Hino do Baraúnas-RN

Letra: Olismar Lima/Francisco Diógenes
Música: Batista/Francisco Diógenes

Baraúnas, tu és origem Da história que fez tradição. Fostes chefe, na mata virgem, De uma tribo desta região.

O seu verde da mata encanta. Tens o branco que a paz reuniu. No vermelho do sangue a esperança De tua garra repleta de brio.

Oh tricolor! oh tricolor! Oh tricolor É no gramado que tu és um vencedor Oh tricolor! Oh tricolor! Oh tricolor Leão guerreiro, imbatível aonde for.

Baraúnas, és um guerreiro, Tens a glória de ser campeão No esporte, és o primeiro, Bate forte no meu coração.

Mossoró, tu és grande e altaneira. Tens um nome a zelar no Brasil. Baraúnas és um marco de história De um clube guerreiro e viril.

Oh tricolor! oh tricolor! Oh tricolor É no gramado que tu és um vencedor Oh tricolor! Oh tricolor!

Crônica sobre as 289 partidas invictas do Recreativo Maria Zelia

Aconteceu no ano de 1967. O Recreativo Maria Zélia não perdia desde 1962, estava com uma invencibilidade de duzentas e oitenta e nove partidas, faltavam onze para completar trezentas. Uma festa começava a ser preparada, visando a comemoração das trezentas partidas invictas, fato, acho, inédito, no futebol.
Era um domingo, Maria Zélia recebeu a visita do Clube Atlético Carrão, um simpático clube, clube amigo, Maria Zélia lhe era muito grato, Carrão colaborou bastante num festival beneficente, Maria Zélia nunca esqueceu disso.
Pertencia ao Clube Atlético Carrão o centro-avante Cláudio, ex-São Paulo, ex-Prudentina, que jogava, e era peça importante, no ataque do Fluminense F.C. do Rio de Janeiro, centro-avante titular.
Poupado que fora pelo Fluminense naquele final de semana, submetera-se a um tratamento, como o Tricolor das Laranjeiras não tinha jogo importante naquele final de semana deu-lhe folga, poupou-o do jogo daquele domingo, no próximo o jogo seria de maior importância e melhor seria ele estar em perfeitas condições.
Cláudio veio passar o fim de semana em São Paulo. No domingo ele veio com o pessoal do Clube Atlético Carrão no campo do Maria Zélia. Ao encontrar João Marchioni, com quem jogara nos tempos de São Paulo, este fora um grande zagueiro central, jogou também no Palmeiras, mas um problema no joelho fez com que parasse com o futebol profissional, os dois conversaram animadamente um bom tempo, boa parte do jogo do segundo quadro, partida preliminar, até quase a mesma terminar. Ao saber que a defesa do Maria Zélia era composta por craques, que sabia jogar, jogava e deixava jogar, não abusava do jogo violento, Cláudio, fominha de bola como todo boleiro, resolveu jogar, fome de bola de boleiros não é fácil, às vezes é pior do que vício de um fumante inverterado. Veio o jogo principal e Cláudio entrou em campo com a camisa nove do Clube Atlético Carrão.
Foi um grande jogo, dois grandes times em campo. Maria Zélia nunca ficou inferiorizado no marcador. Fez 1×0, o Carrão empatou, o primeiro tempo terminou 1×1. Iniciado o segundo tempo, jogo bem disputado, Nilton de Almeida assinalou o segundo tento do Maria Zélia, era outro cracaço de bola, não se compreende, até hoje, como não vingou num grande clube, conhecia mesmo, do jogo da bola, sabia lidar com a redonda, notável craque. Continuava o jogo disputado, num ataque do Carrão, Marcílio, extraordinário goleiro do Maria Zélia, praticou sensacional intervenção que mereceu aplausos das duas torcidas. Infelizmente, porém, para o Maria Zélia, ao arremessar a bola para frente com as mãos esta foi na direção do meia esquerda do Carrão que, ao amortecer no peito, dominou e jogou-a por cobertura, com muita categoria, Marcílio ainda fora do gol, esta foi para a rede, empate 2×2. Coisas que acontecem no futebol, principalmente, quando se conta com grandes goleiros, Marcílio era um goleiraço também, pegava barbaridade, conhecia maravilhosamente a posição.
