Arquivo do Autor: Gilberto Maluf

Major Puskas – o maior nome da seleção húngara que encantou o mundo

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Puskas era o maior nome da seleção húngara que encantou o mundo nos anos 50, quando ganhou os Jogos Olímpicos de 1952, em Helsinki, na Finlândia e provocou a primeira derrota da história da Inglaterra no Estádio de Wembley, em Londres (6 a 3, em 1953).

Após tais feitos, em 1954, na Copa da Suíça, a Hungria despontou como favorita, principalmente após a goleada por 8 a 3 sobre a Alemanha Ocidental, logo na primeira fase. A final foi contra a seleção alemã, que dessa vez levou a melhor vencendo por 3 a 2. Assim como a seleção brasileira de 1982, a Hungria de 54 também faz parte de uma dessas “injustiças do futebol”.

Nascido no dia 2 de abril de 1927, Ferenc Puskas defendeu a seleção húngara em 84 oportunidades e marcou 83 gols, adquirindo a excelente média de aproximadamente 0,99 gols por jogo. Nos clubes, o sucesso maior veio no Real Madrid, onde jogou de 1958 a 66, e ao lado de Di Stéfano fez parte um dos melhores times que o clube espanhol já formou em sua história, conseguindo seis títulos espanhóis (1958, 1961/62/63/64/65), duas Taças da Europa (atual Liga dos Campeões – 1959/60), um Mundial de Clubes (1960) e uma Copa da Espanha (1962).

Ferenc Puskas, o “Major Galopante” da Hungria, um dos mitos do futebol, está em algum lugar muito próximo de Pelé, Cruyff e Maradona na história do esporte. Recordista de gols pela seleção magiar, marcou 83 vezes em 84 jogos, em uma média de 0,98 tento por partida. O camisa 10 do Brasil fez 95 nas 115 oportunidades em que vestiu a canarinho (média de 0,88). Puskas foi, nos anos 1950, capitão de uma das maiores equipes de todos os tempos, vice-campeã mundial de 1954 e campeã olímpica de 1952. Aos 79 anos, internado em um hospital de Budapeste com uma doença degenerativa semelhante ao Mal de Alzheimer, Puskas caminhou para a vizinhança de um outro craque: Garrincha, o gênio das pernas tortas que morreu pobre, o homem que fizera os brasileiros sorrir e não conseguiu driblar a decadência física e financeira.

A família do húngaro pôs 100 objetos pessoais do ex-jogador a leilão, de modo a arrecadar dinheiro para o tratamento. O martelo bateu em 2 de novembro, na casa inglesa Bonhams, fundada em 1793. Entre as peças, estava a chuteira de ouro ganha pelo recorde como goleador, com lance inicial de US$ 2, 6 mil. Tinha ainda um troféu entregue pela Federação Húngara de Futebol pelos 511 gols marcados nos campeonatos europeus, avaliado em US$ 5,3 mil. Despontaram curiosidades como uma camisa presenteada por Pelé no aniversário de 75 anos , cujo lance inicial é de US$ 1760.

“O lote foi posto a venda a pedido da mulher de Puskas”, disse Dan Davies, responsável pelo departamento de coleções olímpicas e de futebol da Bonhams. Não há um cálculo final para o montante amealhado, mas ele atingiu pelo menos US$ 180 mil. É valor que ajudou a apagar a triste imagem de evento denunciado pelo diário inglês Daily Telegraph. Debaixo da manchete, “Insulto a uma lenda”, revelou-se uma tramóia. Em agosto, uma equipe de atletas húngaros enfrentou o Real Madrid, time pelo qual Puskas atuou de 1958 a 1967. Mais de 40 mil pessoas foram ao estádio em Budapeste para ver em campo Ronaldo, Zidane e Beckham, em prol do conterrâneo. O time espanhol ganhou cachê de US$ 1,5 milhão, de modo a pagar hotel e outros custos. A mulher de Puskas, porém, recebeu meros US$ 12 mil.

Assim que o escândalo explodiu, dirigentes do Real prometeram entregar outros US$ 98 mil. Contudo, nada havia chegado às mãos da companheira. Como se não bastasse, no hospital Puskas recebeu a notícia de que a emblemática equipe do Honved, comandada por ele no auge, caíra para a segunda divisão em virtude de uma dívida com um treinador. Foram péssimas notícias que o leilão tentou reverter. Foi o caminho possível para salvar a história do supercraque de uma seleção que, a seu tempo, declamava-se como poesia, em um verso de 11 palavras: Grosics; Buzansky, Lorant, Lantos e Zakarias; Bozsik e Hidegkuti; Budai, Kocsis, Puskas e Czibor.
Puskas morreu em 2006.

Alguns comentários/adjetivos sobre Puskas:

-Melhor atacante depois de Pelé;

-Um dos craques galopantes e alegre que sabia usar a magia da bola;

-Uma lenda viva do futebol mundial, maestro do escrete húngaro no início dos anos 50. Apenas Pelé foi melhor, hoje com tristeza nos despedimos da máquina de fazer gols, maior recordista em gols em estatística de jogos;

– Que pena! Vai-se um gigante, do mesmo nível de Di Stéfano, Pelé e Maradona. Quem puder, assista a um vídeo chamado “The gold team”, e terá uma “pequena” noção de seu talento;

– Mais um craque que vai jogar o jogo das estrelas lá no céu. Felizes aqueles que puderam vê-lo jogar;

– Dêem uma parada na década de 60 e 70… Pelé, Rivelino, Eusébio, Boby Charlton, Gerge Best, Beckembauer, Gigi Riva, Johann Cruyf, Beatles, Woodstock, Rolling Stones, Pink Floyd, Bee Gees, Santana, Deep Purple, Black Sabath, Fidel Castro, Chê ,Rinus Mitchel… o que estes caras fizeram….melhoraram para sempre a vida inteligente do Planeta.

Fotolog.terra.com.br
Fábio Altman
Milton Neves

Mazurkiewicz, o polaco goleiro do Uruguai

No Brasil, exceção à torcida do Atlético Mineiro, ele é lembrado por um dos lances mais conhecidos do futebol: a sensacional meia-lua de Pelé sobre ele na semifinal entre Brasil x Uruguai Copa de 70, que infelizmente para nós, brasileiros, não terminou em gol.
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Porém, Mazurkiewicz é um ícone no futebol uruguaio, equiparando-se a nomes como Roque Máspoli e Rodolfo Rodriguez.

Filho de um imigrante polonês, Ladislao Mazurkiewicz Iglesias nasceu em 14 de fevereiro de 1945 em Piriápolis. Começou a jogar em 1962 no Racing Club de Montevidéu e, mesmo atuando num time pequeno, foi convocado para a seleção uruguaia juvenil, ajudando a equipe a conquistar o sul-americano da categoria, em 1964. Suas atuações, nas quais demonstrava agilidade e segurança, chamaram a atenção dos dirigentes do Peñarol e logo ele foi contratado por 500 mil pesos para ser reserva de Maidana.

Sua primeira prova de fogo ocorreu em 1965 quando o Peñarol disputou a partida-desempate das semifinais da Libertadores da América contra o Santos. Maidana teve problemas disciplinares e foi afastado. Sua atuação no Monumental de Nuñez foi sensacional e com a vitória por 2 a 1 o time garantiu vaga na final contra o Independiente. Infelizmente, o Peñarol perdeu a decisão. Mas ganhou um novo goleiro, pois Mazurkiewicz nunca mais perdeu a titularidade.

Em 1966, o Peñarol venceu a Libertadores e foi campeão mundial interclubes ao bater o Real Madrid por 2 a 0, no Santiago Bernabeu, repetindo o placar do primeiro jogo em Montevidéu. Mazurkiewicz foi protagonista de uma defesa inesquecível ao defender um tiro de Amâncio à queima-roupa. Também naquele ano, defendeu a Celeste na Copa do Mundo da Inglaterra, onde os uruguaios foram até as quartas-de-final, sendo eliminados pela Alemanha.

