FONTE: Revista Placar
CAXIAS X AMÉRICA – 100 ANOS DO “CLÁSSICO DA RIVALIDADE”
Há exatos 100 anos atrás, o povo de Joinville/SC assistia ao primeiro confronto entre o América Futebol Clube e o Caxias Futebol Clube. O duelo ocorreu no Campo do América, na Rua do Mercado (atual Av. Cel. Procópio Gomes), e foi vencido pelo alvinegro.
Em pouco tempo este jogo se tornaria no principal duelo da cidade, e algumas décadas depois, se converteria no maior e melhor Clássico do Futebol Catarinense.
Nos anos 1920, o confronto ficou restrito aos jogos amistosos e disputa de taças, oferecidas pela Municipalidade, comerciantes e industriais. A sorte hora pendia para um lado, ora para o outro, e assim, ao final de 1929, após 43 jogos, o América contava com 18 vitórias, o Caxias com 17, e outros 8 jogos terminaram empatados.
Na década de 1930 iniciaram as disputas ditas ‘oficiais’, sob a batuta da Federação Catarinense de Desportos e da Associação Catarinense de Desportos, e daí, até o ano de 1941, o domínio caxiense foi avassalador. Foi uma supremacia jamais vista em outras épocas, que renderam 38 vitórias, 11 empates e apenas 6 derrotas ao esquadrão Alvinegro. Este período coincidiu com a mudança de endereço do Caxias, que em 1933, saiu da Rua Imaruhy, no Centro, e veio se alojar no bairro Bucarein, na Zona Sul, onde construiu o Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho e arrebatou uma multidão de torcedores.
A partir de 1942, o América restabeleceu a sua força, e em pouco tempo, o “Clássico da Rivalidade” chegou ao seu auge, que compreendeu os anos de 1947 e 1955, quando ambos rivais somaram a conquista de 6 títulos estaduais em 9 possíveis. Este período coincidiu com a mudança de endereço do América, que em 1944 inaugurou o seu novo estádio, um verdadeiro Colosso, situado na Zona Norte, e assim, passou a atrair mais os torcedores desta região da cidade.
Durante o final da década de 1950 e toda a década de 1960, devido a profusão de craques que ambos clubes mantinham em seus plantéis, o clássico manteve-se em evidencia, apesar da escassez de títulos estaduais. As maiores arrecadações dentre os demais clássicos do Estado, aconteciam sempre em Joinville. Não havia Marcílio Dias x Almirante Barroso, Avaí x Figueirense, Carlos Renaux x Paysandú, Palmeiras x Olímpico, Comerciário x Metropol, capaz de atrair mais público, do que o duelo do Galo da Zona Norte contra o Pinguim da Zona Sul.
Na década de 1970, após a instituição do Campeonato Brasileiro, o clássico Avaí x Figueirense começou a entrar mais em evidencia, embalado pela série de 4 conquistas estaduais entre 1972 e 1975, as quais, ainda renderam vagas no certame Nacional. Mesmo assim, Caxias x América, protagonizaram grandes jogos e excelentes bilheterias, no entanto, o sentimento era que faltava um algo mais. Todos queriam ver nossos times no “Nacional”, já não bastava mais brilhar em solo local. O apoio dos industriais e comerciantes, antes abundante, também já era escasso, pois com o acirramento da rivalidade, sabiam eles que apoiar um clube, significava não contar com a clientela dos torcedores do rival.
Em janeiro 1976, após uma forte pressão politica e empresarial, Caxias e América realizaram um acordo para sair em de cena, e cederem os seus Departamentos de Futebol para um novo clube que seria fundado na cidade, sob a denominação de Joinville Esporte Clube. Parecia o fim de uma rivalidade de 55 anos, ainda mais, que o novo clube teve um inicio avassalador, conquistando 10 títulos estaduais em 12 possíveis.
Em 1990, como parte das comemorações de 70 anos do Caxias, foi realizado o primeiro clássico após 14 anos, em caráter amistoso, onde o América, que já militava no futebol amador desde 1985, levou a melhor sobre um Caxias representado por jogadores recrutados no 62. Batalhão de Infantaria.
A coisa só voltou a esquentar em 1995, quando o Caxias anunciou o seu retornou ao futebol, também no âmbito amador. Com isso, foram disputadas duas temporadas de clássicos muito empolgantes, que teve seu auge no confronto decisivo da Primeira Divisão de Amadores de 1996, quando o Estádio Olímpico recebeu um enorme público, que viu o Gualicho levantar o caneco numa disputa eletrizante.
