Arquivo da categoria: 17. Auriel de Almeida

Tiradentes Atlético Clube – Niterói (RJ)

Tiradentes AC

O futebol niteroiense além de já ter revelado grandes jogadores, no começo do século passado era recheado de diversos times, como por exemplo, o Tiradentes Atlético Clube (antigo Grêmio Recreativo Social Desportivo Tiradentes). O time Alvinegro (escudo inédito acima) era um clube oriundo da Polícia Militar, ligado ao 5º Batalhão de Niterói (atual 12º Batalhão), conhecido carinhosamente como ‘Os Riscadinhos de Neves’, devido ao uniforme de listras finas verticais, embora que em 1974 o clube utilizava uma camisa inteiramente branca, com listras apenas no lado do escudo (semelhante ao uniforme do Campo Grande, na década de 60).

Um ponto intrigante está no porquê de ‘Neves’, já que o bairro Neves, é do município vizinho de São Gonçalo. Segundo as pesquisas em jornais da época, feitas por Auriel de Almeida, as reportagens consideravam Neves um bairro niteroiense. Já algumas pessoas que viveram aquele tempo, acreditam que Neves pertencia à Niterói, podendo ser um inter-bairro, e a ‘Polícia Militar do 5º Batalhão’ fosse subordinada à Niterói, e não ao de São Gonçalo.

Geografia à parte, o Tiradentes teve seu momento marcante em 1975. A equipe Alvinegra disputou o Campeonato Fluminense e por muito pouco não chegou à decisão, terminando na 3ª colocação com 13 pontos, um pontinho atrás do Americano (vice-campeão) e Sapucaia (campeão), ambos de Campos dos Goytacazes.

A fase final da competição contou com a presença de seis times: Fluminense Atlético Clube, de Nova FriburgoTiradentes Atlético Clube, de Niterói, representando a ‘Zona Centro’; Americano de CamposEsporte Clube Sapucaia como os classificados da ‘Zona Campista’; e Associação Atlética Barbará, de Barra MansaClube Regatas Flamengo, de Volta Redonda como os representantes da ‘Zona Sul-Fluminense’.

Apesar de ter enfrentado equipes acostumadas à competição, ‘Os Riscadinhos de Neves’, não fizeram feio e honrando as tradições do futebol niteroiense por pouco não lutou pelo Caneco.

O Tiradentes teve dois momentos capitais, jogando em casa, onde poderia ter definido favoravelmente, o título ao seu favor. No primeiro, no dia 6 de abril, restando duas rodadas para o final, a equipe Alvinegra recebeu o Americano de Campos, no Estádio Caio Martins, e se vencesse pularia para a liderança, mas acabou empatando sem gols. E pela última rodada, recebeu o Barbará, em casa, precisando vencer, mas novamente ficou no empate em 1 a 1, dando adeus ao título.

Na disputa do título, as duas equipes campistas: Sapucaia e Americano terminaram iguais em tudo. Com isso, foram realizados quatro jogos para definir o campeão. No primeiro jogo, no dia 27 de abril, o Sapucaia saiu na frente, vencendo por 1 a 0, no Estádio Ary de Oliveira e Souza, gol de Osvaldo Guariba aos 15 minutos da primeira etapa.

Na segunda partida, no dia do Trabalhador (1º de maio), o Americano deu o troco vencendo pelo mesmo placar, no Estádio Godofredo Cruz. O gol da vitória foi assinalado por Adalberto aos 34 minutos do primeiro tempo. No terceiro encontro, no dia 4 de maio, as duas equipes não saíram do zero.

Então, no quarto e último duelo, no dia 11 de maio, saiu o campeão. O Sapucaia goleou o Americano por 4 a 2, ficando com o título. A equipe rubro-negra campista encaminhou a conquista ainda no primeiro tempo, quando Valmir abriu o placar aos 14 minutos, depois Betinho ampliou aos 25, e novamente Valmir marcou o terceiro aos 34. Na etapa final, o Americano esboçou uma reação com dois gols em menos de 5 minutos: Messias diminuiu aos 4 minutos, e em seguida Chico fez o segundo. Contudo, Joaquinzinho fez o quarto aos 25 minutos, jogando uma ducha de água fria no ímpeto do Cano.