Mas no ano seguinte, ajudou o Uruguai a conquistar o Campeonato Sul-Americano de Seleções. E ainda em 1967 obteve um recorde, até agora não superado no seu país, ao permanecer 985 minutos sem tomar gols.

Na Copa de 70, Mazurkiewicz atingiu seu ápice. Fez uma partida memorável contra URSS pelas quartas-de-final e só não conseguiu parar o fantástico Brasil de Pelé, Rivelino, Jairzinho e Cia. O Uruguai terminou em quarto lugar, mas ele foi considerado o melhor goleiro da competição – o último uruguaio a conseguir tal façanha.
Na Copa de 1970, contra o Uruguai, Pelé aplicou um inacreditável drible de corpo no goleiro Mazurkievicz e chutou para fora. O Brasil venceu por 3 a 1, mas até hoje a partida é lembrada pelo lance. Foi o mais belo gol perdido da história do futebol.

Em 1972, transferiu-se para o Atlético Mineiro. Chegou com pompa de ídolo e uma aposta dos dirigentes para conquistar a torcida feminina de Minas, cujos olhos voltavam-se à época para os cabelos loiros e olhos claros de Raul, goleiro do rival Cruzeiro. Apesar de ter defendido a meta atleticana com correção, não ficou marcado por grandes atuações.

Em 1974, defende o Uruguai pela terceira e última vez numa Copa do Mundo, mas como o restante da equipe, sucumbe ao carrossel holandês. Depois do Mundial, transfere-se para o Granada, da Espanha. Por problemas de documentação, jogou poucas partidas. Voltou em 1976 à América do Sul para atuar pelo América de Cali. Em 1980, aos 35 anos, retornou ao Peñarol, mas logo pendurou as luvas e até hoje dá saudades nos torcedores do Peñarol.

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE FIGURINHAS

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Nem Pacaembu em dia de jogo do Timão, nem domingão na praia, nem circo. Quando eu era pequeno, meu programa preferido era acompanhar meu pai ao trabalho dele, na padaria. Eu ajudava a fazer pão, a carregar caçulinhas e comia muita coisa boa. Era a padoca Santa Marcelina, no Brooklin (SP). Sabe quem ia lá? Roberto Rivelino, que gostava da simpatia e o bom papo de papai. O bigode me deu uma bola autografada, um vinho de sua grife particular e sempre nos deixava entrar no vestiário da “Seleção de Masters”, do Luciano do Valle.

Uma das coisas boas dessas excursões era poder ficar pertinho das caixas de chiclete Ping-Pong e pegar quantos eu quisesse. Menos pela goma e mais pelo que ela trazia: figurinhas da Copa, lembra? Ainda me recordo da alegria de desembrulhar o Éder (que, sei lá por que, acabou virando Éder Aleixo; na minha época era só Éder) e finalmente completar o Brasil de 82. Quem tem aquele álbum levanta a mão aí.

Naranjito, Mora (goleiro de El Salvador), N’Kono (de Camarões), Dasaev, Aleinikov e Demianenko (da URSS), Litibarski (Alemanha Ocidental), Butragueño (Espanha), Colovatti, Conti e Tardelli (Itália)… Putz, que saudade… Nada pode ser mais inesquecível do que passar um dia nos bastidores do trabalho do pai e ainda por cima tirar a figurinha do Éder.

Pois dias atrás acho que dei um presente desses pra minha filha. Deixei-a faltar na escola e levei-a comigo à Panini, que produz as (difíceis de achar, segundo meu amigo Fábio Altman) figurinhas da Copa de 2006. Para mim era trabalho; eu ia entrevistar o presidente da empresa para a revista “IstoÉ Dinheiro”. Para minha pequenina, pura farra. Só que eu acabei me divertindo à beça também. Vi como funciona a fantástica fábrica de figurinhas e fiz todas aquelas perguntas que a gente se faz quando coleciona cromos:

Será que os caras guardam os craques para vender só lá na frente, depois que a gente já gastou uma fortuna comprando repetidas?
Quem define os jogadores que vão para o álbum, já que ele é sempre lançado bem antes de os técnicos soltarem a lista final dos convocados?

Vou contar procês o que me explicaram e o que eu vi lá.

O José Eduardo Martins, presidente da Panini, jurou que não existem figurinhas difíceis. Sai tudo na mesma quantidade e eles não escondem Ronaldinhos, Henris e Riquelmes. A produção é mais ou menos assim:

Fase 1
A figurinhas chegam de uma gráfica terceirizada já impressas. Uma enorme folha de papel traz, lado a lado, todas os 596 cromos. A disposição deles na folha é calculada por computador.

Fase 2
A enorme folha entra em uma máquina que a corta e diversos pedaços menores com 20 figurinhas cada um. Eles chamas essas folhas menores de pranchas.

Fase 3
Uma outra máquina embaralha as pranchas e as faz uma grande pilha com elas. Uma terceira máquina dá o último corte, parindo as figurinhas individuais. É complicado explicar, mas é por causa desses cortes e desses embaralhamentos que nunca vêm figurinhas repetidas no mesmo pacotinho, diz o Martins.

Fase 4
Mais uma máquina – sempre elas – empacota as figurinhas.

Fase 5
Enfim, mãos humanas (sempre femininas) separam os pacotinhos em bolos de 50, envolvem tudo em um filme plástico e guardam em caixinhas de papelão.

Fase 6
Uma outra empresa terceirizada entrega o ouro às bancas de jornal.

Certo dia , um jornaleiro da Avenida Paulista me contou que as figurinhas da Copa estavam saindo como pão quente (da Santa Marcelina?). Ele havia recebido 800 pacotinhos (sexta) de manhã. “E não durou nem até a hora do almoço”, disse.

Sorte que, além de boas lembranças e muita diversão, na época o passeio/trabalho à Panini me rendeu um álbum da Copa 2006 + todas (TODAS!) as figurinhas. Só veio uma repetida, o escudo da Holanda.
Por Christian Cruz
fotolog.terra.com.br/caroco:4

Assunto: As grandes finais da Libertadores dos anos 60

Resolvi encaminhar estas finais porque tenho na lembrança o fabuloso time do Peñarol de 60/6l. Quatro anos depois ainda entraram Pedro Rocha e Hector Silva. O jogo de 1961 no Pacaembu foi aquele que no último minuto o Djalma Santos foi fazer uma graça e perdeu a bola. Gol de empate do Peñarol.

1960
Peñarol 1 Olimpia 0
Olimpia 1 Peñarol 1
Campeón: Peñarol (Uruguay)

Peñarol: L.Maidana, W.Martínez (Majewski), Salvador, Pino, N.Goncalves, W.Aguerre, L.Cubilla, Linazza, Spencer, Crescio y Borges. Olimpia: H.Arias, J.V.Lezcano, Arévalo, P.Rojas, C.Lezcano, M.Osorio, V.Rodríguez, Recalde, Doldán. P.Cabral y T.Melgarejo. Gol: Spencer(P). Estadio: Centenario(Montevideo). Juez: C.Robles(Chile). Expulsado: J.V.Lezcano. 12/06/1960.
Olimpia: H.Arias, Arévalo, J.Peralta, P.Rojas, C.Lezcano, E.Echague, V.Rodríguez, Recalde, Doldán, P.Cabral y T.Melgarejo. Peñarol: L.Maidana, W.Martínez., Salvador, Pino, N.Goncalves, W.Aguerre, L.Cubilla, Linazza, Spencer, Griecco y Borges. Goles: Recalde(O) y Cubilla(P). Estadio: Puerto Sajonia(Asunción). Juez: J.L.Praddaude(Argentina). 19/06/1960.

