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História do Estádio Adolfo Konder – Florianópolis (SC): entre 1930 a 1983

Vista panorâmica do estádio Adolfo Konder

A 1ª praça desportiva do estado de Santa Catarina foi o Estádio Adolfo Konder, também conhecido com “Campo da Liga“, “Pasto do Bode” ou “Majestoso“, localizado entre a Avenida Mauro Ramos e as Ruas Bocaiúva, Altamiro Guimarães e Demétrio Ribeiro, no Centro de Florianópolis (SC), com um terreno de 15.000 m², possuía Grama natural (105 x 68 m).

Foi inaugurado na terça-feira, de 11 de Março de 1930, na vitória do Avaí sobre o Tamandaré pelo placar de 3 a 0. O 1º gol foi assinalado pelo atacante Sabas.

O Estádio Adolfo Konder, entre 1930 a 1963, era de propriedade do Governo de Santa Catarina; onde o Avaí e Figueirense mandavam o seus jogos e de 1973 a 1982 ficou aos cuidados somente do Avaí Futebol Clube. Em 1983, o estádio foi demolido e em seu lugar foi construído o Beira Mar Shopping.

O estádio pertencia ao governo do estado até os anos 70, e por isso não apenas o Avaí jogava ali, mas também outras equipes da capital, incluindo seu rival Figueirense Futebol Clube, que jogou no Campo da Liga até os anos 60, quando passou para seu estádio próprio, o Estádio Orlando Scarpelli.

Já o Avaí, que se tornou o único mandante do estádio desde então, jogou no Adolfo Konder até o início do anos 80, quando também teve o seu estádio, a Ressacada, construída.

Foto de 1980: arquibancada e ao fundo, as árvores que ficavam pelo lado da rua Altamiro Guimarães

Época antecessora

No terreno aonde viria ser inaugurado o Estádio Adolfo Konder, por cerca de 15 anos já era utilizado para a prática do futebol. No ano de 1915 o Sport Club Palmeiras, fundado no mesmo ano, utilizou o terreno de cerca de 15 mil metros quadrados para sediar seus jogos e assim impulsionar a rivalidade com o Club Sportivo Florianópolis (ex-Anita Garibaldi, fundado em 14 de julho de 1912) que também era proprietário de um campo de futebol.

Até neste momento, o campo era localizado entre as ruas Brusque (atual Altamiro Guimarães), Heitor Luz (atual rua Bocaiúva), e o que hoje é a rua Rafael Bandeira.

Nesta época existia o bairro São Luiz, junto a Praia de Fora (atual Beira Mar Norte). Neste campo eram realizados a maioria dos jogos de futebol da cidade, até que surgiu, em 1915, o Ginásio Santa Catarina (atual Colégio Catarinense).

Foi neste mesmo local que se iniciou a história do Estádio que viria a se tornar o símbolo do desporto catarinense por mais de cinco décadas.

Estádio Adolfo Konder

Foto, num jogo do Avaí pelo estadual de 1980, no saudoso estádio Adolfo Konder

O Clube de Regatas Aldo Luz (nome de um filho de Hercílio Luz, ex-governador do Estado), se dizia dono da área aonde se localizaria o estádio. Mais tarde, começou a ser divulgado que o terreno pertencia à Irmandade do Senhor Jesus dos Passos.

E foi com a Irmandade que o então governador do estado de Santa Catarina Nereu Ramos negociou a área em 1937, permutando o local por uma obra no Hospital de Caridade de Florianópolis.

Foi então que o governo do estado realizou a obra de construção do estádio entre os anos de 1929 e 1930. No jogo de inauguração na terça-feira, de 11 de Março de 1930, na vitória do Avaí sobre o Tamandaré pelo placar de 3 a 0. O 1º gol foi assinalado pelo atacante Sabas.

Os porquês das alcunhas do estádio

Na foto, o goleiro realiza com segurança a sua defesa no saudoso estádio Adolfo Konder

De qualquer forma, desde sua inauguração, o estádio sempre esteve sob responsabilidade da Liga Santa Catarina de Desportos Terrestres (atual Federação Catarinense de Futebol), surgindo aí a denominação de Campo da Liga.

