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Mixto Esporte Clube (MT): Primeira vez no Maracanã

Na quarta-feira, do dia 08 de Setembro de 1976, o Mixto Esporte Clube jogou, pela 1ª vez em sua história, no Maracanã. O alvinegro cuiabano enfrentou o America, pela 4ª rodada do Campeonato Brasileiro da 1ª Divisão, onde acabou derrotado pelo placar de 1 a 0.

FICHA TÉCNICA

AMERICA F.C. (RJ) 1 x 0 MIXTO E.C. (MT)

DATA: Quarta-feira, do dia 08 de Setembro de 1976

HORÁRIO: 21h15min.

LOCAL: Estádio Mário Filho, ‘Maracanã’ – Bairro do Maracanã – Zona Norte do Rio (RJ)

PÚBLICO: 2.419 pagantes

RENDA: Cr$ 36.910,00

ÁRBITRO: Rui da Silva Cañedo (CBD/RS)

AUXILIARES: Garibaldo Matos (CBD/BA) e João Batista Chagas Neto (CBD/RJ)

GOL: Aílton aos 14 minutos do 2º tempo

AMERICA F.C.: País; Orlando, Geraldo, Biluca e Álvaro; Ivo, Bráulio e Gilson Nunes (Jarbas); Reinaldo, Cesar e Aílton. Técnico: Admildo Chirol.

MIXTO E.C.: Edson; Toninho, Polaco, Ari Martins e Diogo; Zé Luís, Lourival e Pastoril; Traíra (Valdir), Bife e Renato. Técnico: Milton Buzeto.

Aílton pegou o rebote de Edson e marcou o único gol do jogo

FONTE: Jornal dos Sports (09 de setembro de 1976)

Bandeirante Futebol Clube campeão Gonçalense de 1972

O Bandeirante Futebol Clube é uma agremiação da cidade de São Gonçalo (RJ). A sua Sede social ficava na Rua Joaquim Laranjeiras, s/n (do lado do nº 845), Bairro Alcântara, em São Gonçalo.

FOTO de 2011 – Sede Rua Joaquim Laranjeiras, no Bairro Alcântara, em São Gonçalo.

Já a sua Praça de Esportes (ainda existe), está localizado na Rua Luís Motta, s/n (próximo ao nº 635), no Bairro da Amendoeira, em São Gonçalo. O “Alvianil do bairro da Amendoeira” foi Fundado em Janeiro de 1940.

Foto posada do time Campeão Gonçalense de 1972

Presidente Mário Vasconcelos conta um pouco da história

Contando com a preciosa ajuda do ex-jogador do Bandeirante, Paulo Roberto de Castro, conseguimos entrevistar o presidente do clube, Sr. Mário Vasconcelos. Ele relembrou que a ideia de fundar um clube foi do irmão, Ernesto Vasconcelos. A reunião aconteceu no armazém do Ernesto, que ficava localizado em Lagoinha. Numa casa onde hoje tem um Consultório médico próximo as freiras.

Um fato curioso foi a origem do nome. Segundo, Mário Vasconcelos o nome e as cores (azul e branco) foi inspirado num clube Alvianil de São Paulo, chamado Bandeirantes.     

Foto de 1971

1º Campo

Primeiro campo foi entre a linha do trem e a estrada, onde hoje está edificado o colégio de Décio. Depois mudou para um terreno onde é a fornecedora Carvi e demais casas ao lado, na Estrada Raul Veiga, no Bairro Amendoeira. Dali saiu para o campo para o terreno onde hoje e a garagem do ABC, na Rua Francisco Neto, 136, na Raul Veiga. Por último o prefeito lavora cedeu o terreno onde hoje e o campo atual.

Ao longo das décadas, Mário Vasconcelos revelou que os momentos mais marcantes eram os jogos contra a Eletroquímica. Também os jogos contra o Pachecos que normalmente acabavam em brigas.

