Romeiro, o Sputnik Brasileiro.

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Em pé:
Rubens. Pompéia. Edson. Ivan. Agnelo e Helio.
Agachados:
Canario. Romeiro. Leonidas da Selva. Alarcon e Alvinho.

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Romeiro cumprimentando Dequinha do Flamengo e o árbitro é Alberto da Gama Malcher.
Foto crédito: “Romeiro, o sputinik brasileiro”, livro de Antônio Carlos Meninéa
Depois de ser recusado por Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo, o América foi o primeiro time profissional de Romeiro.

O ex-goleiro Valdir Joaquim de Moraes definiu seu ex-companheiro de equipe como um dos maiores batedores da falta da história.
“Fui sempre amigo do Romeiro, almoçamos muitas vezes em São Paulo. Ele veio do América-RJ e foi um dos maiores batedores de falta que conheci no futebol até hoje. Naquela época a bola era ruim, e ele tinha um domínio excelente”, lembrou Valdir.
“Era um jogador versátil, jogava de lateral, ponta-esquerda… só não jogava no gol porque eu não deixava. Foi um grande amigo, sempre fazia churrasco entre a gente, um bonachão. Lamento pela morte e deixo meus sentimentos para a família dele e para a família palmeirense, porque ele sempre foi palmeirense”, acrescentou o ex-goleiro, durante o treino que o clube alviverde realizou em Atibaia nesta tarde. Romeiro faleceu em 04 de janeiro de 2008.

Romeiro também foi importante na conquista da Taça Brasil de 1960 e deixou o Palmeiras em 1962, rumando para o futebol colombiano. Aposentado, virou sócio do clube e chegou a trabalhar nas categorias de base. Em 1970, foi campeão da Copa São Paulo como treinador do Nacional, de São Paulo.

O escritor Antônio Carlos Meninéia publicou a biografia de Romeiro, em 2004, com o título “Romeiro: o Sputnik Brasileiro”. O ex-jogador deixa três filhos e a esposa, Maria José Martins Cardoso.
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O Supercampeonato de 1959 recebeu essa denominação por precisar ser decidido numa seqüência de melhor de três jogos. Ao final da temporada, Palmeiras e Santos terminaram empatados, e o regulamento determinou que os dois times se enfrentassem por até três vezes para decidir quem levaria o caneco.
A primeira partida foi há exatos 48 anos, a 5 de janeiro de 1960, no Pacaembu. Empate em 1×1, gols de Pelé e Zequinha. Com o empate no primeiro jogo, já ficou obrigatória a realização da terceira partida, já que mesmo que houvesse um vencedor na segunda, o outro clube poderia reverter na terceira.

O segundo jogo, dois dias depois, terminou 2×2, com dois de Pepe para o Santos, e Chinesinho e Getúlio (contra) para o Verdão. O Santos saiu na frente, o Palmeiras virou, e a 10 minutos do fim Pepe deu números finais ao placar, e a decisão ficou para o dia 10, um domingo. Imaginem, num espaço de 5 dias, tivemos três clássicos no Pacaembu para decidir o Paulistão.

Vejam a escalação das equipes para o terceiro jogo, que desfile de craques:
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Palmeiras: Valdir de Moraes, Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar e Geraldo Scotto; Zequinha e Chinesinho, Julinho Botelho, Américo, Romeiro e Nardo, sob o comando do mestre Oswaldo Brandão (Romeiro é o último da direita, agachado).

O Santos veio com Laércio; Urubatão, Getúlio e Dalmo; Formiga e Zito; Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe, sempre sob o comando de Lula.

Aos 14 do primeiro tempo, Pelé abriu o placar. O aparentemente imbatível time do Santos, campeão em 58, tendo Pelé como artilheiro com 58 gols, rumava firme para o bi. Mas Julinho Botelho, aos 43 minutos, empatou o jogo. E o jogo foi pro intervalo com o placar igualado, mais uma vez. Só que o campeão tinha que sair naquele dia.
No início do segundo tempo, aos 2 minutos, falta para o Palmeiras, de meia-distância. Romeiro batia forte e de três dedos, com um veneno incrível. E aquela batida de falta tornou-se imortal: por cima da barreira, a bola foi no ângulo do ex-palmeirense Laércio, que nem se mexeu. A vantagem era de novo do Palmeiras, que segurou o placar até o fim e se tornou o SUPERCAMPEÃO PAULISTA DE 1959.

Romeiro, curinga que jogava em todas as posições da linha, admitiu anos mais tarde uma passagem curiosa nessa partida: bem perto do fim do jogo, Nardo invadiu a área do Santos e tocou na saída de Laércio. A bola ia mansa em direção ao gol, quando ele confessa que torceu demais para aquela bola não entrar. A bola desviou numa irregularidade do campo, e saiu rente à trave.

– Mas seu Romeiro, por que o senhor torceu para ela não entrar?
– Pô, o gol do título não ia mais ser o meu!

Romeiro ainda conquistaria com a camisa do Verdão a Taça Brasil de 1960, antes de ser negociado com a Portuguesa.

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