Domício foi um gênio do mal, do azar e da sorte. Reza a lenda que, por onde passavam suas lentes, algo acontecia; uma boa foto se formava ou um fato ruim emergia. Isso lhe rendeu o apelido de “toque-toque”. Quando pronunciavam seu nome, batiam três vezes na madeira.
No dia 11 de fevereiro de 1998, morre Domício Pinheiro, aos 76 anos de idade. Acabava alí o trabalho de um dos mais importantes fotógrafos esportivos brasileiros.
Começou a atividade de fotógrafo na Folha Carioca do Rio de Janeiro e no jornal Última Hora. A partir de 1954 trabalhou no grupo Estado, onde permaneceu até 1989. Afirmou-se como fotógrafo esportivo e, apaixonado pelo futebol, era conhecido como o fotógrafo de Pelé por ter registrado magistralmente a carreira do jogador. Suas fotos buscam com precisão o instante memorável, onde se concentra ao máximo de significado, e constituiram uma referência importante para toda uma geração de fotojornalistas. Além do esporte, documentou também muitos momentos da história do Brasil, especialmente as manifestações populares, militares e religiosas no período do golpe de 1964 até 1994, seu último ano de atividade. Participou de inúmeras exposições; em junho de 1998 foi apresentada a retrospectiva Analogias e Contrastes no Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Seu arquivo é conservado na Agência Estado de São Paulo.
Nenhuma fotografia exibiu com tanta dramaticidade a tragédia da perna quebrada como o flagrante do centroavante Mirandinha, do São Paulo, que fraturou a tíbia e o perônio diante das lentes de Domício Pinheiro. Mas nunca o país chorou tanto uma contusão como a distensão na virilha de Pelé na Copa de 1962, também documentado pelas lentes de Domício. O camisa 10 abandonou o Mundial, que seria vencido pelo Brasil com a ajuda do substituto Amarildo, O Possesso, e Garrincha. Para Tostão, a infelicidade foi uma bola dividida que lhe descolou a retina e o tirou dos campos.
TRÊS INSTANTES GENIAIS
FOTO DE PELÉ COM UMA AURÉOLA . ELE VIROU SANTO? – Claro que não! Na foto de Domício Pinheiro, Pelé acompanha o Hino Nacional Brasileiro Brasileiro, executado pela Corporação Musical do estado do Rio de Janeiro, antes de um jogo amistoso com a Seleção do Paraguai, momentos antes de um jogo pela Seleleção Brasileira no estádio do Maracanã. Atrás da cabeça de Pelé aparece um contorno da tuba, um tubo cilíndrico recurvado sobre si mesmo e que termina numa campânula em forma de sino, simbolizando assim a ” santidade” de Pelé.
TRINCHEIRA – É o nome de uma foto, de Domício Pinheiro. “Djalma Santos, Djalma Dias e Procópio, com a camisa do Palmeiras, no Parque Antarctica, em 1965, realizam um sincronizado passo de Balê. Os três param, esquecem a bola e olham para o mesmo ponto, certamente para a arbitragem que deve ter apontado alguma iregularidade no lance.
DRAMA: Nenhuma fotografia exibiu com tanta dramaticidade a tragédia da perna quebradade Mirandinha, em flagrante do centroavante do São Paulo, no exato momento em que fraturou a tíbia e o perônio diante das lentes de Domício Pinheiro em jogo contra o América em São José do Rio Preto.
Blog Mastrobuono e anotações pessoais
Gilberto recebi nesta semana as fotos mencionadas, e a foto de dijalma dias, dijalma santos e procópio é relamente fenomenal, nem mesmo se eles estivessem posando o movimento seria tão simétrico.
Devemos sempre lembrar no blog estes heróis anônimos da história do futebol
Grande abraço
Falcon