1961
Peñarol 1 Palmeiras 0
Palmeiras 1 Peñarol 1
Campeón: Peñarol (Brasil)

Peñarol: L.Maidana, W.Martínez, N.Cano, E.González, R.Matosas, W.Aguerre, L.Cubilla, E.Ledesma, Spencer, Sacía y Joya. Palmeiras:Waldir, Djalma Santos, Waldemar, Aldemar, Zequinha, Geraldo Da Silva, Julinho Botelho, Humberto, Geraldo Scotto, Chinezinho y Romeiro. Gol: Spencer(Pe). Estadio: Centenario(Montevideo). Juez: J.L.Praddaude(Argentina). 04/06/1961.
Palmeiras: Waldir, Djalma Santos, Waldemar, Aldemar, Zequinha, Geraldo Da Silva, Julinho Botelho, Romeiro(Nardo), Geraldo Scotto, Chinezinho y Gildo. Peñarol: L.Maidana, W.Martínez, N.Cano, E.González, R.Matosas, W.Aguerre, L.Cubilla, E.Ledesma, Spencer, Sacía y Joya. Goles:Nardo(Pal) y Sacía(Pe).Estadio: Pacaembú(San Pablo). Juez: J.L.Praddaude(Argentina). 11/06/1961.

1962

Peñarol 1 Santos 2
Santos 2 Peñarol 3
Santos 3 Peñarol 0
Campeón: Santos (Brasil)

Peñarol: L.Maidana, J.V.Lezcano, N.Cano, E.González, R.Matosas, Caetano, Rocha, Sacía, Cabrera(Moacyr), Spencer y Joya. Santos: Gilmar, Mauro, Calvet, Lima, Zito, Dalmo, Dorval, Mengalvio, Pagao, Coutinho y Pepe(Oswaldo). Goles: Spencer(P) y Coutinho(2)(S). Estadio: Centenario(Montevideo). Juez: C.Robles(Chile). 28/07/1962.
Santos: Gilmar, Mauro, Calvet, Lima, Zito, Dalmo, Dorval, Mengalvio, Pagao, Coutinho y Pepe. Peñarol: L.Maidana, J.V.Lezcano, N.Cano, E.González, R.Matosas(N.Goncalves), Caetano, Fernández Carranza(Matosas), Rocha, Sacía, Spencer y Joya. Goles: Dorval(S), Mengalvio(S), Spencer(2)(P) y Sacía(P). Estadio: Villa Belmiro(Santos). Juez: C.Robles(Chile). 02/08/1962. Oficialmente el partido terminó a los 51 minutos, por agresiones del público. Por temor, siguieron jugando 39 minutos extraoficiales, sin informarle al público. En ese lapso Santos igualó 3-3(gol de Pepe).
Santos: Gilmar, Mauro, Calvet, Lima, Zito, Dalmo, Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé y Pepe. Peñarol: L.Maidana, J.V.Lezcano, N.Cano, E.González, N.Goncalves, Caetano, Rocha, Matosas, Spencer, Sacía y Joya. Goles: Lezcano en contra(S) y Pelé(2)(S). Estadio: Monumental(Buenos Aires). Juez: Leo Horn(Holanda). 30/08/1962.

1963

Santos 3 Boca Juniors 2
Boca Juniors 1 Santos 2
Campeón: Santos (Brasil)

Santos:Gilmar, Mauro, Calvet, Dalmo, Zito, Geraldinho, Dorval, Lima, Coutinho, Pelé y Pepe. BOCA JUNIORS: Errea, Magdalena, Marzolini (Silveira), C.Simeone, Rattín, Silveira, Grillo, A.C.Rojas, Menéndez, Sanfilippo y A.M.González. Goles: Coutinho(2)(S), Lima(S) y Sanfilippo(2)(BJ). Estadio: Maracaná(Río de Janeiro). Juez:M.Bois(Francia). 04/09/1963.
BOCA JUNIORS: Errea, Magdalena, Orlando, C.Simeone, Rattín, Silveira, Grillo, A.C.Rojas, Menéndez, Sanfilippo y A.M.González. Santos: Gilmar, Mauro, Calvet, Dalmo, Zito, Geraldinho, Dorval, Lima, Coutinho, Pelé y Pepe. Goles: Sanfilippo(BJ), Coutinho(S) y Pelé(S). Estadio: Boca Juniors(Buenos Aires). Juez: M.Bois(Francia). 11/09/1963.

1964

Nacional 0 Independiente 0
Independiente 1 Nacional 0
Campeón: INDEPENDIENTE

Nacional: R.Sosa, Baeza, Emilio Alvarez, Ramos, Eliseo Alvarez, Méndez, D.Pérez, Douksas, Jaburú, Arias(Bergara) y Urruzmendi. INDEPENDIENTE: Santoro, Zerrillo, Rolan, Ferreiro, Acevedo, J.Maldonado, Bernao, Prospitti, L.Suárez, M.Rodríguez y Savoy. Estadio: Centenario(Montevideo). Juez:L.Horn(Holanda). 06/08/1964.
INDEPENDIENTE: Santoro, J.C.Guzmán, Rolan, Ferreiro, Acevedo, J.Maldonado, Bernao, Prospitti, L.Suárez, M.Rodríguez y Savoy. Nacional: R.Sosa, Baeza, Emilio Alvarez, Ramos, Eliseo Alvarez, Méndez, D.Pérez, Douksas, Jaburú, Oyarbide y Urruzmendi(Bergara). Gol: M.Rodríguez(I). Estadio: Independiente(Avellaneda). Juez: J.Dimas Larrosa(Paraguay). 12/08/1963.

1965

Independiente 1 Peñarol 0
Peñarol 3 Independiente 1
Independiente 4 Penarol 1
Campeón: INDEPENDIENTE

INDEPENDIENTE: Santoro, Navarro, Decaria, Ferreiro, Acevedo, J.C.Guzmán, Bernao, Mura, L.Suárez(de la Mata), Avallay y Savoy. Peñarol: Mazurkiewicz, C.G.Pérez, Varela, Forlán, N.Goncalves, Caetano, Ledesma, Rocha, H.Silva, Sacía y Joya. Gol: Bernao(I). Estadio: Independiente(Avellaneda). Juez: A.Yamasaki(Perú). Expulsado: Sacía(P). 09/04/1965.
Peñarol: Mazurkiewicz, C.G.Pérez, Varela, Forlán(R.Soria), N.Goncalves, Caetano, Ledesma, Rocha, Reznik, H.Silva y Joya. INDEPENDIENTE: Santoro, Navarro, Paflik, Ferreiro, Acevedo, J.Maldonado, Bernao, Mura, L.Suárez, Avallay(de la Mata) y Savoy. Goles: Goncalves(P), Reznik(P), Rocha(P) y de la Mata(I). Estadio: Centenario(Montevideo). Juez: A.Yamasaki(Perú). 12/04/1965.
INDEPENDIENTE: Santoro, Navarro, Decaria, Ferreiro, Acevedo, J.C.Guzmán, Bernao, Mura, de la Mata(Mori), Avallay y Savoy. Peñarol: Mazurkiewicz, C.G.Pérez, Varela, Forlán, N.Goncalves, Caetano, Ledesma, Rocha, Reznik(Sacía), H.Silva y Joya.Goles: Bernao(I), Avallay(I), Mura(I), Pérez, en contra(I) y Joya(P). Estadio: Nacional(Santiago). Juez: A.Yamasaki. Expulsados: Navarro(I), Ledesma(P) y Sacía(P). 15/04/1965.

