Arquivo da categoria: 08. Gilberto Maluf

Romeiro, o Sputnik Brasileiro.

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Em pé:
Rubens. Pompéia. Edson. Ivan. Agnelo e Helio.
Agachados:
Canario. Romeiro. Leonidas da Selva. Alarcon e Alvinho.

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Romeiro cumprimentando Dequinha do Flamengo e o árbitro é Alberto da Gama Malcher.
Foto crédito: “Romeiro, o sputinik brasileiro”, livro de Antônio Carlos Meninéa
Depois de ser recusado por Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo, o América foi o primeiro time profissional de Romeiro.

O ex-goleiro Valdir Joaquim de Moraes definiu seu ex-companheiro de equipe como um dos maiores batedores da falta da história.
“Fui sempre amigo do Romeiro, almoçamos muitas vezes em São Paulo. Ele veio do América-RJ e foi um dos maiores batedores de falta que conheci no futebol até hoje. Naquela época a bola era ruim, e ele tinha um domínio excelente”, lembrou Valdir.
“Era um jogador versátil, jogava de lateral, ponta-esquerda… só não jogava no gol porque eu não deixava. Foi um grande amigo, sempre fazia churrasco entre a gente, um bonachão. Lamento pela morte e deixo meus sentimentos para a família dele e para a família palmeirense, porque ele sempre foi palmeirense”, acrescentou o ex-goleiro, durante o treino que o clube alviverde realizou em Atibaia nesta tarde. Romeiro faleceu em 04 de janeiro de 2008.

Romeiro também foi importante na conquista da Taça Brasil de 1960 e deixou o Palmeiras em 1962, rumando para o futebol colombiano. Aposentado, virou sócio do clube e chegou a trabalhar nas categorias de base. Em 1970, foi campeão da Copa São Paulo como treinador do Nacional, de São Paulo.

O escritor Antônio Carlos Meninéia publicou a biografia de Romeiro, em 2004, com o título “Romeiro: o Sputnik Brasileiro”. O ex-jogador deixa três filhos e a esposa, Maria José Martins Cardoso.
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O Supercampeonato de 1959 recebeu essa denominação por precisar ser decidido numa seqüência de melhor de três jogos. Ao final da temporada, Palmeiras e Santos terminaram empatados, e o regulamento determinou que os dois times se enfrentassem por até três vezes para decidir quem levaria o caneco.
A primeira partida foi há exatos 48 anos, a 5 de janeiro de 1960, no Pacaembu. Empate em 1×1, gols de Pelé e Zequinha. Com o empate no primeiro jogo, já ficou obrigatória a realização da terceira partida, já que mesmo que houvesse um vencedor na segunda, o outro clube poderia reverter na terceira.

O segundo jogo, dois dias depois, terminou 2×2, com dois de Pepe para o Santos, e Chinesinho e Getúlio (contra) para o Verdão. O Santos saiu na frente, o Palmeiras virou, e a 10 minutos do fim Pepe deu números finais ao placar, e a decisão ficou para o dia 10, um domingo. Imaginem, num espaço de 5 dias, tivemos três clássicos no Pacaembu para decidir o Paulistão.

Vejam a escalação das equipes para o terceiro jogo, que desfile de craques:
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Palmeiras: Valdir de Moraes, Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar e Geraldo Scotto; Zequinha e Chinesinho, Julinho Botelho, Américo, Romeiro e Nardo, sob o comando do mestre Oswaldo Brandão (Romeiro é o último da direita, agachado).

O Santos veio com Laércio; Urubatão, Getúlio e Dalmo; Formiga e Zito; Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe, sempre sob o comando de Lula.

Aos 14 do primeiro tempo, Pelé abriu o placar. O aparentemente imbatível time do Santos, campeão em 58, tendo Pelé como artilheiro com 58 gols, rumava firme para o bi. Mas Julinho Botelho, aos 43 minutos, empatou o jogo. E o jogo foi pro intervalo com o placar igualado, mais uma vez. Só que o campeão tinha que sair naquele dia.
No início do segundo tempo, aos 2 minutos, falta para o Palmeiras, de meia-distância. Romeiro batia forte e de três dedos, com um veneno incrível. E aquela batida de falta tornou-se imortal: por cima da barreira, a bola foi no ângulo do ex-palmeirense Laércio, que nem se mexeu. A vantagem era de novo do Palmeiras, que segurou o placar até o fim e se tornou o SUPERCAMPEÃO PAULISTA DE 1959.

Romeiro, curinga que jogava em todas as posições da linha, admitiu anos mais tarde uma passagem curiosa nessa partida: bem perto do fim do jogo, Nardo invadiu a área do Santos e tocou na saída de Laércio. A bola ia mansa em direção ao gol, quando ele confessa que torceu demais para aquela bola não entrar. A bola desviou numa irregularidade do campo, e saiu rente à trave.

– Mas seu Romeiro, por que o senhor torceu para ela não entrar?
– Pô, o gol do título não ia mais ser o meu!

Romeiro ainda conquistaria com a camisa do Verdão a Taça Brasil de 1960, antes de ser negociado com a Portuguesa.

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Times inolvidáveis

Os times aqui lembrados são de referência do site Os clássicos do Futebol. Na minha opinião deixaram de serem listados aqui os grandes times do Botafogo de Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagalo e tampouco o time da Academia do Palmeiras, de Gildo, Servílio, Vavá, Ademir e Rinaldo. Também o time do Flamengo que foi campeão mundial não foi aqui lembrado pelo site. Mas é de conhecimento geral que os maiores times da história foram o Real Madri e Santos F.C. listados aqui.

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A minha primeira figurinha não podia ser outra do que o mítico Santos de 1962 que ganhou tudo.. tudo mesmo! Não era um time, era uma seleção de monstros e o terror dos adversários.
Só em 62′ faturou: ..
O campeonato paulista.
A taça Brasil.
Taça Libertadores de América.
Mundial Interclubes.
A base do Santos 1962: Lima, Zito, Dalmo, Calvet, Gilmar e Mauro. Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe.
Veja os gols em…
… Vídeo do Santos FC 1962:
Gols Santos 5 x 2 Benfica (YouTube & esportemania)
Gols Santos 3 x 0 Peñarol (YouTube & rodrferreira)

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O dia 16 de maio de 1973 no estádio Kaftanzoglio, o Milan sagrou-se campeão da Cup Winners Cup (Recopa de Europa) ao vencer por 1 x 0 ao Leeds United com gol de Chiarugi.
A base do time do Milan 1973: Vecchi, Anquiletti, Sabatini, Schnellinger, Rosato, Biasolo, Tresoldi, Benetti, Prati, Rivera, Chiarugi. Técnico: Nereo Rocco.
Campeón Cup Winners Cup. Milan 1 x 0 Leeds United
Veja os gols em….
… Vídeo do AC Milan 1973:
Gols Milan 1 x 0 Leeds United (YouTube & beatenge,)

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O Manchester foi o primeiro clube inglês a conquistar uma Copa Européia, o primeiro título da Liga dos Campeões da UEFA aconteceu em 1968 no estádio de Wembley, em Londres, onde o Manchester de Bobby Charlton e George Best venceu o poderoso Benfica de Eusébio por 4 a 1 na prorrogação.
Time completo do Manchester United 1968.
Atrás: B. Foulkes, J. Aston, J.Rimmer, A. Stepney, A. Gowling, D. Herd. Meio: D. Sadler. T. Dunne, S Brennan, P. Crerand, George Best, F. Burns, J. Crompton. Frente: J. Ryan, N. Stiles, D. Law, M. Busby, Bobby Charlton, B. Kidd, J. Fitzpatrick.
Veja os gols em….
… Vídeo do Manchester United 1968
Gols Manchester U. 4 x 1 Benfica (YouTube & punkfootball)