Jogo continuava bem disputado. Faltando, aproximadamente, entre dez e quinze minutos para terminar, Claudionor Martins, outro cracaço de bola, nesse jogo estava de lateral esquerdo, ao tentar fintar o ponteiro do Carrão, perdeu a bola e cometeu falta, lance difícil de acontecer, bola nos pés de Cláudio, como assim era chamado Claudionor, podia-se dizer que era garantida, raramente ele perdia, tinha muita categoria, era, inclusive um coringa, se adaptava, jogava em várias posições, quarto zagueiro, lateral, médio volante, meia armador, jogador notável, craque mesmo.
Cobrada a falta, bola lançada para a área do Maria Zélia, Cláudio, centro-avante do Carrão, saltando com Marcílio, resvala de cabeça e a bola vai mansamente para o fundo do gol, Carrão 3×2.
Começava a grande preocupação na gente do Maria Zélia. Jogo difícil, bem disputado, placar desfavorável, tempo passando. Time do Maria Zélia foi valente, lutou bravamente até o final. Faltando, aproximadamente, cinco minutos para o término da partida, houve uma falta favorável ao Maria Zélia, em cima da risca da área, quase dentro, lance que poderia, perfeitamente, principalmente na várzea, time com grande série invicta, final de jogo, ser marcada penalidade máxima. Mas não foi o que aconteceu, a falta foi marcada e não o pênalti. Aumentava a tensão na notável Praça de Esportes do Maria Zélia, a primeira, na nossa gloriosa várzea, a ter campo de futebol iluminado em São Paulo. O tempo ia passando, se esgotando. Esgotado o tempo regulamentar, houve os descontos normais, não foi esticado o tempo, esgotados estes, José Cornelli, que fazia parte da Diretoria do Maria Zélia, trilou o seu apito, encerrando a partida, Clube Atlético Carrão 3 x Clube Atlético e Recreativo Maria Zélia 2! Triste domingo para a Vila Maria Zélia, para o bairro do Belenzinho, Maria Zélia perdia sua longa invencibilidade, duzentas e oitenta e nove partidas invictas, faltavam onze para completar trezentas. Clube Atlético Carrão, o autor da grande proeza. A própria turma do Carrão não acreditava no que via. Até seus jogadores e torcedores ficaram tristes na hora. Foram embora, despedindo-se do pessoal do Maria Zélia como numa despedida de pêsames num enterro à família enlutada. Não foi fácil, série invicta de duzentas e oitenta e nove partidas, faltando onze para trezentas, recorde no futebol, quebrada. Muito choro na Vila Maria Zélia, domingo marcante, muita tristeza, realmente, faltavam onze para a festa das trezentas, muita gente sonhava com ela. Armando de Almeida, técnico do Maria Zélia, o conhecido Tostão, chorava e bastante, afinal, ele que sonhava que sob seu comando seria a conquista das trezentas, viu a série parar nas duzentas e oitenta e nove.
Mas, fazer o que? Aconteceu, coisas do futebol, obra do destino, Fluminense poupou o seu centro avante titular, Cláudio, este veio do Rio, encontrou seu amigo João Marchioni, este disse-lhe que poderia jogar sem problema, não correria qualquer risco, entrou em campo, fez o gol que pôs fim a grande série invicta do Maria Zélia, duzentas e oitenta e nove partidas.
Pequenas coisas de um grande futebol, mais um nobre capítulo na história da gloriosa várzea paulistana, grande celeiro de craques.
Artigo do historiador Pedro Luiz Boscato . A foto do time do Maria Zelia é também autoria do Pedro .[img:Time_do_Maria_Zelia_final_dos_anos_50.jpg,resized,vazio]

Masopust – um dos 120 melhores jogadores ainda vivos da história divulgada pela Fifa e por Pelé em 2004.

