Arquivo da categoria: 08. Gilberto Maluf

O “OLÉ” nasceu no México inspirado por Garrincha

Em uma das excursões ao México , o Botafogo teve pela frente o poderoso time do River Plate da Argentina, que era realmente uma máquina. Tinha um futebol bonito e e um entendimento que só um time que joga junto há três anos pode ter. O Botafogo neste jogo entrou ” trancado ” por prudência. Foi um jogo de rara beleza. E não foi por acaso. De um lado estavam Rossi, Labruna, Vairo, Menendez, Zarate, Carrizo. Do outro estavam Didi, Nilton Santos, Garrincha, etc.
Estava muito difícil fazer gol. Mas houve um espetáculo à parte. Mané Garrincha dirigiu os cem mil espectadores, fazendo reagirem `a medida de suas jogadas.
Foi ali, naquele dia, que surgiu a giria ” Olé ” tão comumente utilizada posteriormente em nossos campos. Não porque o Botafogo tivesse dado um ” Olé ” no River. Não. Foi um ” Olé ” pessoal . De Garrincha em Vairo.
Só a torcida mexicana com seu traquejo de touradas poderia, de forma tão sincronizada e perfeita, dar um ” Olé ” daquele tamanho.
Quando Mané dava seu famoso drible e deixava Vairo no chão, um coro de cem mil pessoas clamava: ” Ô ô ô ô ô – lê !
O som do ” Olé ” mexicano é diferente do nosso. O deles é típico das touradas. Começa com um ô prolongado, em tom bem grave, parecendo um vento forte, em crescendo em termina com a sílaba ” lé “: “Oléé! – sem separar, com nitidez, as sílabas em tom aberto.
Verdadeira festa. Num dos momentos em que Vairo estava parado em frente a Garrincha, um dos clarins dos mariaches atacou aquele trecho da Carmen que é tocado na abertura das touradas. Quase veio abaixo o estádio.
O jogo terminou empatado. Mas Vairo não foi até o fim. Saiu de campo rindo e exclamando: No hay nada que hacer. Imposible, e desejou boa sorte ao suplente.
As agências telegráficas enviaram longas mensagens sobre o acontecimento e deram destaque ao ” Olé ” . Foi assim que surgiu este tipo de gozação popular, tão discutida, mas que representa um sentimento da multidão.
O jogo terminou empatado, mas só dedicaram a isto poucas linhas. O resto das reportagens e crônicas foi sobre Garrincha.
Obs: Este assunto foi abordado anteriormente por Edu Cacella em set/2007. Descobri ao tentar levantar a data do jogo ( 1958 ) . E como o relato do acontecimento teve várias interpretações , sendo que o anterior teve como fonte o jornal A Tribuna e este o livro de João Saldanha, fica assim o assunto acrescido das expressões do povo mexicano ao gritar o ” OLÉ “.
Trecho do livro Subterrâneo do Futebol de João Saldanha.

Os primeiros grandes jogos de PELÉ X PALMEIRAS.

Recebi por e-mail do meu amigo internauta Mario Lopomo este artigo que ele viveu no começo da era Pelé. Mario Lopomo é um historiador de futebol .

A primeira vez que Pelé jogou contra o Palmeiras foi em 18 de maio de 1957.
O Santos que já era um bom time, entrava em campo com duas novidades : Dorval e Pelé.

O Santos já estava remodelando aquele time que tinha sido bi campeão Paulista 1955-56, que tinha Manga, Helvio, Ramiro, seu irmão Álvaro, Del Vechio e Tite .

Naquele sábado 18 de maio de 1957, Santos venceu por 3 x 0 e deu um vareio de bola no time alvi- verde que estava numa de suas piores épocas, depois de se desfazer, em 1955, daquele time que disputava o campeonato paulista , do qual fazia parte junto a São Paulo e Corinthians, tendo agora o Santos formando um quarteto de disputas.

Foi o primeiro jogo que Pelé fez contra o Palmeiras e sua torcida foi surpreendida, por aquele negrinho magrinho de 16 anos acompanhado pelo veloz ponta direita Dorval e, mais Pagão, que estava a, menos de um ano no Santos, vindo da Portuguesa Santista, tendo Pepe como mais experiente e já bi campeão paulista.

O Palmeiras ainda tinha Waldemar Fiume, já veterano numa de suas ultimas partidas pelo Palmeiras as, vésperas de sua despedida quando lhe foi dado uma estatua nos jardins do Parque Antártica.

Em 08 de setembro, pelo torneio classificatório ao campeonato Paulista de 1957, o Palmeiras venceu por 2 x 1.

Mas no primeiro turno do campeonato daquele ano o Santos voltou a vencer no Pacaembu por 4 x 3.

A súmula do jogo foi esta:

26/10/1957 – PALMEIRAS-SP 3 x 4 SANTOS-SP – CAMPEONATO PAULISTA
Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho – Pacaembu – São Paulo / SP – Brasil
Árbitro: Johann Pribyl (AUS)
Palmeiras: Edgar, Ismael, Mílton, Maurinho, Múcio, Dema, Renato, Nilo, Mazzola, Caraballo, Tati – Técnico: Aymoré Moreira
Santos:: Veludo, Getúlio, Dalmo, Fiote, Ramiro, Zito, Tite, Álvaro, Pagão, Pelé, Pepe – Técnico: Lula
Gols: Pagão (Santos), 1 min, Mazzola (Palmeiras), 4 min, Pagão (Santos), 44 min primeiro tempo, Nilo (Palmeiras), 9 min, Edgar (Palmeiras) (contra), 24 min, Pelé (Santos), 34 min, Nilo (Palmeiras), 44 min segundo tempo.

E em dezembro jogando pelo segundo turno no “alçapão” da Vila, o Santos goleou por 4 x 1 aquele frágil Palmeiras que lutou arduamente para não ser rebaixado a segunda divisão. Só não foi, porque o XV de Piracicaba se incumbiu de ir. Quando 1958 chegou, a coisa mudou da água para o vinho no Parque Antartica.

O Presidente na época Mario Benni estava sendo substituído pelo eleito Delfino Fachina.
(nome de rua no bairro Cidade Ademar em São Paulo)

Para começar, contratou o técnico Osvaldo Brandão.

