Arquivo do Autor: Gilberto Maluf

Bordões/Jargões – O estilo incomparável nas narrações esportivas

Ah, os bordões… Cada locutor cria os seus ou melhora outros.
Assim, temos narrações do lugar comum ao criativo, que se consagra junto a torcida.
Afinal, a falta de imagem obriga ao preenchimento da imaginação com a fala, o que não é para qualquer um. Assim, um bom locutor radiofônico tem que ser, também, bom de papo, criativo e rápido de raciocínio, recursos indispensáveis para manter a assistência ligada, sobretudo quando o jogo está entediante. Aí vale prosa, poesia, anedota..
Os jargões criativos, foram capazes de ditar moda entre os amantes do
futebol e deixaram inúmeros discípulos. Abaixo alguns radialistas famosos do Rio e de São Paulo e seus bordões:

VALDIR AMARAL – O relóóógio maarcaaa….
Quando alguém ia bater uma falta, o Waldir narrava assim: o
visual é bom! Tem bala na agulha o Roberto Dinamite! Apontou atirou e é gol. Depois que saía o gol, ele continuava: choveu na horta do Vascão, Roberto! Dez é a camisa dele! Indivíduo competente o Roberto! Tem peixe na rede do São Cristóvão.
JORGE CURI – teeeeeempo e placaaaarr no maaaiooorrr do muuuuundoooo!!!
MARIO VIANNA – o comentarista de arbitragem que, por sua vez, dizia:
gooooool legal. Sou Mário Vianna com dois enes.
Quando o Juiz invertia uma marcação e Mário Vianna era solicitado pelo
narrador para opinar, ele urrava pelo microfone da rádio Globo:
Errrrrrrroooooooouuuu!Errrrrrrroooooooouuuu!
Se algum árbitro apitasse mal uma partida, Mário Vianna
dizia: “hoje este juiz vai comer carne de pescoço”. Sem esquecer que,
quando havia um impedimento, Vianna gritava na cabine da Globo: banheira!.
Fora do contexto, uma história sobre Mário Vianna. Ele era forte como um touro e pertencia a Polícia Especial, que foi extinta e era conhecida pela violência. Quando atuava como Juiz ao terminar uma arbitragem desastrosa, favorecendo ao Botafogo (diziam que era o clube para quem torcia) alguém foi avisá-lo: Mário não saia agora do vestiário, a torcida está enfurecida aí fora a sua espera, no que Mário respondeu: Pois bem, avise a torcida que ela é que tem de se preocupar porque daqui a pouco eu vou sair!
DOALCEI CAMARGO – Lá vem Zico, disparooooooouuu… É gooolll!!!!
ODUVALDO COZZI – para o então reporter que ficava atrás do gol:Fala ô Valdir.
CELSO GARCIA -com o seu famoso bordão: atenção garoto do placar do
Maracanã coloque um para o Vasco, zero para o São Cristovão.

FIORI GIGLIOTTI – Uma das lendas do rádio esportivo brasileiro, abria
suas
transmissões com o bordão: ‘Abrem-se as cortinas do espetáculo. ’Fiori pode ter sido o maior narrador de gols de Pelé, e a narração característica era: Atenção, desce Pelé , é fogo……goooool, uma beleeeeeza de goooool torcida brasileira.
PEDRO LUIS – fez sucesso narrando na Copa do Mundo: “É fabuloso este futebol brasileiro. Quantas vitórias consegue pelos gramados do mundo.” Conseguia com poucas palavras vislumbrar o panorama da jogada. Pedro Luiz, foi altivo, narrou normalmente a derrota do Brasil na copa de 1950 sem deixar transparecer nada. Elogiou os uruguaios legítimos campeões.
OSMAR SANTOS – Extremamente ágil e tecnicamente perfeito nas narrações, ganhou notoriedade pelos jargões que caíam facilmente na boca do povo, tais como ‘ripa na chulipa e pimba na gorduchinha’, ‘é lá que a menina mora’, ‘é fogo no boné do guarda’, ‘pisou no tomate’ e ‘bambeou mas não caiu’. Sem falar, é claro, do inesquecível ‘iiiiiiii que golllllllllllllllll’, a cada vez que a bola balançava as redes. No auge, chegava a pronunciar 100 palavras por minuto sem engasgar nenhuma vez. A dramaticidade que impunha a cada lance era capaz de prender o ouvinte durante a partida inteira.
EDSON LEITE – O meu cronômetro marrrrrca….1o tempo..1 x 0…o Palmeiras vence.
Bola com Dorval, que passa para Pelé que atira para o
arrrrrco….seguuuuura Valdir.
Os famosos Jose Carlos Araujo e Jose Silverio não estão aqui relacionados porque estão em evidência.
Gilberto Maluf