Estava ouvindo o programa da rádio Globo, Enquanto a Bola não Rola, que vai das 12h as 14h todos os domingos. Ouvi Gerson falando sobre o craque Masopust e me chamou atenção seu comentário que repasso:
” Ele ( Masopust ) era tão craque que driblou eu e o Didi na mesma jogada. Foi em um jogo amistoso em que ele estava jogando pela seleção do país dele”.
JOSEF MASOPUST
Josef Masopust nasceu em Most na Checoslováquia no dia 9 de Fevereiro de 1931.
Um dos melhores médios mundiais teve como clubes o Banik Mostar, Teplice, Dukla Praga e Royal Molenbek (Bélgica).
De 1954 a 66, titular indiscutível da Checoslováquia.
Vencedor de oito campeonatos nacionais, três Taças e ganhador da Bola de Ouro de 1962 como melhor jogador da Europa.
Grande técnica, fino estilo da escola da Europa Central.
Jogava em todo o campo.
Defendia e atacava.
Bom driblador, ótimos passes e grandes faculdades físicas, disciplinado e genial. Vestiu 87 vezes a camisa da Seleção e marcou dez gols.
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Ao marcar os festejos do Jubileu da UEFA, foi pedido a cada associação nacional que nomeasse o seu mais notável jogador dos últimos 50 anos. A República Checa optou por Josef Masopust.
Por Ladislav Josef
MEMÓRIAS DE MASOPUST
A eleição de Pavel Nedved para melhor jogador da Europa em 2003 lembrou a muitos checos a figura de Josef Masopust, o único jogador checo que até então conseguira vencer tal troféu, decorria o ano de 1962.

Qualidades partilhadas
A comparação entre jogadores que brilharam em épocas diferentes pode ser injusta mas muitos dos que viram Masopust e Nedved em ação concordam que ambos partilham de uma admirável robustez física, capacidade quase infalível de passe e força mental de pegarem no jogo e levarem as suas equipas à vitória.

Dukla como destino
Noutra época, o feito de Masopust teria sido imensamente festejado (até mais do que o feito de Nedved) e a Bola de Ouro teria sido a rampa de lançamento para o médio rumar a outras paragens mas o regime comunista que imperava na Checoslováquia obrigou Masopust a jogar durante 16 épocas no FC Dukla Praha, antes de se mudar aos 37 anos para os belgas do R. Crossing Club Molenbeek. Apesar de nunca ter atuado num dos grandes campeonatos europeus, Masopust não deixou de representar as seleções da FIFA e da UEFA , jogando ao lado de Alfredo di Stéfano, Raymond Kopa ou Francisco Gento.

Títulos e mais títulos
Contudo, ainda antes de pisar os grandes palcos, como Wembley, Masopust foi obrigado a batalhar. Nascido a 9 de Fevereiro de 1931 como o quarto de seis irmãos, Josef desde cedo se interessou pelo futebol, começando a jogar pelo Baník Most, onde deu nas vistas. Ninguém ficou, por isso, admirado que aos 19 anos, Masopust assinasse pelo FK Teplice para jogar como médio-esquerdo, o que lhe proporcionou a sua primeira experiência ao mais alto nível. Em 1952 transferir-se-ia para o Dukla Praga, fruto das boas exibições realizadas. O Dukla era o melhor clube da Checoslováquia e o palco ideal para Masopust espalhar a sua magia, agora como médio-centro. O resultado saldou-se em oito campeonatos ganhos ao serviço da sua equpe.

Espinha-dorsal da seleção
O Dukla brilhou igualmente na Europa, chegando às meias finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1966/67. Tal feito não espantou ninguém até porque era na equipa de Praga que residia a espinha-dorsal da seleção checa que atingira a final do Mundial de 1962.
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Um sonho chamado Mundial
Ao serviço da seleção nacional, Masopust não deixou de brilhar nas 63 ocasiões em que foi internacional. Estreou frente à Hungria, em 1954, participou no Mundial de 1958 e no Europeu de 1960, ajudando a sua equipa a chegar ao terceiro lugar. Contudo, foi no Mundial realizado no Chile que Masopust quase levou a Checoslováquia ao título. “Tal como todos os jogadores , sempre tive o sonho de jogar e marcar num Mundial”, contou um dia. Tal sonho concretizou-se no dia 17 de Junho de 1962, quando Masopust colocou a sua equipe a vencer aos 16 minutos, diante do Brasil, na grande final realizada em Santiago.