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O 29 Maio 1958 no estádio do Heysel, Bruxelas se enfrentaram na final da Taça dos Campeões Europeus o praticamente invencível Real Madrid de Kopa, Di Stéfano, Rial, Gento e o poderoso Milan Maldini, Liedholm, Schiaffino…
Durante a final o Milan ficou duas vezes na frente no placar, porém “Los Merengues” conseguiram igualar e vencer de virada no tempo de prorrogação com gol de Gento.
Esse Real Madrid (a base dele) encheu de troféus as estantes do clube espanhol. Não era um time, era uma máquina de triturar adversários e junto ao Santos de Pelé.. considerado melhor time da história.
A base do Real Madrid 1958: Em pé, de esquerda a direita: Alonso, AtienzaII, Santamaría, Lesmes, Santisteban e Zárraga. Agachados: Kopa, Joseíto, Di Stéfano, Rial e Gento.
Veja os gols em….
… Vídeo do Real Madrid 1958:
(Envie uma sugestão de vídeo para Os Clássicos)..
Gols Real Madrid 3 x 2 AC Milan (YouTube & kimetlopez)

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O Bayern de Munique foi campeão de europa em 1974 ao vencer na final o Atlético de Madrid por 4 x 0. O time do Bayern era uma máquina! Entre os monstros do time se encontravam o Maiers, Breitner, Beckenbauer e Gerd Müller.
A base do time do Bayern Munique 1974: Maiers, Hansen, Breitner, Schwartzenbeck, Beckenbauer, Roth, Torstensson, Zobel, Gerd Müller, Hoeness y Kapellmann.
Campeão da Europa. Bayern Munich 4 x 0 At.Madrid.
Veja os gols em…..
… Vídeo do Bayern Munique 1974:
Gols Bayern M. 4 x 0 Atlético M. (1/3) (YouTube & luyluay)
Gols Bayern M. 4 x 0 Atlético M. (2/3) (YouTube & luyluay)
Gols Bayern M. 4 x 0 Atlético M. (3/3) (YouTube & luyluay)

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Em 1964 e 1965 o C.A. Independiente foi bicampeão da Copa Libertadores de América ganhando duas finais contra o Nacional e Peñarol do Uruguai.
A base do Independiente 1964: Santoro, Guzmán, Rolan, Ferreiro, Acevedo, Maldonado, Bernao, Prospitti, Suárez, M.Rodríguez e Savoy.
Independiente é mais uma lenda do futebol mundial.
Veja os gols em….
… Vídeo do Independiente 1964:
Gols Independiente Bi Libertadores (YouTube & Avellaneda,)

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O 21 de julho de 1976 se jogava a final da Taça Libertadores da América entre Cruzeiro e o River Plate. No Primeiro jogo da final no Mineirão, o Cruzeiro tinha vencido o time Argentino por 4 x 1, porém, no jogo realizado em Buenos Aires, o time do River Plate venceu por 2 x 1. Tiveram que decidir um campo neutro para definição num terceiro jogo final. O estádio escolhido foi o Nacional de Santiago em Chile.
O jogo foi emocionante, e o Cruzeiro abriu o placar com Nelinho, aos 24′, ainda o Cruzeiro aumentou com Eduardo 55′, mas o River não se entregou e conseguiu igualar o jogo com Mas, aos 59′ e Urquiza, aos 64′. O jogo parecia ir aos pênaltis, até que no finzinho do jogo apareceu Joãozinho, aos 88′, para marcar o gol que daria a Taça Libertadores ao time brasileiro.
A base do Cruzeiro 1976: Darci Meneses, Piazza, Moraes, Nelinho Vanderlei, Raul, Eduardo, Zé Carlos, Palhinha, Jairzinho e Joaozinho…
Campeão da Libertadores 1976. Cruzeiro 3 x 2 River Plate.
Veja os gols em…
… Vídeo do Cuzeiro FC 1976:
Gols Cruzeiro 3 x 2 River Plate (1/2) (YouTube & Almiro)
Gols Cruzeiro 3 x 2 River Plate (2/2) (YouTube & Almiro)

Gilberto Maluf

1958 – A história começaria a mudar

Recebi este relato do historiador Mario Lopomo, através do Blog http://mlopomo.zip.net
Apenas substituí algumas fotos por problemas de cópia.

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Em 1958, a historia começaria a mudar. O recém eleito presidente da CBD (Confederação Brasileira de Futebol) João Havelange, que assumiu no lugar de Silvio Pacheco, chamou Paulo Machado de Carvalho para organizar os trabalhos para formar uma seleção a altura de bem representar o futebol brasileiro.
Paulo Machado de Carvalho, que já tinha feito parte das delegações anteriores sabia muito bem qual era o defeito dos brasileiros quando estavam em grupo e em outros paises. Falta de educação, fugas do hotel, para participar de noitadas em boates ou casas suspeitas, coisa que logo que chegavam a um local queriam saber logo onde tinha. Outro detalhe. A falta de compostura nos hotéis chamava a atenção de quem tinha estado nesses locais. Muitos jogadores faziam suas necessidades fisiológicas nos lavatórios reservado a lavar o rosto.
Primeiro detalhe que Paulo de Carvalho impôs: Primeiro vamos convocar homens de caráter e educação. A seguir os jogadores capacitados a jogar.
Uma comissão foi formada para coordenar os trabalhos. E essa comissão era formada por representantes da imprensa, Paulo Planet Buarque, Flavio Iazetti, Álvaro Paes Leme e Ari Silva, que tinham a missão de formar uma comissão técnica. Os componentes da Delegação foram: Dr. Paulo Machado de Carvalho (Chefe), Vicente Feola (Técnico), Carlos Nascimento (supervisor), José de Almeida Filho (Assessor Técnico), Dr. Hilton Gosling (Médico), Mario Trigo Loureiro (Dentista), Adolpho Ribeiro Marques (Tesoureiro), Professor João Carvalhais (Psicotécnico), Paulo Amaral (Preparador Físico), Mario Américo (Massagista), Francisco Assis Santos (Roupeiro). Jogadores: Castilho, Dino Sani, Djalma Santos, Pelé, Dida, Vavá, Gilmar, Bellini, Joel, Zito, Pepê, Garrincha, Zagallo, Mauro, Moacir, De Sordi, Nilton Santos, Orlando, Oréco, Mazzola, Zózimo e Didi.
Depois da convocação dos jogadores, que não teve muita critica, pois os melhores jogadores haviam sido escolhidos. Para não dizer que todos os cronistas estavam a favor. Wilson Brasil da Radio Nacional em seu programa bate bola, todas as tardes às 18 horas, que apresentava juntamente com Jaime Moreira Filho, Geraldo Tassinari, Edson França, e Hélio Prioli, criticava duramente o técnico Vicente Feola, por não ter convocado o jogador Luisinho do Corinthians. Já Mário Moraes da Rádio Bandeirantes e Geraldo Bretas da Rádio Tupi eram totalmente contra a presença de Vicente Feola como técnico. Pedro Luiz, apesar das rusgas com Paulo Machado de Carvalho, não fazia muitas criticas a comissão técnica em seu comentário diário depois da Voz do Brasil, o mais ouvido do rádio paulista.

