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Excursão à Manaus, em 1929 – 4º Jogo: São Raimundo E.C. (AM) 2 x 2 Paysandu (PA)

Após o emocionante empate com o Nacional, o Paysandu é convidado para realizar um jogo que não estava programado. O convite veio da diretoria do time suburbano do São Raimundo.

A delegação paraense aceitou de bom grado o convite e se dirigiu ao bairro de São Raimundo, local onde seria disputado o jogo. Interessante é que esse duelo não teve tanta atenção e destaque da imprensa, chegando a mesma a classificá-lo como um simples treino.

Mas não era assim que pensavam os dois times pois ambos estariam em campo com sua força máxima. Talvez, por ser um time de subúrbio e de um bairro, na época, afastado da zona central e habitado por pessoas de baixa renda, além de ainda ser o São Raimundo ser considerada uma equipe fraca naquele ano, tenha contribuído para a imprensa não ter dado o merecido destaque.

O jogo foi marcado para o dia 6 de Agosto, uma terça-feira. No dia marcado para o duelo, todo o comércio do bairro foi fechado para que todos os habitantes do local acompanhassem a partida.

Naquele dia, antes do jogo, a diretoria do São Raimundo ofereceu, no almoço, uma churrascada para os jogadores visitantes. O jogo seria no campo do São Raimundo, no próprio bairro. Para juiz foi escolhido Márcio Oliveira, conhecido como Pequenino, que era jogador do Nacional.

A entrada foi franca, fazendo com que a torcida comparecesse em massa. O jogo começou às 16 horas da tarde. Em campo, os dois times partiram bruscamente em busca da vitória.

No final, o placar acusou um empate de 2 x 2. Após o fim do jogo, ambos os times dirigiram-se à sede do São Raimundo, acompanhados de muitos populares, onde houve uma bela recepção para os visitantes.

Time do Paysandu

 

SÃO RAIMUNDO (AM)                  2          X         2          PAYSANDU (PA)

LOCAL: Estádio do São Raimundo, em Manaus (AM)

DATA: Terça-feira, dia 6 de Agosto de 1929

CARÁTER: Amistoso Nacional

PÚBLICO: Entrada franca

HORÁRIO: 16 horas

ÁRBITRO:  Márcio Oliveira, ‘Pequenino’

SÃO RAIMUNDO: Cândido; Waldemar e Quincas; Quinô, Anacleto e Normando; Clarindo, Edgundes, Olympio, Zequinha e Paiva.

PAYSANDU: Castilho; Milton e Abílio; Pery, Sandoval e Barbadiano; Cobrador, Pitota, Quarenta, Setenta e Sete e Arthur Moraes.

 

FONTES: Jornal do Commercio – Gaspar Vieira Neto

 

Excursão à Manaus, em 1929 – 3º Jogo: Nacional F.C. (AM) 4 x 4 Paysandu (PA)

Após o baile que deu no Rio Negro, o Paysandu iria enfrentar a principal força do futebol amazonense e o maior campeão do estado, o Nacional. Esse foi o jogo mais esperado da excursão pois estariam no campo duas das principais forças do futebol dos dois estados.

Mais de 6 mil pessoas compareceram ao Parque na tarde do dia 4 de Agosto, num domingo. Bem antes do jogo começar, às 14 horas, o Parque já estava lotado. Do lado de fora,um intenso movimento de bondes, automóveis e pessoas em uma verdadeira romaria.

Às 15 horas e 15 minutos os jogadores do Paysandu chegavam ao estádio em automóveis. Dez minutos depois chegavam os atletas do Nacional. Houve uma partida preliminar entre o Euterpe e o Independência.

A banda de música da Polícia tocou seu repertório antes do jogo. O inglês H.W. Blake, gerente do Banco de Londres, foi escolhido como juiz da partida. Precisamente às 16 horas e 30 minutos tinha início o esperado jogo.

Página do Jornal do Commercio noticiando o empate que houve entre o Nacional e o Paysandu.O jogador amazonense Sócrates que marcou, nos minutos finais,o gol de empate do Nacional contra o Paysandu.

Virginio se apossa da bola, entrega-a para Rochinha e este para Leonardo que dribla Abílio e chuta, abrindo a contagem e fazendo o primeiro gol do Nacional. É a vez de Sandoval dá um passe para Quarenta que driblou Rodolpho e marcou o primeiro gol dos visitantes, empatando o jogo.

Leonardo cobra um escanteio para o Nacional, Virginio sobe e, de cabeça, empurra a bola para dentro das redes de Castilho, marcando o segundo ponto nacionalino, passando o time local novamente à frente do placar. Houve muita vibração da torcida.