Vários jogadores foram contratados. Waldir, Enio Andrade, e Chinezinho, vieram do Rio Grande do Sul, Ambos tinham sido campeões Sul Americano em 1956 pela seleção Gaúcha representando o Brasil. Da Itália o Palmeiras importou Américo Murollo, que jogava no Linense, antes de para lá ir.

Julio Botelho (Julinho) que estava na Fiorentina também foi contratado. Nardo era do Corinthians e veio para o Palmeiras. De Pernambuco vieram Zequinha e Aldemar (o que melhor marcou Pelé, sem dar ponta-pé). Djalma Santos, foi contratado da Portuguesa, Romeiro veio do América Carioca, e Géo, ponta esquerda reserva veio de Pernambuco ambos no inicio de 1959. Valdemar Carabina foi o único remanescente de 1954, e Geraldo Scotto não me lembro de onde veio.

Daí para frente Palmeiras e Santos culminou com o maior clássico do futebol paulista, com um vencendo e o outro dando o troco. Já em 1958, quando o Palmeiras já estava mais forte, o primeiro jogo deste ano teve um resultado astronômico 7 x 6 para o Santos no Pacaembu.

Eis a súmula do jogo

06/03/1958 – SANTOS-SP 7 x 6 PALMEIRAS-SP – TORNEIO RIO-SÃO PAULO
Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho – Pacaembú – São Paulo / SP – Brasil
Árbitro: João Etzel Filho (SP)
Santos: Manga, Hélvio (Urubatão), Dalmo, Fiotti, Ramiro, Zito, Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão (Afonsinho), Pelé, Pepe – Técnico: Lula
Palmeiras: Edgar (Vítor), Valdemar Carabina, Édson, Formiga (Maurinho), Waldemar Fiúme, Dema, Paulinho, Nardo (Caraballo), Mazzola, Ivan, Urias – Técnico: Oswaldo Brandão
Gols: Urias (Palmeiras), 18 min, Pagão (Santos), 21 min, 25 min, Mazzola (Palmeiras), 26 min, Pelé (Santos), 32 min, 38 min, Pepe (Santos), 40 min primeiro tempo, Urias (Palmeiras), 18 min, 19 min, Paulinho (Palmeiras) (pênalti), 27 min, Nardo (Palmeiras), 34 min, Pepe (Santos), 38 min, Dorval (Santos), 41 min segundo tempo.

Depois pelo campeonato paulista no primeiro turno em 27 de agosto no Parque Antártica o Santos venceu por 1 x 0, naquele pênalti cavado por Pelé em cima do Valdemar carabina, e a 23 de dezembro pelo segundo turno na Vila Belmiro o Santos venceu por 2 x 1. Relato do pênalti: Pelé colocou a cabeça entre o braço semi aberto do Carabina e gritou ao juiz. Resultado: Pênalti!

Em 1959 a coisa começou a ferver entre esses dois times. Depois de um amistoso quando ouve um empate em 3 x 3, em 14 de Março e uma vitória do Palmeiras por 2 x 1 pelo torneio Rio São Paulo no dia 6 de maio, veio o primeiro jogo pelo campeonato paulista no dia 3 de outubro, sábado, por causa da eleição do domingo..

Súmula do Jogo
03/10/1959 – SANTOS-SP 7 x 3 PALMEIRAS-SP – CAMPEONATO PAULISTA
Estádio Urbano Caldeira – Vila Belmiro – Santos / SP – Brasil
Árbitro: Pedro Calil (SP)
Santos: Manga, Getúlio, Pavão, Morão, Formiga, Zito, Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé, Pepe – Técnico: Lula
Palmeiras: Aníbal, Djalma Santos, Dicão, Geraldo Scotto, Ivan, Valdemar Carabina, Julinho, Romeiro, Paulinho, Ênio Andrade, Chinesinho – Técnico: Oswaldo Brandão
Gols: Paulinho (Palmeiras), 14 min, Pepe (Santos), 15 min, Dorval (Santos), 17 min, Dicão (Palmeiras) (contra), 30 min, Pelé (Santos), 44 min primeiro tempo, Romeiro (Palmeiras), 3 min, Pepe (Santos) (pênalti), 7 min, Pelé (Santos), 9 min, 21 min, Chinesinho (Palmeiras), 30 min segundo tempo.

Aquele 7 a 3, ficou em nossa garganta mais de um mês. Mas tudo bem vai ter a volta diziam os palmeirenses e, a volta foi no dia 29 de Novembro.

Cheguei ao Parque Antártica as duas horas da tarde, de paletó e gravata, num sol de queimar a moleira, com o estádio já lotado.

Ao passar pela geral fui xingado de todos os nomes pela torcida do Santos que tinha chegado bem cedo, e desfraldavam enormes bandeiras. Nem sabia por que estava sendo xingado( ?? ).
Minha mãe em casa devia estar com os ouvidos zunindo. Fui lá no fundão da geral, bem à frente onde o Palmeiras atacava no primeiro tempo, e vi o verdão marcar quatro gols da goleada de 5 x 1.

No intervalo quando a maioria foi tomar cerveja arrumei um lugar no meio da geral.

Quando Américo Murollo, marcou o quinto gol, fui à forra. E gritava.

A italianada foi na minha e deixei a coisa por conta deles. Quebrou o maior pau que vi em toda minha vida. Só fiquei com dó de um senhor de cabelos brancos que sangrava muito na cabeça. Fora isso foi uma festa.

Eis a súmula

29/11/1959 – PALMEIRAS-SP 5 x 1 SANTOS-SP – CAMPEONATO PAULISTA
Estádio Palestra Itália – Parque Antártica – São Paulo / SP – Brasil
Árbitro: Anacleto Pietrobon (SP)
Palmeiras: Valdir Joaquim de Moraes, Djalma Santos, Valdemar Carabina, Zequinha, Aldemar, Geraldo Scotto, Julinho, Romeiro, Américo, Chinesinho, Géo – Técnico: Oswaldo Brandão
Santos: Manga, Getúlio, Dalmo, Mourão, Urubatão, Formiga, Dorval, Jair Rosa Pinto, Coutinho, Pelé, Pepe – Técnico: Lula
Expulsões: Géo (Palmeiras), Dalmo (Santos)
Gols: Américo (Palmeiras), 13 min, Julinho (Palmeiras), 22 min, Pelé (Santos), 33 min, Romeiro (Palmeiras), 36 min, Julinho (Palmeiras), 44 min primeiro tempo, Américo (Palmeiras), 23 min segundo tempo.