1966

· Peñarol 2 RIVER PLATE 0
· RIVER PLATE 3 Peñarol 2
· Peñarol 4 RIVER PLATE 2

Campeón:

Peñarol (Uruguay)
Peñarol: Mazurkiewicz; Lezcano y N. Díaz; Forlán, Goncalves y Caetano; Abbadie, Cortés, Silva, Rocha y Joya. RIVER PLATE: Carrizo; Guzmán y Matosas; Sainz, Daniel Bayo y Vieitez; Cubilla, Sarnari, Loayza (Ermindo Onega), Daniel Onega y Solari. Goles: Abbadie (P) y Joya (P). Estadio: Centenario (Montevideo). Juez: Roberto Goicoechea (A). 14/5/1966.
RIVER PLATE: Carrizo; Guzmán y Matosas; Sainz, Sarnari y Vieitez; Cubilla, Solari, Daniel Onega (Lallana), Ermindo Onega y Mas. Peñarol: Mazurkiewicz; Lezcano y N. Díaz; Forlán, Goncalves y Cateano; Abbadie, Rocha, Spencer, Cortés y Joya. Goles: Ermindo Onega (2) (RP), Sarnari (RP), Spencer (P) y Joya (P). Estadio: Monumental (River Plate). Juez: Julio Codesal (U). 18/5/1966.
Peñarol: Mazurkiewicz; Lezcano y N. Díaz (T. González); Forlán, Goncalvezs y Caetano; Abbadie, Cortés, Spencer, Rocha y Joya; RIVER PLATE: Carrizo; Matosas y Vieitez; Sainz (Lallana), Sarnari y Grispo; Cubilla, Solari, Daniel Onega, Ermindo Onega y Mas. Goles: Daniel Onega (RP), Solari (RP), Spencer (2) (P), Matosas en contra (P) y Rocha (P). Estadio: Nacional (Santiago). Juez: Carlos Vicuña (Chile). 20/5/1966.

1967

RACING CLUB 0 Nacional 0
Nacional 0 RACING CLUB 0
RACING CLUB 2 Nacional 1
Campeón: RACING CLUB

RACING CLUB: Cejas; Perfumo y Rubén Díaz; Martín, Mori y Basile; Martinoli, Rulli, Raffo, Juan José Rodríguez y Maschio. Nacional: Domínguez; Manicera y Emilio Alvarez; Ubiña, Montero Castillo y Mujica; Espárrago, Viera, Celio, Rubén Sosa y Urruzmendi. Estadio: Racing Club (Avellaneda). Juez: César Orozco (Perú). 15/8/1967.
Nacional: Domínguez; Manicera y Emilio Alvarez; Ubiña, Montero Castillo y Mujica; Espárrago, Viera, Celio, Rubén Sosa y Urruzmendi. RACING CLUB: Cejas; Perfumo y Rubén Díaz; Martín, Mori y Basile; Joao Cardoso, Rulli, Cárdenas, Raffo y Maschio. Estadio: Centenario (Montevideo). Juez: César Orozco (Perú). 25/8/1967.
RACING CLUB: Cejas; Perfumo y Rubén Díaz; Martín, Mori y Basile; Joao Cardoso (Parenti), Rulli, Cárdenas, Raffo y Maschio. Nacional: Domínguez; Manicera y Emilio Alvarez; Ubiña, Montero Castillo y Mujica; Urruzmendi, Viera, Celio, Espárrago y Morales (Oyarbide). Goles: Joao Cardoso (RC), Raffo (RC) y Viera (N). Estadio: Nacional (Santiago). Juez: R. Pérez Osorio (Paraguay). 29/8/1967.

1968

ESTUDIANTES DE LA PLATA 2 Palmeiras 1
Palmeiras 3 ESTUDIANTES DE LA PLATA 1
ESTUDIANTES DE LA PLATA 2 Palmeiras 0
Campeón: ESTUDIANTES DE LA PLATA

ESTUDIANTES DE LA PLATA: Poletti; Spadaro y Malbernat; Fucceneco, Pachamé y Madero; Ribaudo (Lavezzi), Bilardo, Conigliaro, Flores y Juan Ramón Verón. Palmeiras: Waldir Peres; Baldocchi y Omar; Geraldo, Dudú y Ferrari; Suingue, Tupazinho, Servilio, Ademir da Guía y Rinaldo. Goles: Servilio (P), Juan Ramón Verón (ELP) y Flores (ELP). Estadio: Estudiantes (La Plata. Juez: Esteban Marino (U). 2/5/1968.
Palmeiras: Waldir Peres; Baldocchi y Osmar; Geraldo, Dudú y Ferrari; Suingue, Tupazinho, Servilio (China), Ademir da Guía y Rinaldo. ESTUDIANTES DE LA PLATA: Poletti; Spadaro y Malbernat; Fucceneco, Pachamé y Madero; Ribaudo, Bilardo, Conigliaro, Flores (Togneri) y Juan Ramón Verón. Goles: Tupazinho (2)(P), Rinaldo (P) y Juan Ramón Verón (EL). Estadio: Pacaembú (San Pablo). Juez: Esteban Massaro (Ch). 7/5/1968.
ESTUDIANTES DE LA PLATA: Poletti; Aguirre Suárez y Malbernat; Medina, Pachamé y Madero; Ribaudo, Bilardo, Conigliaro, Flores y Juan Ramón Verón. Palmeiras: Waldir Peres; Baldocchi y Osmar; Escalera, Dudú y Ferrari; Suingue, Tupazinho, Servilio (China), Ademir da Guía y Rinaldo. Goles: Ribaudo (ELP) y Juan Ramón Verón (ELP). Estadio: Centenario (Montevideo). Juez: César Orozco (Perú). 16/5/1968.

1969

Nacional 0 ESTUDIANTES DE LA PLATA 1
ESTUDIANTES DE LA PLATA 2 Nacional 0
Campeón: ESTUDIANTES DE LA PLATA

Nacional: Manga; Ancheta y Emilio Alvarez; Ubiña, Montero Castillo y Mujica; Cubilla, Prieto, Celio, Maneiro (Espárrago) y Morales. ESTUDIANTES DE LA PLATA: Poletti; Aguirre Suárez y Malbernat; Togneri, Pachamé y Madero; Rudzky (Ribaudo), Bilardo, Conigliaro, Flores y Juan Ramón Verón. Gol: Flores (ELP). Estadio: Centenario (Montevideo). Juez: Daniel Massaro (Chile). 15/5/1969.
ESTUDIANTES DE LA PLATA: Poletti; Aguirre Suárez y Malbernat; Togneri, Pachamé y Madero; Rudzky, Bilardo, Conigliaro, Flores y Juan Ramón Verón. Nacional: Manga; Ancheta y Emilio Alvarez; Ubiña, Montero Castillo y Mujica; Cubilla, Prieto, A. García (Silveira), Espárrago y Morales. Goles: Flores (ELP) y Conigliaro (ELP). Estadio: Estudiantes (La Plata). Juez: Javier Delgado (Colombia). 21/5/1969.

Saulzinho, do Vasco da Gama, o dono do Maracanã no início dos anos 60

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Distensão na virilha impediu ex-vascaíno de ser parceiro de Pelé na Copa do Mundo

Ele foi o único atacante a obter uma média de gols superior a de Pelé, nas disputas estaduais da década de 60. Principal artilheiro do Campeonato Carioca de 1962, Saul Santos Silva, o Saulzinho, iniciou a sua sina de “matador” por volta dos 12, 13 anos de idade, em um areião, onde agora fica a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, em Bagé-RS, disputando uma competição interna, nas manhãs de domingo. Com 15 anos, mesmo juvenil, já jogou e fez gol pelo time profissional do Bagé. Hoje, Saulzinho é advogado, na fronteira gaúcha com o Uruguai. Foi lá que ele voltou ao passado e “balançou a rede” para o Jornal de Brasília, em entrevista para Gustavo Mariani:

JBr – Você iniciou a carreira arrumando confusão?