Os ” canhões ” do futebol

Comecei a ver futebol nos estádios em 1962. Tento colocar neste texto
somente o que veu vi
dos jogadores que batiam forte na bola, tendo como prelúdio o ano de 1962.
Como contribuição externa uma história que li e um relato de um amigo.
Naquela época, quem batia forte e enviezado era o Pepe do Santos. Tive o
privilégio de estar atrás do gol dos portões monumentais do Pacaembu num
jogo Corinthians x Santos nos anos 60. Teve uma falta na meia-lua da grande
área.
Fez-se silêncio no Pacaembu,
naquela época a torcida do Santos ainda era pequena, e o medo era todo da
torcida corinthiana,
pois Pepe iria bater. Quando ele bateu a falta, a bola fez uma curva
fantástica e
bateu no travessão. Deu para ouvir o barulho da bola chocando-se com a
trave. Foi a única vez que ouvi o barulho de uma bola na trave. Que paulada.
Contou-me um amigo que no Maracanã transcorria o jogo (match) Vasco x
Santos e o
juiz marca falta (antigamente “foul”) contra o
Vasco., isto no primeiro tempo ( ou no primeiro half-time).
A marcação da falta? Um pouco além do meio de campo.
Pepe sai correndo da ponta esquerda e pede para bater. Pois bem, Pepe
correu e bateu tão forte que até hoje o goleiro procura a bola.
Pepe fez mais de 400 gols. Um portento. Sem contar que a decisão com o Milan
em 1963 ele praticamente ganhou o segundo jogo para o Santos no Maracanã
com duas fantásticas cobranças de falta.
Lembro-me de ter lido também de Quarentinha, centroavante do Botafogo, e de
uma história
com o Didi num jogo Botafogo x Fluminense. Falta na meia-lua e Didi foi
arrumar a bola
par bater. Castilho, goleiro do Fluminense, disse que não queria barreira,
pois conhecia o jeito de Didi bater por cima da barreira. Didi tomou pouca
distância da bola e falou para o Quarentinha: Eu finjo que bato, saio e
você manda a bomba, que está sem barreira. Quarenta veio e mandou bomba e
quase arrancou uma orelha do Castilho. Gol.
Teve um jogador do Botafogo de Ribeirão Preto, o Carlucci, que era um
verdadeiro animal
pra bater falta. Num jogo no Parque São Jorge contra o Corinthians ele fez
um gol da altura do meio de campo, derivado para a lateral e foi o gol da
vitória do Botafogo. Carlucci era famoso no interior de São Paulo.
Mais para a frente surgiu aquele que considero um fantástico cobrador de
falta: Nelinho do Cruzeiro. A bola que ele mandava desafiava a lei
da física, fazia que ia para um lado e acabava no outro lado. Certa vez, do
bico da grande área, quase sem ângulo fez um gol com uma trajetória quase
impossivel. O melhor que vi.
O Neto também foi ótimo , mandava verdadeiros ‘scuds’ para o gol
adversário. Do Paraná veio nos anos 90 o Gralak, que em termos de violência
acho que não perdia para ninguem. Mas não tinha boa pontaria, mas quando
acertava, um abraço.
Não posso deixar de lembrar de Rivelino, também sensacional, Ademar
Pantera, Jorge Mendonça,
Branco, Roberto Carlos, Eder, entre tantos outros.
Gilberto Maluf

Luisinho – o Pequeno Polegar – REVISÃO DO TEXTO

Gostaria de fazer uma revisão no texto que encaminhei. Existem fatos que a gente relata por ter ouvido falar e muito. Daí surgem as lendas, modificando o que realmente ocorreu através da imaginação do povo. Meu amigo Mario, que começou a ir aos estádios a partir do início dos anos 50, 12 anos antes de mim, me socorreu e relatou o que segue:
Vi Luisinho jogar e muito. Esse negocio de que ele sentou na bola, é cascata. Luisinho era um bom jogador. Gozador acima de tudo. Arreliento, arrumava encrenca e saia fora. Os outros é que seguravam a barra. O muito que ele fez foi passar a bola debaixo das pernas do Luis Villa, que ria cada vez que ele ciscava a sua frente. Nunca deu um pontapé nele. Quando ele percebeu que o Argentino nem estava aí parou.
Fez muitas besteiras em campo. Foi ele que disse FDP no microfone da TV Record, empunhado por Silvio Luiz, hoje na BAND.
Pelo seu porte pequeno era desprezado pelos adversários que se preocupavam mais com Baltazar e Carbone, e as bolas sobravam para ele marcar. Não era jogador de driblar pra frente a caminho do gol, só fazia palhaçada para a torcida.