A partida teve no apito Arnaldo Cesar Coelho, que sete anos depois seria o árbitro da final da Copa do Mundo de 1982 (Itália 3 a 1 na Alemanha). Apesar de a competição ser semi-amadora, um excelente público esteve presente no Estádio Ary de Oliveira e Souza: 10 mil pagantes, que proporcionaram uma renda de Cr$ 49.420,00.

Apesar da perda do título, o Americano teve o goleador máximo do torneio: Chico com 10 gols, uma a mais do que Gonzaga, do EC Sapucaia com nove.

EC SAPUCAIA: Roque, Charuto, Admilson, Folha e Albérico; Amaritinho e Joaquinzinho; Betinho, Valmir (Osvaldo Guariba), Toninho (Joélio) e Alcir.

AMERICANO FC: Bodoque, Guaraci, Zé Henrique, Luisinho e Capetinha; Adalberto (Jamil Abud), Ico e Messias (João Francisco); Tatalo, Chico e Paulo Roberto.

Veja abaixo, os resultados das 10 rodadas da fase final do Campeonato Fluminense de 1975:

PRIMEIRO TURNO DA FASE FINAL

1ª rodada (16 de fevereiro)

Barbará         0 x 1   Americano

Tiradentes     1 x 1   Sapucaia

Fluminense  1 x 1   Flamengo

2ª rodada (23 de fevereiro)

Americano    2 x 0   Flamengo

Barbará         0 x 2   Sapucaia

Tiradentes     5 x 1   Fluminense

3ª rodada (02 de março)

Flamengo     2 x 2   Barbará

Americano    2 x 1   Tiradentes

Sapucaia      3 x 0   Fluminense

4ª rodada (09 de março)

Barbará         2 x 1   Fluminense

Sapucaia      1 x 1   Americano

Flamengo     1 x 1   Tiradentes

5ª rodada (16 de março)

Barbará         0 x 0   Tiradentes

Fluminense  2 x 1   Americano

Flamengo     0 x 0   Sapucaia

SEGUNDO TURNO DA FASE FINAL

6ª rodada (23 de março)

Americano    2 x 2   Barbará

Sapucaia      0 x 1   Tiradentes

Flamengo     2 x 1   Fluminense

7ª rodada (30 de março)

Flamengo     1 x 5   Americano

Sapucaia      3 x 2   Barbará

Fluminense  1 x 2   Tiradentes

8ª rodada (06 de abril)

Barbará         2 x 0   Flamengo

Tiradentes     0 x 0   Americano

Fluminense  1 x 4   Sapucaia

9ª rodada (13 de abril)

Fluminense  0 x 1   Barbará

Tiradentes     2 x 1   Flamengo

Americano    1 x 1   Sapucaia

10ª rodada (20 de abril)

Tiradentes     1 x 1   Barbará

Americano    3 x 0   Fluminense

Sapucaia      3 x 1   Flamengo

Classificação da Fase Final:

Nº.

EQUIPES

PG

J

V

E

D

GP

GC

SG

EC Sapucaia

14

10

5

4

1

18

08

10

 2º

Americano FC

14

10

5

4

1

18

08

10

Tiradentes

13

10

4

5

1

14

08

06

AA Barbará

10

10

3

4

3

12

12

0

CR Flamengo

06

10

1

4

5

09

19

-10

Fluminense AC

03

10

1

1

8

08

24

-16

Pesquisa: Auriel de Almeida

Texto: Sérgio Mello

Pery Atlético Clube – Niterói / RJ

Mais um escudo inédito dos clubes participantes do campeonato fluminense, do antigo Estado do Rio, pesquisado pelo historiador Auriel de Almeida.

Em 1960 e 1961, aconteceram dois campeonatos citadinos profissionais, o da capital Niterói e o de Campos dos Goytacazes, e com as regras da Federação Fluminense de Desportos,  classificaram seus campeões para a decisão final, que definiu o campeão fluminense em cada ano, e o indicado do estado para Taça Brasil do ano seguinte.

O Pery Atlético Clube disputou o campeonato niteroiense profissional nestes dois anos, considerados também como classificatórios para as finais do estadual. O clube do Cubango “imitava-homenageava” o uniforme e o escudo do Botafogo carioca.