Saulzinho – Eu tinha contrato de gaveta com o Bagé, mas o troquei pelo Guarany. Fiquei um ano sem poder jogar. Por volta de 1956/57, pude rolar a bola e acumular títulos municipais, até 1959. Em 60, o Guarany teve um time poderoso, vice-campeão gaúcho. Foi por ali que começou a minha história.

Como pintou o Vasco?

No início de 1961, o Guarany venceu o Internacional, duas vezes: 2 x 1, no Estádio dos Eucaliptos, em Porto Alegre, quando marquei o gol da vitória, e 4 x 2, em Bagé. No segundo jogo, não fiz gol, mas o técnico do Inter, o Martim Francisco, gostou de mim e, ao trocar o Colorado pelo Vasco, pediu a minha contratação.

O Vasco daquele tempo só tinha fera: Bellini, Orlando, Coronel, Sabará, Pinga. Como você arrumou uma vaguinha naquele time?

Cheguei a São Januário no dia 1º de abril de 1961 e, no meu primeiro treino, fiz três gols, no primeiro tempo, pelo time reserva, que tinha Brito, Maranhão e Alcir Portela. Com aquele meu feito, o presidente vascaíno, o João Silva, mandou fazer logo o meu contrato.

Quando você chegava, Vavá (Atlético de Madrid), e Almir (Corinthians) saíam. Facilitou a sua vida…

Eu era um garoto interiorano no meio de cobrões, mas fui logo me enturmando, melhorando. A concorrência era dura, pois o Vasco tinha outros três bons centroavantes: Pacoti, Wilson Moreira e um que não me lembro agora.

Como foi sua estréia?

Uma semana ou duas depois da minha chegada. Joguei só dez minutos contra o Santos de Pelé, pelo Torneio Rio-São Paulo. O Pepe fez um gol, do meio do campo, mas o Sabará empatou e o Wilson Moreira desempatou. Ganhei um salário de bicho.

Quando você herdou a vaga de titular no Vasco?

Numa excursão à Europa, fiz 12 gols em 11 jogos, mas só virei titular no Campeonato Carioca de 1961. O meu primeiro gol, no Rio, foi sobre o Pompéia, goleiro do América. Fora do Rio, nos 3 x 1, contra o América-MG. Depois, fiz cinco gols, em Uberlândia, e dois contra o Vila Nova-GO. Também marquei conta o Atlético-GO. Em amistosos, fui me revelando o artilheiro de que o Vasco precisava.

Qual foi o seu primeiro time-base no Vasco?

Barbosa; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Roberto Pinto e Da Silva (Tiriça).
O grande ano no Vasco…Foi 1962, quando fui o artilheiro do Campeonato Carioca, com 18 gols, em 19 jogos. Só fiquei fora de três. Eu estava cotado para a seleção brasileira que foi bi, no Chile, mas tive um problema de garganta, que exigiu cirurgia, e uma forte distensão na virilha. Esta me deixou um mês e meio parado, sem qualquer condição física para jogar.

O Dida, do Flamengo, era seu grande concorrente?

A concorrência pela artilharia era muito pesada. Tinha também o Henrique, do Flamengo, o Quarentinha, o Amoroso e o Amarildo, do Botafogo, o Rodarte, do Olaria, e muitos outros.
E a grande glória da temporada seguinte?No início de 63, vencemos um torneio, no México, muito famoso, na época, e eu marquei quatro gols. Goleamos Oro, o campeão nacional, por 5 x 0, e empatamos, por 1 x 1, com o Guadalajara. Jogamos, também, contra um clube argentino, contra o América, o time das massas mexicanas, e o Dukla, de Praga, que tinha o Masopust e aquela raça toda que esteve na seleção da Tchecoslováquia que pegou o Brasil na final da Copa de 62.
O seu Vasco não ganhou títulos nacionais…Ganhamos disputas internacionais, como o Torneio Ramon de Caranza, na Espanha, o Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro, uma disputa no Chile, vencendo, inclusive, aquele fabuloso Peñarol, de Maidana, Sacia, Spencer, Jóia, etc, e o torneio mexicano que já me referi, o qual nenhum time estrangeiro havia ganho ainda. Em 62, não fomos campeões cariocas porque perdemos quatro pontos para o Olaria.

Que história é esta?

Levamos um olé do Olaria, dentro de São Januário. Fiz um gol, de saída, mas eles viraram, para 3 x 1, no segundo tempo. Quando jogamos na Rua Bariri, um gol de falta, no final da partida, nos liquidou. Terminamos a três pontos do campeão, o Botafogo.

No início de 1966, você deixou o Vasco e voltou para a sua terra. Por quê?

Eu estava com 28 anos, tinha convites do Benfica e do Bahia, contra o qual marquei dois gols, em um amistoso, em Ilhéus. Mas coloquei o lado familiar na frente, pois a minha mulher, também de Bagé, tinha muito medo, não se sentia bem no Rio. Então, decidi voltar.

Já que você falou no Benfica, se lembra de quê?

Em 1965, o Vasco o trouxe ao Rio, para um amistoso. Marquei um dos meus gols mais bonitos. Até olhei para o pé de onde saíra o chute, conferindo se fora verdade. Recebi um passe, dei um corte em um marcador e soltei a bomba, quase da intermediária. Eu era rápido dentro da área, mas não chuva muito forte, de longe. Foi um grande jogo, 1 x 1, com o Eusébio fazendo o gol deles.

O seu nome era muito gritado pela torcida vascaína?
Quando eu fazia gols, o Maracanã vinha abaixo. Em 1962, fui o dono da casa, sem ser jogador de rush. Mas tinha rapidez, batia bem de perto, driblava fácil e raciocinava rápido, quando estava marcado. Quando eu fazia dupla de ataque com o Célio, eu avisava: parte que vou lançar. Eu recebia a bola de costas para o ataque, tocava para ele, que tinha velocidade e, assim, fizemos muitos gols.

Como era o Sabará?

Uma figura! Brigava o jogo todo conosco e com o adversário. Xingava, pois não queria ver ninguém parado.
A sua grande partida?

Contra o Flamengo, pelo Torneio do IV Centenário do Rio, em janeiro de 1965. Fizemos 4 x 1. Outra grande? Contra o Peñarol, base da seleção uruguaia. Deixei dois.
Você só vestiu a camisa da seleção brasileira quando voltou para o Guarany…O Carlos Froner, técnico do Grêmio, me convocou para a seleção gaúcha que representou o Brasil na Taça O´Higgins, contra o Chile, em 1966. Joguei 30 minutos em uma partida e mais 15 na outra. Fomos campeões.

Se Pelé jogasse hoje…

Faria dois mil gols. O quarto-zagueiro e os laterais se mandam. Se, contra zagueiros plantados, fez o que fez, imagine agora. Para se entrar na área, teria que ser muito rápido, ou perdia as canelas.

Seu marcador mais difícil?

O Luís Carlos, do Flamengo. O Jadir (do Botafogo) também era duro. Chegavam junto, mas não eram desleais.

O gol mais bonito?

Contra o América, do México, em 1963. O Sabará cruzou, da direita, a bola bateu no chão, veio no meu peito, e peguei de bicicleta, antes da chegada do zagueiro. Foi capa na revista mexicana Futbol

O que pesa mais no futebol jogado hoje?

Bom preparo físico é 70%, no mínimo, do necessário para se jogar. Mas quem decide ainda é cara talentoso.

No seu tempo, ganhava-se pouco, mesmo?

Quando cheguei ao Vasco, o maior salário era o do Bellini, US$ 8 mil. Hoje, qualquer juvenil está ganhando isso.

A sua seleção brasileira…

Barbosa; Paulinho de Almeida, Brito, Fontana e Oldair; Carlinhos e Gérson; Sabará, Célio, Pelé e Zagallo. Acho que eu pegaria uma reservinha.