Moradores das redondezas diziam que a pessoa responsável por cuidar do estádio e do campo, de vez em quando, colocava umas cabras e cabritos para aparar a grama. Mas a denominação de Pasto do Bode veio nos anos 70, depois da divulgação de uma foto armada, com um bode alugado, colocado no campo para pastar.

Os jogos até os anos 50 eram disputados no período da tarde, visto que o estádio não possuía sistema de iluminação. Nessa época, não era de se estranhar a presença de vários funcionários públicos nos jogos.

Estes trocavam as repartições pelas arquibancadas do Adolfo Konder. Estes jogos à tarde foram apelidados de “jogos do paletó” pois muitos funcionários deixavam o paletó em sua cadeira na repartição pública e iam aos jogos.

Houve casos de fotos dos jogos revelarem pessoas que tinham se ausentado à tarde em razão de “doença” ou motivo de “força maior“, neste caso o futebol. Consequentemente, alguns acabaram advertidos e ouros demitidos!

Como o estádio foi repassado ao Avaí FC

Mais tarde, o então deputado federal Fernando José Caldeira Bastos, que foi presidente do Avaí por dois mandatos (1964, 1965 e 1966 e 1972, 1973 e 1974), criou uma lei para que o estado doasse o estádio ao Avaí e, em 1973, o projeto de lei 80\72 foi à votação nas Comissões de Justiça e Finanças e teria que ser aprovado por unanimidade para que fosse sancionado.

Na época um então deputado do MDB, torcedor do rival Figueirense, decidiu não votar a favor do projeto de lei. Foi então que o itajaiense Delfim de Pádua Peixoto Filho, que posteriormente foi presidente da Federação Catarinense de Futebol, convenceu o colega da necessidade de sua aprovação e o mesmo aceitou.

Aprovado o projeto em reunião conjunta, depois pela Comissão de Viação, foi decretada pela Assembléia e sancionada pelo governador Colombo Salles, na segunda-feira, do dia 18 de setembro de 1972, a Lei 4781, que autorizava a alienação do imóvel denominado “Estádio Adolpho Konder” em favor do Avaí Futebol Clube. A Lei entrou em vigor na quarta-feira, do dia 27 de setembro de 1972.

Recordes de público e gols

Nessa tradicional praça desportiva aconteceram momentos históricos, como o jogo realizado na quarta-feira, do dia 31 de março de 1971, entre o Avaí e o Santos, de Pelé que terminou com vitória do time paulista por 2 a 1, e com o público recorde registrado no estádio de 19.985 pessoas.

E também a partida com maior número de gols da história do futebol catarinense: 24 tentos! Aconteceu no domingo, do dia 13 de Maio de 1945, na acachapante goleada do Avaí sobre o Paula Ramos pelo elástico placar de 21 a 3.

Estádio Adolfo Konder: início de 1984

Fim da linha

A linda história do Estádio Adolpho Konder, que pertencia ao Avaí, todavia a sua estrutura já precária para os padrões da época, não poderia ser melhorada naquele pequeno espaço de apenas 15 mil metros quadrados.

A infraestrutura das ruas e as novas edificações nas imediações do estádio impediam a sua expansão. Mas devido a sua ótima localização, o terreno aonde se localizava o estádio tinha um ótimo valor imobiliário.

Até que no ano de 1980, foi feita outra permuta. O grupo econômico Kobrasol Empreendimentos Indústria Ltda. (formado entre as empresas Koerich, Brasilpinho e Cassol) ficou com o terreno para a edificação de um shopping, em troca da construção do Estádio da Ressacada que seria disponibilizado ao Avaí, e foi inaugurado na terça-feira, do dia 15 de Novembro de 1983.