 

 Fonte: Auriel de Almeida.

 (*)  O desenho do modelo utilizado para representar o uniforme foi redesenhado do “Guia Oficial 2009 do Campeonato Paulista”, do editor Rodolfo Kussarev.

Em 1960, os finalistas foram o Fonseca AC, campeão niteroiense, e o Goytacaz FC, campeão campista. 

O Goytacaz não disputou perdendo por WO. O Fonseca foi declarado bi-campeão fluminense, pois já havia vencido também o título de 1959, e classificou novamente para a Taça Brasil de 1961.

 

Em 1961, os finalistas foram o Fonseca AC, campeão niteroiense, e o CE Rio Branco, campeão campista. 

O Fonseca venceu as finais, conquistando o título de tri-campeão fluminense e classificou novamente para a Taça Brasil de 1962.

 

Ararigboya Fottball Club – Niterói / RJ

Reeditando e corrigindo a catalogação com escudo inédito de um dos primeiros participantes do campeonato fluminense.

O Ararigboya Fottball Club foi pioneiro nos campeonatos niteroienses e fluminenses, sendo bi-campeão, no segundo e terceiro campeonatos. Participou de muitos campeonatos nas décadas de 10 e 20, para provavelmente ser extinto na década de 30.

 

Fonte: Auriel de Almeida.

(*)  O desenho do modelo utilizado para representar o uniforme foi redesenhado do “Guia Oficial 2009 do Campeonato Paulista, do editor Rodolfo Kussarev.

Segundo Auriel de Almeida, historiador e membro deste blog, esclarece que o pioneiro Ararigboya Fottball Club era alvi-verde, do bairro de Santa Rosa, conhecidos como os periquitos, e que desapareceu na decada de 30. O Araribóia Futebol Clube alvi-rubro era do Bairro de Fátima, sem relação com o anterior. Disputou mais campeonatos de basquete, e apareceu constantemente nos jornais fluminenses dos anos 40-60.

 

Esporte Clube Guarani – Duque de Caxias / RJ

Escudo inédito dos clubes participantes do campeonato fluminense, do antigo Estado do Rio.

Em 1956 a Federação Fluminense de Desportos disolveu o DEP – Departamento Estadual de Futebol Prossifional com clubes do sul do estado e criou o DDP – Divisão Departamental de Profissionais,  o estado foi dividido em zonas agrupando um determinado numero de cidade e nas zonas onde houvessem clubes ou ligas profissionais seus campeonatos valeriam como chaves classificatórias para a disputa das finais estaduais. Se em algum ano apenas uma zona organizasse um campeonato profissional, o mesmo valeria também como campeonato fluminense (artigo 183 das normas técnicas da FFD). A partir de então, o campeão fluminense passou a ser conhecido a partir do cruzamento dos campeões das zonas da divisão estadual da FFD, que em algumas ocasiões por clubes bem-posicionados em suas ligas.

O Esporte Clube Guarani , do município de Duque de Caxias /RJ, foi o “Campeão da Baixada” em 1956, sendo sua única participação, na 3a Zona, conhecida como “Zona da Baixada”.

Fonte: Auriel de Almeida.

(*)  O desenho do modelo utilizado para representar o uniforme foi redesenhado do “Guia Oficial 2009 do Campeonato Paulista, do editor Rodolfo Kussarev.

 Com o atraso da conclusão da Liga Campista a FFD decidiu em nota oficial publicada em 1 fev 1957,  NÃO realizar a fase final entre os campeões, que seria composta pelo: EC Guarani de Duque de Caxias, Serrano de Petropolis, Campos AA e Central de Barra do Praí, campeões em seus respectivas Zonas.

 

São Pedro Futebol Clube – São João do Meriti /RJ

Escudo inédito dos clubes participantes do campeonato fluminense, do antigo Estado do Rio.

São Pedro Futebol Clube, do município de São João do Meriti /RJ, participou tres vezes em 1956, 1957 e 1959, na 3a Zona, conhecida como“Zona da Baixada”. Hoje é um clube social e esportivo da cidade.

 

 Fonte: Auriel de Almeida.

(*)  O desenho do modelo utilizado para representar o uniforme foi redesenhado do “Guia Oficial 2009 do Campeonato Paulista, do editor Rodolfo Kussarev.