O campeonato de 1959, terminou empatado, pois o Santos não conseguiu vencer o Botafogo de Ribeirão Preto, nas ultimas rodadas.

Ai a decisão ficou para o inicio de 1960.

Dia 5 de Janeiro (terça feira) 1 x 1.

05/01/1960 – PALMEIRAS-SP 1 x 1 SANTOS-SP – CAMPEONATO PAULISTA / 1959
Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho – Pacaembú – São Paulo / SP – Brasil
Renda: Cr$ 3.061.350,35 (velhos)
Árbitro: Stefan Walter Glanz (AUS)
Palmeiras: Valdir Joaquim de Moraes, Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar, Geraldo Scotto, Zequinha, Chinesinho, Julinho, Américo, Romeiro, Géo – Técnico: Oswaldo Brandão
Santos: Laércio, Feijó, Getúlio, Dalmo, Formiga, Zito, Dorval, Urubatão, Coutinho, Pelé, Pepe – Técnico: Lula
Gols: Pelé (Santos), 22 min, Zequinha (Palmeiras), 34 min primeiro tempo

Dia 7 de janeiro (quinta feira) 2 x 2.

Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho – Pacaembú – São Paulo / SP – Brasil
Renda: Cr$ 2.104.000,02 (velhos)
Árbitro: Catão Montez Júnior
Palmeiras: Valdir Joaquim de Moraes, Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar, Geraldo Scotto, Zequinha, Chinesinho, Julinho, Américo, Romeiro, Nardo – Técnico: Oswaldo Brandão
Santos: Laércio, Feijó, Getúlio, Dalmo, Formiga, Zito, Dorval, Urubatão, Coutinho, Pelé, Pepe – Técnico: Lula
Expulsões: Urubatão (Santos), Romeiro (Palmeiras)
Gols: Pepe (Santos) (pênalti), 25 min primeiro tempo, Getúlio (Santos) (contra), 3 min, Chinesinho (Palmeiras), 5 min, Pepe (Santos) (pênalti), 35 min segundo tempo.

E no domingo dia 10 de janeiro, a decisão, 2 x 1 para o Palmeiras.

10/01/1960 – PALMEIRAS-SP 2 x 1 SANTOS-SP – CAMPEONATO PAULISTA / 1959 / TRÓFEU CARVALHO PINTO
Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho – Pacaembú – São Paulo / SP – Brasil
Renda: Cr$ 3.076.375,00
Árbitro: Anacleto Pietrobon (SP)
Palmeiras: Valdir Joaquim de Moraes, Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar, Geraldo Scotto, Zequinha, Chinesinho, Julinho, Américo, Romeiro, Nardo – Técnico: Oswaldo Brandão
Santos: Laércio, Urubatão, Getúlio, Dalmo, Formiga, Zito, Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé, Pepe – Técnico: Lula
Gols: Pelé (Santos), 14 min, Julinho (Palmeiras), 43 min primeiro tempo, Romeiro (Palmeiras), 3 min segundo tempo
Obs.: o Palmeiras sagrou-se Supercampeão Paulista.

Histórias paulistas de assistir o Vídeo Tape do jogo sem saber o resultado.

Assunto: Res: Tape sem saber o resultado

No estado de São Paulo, no final dos anos 60, assistíamos aos tapes dos jogos de quarta-feira à noite logo após o apito final do juiz. Era tempo de chegar da escola e sentar na sala, sem saber o resultado.
Como nos anos 60 não tínhamos jogos televisionados ao vivo como temos hoje à larga, à fartar, reporto-me àqueles tempos. Tem gente que antigamente prefiria ver os Tapes sem saber os resultados.

Será que o sofrimento era menor? Partindo da premissa que um bom torcedor só gosta de seu time e não tem qualquer simpatia por nenhum outro, ou quanto muito uma leve simpatia por outro, haverá sempre em campo pelo menos um time que o torcedor não goste ou outro que simplesmente abomine.
Naqueles tempos, mesmo vendo tapes de outros times sem saber o resultado, a gente sempre tomava partido de um time.
Certo ou errado? Acho que na maioria das vezes era assim.
A rivalidade sem dúvida é maior dentro do estado onde está o time do seu coração.
Depois vem a rivalidade interestadual, Rio x São Paulo, Rio Grande do Sul x Minas Gerais e assim por adiante.
Antes de entrar mais uma vez neste assunto, imaginem um pênalti para o seu time do coração já entrando madrugada afora, como era costume. E o gol saia e você pulando de alegria à 1h da manhã que nem um bobo na sala.

Mandei minha história, coforme segue, de ver o tape sem saber o resultado no site sãopaulominha cidade, e recebi algumas histórias divertidas e reais.

Antes lembrando que Alexandre Santos era o apresentador e narrador. Quando saía o gol, ouvíamos a vinheta: O melhor futebol do mundo nº. 13 (TV Bandeirantes).

Às vezes a gente ficava vendo o tape na esperança de que o nosso time fosse ganhar o jogo. Uma noite, meu irmão chegou mais tarde e deu uma dica indesejada: “Se eu fosse você não assistia este tape”. Pronto, com certeza o time tinha perdido, e desliguei a TV.
Mas como tem sacanagem em tudo, tenho um amigo corinthiano que sofria nas mãos do irmão palmeirense, pois na época o Palmeiras sempre levava vantagem. Eles também assistiam aos tapes sem saber o resultado. Meu amigo corinthiano aprontou uma boa pra cima do irmão palmeirense. O palmeirense estava vendo o tape do Palmeiras sem saber o resultado, quando chegou o irmão corinthiano:
– Quer saber o resultado?
– Não, não me fale que quero ver o jogo todo.
– Tá bom. Mas que time largo o Palmeiras, como dá sorte, não?
Ah, o palmeirense ficou todo animado vendo o tape.
A coisa foi indo, o adversário faz 1 x 0. Que é 1 x 0 quando se sabe que o time vai ganhar, pensou o palmeirense. Pra encurtar, 40 minutos do segundo tempo, o cara já estava um pouco preocupado, mas confiante numa virada histórica de 2 x 1. 45 minutos do segundo tempo, ele finalmente percebeu que entrou numa roubada, e suas orelhas devem ter ficado do tamanho da de um asno.