O antigo campinho do Palmeiras, depois Campo da Liga e Estádio Adolpho Konder, não pertencia mais futebol florianopolitano e seu novo dono transformaria seus 15.030 metros quadrados no 1º shopping Center da Ilha. Ao Avaí, uma nova, moderna e vasta praça esportiva, quase oito vezes maior que o antigo Pasto do Bode, próximo ao aeroporto Hercílio Luz.

O penúltimo jogo, ocorreu na segunda-feira, do dia 03 de outubro de 1983, no amistoso entre os times másteres, do Avaí e Figueirense. Por fim, a última partida oficial disputada no Estádio Adolfo Konder, foi na quarta-feira, do dia 12 de outubro de 1983, entre Avaí e Joinville que empataram sem gols.

Beira Mar Shopping

FOTOS: Acervo de Adalberto Klüser – Hélcio GuimarãesOsny Meira – Vandrei Bion – Letícia Bombo/Em Voga Comunicação, Cláudio Postical

FONTES: Diversos jornais catarinenses – Wikipédia

YPIRANGA F.C. – CAMPEÃO CATARINENSE DE 1936

CAMPEONATO CATARINENSE DE 1936

Associação Catarinense de Desportos

Participantes:

América Futebol Clube – Joinville

América Futebol Clube – Mafra

Clube Atlético São Francisco – São Francisco do Sul

Bangú Futebol Clube – São Francisco do Sul

Caxias Futebol Clube – Joinville

Gremio Esportivo Joinville – Joinville

Liga Esportiva São Luiz – Joinville

Pery Ferroviário Esporte Clube – Mafra

Ypiranga Futebol Clube – São Francisco

JOGOS

ZONA 1

1. TURNO

29/03/1936 AMÉRICA F.C. 3 X 0 GREMIO E. JOINVILLE

29/03/1936 YPIRANGA F.C. 3 X 2 BANGÚ de São Francisco

05/04/1936 LIGA E. SÃO LUIZ 3 X 2 AMÉRICA F.C.

05/04/1936 ATLÉTICO SÃO FRANCISCO 0 X 2 CAXIAS F.C.

19/04/1936 GREMIO E. JOINVILLE 1 X 2 YPIRANGA F.C.

19/04/1936 BANGÚ de São Francisco 2 X 2 LIGA E. SÃO LUIZ

26/04/1936 CAXIAS F.C. 6 X 0 BANGÚ de São Francisco

26/04/1936 ATLÉTICO SÃO FRANCISCO 6 X 1 AMÉRICA F.C.

03/05/1936 LIGA E. SÃO LUIZ 4 X 3 GREMIO E. JOINVILLE

03/05/1936 YPIRANGA F.C. 3 X 2 CAXIAS F.C.

10/05/1936 AMÉRICA F.C. 2 X 7 YPIRANGA F.C.

10/05/1936 BANGÚ de São Francisco 1 X 2 ATLÉTICO SÃO FRANCISCO

17/05/1936 LIGA E. SÃO LUIZ 2 X 1 ATLÉTICO SÃO FRANCISCO

17/05/1936 BANGÚ de São Francisco WO X 0 GREMIO E. JOINVILLE

24/05/1936 GREMIO E. JOINVILLE 2 X 2 CAXIAS F.C.

24/05/1936 ATLÉTICO SÃO FRANCISCO 2 X 3 YPIRANGA F.C.

31/05/1936 CAXIAS F.C. 1 X 2 LIGA E. SÃO LUIZ

31/05/1936 BANGÚ de São Francisco 0 X WO AMÉRICA F.C.

07/06/1936 GREMIO E. JOINVILLE 1 X 2 ATLÉTICO SÃO FRANCISCO

07/06/1936 YPIRANGA F.C. 1 X 0 LIGA E. SÃO LUIZ

21/06/1936 AMÉRICA F.C. 3 X 0 CAXIAS F.C.