Bola de Ouro
Apesar do Brasil ter dado a volta ao resultado, vencendo na final por 3-1, Masopust viu muito mais do que um sonho concretizado quando, no regresso a Praga, foi recebido como herói nacional. Meses depois conquistou a Bola de Ouro, minutos antes do Dukla receber o Benfica, em jogo das quartas de final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. “Nem houve cerimônia. Eusébio apertou-me as mãos, felicitando-me, eu guardei o troféu no meu saco e no final do jogo voltei para casa de ônibus elétrico, lembrou.

“Slalom à Masopust”
Considerado um verdadeiro nº10 pela sua capacidade de passe, Masopust era igualmente um marcador de grandes gols. Apesar de não ser um velocista, conseguia sempre driblar os adversários e rematar com perigo à baliza. “Podia fintar para a direita e depois para a esquerda porque conseguia controlar a bola com os dois pés”, conta o ex-internacional. “Slalom à Masopust” foi um termo que ficou célebre na altura e que servia para definir a típica jogada com que o checo deliciava as assistências.
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Glória como treinador
Quando foi finalmente jogar para o estrangeiro, em 1968, ajudou o Molenbeek a subir à primeira divisão belga, como jogador-treinador. A sua carreira como técnico continuou, ao serviço do inevitável Dukla, mas a grande conquista a partir do banco deu-se ao serviço do Zbrojovka Brno, em 1978, quando venceu o campeonato nacional. Mais tarde, nos anos 80, conduziu a seleção nacional da Checoslováquia, antes de ir trabalhar para a Indonésia.

“Nada resta”
Masopust nasceu em Strimice, uma aldeia do Norte da Bohemia que foi posteriormente demolida para dar lugar a uma mina de carvão. O Dukla Praga teve semelhante destino, passando a chamar-se FC Príbram no início dos anos 90 e deixando de jogar no famoso Estádio Juliska, até porque a Checoslováquia deixou de existir enquanto país desde 1993. “Nada resta dos meus dias”, concluiu Masopust. Nada, com a exceção da Bola de Ouro que está exposta numa das prateleiras do seu modesto apartamento em Praga.

O Palestra Itália inaugurou o estádio do Pacaembu

Manchete do sisudo jornal o Estado de São Paulo= Inaugurado o Estádio Municipal do Pacaembu, O Estado de São Paulo, 28/04/1940, p.7. Assim era descrito o evento:

Um acontecimento sem precedentes na historia dos esportes do Paiz marcou, hontem, a inauguração official do majestoso Estadio Municipal do Pacaembú, o mais moderno e completo de todo o continente sul-americano. Dizemos que um acontecimento sem precedentes na historia dos nossos esportes marcou aquella inauguração, pois de facto nunca houve uma festa esportiva que tivesse tido um cunho official de tamanha projecção, interessando tão de perto o que de mais representativo possue o Estado de S. Paulo.
O mundo official estava representado pelas mais altas autoridades civis e militares. Na tribuna de honra, via-se o sr. Getulio Vargas, presidente da Republica, dr. Adhemar de Barros, Benedicto Valladares, Amaral Peixoto, interventores federaes em S. Paulo, Minas Geraes e Estado do Rio, respectivamente; general Mauricio Cardoso, commandante da 2a Região Militar; D. José Gaspar de Affonseca e Silva, arcebispo metropolitano; Prestes Maia e Hernrique Dodsworth, prefeitos municipaes de S. Paulo e do Districto Federal: exmas. Sras. D. Leonor Mendes de Barros e Alzira Vargas do Amaral Peixoto além de outros vultos de destaque da administração do paiz.
As acomodações destinadas ao publico encheram-se completamente, podendo-se calcular a assistencia em mais de 50.000 pessoas.
DESFILE DE INAUGURAÇÃO
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Terminava a cerimônia e começaria, no dia seguinte, as disputas esportivas, ainda como parte da longa programação dos festejos de inauguração do Estádio do Pacaembu. No campo de futebol do estádio, até a pouco utilizada para os atletas que haviam desfilado, foi palco de duas partidas de futebol: Palestra Itália — vice-campeão do campeonato de São Paulo de 1940 — contra o Coritiba F. C., este, campeão do Paraná.
INGRESSO DA CERIMÔNIA DE ABERTURA
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Essa partida apenas tinha a função de complemento para a festa realizada. Porém, o Estádio do Pacaembu, efetivamente, vai ser referência por causa do futebol. Ao mesmo tempo, para esse esporte, o novo estádio representou um importante marco. O futebol, já um esporte muito popular, crescerá em prestígio e em atenção dos torcedores. O futebol em São Paulo passou a viver um momento muito especial da sua trajetória. E isso graças não apenas ao novo estádio, mas também pelos reflexos da Copa de 38 e, um pouco mais tarde, pela chegada a São Paulo do jogador carioca Leônidas da Silva, considerado o grande jogador do selecionado brasileiro de futebol na Copa disputada na França e o melhor atleta desse esporte naquele momento. Para o futebol, sem dúvida, o surgimento do Estádio do Pacaembu significou um importante divisor de águas. É possível falar do futebol em São Paulo antes do Pacaembu e com ele.
Foi no dia 20 de setembro de 1942, em um jogo contra o São Paulo valendo o titulo paulista, que surgiu a Sociedade Esportiva Palmeiras. A estréia com o novo nome – o Palestra Itália foi obrigado a desaparecer porque a Itália estava em guerra contra os aliados – aconteceu no Pacaembu. O Palmeiras venceu por 3×1.