Respostas à minha história

Em 1967, jogavam Palmeiras x Corinthians, numa quarta feira à noite. eu estava na TV Excelsior e o reporter Rubens, (não me lembro o sobrenome)estava chegando do Pacaembu depois de gravar o teipe. Perguntei quanto tinha sido o resultado, e ele sabendo que eu era palmeirense, me mandou ver o Tape. Quando cheguei em casa já estava no segundo tempo 1×1, e o Peirão de Castro narrando. Faltando poucos minutos o Cesar Maluco marcou o segundo gol.Foi um alivio. Mario Lopomo

Eu, palmeirense, também gostava de assistir aos tapes sem saber o resultado, só que para isso eu tinha que me trancar no quarto e ficar ouvindo música bem alto, pois o meu pai era um tremendo de um espírito de porco. Ele ouvia o jogo no radinho de pilha e ficava andando pela casa. Às vezes ele se aproximava da porta do meu quarto e só a música não bastava, eu tinha que tapar os ouvidos. Terminado o jogo, ele ia dormir. Aí então eu ia para a sala aguardar o tape. O problema é que às vezes ele retornava à sala e ficava falando o que não devia. Quando ele ficou viúvo e foi morar com a minha irmã, meu cunhado, corinthiano como ele, passou pelo mesmo problema. Meu pai chegava na sala, sabendo que o genro não queria saber o resultado e saia-se com essas: ” Fulano fez o gol e foi expulso” ou ” O Corínthians não tem jeito mesmo”. Ficava dando pistas sobre o andamento do jogo. Êta velho ranheta aquele seu Osvaldo! Tony Silva

Eu fazia o mesmo, só que trancava a porta do quarto e ninguem entrava. O reporter que o Mario se referia erao corintiano Rubens Pecce da Gazeta, que junto com meu amigo Candido Guilherme Andreatta [Candinho]”bicão de campo”, formávamos o trio das noites Paulistanas. Ailton Joubert

Uma vez fiz isto. Aos 30 do segundo tempo, o meu S.Paulo perdia por 1×0 e já havia chutado três bolas na trave do adversário(Porruguesa), e perdido um penalti. Aí, não resisti e liguei o rádio quando as estações já havia saído do ar…Esperei então naTV o tempo restante e ví o S.Paulo virar o jogo em 5 minutos. Era legal esta prática , mais as vezes, fazia-nos sofrer. Um abraço !. Sua mensagem foi interessante . Valeu ! Francisco Lemmi Filho

Sete bolas na trave. Só podia ser em Itu.

Itu é um munícipio brasileiro no interior do estado de São Paulo. Sua população estimada em 2007 era de 147.157 habitantes, formada principalmente por descendentes de imigrantes portugueses, italianos, japoneses, além de migrantes de outras regiões do Brasil, em especial do Nordeste, além da forte presença de migrantes do estado do Paraná. Cidade famosa por tudo lá ser de tamanho exagerado, fama inaugurada pelo comediante Francisco Flaviano de Almeida, o famoso Simplício. Conforme obtido na Wikipédia.

Pois bem no domingo passado, tivemos mais um fato superlativo para se somar nesta exagerada cidade.
Jogaram Santos x Ituano, com resultado final de 2 x 0 para o Ituano.
Destaque-se o exagero de bolas nas traves havidas, 6 pelo Santos e 1 pelo Ituano.
Kleber Pereira, centroavante do Santos, somente ele, mandou 4 na trave.

Fica registrado então que um time mandou 6 bolas na trave do Ituano e não fez nenhum gol.[img:ituano_sp.gif,thumb,vazio]

A Publicidade no futebol

A história da publicidade no Brasil começa no século 19, quando os anúncios em jornais se referiam, grosso modo, à comercialização de imóveis e de escravos.

Já no século 20, com o surgimento das revistas, as propagandas ganharam cores e ilustrações. Outra novidade foi a implementação do texto mais objetivo. A partir de 1920, com a chegada ao Brasil de grandes empresas multinacionais, o “boom” da propaganda instalou-se por aqui.

O rádio era o grande veículo de comunicação, a partir dos anos 30. Mas nos anos 50, o futebol passou a dar imagem aos anúncios, tornando as revistas e os jornais grandes meios de transmissão de comerciais. Por consequëncia, jogadores já famosos, como Garrincha, Pelé e Gylmar, passaram a virar garotos-propagandas de tudo quanto era tipo de anúncio. Pelé é, até hoje, um garoto-vovô-propaganda. Aliás, ele deveria ser chamado de o “rei do merchan”.

A partir da década de 70, as propagandas com jogadores de futebol e esportistas em geral foram para a TV colorida. Atualmente, os atletas “de grife” possuem contratos milionários com essa ou aquela empresa.
Por Sérgio Quintella.

As imagens a seguir eram um deleite para os jovens torcedores dos anos 50 e começo dos anos 60, antes da era da TV. Principalmente para quem é do tempo dos álbuns de figurinhas, das transmissões dos jogos de futebol nos antigos rádios à válvula e do futebol de botão de celulose ( tampa de relógio ) . Para mim que tenho a lembrança da transmissão da final da Copa de 1958 com transmissão de Edson Leite, vi despontar na revista O Cruzeiro o goleiro Gilmas despontando como manequim de moda.
Gilberto Maluf

A seguir vemos imagens das revistas “Manchete”, “A Gazeta Esportiva Ilustrada” e “Fatos & Fotos”, a partir dos anos 50. Material coletado no site Milton Neves.

[img:gerson.jpg,thumb,vazio]
O craque Gérson em propaganda da Gillette.

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Mazzola, Zito e Gylmar, em anúncio das laminas Big Ben. É, jovens, antigamente a barba era feita com lâminas assim! E quando o sujeito tomava “umas a mais” e resolvia aparar o bigode? Não sobrava nada!

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E a Gillette sempre foi patrocinadora do radio-jornalismo esportivo brasileiro

[img:oberdan.jpg,thumb,vazio]
Veja o grande Oberdan Cattani em propaganda de creme de barbear.

[img:luiz_mendes.jpg,resized,vazio]
Luiz Mendes, o mais antigo jornalista esportivo em atividade, foi o garoto-propaganda da televisão Standard Eletric.