Classificação do 1. turno

P.P. PG. J V E D
YPIRANGA F.C. 0 12 6 6 0 0
LIGA E. SÃO LUIZ 3 9 6 4 1 1
ATLÉTICO-SF 6 6 6 3 0 3
AMÉRICA F.C. 6 6 6 3 0 3
CAXIAS F.C. 7 5 6 2 1 3
BANGÚ-SFS 9 3 6 1 1 4
GREMIO E. JOINVILLE 11 1 6 0 1 5

2. TURNO

05/07/1936 GREMIO E. JOINVILLE 1 X 2 AMÉRICA F.C.

05/07/1936 BANGÚ de São Francisco 1 X 5 YPIRANGA F.C.

19/07/1936 YPIRANGA F.C. 4 X 0 GREMIO E. JOINVILLE

19/07/1936 CAXIAS F.C. 3 X 1 ATLÉTICO SÃO FRANCISCO

26/07/1936 ATLÉTICO SÃO FRANCISCO 1 X 0 BANGÚ de São Francisco

02/08/1936 GREMIO E. JOINVILLE 6 X 0 BANGÚ de São Francisco

02/08/1936 YPIRANGA F.C. 5 X 1 AMÉRICA F.C.

16/08/1936 CAXIAS F.C. 5 X 0 AMÉRICA F.C.

23/08/1936 LIGA E. SÃO LUIZ 3 X 3 BANGÚ de São Francisco

23/08/1936 ATLÉTICO SÃO FRANCISCO 5 X 0 GREMIO E. JOINVILLE

30/08/1936 AMÉRICA F.C. 2 X 0 BANGÚ de São Francisco

30/08/1936 YPIRANGA F.C. 3 X 2 ATLÉTICO SÃO FRANCISCO

13/09/1936 LIGA E. SÃO LUIZ 5 X 4 YPIRANGA F.C.

13/09/1936 BANGÚ de São Francisco 0 X WO CAXIAS F.C.

27/09/1936 CAXIAS F.C. 2 X 2 YPIRANGA F.C.

27/09/1936 ATLÉTICO SÃO FRANCISCO 1 X 1 LIGA E. SÃO LUIZ

04/10/1936 LIGA E. SÃO LUIZ 2 X 3 CAXIAS F.C.

11/10/1936 AMÉRICA F.C. 1 X 3 ATLÉTICO SÃO FRANCISCO

18/10/1936 GREMIO E. JOINVILLE 2 X 1 LIGA E. SÃO LUIZ

25/10/1936 CAXIAS F.C. 7 X 0 GREMIO E. JOINVILLE

25/10/1936 AMÉRICA F.C. 3 X 6 LIGA E. SÃO LUIZ

Classificação final

P.P. PG. J V E D GP GC SG
YPIRANGA F.C. 3 21 12 10 1 1 42 20 22
CAXIAS F.C. 8 16 12 7 2 3 33 15 18
LIGA E. SÃO LUIZ 9 15 12 6 3 3 31 26 5
ATLÉTICO-SF 11 13 12 6 1 5 26 18 8
AMÉRICA F.C. 14 10 12 5 0 7 20 36 -16
GREMIO E. JOINVILLE 19 5 12 2 1 9 16 32 -16
BANGÚ-SFS 21 3 12 1 1 10 9 30 -21

ZONA 2

25/10/1936 PERY F.E.C. de Mafra 5 X 0 AMÉRICA F.C. de Mafra

FINAL

17/01/1937 YPIRANGA F.C. 4 X 3 PERY F.E.C. de Mafra

YPIRANGA F.C. – CAMPEÃO CATARINENSE DE 1936 (ACD)*

*Titulo não homologado pela FCF, rival da ACD, neste periodo.

 

AFONSO PENA F.C. – JOINVILLE/SC

O Afonso Pena Futebol Clube foi fundado em 16 de Julho de 1936, numa residencia da Rua Afonso Pena, no bairro Bucarein em Joinville.