http://www.efdeportes.com/efd10/estad2.htm

Cyro, goleiro do Santos apelidado de “Gato Preto”

Nome Completo

Cyro Maciel Portieri
Data e local de nascimento 10/03/1913 em Bica da Pedra (Interior de São Paulo)
Período em que atuou pelo Santos
1934 a 1940 e 1943
Títulos conquistados
Campeão Paulista (1935) e Campeão do Torneio Início (1937).
Biografia

Cyro foi sem dúvida alguma um dos maiores goleiros da história do Santos FC.
Dono de incrível elasticidade, foi-lhe atribuído o apelido de “Gato Preto”.
Com suas defesas, passava segurança para a equipe, principalmente para o
time que ganhou o primeiro título paulista do clube, em 1935. Disputou 182
jogos pelo Santos FC. Em 1941 atuou pelo Corinthians e em 1942 pela A.A. Portuguesa, voltando em 1943 para o Santos F.C.
Faleceu em 28 de outubro de 1982.
Na foto abaixo note que a arquibancada lateral da Vila Belmiro atual ainda não existia (foi construída em 1963). Atente também para as casas. A maioria, por sinal, ainda está de pé. A mais antiga e notada em fotos também continua firme, conforme demonstra a foto abaixo. Inclusive, foi utilizada como cenário para uma novela da TV Tupi em 1977.
[img:Cyro_salta_tentando_evitar_o_gol_em_1935_na_Vila_Belmiro.jpg,resized,vazio]
Cyro foi agraciado com o Troféu Belfort Duarte
Ele recebeu também uma homenagem póstuma do Santos F.C. com um camarote térreo da
Vila Belmiro recebendo seu nome. Sinal de reconhecimento de seu valor, mesmo passados 60 anos.
por edualco.sites.uol.com.br
milton neves

Alçapão com muitas histórias!!!!


Curiosidades da história centenária do Leão do Bonfim

Dias de glórias e conquistas dentro de campo marcam a vida centenária do Villa Nova. Mas não só de feitos heróicos no futebol vive o Leão. As arquibancadas de concreto do Alçapão do Bonfim escondem casos memoráveis, que enchem de orgulho aqueles que dedicaram uma vida inteira ao time de Nova Lima. Que o diga Helena Liberato, uma das filhas do casal que ajudou a escrever as primeiras linhas dessa história.

Foto: Arquivo do Villa Nova

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Foto antiga do Alçapão do Bonfim

O alçapão ainda nem existia. Era apenas um terreno cheio de pedra, que pertencia à Mineração Morro Velho. Seu José Liberato já era funcionário da mina, aos 14 anos, e recebeu a função de desaterrar o terreno para a construção de um campo de futebol. Contou com a ajuda da até então amiga Maria Joana, que tinha 13 anos. Mas de pedra em pedra nasceu um grande amor. Os dois começaram a namorar, casaram-se e foram morar dentro do campo, numa casa construída para eles pelos ingleses da Morro Velho. Seu Zé Liberato ganhou nova função, a de zelador do recém-nascido Villa Nova, e dona Maria, a faz-tudo do time. Era ela quem confeccionava os uniformes, lavava-os, passava-os com ferro a brasa e ainda preparava as refeições para os jogadores.
Desse amor nasceram oito filhos: Maria Emídia, Odete, Juca, Osório, Vaduca, Helena, Doca e Antônio, todos no campo do Villa, conforme registrado em certidão de cada um deles. Quatro desses filhos, Juca, Osório, Vaduca e Doca, não escaparam da sina e foram jogadores do Leão de Nova Lima.

