Associação Paulista de Sports Athleticos – SP

NASCE A APSA, DE GLORIOSAS TRADIÇÕES

“Surge uma nova entidade no futebol paulista. Saído de sua fase de infância, o jogo da bola entra. por assim dizer, em sua juventude”. Corria a temporada de 1913. Um incidente entre o Club Athletico Paulistano e a Liga Paulista de Football deu origem a fundação da Associação Paulista de Sports Athleticos (APSA).

Tudo começou quando a Liga discordou do aluguel cobrado pelo Club Athletico Paulistano para utilização do Velódromo: 200 mil reis por jogo. E conseguiu junto ao Sport Club Germania, pela mesma quantia, mas mensalmente, o aluguel do Parque Antártica, na época arrendado pelo clube teuto-brasileiro. E eis que uma partida Paulistano e Americano foi marcada para o campo da Antarctica pela Liga, enquanto o Paulistano insistia em jogar no Velódromo. No dia do jogo, cada um foi para um campo e a Liga somou os pontos, é óbvio, para o Americano. No dia imediato o Paulistano se desligou da Liga. Com ele ficaram solidários a A.A. das Palmeiras que já andava afastada do Campeonato e a A.A. Mackenzie College, através de seus sócios João Bierrembach e Aristides Machado.

A APSA nasceu em uma reunião preliminar a 22 de abril de 1913 no escritório do senhor Aymoré Pereira Lima, à Travessa do Comércio. Os desportistas Antonio Melchert Neto, Augusto Brant de Carvalho, Rubens de Moraes Salles, Aristides Bastos Machado, João Didier, Pedro Arizabalaga, João da Cunha Bueno, Raul Guimarães, Carlos Whately, Godinho Cerqueira e João Bierrembach de Lima, foram os presentes à história reunião.

O presidente da assembleia foi o sr. Brant de Carvalho e coube ao sr. João Didier propor o nome da nova entidade aprovado por unanimidade. A seguir foi constituída uma Comissão composta pelos senhores Aristides Bastos Machado e João Didier para elaborar os estatutos sociais. E ficou combinado então uma Assembleia Geral dentro de dois dias para instalação da nova entidade.

E de fato, a 24 de abril de 1913, no mesmo local se realizava a Assembleia, com presença das seguintes representações:

Edgar Nobre de Campos, Augusto Brant de Carvalho e Álvaro da Silva Santos: pela Associação Athletica das Palmeiras;

Carlos Whately, Aristires Bastos Machado e João Bierrembach de Lima, pela Associação Athletica Mackenzie College:

Adolpho Melchert Neto, João Didier e João da Cunha Bueno – pelo Club Athletico Paulistano.

Mais uma vez o presidente da assembleia foi o senhor Augusto Brant de Carvalho e logo a Comissão encarregada de elaborar os Estatutos da nova entidade, apresentou seu trabalho, imediatamente aprovado.

Edgard Nobre de Campos e João Bierrembach de Lima foram os redatores do projeto em apreço.

A seguir foi eleita a primeira diretoria da Associação Paulista de Sports Athleticos, assim constituída:

Presidente: Dr. Antonio Prado Junior – Club Ahtletico Paulistano;

Vice-Presidente: Dr. Rufus H. Lane;

1º Secretário: Dr. Edgard Nobre de Campos:

2º Secretário: Sr. Aristides Bastos Machado;

1º Tesoureiro: Sr. A. Aymoré Pereira Lima;

2º Tesoureiro: Dr. Raul Guimarães.

A APSA, mais tarde, graficamente transformada em APEA, teve uma vida gloriosa, e assim foi até 1936, quando realizou seu último campeonato. Mas nos anos de 1935 e 1936, após a criação da Liga de Football de S. Paulo – hoje Federação Paulista de Futebol – com a deserção dos grandes clubes, viveu seus momentos de agonia, apenas prestigiada pela Associação Portuguesa de Desportos.

O primeiro campeonato da nova entidade, contou com a presença apenas e tão somente das três citadas agremiações: Club Athletico Paulistano (campeão da temporada); Associação Athletica Mackenzie College – vice-campeã) e Associação Athletica das Palmeiras (terceira colocada) Na outra liga, o Paulista ficava com o Corinthians, que havia estreado em 1912 e foi campeão invicto sem porto perdido em 1913, tendo tão somente como grande rival, o Sport Club Germania, vice-campeão, com dois pontos.