Pérolas nas ondas do rádio

Carlos Drummond de Andrade, em suas digressões como sempre poéticas e profundas, se refere aos cronistas esportivos como “bem aventurados que insistem em explicar o inexplicável e racionalizar a loucura”. Usaram e usam frases e termos que analisarmos do ponto de vista usual, foge dos padrões rotineiros no mundo da comunicação. Aliás, só fica aceitável falando aos microfones. No dia-a-dia, não só o diálogo simples ou em âmbito familiar soa como um pedantismo ridículo e alvo de gozações. Vamos às frases e os comentários ficam por conta de vocês:

“Cobrou o escanteio de pé trocado” :

“O placar passou em brancas nuvens”:

“O centro-avante tem cheiro de gol”:

“Escanteio de mangas curtas”:

“Público de regular para bom”:

“Empate com sabor de vitória”:

“A bola beijou o travessão”:

“Gol ao apagar das luzes”:

“A bola explodiu na barreira”:

“A bola procura o artilheiro”:

“O gol está amadurecendo”:

“A bola pegou no pé da trave”:

“Público se faz presente”:

“Vitória magra”:

“Chuva de gols”:

“Jogador prata da casa”:

Invariavelmente, para encerrar as jornadas, eles dizem com toda empáfia: “voltaremos numa outra oportunidade, se Deus assim o permitir, deixando carinhosamente o nosso ‘melhor muito obrigado’”. Fica apenas um comentário: Isso quer dizer que algumas vezes foram dados obrigados não muito bons!!!!
Rui Guimarães de Santa Catarina

Dom Filpo Nunes, treinador da Academia de Futebol do Palmeiras em 1965

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Descrição da foto: Arnaldo Tirone (ex-dirigente do Palmeiras) ladeado pelo saudoso repórter Tom Barbosa, da Rádio Record, e por Filpo Nuñez. Ferruccio Sandoli é o quarto. Milton Peruzzi é o quinto. Eli Coimbra, o sexto. O último é o massagista Reis.

QUANDO FILPO PASSOU A SER CHAMADO DE ” DOM ”

Os anos corriam até que em 1957, com uma vitória de virada em partida histórica contra o bicampeão paulista Santos FC na Vila Belmiro, a partir daí Filpo passou a ser chamado de Dom Filpo pelo seu feito de vitórias consecutivas no Jabaquara, salvando ainda o clube de um rebaixamento pela segunda vez em 1959.

Na Briosa, Filpo, um bom marqueteiro, soube capitalizar após invencibilidade de 15 partidas, em excursão por Angola e Moçambique, países africanos. Pode-se dizer que aí começou sua ascensão no futebol, até que em 1964 foi contratado pelo Palmeiras, que tinha um timaço, culminando com o batismo de “academia do futebol” no ano seguinte.

A equipe era tão respeitada a ponto de a antiga CBD (Confederação Brasileira de Desportos) requisitá-la para representar a Seleção Brasileira na inauguração do Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão, no dia 7 de setembro de 1965, em partida amistosa contra o Uruguai. E foi show de bola dos palmeirenses, com goleada por 3 a 0, gols de Tupãzinho, Rinaldo e Germano, num time formado por Valdir de Moraes (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina (Procópio) e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Ademir da Guia; Julinho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera) e Rinaldo (Dario). O jogo foi visto por 96.669 pessoas.

ALGUMAS PASSAGENS
-Após uma partida, Filpo Nunes reuniu o elenco e perguntou a um jogador que atuava do meio para frente e que tinha sido eleito pela imprensa o craque do jogo: “Quantos gols você fez?” O jogador respondeu: “Nenhum”. “Quantos passes deu que resultaram em gols ou que deixaram os companheiros na cara do gol?” “Nenhum”. Filpo concluiu: “Então, você correu muito e não jogou nada.”

-Após o atacante César ter perdido um pênalti, transtornado, invadiu o gramado, colocou a bola na marca de pênalti com a intenção de mostrar ao jogador como converter a cobrança. Só que ao correr para bola escorregou, caiu, e o estádio “caiu” em gargalhadas.

Antigos palmeirenses reconheceram méritos de Filpo Nunes para motivar jogadores. A rigor, por isso era sempre requisitado para comandar clubes em crise. Com boa psicologia, sabia injetar vibração ao grupo e extraía bons resultados no começo do trabalho. Posteriormente caía na rotina.

Os folclóricos nomes que dava para seus esquemas de jogo: esquemas Pim Pam Pum e Carrousel.

El Bandoneón foi também um de seus apelidos ( instrumento de tango ). Será que era porque seu time jogava por música?

CURRÍCULO

Filpo Nuñez, o Nelson Ernesto Filpo Nuñez, o famoso técnico argentino criador da Academia de Futebol do Palmeiras, nos anos 60, morreu no dia 6 de março de 1999, em São Paulo (SP). Pouco antes de falecer, Filpo Nuñez morava nas dependências do projeto Jerusalém Ação Social, no bairro do Heliópolis. “Sua fortuna se perdeu. Ele não tinha recursos financeiros. Por isso, morava lá. Antes de morrer, o Filpo treinava um time de crianças carentes na escolinha de futebol das meninas. Passou os últimos dias da sua vida treinando aproximadamente 97 meninas”, contou Carlos Altheman, presidente do CONSEG Heliópolis.

Nascido em Buenos Aires, Argentina, no dia 19 de agosto de 1920, Filpo Nuñez formou-se em Educação Física no Equador e depois ingressou na carreira de treinador de futebol profissional no seu país.

Comandou o Independiente Rivadavia. Também treinou outros vários outros times sul-americanos como o Santiago National (Chile), Sport Boys (Peru), España (Equador), Municipal (Bolívia), Libertad (Paraguai), San Martin (Argentina) e Vélez Sarsfield (Argentina).

Filpo chegou ao Brasil ainda jovem para ser um treinador. Dirigiu o Cruzeiro em 1955 e depois passou por várias equipes, entre elas Guarani, Atlético Paranaense, Jabaquara, Portuguesa Santista, América de Rio Preto e Vasco da Gama, antes de assumir o Palmeiras. Pelo alviverde, entre 1964 e 1965, Filpo adotou jogar em velocidade, tocar de primeira e chegar ao gol. Nesse período, o Palmeiras começou a ser batizado de “Academia de Futebol”.
Filpo chegou a ter outras duas passagens pela Sociedade Esportiva Palmeiras: entre 1968 e 1969; e entre 1978 e 1979. Ao todo, foram 154 jogos no comando do Verdão (94 vitórias, 27 empates e 33 derrotas) e uma conquista: o Torneio Rio-São Paulo de 1965.

Mas o Palmeiras não foi o único grande clube da capital paulista a ter o argentino como técnico. Filpo Nuñez dirigiu duas vezes o Corinthians. Primeiro, em 1966, quando o alvinegro chegou a liderar o Campeonato Paulista. Depois, em 1976. O treinador comandou o Timão em 34 partidas (16 vitórias, 7 empates e 11 derrotas).

Outros clubes

Filpo Nuñez fez sucesso como treinador por vários países. Em Portugal, por exemplo, dirigiu o Leixões, o Vitória de Setúbal e o Lusitano Évora. No México, trabalhou pelo Monterrey. No Brasil, ele também comandou o XV de Piracicaba (SP), Paulista de Jundiaí (SP), Galícia (BA), Coritiba, Marília (PR), Francana (SP), Sport Club Recife (PE), São José (SP), Fabril de Lavras (MG), C. A. Atlanta (Buenos Aires – Argentina), Santo André (SP), Saad (SP) e Foz (Foz do Iguaçu–PR).