O antigo “Estado do Rio deJaneiro”, com todas as características peculiares da influencia da metrópole, antiga capital federal, fortaleceu ao longo de toda a sua história os campeonatos citadinos, dificultando a realização periódica e padronizada do seu próprio campeonato. O campeonato fluminense teve muitas formas de disputa, incluindo os períodos em que ocorreram os campeonatos de seleções municipais, com participações de seleções, e participações mista de seleções e clubes campeões citadinos, representando seu município. Em alguns anos não foram realizados, e foram considerados “Campeão do ano”, o campeão citadino mais importante deste. Vários campeonatos e seus respectivos campeões foram reconhecidos posteriormente aos respectivos anos. Dado a estas condições, é muito difícil a relação ano a ano dos participantes,  propiciando grandes margens para interpretações, ficando para cada pesquisador sua autoria e consideração.

Guarany Atlântico Futebol Clube – Santa Maria (RS)

O Guarany, clube amador de ferroviarios de Santa Maria uniu ao Atlântico que era mantido pela Fabrica de Refrigerantes Cirila e pela Fábrica de Balas e Bolachas, produtora das Bolachas Atlântico, e desta união, surgiu o clube profissional que disputou os campeonatos estaduais pela região sudoeste em 1956 e 1958. Provavelmente campeão citadino de Santa Maria nestes anos. O Clube fechou o departamento de futebol profissional no fim da década de 60. fonte da origem: http://ilusionando.net

GuaranyAtlantico30

Em 2003, a Prefeitura de Santa Maria , construiu um complexo esportivo municipal no bairro Salgado Filho junto ao clube para ser utilizado pelos moradores do Setor Norte da cidade. Proporcionando infra estrutura esportiva, com ginásio poli-esportivo e campo de futebol, e ao mesmo tempo fortalecendo o Guarany Atlântico e sua história.

Rio-São Paulo de 1964 e 1966: e se os critérios de desempate fossem os de hoje?

Que o empate quádruplo no Rio-SP de 1966 e a impossibilidade de realizar um “super” ajudou as competições nacionais a finalmente adotar os gols como critério de desempate, todo mundo já sabe.

Mas e se essas regras já valessem, qual afinal seriam os “campeões morais”?

Vejamos:

Torneio Roberto Gomes Pedrosa (“Rio-São Paulo”) de 1964
Disputado em turno único, ao final do mesmo apontou Botafogo e Santos empatados na primeira colocação, com 7 vitórias e 2 derrotas cada. O desempate seria em melhor de três pontos, e o Botafogo chegou a vencer o primeiro jogo por 3 a 2, precisando apenas de um empate no segundo jogo – que nunca ocorreu.

Mas e se os critérios atuais fossem adotados?

Com igual número de vitórias, a decisão seria por “goal average”. Ambos os clubes fizeram 21 gols. O Botafogo, porém, tinha a melhor defesa: 9 gols sofridos, contra 12 do Santos. O que faria d’O Glorioso, nos dias de hoje, campeão sozinho.

Torneio Roberto Gomes Pedrosa (“Rio-São Paulo”) de 1966
Com a mesma fórmula da edição de 1964, o Torneio Rio-São Paulo de 1966 apontou quatro clubes empatados na primeira colocação ao final do campeonato, curiosamente os quatro alvinegros da competição – Botafogo, Vasco, Corinthians e Santos. Com isso, seria necessária a realização de um “Supercampeonato”, que nunca aconteceu, preferindo a CBD proclamar os quatro campeões empatados.

Mas e se os critérios fossem os mesmos de hoje?

Primeiramente, Vasco e Corinthians tinham mais vitórias (5) do que Santos e Botafogo (4), que ficariam para trás.

Na disputa pelo saldo de gols, o Gigante da Colina venceria por pouco. Foram 12 gols feitos e 11 sofridos, com saldo um. O Corinthians teve melhor ataque: 15 gols. Porém, também sofreu 15, zerando o seu saldo.

O Vasco, nos dias de hoje, seria campeão, à frente de Corinthians, Botafogo e Santos, nessa ordem.

Mas como todos sabemos, o “se” não entra em campo, e o que está na história, está na história…