[img:panair.jpg,resized,vazio]
A companhia Panair anunciou na revista manchete de 1958, congratulando a conquista da Seleção Brasileira.

[img:moda.jpg,resized,vazio]
Gylmar, Mazzola e Belini em anúncio de camisa.

Um jogo e as consequências de marketing

[img:14_jogadores_do_Cruzeiro.jpg,thumb,vazio]
Em 1966, o Cruzeiro de Raul, Tostão e Dirceu Lopes também foi alvo da publicidade. Depois de vencer o Santos na decisão da Taça Brasil por 6 x 2 no Mineirão e de 3 a 2 no Pacaembu , uma inusitada propaganda invadiu as TVs, Revistas e Jornais. A chamada de marketing dizia que 14 jogadores do Cruzeiro fizeram a barba com a mesma Gillette Super Inoxidável, a intermináaaaaavel. Em pé na fileira de cima vemos Zé Carlos, Marco Antonio, Dirceu Lopes, Evaldo, Neco e Natal. Na fila de baixo estão
Wilson Almeida, Hilton Oliveira, Procópio, Raul, Piazza, Pedro Paulo e Willian.
Para quem não é da época, informo que em todos os veículos de comunicação esta propaganda estava presente.

O JOGO HISTÓRICO

Cruzeiro 6 x 2 Santos
quarta-feira, 30 de novembro, no Mineirão, Belo Horizonte, jogo de ida das finais da Taça Brasil 1966, em 30 de novembro de 1966

Juiz: Armando Marques (carioca)
Bandeiras: Joaquim Gonçalves e Euclides Borges (mineiros)

Expulsões: Procópio e Pelé

Renda: Cr$223.314.600

Público pagante: 77.325

Público presente: 90.000 (estimado)

Gols:
Zé Carlos (contra), Natal, Dirceu Lopes, Dirceu Lopes e Tostão, no 1º tempo; Toninho, Toninho e Dirceu Lopes, no 2º

Cruzeiro:
Raul, Pedro Paulo, William, Procópio e Neco; Wilson Piazza, Dirceu Lopes e Tostão; Natal, Evaldo e Hilton Oliveira. Tec: Airton Moreira

Santos:
Gilmar, Carlos Alberto Torres, Mauro Ramos de Oliveira, Oberdan e Zé Carlos; Zito e Lima: Dorval, Toninho Guerreiro, Pelé e Pepe. Tec: Lula.

A história do 1º tempo só pode ser contada por meio dos fantásticos – pela quantidade e qualidade – cinco gols do Cruzeiro. Tudo o mais que se disser, é dispensável. A 1 minuto, Evaldo recebeu passe de Tostão no meio de campo e percebeu Dirceu correndo em direção ao gol. O lançamento saiu preciso. Quando o meia se preparava para concluir, o lateral-esquerdo Zé Carlos, tentando desarmá-lo, marcou contra: 1 x 0. Aos 5, Dirceu recebeu de Evaldo e serviu a Natal. O ponteiro driblou Zé Carlos e chutou forte: 2 x 0. Aos 20, Oberdan saiu jogando, perdeu a bola para Dirceu, levou dois dribles e saiu de cena. Com a visão desimpedida, o Dez de Ouros chutou violentamente de fora da área: 3 x 0. Aos 39, a defesa do Santos sofreu intenso bombardeio. De dentro da área, Hilton chutou e Mauro salvou. No rebote, Evaldo disparou outra bomba, mas Oberdan impediu o gol. A terceira tentativa coube a Dirceu Lopes. Em vez de força, jeito: 4 x 0. Com a palavra o autor da obra prima: “Meu forte sempre foi o corte de fora da área. Como tinha muita velocidade e, naquela época, o futebol era mais solto, qualquer bola que eu apanhasse no meio de campo era um perigo para o adversário. Naquele lance, recebi a bola na entrada da área. Dei um corte no zagueiro, passei a bola do pé direito para o esquerdo e bati. Ela fez uma curva e enganou o Gilmar, que ficou agarrado na trave. Foi um golaço”. Aos 41, Dirceu driblou Mauro dentro da área e foi derrubado por Oberdan. Pênalti. Tostão fez inacreditáveis 5 x 0.

No final do 1º tempo, a caminho do vestiário, Pelé ouve o couro provocador da torcida mineira: “Cadê Pelé? Cadê Pelé?”. O Rei acenou para a torcida com a mão espalmada. Cinco gols? Não, cinco vezes campeão brasileiro, ele explicou. A verdade, contudo, é que, naquela noite, marcado individualmente por Piazza, Pelé não viu a cor da bola.

Cruzeiro voltou relaxado pensando em barganhar o jogo: tocaria a bola e o adversário se contentaria em evitar mais gols. Mas, ao invés de aceitar o fato consumado da derrota, o Santos foi à luta pensando em remontar o placar. Nos vestiários, seus jogadores ouviram poucas e boas do treinador Lula: “É preciso parar esta linha de qualquer forma, se não parar no grito tem que ser no tapa, na botina, não pode é continuar desta forma. Eles estão fazendo a nossa área de avenida”. Deu certo. Aos 6 e aos 10, Toninho Guerreiro marcou: 5 x 2. A torcida assustou-se. Pelé tinha fama de, quando provocado, superar-se e virar resultados tidos como definitivos. Mas Tostão, Dirceu e Piazza retomaram o controle do jogo. Tocando bola com rapidez, o Cruzeiro voltou a colocar o Santos na roda. E a pá de cal sobre o pentacampeão brasileiro foi atirada aos 27 minutos. Evaldo recebeu passe de Tostão, driblou Oberdan e chutou forte, Gilmar deu rebote. Dirceu apareceu do nada para tocar para as redes: 6 x 2. Estava de bom tamanho. Daí em diante, os times limitaram-se a exibir sua técnica refinada sob aplausos ininterruptos da torcida. Era preciso economizar energias para o jogo decisivo, uma semana depois, no Pacaembu.