Já o comentarista Mário Moraes, achava que Feola estava mais para vendedor de pipocas do que para técnico de futebol. Geraldo Bretas na Rádio Tupi fazia criticas pesadas contra o técnico Vicente Feola. Já na Rádio Record e na Rádio Pan americana (a emissora dos esportes) tudo estava na mais prefeita ordem. Braga Júnior, e Geraldo José de Almeida, defendiam o técnico e toda a comissão.
Os treinos começavam, vinham os amistosos e as críticas começavam a aparecer, muitos achavam que a seleção era composta de muitos jovens e que o Brasil, estava na iminência de fazer outro papel feio. Wilson Brasil insistia na convocação de Luisinho. Passou quase todo tempo de treinos insistindo na convocação do meia direita do Corinthians. No penúltimo amistoso do Brasil contra o Paraguai no Pacaembu o selecionado brasileiro não passou de um empate de 0 x 0. E saiu do estádio sob estrondosa vaia do público paulista. Antes de a seleção viajar para a Itália, onde faria dois amistosos antes do primeiro jogo da copa, arrumaram um amistoso contra o Corinthians. Acho que queriam mostrar para o Wilson Brasil, que a seleção não precisava de Luisinho, o jogo foi numa quarta feira à noite, havia muita expectativa do que o endiabrado Luisinho seria capaz de fazer. O centro médio da seleção, Orlando Peçanha, preocupado com os dribles que poderia tomar, logo foi dizendo, se esse cara vier com graça pro meu lado, vou “meter a bota”, se for preciso acima da medalha! No dia do jogo nada de mal aconteceu para a seleção, Luisinho foi figura apagada no jogo, e a seleção goleou o Corinthians por 5 x 0 e ainda teve um pênalti perdido por Didi, que o goleiro Aldo defendeu. A nota triste do jogo foi à entrada dura do lateral esquerdo Ari Clemente no Pelé, que quase o tirou da copa.
Mesmo machucado, Pele viajou com a delegação, o Dr. Paulo Machado de Carvalho apostou na sua recuperação mesmo que ela acontecesse depois da copa já iniciada, tal era a fé que ele tinha no jogador. No primeiro jogo o Brasil pegou a Áustria vencendo por 3 x 0 com dois gols de Mazzola e outro de Nilton Santos. Naquela época ao laterais não tinham ordem para avançar. Nilton Santos, desobedeceu, e mesmo com os gritos de Feola para não ir muito a frente, Nilton Santos foi, e marcou o segundo gol brasileiro.

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Depois o Brasil empatou com a Inglaterra em 0 x 0, com o goleiro inglês Mac Donald pegando tudo o que tinha direito. No domingo o Brasil jogaria com a Rússia (União Soviética), um time misterioso e que ninguém conhecia, por isso Didi driblou a segurança russa e, foi assistir o treino deles enrustido. Antes desse jogo aconteceu um problema, logo solucionado pelo chefe da delegação Paulo Machado de Carvalho. O centro avante Mazzola estava em tratativas com um empresário para ir jogar na Itália, logo que o fato chegou ao conhecimento do Dr. Paulo. Mazzola foi afastado não jogaria mais na copa, sendo substituído por Vavá. Brasil e Rússia, (que na verdade, era União Soviética) estavam prontos para o início do jogo, o Brasil tinha duas novidades, Pelé e Garrincha iriam estrear na seleção. O Brasil começou o jogo de forma avassaladora, logo aos dois minutos Vavá abria o placar escorando um centro de Garrincha, que estava entortando os russos (soviéticos). Não tinha cinco minutos de jogo ainda e o goleiro russo Yashim estava mais suado do que carregador de saco de arroz da Cantareira.
O Brasil se classificou para as quartas de final, e ia pegar pela frente o País de Gales. Por estar machucado, Vavá foi substituido por Mazzola, tendo inclusive marcado um gol de bicicleta, que foi anulado pelo árbitro, julgando jogo perigoso.
A única preocupação para nosso time era o centro avante deles que tinha quase dois metros de altura, um jogo que todos os brasileiros tinham como barbada, e que acabou sendo o mais difícil, o 0 x 0 teimava em ficar no placar, Geraldo José de Almeida, gritava a todos os pulmões pela Rádio Pan americana, numa transmissão entrecortada, VAMOS MINHA GENTE! Já na Rádio Bandeirantes com som local, Pedro Luís e Edson Leite se revezavam numa transmissão mais discreta, esperando o momento exato para gritar o gol que estava maduro. Quase no fim do jogo Pelé faz uma jogada magistral e marca um gol antológico, e o Brasil acabou ganhando com aquele magro 1 x 0.
Na semifinal o Brasil jogaria com a França. Era o dia 24 de junho, dia de São João. Seria o melhor ataque que era o da França, com Just Fontaine, Raimundo Kopa e Piantoni, contra a defesa menos vazada com Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando, Zito e Nilton Santos. Mais uma vez, o Brasil começou arrasador marcando logo no início da partida com Vavá, mas a França empatou logo a seguir. Não demorou muito, o Brasil passou a frente no marcador, com um gol “folha seca”. Ainda no primeiro tempo, o árbitro não tinha validado dois gols do Brasil. Um de Zagallo, que a bola bateu na parte de baixo do travessão e caiu uns 50 cm dentro do gol, voltando para o campo de jogo, por causa do efeito, e anulou outro do Garrincha alegando impedimento. Geraldo José de Almeida voltava a berrar, na Pan Americana, ESTAMOS SENDO ROUBADOS!!! No intervalo do jogo saboreando o maravilhoso som da Rádio Bandeirantes ouvíamos o comentarista Mário Moraes, num gesto de grandeza, retirar as palavras ásperas contra o técnico Vicente Feola, que ele proferira antes da seleção viajar.
No segundo tempo o Brasil continuou mandando no jogo, acabando por fazer um placar histórico de 5-2.
Ai veio o jogo final contra a Suécia. Era um domingo, dia 29 de junho, dia de São Pedro. Os donos da casa, que também tinham camisas amarelas, havia ganhado o sorteio para usá-las, não abria mão delas, nem como bons anfitriões.
Na ultima hora compraram camisas azuis, que Paulo Machado de Carvalho, que já estava tendo sérios problemas com jogadores por causa de saudades dos familiares, principalmente o goleiro Gilmar, que era o mais saudoso, mas tinham o doutor Paulo como um autêntico pai. Outro problema que tinha que dizer aos jogadores, era a cor da camisa, já que todos os jogos anteriores foram usadas a camisa amarela, e ela ia ser usada pelos suécos.
Para não deixar os jogadores se influenciarem com esse detalhe, o Doutor Paulo disse aos jogadores: Meus filhos, vocês vão jogar com a camisa azul, a cor do manto sagrado de Nossa Senhora Aparecida. E vamos ser campeões. A ansiedade aqui no Brasil era muito grande. Só se falava no jogo final. Muitas promessas de presentes eram anunciados nos jornais pelas empresas fosse qualquer o resultado da partida, pois achavam que o Brasil já tinha ido bem longe. Quando todo mundo pensava que o time seria aquele que vinha jogando, surge uma substituição de ultima hora, Djalma Santos ia entrar no lugar de De Sordi. Jogando apenas uma partida Djalma Santos foi considerado o melhor lateral direito do campeonato mundial.
No dia do jogo chovia a cântaros, como diziam os cronistas esportivos da época. E os suécos mesmo sabendo que o campo pesado favorecia a eles, cobriram o gramado com lona retirando minutos antes da partida.
O jogo começou, com os suécos marcando logo de cara, mestre Didi foi até o fundo da rede pegou a bola e calmamente dirigiu-se ao meio de campo, imitando Obdulio Varela em 1950. Pelé com seus 17 anos erguia os braços como dizer a defesa brasileira ter calma.
Não demorou muito, para que o Brasil empatasse o jogo, Vavá recebendo de Garrincha, só teve o trabalho de empurrar para as redes. Dez minutos depois veio à repetição do lance do primeiro gol, Garrincha centra e Vavá completa para o gol, o Brasil já estava ganhando. No segundo tempo os suécos praticamente assistiam o show de bola brasileiro. Ai surgiu Pelé para fazer todo mundo ficar de queixo caído.
Deu chapéus em dois suécos antes de marcar o terceiro gol brasileiro. Geraldo José de Almeida, já estava mais do que emocionado na transmissão, QUE BOLA, BOLA. OLHA LÁ, OLHA LÁ, OLHA LÁ, NO PLACAR!
Já na Rádio Bandeirantes Edson Leite classificava o gol, COMO GOL COPA DO MUDO. 3 A 1, O BRASIL VENCE.
Depois Zagallo fez a lição de casa marcando o quarto gol, de bico. Quando parecia que os 4-2 seria o placar final, a bola bateu na cabeça do Pelé e foi para o fundo das redes, marcando o quinto gol brasileiro. Finalmente o Brasil era o campeão do mundo. Agora sim podíamos dizer que éramos os melhores do mundo, pois até então era só na conversa de botequim. Quando o jogo terminou, Edson Leite dizia que; o Maracanã se repete na Suécia, dando a entender que a Suécia repetia o Brasil em 1950, perdendo a copa em casa. A Rádio Pan Americana, de propriedade de Paulo Machado de Carvalho ficou a tarde toda transmitindo a festa direto da Suécia com entrevistas de todo lado. Já a Bandeirantes, com menos bala para gastar, encerrava a transmissão logo após o fim dos jogos.
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inserido por Gilberto Maluf