Nos anos 2000 houveram ainda outros três duelos, em caráter amistoso, os quais não empolgaram muito, porque os clubes tinham objetivos distintos. O Caxias aventurou-se novamente no futebol profissional, e viveu um turbilhão de alegrias e decepções, enquanto, o América, mais resguardado, consolidou-se como uma potencia do futebol amador.
Em 2018, após um período bem conturbado, o Caxias se reorganizou completamente e voltou ao futebol amador local, atuando na 3. Divisão da Liga Joinvillense de Futebol. A expectativa era ascender as divisões e reencontrar o América em 2020, no ano do seu Centenário, para um novo clássico após 15 anos, no entanto, por circunstancias esportivas e da vida, o tão aguardado reencontro ainda não foi possível.
NÚMEROS DO CLÁSSICO
Contabilizando todos os jogos envolvendo os times principais, sejam eles amistosos, campeonatos e Torneio Início (com jogos com menor tempo de duração), temos:
282 JOGOS NO TOTAL:
122 VITÓRIA DO CAXIAS
91 VITÓRIAS DO AMÉRICA
69 EMPATES
516 GOLS PRÓ CAXIAS
448 JOGOS PRÓ AMÉRICA
139 JOGOS EM ESTÁDIOS DO AMÉRICA:
VITÓRIAS DO AMÉRICA: 55
VITÓRIAS DO CAXIAS: 51
EMPATES: 33
138 JOGOS EM ESTÁDIOS DO CAXIAS:
VITÓRIAS DO CAXIAS: 69
VITÓRIAS DO AMÉRICA: 35
EMPATES: 35
5 JOGOS EM ESTÁDIOS NEUTROS:
VITÓRIAS DO CAXIAS: 3
VITÓRIAS DO AMÉRICA: 1
EMPATES: 1
ARTILHEIROS
Os dados de artilharia não estão completos, sobretudo, devido a escassez de informações das primeiras décadas. Os números apurados apontam o resultado abaixo. Acredita-se que a contagem de gols do líder Cilo seja um pouco maior e da mesma forma, a contagem de gols do 10. colocado Raul Schmidlin deve ser mais expressiva.
LISTA DE TODOS OS JOGOS:
Obs. 1: Campo da Rua do Mercado, Campo da Avenida Abdon Batista e Estádio Coronel Procópio Gomes, referem-se ao mesmo local, o primeiro campo do América, situado no terreno onde está edificado o SENAI, na atual Avenida Cel. Procopio Gomes, esquina com Padre Kolb.
Obs. 2: Estádio da rua Duque de Caxias, Estádio da Rua Edgard Schnaider e Estádio Olímpico , referem-se ao mesmo local, o atual Estádio Olímpico Dr. Sadalla Amin Ghanen.
Obs. 3: O Estádio da Rua Imaruhy ficava localizado onde atualmente está construido o Hotel Tannenhof, na rua Henrique Meyer com rua Visconde de Taunay.
Obs. 4: Estádio da Rua Coronel Francisco Gomes e Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho, referem ao mesmo local, o popular Estádio Ernestão.
PESQUISA: CICERO ALVES URBANSKI
COLABORAÇÃO: EDSON DOS SANTOS
FONTES: JORNAL ANOTICIA, JORNAL DE JOINVILLE, JORNAL DE SANTA CATARINA, ACERVO DO CAXIAS, ACERVO DO AMÉRICA.
Poster de 1978: Atlético Paranaense – Curitiba (PR)
FONTE: Revista Placar
Poster de 1977: Grêmio Esportivo Maringá – Maringá (PR)
FONTE: Revista Placar
Centro Sportivo do Peres (Perez) – Recife (PE): Foto rara de 1921
O Centro Sportivo do Peres (Perez) foi uma agremiação da cidade de Recife (PE). O ‘Viuvinha’ foi Fundado numa terça-feira, do dia 15 de Junho de 1909, com o nome de Tigipió Foot-ball Club, em homenagem ao bairro de Tigipió (atual Tejipió), onde nasceu o Perez. Em 1911, o clube adotou o Centro Sportivo do Peres (Perez).
