Maracanã, maior símbolo do futebol em todo o mundo

1-Opinião de um torcedor

2-Maquete e inauguração

3-Método de construção e reformas

4-Recordes de público

5-Os 40 notáveis e os 10 maiores artilheiros

6-Curiosidades ( história dramática e gol mais rápido )

7-Crônica de Nelson Rodrigues sobre o Rio ( Maracanã ) ocupado.

1-Venho render homenagem a este estádio, verdadeiro monumento ao futebol mundial. Sou mais um torcedor, mas venho da terra do Morumbi e do Pacaembu, chegando nesta cidade há 4 anos. Se coloco o Maracanã como o máximo que se fez de um estádio no Brasil é motivo de sobra que não entra aqui bairrismo/clubismo.

Minha gente, sua localização é fantástica. Você chega de Trem, Metrô, Ônibus e Carro em minutos. E a pé também, afinal está localizado em bairro de grande população.

Se o Maracanã estivesse localizado em local de acesso dificultado por trânsito em jogos noturnos , como em algumas cidades brasileiras, certamente eu não estaria aqui escrevendo e elogiando. E sua história seria outra também. Fiz algumas perguntas a torcedores cariocas do tipo: Se o Maracanã tivesse sido construído em Jacarepaguá, você se disporia a perder duas horas para chegar no estádio em jogo de quarta-feira á noite? Eles responderam que não iriam ao estádio.

E tem mais, você não toma chuva, por conta das marquises.

Então chega-se a conclusão que o torcedor carioca ganhou um grande presente. Parada obrigatória de turistas nacionais e estrangeiros, estudantes e visitantes de todas as idades, o gigante tornou-se conhecido mundialmente e perde, em popularidade, apenas para o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar.
Gilberto Maluf

2-[img:maquete_do_maracan__.jpg,resized,vazio]
Em 1947 a prefeitura do Rio de Janeiro abriu concorrência pública para o projeto arquitetônico do estádio. O projeto vencedor foi de autoria da equipe de arquitetos formada por Waldir Ramos, Raphael Galvão, Miguel Feldman, Oscar Valdetaro, Orlando Azevedo, Pedro Paulo Bernardes Bastos e Antônio Dias Carneiro
Seu nome oficial, Estádio Jornalista Mário Filho, é uma homenagem a um dos mais importantes jornalistas brasileiros e fundador do Jornal dos Sports. Em 16 de junho de 1950, o Maracanã foi inaugurado com um jogo entre cariocas e paulistas, com o eterno Didi marcando o primeiro gol de placa da história do estádio. Paixão, emoção e muita adrenalina se misturam nas espetaculares torcidas organizadas, que balançam o estádio levando o público ao delírio..
Riotur

3 – A Construção
Este histórico estádio, que é conhecido pelo nome do pequeno rio que corre em frente e que também dá nome ao bairro onde está localizado, foi construído para sediar a Copa do Mundo de 1950.

A sua construção teve início dia 2 de agosto de 1948, na administração do prefeito Ângelo Mendes de Morais. Trabalharam na obra gigantesca 1.500 homens, e nos meses finais este número elevou-se para 3.500. O engenheiro que iniciou os trabalhos foi o Dr. Paulo Pinheiro Guedes.

A Copa do Mundo de 1950 foi realizada com as obras ainda incompletas. A rigor só terminaram em 1965.
A Arquitetura
O formato do estádio é oval, medindo 317 metros no eixo maior e 279 metros no menor. Sua altura máxima é de 32 metros. A distância entre o centro do campo e o espectador mais afastado é de 126 metros.

O gramado tem 110 metros de comprimento por 75 de largura. É circundado por um fosso de 3 metros de largura e profundidade, com bordas em desnível. O acesso ao gramado é feito por intermédio de 4 túneis subterrâneos.

A parte destinada ao público era, originalmente, constituída por três lances: a geral (hoje extinta), que costumava acomodar até 30 mil espectadores de pé; o segundo lance, com 30 mil cadeiras e 300 camarotes com 5 lugares cada; no terceiro, situado sobre as cadeiras, ficam as arquibancadas, originalmente com capacidade para 100 mil espectadores sentados. Na parte central do eixo menor, lado da sombra, ficam a Tribuna de Imprensa, a Tribuna Desportiva e as Cadeiras Especiais, incluindo as Cadeiras Perpétuas. Logo abaixo destas estão as cabines refrigeradas de emissoras de rádio e televisão.

Com as reformas feitas para o I Campeonato Mundial de Clubes da FIFA em janeiro de 2000, as arquibancadas foram divididas em cinco setores, assentos individuais foram colocados em todos os degraus e camarotes foram instalados nos lances superiores, diminuindo-se assim substancialmente a sua capacidade, porém dotando o estádio de mais conforto e segurança. Depois da última reforma, para os Jogos Pan-Americanos de 2007, as gerais foram extintas para dar lugar à extensão do setor das cadeiras.