Principais títulos e prêmios no Brasil

Campeão do Torneio Início de 1956 pelo Guarani; eleito o melhor técnico do Torneio Preparação de 1957, pelo Jabaquara; Campeão do Torneio Início de pelo América de Rio Preto de 1958; Cinta Azul do Futebol Brasileiro (15 jogos, 15 vitórias, 75 gols a favor e 10 contra) pela Portuguesa Santista em 1959; Eleito melhor técnico do ano pela Agência de Notícias “Sport Press”, quando dirigia a Portuguesa Santista em 1960; Vencedor do Troféu Conhecimento, premio da “Rádio Universal de Santos”, em 1960; Vice-campeão paulista pelo Palmeiras em 1964; Campeão invicto do torneio internacional “IV Centenário da Guanabara”, pelo Palmeiras; Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1965, pelo Palmeiras; Vice-campeão baiano pelo Galícia em 1967; Vice-campeão do Torneio Mar del Plata de 1968, pelo Palmeiras e Vice-campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1969, pelo Palmeiras.

Alguns dos jogadores dirigidos por Filpo

A lista de grandes craques que foram comandados por Filpo Nuñez é extensa. Entre eles aparecem os nomes de: Julinho Botelho, Bellini, Djalma Santos, Dudu, Garrincha, Alfredo Mostarda, Zequinha, Servílio, Orlando, Brito, Ademir da Guia, Rivellino, Valdir Joaquim de Moraes, Vavá, Ademar Pantera, Wladimir, Cabeção, Barbosa, Piazza, Eurico, Leivinha, Dirceu Lopes, Tupãzinho (ex-Palmeiras), Jair Marinho, Zé Maria, Leão, Tostão, Luís Pereira, César, Djalma Dias, Procópio e Dino Sani.

MILTON NEVES
ARIOVALDO IZAC * É jornalista em Campinas
GILBERTO MALUF

Maracanã, maior símbolo do futebol em todo o mundo

1-Opinião de um torcedor

2-Maquete e inauguração

3-Método de construção e reformas

4-Recordes de público

5-Os 40 notáveis e os 10 maiores artilheiros

6-Curiosidades ( história dramática e gol mais rápido )

7-Crônica de Nelson Rodrigues sobre o Rio ( Maracanã ) ocupado.

1-Venho render homenagem a este estádio, verdadeiro monumento ao futebol mundial. Sou mais um torcedor, mas venho da terra do Morumbi e do Pacaembu, chegando nesta cidade há 4 anos. Se coloco o Maracanã como o máximo que se fez de um estádio no Brasil é motivo de sobra que não entra aqui bairrismo/clubismo.

Minha gente, sua localização é fantástica. Você chega de Trem, Metrô, Ônibus e Carro em minutos. E a pé também, afinal está localizado em bairro de grande população.

Se o Maracanã estivesse localizado em local de acesso dificultado por trânsito em jogos noturnos , como em algumas cidades brasileiras, certamente eu não estaria aqui escrevendo e elogiando. E sua história seria outra também. Fiz algumas perguntas a torcedores cariocas do tipo: Se o Maracanã tivesse sido construído em Jacarepaguá, você se disporia a perder duas horas para chegar no estádio em jogo de quarta-feira á noite? Eles responderam que não iriam ao estádio.

E tem mais, você não toma chuva, por conta das marquises.

Então chega-se a conclusão que o torcedor carioca ganhou um grande presente. Parada obrigatória de turistas nacionais e estrangeiros, estudantes e visitantes de todas as idades, o gigante tornou-se conhecido mundialmente e perde, em popularidade, apenas para o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar.
Gilberto Maluf

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Em 1947 a prefeitura do Rio de Janeiro abriu concorrência pública para o projeto arquitetônico do estádio. O projeto vencedor foi de autoria da equipe de arquitetos formada por Waldir Ramos, Raphael Galvão, Miguel Feldman, Oscar Valdetaro, Orlando Azevedo, Pedro Paulo Bernardes Bastos e Antônio Dias Carneiro
Seu nome oficial, Estádio Jornalista Mário Filho, é uma homenagem a um dos mais importantes jornalistas brasileiros e fundador do Jornal dos Sports. Em 16 de junho de 1950, o Maracanã foi inaugurado com um jogo entre cariocas e paulistas, com o eterno Didi marcando o primeiro gol de placa da história do estádio. Paixão, emoção e muita adrenalina se misturam nas espetaculares torcidas organizadas, que balançam o estádio levando o público ao delírio..
Riotur

3 – A Construção
Este histórico estádio, que é conhecido pelo nome do pequeno rio que corre em frente e que também dá nome ao bairro onde está localizado, foi construído para sediar a Copa do Mundo de 1950.

A sua construção teve início dia 2 de agosto de 1948, na administração do prefeito Ângelo Mendes de Morais. Trabalharam na obra gigantesca 1.500 homens, e nos meses finais este número elevou-se para 3.500. O engenheiro que iniciou os trabalhos foi o Dr. Paulo Pinheiro Guedes.

A Copa do Mundo de 1950 foi realizada com as obras ainda incompletas. A rigor só terminaram em 1965.
A Arquitetura
O formato do estádio é oval, medindo 317 metros no eixo maior e 279 metros no menor. Sua altura máxima é de 32 metros. A distância entre o centro do campo e o espectador mais afastado é de 126 metros.

O gramado tem 110 metros de comprimento por 75 de largura. É circundado por um fosso de 3 metros de largura e profundidade, com bordas em desnível. O acesso ao gramado é feito por intermédio de 4 túneis subterrâneos.

A parte destinada ao público era, originalmente, constituída por três lances: a geral (hoje extinta), que costumava acomodar até 30 mil espectadores de pé; o segundo lance, com 30 mil cadeiras e 300 camarotes com 5 lugares cada; no terceiro, situado sobre as cadeiras, ficam as arquibancadas, originalmente com capacidade para 100 mil espectadores sentados. Na parte central do eixo menor, lado da sombra, ficam a Tribuna de Imprensa, a Tribuna Desportiva e as Cadeiras Especiais, incluindo as Cadeiras Perpétuas. Logo abaixo destas estão as cabines refrigeradas de emissoras de rádio e televisão.

Com as reformas feitas para o I Campeonato Mundial de Clubes da FIFA em janeiro de 2000, as arquibancadas foram divididas em cinco setores, assentos individuais foram colocados em todos os degraus e camarotes foram instalados nos lances superiores, diminuindo-se assim substancialmente a sua capacidade, porém dotando o estádio de mais conforto e segurança. Depois da última reforma, para os Jogos Pan-Americanos de 2007, as gerais foram extintas para dar lugar à extensão do setor das cadeiras.

O estádio é dotado de uma marquise que cobre parcialmente as arquibancadas em toda a sua circunferência. Refletores a vapor de mercúrio estão instalados sobre a marquise, ao longo das duas laterais do campo.

A altura do estádio corresponde ao de um edifício de seis andares. O acesso do público às arquibancadas se dá por duas gigantescas rampas nas extremidades opostas do eixo menor do estádio. Cada rampa se desdobra em duas, desembocando nos anéis que circundam as arquibancadas na altura do terceiro e do sexto andar. Pode-se chegar às Cadeiras Especiais e Tribunas pelos elevadores. A área circundante ao estádio abriga o Ginásio Gilberto Cardoso (o “Maracanãzinho”), o Estádio de Atletismo Célio de Barros, o Estádio Aquatico Júlio Delamare e um estacionamento, além de um pequeno museu do futebol sob uma das rampas de acesso, em frente ao hall dos elevadores. Última Reforma
Visando a realização dos XV Jogos Pan-Americanos de 2007, o Estádio Mário Filho passou por uma longa reforma, que acabou custando mais de R$195 milhões ao governo do Estado do Rio de Janeiro. A capacidade do estádio reformado, que por alguns anos vinha sendo limitada a no máximo 80 mil espectadores, é de 89 mil.

