Associação Paulista de Sports Athleticos – SP

NASCE A APSA, DE GLORIOSAS TRADIÇÕES

“Surge uma nova entidade no futebol paulista. Saído de sua fase de infância, o jogo da bola entra. por assim dizer, em sua juventude”. Corria a temporada de 1913. Um incidente entre o Club Athletico Paulistano e a Liga Paulista de Football deu origem a fundação da Associação Paulista de Sports Athleticos (APSA).

Tudo começou quando a Liga discordou do aluguel cobrado pelo Club Athletico Paulistano para utilização do Velódromo: 200 mil reis por jogo. E conseguiu junto ao Sport Club Germania, pela mesma quantia, mas mensalmente, o aluguel do Parque Antártica, na época arrendado pelo clube teuto-brasileiro. E eis que uma partida Paulistano e Americano foi marcada para o campo da Antarctica pela Liga, enquanto o Paulistano insistia em jogar no Velódromo. No dia do jogo, cada um foi para um campo e a Liga somou os pontos, é óbvio, para o Americano. No dia imediato o Paulistano se desligou da Liga. Com ele ficaram solidários a A.A. das Palmeiras que já andava afastada do Campeonato e a A.A. Mackenzie College, através de seus sócios João Bierrembach e Aristides Machado.

A APSA nasceu em uma reunião preliminar a 22 de abril de 1913 no escritório do senhor Aymoré Pereira Lima, à Travessa do Comércio. Os desportistas Antonio Melchert Neto, Augusto Brant de Carvalho, Rubens de Moraes Salles, Aristides Bastos Machado, João Didier, Pedro Arizabalaga, João da Cunha Bueno, Raul Guimarães, Carlos Whately, Godinho Cerqueira e João Bierrembach de Lima, foram os presentes à história reunião.

O presidente da assembleia foi o sr. Brant de Carvalho e coube ao sr. João Didier propor o nome da nova entidade aprovado por unanimidade. A seguir foi constituída uma Comissão composta pelos senhores Aristides Bastos Machado e João Didier para elaborar os estatutos sociais. E ficou combinado então uma Assembleia Geral dentro de dois dias para instalação da nova entidade.

E de fato, a 24 de abril de 1913, no mesmo local se realizava a Assembleia, com presença das seguintes representações:

Edgar Nobre de Campos, Augusto Brant de Carvalho e Álvaro da Silva Santos: pela Associação Athletica das Palmeiras;

Carlos Whately, Aristires Bastos Machado e João Bierrembach de Lima, pela Associação Athletica Mackenzie College:

Adolpho Melchert Neto, João Didier e João da Cunha Bueno – pelo Club Athletico Paulistano.

Mais uma vez o presidente da assembleia foi o senhor Augusto Brant de Carvalho e logo a Comissão encarregada de elaborar os Estatutos da nova entidade, apresentou seu trabalho, imediatamente aprovado.

Edgard Nobre de Campos e João Bierrembach de Lima foram os redatores do projeto em apreço.

A seguir foi eleita a primeira diretoria da Associação Paulista de Sports Athleticos, assim constituída:

Presidente: Dr. Antonio Prado Junior – Club Ahtletico Paulistano;

Vice-Presidente: Dr. Rufus H. Lane;

1º Secretário: Dr. Edgard Nobre de Campos:

2º Secretário: Sr. Aristides Bastos Machado;

1º Tesoureiro: Sr. A. Aymoré Pereira Lima;

2º Tesoureiro: Dr. Raul Guimarães.

A APSA, mais tarde, graficamente transformada em APEA, teve uma vida gloriosa, e assim foi até 1936, quando realizou seu último campeonato. Mas nos anos de 1935 e 1936, após a criação da Liga de Football de S. Paulo – hoje Federação Paulista de Futebol – com a deserção dos grandes clubes, viveu seus momentos de agonia, apenas prestigiada pela Associação Portuguesa de Desportos.

O primeiro campeonato da nova entidade, contou com a presença apenas e tão somente das três citadas agremiações: Club Athletico Paulistano (campeão da temporada); Associação Athletica Mackenzie College – vice-campeã) e Associação Athletica das Palmeiras (terceira colocada) Na outra liga, o Paulista ficava com o Corinthians, que havia estreado em 1912 e foi campeão invicto sem porto perdido em 1913, tendo tão somente como grande rival, o Sport Club Germania, vice-campeão, com dois pontos.

Mas já na temporada de 1914, se juntavam a APSA os seguintes clubes: Associação Athletica São Bento – fundada nessa temporada e num recorde na história, campeã em seu primeiro ano de vida; o Club Athletico Ypiranga e o Scottish Wanderers Football Club.

Já em 1917 se eclodia o prestígio da nova entidade, com a adesão do S.C. Corinthians Paulista e mais o pioneiro Sport Club Internacional. O mesmo Club Athletico Paulistano, um dos grandes iniciadores da Associação Paulista de Esportes Athleticos, em 1913, iria ser o iniciador de sua debacle em 1925, ao final do campeonato.

Após uma acidentada partida decisiva de campeonato entre São Bento e Paulistano, quando venceu o São Bento por um a zero, gol de Feitiço, o Paulistano abandonou a entidade e fundou a Liga de Amadores de Football, que serviu como epitáfio ao “Glorioso” do Jardim América. Junto com o Paulistano saíram o Sport Club Germania e o Sport Club Internacional. Enquanto pode contar com Palestra, Corinthians e Santos, a APEA se sustentou, mas já em 1935 restavam apenas a Associação Portugesa de Desportos e o Club Athletico Ypiranga, além de um punhado de clubes sem expressão.

O último capítulo da APEA foi vivido em 1936.  A Associação Portuguesa de Desportos foi campeã com 3 pontos perdidos; o Club Athletico Ypiranga vice-campeão com 5 pontos perdidos. E os demais clubes, pela ordem de chegada:

São Caetano Sport Club, da cidade de São Caetano do Sul;

Tremembé Football Club, da Capital;

Associação Athletica Ordem e Progresso, da Capital;

Primeiro de Maio Football Club, da Capital;

Sport Club Humberto 1º, da Capital.

 

Fonte: texto extraído do periódico “Popular da Tarde”, do ano de 1979.

Escudo vetorizado pelo Sérgio Mello, com base no Almanaque do Futebol Paulista, de José Jorge Farah Neto e Rodolfo Kussarev Jr.

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