Árbitros de Futebol: Olten Ayres de Abreu

OLTEN AYRES DE ABREU
[img:Olten_Aires.jpg,resized,vazio] Olten está rodeado dos árbitros Anacleto Pietrobon e Airton Vieira de Moraes.

Olten Ayres de Abreu foi atleta, árbitro, treinador e dirigente de futebol, é advogado, professor de educação física, jornalista, músico e poeta. Ele viveu seus grandes momentos como árbitro de futebol, tendo apitado partidas memoráveis, como o jogo inaugural do Morumbi entre São Paulo e Sporting Lisboa.
Esta partida aconteceu no dia 2 de outubro de 1960. O São Paulo venceu o Sporting Lisboa, por 1×0. O árbitro da partida inaugural foi Olten Aires de Abreu. O primeiro gol do Morumbi foi marcado por Peixinho , aos 12 minutos de jogo, diante de 56.448 pessoas que lotavam o estádio ainda inacabado, pois o objetivo era abrigar 120 mil pessoas, com renda de Cr$7.868.400,00, recorde em amistosos na época.
O São Paulo jogou com: Poy; Ademar, Gildésio e Riberto; Fernando Sátiro e Vítor; Peixinho, Jonas (Paulo), Gino Orlando, Gonçalo (Cláudio) e Canhoteiro; técnico Flávio Costa. O Sporting Lisboa formou com: Aníbal; Lino e Hilário; Mendes, Morato e Júlio; Hugo, Faustino, Figueiredo (Fernando), Diego (Geo) e Seminário; Téc. Alfredo Gonzalez.
Olten apitou também o jogo Santos e Fluminense, no Maracanã, partida que foi marcada pelo gol de placa feito por Pelé. Depois do gol o jogo ficou paralisado durante 6 minutos, porque o público de pé aplaudiu o rei do futebol e Olten Aires de Abreu não teve outra alternativa a não ser também bater palmas.

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Olten expulsando de campo Zito contra o São Paulo em 1961.

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Olten conversando com o ponta direita Bataglia do Corinthians.

Ele apitou a Copa do Mundo de Chile em 1962 e também apitou o jogo do século em Nova Iorque, entre Santos e Internazionale de Milão, em 1968.

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Oração do Árbitro

ALGUMAS HISTÓRIAS DO INTERIOR DE SÃO PAULO
Quando estouraram tantos escândalos no futebol braisleiro – envolvendo um empresário piracicabano – há quem me pergunte se era verdade que Rípoli subornava juizes, jogadores. E vou lá, eu, saber? Mas me lembro-me do que aconteceu num domingo. O presidente da Federação Paulista de Futebol – o todo-poderoso e gentleman José Ermírio de Moraes, irmão de Antônio Ermírio – aceitou o convite de Rípoli e veio assistir a um jogo decisivo do XV, que perigava retornar à segunda divisão. Rípoli quase exigiu que um juiz, o Olten Aires de Abreu – que presidia o departamento de árbitros – também viesse, convidado especial. E os dois iriam almoçar na mansão da Cidade Jardim, até hoje penso no nervosismo de Belinha Rípoli, grande dama.
Bobo que sou, eu não aprendera: quando Rípoli me intimava a participar de reunião, viagem, festa, qualquer convite era de se esperar encrenca. Aconteceu. Há pouco tempo, o amigo Antônio Ulisses Micchi – radialista de voz inigualável, à época – lembrou do fato que, parecendo folclórico, foi absolutamente real. Ao almoço, lá estávamos “en petit comité”: José Ermírio, Olten, Rípoli, Luiz Cunha e, feito bobo, eu. Radialistas, repórteres entravam e saíam.
Ao final do almoço, Rípoli anunciou: “Agora, um vinho especial para o Olten, um vinho que eu trouxe da Itália.” José Ermírio sorriu, feliz diante de tanto cavalheirismo. Olten, o chefe dos juizes, sentiu-se glorioso. Mas Rípoli impôs uma condição: “O Olten tem que ir buscá-lo. Está na geladeira.”
Não me lembro se o Olten retornou à mesa com o vinho, sem o vinho, se alguém o experimentou. Sei que, no dia seguinte, os jornais explodiam em manchetes indignadas: “Olten denuncia: Rípoli tentou suborná-lo.” Em vez de vinho, Olten dizia que Rípoli lhe oferecera dinheiro: “Ele deixou embrulhado num pacote, dentro da geladeira”. Deu processo, confusão, Rípoli não se abalou. E juro pelos céus que eu nunca soube a verdade.
Sei, apenas, que – depondo sobre o assunto – Rípoli inverteu a situação: “Eu é que denuncio o Olten: é um larápio. Ele roubou o meu dinheiro. Pois a geladeira é minha, o dinheiro é meu. Se é meu, ponho o dinheiro onde eu quiser.” E tudo morreu ali.

Fontes:
A Província online, autoria: Cecílio Elias Netto
Milton Neves

Airton Pavilhão, o zagueiro das multidões

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Airton Pavilhão, o Airton Ferreira da Silva, fantástico ex-zagueiro central do Grêmio nos anos 50 e 60, nascido no dia 31 de outubro de 1935, deixou o time do Força e Luz de Porto Alegre para o Grêmio trocado por um pavilhão. Eu imaginava que um pavilhão era uma cobertura ou coisa do tipo. Mas pavilhão é uma construção leve, de madeira ou de outro material, geralmente destinada a servir de abrigo. Este foi o preço do passe dele, daí o apelido que o acompanha até hoje. Segundo se conta…
……era uma vez 1954, ano de inauguração do Olímpico Monumental. O Estádio da Baixada, antiga casa tricolor, localizado onde hoje é o Parque Moinhos de Vento, havia sido desmanchado. As tábuas da arquibancada estavam disponíveis. Na negociação com o Força e Luz, além de um valor em dinheiro, foi entregue aquele lote de madeira. Este fato valeu ao jogador contratado o apelido de Aírton “Pavilhão”.

No Rio Grande do Sul, Airton é considerado superior a Figueroa e até mesmo a Domingos da Guia, Mauro, Bellini, Djalma Dias, Luiz Pereira e Oscar, é uma unanimidade entre os gaúchos. É referenciado até hoje como “o dono da área” e “sem fazer faltas”, ressalva o jornalista Armindo Antônio Ranzolin em dedicatória na contracapa do livro “Airton Pavilhão, o zagueiro das multidões”, de Celso Sant´Anna, que perpetuou Airton Pavilhão em 124 páginas.