Todos os setores do estádio foram afetados por essa reforma, a começar pela grama, toda replantada. O gramado foi rebaixado em um metro e meio e a antiga Geral deixou de existir. No seu lugar, foram instaladas cadeiras, extendendo o setor que anteriormente se limitava ao espaço coberto debaixo das arquibancadas. Estas continuam a ser ocupadas por cadeiras na sua totalidade, organizadas por setores, cada um dotado de seus respectivos bares e banheiros, totalmente remodelados. Os setores atrás dos gols tem preços populares, como compensação pela extinção da Geral. Os três placares eletrônicos foram substituídos e dois teões foram instalados atrás das balizas. Ao término da reforma, as cabines de rádio terão sido modernizadas e seu número ampliado. Vestiários, banheiros e bares também foram modernizados.
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4 – Os Recordes de Público
Jogos da Seleção Brasileira
Uruguai 2 x Brasil 1, dia 16/7/50, final da Copa do Mundo: cerca de 200.000 (público oficial: 173.850).
Brasil 1 x Paraguai 0, dia 31/8/69, eliminatórias para a Copa do Mundo: 183.341.
Brasil 1 x Paraguai 0, dia 21/3/54, eliminatórias para a Copa do Mundo: 174.599.
Brasil 6 x Espanha 1, dia 13/7/50, Copa do Mundo: 152.260.

Jogos entre Clubes
Flamengo 0 x Fluminense 0, dia 15/12/63, final do Campeonato Carioca: 177.656.
Vasco 1 x Flamengo 1, dia 4/4/76, final da Taça Guanabara: 174.770.
Fluminense 3 x Flamengo 2, dia 15/6/69, jogo que deu o título estadual antecipado ao Fluminense: 171.599.
Flamengo 0 x Vasco 0, dia 22/12/74, final do Campeonato Carioca: 165.355.
Flamengo 2 x Vasco 1, dia 6/12/81, final do Campeonato Carioca: 161.989.

5 – Os 40 notáveis (ordem alfabética):

Ademir – Almir – Amarildo – Assis – Barbosa – Bellini – Carlos Alberto Torres – Castilho – Coutinho – Danilo – Dequinha – Didi – Dirceu Lopes – Djalma Santos – Edmundo – Falcão – Gérson – Gilmar – Ipojucan – Jair Rosa Pinto – Jairzinho – Joel – Julinho – Júnior – Manga – Nílton Santos – Orlando Peçanha – Paulo Cesar Caju – Pelé – Pepe – Renato Gaúcho – Rivelino – Rubens – Telê – Tostão – Vavá – Washington – Zagallo – Zito – Zizinho.

Os dez maiores artilheiros:
Zico – Roberto Dinamite – Luisinho Lemos – Romário – Quarentinha – Valdo – Pinga – Garrincha – Dida – Bebeto.

Seis craques estiveram nas duas listas e por isso abriram vagas no grupo dos notáveis. São eles: Zico, Roberto Dinamite, Romário, Garrincha, Dida e Bebeto.

A comissão de jornalistas esportivos que elegeu os principais nomes da história do Maracanã foi formada por Armando Nogueira, José Carlos Araújo, Luiz Mendes, Washington Rodrigues, Orlando Batista e Milton Neves. Como sempre acontece em listas de natureza subjetiva como esta, algumas indicações e omissões devem ser consideradas como normais.

Fontes de Consulta
Loris Baena Cunha, “A Verdadeira História do Futebol Brasileiro”
Jornal dos Sports
O Globo
Jornal do Brasil
SUDERJ

5 – HISTÓRIAS DRAMÁTICAS

Uma das histórias mais dramáticas nesses anos de vida do Maracanã, ocorreu com Marcelo, um
jovem goleiro do Vasco amaldiçoado por uma falha sofrida contra o Flamengo, em 1964.
Naquele dia, a bola veio mansa, como em muitas outras vezes, chutada da intermediária pelo
flamenguista Nelsinho Rosa, hoje técnico. Quando Marcelo agachou-se para a defesa, porém, não
pegou nada. Um frango monumental. Sem condições psicológicas para continuar jogando, o goleiro
chorava encostado à trave, implorando para sair enquanto ouvia as vaias da torcida do Vasco.
Trêmulo, nervoso, ele comoveu todo o estádio enquanto caminhava na direção do túnel. Então,
deu-se o inesperado. Solidárias na dor dor com o goleiro, as duas torcidas começaram a aplaudi-lo.
Assim mesmo Marcelo prosseguiu, rumo ao vestiário. Para nunca mais voltar.

GOL MAIS RÁPIDO

O gol mais rápido do Maracanã foi feito pelo atacante Gildo, do Palmeiras, aos 8 segundos de jogo,
na vitória por 2×0 sobre o Vasco, no Torneio Rio-São Paulo de 1965.
.

6 – CRÔNICAS DE NELSON RODRIGUES
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Nelson Rodrigues foi um grande escritor brasileiro, carioca e fanático torcedor do Fluminense escreveu um belo texto um dia após a histórica invasão corinthiana ao Rio de Janeiro; segue abaixo o texto publicado no jornal O GLOBO.

Uma coisa é certa: – não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações. Até que, lá um dia, acontece a grande vitória. Ainda digo mais: – já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate. Sim, quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.

Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela. Ali, chegavam os corinthianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.

A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: – “O Rio é uma cidade ocupada”. Os corinthianos passavam a toda hora e em toda parte.

Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo. Pois ganha. Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time. Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a vigília da Fiel. Um amigo me perguntou: – “E se o Corinthians perder?” O Fluminense era mais time. Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os corinthianos, quando faziam um prévio carnaval. Esse carnaval não parou. De manhã, acordei num clima paulista. Nas ruas, as pessoas não entendiam e até se assustavam. Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca. Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca.

Não cabe aqui falar em técnico. O que influi e decidiu o jogo foi a torcida. A torcida empurrou o time para o empate.

A torcida não parou de incitar. Vocês percebem? Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca. Os corinthianos estavam tão certos de que ganhariam que apelaram para o já ganhou. Veio de São Paulo, a pé, um corinthiano. Eu imaginava que a antecipação do carnaval ia potencializar o Corinthians. O Fluminense jogou mal? Não, não jogou mal. Teve sorte? Para o gol, nem o Fluminense, nem o Corinthians. Onde o Corinthians teve sorte foi na cobrança dos pênaltis. A partir dos pênaltis, a competição passa a ser um cara e coroa. O Fluminense perdeu três, não, dois pênaltis, e o Corinthians não perdeu nenhum. Eis regulamento de rara estupidez. Tem que se descobrir uma outra solução. A mais simples, e mais certa, é fazer um novo jogo. Imaginem que beleza se os dois partissem para outro jogo.

Futebol é futebol e não tem nada de futebol quando a vitória se vai decidir no puro azar. Ouvi ontem uma pergunta: – “O que vai fazer agora o Fluminense?” Realmente, meu time não pode parar. O nosso próximo objetivo é o tricampeonato carioca. Vejam vocês: empatamos uma partida e realmente um empate não derruba o Fluminense. Francisco Horta já está tratando do tricampeonato. Estivemos juntos um momento. Perguntei: – “E agora?” Disse: – amanhã vou tomar as primeiras providências para o tricampeonato. Como eu, ele não estava deprimido. O bom guerreiro conhece tudo, menos a capitulação. Aprende-se com uma vitória, um empate, uma derrota. Só a ociosidade não ensina coisa nenhuma.

No seguinte jogo, vocês verão o Fluminense em seu máximo esplendor.

Quando um outro time tiver uma torcida que fizer algo parecido, começarei a discutir sobre torcida de futebol, mas por enquanto não tem discussão, a torcida do Corinthians é a melhor e pronto.