Carteirinha do Presidente Mario Vasconcelos

Na memória, a base de 1972, reuniu a nata de jogadores revelados pelo Bandeirantes, como Deir, seu irmão, Toninho centroavante, entre outras feras. Nesse período, o Bandeirante chegou a ficar 80 jogos invictos.

Bandeirante campeão invicto de 1972

O Campeonato Gonçalense de 1972, aconteceu a lá Raimundo Nonato: “Vapt vupt”. Geralmente, a Liga Gonçalense de Desportos atrasava o início da competição e naquele ano não foi diferente. Já no mês de dezembro e com um planejamento do Campeonato Gonçalense de 1973, com 14 clubes, a entidade comandada pelo Sr. Antônio Di Batista decidiu realizar a competição de 1972 com apenas três rodadas e com quatro clubes inscritos:

Bandeirante Futebol Clube (Alvianil);

Cordeiros Futebol Clube (Alvinegro);

Nazaré Futebol Clube (Alviceleste);

Pachecos Futebol Clube (Alvirrubro).

Vestiário do campo da Rua Luís Motta, no Bairro da Amendoeira, em São Gonçalo

A fórmula de disputa simples: as três rodadas, aos domingos, seriam realizados no campo do Cordeiros Futebol Clube, no bairro de Santa Isabel, com um jogo servindo de preliminar do outro. No entanto, o desfecho teve, em todas as rodadas, um dos jogos terminando em WO! Na 1ª rodada o Cordeiros estava desfalcado, e teve que entregar os pontos para o Bandeirante.

Nas rodadas seguintes o Nazaré nem apareceu (talvez atordoado pela surra por 4 a 0 sofrida para o Pachecos na rodada inaugural) e outra vez o Bandeirante venceu mais.

Campo nos dias atuais, já viveu dias melhores

Na última rodada, o Bandeirante finalmente jogou e venceu o Pachecos por 2 a 0, conquistando, assim, o título inédito e invicto do Campeonato Gonçalense de 1972. Mesmo tendo realizado um jogo, o Bandeirante, que não tinha nada a ver com os problemas dos demais, fez a sua parte e ergueu a taça! O time jogou assim: Mário César; Paulinho, Fio, Tibingo e Jorginho; Roberto e Jorge; Landinho, Deir, Toninho e Ademir.   

DATASResultados – 1ª RodadaLOCALGOLS
10/12/72Pachecos FC4X0NazaréCordeirosDada (2), César e Alemão
10/12/72CordeirosXWOBandeirante FCCordeiros
DATASResultados – 2ª RodadaLOCALGOLS
17/12/72BandeiranteWOXNazaréCordeiros
17/12/72Pachecos FC0X2CordeirosCordeiros 
DATASResultados – 3ª RodadaLOCALGOLS
24/12/72Bandeirante2X0Pachecos FCCordeiros 
24/12/72NazaréXWOCordeirosCordeiros

Classificação Final do Campeonato Gonçalense de 1972

CLUBESPGJVEDGPGCSG
Bandeirante FC63300404
Cordeiros FC43201312
Pachecos FC23102449
Nazaré FC0300306-6

Time-base de 1971: Mário César (Jorge); Paulinho, Miquimba (Pernambuco), Fio (Pelé) e Tibingo; Jailton (Adélio) e Roberto (Noel); Landinho (Manuel), Deir, Oldair (Valdir) e Ronaldo (Alcir).

Time-base de 1972: Mário César; Miquimba, Paulinho, Fio e Tibingo; Jorginho e Roberto; Landinho, Deir, Oldair e Ademir.

Time-base de 1973: Mário César; Jorge (Paulinho), Miquimba, Fio (Cebinho) e Jorginho; Landinho e Oleir (Juarez); Pinduca, Deir, Toninho e Ademir.

PS: Quero agradecer pelo empenho e paciência do amigo Paulo Roberto de Castro que foi incansável na ajuda pelas informações do Bandeirante! Muito obrigado!