No jogo que decidiu o campeonato de 1954, os defensores dos Palmeiras estavam preocupados com Baltazar, “o cabecinha de ouro”. Cláudio viu Luizinho sozinho na área e levantou na cabeça dele que não teve muito trabalho para marcar o gol do titulo.

Por isso não era convocado para a seleção. Só foi em 1956 porque Brandão era o técnico.

E foi ele quem marcou o gol da vitória contra a Argentina quebrando um tabu de 10 anos que os brasileiros não ganhavam dos portenhos.

Com respeito a tijolada que deu no Gino sua narrativa é certa. Porem não era mentira que ele não era enganado.

Era, e bem enganado.

Sua esposa o traia com um motorista de praça do Tatuape, e ele sabia disso, portanto, enganado.

Não adiantou a A Gazeta Esportiva fazer uma reportagem com ele, a esposa e seu filho Luizinho, em cima de num tico tico , para mostrar que havia harmonia, no casal, e, que eram acusações falsas. Mas todo mundo sabia que a mulher dele era desleal.

Gino sempre jogou bem. Era um centro avante bom desde o tempo que era do aspirante do Palmeiras, que foi para o XV de Jaú, e depois no São Paulo em 1953. Era titular da seleção brasileira e na excussão de 1956 fez um gol de bicicleta em Portugal, quando o Brasil ganhou de 1×0.

Luisinho – o Pequeno Polegar

Tomando como base o relato de Edu Cacella, Santa Cruz Tricampeão Pernambucano em 1933, onde Zeze Fernandes sentou na bola, lembrei-me de Luisinho que ganhou o apelido de pequeno polegar devido seus 1,64m de altura. A origem deste apelido veio da lenda/estória sobre uma família de camponeses pobres, onde o filho caçula nasceu tão pequenininho e fraquinho, que foi sorte sobreviver. Ganhou por isso o apelido de Pequeno Polegar. Ele era pequeno, porém muito esperto, sempre aprendendo e fazendo brincadeiras novas com seus irmãos. Igualmente se deu com o Luisinho. Quem teve o privilégio de vê-lo jogar no início dos anos 50 jogando pelo Corinthians se encantou com sua habilidade com a bola. Gostava de abusar nos dribles e suas graças no trato da bola fazia com que a torcida o adorasse. Igualzinho ao pequeno polegar, gostava de aplicar novos dribles.
Desde menino sempre ouvia falar que ele tinha sentado na bola contra o gentleman, o educadíssimo e refinado argentino Luis Villa, jogador do Palmeiras, verdadeiro cavalheiro. Nos últimos tempos comentou-se que foi apenas uma lenda. Oras, se alguém teve a coragem de acertar uma tijolada no Gino Orlando, grandalhão centroavante do São Paulo, não sentaria na bola frente ao Luis Villa? Dizem que depois desta tijolada o Gino começou a jogar uma barbaridade. Já imaginaram se o Gino jogasse no time de superticiosos do Botafogo do Rio ? Haja tijolada.
A tijolada aconteceu por uma coincidência. O Alfredo Ramos tinha quebrado a perna no clássico Corinthians x São Paulo, num choque com o ponta Maurinho. Os dois tinham ido visitar o Alfredo e se cruzaram na rua. Gino fez um desacato e Luisinho ficou na tocaia esperando o retorno e mandou-lhe uma tijolada. As más linguas falavam que o Luisinho estava sendo “enganado” e coisa e tal. Mas páro por aqui. Era o que se ouvia. Eu ouvi. Se foi maldade das pessoas eu não sei. O que eu sei é que a tijolada foi real tanto quanto a sentada na bola.
Abs
Gilberto Maluf

Houve algum atacante com melhor performance que Ronaldo Fenômeno?