Nos anos 10, a sua Sede ficava localizado na Rua, 58. Depois passou para o Largo (atual Rua) do Hospício, 779, no Recife. Em 1926, a sua Sede passou para a Rua do Livramento, 65-1. Em 1927, a Sede se transferiu para a Rua Imperatriz, 146/ 2º andar. Na década de 20, a equipe ‘Alvi-Violeta’ treinava no campo João de Barros ou no campo do Torre, no Bairro de Magdalena, na Zona Norte do Recife.
PEREZ AJUDA A FUNDAR A LPDT
Seis anos depois do seu surgimento, no dia 03 de Agosto de 1915, o Centro Sportivo do Peres (Perez) juntamente com o Sport Club Flamengo, João de Barros Foot-Ball Club, Coligação Sportiva Recifense, Santa Cruz Foot-Ball Club e Torre Sport Club, fundaram a Liga Pernambucana dos Desportos Terrestres (L.P.D.T.).
No mesmo ano, o Perez, juntamente com o Santa Cruz, Flamengo, Torre, América e Coligação S.R. entraram para a história ao participar do primeiro Campeonato Pernambucano da 1ª Divisão.
Ao todo, o clube ‘Alvi-violeta’ participou do Campeonato Pernambucano da 1ª Divisão em nove oportunidades: 1915 (4º lugar), 1916 (5º lugar), 1917 (5º lugar), 1919 (7º lugar), 1920 (7º lugar), 1921 (7º lugar), 1922 (8º lugar), 1923 (8º lugar) e 1924 (8º lugar).
EXCURSÕES
Na quarta-feira, do dia 07 de setembro de 1921, o Perez viajou até Maceió (AL), onde enfrentou o Clube de Regatas Brasil, conhecido popularmente por CRB. No final, empate em 1 a 1. No confronto dos Segundos Quadros outro empate sem gols.
Numa quarta-feira, do dia 15 de novembro de 1922, o Perez foi convidado para a partida inaugural do Estádio Gustavo Paiva, Mutange, de propriedade do CSA (Centro Sportivo Alagoano). No final, melhor para o CSA que venceu por 3 a 0, sendo o atacante Odulfo quem fez o primeiro gol no Mutange.
PEREZ ROMPE COM A LPDT
Em 1924, sob a presidência de João Duarte Dias, o Perez, insatisfeito com a LPDT, decidiu abandonar o Estadual daquele ano. Logo em seguida se licenciou. Em 1926, se desfilou da entidade para ingressar na Associação Pernambucana de Esportes Athleticos (APEA), juntamente com o Sport Recife (campeão Estadual pela LPDT em 1925), América Football Club, Palestra Itália Football Club e Israelita Club de Pernambuco. O ‘Viuvinha’ participou da APEA tanto no Torneio Início quanto nas demais competições até desaparecer em definitivo.
Time-base de 1915: Misael; Abelardo e Carlos; Benedicto (capitão), Severino e José; Honório, Rogério, Amaury, Couceiro e Carlos II.
Time-base de 1917: Jacome; Guilherme e Epaminondas; Ferreira, Horácio e Bonine; Eliezer, Ariosto, Berger, Balthazer e Muca.
Time-base de 1918: Zé Macaco; Apolônio e Nilo II; Maxombomba, Cleto e Moreira; Manta, Joel, Jones, Amil (capitão) e Raphal.
Time-base de 1920: Eduardo; Euclydes e Nóbrega (Edesio); Sylcosta, Carneiro (Sá) e Almeida (Manta); Pimentel (Pinto), Mário, Freire (Ozório), Theodorico (Aldo) e Arnaldo.
Time-base de 1921: Costa; Euclydes e Ricardo; Deoclecio, Mario e Sylcosta; Matta, Theo, André, Ernani e Pinto.
Fontes: Jornal A Província – Rsssf Brasil – O Feitozense
Poster de 1976: Coritiba Football Club – Curitiba (PR)
FONTE: Revista Placar
Poster de 1973: Fortaleza Esporte Clube – Fortaleza (CE)
FONTE: Revista Placar
Poster de 1973: Madureira Esporte Clube – Rio de Janeiro (RJ)
A fotografia se refere ao jogo do Campeonato Carioca da Primeira Divisão de 1973, Fluminense Football Club versus Madureira Esporte Clube, realizado no Estádio de São Januário. No final, a partida terminou empatada sem abertura de contagem.
Colaborou: José Leôncio Carvalho
FONTE: Revista Placar