FONTES: Google Maps – O Fluminense – Acervos de Paulo Roberto de Castro (ex-jogador do clube) e do presidente do clube Mário Vasconcelos

FOTOS: Acervo de Paulo Roberto de Castro

Postal Telegráfico Futebol Clube – Florianópolis (SC): Fundado em 1939

O Postal Telegráfico Futebol Clube foi uma agremiação da cidade de Florianópolis (SC). O “Colorado dos Correios” ou “Rubro-anil” foi Fundado na sexta-feira, do dia 23 de Junho de 1939, por funcionários do Departamento Regional dos Correios e Telégrafos

Na quinta-feira, do dia 19 de Julho de 1951, a Federação Catarinense de Futebol (FCF), concedeu a filiação do “Rubro-anil“. No mesmo ano, conquistou o título do Campeonato Amadorista da cidade de Florianópolis.

Cinco anos depois, voltou a ser campeão, em 1956. Aliás, nesse ano, o clube fez história. No domingo, do dia 09 de Dezembro  de 1956, o Postal Telegráfico aplicou a sua maior goleada, ao bater o Ipiranga do Saco dos Limões, pelo impressionante placar de 13 a 1, válido pelo Campeonato Amadorista da capital.

O clube foi um dos fundadores da Federação Catarinense de Futsal (FCF), no domingo, do dia 25 de Agosto  de 1957. Os demais fundadores: Doze de Agosto, Bocaiúva Esporte Clube, Atlética Barriga Verde, Associação dos Torcedores do Clube de Regatas Flamengo e Clube Universitário Catarinense.

Colorado dos Correios” ainda faturou o Tetracampeonato da capital nos anos de 1959, 1960, 1961 e 1962. Chegando ao total de seis canecos citadinos!

Após dominar o futebol amador da capital, o Postal Telegráfico buscou dar um passo mais ousado e decidiu se profissionalizar e ingressou no Campeonato Citadino de 1963.

E, logo na 1ª temporada, o “Colorado dos Correios” fez uma belíssima campanha terminando na 3ª colocação, só atrás do Avaí e Figueirense. No returno, empatou com o Avaí (1 a 1) e venceu o Figueirense (2 a 1). O Postal Telegráfico ainda participou do Campeonato Catarinense em 1964 e 1965.


FONTES: Adalberto Klüser – Osny Meira – Jornal O Estado de Florianópolis – Site da Federação Catarinense de Futsal – Acervo de Cesar Garcia

Associação Atlética São Bento – Marília (SP): escudo e uniforme diferentes e com Zizinho no time, em 1959!

A Associação Atlética São Bento é uma agremiação da cidade de Marília (SP). E, na sua história um dos maiores jogadores que o futebol brasileiro e mundial já produziu: Tomás Soares da Silva, mais conhecido como Zizinho, o “Mestre Ziza”.

Após um ano sabático, o São Bento de Marília retornou a esfera profissional em 1959, quando disputou o Campeonato Paulista da Segunda Divisão, organizado pela Federação Paulista de Futebol (FPF).

Para fazer um bom papel, a diretoria tratou de se reforçar. Para comandar o time, Danilo Alvim, então aos 39 anos, foi o nome escolhido. O ex-jogador com passagem pelos times cariocas: América (1939-42 e 1944-45), Canto do Rio (1943), Vasco da Gama (1946-54), Fonseca (1954), Botafogo (1955-56) e por fim, o Uberaba-MG quando encerrou a carreira em 1956 e iniciou a carreira de treinador em 1957. Sem contar a Seleção Brasileira, onde jogou em 27 partidas entre 1946 a 1953, marcando 10 gols. Disputou a Copa do Mundo de 1950, ficando com o vice.