Comecei a lembrar as grandes arrancadas do Ronaldinho no Cruzeiro, PSV, Barcelona, Inter, Real Madri, Milan e Seleção Brasileira e para
responder para eu mesmo, precisei fazer uma lista dos atacantes que vi jogar e alguns que ouvi falar. Sem querer ser pretencioso, são milhares de jogadores, dou apenas o pontapé inicial.
Nos anos 40 foram famosos Leônidas, Servílio, Ademir, Tim , Heleno de
Freitas entre outros. Dizem que Ademir, do Vasco, tinha estilo
parecidíssimo com o Ronaldo. Já o Heleno era genial e genioso. Leônidas era atlético e de muita mobilidade. Tim era excessivamente técnico. Separa-se como jogadores excepcionais Leônidas, Ademir e Heleno.
Nos anos 50, tivemos Evaristo, Paulinho Valentim, Vavá, Pagão, Gino,
Ênio Andrade, Baltazar, Nardo, Nininho, Mazzola, Aquiles entre outros. Para estes, ouvi de um palmeirense que Aquiles, centro avante do Palmeiras era implacável na área, artilheiro nato, estava em todas.
Prova disso que só parou de jogar porque fraturou a perna 3 vezes em choques com os goleiros Barbosa do Vasco, na disputa da taça Rio em 1951, Carbajal goleiro de um time do Mexico, quando de uma excursão e, por fim num amistoso no interior do estado, tambem num choque com o goleiro.
A gratidão a ele vai até hoje que doente, seu tratamento é custeado pelo Palmeiras. Pelo histórico, Aquiles é comparável.
Já nos anos 60 vimos Coutinho, Ademar Pantera, Nei, Silva, Amoroso,
Rodarte, Buzzoni, Quarentinha, Delém, Claudiomiro, Toninho Guerreiro, Flavio, Servilio de Jesus, Tupazinho, Ivair e outros. Também não tivemos semelhante à Ronaldo.
Nos anos 70, tivemos Careca, Roberto Dinamite, Cesar, Luisinho, Zico,
Reinaldo entre aqueles que se destacaram. Se olharmos por resultados, nenhum teve a notoriedade na seleção que o Ronaldo teve. Como craques, separa-se Careca, Zico e Reinaldo.
Encerro nos anos 80 somente com Edmundo e Romário. Considera-se Romário do nivel do Ronaldo.
Portanto, em quase 7 décadas de futebol, pode-se afirmar que tivemos 8 geniais atacantes brasileiros , do tipo dos estrangeiros Di Stefano, Labruna, Pederneira, Eusebio e Puskas?
(Pelé e Maradona são casos à parte).

Gilberto Maluf

Rua Javari, templo do Moleque Travesso

O estádio da rua Javari é ainda do tempo do cotonifício Crespi . Nesse minúsculo estádio que é a simpatia de todos os paulistanos, muita coisa aconteceu e que ficou na historia. O gol de Pelé acontecido num sábado entre o Juventus e Santos,
Pelé deixou sua marca, ao “chapelar” quatro jogadores inclusive o goleiro Mão de Onça. Isto aconteceu
em 1959. E até hoje ninguém esquece. Neste simpático clube da Mooca que já fez muito palmeirenses, são paulinos, santistas e corintianos rir, devido às travessuras feitas contra esses times fazendo seus adversários rirem, teve também o mérito de acolher muitos
jogadores em fim de carreira que fizeram o Juventus como seu último clube, por mera simpatia. Assim aconteceu com Oberdan Catani, Gino Orlando, Luiz Trujilo (Luizinho) Rafael Chiarella, Rodrigues (tatu),
Cabeção entre outros . Agora é Vampeta que sentindo o crepúsculo de sua carreira escolheu o Juventus como sua última morada no futebol. É por isso que se diz que muitos
torcedores tem o Juventus como seu segundo time do coração.
A REFORMA E A DENOMINAÇÃO DO ESTÁDIO
Em 1941 procedeu-se a uma grande reforma em seu estádio, com a
construção de arquibancadas e vestiários, passando a denominar-se
Estádio Conde Rodolfo Crespi, uma justa homenagem ao seu benfeitor.
Nesse mesmo ano principiou a disputar campeonatos pela Federação
Paulista de Futebol, entidade que passou a organizar os campeonatos
no Estado de São Paulo. E logo nas primeiras apresentações conquistou resultados importantes, derrotando equipes favoritas, entre elas os chamados “times grandes”. Foi assim que, após uma vitória contra o Corinthians, que o renomado jornalista Thomaz Mazzoni, o apelidou carinhosamente de “Moleque Travesso”, apelido este que o acompanha até hoje.
Abs
Gilberto Maluf
fonte: Mario Lopomo