Mas já na temporada de 1914, se juntavam a APSA os seguintes clubes: Associação Athletica São Bento – fundada nessa temporada e num recorde na história, campeã em seu primeiro ano de vida; o Club Athletico Ypiranga e o Scottish Wanderers Football Club.

Já em 1917 se eclodia o prestígio da nova entidade, com a adesão do S.C. Corinthians Paulista e mais o pioneiro Sport Club Internacional. O mesmo Club Athletico Paulistano, um dos grandes iniciadores da Associação Paulista de Esportes Athleticos, em 1913, iria ser o iniciador de sua debacle em 1925, ao final do campeonato.

Após uma acidentada partida decisiva de campeonato entre São Bento e Paulistano, quando venceu o São Bento por um a zero, gol de Feitiço, o Paulistano abandonou a entidade e fundou a Liga de Amadores de Football, que serviu como epitáfio ao “Glorioso” do Jardim América. Junto com o Paulistano saíram o Sport Club Germania e o Sport Club Internacional. Enquanto pode contar com Palestra, Corinthians e Santos, a APEA se sustentou, mas já em 1935 restavam apenas a Associação Portugesa de Desportos e o Club Athletico Ypiranga, além de um punhado de clubes sem expressão.

O último capítulo da APEA foi vivido em 1936.  A Associação Portuguesa de Desportos foi campeã com 3 pontos perdidos; o Club Athletico Ypiranga vice-campeão com 5 pontos perdidos. E os demais clubes, pela ordem de chegada:

São Caetano Sport Club, da cidade de São Caetano do Sul;

Tremembé Football Club, da Capital;

Associação Athletica Ordem e Progresso, da Capital;

Primeiro de Maio Football Club, da Capital;

Sport Club Humberto 1º, da Capital.

 

Fonte: texto extraído do periódico “Popular da Tarde”, do ano de 1979.

Escudo vetorizado pelo Sérgio Mello, com base no Almanaque do Futebol Paulista, de José Jorge Farah Neto e Rodolfo Kussarev Jr.

Esporte Clube Rosita Sofia – Rio de Janeiro (RJ): ‘O time do Comendador’

O Esporte Clube Rosita Sofia foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). O clube Rositano foi Fundado no dia 05 de Fevereiro de 1941, a sua Sede e o Estádio Serafim Sofia, ficavam localizados na Rua Itagibá, s/n, no Bairro do Cosmos, na Zona Rural (atual Zona Oeste) do Rio (RJ).

Trecho da história do E.C. Rosita Sofia contada pelo Jornal dos Sports, na página 3, do dia 29 de janeiro de 1944 (acima):

Fundado em 5 de fevereiro de 1941, o Esporte Clube Rosita Sofia teve sentido da madrugada e, em pleno alvorecer, compreendeu a necessidade imperiosa de trabalhar pelo fortalecimento da Pátria, não hesitando em lançar mão de todos os meios ao seu alcance para proporcionar aos Rositanos, mas à população de Kosmos, os elementos imprescindíveis para os embates da vida futura.

Então, a fundação da agremiação-modelo destinada a aprimorar as qualidades físicas, morais e intelectuais de sua juventude. Atendendo a um convite do Comendador, joalheiro e escritor português Serafim Moreira Sofia, reuniram-se no histórico prédio da Rua Guarujá, 34, na Estação do Kosmos, as pessoas de maior destaque na sociedade local, aprovaram os Estatutos e eleita a Diretoria. Entre os nomeados o Presidente: João Teixeira Dias; o Secretário: José Pereira da Silva Carneiro; o Tesoureiro: Adelino Moreira de Castro.

Fundadores

Entre os outros que assinaram  a Ata de fundação do simpático clube Alvi-Anil os conceituados esportistas Guilherme R. Barbosa, João Teixeira Dias, Adelino Moreira de Castro, Arnaldo Moreira Castro, José Pereira Carneiro, e o grande benemérito da instituição Sr. Serafim Moreira Sofia.