Sua primeira diretoria era composta por:

Presidente: Virgilio da Silva

Vice-presidente: Odorico Moura

1. Secretario: Wolvenaer Satiro dos Passos

2. Secretario: Joao Eurico Castelhano

1. Tesoureiro: Liberato Dias Tavares

2. Tesoureiro: Paulo Stoicker

Diretor Esportivo: Alfredo Fagundes de Oliveira

Estreou nos campeonatos da Associação Catarinense de Desportos (ACD), atual Liga Joinvillense de Futebol (LJF) em 1938, logo ganhando o apelido de “benjamin da ACD”. Sua estréia oficial foi pouco promissora, pois foi eliminado na 1. rodada do Torneio Inicio pelo Glória F.C.

No campeonato oficial de 1938, embora não tenha brigado pelo titulo, deixou uma otima impressão por ter saido invicto diante do América contra quem conseguiu uma vitória e um empate.

Em Dezembro de 1938, inaugurou o seu estádio, chamado Germano Stein, localizado na rua Porto Belo, no bairro Bucarein.

Disputou ininterruptamente os campeonatos oficiais de Joinville até 1946, tendo vivido o seu auge em 1945 quando foi o vice-campeão.

Entre 1947 e 1949 adotou a denominação de Clube Recreativo Flamengo e as cores rubro-negras. Foi sem duvida seu pior momento, já que foi inúmeras vezes goleado por América, Caxias e Atlético de São Francisco que eram bem superiores aos demais times da região.

Entre 1950 e 1954 esteve ausente dos campeonatos oficiais, retornando em 1955, com a antiga denominação, no campeonato da Segunda Divisão.

Em 1956 fez sua ultima participação na elite do futebol local, com uma modesta campanha, frente a adversários como Gloria, Floresta, Estiva, Operário e São Luiz.

Há 13 anos Paysandu e Figueirense conquistavam o acesso a Série A

Politicagem tirou o acesso do Caxias em 2001, diz Loebeling

A Série B do Campeonato Brasileiro era um território recém-descoberto pelas torcidas dos grandes centros do País em 2001 quando Alfredo dos Santos Loebeling se aposentou como árbitro. Sua última partida profissional coincidiu com a última rodada daquele torneio, que ficou marcada pelas polêmicas da arbitragem e que foi fundamental em sua decisão de pendurar o apito.

Loebeling foi escalado para apitar Figueirense x Caxias no Estádio Orlando Scarpelli, pela sexta rodada do quadrangular final da Série B de 2001. Os dois times tinham seis pontos, assim como Paysandu e Avaí. Em Belém, o time paraense – que só precisava empatar – fez sua parte e conquistou o título do torneio ao vencer o rival catarinense no Estádio da Curuzu por inapeláveis 4 a 0. Mas em Florianópolis…

Na capital catarinense, o Figueirense também fazia sua parte e vencia o Caxias por 1 a 0 até os 46min do segundo tempo – Abimael, aos 16min da etapa final, marcou. Os cerca de 22 mil torcedores no estádio não conseguiam conter a ansiedade. Aí, cerca de 2 mil deles pularam os alambrados e invadiram o gramado. Os jogadores começaram a comemorar o final do jogo.

Assista o gol do acesso
https://www.youtube.com/watch?v=62GAxRKxJYk

Estava estabelecida aí a confusão entre os dois times, que só iria se resolver no ano seguinte.

Quem explica o que aconteceu a partir daí é o próprio Alfredo Loebeling. Segundo ele, a súmula da partida relatava a invasão antes do final do jogo, o que custaria os pontos da vitória ao Figueirense e daria a vaga na Série A ao Caxias. No entanto, por orientação do então presidente da comissão de arbitragem da CBF, Armando Marques, o árbitro enviou à entidade um primeiro relatório, dizendo que a invasão só aconteceu após o apito final. Depois, enviou o relatório que, segundo foi explicado a Loebeling, valeria. No fim, a CBF levou em consideração o primeiro relatório, que atendeu a pedidos de Armando Marques, e promoveu o Figueirense.

“Eu tinha botado que a invasão foi antes de acabar o jogo, como de fato aconteceu. Estava nos acréscimos, faltava um minuto e pouco para o fim dos acréscimos. O Armando Marques falou que tinha que colocar no relatório que a invasão foi depois de terminar o jogo. Aquilo manteria o resultado”, contou Loebling. E por que Armando Marques fez pressão pela manutenção do resultado? Para o ex-árbitro, por um motivo: política.

“O Rio Grande do Sul já tinha três times (na Série A do Campeonato Brasileiro) – Grêmio, Inter e Juventude na época. O Caxias seria o quarto. Santa Catarina não tinha nenhum time. Obviamente, foi uma decisão mais política do que técnica”, assegurou Loebeling, que descartou qualquer pressão do Figueirense ou da Federação Catarinense de Futebol pela decisão em favor do clube alvinegro.

Hoje aposentado, Loebeling lamenta os desdobramentos daquela posição da CBF – em especial porque o árbitro abandonou o futebol profissional justamente quando aparecia em uma posição de destaque no quadro da entidade. O sonho de apitar uma Copa do Mundo ficou pelo caminho, enquanto o Caxias – atualmente na Série C – busca desde então a volta à Série A, de onde está fora desde 1979.

Confira a entrevista de Alfredo dos Santos Loebeling:

Última Divisão – Aquele Figueirense x Caxias no Estádio Orlando Scarpelli em 2001 foi seu último jogo, certo? Você se aposentou ali, né?

Loebeling – Foi o último jogo profissional que eu apitei. Figueirense x Caxias, última rodada da Série B de 2001.

Última Divisão – Você já estava decidido a se aposentar naquele jogo? Ou aquela confusão te influenciou?

Loebeling – Eu tinha mais quatro anos pela frente, e tinha a expectativa de apitar a Copa do Mundo. Mas depois do jogo, como as coisas aconteceram, eu tomei a decisão de encerrar a carreira.

Última Divisão – Naquele jogo, houve uma invasão no campo no final da partida, e a decisão do acesso de Figueirense ou Caxias foi adiado. Você se lembra do que colocou no relatório daquela partida a respeito da invasão?

Loebeling – Eu tinha botado que a invasão foi antes de acabar o jogo, como de fato aconteceu. Estava nos acréscimos, faltava um minuto e pouco para o fim dos acréscimos. O Armando Marques falou que tinha que colocar no relatório que a invasão foi depois de terminar o jogo. Aquilo manteria o resultado. Na época, pelo que dizia o CBDF (Código Brasileiro Disciplinar do Futebol), relatando a verdade, que a invasão aconteceu antes de acabar o jogo, o time cuja torcida que causa a invasão perderia os pontos. Subiria o Caxias e não o Figueirense.


Última Divisão – Você colocou então, de fato, que a invasão foi antes de acabar o jogo?

Loebeling – Faltava uns 50 segundos, houve uma invasão da torcida do Figueirense.

Última Divisão – Por que então o Caxias não subiu? Você lembra?

Loebeling – Quando o Armando Marques fez a pressão para eu colocar que a invasão foi antes de acabar o jogo, eu denunciei ao presidente (Eduardo José) Farah, da Federação Paulista (de Futebol). O Farah fez uma denuncia ao Tribunal (Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o STJD), com o Luiz Zveiter (então presidente do órgão). Foi para julgamento. Quando eu estava sendo pressionado para mandar ao Rio de Janeiro a súmula do jogo via fax, do jeito que o Armando queria, o Farah ligou para o Zveiter e perguntou: “o que ele faz?”. Ele falou: “manda um fax do jeito o que o Armando Marques quer e traz na minha mão o relatório do jogo”. Fizemos isso. Mandamos um fax do jeito que o Armando queria, que o Luiz Zveiter falou que não teria valor legal por ser um fax, e eu ia entregar na mão dele o relatório oficial do jogo. Eu levei ao Rio de Janeiro do jeito que foi feito, e o Zveiter me denunciou, como se eu tivesse entregado dois relatórios. Quando ele foi me julgar pelos dois relatórios, ao mesmo tempo, ele estava definindo qual dos dois valeria. Segundo o Zveiter, segundo o Armando Marques, segundo a CBF, como eu mandei primeiro o fax, valeu o fax.