Aqui no Rio de Janeiro, conheço um antigo torcedor do Internacional que foi inclusive gandula do colorado no começo dos anos 60. Hoje ele é dono de uma academia na rua Barata Ribeiro, seu nome é Jose Carlos. Perguntei para ele sobre o Airton do Grêmio. Ele me falou: Enquanto o Airton jogava no Grêmio, pouquíssimas vezes o Internacional foi campeão. Eu ficava atrás do gol e via, era gandula. Ele tirava tudo por cima. Por baixo tinha tanta categoria que saia driblando. Os antigos centroavantes do Internacional nada conseguiam com ele. Era o Alfeu, o Larri e o Flávio Minuano. Não conseguiam nada com ele. Sem contar que formava uma excelente dupla de área com o Ênio Rodrigues. Na defesa tinha também o ” armário ” Ortunho. Contou também que viu o Pelé tentar dar o drible da vaca no Airton. O zagueiro só esticou a perna, pegou a bola e saiu soberano. Como gandula ficava também ouvindo as instruções que o técnico Sergio Moacir Torres dava para os atacantes do Grêmio e voltava correndo para o banco do Internacional para contar o que ouviu.

Airton, marcador implacável, impunha-se também no cabeceio, mas principalmente pela técnica com a qual defendia a cidadela tricolor. Sua marca registrada era o “passe de letra”ou “de charles”. Aírton carregava a bola para perto da bandeirinha de escanteio, arrastando com ele os atacantes adversários. Lá chegando, subitamente posicionava a bola do lado de fora do pé esquerdo e a impulsionava com o peito do pé direito para as mãos do goleiro ou para outro companheiro de equipe, para deleite da torcida e espanto dos atacantes que pensavam tê-lo encurralado.

Dizem que um passe de letra, num treino da seleção brasileira, lhe custou a convocação para a Copa de 62, disputada no Chile. Aymoré Moreira, o técnico, não gostou de ver um zagueiro fazendo aquilo e o excluiu do grupo. Aírton deve ter adorado, porque…avesso a aviões, ele não acompanhava a delegação gremista em viagens aéreas curtas. Quando o Grêmio atuava no interior do RS, em Santa Catarina ou no Paraná, enquanto a delegação voava, ele seguia de ônibus ou de carro. Seu pânico por aviões era imenso. Na vitoriosa excursão gremista à Europa (1961), Aírton alegou problemas médicos e pediu dispensa. A Direção não lhe deu ouvidos e ele estava no grupo que brilhou nos gramados do Velho Continente.
O seu modo de jogar chamou atenção dos clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo e Aírton recebeu convite para jogar nas equipes do Santos e do Botafogo, ao lado de Pelé e Garrincha.

“Naquele tempo não tinha a mídia que tem hoje. Me arrependo de não ter ido para o centro do país e ser conhecido em todo o Brasil. O dinheiro era equivalente, mas lá era vitrine. Errei”, lamenta Aírton, que apenas por três meses esteve emprestado ao Santos de Pelé para jogar o Torneio Rio-São Paulo de 1960. Mas voltou logo para seguir sua inesquecível trajetória no Grêmio. Há quem diga que o verdadeiro motivo foi outro: aquele Santos de Pelé viajava demais. E, quase sempre, de avião.

Nesse curto período em São Paulo, Aírton jogou ao lado do Pelé. Já com a camisa tricolor o enfrentou em cinco partidas e assegura que jamais falhou diante daquele que se tornaria o Rei. Também treinou junto com ele na Seleção de 62, embora não tenha participado da Copa do Mundo realizada no Chile

Durante 13 anos, Aírton “Pavilhão” foi o principal jogador do Grêmio. Foi o melhor zagueiro gaúcho de todos os tempos e um dos melhores do mundo. O “zagueiro que driblava” marcou 120 gols na carreira.

Em 1967, com 33 anos, tendo vencido 12 campeonatos gaúchos em 13 disputados (marca nunca igualada), com uma distensão na virilha que limitava seus movimentos, Aírton despediu-se do Grêmio, indo atuar no Esporte Clube Cruzeiro de Porto Alegre. Posteriormente, foi convidado para ser técnico e zagueiro no Cruz Alta, onde se aposentou em 1971.

Airton Pavilhão marcou época no Grêmio ao lado de Arlindo, Alberto, Altemir, Áureo, Ortunho, Élton, João Severiano, Juarez, Paulo Lumumba, Sérgio Lopes, Milton, Vieira, Alcindo, Marino, Carlos Froner, dentre tanta gente boa.
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Em pé: Orlando, Ênio Rodrigues, Ortunho, Arlindo, Élton e Aírton.
Agachados: Marino, Gessi, Juarez, Milton Kuelle e Vieira.

Fontes:
site Imortal Tricolor
ex-gandula Jose Carlos
trechos livro zagueiro das multidoes

O que eu vi de Garrincha no Corinthians

” Meus amigos, como já escrevi uma vez, minha maior decepção foi não ter visto o Garrincha jogar em sua fase áurea. E principalmente na decisão do Carioca de 1962, quando foi a última grande exibição do Mané. Este jogo passou na TV para São Paulo, e meu colega também de 11 anos de idade na época, não me convidou para assistir ao jogo.. Como vocês podem ver, ainda estou traumatizado, e já se vão quase 46 anos.

Mas passados quatro anos, o Jornal da Tarde de São Paulo fez um furo de reportagem com sua edição vespertina, trazendo em manchete principal a contratação do Mane Garrincha. O JT foi concebido para ser distribuído ás 14h, mas por problema de distribuição, viu-se que seria impossível manter este horário. E a partir das 11h da manhã, naquela época, já se via o JT nas bancas, e foi aí o episódio do furo de reportagem.

A ESTRÉIA

Mane chegou no Corinthians com 32 anos e ia estrear contra o Vasco no Pacaembu, em 02 de março de 1966, quarta feira. Nesta época eu trabalhava de office boy na avenida Casper Líbero em São Paulo e vi todo o pessoal do escritório se mobilizando para ir ao jogo. Eu? Só tinha o dinheiro da passagem para ir para casa. Gente, foi muito triste eu não ter ido à estréia do Mané. Parecia que o mundo inteiro estava indo para o Pacaembu, menos eu. Já tinha 15 anos de idade, mas dinheiro só no final do mês. Mas desta vez até que foi bom não ter ido, o Vasco enfiou 3 x 0, com gols de Maranhão e Célio 2 . Este Célio foi outro que veio muito tarde para o Corinthians.

Depois disso, em 10 de março de 1966, o Corinthians foi ao Maracanã jogar contra o Botafogo e levou de 5 x 1. Gols de Bianchini 2, Jairzinho 2 , Parada e Rivelino descontou.
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Mas como tudo tem um limite, o Corinthians iria jogar contra o São Paulo dia 19 de março de 1966. Desta vez eu fui. Neste jogo eu não me lembro quem estava marcando o Garrincha pelo São Paulo, se era o Renato ou o Tenente. Aos 34 do 1° tempo o Mane desceu pela direita levando seu marcador e sem ângulo, da linha de fundo, bateu de três dedos e a bola fez a curva e entrou. Lembro-me que depois ouvi a narração de Pedro Luiz falando: Gol tipo Copa do Mundo de Mane Garrincha. O Pedro Luis tinha a característica singular de observar todo o panorama da jogada e tecnicamente descreve-la com perfeição e dicção perfeita. No 2° tempo Tales faria 2 x 0.
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Em outro jogo vi o Mane perder um pênalti contra o Palmeiras no último minuto de jogo, com o goleiro Valdir defendendo a penalidade. Neste jogo Fiori narrou, para minha tristeza, assim: Defendeeeeeuu Vaaaaldir. Este jogo foi 2 x 1 para o Palmeiras, gols de Rinaldo, Flavio e Servílio.