Escolhe do nome

Faltava, porém, escolher o nome para a agremiação recém-fundada. Lembraram-se então os seus fundadores de prestar uma merecida homenagem ao idealizador do notável empreendimento, Sr. Serafim Moreira Sofia, e, por proposta do Sr. Guilherme R. Barbosa, foi aclamada Patrona do clube a sua dileta filha Rosa Moreira Sofia, cujo nome na intimidade – Rosita – inspirou a denominação de ESPORTE CLUBE ROSITA SOFIA.”

Curiosidade

Um dos filhos do Comendador Serafim Moreira da Silva, que se mudou para o Brasil em 1919, foi o compositor Adelino Moreira autor de inúmeros sucessos, como “A volta do boêmio”, “Negue”, “Fica comigo esta noite”, entre mais de 1.200 canções gravadas e regravadas. Destaque para o samba-canção “Meu bairro”, de 1962, em cuja última estrofe aparece o Rosita Sofia, assim:

“Você não pense mulher,

Que eu deixaria,

Campo Grande, Rosita Sofia,

Cosmos do meu coração,

Onde eu curti minha primeira dor,

Onde nasceu meu verdadeiro amor,

E a minha primeira canção.”

Pois bem, Serafim Moreira era conhecido como “Comendador Sofia”. Comendador, porque recebeu esse título do Papa, devido aos serviços prestados à Igreja. Sofia, dizem, porque filho de Sofia Moreira – que é nome de praça, onde há um busto em bronze do Comendador, feito pelo escultor Miguel Pastor, em 1968.

Eu tenho cá uma explicação para isso, se me permitem. É fato que o Comendador construiu a Igreja de Santa Sofia, no mesmo bairro, como pagamento de uma promessa, por não ter morrido num naufrágio, quando vinha de Portugal, durante a Segunda Guerra Mundial. Provavelmente era devoto dessa santa por influência familiar, tendo em vista o nome de sua mãe. E o título de Comendador creio que foi decorrência da construção dessa Igreja. Daí o nome com que era conhecido.

Ele foi um benemérito do bairro, tendo inclusive distribuído pão e leite para pessoas carentes. A importância do Comendador para o bairro, aliás, foi imortalizada no samba-enredo de 2008 do Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Cosmos (autores: Fábio Santana, G. Rios, Bira Nota 10, Renatinho e Marquinhos Imperial), em que se cantava o seguinte:

“Serafim Sofia deu emprego a muita gente

Amparou muitos carentes, foi um grande benfeitor

Pelo esporte e na saúde, contribuiu com a educação

A fé e a devoção se transformaram nesta canção.”

Aliás, essa Escola de Samba ele mesmo ajudou a fundar em 01.01.1948. Doou o terreno para construção da quadra de ensaios e pediu em troca que seu filho Adelino fizesse os primeiros samba-enredos, enquanto não fosse formada uma ala de compositores – uma condição dessas nem era um requisito, mas um presente…

No futebol, o Comendador participou da fundação do Kosmos AC, em 01.05.1930. (A propósito, o bairro tem esse nome porque foi construído pela Companhia Kosmos Engenharia e Imobiliária, com base em planta elaborada por Oscar Niemeyer.)

Depois, em virtude de desentendimentos dentro do Kosmos, o Comendador fundou o Rosita Sofia. Confesso que não encontrei nenhuma referência direta ao porquê de Rosita, mas desconfio que foi uma homenagem à esposa. Ela se chamava Maria Rosa Martins de Castro e a mãe dela, Rosa Martins de Castro. Por ser Rosa e filha de Rosa, talvez fosse conhecida como Rosita – os portugueses têm esse costume de usar, no círculo de relações pessoais, alguns diminutivos em “ito” e “ita”, como Anita. E por ser casada com o Comendador Sofia, provavelmente era conhecida como Rosita Sofia.