CURIOSIDADES SOBRE OS MELHORES DO RIO DE 1962

Meus amigos, o Marcos Galves fez o brilhante relato de elencar os melhores do Rio no ano de 1962, dividindo em seleção “A” e “B” . Vou fazer referência à seleção “A” com a escalação no 4-2-4, que era normalmente o esquema da época.
Manga, Jair Marinho, Mário Tito, Nilton Santos e Altair. Nelson e Gerson. Garrincha, Saulzinho, Dida e Zagalo.
No meu caso, que morava em São Paulo na época, causou-me surpresa o nome do médio volante Nélson do Olaria ser o escolhido da posição. As vezes vou socorrer-me com meus amigos e fiz a seguinte colocação:
-Confesso que não me lembro de Nélson do Olaria.
Ainda justifiquei que para Jair Marinho ter sido o melhor lateral, a coisa devia estar ruim pela direita.
Recebi o eguinte relato do meu amigo Jairo Salles, conhecedor do futebol do Rio dos anos 50 e 60:
-O apoiador Nelson do Olaria foi a revelação do ano no futebol carioca. O
Flamengo comprou seu o passe por elevada quantia e de contra-peso o Olaria
também vendeu o lateral direito Murilo. As ironias do futebol: Nelson jogou
bem somente este campeonato de 1962 e Murilo firmou-se como titular absoluto
no Flamengo. Jogou vários anos e se não me engano chegou até a jogar na
Seleção Brasileira. Era um bom lateral e o
Nelson,……………………………………………………..sumiu!
Até mais ou menos 70, eu acompanhava o futebol carioca quase que como dever sacro. Aos
domingos, a exemplo das missas, comparecia religiosamente ao templo
Maracanã.
Meus amigos, o texto do Marcos Galves e a resposta do Jairo Salles se completaram.
Abs
Gilberto Maluf

INAUGURAÇÃO DO CANINDÉ

Apenas em 1956 a Portuguesa compraria seu terreno no Canindé, compra efetuada junto ao São Paulo. No local havia apenas uma pequena infra-estrutura, que incluía: um campo para treinos, o restaurante com um salão, vestiários e outras pequenas depedências. Para que pudessem ser realizados jogos no Canindé, atendendo às exigências da Federação Paulista de Futebol, foram construídos um alambrado, um campo oficial e uma arquibancada provisória de madeira, que acabou conferindo ao estádio o apelido de “Ilha da Madeira”. A inauguração aconteceu em 11 de janeiro de 1956, numa partida entre Portuguesa e um combinado Palmeiras-São Paulo. O time do Canindé venceu por 3 a 2, de virada, e o primeiro gol da Portuguesa foi marcado por Nelsinho. Na gestão do Dr. Oswaldo Teixeira Duarte, no dia 9 de janeiro de 1972, foi inaugurado o primeiro anel do Canindé, com capacidade para 10 mil pessoas. O jogo inaugural foi um amistoso entre a Portuguesa e o Sport Lisboa e Benfica, de Portugal. A Lusa perdeu por 3 a 1 e o benfiquista Vítor Batista foi o autor do primeiro gol no estádio. O jogo nem chegou ao fim, suspenso devido às chuvas torrenciais que caíam sobre São Paulo.
Notícias que antecederam o jogo:
Minelli não se ilude com a ausencia de três titulares do Benfica e elogia bastante o adversario.
O Benfica é o time que mais marcou no Campeonato Português, com uma media de três gols por partida. Por isso, acho que eles jogam pra frente, e os três homens do ataque são rapidos e perigosos. Assim vamos tomar muito cuidado com a defesa.
A fim de poupar os jogadores, Minelli cancelou o individual que estava previsto para ontem cedo na Chacara do Rio Pequeno, onde a Portuguesa está concentrada. Os jogadores fizeram exames biométricos e passaram o dia descansando.
Considerado o maior idolo do futebol europeu, Eusebio talvez não jogue esta tarde, por causa de uma distenção muscular na coxa esquerda. Sua escalação depende de um teste fisico que fará hoje cedo no Hotel Normandie, onde a delegação portuguesa está concentrada.
Se Eusebio, agora meia armador, não jogar, será substituido por Artur, que formará o meio-campo com Toni (medio-volante) e Simões (ponta-esquerda que joga recuado). Na frente, ficarão o ponta direta Nenê – tido como a grande revelação do Benfica na temporada passada – e a dupla de area Vitor Batista e Jordão.
Curiosidade: Na época o apresentador de TV Fausto Silva, o Faustão, era o repórter de campo.