Mas Mane Garrincha até que estava jogando relativamente bem no Corinthians. Por acaso vi recentemente no Canal 100 o jogo final, última rodada, do Rio São Paulo de 1966, Corinthians x Santos. Neste jogo o Mane driblava toda hora o lateral do Santos. E num destes dribles o lateral fez pênalti no Garrincha. E não é que o Flávio desperdiçou a penalidade? O Santos segurou o empate com 9 jogadores em campo. Com isso tivemos 4 campeões do Rio São Paulo, Corinthians, Vasco, Botafogo e Santos. Por causa da Copa do Mundo não havia datas para a disputa do campeão único.

Foram 13 partidas com a camisa do Timão (5 vitórias, 2 empates, 6 derrotas) e apenas dois gols marcados.

Uma coisa me deixava triste. O Tales, atacante do Corinthians boicotava o Mane, não passava uma bola sequer . Porque ganhava menos……….

A inesquecível Laranja Mecânica de 1974 tem o privilégio de ser a última das grandes seleções a figurar como fora de série.

Muitos consideram o esquema tático adotado pela Holanda em 1974 como a única verdadeira revolução no futebol.
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Os jogadores holandeses não tinham posições definidas, todos atacavam e defendiam. Costuma-se, porém, definir a Holande de 74 como um 4-3-3, composto por uma defesa em uma linha de 4, 3 armadores e 3 atacantes próximos ao meio-campo e à defesa.

A Holanda adotava a marcação por pressão, sempre com pelo menos 3 jogadores marcando cada jogada de ataque adversário. A defesa, o meio e o ataque misturavam-se tanto em jogadas de ataque quanto em jogadas de defesa. Cruyff era o craque da equipe e o homem que ficava mais à frente, porém deslocava-se por todo o campo, comandando o time e fazendo muitas jogadas de ataque.

A maior parte das jogadas de ataque acontecia pela esquerda com o lateral Krol. Como a defesa jogava em linha, havia espaço para lançamentos adversários, mas a velocidade da equipe inteira praticamente anulava o sucesso desse tipo de jogada.
CRAQUES DIFERENCIADOS

Neeskens
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Jogador atlético e de grande capacidade física, Neeskens era chamado de “o pulmão” holandês porque trabalhava incansavelmente em todo campo, pressionando os jogadores adversários e roubando a bola. Era um jogador completo e brilhou ao lado do craque Johan Cruyff na chamada “Laranja Mecânica”, vice-campeã nas Copas de 1974 e 1978.
Começou a carreira internacional cedo, aos 19 anos, e disputou 49 jogos pela seleção da Holanda.
Foi descoberto pelo treinador Rinus Michels que, poucos anos depois, o incorporou ao Ajax. Ficou apenas quatro anos no clube de Amsterdã, mas ganhou diversos títulos: três Copas dos Campeões da Europa, dois Campeonatos Holandeses, duas Copas da Holanda, uma Copa Intercontinental e uma Supercopa.
Após uma passagem pelo futebol norte-americano, em 1982 voltou a jogar na Holanda. Primeiro no Ajax, até 1984, e depois no Groningen, para então se retirar do futebol.

Cruyff
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No mínimo diferente. Revolucionário. Craque. Johannes Cruyff surgiu para o futebol no final dos anos 60 e mudou o conceito que todos tinham a respeito desse esporte.
Veloz, astuto, corria por todo o campo abrindo lacunas para os companheiros. Com a bola nos pés, tinha habilidade e uma noção de espaço fora do comum. Diferente da maioria dos atacantes até então, não esperava a bola chegar, fazia melhor, ia atrás dela.
Estreou na seleção da Holanda com apenas 19 anos. Logo no primeiro jogo, deixou sua marca no empate de 1 a 1 diante da Hungria.
Foi um dos líderes na conquista do vice-campeonato mundial em 1974, com o chamado “Carrossel Holandês”. Naquele time, nenhum jogador tinha posição fixa no gramado. Todos rodavam em busca de um melhor posicionamento.
Temperamental, se desentendeu com os cartolas do seu país pouco antes da Copa do Mundo de 1978 e acabou abandonando a seleção.
Em clubes, Cruyff também fez história. Iniciou a carreira no Ajax, em 64. Nove anos depois, já consagrado, foi contratado a peso de ouro pelo Barcelona (na época, a maior contratação da história) e não decepcionou.
Na sua segunda temporada deu ao clube o título espanhol após 14 anos de jejum. De quebra, foi o artilheiro da conquista.
Deixou o Barça em 1978 para jogar nos Estados Unidos, mais precisamente no Washington Diplomats e, posteriormente, no Los Angeles Aztecas.
De 1981 a 1982 regressou à Espanha para defender o Valencia. Depois, ainda passou novamente pelo Ajax e Feyenoord. Em 1988, aceitou o convite para treinar o Barcelona e permaneceu no comando do clube até 1996.
Cruyff ganhou o prêmio de melhor jogador da Europa nos anos de 1971, 1973 e 1974, e ficou com o terceiro posto em 1975.
Atualmente, o holandês trabalha na preparação de atletas em Amsterdã e inaugurou um centro de treinamento na Universidad Deportiva Johan Cruyff.

Resenbrink
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Rob Rensenbrink jogou no DWS de Amsterdã, da segunda divisão, e logo foi atuar no Brugges, da Bélgica. De 1971 a 1980 defendeu o Anderlecht.
Também jogou nos EUA, pelo Portland Timbers, e na França, pelo Toulouse. Ganhou um Campeonato Belga, em 1974, e três Copas da Bélgica (1973, 1975 e 1976). Conquistou ainda duas Recopas e duas Supercopas (1976 e 1978).
Participou das históricas campanhas holandesas nos Mundiais de 1974 e 1978, marcando seis gols e conquistando dois vice-campeonatos.
Além disso, Rensenbrink sempre será lembrado por ter marcado o gol de número mil da história das Copas na derrota de 3 a 2 para a Escócia, em 1978.

Rep
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Johny Rep foi um dos membros da famosa “Laranja Mecânica” do treinador Rinus Michels. Naquela equipe destacavam-se jovens de extraordinário talento, como Cruyff, Neeskens, Krol, e o próprio Rep, que aplicaram o sistema de “futebol total” baseado na flexibilidade e trocas de posições no campo de jogo, o que dava uma grande espetacularidade e qualidade ofensiva à equipe.
Com a camisa holandesa, Rep tornou-se um dos principais protagonistas nos Mundiais de 1974 e 1978. Em 74, apesar de ter sido considerada a melhor equipe do campeonato, os holandeses ficaram às portas do título diante da Alemanha de Beckenbauer, Vogts e Breitner. Quatro anos depois voltaram a repetir o título de vice-campeões, desta vez diante da anfitriã Argentina.
Durante estas duas Copas, o atacante marcou sete gols, o que o converteu no maior artilheiro holandês em toda a história da competição.
No Ajax conviveu com os grandes gênios da seleção holandesa, conquistando três Copas dos Campeões da Europa consecutivas, de 1971 a 1973, duas Supercopas e uma Copa Intercontinental, em 1972, na qual foi protagonista absoluto ao marcar dois gols decisivos para o título.
Além do Ajax, jogou durante duas temporadas no Valencia, da Espanha, e no Bastia, de Córcega.

Kroll
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Ruud Krol começou a jogar futebol em times da segunda divisão como o Rivalen e o Rood Wit Club, para mais tarde, com apenas 17 anos, ser contratado pelo Ajax.
Estreou na seleção holandesa em 1969, numa partida contra a Inglaterra. É o jogador que mais vezes vestiu a camisa laranja, totalizando 83 apresentações.
Bastante técnico, Krol foi considerado peça chave do lendário “Carrossel Holandês”, vice-campeão nos Mundiais de 1974 e 1978.
Ao longo da carreira obteve, entre outros títulos, sete campeonatos holandeses, três Copas dos Campeões da Europa e duas Supercopas. Conquistou ainda um título Intercontinental e, em 1979, uma Bola de Ouro, prêmio dado pela revista “France Football” ao melhor atleta do ano.
Em 1980, após 12 anos de clube, deixou o Ajax para defender o Vancouver, do Canadá. Meses depois acabou vendido ao Napoli.
Em 1984 atuou na segunda divisão do futebol francês, no Cannes. Após duas temporadas, aposentou-se e, posteriormente, virou treinador. Comandou equipes como o Mechelen, da Bélgica, Sevette, da Suíça, seleção do Egito, o próprio Ajax, entre outros.