Considero pouco plausível que fosse uma homenagem à sogra. Se bem que… segundo o Dicionário popular de futebol, o Rosita Sofia foi praticamente um precursor do Íbis, pois perdia para todo mundo nos anos 40 e 50, nos campeonatos do Departamento Autônomo da Federação Metropolitana de Futebol, do então Distrito Federal (Rio de Janeiro). Nelson Rodrigues, p.ex., ao dizer que um time era ruim, gostava de compará-lo ao Rosita Sofia, ou dizia que não conseguia ameaçar nem sequer o Rosita Sofia. Bem, tudo é possível, mas convenhamos que seria muito maquiavelismo dar ao clube o nome da sogra com o propósito de fazê-lo um saco-de-pancada…

PS1: Vale lembrar que ‘Rosita’, é diminutivo em espanhol, que traduzido para o português, seria o mesmo que ‘Rosinha’.

PS2: O Estádio do Rosita foi a casa da Associação Atlética Portuguesa até os anos 60, quando a ‘Lusinha Carioca’ adquiriu o Hipódromo Guanabara (hoje Estádio Luso-Brasileiro), na Ilha do Governador.

 

Fontes: ABRAHÃO, Raphael. <http://amigosdogresunidosdecosmos.blogspot.com>

ADELINO Moreira. <www.adelinomoreira.com.br>

ADELINO Moreira. <http://pt.wikipedia.org>

ADELINO Moreira, compositor de música ligeira (1918-2002). <http://portugal-mundo.blogspot.com>

COMENDADOR Serafim Moreira. <www.monumentosdorio.com.br>

CRAVO ALBIN, Ricardo (org.). Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: Paracatu, 2006. p. 500-1.

ESPAÇO Cultural Compositor Adelino Moreira preserva a cultura da região oeste do Rio de Janeiro. <www.jornalriooeste.com.br>

G.R.E.S. Unidos de Cosmos. <http://unidosdecosmos.no.comunidades.net>

LOPES, Wellington. O sertão carioca está em festa, parabéns Cosmos, 60 anos de samba! <www.obatuque.com> – 22.05.2008.

MARCONDES, Marcos Antônio (org.). Enciclopédia da música brasileira: popular, erudita e folclórica. 2ª ed. São Paulo: Art Ed., 1998. p. 535.

PENNA, Leonam. Dicionário popular de futebol. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. p. 179.

RODRIGUES, Nelson. A pátria em chuteiras. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 76, 101.

SERAFIM Sofia. <www.revista.agulha.nom.br>

JORNAL DOS SPORTS

Campeonato Niteroiense de Futebol – 1974

EQUIPES PARTICIPANTES

EQUIPES PARTICIPANTES

CIDADE

001

CLUBE DOS PIONEIROS NITERÓI – RJ

002

ESPORTE CLUBE AGRA NITERÓI – RJ

003

ESPORTE CLUBE COSTEIRA NITERÓI – RJ

004

FLAMENGUINHO FUTEBOL CLUBE NITERÓI – RJ

005

MANUFATORA ATLÉTICO CLUBE NITERÓI – RJ

006

TIRADENTES ATLÉTICO CLUBE NITERÓI – RJ

TURNO DE CLASSIFICAÇÃO

14.07.1974

TIRADENTES

0-0

AGRA

14.07.1974

COSTEIRA

5-1

PIONEIROS

21.07.1974

MANUFATORA

2-1

AGRA

21.07.1974

FLAMENGUINHO

1-0

PIONEIROS

28.07.1974

TIRADENTES

1-0

FLAMENGUINHO

28.07.1974

MANUFATORA

1-1

COSTEIRA

04.08.1974

PIONEIROS

2-1

TIRADENTES

04.08.1974

COSTEIRA

1-0

AGRA

11.08.1974

MANUFATORA

1-1

FLAMENGUINHO

11.08.1974

AGRA

1-0

PIONEIROS

18.08.1974

TIRADENTES

2-1

COSTEIRA

18.08.1974

MANUFATORA

1-0

PIONEIROS

25.08.1974

AGRA

2-1

FLAMENGUINHO

25.08.1974

MANUFATORA

2-1

TIRADENTES

01.09.1974

COSTEIRA

1-0

FLAMENGUINHO

TURNO FINAL

08.09.1974 TIRADENTES

3-0

MANUFATORA
08.09.1974 COSTEIRA

1-0

AGRA
15.09.1974 MANUFATORA

4-0

AGRA
15.09.1974 TIRADENTES

0-0

COSTEIRA
22.09.1974 TIRADENTES

7-0

AGRA
22.09.1974 MANUFATORA

3-1

COSTEIRA

CAMPEÃO – TIRADENTES ATLÉTICO CLUBE (NITERÓI-RJ)

