Masopust – um dos 120 melhores jogadores ainda vivos da história divulgada pela Fifa e por Pelé em 2004.

Estava ouvindo o programa da rádio Globo, Enquanto a Bola não Rola, que vai das 12h as 14h todos os domingos. Ouvi Gerson falando sobre o craque Masopust e me chamou atenção seu comentário que repasso:
” Ele ( Masopust ) era tão craque que driblou eu e o Didi na mesma jogada. Foi em um jogo amistoso em que ele estava jogando pela seleção do país dele”.
JOSEF MASOPUST
Josef Masopust nasceu em Most na Checoslováquia no dia 9 de Fevereiro de 1931.
Um dos melhores médios mundiais teve como clubes o Banik Mostar, Teplice, Dukla Praga e Royal Molenbek (Bélgica).
De 1954 a 66, titular indiscutível da Checoslováquia.
Vencedor de oito campeonatos nacionais, três Taças e ganhador da Bola de Ouro de 1962 como melhor jogador da Europa.
Grande técnica, fino estilo da escola da Europa Central.
Jogava em todo o campo.
Defendia e atacava.
Bom driblador, ótimos passes e grandes faculdades físicas, disciplinado e genial. Vestiu 87 vezes a camisa da Seleção e marcou dez gols.
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Ao marcar os festejos do Jubileu da UEFA, foi pedido a cada associação nacional que nomeasse o seu mais notável jogador dos últimos 50 anos. A República Checa optou por Josef Masopust.
Por Ladislav Josef
MEMÓRIAS DE MASOPUST
A eleição de Pavel Nedved para melhor jogador da Europa em 2003 lembrou a muitos checos a figura de Josef Masopust, o único jogador checo que até então conseguira vencer tal troféu, decorria o ano de 1962.

Qualidades partilhadas
A comparação entre jogadores que brilharam em épocas diferentes pode ser injusta mas muitos dos que viram Masopust e Nedved em ação concordam que ambos partilham de uma admirável robustez física, capacidade quase infalível de passe e força mental de pegarem no jogo e levarem as suas equipas à vitória.

Dukla como destino
Noutra época, o feito de Masopust teria sido imensamente festejado (até mais do que o feito de Nedved) e a Bola de Ouro teria sido a rampa de lançamento para o médio rumar a outras paragens mas o regime comunista que imperava na Checoslováquia obrigou Masopust a jogar durante 16 épocas no FC Dukla Praha, antes de se mudar aos 37 anos para os belgas do R. Crossing Club Molenbeek. Apesar de nunca ter atuado num dos grandes campeonatos europeus, Masopust não deixou de representar as seleções da FIFA e da UEFA , jogando ao lado de Alfredo di Stéfano, Raymond Kopa ou Francisco Gento.

Títulos e mais títulos
Contudo, ainda antes de pisar os grandes palcos, como Wembley, Masopust foi obrigado a batalhar. Nascido a 9 de Fevereiro de 1931 como o quarto de seis irmãos, Josef desde cedo se interessou pelo futebol, começando a jogar pelo Baník Most, onde deu nas vistas. Ninguém ficou, por isso, admirado que aos 19 anos, Masopust assinasse pelo FK Teplice para jogar como médio-esquerdo, o que lhe proporcionou a sua primeira experiência ao mais alto nível. Em 1952 transferir-se-ia para o Dukla Praga, fruto das boas exibições realizadas. O Dukla era o melhor clube da Checoslováquia e o palco ideal para Masopust espalhar a sua magia, agora como médio-centro. O resultado saldou-se em oito campeonatos ganhos ao serviço da sua equpe.

Espinha-dorsal da seleção
O Dukla brilhou igualmente na Europa, chegando às meias finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1966/67. Tal feito não espantou ninguém até porque era na equipa de Praga que residia a espinha-dorsal da seleção checa que atingira a final do Mundial de 1962.
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Um sonho chamado Mundial
Ao serviço da seleção nacional, Masopust não deixou de brilhar nas 63 ocasiões em que foi internacional. Estreou frente à Hungria, em 1954, participou no Mundial de 1958 e no Europeu de 1960, ajudando a sua equipa a chegar ao terceiro lugar. Contudo, foi no Mundial realizado no Chile que Masopust quase levou a Checoslováquia ao título. “Tal como todos os jogadores , sempre tive o sonho de jogar e marcar num Mundial”, contou um dia. Tal sonho concretizou-se no dia 17 de Junho de 1962, quando Masopust colocou a sua equipe a vencer aos 16 minutos, diante do Brasil, na grande final realizada em Santiago.

Bola de Ouro
Apesar do Brasil ter dado a volta ao resultado, vencendo na final por 3-1, Masopust viu muito mais do que um sonho concretizado quando, no regresso a Praga, foi recebido como herói nacional. Meses depois conquistou a Bola de Ouro, minutos antes do Dukla receber o Benfica, em jogo das quartas de final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. “Nem houve cerimônia. Eusébio apertou-me as mãos, felicitando-me, eu guardei o troféu no meu saco e no final do jogo voltei para casa de ônibus elétrico, lembrou.

“Slalom à Masopust”
Considerado um verdadeiro nº10 pela sua capacidade de passe, Masopust era igualmente um marcador de grandes gols. Apesar de não ser um velocista, conseguia sempre driblar os adversários e rematar com perigo à baliza. “Podia fintar para a direita e depois para a esquerda porque conseguia controlar a bola com os dois pés”, conta o ex-internacional. “Slalom à Masopust” foi um termo que ficou célebre na altura e que servia para definir a típica jogada com que o checo deliciava as assistências.
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Glória como treinador
Quando foi finalmente jogar para o estrangeiro, em 1968, ajudou o Molenbeek a subir à primeira divisão belga, como jogador-treinador. A sua carreira como técnico continuou, ao serviço do inevitável Dukla, mas a grande conquista a partir do banco deu-se ao serviço do Zbrojovka Brno, em 1978, quando venceu o campeonato nacional. Mais tarde, nos anos 80, conduziu a seleção nacional da Checoslováquia, antes de ir trabalhar para a Indonésia.

“Nada resta”
Masopust nasceu em Strimice, uma aldeia do Norte da Bohemia que foi posteriormente demolida para dar lugar a uma mina de carvão. O Dukla Praga teve semelhante destino, passando a chamar-se FC Príbram no início dos anos 90 e deixando de jogar no famoso Estádio Juliska, até porque a Checoslováquia deixou de existir enquanto país desde 1993. “Nada resta dos meus dias”, concluiu Masopust. Nada, com a exceção da Bola de Ouro que está exposta numa das prateleiras do seu modesto apartamento em Praga.

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