Demonstrando serviço, Danilo Alvim trouxe quase um time inteiro: Silvio, Leônidas, Gélson, Beto, Baçu, Pacheco, Ceninho, Gilson e Zizinho, que só chegou a partir da 4ª rodada da Segundona Paulista.

Danilo Alvim

A diretoria do São Paulo, emprestou o Mestre Ziza, 37 anos, pelo valor de 100 mil cruzeiros ao São Bento, que desembarcou em Marília para atender um pedido de um velho amigo. Depois dessa passagem, Zizinho ainda jogou em 1959, no Uberaba-MG e o time chileno: Audax Italiano, antes de encerrar a vitoriosa carreira em 1962.        

Voltando ao São Bento de Marília, o craque foi apresentado no sábado, do dia 9 de maio de 1959 e no dia seguinte ele assinou contrato, no valor de 20 mil cruzeiros mensais (mas “por fora” recebeu mais 30 mil, num total de 50 mil)  e 100 mil cruzeiros de luvas.

Ele só veio para Marília porque os dirigentes do São Bento tinham contato com o Laudo Natel (presidente do São Paulo), que já havia trabalhado no banco Bradesco em Marília. Na época, o Zizinho estava brigado com o São Paulo e o clube não aceitou emprestá-lo para ninguém”, comentou o ex-técnico do Tricolor e do MAC, Antônio Maria Pupo Gimenes.

Gimenes também lembra que um dos motivos para a vinda do “Mestre Ziza” era o técnico Danilo Alvim. “Naquela época o Zizinho havia acabado de se separar da mulher e o Danilo, que era seu compadre, o chamou para trabalhar com ele. Os dois estiveram juntos na Copa do Mundo de 1950”, ressaltou.

Zizinho estreia no São Bento de Marília

Na foto Zizinho, e a sua esquerda outro craque: Leônidas (ex-América)

Na quinta-feira, no dia 14 de maio de 1959, finalmente chegou o dia da estreia do“Mestre Ziza”,  com a camisa alvirrubra do São Bento de Marília. No final, um empate  com o Botucatuense, em 2 a 2, em Botucatu. Não teve gol, mas Zizinho de passe para o gol de Ceninho, que também marcou o outro tento do São Bento.  

No jogo seguinte, diante da Ferroviária de Botucatu, também fora de casa, o time mariliense empatou em 1 a 1 e o “Mestre Ziza” anotou de pênalti. “Era uma pessoa muito humilde. Infelizmente sua vinda a Marília aconteceu no final da carreira. Ele não se movimentava muito, mas a qualidade técnica era a mesma. Seus passes eram precisos”, declarou o centroavante Alcides José dos Santos, conhecido como ‘Cid’ (69 anos), com quem jogou junto no São Bento.

Zizinho no jogo contra o Garça , no campo da Vila Willians, ao lado do centroavante Tico.

O colunista Rubens Coca Ramos também lembra com saudosismo da época. “Para mim ele foi melhor que o Pelé. Era mais técnico. Já o Pelé foi um grande artilheiro. Mesmo no final da carreira, a diferença técnico do Zizinho era inigualável. Não precisava correr até a bola, ela vinha até ele”, frisou.

Pupo Gimenes trabalhava na rede de lojas Mesbla em 1959 e disse que faltava no serviço para ver Zizinho treinar. “Toda quinta-feira depois do almoço eu ‘ficava’ doente, pois era dia de coletivo, que na época era a mesma coisa de um jogo. A disputa pela titularidade era bem acirrada. As arquibancadas não eram como as de hoje. A capacidade era bem menor. Por isso, as árvores ao redor do estádio ficavam cheias de gente só para vê-lo”, mencionou.

No domingo, do dia 14 de junho, na vitória do São Bento sobre o Tupã por 2 a 0, no Estádio Bento de Abreu, Zizinho marcou um dos gols. “Lembro desse gol. Foi um lindo voleio”, citou Pupo Gimenes. Porém a ‘lua de mel’ com a torcida foi se desgastando, pois o craque começou a ter atuações apagadas nos jogos.