Torneio do Smart A.C. de 1916 (RJ): Hellenico F.C. é o campeão

Em 1916, o Torneio promovido pelo Smart Athletico Club, entre os novos clubes da Liga Metropolina e dedicado a Associação de Cronistas Desportivos. As nove equipes participantes foram:

Sport Club Mackenzie;

Sport Club Luso Brasileiro;

Sport Club Everest;

Esperança Football Club;

Sport Club Rio de Janeiro;

Tijuca Football Club;

Americano Football Club;

Smart Athletico Club;

E o grande campeão: Hellenico Football Club.

Fonte: Revista O Malho

Associação Sportiva Paranaense (ASP) – Paraná: Anos 20

Com a profissionalização do futebol do Paraná, surgiu a  Associação Sportiva Paranaense (A.S.P.), que utilizou o escudo (acima) de 1922 a 1926. No dia 2 de junho de 1926, alterou o seu nome para Federação Paranaense de Desportos (FPD).

 Fontes: Federação Paranaense de Futebol (FPF) – Livro “Futebol Paraná História -Vol. 1”, dos autores Ivan Heriberto Machado e Levi Chrestenzen

Liga Paulista de Football – Fundação em 19 de dezembro de 1901 e o primeiro Campeonato Paulista de Football, disputado no ano de 1902

LIGA PAULISTA DE FOOTBALL (19/12/1901)

Na noite de 13 de dezembro de 1901, na sede do Sport Club Internacional, à Rua José Bonifácio, esquina com Rua São Bento, no centro da cidade de São Paulo, por iniciativa do senhor Antonio Casemiro da Costa – o Costinha – daquele clube, pela primeira vez se reuniram homens do futebol paulista para tratar da fundação de uma entidade que orientasse os destinos do FOOTBALL, que estava nascendo e crescendo em São Paulo. Os primeiros jogos entre representações de São Paulo e do Rio de Janeiro, realizados em 19 e 20 de outubro, foram um êxito crescente. E isto entusiasmou bastante as duas maiores cidades do País. Antonio Casemiro da Costa, em São Paulo e Oscar Cox, no Rio de Janeiro foram os dois grandes pioneiros como conta a história.

Na reunião de 13 de dezembro compareceram apenas representantes do Sport Club Internacional, do Club Athletico Paulistano e do Sport Club Germania. E por isto foi marcada uma nova Assembléia. Costinha aproveitou o instante para expor seus planos e foi interpelado por um dos companheiros:

– Mas como vamos fundar uma Liga e mantê-la? Com que dinheiro? Pela primeira vez se falou em INGRESSO no jogo da bola. Foi o próprio Costinha quem assim afirmou: “Cobraremos ingressos e 50 por cento será para a entidade e 50 por cento para os clubes”. Vejam bem que as chamadas Federações ou Confederações já dividiam o bolo com os Clubes no começo do século. No momento em que apenas engatinhava o futebol, mas não faltava este alto sentido da chamada CARTOLAGEM e esta submissão por parte dos Clubes que fazem afinal de contas o espetáculo.

Antonio Casemiro da Costa fez uma longa exposição. Exibiu estatutos das mais adiantadas entidades europeias e no final deste primeiro ensaio de reunião, foram escolhidas por antecipação as cores para a LIGA que ia ser criada. Eram as cores da bandeira de São Paulo, são as cores até hoje adotadas pela Federação Paulista de Futebol. Preto, encarnado e branco, foram estas, as cores escolhidas. Esta reunião preliminar se verificou na noite de 14 de dezembro de 1901. E a esta histórica Assembléia compareceram: Antonio Casemiro da Costa, W. Holland, Antonio Souza Queiroz e Tancredo do Amaral, representando o Sport Club Internacional, Charles Miller, H.J.Boyes, Roy W. Grome, pelo São Paulo Athletic Club, Arthur Ravache, G. Ritter e Hans Nobling, pelo Sport Club Germânia, João Evanagelista Belfort Duarte, Alicio de Carvalho e Robert Shalders, pela Associação Athletica Mackenzie College, Otávio de Barros, Renato Rocha Miranda e João da Costa Marques, pelo Club Athletico Paulistano.