Comentário do jogo: www.benny75.com/hotsite/taca66

Saudades de um bom meio de campo

Um time precisa ter padrão de jogo, conjunto e um esquema definido. Hoje , mais do que nunca no futebol profissional, vencer é mais do que um objetivo é uma necessidade para sobreviver. Para um técnico de futebol , definições táticas estão atreladas a um intenso preparo físico da equipe e a dimensão tática tem se refletido na colocação de 4 ou 5 jogadores no meio de campo, dando especial atenção àqueles de marcação, de contenção.
Este humilde preâmbulo vem de encontro à lembrança que tenho dos grandes jogadores de meio de campo dos diversos times do Brasil pelos anos 60 , 70 e alguns dos anos 80.
Sem querer esgotar a grande quantidade de craques que passaram por nossos campos, comecei a relacionar num pedaço de papel alguns jogadores que vi jogar a partir de 1962. Evidente que esquecerei de muitos e uma ou outra posição pode estar invertida.
Relacionei apenas duplas para o meio de campo, não entrei no mérito se o esquema era 4-3-3, 4-4-2 ou 4-2-4.
Para cada dupla um breve relato sobre um jogador

PALMEIRAS
1-Zequinha e Chinesinho.
Chinesinho foi decisivo na conquista do Supercampeonato Paulista pelo Palmeiras em 1959, quebrando um jejum de quase nove anos. O Palmeiras derrotou o Santos por 2 a 1, de virada, no Pacaembu. Os gols foram de Julinho e Romero. Do Palmeiras, Chinesinho foi para o Modena, da Itália. Com o dinheiro de sua venda a equipe verde reformou o Parque Antártica e construiu o atual Jardim Suspenso.
2-Dudu e Ademir da Guia
Ademir foi um dos mais geniais meios-campistas do futebol brasileiro em todos os tempos. Assim como o pai, ele começou a carreira no Bangu e foi contratado pelo Palmeiras em 1961. Herdou o apelido do pai, “Divino”, e brilhou no Parque Antártica até 1977, quando encerrou a carreira.
3-Cesar Sampaio e Rincon
Nascido em Buenaventura, Colômbia, em 14 de agosto de 1966, Freddy Eusébio Gustavo Rincón Valencia, conhecido como Rincón, foi um grande jogador de futebol. Volante e meia, começou a carreira no Atlético Buenaventura, passando depois por Independiente de Santa Fé, América de Cali, Palmeiras, Napoli, Real Madrid, Santos e Corinthians.

SANTOS
1-Zito e Mengálvio
Nascido no dia 17 de dezembro de 1939, em Laguna (SC), Mengálvio começou a carreira de jogador na equipe do Aimoré, da cidade de São Leopoldo (RS), no final dos anos 50. Jogando pela modesta equipe, o meio-campista foi vice-campeão estadual. Contratado pelo Santos, em 1960, ele formou uma das mais famosas linhas de ataque do futebol mundial: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Pelo Peixe, Mengálvio, que sabia atuar na meia e também como volante, conquistou vários títulos.
2-Ze Mario e Ailton Lira
Nascido no dia 19 de fevereiro de 1951, em Araras (SP), Lira fez parte do time santista campeão paulista em 1978, na época dos “Meninos da Vila”. Além do Peixe, Aílton Lira jogou na Ponte Preta, na Caldense (MG), no São Paulo, no Al Nassr (Arábia Saudita), Guarani, União São João (SP), Comercial (SP), Portuguesa Santista (SP), Itumbiara (GO) e Guará (DF).

SÃO PAULO
1-Edson e Gerson
Nascido no Rio de Janeiro no dia 20 de junho de 1943, Édson Cegonha começou no Bonsucesso (RJ). Chegou ao Corinthians em 1963 e ficou no Parque São Jorge até 1969. Atuou ao lado de jogadores como Rivellino, Tales, Flávio Minuano e Paulo Borges. O período era difícil. O Corinthians não conseguia superar o Santos de Pelé e também vivia um jejum de títulos que durava desde 1954.
Mesmo assim, Édson, que era volante e foi deslocado algumas vezes para a lateral-esquerda (chegou a estar na lista dos 40 jogadores para a Copa do Mundo de 1966), fez boas partidas com a camisa alvinegra. Ao todo foram 186 jogos (110 vitórias, 37 empates e 39 derrotas) e 17 gols (fonte: Almanaque do Corinthians – Celso Unzelte).
Deixou o Corinthians para jogar o São Paulo, clube pelo qual foi bicampeão paulista: 1970/71. Assim como no Corinthians, Édson Cegonha se destacou com a camisa tricolor, num time que contava ainda com Toninho Guerreiro, Terto, Gérson, Roberto Dias, entre outros. Jogou 205 vezes pelo São Paulo (106 vitórias, 51 empates e 48 derrotas) e marcou 16 gols (fonte: Almanaque do São Paulo – Alexandre da Costa).
Para fechar o trio de ferro, em 1973 o versátil jogador se transferiu para o Palmeiras. Fez parte de bons times alviverdes. Ficou no Palestra Itália até 1975. Foram 80 partidas (45 vitórias, 20 empates e 15 derrotas) e três gols

CORINTHIANS
1-Tião e Rivelino
Tião, que jogou também no Guarani e no Juventus, ficou marcado como fiel escudeiro de Rivelino ao defender o Timão de 1968 a 1975. O volante disputou 363 jogos e marcou 13 gols com a camisa alvinegra (fonte: Almanaque do Corinthians – Celso Unzelte).O jogo da vida de Tião foi Corinthians 4×3 Palmeiras, no Morumbi, em 71. Na ocasião, Tião marcou um dos gols da histórica virada corintiana sobre o arqui-rival. Os outros gols do Corinthians foram marcados por Mirandinha (2) e Adãozinho. César Maluco (2) e Leivinha fizeram para o Verdão.
O jogo foi no dia 25 de abril de 1971, numa tarde gelada de domingo de 8 graus no Morumbi. O técnico Francisco Sarno escalou: Ado, Zé Maria, Sadi, Luis Carlos Gálter, Pedrinho, Tião, Rivellino, Lindóia depois Natal, Samarone depois Adãozinho, Mirandinha e Peri. Apitou Armando Marques, que expulsou Leivinha e Rivellino.

2-Biro Biro e Sócrates
O pernambucano, nascido no dia 18 de maio de 1959, começou a carreira no Sport Recife e se transferiu para o Corinthians em 1978. Na época, o folclórico presidente corintiano Vicente Matheus o anunciou como Lero-Lero, o que provocou enorme gozação.
Dentro de campo, Biro-Biro não brincou em serviço e jogando um futebol muito sério conquistou os torcedores do Timão, que o elegeram como símbolo da equipe. Se Sócrates, Palhinha, Zenon, eram os talentos da equipe, Biro-Biro figurava como um jogador importante na marcação e muito disciplinado taticamente.
Graças aos fãs corintianos, elegeu-se vereador em São Paulo, em 1988. No ano seguinte, deixou o Parque São Jorge para jogar na Lusa, onde não brilhou. Também atuou no Guarani e Remo, antes de encerrar a carreira.