FONTES: Última Hora (RJ) – Revista do Esporte (RJ) –  Acervo de Rubens ‘Coca’ Ramos – Blog História do Marília Atlético Clube – Diário da Noite (SP) – Fotos colorizadas: Sérgio Mello

Brasília Atlético Clube, o “BASC” – São Carlos (SP): Existiu entre 1962 a 1973

O Brasília Atlético Clube foi uma agremiação da cidade de São Carlos (SP). O “BASC” existia desde 1961, quando se filiou a Liga Sãocarlense de Futebol (LSF), mas foi Fundado oficialmente em 25 de Outubro de 1962.

O clube foi criado em homenagem a Associação dos Bombeiros Auxiliares de São Carlos (que era declarada de “utilidade pública” pela Prefeitura de São Carlos, pela Lei n°3.530 de 11 de setembro de 1957).

O “BASC” disputou os campeonatos citadinos do Estado de São Paulo e amador da cidade, entre 1962 a 1973, quando foi extinto. O Brasília usou para treinamento, durante alguns anos o campo do Corinthinha na Vila Lutfalla, local que existe ainda hoje.

Em 1971, o clube se filiou a FPF (Federação Paulista de Futebol), incorporando o Cerealista Esporte Clube, para reforçar-se na disputa do Campeonato Paulista Amador de Futebol, no qual foi campeão de zona 09 daquele ano.

Na segunda fase eliminou da disputa de pênaltis o Comercial de Araras (campeão da zona 08) numa melhor de três jogos, sendo a última partida realizada no Estádio Municipal de Porto Ferreira em Porto Ferreira, avançando para a terceira fase.

No entanto, na fase seguinte, acabou eliminado pelo Monte Alto, numa melhor de três jogos, em abril de 1972, em jogo realizado no Estádio da Fonte Luminosa em Araraquara.

FONTES: Wikipédia – acervo de José Braz Leme

Link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%ADlia_Atl%C3%A9tico_Clube?fbclid=IwAR3WGZT7zDL4TE3AwOzl7l-V0aE744oFkB8KfhUEFCfYZQE5BdvEOuP8joQ

História do Futebol: cidade de Nova Friburgo (RJ)

Bandeira da cidade de Nova Friburgo (RJ)

Foi no decorrer do século XIX que os ingleses começaram a normatizar as disputas por um objeto redondo, começando a transformar o que era um simples jogo em esporte, submetido a regras universais.

O que fazer com a bola? Na Rugby School, os jogadores carregavam-na com as mãos, rumo ao adversário, e daí nasceu o rugby, em 1846; já na Eton, eram os pés que deviam controlá-la, fazendo o dribbling, e do chute na bola surgiria o football.

Em 1863, surge a association football, passando os clubes a se submeterem às regras comuns e a uma entidade dirigente, a Football Association. Por fim, fundada em 1904, a fundação da FIFA (Federal International Football Association), profissionaliza esse esporte.

Os ingleses, além dos tecidos e das estradas de ferro que exportavam para alguns países, levam no pacote o futebol. No século XIX, tinham grande influência sobre o Brasil, fruto de séculos de colonialismo sobre Portugal e, por isso, esse esporte logo ganhou adeptos entre os brasileiros da elite.

Nas resenhas esportivas dos jornais, a terminologia era inglesa: sport, team, match, corner, scratchman, placard, club. Ganhando legitimidade social, passou a suplantar o turfe e o ciclismo. Mas a bola de futebol caiu igualmente nos pés das camadas populares. Embora não fizessem parte dos seletos clubes ou freqüentassem colégios privados, o futebol é praticado nos terrenos baldios pela arraia miúda.