Foi marcada então uma nova reunião, a 19 de dezembro, quando se instalou a entidade, foi eleita e empossada a primeira Diretoria e nomeada como LIGA PAULISTA DE FOOTBALL.

A Diretoria ficou assim constituída:

Presidente – Antonio Casemiro da Costa, o “Costinha”, do S.C. Internacional;

Vice-presidente – Hans Nobling, do S.C. Germânia;

Secretário-geral – Arthur Ravache, do S.C. Germânia;

Tesoureiro – Tancredo do Amaral, do S.C. Internacional.

Foram então tomadas as medidas para a realização do Primeiro Campeonato Paulista no ano imediato e na oportunidade o Costinha prometeu oferecer a Taça da disputa, que mais tarde em sua homenagem recebeu seu nome.

A Taça foi adquirida na Casa Mapin & Webb, á Rua São Bento. Uma Taça ricamente trabalhada em prata por um ourives francês.

Ao melhor estilo inglês, foi marcado o início do Campeonato para um sábado. E assim aconteceu na tarde de 3 de maio de 1902, no campo da “Antarctica Paulista”, no Parque Antárctica. Era então o campo de futebol arrendado pelo S.C. Germânia. Participaram desse primeiro campeonato, os cinco clubes pioneiros:

Eles, pela ordem de fundação: São Paulo Athletic Club (alviazul): Associação Athletica Mackenzie College (branco e vermelho); Sport Club Internacional (rubro-negro): Sport Club Germânia (preto, branco e azul) e Club Athletico Paulistano (alvi-rubro).

Além do campo da Antarctica, foram utilizados os chamados “Grounds” (campo de futebol) do Club Athletico Paulistano, o chamado Velódromo, na atual Rua Nestor Pestana e o campo da Rua da Consolação, do SPAC (São Paulo Athletic Club).

A primeira partida do campeonato, a 8 de maio de 1902, foi vencida pela A.A. Mackenzie College, por 2 a 1, cona o S.C. Internacional. Coube ao extrema-direita Mário Eppingaux, do Mackenzie College, a autoria do primeiro gol em campeonatos bandeirantes.

Neste primeiro encontro foram figuras destacadas Belfort, Alicio, Warners e Sampaio, pelo Mackenzie, enquanto Nobling, Muss, Kirshner e Riether foram os jogadores de maior relevo do “bando alemão”.

Alicio Carvalho conquistou o ponto da vitória do Mackenzie e Kirshner obteve o tento único do Germânia.

A 8 de maio era inaugurado o Velódromo oficialmente, com o Paulistano sendo surpreendido pelo São Paulo Athletic Clube por 4 a 0.

Boyes (2), Miller e Jeffery fizeram os tentos do primeiro campeão paulista.

Dois jogadores neste Campeonato logo marcariam sua fama e fariam escola. Foram eles Miller e Belfort Duarte. Criaram jogadas próprias, conhecidas por muito tempo no futebol brasileiro como ”Charles” e “Belfort”.

No returno o Paulistano se vingou abatendo o SPAC em seu próprio campo na Rua da Consolação, por um a zero e empatando o Campeonato. Todavia, no desempate o quadro do Jardim América foi derrotado.

Este 1 a 0 contra o SPAC foi a primeira vitória no entanto de um quadro brasileiro contra estrangeiro no contexto do nosso futebol.

A equipe do Paulistano jogou assim:

Tatu Miranda, Guilherme Rubião e Thiers; Renato Miranda, Olavo Paes de Barros (cap.) e Geraldo Pacheco. João Costa Marques,  Oscar G. Matos, Alvaro Rocha, Ibanez Salles e Edgar Barros.