Redação Terra

CURIOSIDADES

Como a seleção holandesa era considerada a maior atração da Copa, espalhou-se o boato de que estrelas como Cruyff e Neeskens cobravam para dar autógrafos. Os jogadores da laranja logo desmentiram os boatos;
O goleiro Jan Jongbloed era especial em relação aos seus companheiros de seleção. Jogava num obscuro time, o Amsterdam Club, possuía uma tabacaria em Amsterdam e contava com uma contratação para um grande clube caso conquistasse o Mundial;
Mais Jongbloed: o grande goleiro tinha pequenos defeitos visuais e precisava de lentes especiais para defender a meta holandesa;
Às vésperas da Copa, os jogadores holandeses ameaçaram entrar em greve caso não houvesse acordo com os dirigentes em relação ao pagamento de prêmios;
Devido à posição política da Holanda manifestada publicamente em apoio a Israel na questão do Oriente Médio na ocasião, os dirigentes holandeses temiam por manifestações palestinas. Até Cruyff foi ameaçado de sequestro, provocando grande cautela, dificultando assim a aproximação de jornalistas;
Correu o boato que um vírus intestinal epidêmico contagiou a maioria dos titulares holandeses, sendo Cruyff o mais afetado, ameaçando presenças de alguns na partida contra a Bulgária;
Outro boato maldoso houve após o jogo contra o Brasil, de que o doping de Jansen e Neeskens teria dado positivo, classificando automaticamente o país sul-americano para a final contra a Alemanha. De concreto só houve o caso de doping do jogador haitiano Ernst Jean-Joseph;

O UNIFORME HOLANDÊS
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Apesar de sua bandeira possuir tem 3 cores: azul, branco e vermelho, e laranja na camisa, porque o laranja era a cor da Dinastia de Orange, a família real holandesa, desde os tempos de Maurício de Nassau.

Não havia, no início dos anos 70, o símbolo do fornecedor de material esportivo estampado no peito. A Holanda usava apenas as três listras de seu fornecedor oficial nos ombros, como símbolo de sua parceira comercial. Os holandeses usavam as camisas assim. A principal estrela, Johan Cruyff, não. Cruyff não aceitava utilizar um símbolo comercial numa camisa que vestia, sem receber nenhum dinheiro por isso. Para não comprometer o contrato, nem ficar sem a principal estrela da companhia, os dirigentes holandeses decidiram criar uma camisa especial para Cruyff. Uma com duas listras, em vez de três. Em todas as fotos e imagens, até hoje, é possível ver Cruyff com uma camisa com duas listras apenas, em vez das três envergadas por seus colegas.
Fonte: http://www.ligaretro.com.br, por Paulo Vinícius Coelho, Colunista da ESPN e do Lance.

O jornal holandês VOLKSRANT fez uma enquete com dados bem curiosos em relação a Copa 74: [img:266px_1974_FIFA_World_Cup_emblem_svg.png,resized,vazio]

o MELHOR EQUIPE: Holanda

o EQUIPE MAIS SURPREENDENTE: Austrália

o EQUIPE MAIS DECEPCIONANTE: Itália

o EQUIPE MAIS VIGOROSA: Suécia

o PIOR PERDEDOR: Brasil

o JOGADOR MAIS TRISTE: Roberto Rivelino (Brasil)

o JOGADOR MAIS MALABARISTA: Gadocha (Polônia)

o JOGADOR MAIS ARROGANTE: Beckenbauer (Al.Ocidental)

o JOGADOR MAIS CABELUDO: Ayala (Argentina)

o MELHOR TÉCNICO: Rinus Michels (Holanda)

o CORES MAIS BONITAS: Brasil

o CORES MAIS FEIAS: Holanda

o MELHOR JUIZ: Armando Marques (Brasil)

o MELHOR JOGO: Holanda x Alemanha Oriental

o PIOR JOGO: Alemanha Ocidental x Austrália

o JOGO MAIS DURO: Holanda x Brasil

o MELHOR JOGADOR: Johan Cruyff (Holanda)

o PERNAS MAIS BONITAS(!): Leão (Brasil)

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RINUS MICHEL

Rinus Michels, o técnico que comandou a Seleção Holandesa na Copa de 1974, na Alemanha, que ficou conhecida como “Laranja Mecânica”, morreu por complicações cardíacas no dia 3 de março de 2005, aos 77 anos, num hospital na cidade de Aalst, na Bélgica.

Michels foi escolhido em 1999 pela FIFA como o “Técnico do Século”, prêmio concedido principalmente pelo seu trabalho com a Holanda em 1974, conhecido como “Carrossel Holandês”, que transformou a mentalidade tática do futebol mundial.

No esquema revolucionário, os jogadores não tinham posição fixa, e ficavam “rodando” em campo para confundir o adversário. O jogador que conduzia a bola, obrigatoriamente, era acompanhado por dois outros holandeses, um pelo lado direito e um pelo lado esquerdo (formava-se um trio em linha, e a bola ficava com o jogador “central”) e tinha três alternativas de ataque: o drible, o toque para a esquerda ou o toque para a direita. Caso tocasse a bola para a direita o jogador que recebia o passe tornava-se o “central”, o jogador que carregava a bola tornava-se o companheiro à esquerda, e o jogador que outrora ia pela esquerda, deslocava-se para a direita. Era uma ótima alternativa de ataque, que dava muita segurança ao jogador que carregava a pelota, pois caso tentasse o drible e não conseguisse passar, um de seus dois companheiros recuperavam a posse de bola.

Na defesa, Rinus Michels foi incrível também. Os jogadores holandeses quando estavam sem a bola atacavam “em bloco” para tentar roubá-la. O jogador adversário, pressionado, se desesperava e tocava rapidamente para algum companheiro. Como os holandeses estavam todos juntos, o jogador adversário que recebia a bola, em 90% das vezes, acabava em posição de impedimento.

Foi uma revolução no futebol mundial. A Holanda chegou à Copa do Mundo da Alemanha como uma bela adversária, pois contava com um camisa 14 espetacular, o craque Johan Cruyff, um dos melhores jogadores da história do futebol mundial, mas não era a favorita à conquista do título (favoritismo dado á seleção da casa, que acabou campeã fazendo a final contra a própria Holanda). Ao longo da competição o “Carrossel Holandês” surpreendeu a todos, inclusive à Seleção Brasileira do técnico Zagallo, que perdeu de 2 a 0 para o time de Rinus Michels nas semifinais e deu adeus ao sonho do tetracampeonato (na ocasião o Brasil ainda disputou o terceiro lugar contra a Polônia, mas perdeu a partida por 1 a 0, com gol do famoso Grzegorz Lato, e acabou a copa do mundo em quarto lugar).

Um fato muito curioso e que ilustra bem o esquema revolucionário de Michel é uma imagem que um fotógrafo brasileiro conseguiu no jogo Holanda 2×0 Brasil. A foto é do centro do gramado do Westfalestadium (em Dortmund) durante o jogo e mostra os 10 jogadores da Holanda praticamente na mesma faixa de campo. Provavelmente, qualquer lançamento de Rivelino ou Gérson, pegaria Jairzinho em posição de impedimento. ( Não consegui inserir esta foto porque é maior que 512 kilobytes ). A foto é realmente sensacional. Não é a toa que Pedro Rocha falou no final de Holanda x Uruguai: Estou tonto!