O estádio é dotado de uma marquise que cobre parcialmente as arquibancadas em toda a sua circunferência. Refletores a vapor de mercúrio estão instalados sobre a marquise, ao longo das duas laterais do campo.

A altura do estádio corresponde ao de um edifício de seis andares. O acesso do público às arquibancadas se dá por duas gigantescas rampas nas extremidades opostas do eixo menor do estádio. Cada rampa se desdobra em duas, desembocando nos anéis que circundam as arquibancadas na altura do terceiro e do sexto andar. Pode-se chegar às Cadeiras Especiais e Tribunas pelos elevadores. A área circundante ao estádio abriga o Ginásio Gilberto Cardoso (o “Maracanãzinho”), o Estádio de Atletismo Célio de Barros, o Estádio Aquatico Júlio Delamare e um estacionamento, além de um pequeno museu do futebol sob uma das rampas de acesso, em frente ao hall dos elevadores. Última Reforma
Visando a realização dos XV Jogos Pan-Americanos de 2007, o Estádio Mário Filho passou por uma longa reforma, que acabou custando mais de R$195 milhões ao governo do Estado do Rio de Janeiro. A capacidade do estádio reformado, que por alguns anos vinha sendo limitada a no máximo 80 mil espectadores, é de 89 mil.

Todos os setores do estádio foram afetados por essa reforma, a começar pela grama, toda replantada. O gramado foi rebaixado em um metro e meio e a antiga Geral deixou de existir. No seu lugar, foram instaladas cadeiras, extendendo o setor que anteriormente se limitava ao espaço coberto debaixo das arquibancadas. Estas continuam a ser ocupadas por cadeiras na sua totalidade, organizadas por setores, cada um dotado de seus respectivos bares e banheiros, totalmente remodelados. Os setores atrás dos gols tem preços populares, como compensação pela extinção da Geral. Os três placares eletrônicos foram substituídos e dois teões foram instalados atrás das balizas. Ao término da reforma, as cabines de rádio terão sido modernizadas e seu número ampliado. Vestiários, banheiros e bares também foram modernizados.
[img:maraca_reformado.jpg,resized,vazio]

4 – Os Recordes de Público
Jogos da Seleção Brasileira
Uruguai 2 x Brasil 1, dia 16/7/50, final da Copa do Mundo: cerca de 200.000 (público oficial: 173.850).
Brasil 1 x Paraguai 0, dia 31/8/69, eliminatórias para a Copa do Mundo: 183.341.
Brasil 1 x Paraguai 0, dia 21/3/54, eliminatórias para a Copa do Mundo: 174.599.
Brasil 6 x Espanha 1, dia 13/7/50, Copa do Mundo: 152.260.

Jogos entre Clubes
Flamengo 0 x Fluminense 0, dia 15/12/63, final do Campeonato Carioca: 177.656.
Vasco 1 x Flamengo 1, dia 4/4/76, final da Taça Guanabara: 174.770.
Fluminense 3 x Flamengo 2, dia 15/6/69, jogo que deu o título estadual antecipado ao Fluminense: 171.599.
Flamengo 0 x Vasco 0, dia 22/12/74, final do Campeonato Carioca: 165.355.
Flamengo 2 x Vasco 1, dia 6/12/81, final do Campeonato Carioca: 161.989.

5 – Os 40 notáveis (ordem alfabética):

Ademir – Almir – Amarildo – Assis – Barbosa – Bellini – Carlos Alberto Torres – Castilho – Coutinho – Danilo – Dequinha – Didi – Dirceu Lopes – Djalma Santos – Edmundo – Falcão – Gérson – Gilmar – Ipojucan – Jair Rosa Pinto – Jairzinho – Joel – Julinho – Júnior – Manga – Nílton Santos – Orlando Peçanha – Paulo Cesar Caju – Pelé – Pepe – Renato Gaúcho – Rivelino – Rubens – Telê – Tostão – Vavá – Washington – Zagallo – Zito – Zizinho.

Os dez maiores artilheiros:
Zico – Roberto Dinamite – Luisinho Lemos – Romário – Quarentinha – Valdo – Pinga – Garrincha – Dida – Bebeto.

Seis craques estiveram nas duas listas e por isso abriram vagas no grupo dos notáveis. São eles: Zico, Roberto Dinamite, Romário, Garrincha, Dida e Bebeto.