PRIMEIRA ESCOLINHA

E foi dona Maria Joana quem fundou a primeira escolinha do Villa, bem no início, quando o campo ainda era de terra e a arquibancada, de madeira. Era ela quem fazia a peneirada e a preleção. Juntava a meninada no meio do campo, dava aulas até de religião, para depois soltar a bola no chão para as peladas.

CASO DE POLÍCIA

Dick já era um jogador conhecido do Villa quando conheceu uma menina, afilhada de Américo René Giannetti, que foi prefeito de Belo Horizonte. Os dois iniciaram um namoro que virou caso de polícia. Contrário ao namoro da afilhada com o jogador, o político convocou um verdadeiro batalhão da Polícia Militar para ir ao encalço de Dick, que ficou sumido por três dias. A moça escondeu-se na casa de dona Maria Joana. Depois de ser obrigada a prestar depoimento à polícia pela acolhida à fugitiva, ela aderiu à posição de Giannetti e obrigou Dick, que não sofreu nenhuma conseqüência, a terminar o namoro.

BOEMIA

Festeiros, vários jogadores driblavam técnicos para curtir os prazeres que a noite de Nova Lima oferecia. Muitos até atravessavam a nado um rio que beirava o campo para freqüentar os bordéis da cidade. O mais boêmio deles era Anísio Clemente. Numa de suas escapadelas, ele passou a noite inteira na farra e, quando retornava, avistou de longe Yustrich, que já tinha a fama de disciplinador. O atleta escondeu-se detrás de um muro. Mas o técnico, que já o havia percebido, montou guarda ao lado do muro, por duas horas, até Anísio, medroso, fazer xixi na calça e se entregar.

CASAMENTO

Um jogador do Rio de Janeiro havia chegado recentemente para reforçar o Villa e trouxe, a tiracolo, a namorada fugida de casa. A moça acabou grávida e pediu asilo a dona Maria Joana, pois sabia que ela o faria casar. O jogador tentou enrolar a moça, mas não escapou do casamento, realizado na casa de dona Maria, dentro do campo do Leão. O bebê estava prestes a nascer quando o padre chegou. A cerimônia religiosa foi realizada às 19h e o parto, às 20h30.

FERIADO

Os treinos oficiais do Villa Nova eram uma verdadeira festa para os novalimenses, motivo para os poucos comerciantes decretarem feriado e baixar as portas das lojas para ir ao campo usando terno e gravata.

ORGANIZADA

Pelo amor ao Leão, moças da alta sociedade de Nova Lima e prostitutas reuniram-se para formar a primeira torcida organizada do time. De blusa de manga comprida longa e saia vermelha que ia até os pés, o grupo era assíduo em treinos e jogos, chamando a atenção pelas danças e gritos de guerra ensaiados.

BRIGA DE TORCIDA

Cidinho Bola Nossa já era árbitro e protagonizou uma das histórias mais engraçadas que envolveu a torcida do Villa Nova. Era jogo contra o Atlético e ele não validou dois pênaltis a favor do Leão. Levou uma surra dos torcedores e acabou acudido por dona Maria Joana. Escondeu-se debaixo da cama de um dos filhos dela até a poeira baixar. Para voltar para casa, fantasiou-se de padre e saiu do campo no camburão da Polícia Militar.

CHULÉ

O jogador Barbatana, que posteriormente foi técnico do Atlético, fugia da concentração por causa do chulé dos companheiros. Para variar, encontrava refúgio na casa de dona Maria Joana, já considerada mãe de todos.

MACUMBA

Conta-se que o jogador Orlando era o maior macumbeiro. Fazia trabalhos para amarrar os adversários e o Villa Nova sair vitorioso.