PORTUGUESA
1-Pampolini e Nair
Pampolini foi contemporâneo de Manga, Nilton Santos, Chicão, Cacá, Zé Maria, Paulistinha, Zé Carlos, Neivaldo, Édson, Airton Povil, Elton, Garrincha, Amarildo, Quarentinha, Zagalo, Paulo Valentim, e tanta gente boa que, brilhantemente, defendeu o Botafogo. Pampolini, 347 jogos e 27 gols (1955 a 1962).
Em 1962, deixou o Glorioso e foi defender a Portuguesa de Desportos, então dirigida pelo saudoso Aimoré Moreira. Na Lusa, Pampolini sagrou-se vice-campeão paulista de 1964 jogando ao lado de Félix, Orlando Gato Preto, Jair Marinho, Wilson Pereira, Henrique Pereira, Wilson Silva, Edilson, Ditão, Almir, Dida, Ivair, Henrique Frade, Sílvio Major, Nair e Édson, também ex-Botafogo.
Na Lusa, Pampolini jogou até 1968, quando encerrou sua carreira. Defendeu outras duas equipes por rápidos empréstimos, enquanto tinha o passe preso à Lusa do Canindé: em 1965, jogou pelo Atlético-MG, e em 1966, pelo Taubaté.

FERROVIÁRIA
1-Dudu e Bazani
Bazani é o maior símbolo da história da Associação Ferroviária de Esportes de Araraquara, equipe que ficou conhecida nos anos 60 como o “Santos do Interior”. Sonhava em rever a equipe grená na primeira divisão do Campeonato Paulista. Infelizmente, não conseguiu.
Cirurgião-dentista atuante até meses antes de falecer, Bazani jogou no Corinthians de 63 a 65, fazendo 87 jogos (41 vitórias, 18 empates, 30 derrotas) e marcando 15 gols, sendo um deles no Santos, de Pelé, no segundo turno do Campeonato Paulista de 1964 (fonte: Almanaque do Corinthians – Celso Unzelte). Só que o Santos, de virada, ganhou por 7 a 4.
Na Ferroviária, Bazani, por décadas, formou inesquecíveis alas-esquerdas, criadas por monumentais ataques Afeanos: Bazani e Boquita; Bazani e Beni; Bazani e Pio e Bazani e Nei.

FLAMENGO
1-Andrade
Andrade vestiu a camisa rubro-negra por 10 anos: 1977 até 1987. Segundo o “Almanaque do Flamengo”, de Roberto Assaf e Clóvis Martins, foram 566 jogos pelo rubro-negro (329 vitórias, 138 empates e 99 derrotas) e 28 gols. Transferiu-se para a Roma, da Itália, e retornou ao futebol carioca, em 90, para defender o Vasco da Gama. Jogou também no Linhares (ES).
Trata-se de um dos maiores vencedores de Brasileiros, já que venceu cinco (contanto a polêmica Copa União de 87). O último, em 89, vestindo a camisa do Vasco (era reserva de Zé do Carmo no time comandado por Nelsinho Rosa).
e Adílio

CRUZEIRO
1-Ze Carlos e Dirceu Lopes
Dirceu Lopes foi um jogador que empatou com Ademir da Guia em tudo: no talento, na humildade, na falta de ambição e vaidade, na má sorte e na injustiça. Ambos foram esquecidos pela seleção brasileira de forma lamentável. No interior mineiro, Divino, o algoz de Dirceu Lopes, é visto como um Márcio Nunes. Um (Márcio Nunes) acabou com o Galinho no Maracanã. E o outro (Divino) vitimou Dirceu Lopes

ATLETICO MINEIRO
1-Vanderlei e Humberto Ramos
Humberto Ramos passa por Mura, Carlos Roberto e Marco Aurélio. Chega na área e cruza para Dadá Maravilha. A cabeçada sai perfeita, longe do alcance de Wendell. O Atlético abre o placar contra o Botafogo e, minutos depois, começa a comemorar o título de campeão brasileiro de 1971. Este foi o momento mais importante da carreira de Humberto da Silva Ramos, ex-meia que chegou ao Galo em 1966, e defendeu também Grêmio, América (RN), Vila Nova (GO), Internacional de Limeira, Colorado (PR), Coritiba e Valério Doce de Itabira, onde parou em 1984.

BAHIA
1-Paulo Rodrigues e Bobo
Eleito um dos maiores ídolos do Tricolor Baiano em todos os tempos, Raimundo Nonato Tavares da Silva, o Bobô, foi peça essencial na equipe comandada por Evaristo de Macedo que conquistou o Campeonato Brasileiro de 1988. Ao lado do centroavante Charles, do meia Zé Carlos, do ponta Marquinhos, do volante Paulo Rodrigues, entre outros, fez do Bahia, o “azarão” do campeonato nacional de 1988, uma equipe muita temida.
Para ter Bobô, o Tricolor do Morumbi desembolsou mais de US$ 1 milhão, valor fora dos padrões dos clubes brasileiros na época, e ainda liberou para o Bahia os passes do centroavante Marcelo e do zagueiro Wágner Basílio.
No entanto, para infelicidade dos cartolas tricolores, Bobô não rendeu tudo o que podia no Tricolor Paulista, mas mesmo assim conquistou o título paulista de 1989.
No ano seguinte, em baixa no time paulista, Bobô foi defender por empréstimo o Flamengo e mais uma vez não vingou. Em 91, o São Paulo envolveu ele na troca com o Fluminense pelo ponta-esquerda Rinaldo, o mesmo que foi crucificado por não ter passado a bola para Pelé no jogo comemorativo do 50º aniversário do Rei.
No Tricolor das Laranjeiras, Bobô viveu um bom momento, fazendo dupla com o centroavante Ézio, que tinha sido contratado à Portuguesa.
Em 1993, o baiano deixou o Flu para jogar no Corinthians, clube que ele disse ter sido marcante na sua carreira apesar do pouco tempo que ficou no Parque São Jorge.
Depois do Timão, Bobô atuou pelo Internacional e depois ainda retornou para o Bahia, antes de encerrar a carreira e tornar-se comentarista esportivo.