Desconhecendo ainda as regras estritas desse novo esporte, nasce o “pega” entre os populares, com chutes fortes, pontapés, corridas loucas atrás da bola, uma verdadeira “pelada”. O jornal A Paz, de 1913, noticiou o 1º clube de futebol em Nova Friburgo: Friburgo Football Club, formado por rapazes da elite da cidade.

Conquista a classe popular e no ano seguinte é criado o Esperança Futebol Clube, formado por operários da cidade. Em 1925, surge o Clube Sírio-Libanês, patrocinado pela colônia de libaneses. Surgem divergências dentro Friburgo Football Club e os dissidentes formam em 1921, o Fluminense Atlético Clube. Serão estas quatro equipes que irão formar a Liga Friburguense de Desportos, fomentando os campeonatos na cidade.

O futebol se dissemina em Nova Friburgo e começam a surgir os times de bairro, da Segunda Divisão da cidade:

Esporte Clube de Santa Luiza (Cônego);

Esporte Clube São Pedro (Duas Pedras);

Amparo Futebol Clube;

Futebol Clube Conselheiro Paulino;

Serrano Futebol Clube (Olaria);

Esporte Clube Vilage;

Esporte Clube Saudade;

Esporte Clube Filó (fundado em 1940);

Flamenguinho;

América Futebol Clube, alguns com existência efêmera, a exemplo do Esporte Clube Brasil, que durou apenas nove meses. O que mantinha estes clubes era o mecenato, a exemplo das famílias Guinle, Sertã e Spinelli.

Por exemplo, César Guinle doou a área onde é hoje o campo do Friburguense Atlético Clube, homenageando seu pai, Eduardo Guinle, com o nome do estádio. O então prefeito César Guinle doou tanto propriedades particulares como áreas pertencentes à municipalidade para diversos clubes.

A família Sertã doou o terreno do atual estádio do Nova Friburgo Futebol Clube. Nessa época, os jogadores não recebiam remuneração, no máximo o “bicho”, um prêmio obtido pelos clubes com a renda dos jogos. Quando se desejava contratar um bom jogador, um “cobra”, oferecia-lhe um bom emprego e trazia-o para o time do ofertante.

O futebol, sempre depois da missa de domingo, era a forma de sociabilidade de homens, mulheres e crianças. Ângelo Ruiz nos informa que “os rapazes da cidade logo abraçaram o futebol, pois já estavam fartos de pic-nics, bailes, namoros melosos e outros passatempos da época.

Em 1979, o futebol em Nova Friburgo se profissionaliza. Promove a fusão do Fluminense com o Serrano e torna-se o Friburguense Atlético Clube. No entanto, a profissionalização extingue os demais clubes de futebol, pois os campeonatos da cidade ficam desarticulados.

O Friburgo Futebol Clube, o “primo rico do futebol friburguense”, se fundiu com o Esperança dando origem ao Nova Friburgo Futebol Clube, em 16 de setembro de 1979. Este clube conta atualmente com um expressivo patrimônio.

Porém, o seu maior dote, o time de futebol, não existe mais. Até 1950, o futebol de Nova Friburgo foi cercado de tensões entre classes sociais e étnicas.

Quando o Friburgo Futebol Clube passou a aceitar membros das classes populares e negros, um grupo se desligou do clube e fundou o Fluminense Futebol Clube. Mas o preconceito racial era um fenômeno nacional.

Em 1907, a Liga Metropolitana de Sports Atléticos, do Rio de Janeiro, enviou aos seus associados um comunicado que informava que a sua diretoria, por unanimidade de votos, resolvera que não seriam registrados “como amadores nesta liga as pessoas de cor”.  Por esses fatos, percebe-se que nem sempre havia fairplay no futebol brasileiro.

