jogo, na concentração, no meio de choros e protestos, Mário Vianna retirou do paletó o pomposo escudo da FIFA e queimou diante de todos. Foi o fim de um capitulo triste da história do futebol brasileiro.

Revista Placar

Domício Pinheiro, fatídico fotógrafo esportivo

Domício foi um gênio do mal, do azar e da sorte. Reza a lenda que, por onde passavam suas lentes, algo acontecia; uma boa foto se formava ou um fato ruim emergia. Isso lhe rendeu o apelido de “toque-toque”. Quando pronunciavam seu nome, batiam três vezes na madeira.
No dia 11 de fevereiro de 1998, morre Domício Pinheiro, aos 76 anos de idade. Acabava alí o trabalho de um dos mais importantes fotógrafos esportivos brasileiros.

Começou a atividade de fotógrafo na Folha Carioca do Rio de Janeiro e no jornal Última Hora. A partir de 1954 trabalhou no grupo Estado, onde permaneceu até 1989. Afirmou-se como fotógrafo esportivo e, apaixonado pelo futebol, era conhecido como o fotógrafo de Pelé por ter registrado magistralmente a carreira do jogador. Suas fotos buscam com precisão o instante memorável, onde se concentra ao máximo de significado, e constituiram uma referência importante para toda uma geração de fotojornalistas. Além do esporte, documentou também muitos momentos da história do Brasil, especialmente as manifestações populares, militares e religiosas no período do golpe de 1964 até 1994, seu último ano de atividade. Participou de inúmeras exposições; em junho de 1998 foi apresentada a retrospectiva Analogias e Contrastes no Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Seu arquivo é conservado na Agência Estado de São Paulo.

Nenhuma fotografia exibiu com tanta dramaticidade a tragédia da perna quebrada como o flagrante do centroavante Mirandinha, do São Paulo, que fraturou a tíbia e o perônio diante das lentes de Domício Pinheiro. Mas nunca o país chorou tanto uma contusão como a distensão na virilha de Pelé na Copa de 1962, também documentado pelas lentes de Domício. O camisa 10 abandonou o Mundial, que seria vencido pelo Brasil com a ajuda do substituto Amarildo, O Possesso, e Garrincha. Para Tostão, a infelicidade foi uma bola dividida que lhe descolou a retina e o tirou dos campos.

TRÊS INSTANTES GENIAIS

FOTO DE PELÉ COM UMA AURÉOLA . ELE VIROU SANTO? – Claro que não! Na foto de Domício Pinheiro, Pelé acompanha o Hino Nacional Brasileiro Brasileiro, executado pela Corporação Musical do estado do Rio de Janeiro, antes de um jogo amistoso com a Seleção do Paraguai, momentos antes de um jogo pela Seleleção Brasileira no estádio do Maracanã. Atrás da cabeça de Pelé aparece um contorno da tuba, um tubo cilíndrico recurvado sobre si mesmo e que termina numa campânula em forma de sino, simbolizando assim a ” santidade” de Pelé.

TRINCHEIRA – É o nome de uma foto, de Domício Pinheiro. “Djalma Santos, Djalma Dias e Procópio, com a camisa do Palmeiras, no Parque Antarctica, em 1965, realizam um sincronizado passo de Balê. Os três param, esquecem a bola e olham para o mesmo ponto, certamente para a arbitragem que deve ter apontado alguma iregularidade no lance.

DRAMA: Nenhuma fotografia exibiu com tanta dramaticidade a tragédia da perna quebradade Mirandinha, em flagrante do centroavante do São Paulo, no exato momento em que fraturou a tíbia e o perônio diante das lentes de Domício Pinheiro em jogo contra o América em São José do Rio Preto.
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