Última Divisão – No fim, valeu o que o Armando Marques pediu para constar, que a invasão foi depois do jogo.

Loebeling – Sim, valeu. Se for analisar bem, tem uma explicação logica para isso. O Rio Grande do Sul já tinha três times – Grêmio, Inter e Juventude na época. O Caxias seria o quarto. Santa Catarina não tinha nenhum time. Obviamente, foi uma decisão mais politica do que técnica. A ideia era o quê? Ter mais um estado, que você movimenta milhões, que você… É um outro conceito. Por causa disso, acabou sendo uma decisão politica, e não técnica.

Última Divisão – Você sofreu alguma pressão – do Figueirense, do Caxias, do Delfim (Peixoto, presidente da Federação Catarinense de Futebol) – para formular o relatório?

Loebeling – Não. Em nenhum momento teve envolvimento de clube. O Figueirense não me pediu nada, ninguém me ligou da Federação (Catarinense). Fui pressionado pelo Armando, que me falou que, se eu não fizesse o que ele queria, ele me tirava da Fifa, como realmente tirou. Ele me falou o seguinte: “se você fizer o que eu estou mandando, sei que você é filho de alemão, a próxima Copa (do Mundo, 2006) é na Alemanha”… Entendeu? Insinuando que, se eu fizesse o que ele mandou, poderia apitar a Copa da Alemanha.

Última Divisão – Acabou pesando essa pressão para você se aposentar, eu imagino…

Loebeling – Futebol é um grande negócio. Infelizmente, as pessoas tem que entender isso. Naquele momento, interessava para a CBF, para o Armando, para o sistema, que subisse o Figueirense e não e o Caxias. Alguém tinha que pagar o pato. Fui denunciado, mas não me arrependo não.

Última Divisão – Ficou chateado de não ter sido indicado para apitar a Copa de 2006?

Loebeling – Fiquei chateado porque me dediquei 12 anos à arbitragem. Gostava muito. Encerrar a carreira dessa maneira porque as pessoas querem, porque não querem o que é justo, é complicado. E também pelo que acontece depois – depois que eles acabaram com o árbitro, precisaram acabar com o homem. De melhor árbitro do Brasil por dois anos seguidos, recebendo prêmio e dando curso, virei bandido, estelionatário. Eles precisavam fazer de um jeito que eu não voltasse.

Fonte: Útima Divisão

http://rsssfbrasil.com/tablesae/br2001l2.htm

Quem nunca errou, que apite um jogo na vida!

Futebol Varzeano Catarinense de 1940

Para aqueles que curtem… Encontrei essa matéria de três páginas falando do futebol varzeano de Santa Catarina de 1940. A reportagem foi extraída da Revista Sport Ilustrado, do dia 17 de outubro de 1940. Na bela matéria é possível ver as fotos de 07 (sete)  agremiações posados, alguma, inclusive, com informações:

Glória Futebol Clube (O Alviverde ‘Leão da Várzea’ foi Fundado no dia 09 de julho de 1928), de Joinville; Floresta Futebol Clube; Bonsucesso Futebol Clube; Victoria Futebol Clube (Alviverde); Rio Branco Futebol Clube; e Sociedade Esportiva Cruzeiro (alvianil).

Itajahyense Foot-Ball Club de Itajaí SC

Itajahyense Foot-Ball Club fundado em novembro de 1911, foi o primeiro clube da cidade de Itajaí.
Seu campo de futebol localizava-se na Rua 7 de Setembro, no centro de Itajaí, denominado Campo da Municipalidade. Nesse local aconteceu o primeiro jogo da equipe, que ainda não tinha adversário direto, mas dividiram o grupo em duas equipes (azul e branco). Então em 14 de janeiro de 1912, começava oficialmente o futebol na cidade do Itajaí, a partida terminou empatada em 1 a 1.

Fontes: tatigirardi.blogspot.com/ repositorio.ufsc.br