FONTE: Janaína Botelho é professora de História do Direito na Universidade Candido Mendes e autora de diversos livros sobre a história de Nova Friburgo

http://acervo.avozdaserra.com.br/colunas/historia-e-memoria/a-historia-do-futebol-em-nova-friburgo

Santos Atlético Clube – São Gonçalo (RJ): O esquecido campeão Citadino de 1968

O Santos Atlético Clube foi uma agremiação da cidade São Gonçalo (RJ). “O Alvinegro Gonçalense” foi Fundado na quinta-feira, no dia 27 de Junho de 1963, Rua Cel. Moreira César, nº 7, no Centro de São Gonçalo (RJ). O 1º Presidente foi o Sr. Herlon Leigb Pinto.

A festa de fundação aconteceu no sábado, do dia 29 de junho, na Avenida Lima (ao lado do campo do Tamoio Futebol Clube), no Centro de São Gonçalo. Posteriormente, o clube fixou a sua Sede no bairro de Porto da Pedra.  

Título inédito regado à polêmica

A grande e a maior polêmica da história do Santos aconteceu no ano de 1968. Na sua sexta participação no Campeonato Citadino de São Gonçalo, organizado pela Liga Gonçalense de Desportos (LGD), o clube chegou na penúltima rodada do certamente com dois pontos de vantagem em relação ao Clube Esportivo Mauá

E, para apimentar a penúltima partida seriam entre os dois candidatos ao título. Dessa forma a situação era:

Caso o Santos fosse o vencedor, abriria quatro pontos de vantagem e se sagraria campeão! Mas se o Mauá conquistasse a vitória, igualaria em número de pontos e deixaria a definição do título para a última rodada.

dentro de campo, o Mauá venceu por 2 a 0. No entanto, a diretoria cometeu um deslize e escalou um jogador que estava suspenso. No dia seguinte o Santos já entrou pedindo os pontos na junta disciplinar esportiva. O Mauá resolveu “melar” o campeonato e antecipou as obras que faria em seu estádio, deixando o campeonato sem campo para a última rodada (isso mesmo: o estádio do Mauá era o único disponível).

O Santos ganhou os pontos, o Mauá recorreu na CBD, e só em 1970 o assunto foi encerrado e o Santos Atlético Clube pode gritar, enfim, ‘Campeão‘. Lembrando que em razão dessa polêmica a última rodada do Campeonato Gonçalense de 1968, que não alteraria mais nada, jamais aconteceu.

Goleada e base da Seleção de São Gonçalo

Realizado no dia 17 de Julho de 1968

Posteriormente, o Santos realizou diversos jogos amistosos, como a excursão até Macaé, para encarar o Americano local. No domingo, do dia 21 de julho de 1968, goleou por 5 a 0. Os gols foram assinalados por Géo e Pinto (duas vezes cada) e Mário Lúcio. Santos: Américo; Pelé, Oberdan, Paulinho e Icê; Mazinho e Anísio; Mario Lúcio, Colored, Pinto e Gêo.

Vivendo uma grande fase, o Santos cedeu sete jogadores para a Seleção Gonçalense, do técnico Dilon, que enfrentaria a Seleção de Itaboraí, no domingo, do dia 28 de julho de 1968.   

No domingo, do dia 11 de Agosto de 1968, quando venceu o Fortaleza de São Gonçalo pelo placar de 1 a 0, no campo do Mauá. O gol saiu na fase final, por intermédio de Wilson, que entrara na vaga de Eduardo. O árbitro da partida foi Nilton Viana de Abreu.

Santos: Oton; Icê, Oberdan, José Maria e Paulinho; Mazinho e Colored; Cotô, Mario Lúcio, Gêo e Eduardo (Wilson). Fortaleza: Júlio; Carlinhos (Tião), Jorginho, Benê e Carlinhos II; Roldão e Antônio; Baba, Maurício, Cherret e Arnaldo.    

No dia 25 de Setembro de 1968

A década de 70, aconteceu o declínio da agremiação. Após três anos inativo, o Santos deu o seu último suspiro ao disputar o Campeonato Citadino de São Gonçalo em 1978.

  FONTES: O Fluminense (RJ) – Auriel de Almeida