BICHO-DE-PAU-PODRE

Nunca um jogador sofreu tanto nas mãos dos companheiros quanto Tobias. Por ser o único branco na ocasião, sentia-se o melhor de todos e exigia algumas regalias. Mas nunca foi atendido. Pior, era chamado de bicho-de-pau-podre por todos no Villa Nova.

Fonte:Ludymilla Sá – Estado de Minas

A linha dos 100 gols e o título de Campeão da Técnica e Disciplina

Linha dos Cem Gols
Em 1927 o Santos contratou Feitiço que jogava no São Bento e havia sido artilheiro do Paulista.
Formou então um time fantástico:

Tuffy, Bilú e Davi(Meira)

Hugo, Júlio e Alfredo

Omar (Siriri), Camarão, Feitiço, Araken e Evangelista.

Arrasou à todos e só não foi campeão por dois detalhes: A arbitragem do juiz Molinaro e a ausência de Tuffy e Feitiço que foram punidos pela diretoria pelo incidente no jogo entre Paulistas e Cariocas nas Laranjeiras e que valeu o título de Campeão da Técnica e Disciplina.
O PORQUE DE CAMPEÃO DA TÉCNICA E DISCIPLINA

Era o ano de 1927. A partida estava 1×1, e os jogadores paulistas não se conformaram com a marcação de um pênalti. No meio do empurra-empurra apareceu um representante do presidente Washington Luís, que assistia a partida, e disse que sua excelência havia mandado dizer que se devia cobrar a penalidade. Feitiço respondeu: Pois diga ao excelentíssimo senhor presidente da República que ele manda no Brasil, mas quem manda em campo somos nós.

Por medida disciplinar o Santos suspendeu Feitiço e Tuffy, isto em plena final do Campeonato Paulista; o jogo foi contra o Palestra, se houvesse o empate o Santos seria campeão; sem Feitiço e Tuffy e com uma arbitragem calamitosa do Sr Antonio Molinaro, o Palestra venceu por 3×2 e o Santos foi vice-campeão.

A atitude do Santos, que preferiu enfraquecer sua esquadra a subverter a ordem interna, fez com que o jornalista carioca Carlos Gonçalves lhe forjasse a alcunha de “Campeão da Técnica e da Disciplina”.
ANÁLISE DO ATAQUE DOS 100 GOLS
Foram 100 gols em 16 partidas, uma média de 6,95 por jogo
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Omar, Camarão, Feitiço, Araken e Evangelista:
Esse ataque demolidor marcou em apenas 16 jogos, exatos 100 gols, com a média de 6,25 gols por jogo. Até hoje essa marca não foi superada por nenhuma outra equipe no futebol mundial. Esse era também o ataque da Seleção Paulista.

Jogos do campeonato de 1927:
Ypiranga – 12 a 1
República – 10 a 2
1º De Maio – 4 a 2
Barra Funda – 11 a 2
Portuguesa de Desportos – 5 a 2
Auto – Audax – 11 a 3
S. P. Alpargatas – 9 a 3
Comercial – 4 a 3
Guarani – 10 a 1
s.c.c. paulista – 8 a 3
s.c.c p. (S. André) – 4 a 1
Silex – 4 a 1
Guarani – 4 a 2
s.c.c.p. – 1 a 0.

Dois resultados negativos: Palestra Itália 4 a 1 e 3 a 2.

Artilheiros santistas:
Araken Patusca – 35 gols
Feitiço – 29 gols
Camarão – 15 gols
Evangelista – 07 gols
Siriri – 06 gols
Omar – 06 gols
Hugo – 02 gols

O FATÍDICO JOGO
04/03/1928 – PALESTRA ITÁLIA 3 X 2 SANTOS – Ataque dos cem gols fica sem título.
No Paulistão de 1927, o grande ataque santista formado por Osmar, Camarão, Siriri (sem o Feitiço), Araken e Evangelista, o primeiro a chegar à marca dos 100 gols marcados na história do campeonato, parou diante do Palestra de Bianco e Heitor, que venceu por 3 x 2 em plena Vila Belmiro. O Palestra conquistava o bicampeonato Paulista.
por Guilherme Gomez Guarche, conselheiro do SFC
por edualco.sites.uol.com.br