A comissão de jornalistas esportivos que elegeu os principais nomes da história do Maracanã foi formada por Armando Nogueira, José Carlos Araújo, Luiz Mendes, Washington Rodrigues, Orlando Batista e Milton Neves. Como sempre acontece em listas de natureza subjetiva como esta, algumas indicações e omissões devem ser consideradas como normais.

Fontes de Consulta
Loris Baena Cunha, “A Verdadeira História do Futebol Brasileiro”
Jornal dos Sports
O Globo
Jornal do Brasil
SUDERJ

5 – HISTÓRIAS DRAMÁTICAS

Uma das histórias mais dramáticas nesses anos de vida do Maracanã, ocorreu com Marcelo, um
jovem goleiro do Vasco amaldiçoado por uma falha sofrida contra o Flamengo, em 1964.
Naquele dia, a bola veio mansa, como em muitas outras vezes, chutada da intermediária pelo
flamenguista Nelsinho Rosa, hoje técnico. Quando Marcelo agachou-se para a defesa, porém, não
pegou nada. Um frango monumental. Sem condições psicológicas para continuar jogando, o goleiro
chorava encostado à trave, implorando para sair enquanto ouvia as vaias da torcida do Vasco.
Trêmulo, nervoso, ele comoveu todo o estádio enquanto caminhava na direção do túnel. Então,
deu-se o inesperado. Solidárias na dor dor com o goleiro, as duas torcidas começaram a aplaudi-lo.
Assim mesmo Marcelo prosseguiu, rumo ao vestiário. Para nunca mais voltar.

GOL MAIS RÁPIDO

O gol mais rápido do Maracanã foi feito pelo atacante Gildo, do Palmeiras, aos 8 segundos de jogo,
na vitória por 2×0 sobre o Vasco, no Torneio Rio-São Paulo de 1965.
.

6 – CRÔNICAS DE NELSON RODRIGUES
[img:invas__o_da_Fiel.jpg,resized,vazio]

Nelson Rodrigues foi um grande escritor brasileiro, carioca e fanático torcedor do Fluminense escreveu um belo texto um dia após a histórica invasão corinthiana ao Rio de Janeiro; segue abaixo o texto publicado no jornal O GLOBO.

Uma coisa é certa: – não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações. Até que, lá um dia, acontece a grande vitória. Ainda digo mais: – já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate. Sim, quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.

Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela. Ali, chegavam os corinthianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.

A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: – “O Rio é uma cidade ocupada”. Os corinthianos passavam a toda hora e em toda parte.

Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo. Pois ganha. Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time. Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a vigília da Fiel. Um amigo me perguntou: – “E se o Corinthians perder?” O Fluminense era mais time. Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os corinthianos, quando faziam um prévio carnaval. Esse carnaval não parou. De manhã, acordei num clima paulista. Nas ruas, as pessoas não entendiam e até se assustavam. Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca. Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca.

Não cabe aqui falar em técnico. O que influi e decidiu o jogo foi a torcida. A torcida empurrou o time para o empate.

A torcida não parou de incitar. Vocês percebem? Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca. Os corinthianos estavam tão certos de que ganhariam que apelaram para o já ganhou. Veio de São Paulo, a pé, um corinthiano. Eu imaginava que a antecipação do carnaval ia potencializar o Corinthians. O Fluminense jogou mal? Não, não jogou mal. Teve sorte? Para o gol, nem o Fluminense, nem o Corinthians. Onde o Corinthians teve sorte foi na cobrança dos pênaltis. A partir dos pênaltis, a competição passa a ser um cara e coroa. O Fluminense perdeu três, não, dois pênaltis, e o Corinthians não perdeu nenhum. Eis regulamento de rara estupidez. Tem que se descobrir uma outra solução. A mais simples, e mais certa, é fazer um novo jogo. Imaginem que beleza se os dois partissem para outro jogo.

Futebol é futebol e não tem nada de futebol quando a vitória se vai decidir no puro azar. Ouvi ontem uma pergunta: – “O que vai fazer agora o Fluminense?” Realmente, meu time não pode parar. O nosso próximo objetivo é o tricampeonato carioca. Vejam vocês: empatamos uma partida e realmente um empate não derruba o Fluminense. Francisco Horta já está tratando do tricampeonato. Estivemos juntos um momento. Perguntei: – “E agora?” Disse: – amanhã vou tomar as primeiras providências para o tricampeonato. Como eu, ele não estava deprimido. O bom guerreiro conhece tudo, menos a capitulação. Aprende-se com uma vitória, um empate, uma derrota. Só a ociosidade não ensina coisa nenhuma.

No seguinte jogo, vocês verão o Fluminense em seu máximo esplendor.

Quando um outro time tiver uma torcida que fizer algo parecido, começarei a discutir sobre torcida de futebol, mas por enquanto não tem discussão, a torcida do Corinthians é a melhor e pronto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *