Comecei a lembrar as grandes arrancadas do Ronaldinho no Cruzeiro, PSV, Barcelona, Inter, Real Madri, Milan e Seleção Brasileira e para
responder para eu mesmo, precisei fazer uma lista dos atacantes que vi jogar e alguns que ouvi falar. Sem querer ser pretencioso, são milhares de jogadores, dou apenas o pontapé inicial.
Nos anos 40 foram famosos Leônidas, Servílio, Ademir, Tim , Heleno de
Freitas entre outros. Dizem que Ademir, do Vasco, tinha estilo
parecidíssimo com o Ronaldo. Já o Heleno era genial e genioso. Leônidas era atlético e de muita mobilidade. Tim era excessivamente técnico. Separa-se como jogadores excepcionais Leônidas, Ademir e Heleno.
Nos anos 50, tivemos Evaristo, Paulinho Valentim, Vavá, Pagão, Gino,
Ênio Andrade, Baltazar, Nardo, Nininho, Mazzola, Aquiles entre outros. Para estes, ouvi de um palmeirense que Aquiles, centro avante do Palmeiras era implacável na área, artilheiro nato, estava em todas.
Prova disso que só parou de jogar porque fraturou a perna 3 vezes em choques com os goleiros Barbosa do Vasco, na disputa da taça Rio em 1951, Carbajal goleiro de um time do Mexico, quando de uma excursão e, por fim num amistoso no interior do estado, tambem num choque com o goleiro.
A gratidão a ele vai até hoje que doente, seu tratamento é custeado pelo Palmeiras. Pelo histórico, Aquiles é comparável.
Já nos anos 60 vimos Coutinho, Ademar Pantera, Nei, Silva, Amoroso,
Rodarte, Buzzoni, Quarentinha, Delém, Claudiomiro, Toninho Guerreiro, Flavio, Servilio de Jesus, Tupazinho, Ivair e outros. Também não tivemos semelhante à Ronaldo.
Nos anos 70, tivemos Careca, Roberto Dinamite, Cesar, Luisinho, Zico,
Reinaldo entre aqueles que se destacaram. Se olharmos por resultados, nenhum teve a notoriedade na seleção que o Ronaldo teve. Como craques, separa-se Careca, Zico e Reinaldo.
Encerro nos anos 80 somente com Edmundo e Romário. Considera-se Romário do nivel do Ronaldo.
Portanto, em quase 7 décadas de futebol, pode-se afirmar que tivemos 8 geniais atacantes brasileiros , do tipo dos estrangeiros Di Stefano, Labruna, Pederneira, Eusebio e Puskas?
(Pelé e Maradona são casos à parte).
Gilberto Maluf
Gilberto, não sou de comentar duas vezes o mesmo artigo, porém como bom blogueiro gosto de acompanhar aqueles artigos que me interessam e ler os comentários efetuados.
Neste caso não pude deixar de manifestar-me novamente.
Quando vi o seu artigo, sabia que o mesmo era polêmico, pois há muito de gosto pessoal na escolha de um ou outro jogador, principalmente e felizmente em nosso país onde são muitos os craques.
Em minha opinião o bom de artigos como o seu é realmente esta polêmica e a troca de comentários que ele motivou. Este é o bom de escrever e falar sobre futebol, é algo mais ligado a paixão e a emoção do que a simples números estatísticos e formulas matemáticas.
Que bom que temos colaboradores como você que colocam no blogue estas pérolas, pois ninguém comenta as listas de dados informativos de placares de jogos de não sei quem com qualquer um.
Não vá perder tempo procurando formulas métricas para medir performance de jogadores deixe isto para ser utilizado em economia e não em futebol.
Grande abraço
Marcos Falcon.
De todos os jogadores que listei Rodarte e Buzzoni talvez sejam realmente os mais fracos. Tiveram seus momentos em times pequenos, Olaria e Juventus. Acho que exagerei ao colocá-los na lista. Os centroavantes listados por você jogam em qualquer clube e a qualquer tempo da história. Foram grandes goleadores. Não são caneludos, tinham faro de gol e eram mortíferos na área, a exemplo do Artime, que por ser argentino, omiti. Sobrava para ele na área era caixa. Mas não detinha tanta técnica. Serginho, Tulio e Dada se enquadram do mesmo jeito.
Quanto ao Heleno de Freitas, ele foi muita bola. Acontece que seu gênio punha tudo a perder. Foi uma pérola do futebol. Sua trajetória está também no recente livro “Nunca houve um homem como Heleno”, e foi também outrora motivo de peça musical de Teatro.Terminou melancólicamente. Mas deixou um legado para a posteridade. Certamente Buzzoni, Rodarte, Serginho, Tulio, Dada, entre outros, passarão para a história, cada qual com seu currículo.
Abs
Gilberto Maluf
Li a biografia de Heleno, e pelo que vi, ele não foi muito melhor que o Edmundo por exemplo.
Ganhou apenas o campeonato carioca de 49, no Vasco, alias, sem participar muito da conquista.
Na seleção destacou principalmente no Sulamericano de 46, onde o Brasil nem foi campeão.
Fora isto, alternou grandes atuações e várias expulsões. Diria que teve 5 ou 6 anos de auge no futebol.
Foi muita midia e pouca bola.
Tecnicamente concordo que não tem como comparar os ‘caneludos’ da minha lista aos gênios.
Mas quem foram Rodarte e Buzzoni?
Eu deveria ter listado eles, mas necessariamente eu não os compararia à Leônidas, Heleno, Ademir, Aquiles, Romario, Reinaldo, Careca e o próprio Ronaldo.
É muito difícil a gente lembrar de todos.
Pela quantidade de gols, Dadá, Cláudio Adão, Serginho e até o Túlio merecem estar na lista.
Rui, quando eu comecei a escrever estava pensando somente no centroavante e logo após resolvi incluir o meia avançado, do tipo do Zico. Por isso deixei de lado os pontas. Não coloquei o Friedenreich porque só lembraria dele daqueles tempos, deixando outros de lado. Quanto à performance, pensei antes em colocar quem foi MELHOR. Pensando bem, melhor no que? Tecnicamente? Maior número de gols? Então liguei o desempenho ( performance ) como sendo a conjunção de títulos importantes, quantidade de gols, respeito mundial, técnica e preparo técnico/físico. Senão seria muito difícil escolher. O Zico foi fantástico mas não ganhou Copa do Mundo.
Este foi o meu modo de pensar. Ronaldo é um vencedor por excelencia. Nunca tremeu.
Quanto ao Carbajal lembro dele da Copa do Chile de 1962. Respeitado pelas 5 Copas que participou, não me lembrava em que time jogava no México, mas sei que terminou a carreira no León do México. Quanto ao Gilmar, mais para a frente vou tentar escrever sobre ele. Manga e Yashin, também grandes goleiros.
Abs
Gilberto Maluf
Gilberto, você refere Carbajal como um goleiro de um time do México, mas Carbajal foi um dos maiores arqueiros do mundo e foi a, pelo menos, 4 Copas do Mundo! À época eu gostava muito de Gilmar, Manga e Carbajal. Sem esquecer Yascin, claro!
Abraços.
Caro amigo, em primeiro lugar parabéns pelos textos que tem escrito porque dá-nos conta de histórias engraçadas que são, muitas vezes, o ‘sal’ da história do futebol.
O seu texto dá azo a imensas observações, mas vou fazer duas apenas: a) quais são os CRITÉRIOS para, por exemplo, não ter incluído Garrincha e o assombroso Friendereich, que em várias estatísticas surge como o maior goleador do mundo, superior a Pelá e a ao austríaco Bincan?…; b)quais são os INSTRUMENTOS de medida para estabelecer a perforance?…
Penso que se conseguir evidenciar os critérios e os instrumentos, possa tirar conclusões, senão são apenas conclusões empiristas.
Digo-lhe, contudo, que se resolvesse elaborar um estudo dessa natureza seria de muitíssimo interesse.
Abraço grande.
Esqueci-me do Leivinha. É muito jogador para se lembrar. Não coloquei o Jairzinho porque seu grande momento foi na ponta-direita, inclusive o magistral Garrincha também não está aqui.
Em termos de técnica, o Careca e o reinaldo sobravam.
Abs
Gilberto Maluf
Gilberto você deixou claro que está medindo performance.
E quanto a isto está totalmente correto em minha opinião que não é nada diferente da sua.
Apenas na lista dos grandes goleadores eu colocaria os nomes de Nunes (não tão técnico porém goleador), Leivinha este técnico e completo.
Como incluiu Zico na lista de primeiro atacante também incluiria Jairzinho.
Dos que eu ví jogar destaco como craques conparáveis a Ronaldo, independentemente de performance, e simplemente pela técnica de ser artilheiro:
Careca, Romário, Toninho Gueirreiro e Reinaldo.
Abraços.
óTIMO TEXTO, ME LEMBROU UM BOM BETE PAPO DE BOTECO.
Marcos Falcon.