VASCO
1-Felipe e Juninho
Por várias vezes, Juninho foi considerado o 12º jogador do time são-paulino. Era um reserva que entrava e incendiava a partida. Foi assim, inclusive, na final do Mundial de Clubes de 1993, quando Juninho participou da vitória do São Paulo sobre o Milan, 3 a 2.
Juninho defendeu o time do Morumbi entre 1993 e 1995. Uma proposta milionária do até então pouco conhecido Middlesbrough fez o meia-armador trocar de país. Juninho foi para a equipe inglesa. Jogou lá, e bem, até 1997, quando teve seu passe negociado com o Atlético de Madrid.
Juninho permaneceu no clube espanhol até 1999. Chegou a vestir ainda, mais uma vez, a camisa do Middlesbrough. Em 2000, ele retornou ao futebol brasileiro. Quem o contratou foi o Vasco da Gama, que já tinha um grande time.
E foi em São Januário, por causa de outro Juninho (o Juninho Pernambucano), que Juninho ganhou também o apelido de Juninho Paulista. E os dois, como armadores da equipe cruz-maltina, foram importantes para a conquista da Copa João Havelange de 2000. E no ataque, o Vasco tinha ainda o baixinho Romário.
Depois do Vasco, Juninho defendeu ainda o Flamengo (2001 até 2002), outra vez o Middlesbrough (entre 2002 e 2004), Celtic (2004 até 2005), Palmeiras (2005 até 2006), Flamengo mais uma vez (2006 até 2007) e Sidney (2007

BOTAFOGO
1-Carlos Roberto e Gerson
Carlos Roberto fez parte daquele time demolidor de 67 e 68 que tinha: Cao, Moreira, Moisés, Sebastião Leônidas e Valtencir. Nei Conceição, Carlos Roberto e Gérson; Jairzinho Furacão, Roberto Miranda e Paulo César Caju.
Carlos Roberto tem ótima lembrança também do Santos Futebol Clube, onde formou bom meio de campo na Vila, em 1976, ao lado de Clodoaldo e Aílton Lira.

BANGU
1- Lorico e Ocimar
Ocimar jogou no inesquecível time do Bangu Campeão Carioca de 1966. Ele participou daquela final dramática que não teve volta olímpica do Bangu – que foi campeão ao golear o Fla, de Valdomiro, por 3 a 0 -, mas que teve muita polêmica.
O goleiro Valdomiro (do Fla) foi acusado de corpo mole (nunca provado) e Almir, vendo que o título já estava perdido, agrediu jogadores do Bangu, principalmente Ladeira (hoje o técnico de juniores, Adaílton Ladeira).
O pau quebrou de forma generalizada no Maracanã e o jogo foi encerrado antes de seu tempo normal. Itamar, zagueiro-central do Flamengo, também brigou muito, mas igualmente foi um dos derrotados ao lado de Valdomiro, Murilo, Paulo Henrique, Carlinhos, Carlos Alberto, Silva, Almir, Nelsinho Rosa, dentre outros.
E o Bangu A.C. entrou para a história jogando com Ubirajara, Fidélis, Mário Tito (já falecido), Luís Alberto e Ari Clemente; Jaime e Ocimar; Paulo Borges, Ladeira, Cabralzinho e Aladim. O técnico era Alfredo Gonzalez.

Porque sumiu a numeração de 1 a 11

[img:Porque_sumiu_a_numera____o_de_1_a_11.jpg,thumb,vazio]

-[img:numera____o_das_camisas.jpg,thumb,vazio]
repare nas numerações das camisas do Santos em 1970. Foto de Placar.

– Antes não era mais bonito?

– Todo time entrava em campo com os jogadores numerados de 1 a 11.

– O goleiro camisa 1 sempre usava preto.

– Lev Yashin era o “Aranha Negra”.

– Aliás, um goleiro comum que exageros sem provas transformaram em inexpugnável.

– Gylmar, o que aboliu as cotoveleiras e as joelheiras, só usava preto.

– De Orlando, da Lusa, só se viam os dentes e os olhos.

– Os reservas usavam de 12 a 17.

– Mas nos anos 60 só tinha um reserva: o goleiro.

– Jogador de linha que se machucava “ia fazer número na ponta-esquerda”.

– E o goleiro reserva também usava a 1, como o titular.

– Depois, ele virou o 12.

– E os emergentes reservas ganharam camisas de números 13 a 17.

– E hoje?

– Tem camisa 99, 77, 28, 33, 79, 21, 44 e etc.

– Só não tem 24, 171 e 69!

– Do 66 “do diabo”, então, os Atletas de Cristo correm mais do que atrás de dinheiro!

– Por quê?

– Mas Luís Fabiano, na Ponte (durante Copa SP de Juniores), era o 24!

– E daí?

– Antes, os times não só usavam os números de 1 a 11.

– Também exigiam que seus jogadores posassem para fotos no gramado, antes dos jogos, na mesma ordem da escalação que era divulgada pelo rádio.

– Podem conferir aos milhares em “Que Fim Levou?”, de www.miltonneves.com.br

– O Vasco, de pé, mantinha fixos: Barbosa, Paulinho, Bellini, Écio, Orlando e Coronel.

– Qualquer reserva que entrasse jogando ocupava o mesmíssimo lugar do titular machucado ou suspenso.

– E você já viu o Pepe sem ser o último agachado?

– Ou o Garrincha não sendo o primeiro dos agachados?

– O Tostão jamais ficou de pé.

– O Pelé não está sempre na meia-esquerda?

– O Canhoteiro também sempre foi o último, assim como – Abel, Rodrigues Tatu, Zagallo e Chico.

– Não é saudosismo exagerado, não, gente!

– Mas, também nisso, ontem era melhor do que hoje.

– O Rogério Ceni, por exemplo, usa o….01! Ou seria OI?

– Alô, cartolas, que volte a numeração de 1 a 11!

– Doze para cima é número de jogador reserva.

– É o que falavam Fiori, Pedro, Cury e Valdir Amaral: “gol de fulano com camisa de reserva”.

Oportuno comentário de Milton Neves.