Rinus Michel nasceu em Amsterdã, em 9 de fevereiro de 1928 e estreou como jogador em 1945, aos 17 anos, jogando pelo Ájax, onde atuou também como técnico, de 1965 a 1971 e de 1975 a 1976. Foi também técnico do Barcelona, de 1971 a 1975 e de 1976 a 1978. De 1978 a 1980 foi treinador do Aztecs, de Los Angeles, de 1980 a 1983 do Colônia, e de 1988 a 1989 dirigiu o alemão Bayern Leverkusen.

Além da “Laranja Mecânica”, Michel comandou a Holanda por mais duas vezes: de 1986 a 1988, e de 1990 a 1992. Em 1988 Michels comandou a seleção de seu país na conquista da Eurocopa e conseguiu o principal título de sua carreira.

Em 2004, o excelente Rinus Michels foi considerado o melhor técnico holandês dos últimos 50 anos.

Fonte Milton Neves

CONCLUSÃO

Nunca mais foi visto o futebol-carrossel magistral jogado pela Holanda, nem pelas próprias seleções holandesas formadas posteriormente, nem outra seleção fantástica de outro país com um novo esquema tático revolucionário. Foi, sem dúvida, a última grande equipe a entrar para a história do futebol mundial, como as do Brasil em 1950, a Hungria em 1954, em 1958 a França e nesse mesmo ano a seleção brasileira, conquistando pela primeira vez o título mundial, e repetindo o feito em 1962 no Chile com outra legendária equipe, na era de Pelé e Garrincha e depois o Brasil de novo, em 1970. A Holanda de 1974, mesmo sem ter sido campeã, merece todo o respeito.
A seleção alemã bicampeã de 1974 poderia até entrar para essa fechadíssima galeria que encantou o mundo do futebol pelo entrosamento de suas excelentes individualidades, fator principal para se formar uma grande equipe, e muito graças também ao gênio Franz Beckenbauer, o maior jogador alemão de todos os tempos, que desde a Copa de 1966 disputada na Inglaterra buscava uma conquista para seu país para se consagrar definitivamente, e repetiu mais uma conquista de Copa do Mundo em 1990, trabalhando então como técnico da mesma seleção.
É claro que nas décadas de 80 e 90 surgiram craques fenomenais, como o insuperável argentino Diego Armando Maradona, mas uma grande equipe como as citadas anteriormente nunca mais apareceram. Na Copa da Itália em 1990 havia uma grande expectativa que a Laranja Mecânica voltasse a aparecer encarnada por Marco Van Basten, Frank Rikjaard e Rudd Gullit, a espinha dorsal do Milan da Itália, mas essa equipe não passou de três empates medíocres e uma derrota na repescagem, acabando com todas as esperanças de vermos novamente um show da Holanda. A Holanda de 1978 ainda contava com alguns motores do carrossel como Jongbloed, Haan, Krol, Jansen, Neeskens, Johnny Rep que acabou se tornando o maior artilheiro holandês em Copas do Mundo e Resenbrink que fez o milésimo gol das Copas batendo um pênalti no jogo contra a Escócia, e mais os gêmeos Willy e René Van der Kerkhof, estes reservas em 1974. Fez uma campanha regular e chegou a finalíssima contra a Argentina, mas novamente fora vice-campeã, perdendo na prorrogação por 3 x 1. Cruyff e o meio de campo Van Hanegen não estavam mais na seleção e o técnico não era Rinus Michels, três elementos fundamentais em 1974.
Nunca mais um carrossel laranja fantástico girou pelo mundo, e a inesquecível Laranja Mecânica de 1974 tem o privilégio de ser a última das grandes seleções a figurar como fora de série.

Fonte http://br.geocities.com/laranjamecanica74/curiosidades.htm

ARTIGO DA SEMANA N° 22/2008 Oreco, o único jogador que foi trocado por um muro!.

Sou o único jogador que foi trocado por um muro!”. Foi com essa surpreendente frase que Oreco explicou, em entrevista para o jornal A Gazeta Esportiva, sua primeira transferência da carreira. De certa forma, o valor pode ser considerado bizarro, visto que no futebol atual as transferências giram em torno dos milhões e nem mesmo os jogadores de clubes pequenos, hoje, deixam de ganhar alguns bons trocados. Contudo, foi assim mesmo, pelo simples preço de um muro, que o jogador saiu do pequeno Internacional de Santa Maria para o xará da capital, o Inter de Porto Alegre.

Conta o jogador que, em 1950, o time da capital foi à sua cidade, Santa Maria, para um amistoso contra o time local de mesmo nome. Após o jogo, o treinador da equipe colorada Alfeu gostou da atuação de um jovem zagueiro, alto e de apenas 18 anos, e resolveu contratá-lo. O valor da transferência? Um muro. “Em troca de meu concurso, o Inter mandou construir um muro ao redor do campo”, explicou o atleta.

Natural desta mesma cidade do interior gaúcho, Waldemar Rodrigues Martins, o Oreco, nasceu em 13 de junho de 1932 e desde pequeno já dava seus primeiros chutes numa bola de meia. Em 1949, após ter se destacado no time da escola, foi contratado pelo time da cidade, o Internacional.

Após a fantástica história da troca por um muro, Oreco defendeu o Internacional por sete anos, de 1950 a 1957. Na época, o zagueiro e lateral-esquerdo foi cinco vezes campeão gaúcho pelo colorado, em 50, 51, 52, 53 e 55. Em 56, ganhou o Pan-Americano, torneio disputado pelo Inter no México, em que a equipe gaúcha representava a seleção brasileira.

Em 1957, destacado após as boas atuações e títulos conquistados no Inter, a Portuguesa de Desportos demonstrou interesse na contratação do zagueiro. Quando a Lusa estava pronta para contratá-lo, tendo até enviado um agente para o sul, o técnico Brandão, do Corinthians, também se interessou em contar com o futebol do jogador e correu para contratá-lo. “Enquanto o diretor da Lusa descia para o Sul com o dinheiro na pasta, Brandão já subia de volta com o passe no bolso”, esclarece.

A partir daí, Oreco manteve as boas atuações e passou a ser ídolo no Corinthians, onde permaneceu por oito anos, de 1957 a 1965. No Timão, Oreco não conquistou nenhum grande título, mas o seu prestígio no clube era tão grande que sua ausência no Mundial de 1962 provocou irados protestos do então presidente corintiano Wadih Helou. Para não dizer que não ganhou nada, o zagueiro participou da conquista do clube do Parque São Jorge na Taça dos Invictos de 57, quando a equipe empatou com o Santos de Pelé e ficou definitivamente com o caneco.

Além disso, a simpatia do jogador com o clube foi tanta que, mesmo após ter encerrado a carreira, não hesitava em declarar que o Corinthians continuava sendo o seu clube do coração e, se voltasse a jogar, teria de ser pelo alvinegro.
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Este jogo foi 2 x 1 para o Noroeste, com gols de Paulinho e Araras para o Noroeste e Flavio para o Corinthians, no estádio Ubaldo de Medeiros, em 26/07/1964.
Neste mesmo ano o Corinthians jogava no Parque São Jorge contra os times pequenos nas quartas-feiras à tarde.
Num desses jogos, o Oreco estava fora de forma e gordo. Eu estava lá e vi! A torcida começou a pegar no pé dele e ele não aguentou. Parou a bola e deu uma bicuda em direção à torcida. O Claudio, quarto-zagueiro gaucho do Corinthians, esperto, caiu no chão, simulando contusão e evitando a expulsão do Oreco por atitude anti-esportiva.
Artigo da Gazeta Esportiva
Foto de Milton Neves
Minha presença no Parque São Jorge nos jogos do Corinthians