O PRIMEIRO CAMPEONATO

Os jogos do Primeiro Campeonato Paulista em 1902, foram estes:

3 de maio – Antarctica – Mackenzie 2 Germânia 1;

8 de maio – Velódromo – Paulistano 0 São Paulo AC 4;

11 de maio – Antarctica – Germânia 2 Internacional 0;

13 de maio – Velódromo – São Paulo AC 3 Mackenzie 0;

29 de maio – Velódromo – Internacional 1 Mackenzie 1;

7 de junho – Velódromo – Paulistano 2 Mackenzie 2;

8 de junho – Consolação – São Paulo AC 3 Internacional 0;

15 de junho – Antárctica – Paulistano 3 Internacional 1;

29 de junho – Consolação – São Paulo AC 0 Paulistano 1;

14 de julho – Antárctica – Germânia 0 Mackenzie 2;

20 de julho – Antárctica – Germânia 0 São Paulo AC 4;

27 de julho – Antárctica – Germânia 0 Paulistano 2;

3 de agosto – Consolação – São Paulo AC 3 Germânia 0;

10 de agosto – Velódromo – Germânia 1 Internacional 1;

17 de agosto – Velódromo – Paulistano 1 Germânia 1;

24 de agosto – Consolação – São Paulo AC 0 Internacional 0;

14 de setembro – Velódromo – Paulistano 2 Internacional 0;

20 de setembro – Consolação – São Paulo AC 4 Mackenzie 4;

4 de outubro – Velódromo – Paulistano 3 Mackenzie 0;

25 de outubro – Consolação – Mackenzie 2 Internacional 1;

26 de outubro – Velódromo – Paulistano 1 São Paulo AC 2 (desempate).

 

SITUAÇÃO FINAL

São Paulo Athletic Club – 4 pontos perdidos – Campeão, no desempate;

Club Athletico Paulistano – vice-campeão – 4 pontos perdidos;

Associação Athletica Mackenzie College – 3º lugar – 7 pontos perdidos;

Sport Club Internacional – 4º lugar – 12 pontos perdidos;

Sport Club Germânia – 5º lugar – 13 pontos perdidos.

 

OS GOLEADORES

O primeiro goleador do campeonato foi Charles Miller, do SPAC, com 19 gols;

2º – Marques (Paulistano) e Álvaro Rocha (Paulistano), ambos com 5 gols;

3º – Alicio Carvalho (Mackenzie) com 4 gols:

3º – Eppingaux (Mackenzie), Boyes (SPAC) e Jeffery (SPAC), com 3 gols cada;

5º – Boug (SPAC), Bordo (Germânia), Holland (Inter) e P.Bicudo  (Mackenzie) com 2 gols cada.

Assim começou a vida do Campeonato Paulista de Futebol, na sua romântica era do começo do século passado.

 

Fontes:

Texto copiado, na íntegra, da matéria publicada no jornal Popular da Tarde, nos anos setenta. O texto não tem o nome do autor.

O escudo foi vetorizado pelo Sérgio Mello, tendo como base aquele publicado no Almanaque do Futebol Paulista, do José Jorge Farah Neto e Rodolfo Kussarev Jr.

Noroeste F.C. – Maringá (PR)

NOME: NOROESTE FUTEBOL CLUBE
FUNDAÇÃO: 25/07/2000
SITUAÇÃO: EXTINTO
ESTÁDIO: MUNICIPAL WILLIE DAVIDS
CIDADE: MARINGÁ/PR
PARTICIPAÇÃO EM ESTADUAIS: 
2000: 3ª DIVISÃO
2001: 3ª DIVISÃO
 
CURIOSIDADE: Em 2000 EX-DIRIGENTES DO GRÊMIO MARINGÁ GEM, NÃO SATISFEITOS COM OS RUMOS DO ALVINEGRO RESOLVEM FUNDAR UM NOVO CLUBE.
 
2003 – TRANSFERE-SE PARA MANDAGUARI, MUDA SEU NOME PARA MEC-NOROESTE ESPORTE CLUBE. DISPUTA A 3° DIVISÃO ESTADUAL
2004 – MUDA-SE PARA IVAIPORÃ, MUDA O NOME PARA NOROESTE IVAIPORÃ ESPORTE CLUBE. DISPUTA A 2° DIVISÃO ESTADUAL