Novamente Virginio passa a bola para Leonardo que marca o terceiro gol do Nacional. Porém, o juiz anulou o gol alegando impedimento do atacante nacionalino. E assim terminou o primeiro tempo com a vantagem do Nacional por 2 x 1.

É iniciado o segundo tempo. Cobrador manda a bola para Quarenta que a emendou para Pitota, de cabeça, fazer o segundo gol do Paysandu e empatar novamente a partida.

É a vez do ataque nacionalino entrar em ação. Orlando escapa de seus marcadores e dá um passe para Rochinha que, de cabeça, mandou a bola para Leonardo que assinalou o terceiro tento do Nacional, desempatando o jogo.

Mas o Paysandu não estava morto e,de uma avançada de Setenta e Sete, resultou o terceiro gol dos paraenses,empatando outra vez. Logo a seguir, é a vez de Cobrador dar um chute, que foi aproveitado por Quarenta que novamente vazava a meta do goleiro Lisboa, fazendo assim o quarto ponto e passando o Paysandu à frente do placar.

O jogador amazonense Sócrates que marcou, nos minutos finais,o gol de empate do Nacional contra o Paysandu.

Faltando 8 minutos para acabar o jogo, Sócrates se apossa da bola e chuta à gol. Leonardo e Rochinha acompanham a trajetória da bola enquanto Castilho, confuso, pega mal a esfera deixando-a resvalar por entre suas pernas, fazendo assim o quarto gol do Nacional, igualando-se no placar com seu adversário.

Esse gol provocou um verdadeiro delírio na torcida. E assim o juiz trilava o apito dando como resultado final um empate de oito gols. À noite, na sede do Nacional, houve uma festa entre os jogadores dos dois clubes.

 

 

NACIONAL (AM)                 4          X         4          PAYSANDU (PA)

LOCAL: Estádio Parque Amazonense, em Manaus (AM)

DATA: Domingo, dia 4 de Agosto de 1929

CARÁTER: Amistoso Nacional

PÚBLICO: 6 mil pessoas

HORÁRIO: 16 horas 30 minutos

ÁRBITRO:  inglês H.W. Blake

NACIONAL: Lisboa; Rodolpho e Humberto; Luiz, Eduardo e Sócrates; Orlando, Pequenino,Virginio, Rochinha e Leonardo.

PAYSANDU: Castilho; Milton e Abílio; Pery, Sandoval e Barbadiano; Cobrador, Pitota, Quarenta, Setenta e Sete e Arthur Moraes.

GOLS: Leonardo (Nacional); Quarenta (Paysandu); Virginio (Nacional), no 1º Tempo. Pitota (Paysandu); Leonardo (Nacional); Setenta e Sete (Paysandu); Quarenta (Paysandu); Sócrates (Nacional), no 2º Tempo.

 

FONTES: Jornal do Commercio – Gaspar Vieira Neto

Excursão à Manaus, em 1929 – 2º Jogo: Atlético Rio Negro Clube (AM) 0 x 8 Paysandu (PA)

O segundo compromisso do Paysandu foi diante do tradicional Rio Negro, uma das principais forças do futebol baré. O jogo foi marcado para o dia primeiro de Agosto, numa quinta-feira. Para facilitar a presença da torcida no estádio, o prefeito de Manaus declarou encerrado o expediente no comércio a partir das 15 horas.

Página do Jornal do Commercio, do dia 1 de Agosto de 1929,anunciando, para aquele dia,o jogo entre o Paysandu e o Rio Negro, no qual o time paraense goleou a equipe amazonense.

Mesmo assim o Parque recebeu um público regular. No jogo preliminar, o Cruzeiro do Sul ganhou de 3 x 2 do Libertador. Às 16 horas finalmente entravam os dois times em campo, sendo que o Paysandu apareceu empunhando a bandeira do Rio Negro e com buquê de flores que cobriram as cabeças dos jogadores Rio-Negrinos, gesto esse que ocasionou demorados aplausos do público.

Para árbitro do jogo foi escolhido o diretor técnico do Paysandu, senhor Antônio Coimbra. Eis as escalações. O jogo iniciou-se às 16 horas e 20 minutos. Iniciado o duelo, Cobrador mandou um chute certeiro que foi defendido por Cauby, rebatendo a bola que caiu nos pés de Carvalho que a passou para Quarenta, marcando este o primeiro gol do Paysandu, sob aplausos da torcida.

Lance do jogo entre Rio Negro e Paysandu,que terminou com uma goleada do time paraense.

Logo depois, o Rio-Negrino Candu bateu uma falta que, rebatida, a bola caiu nos pés de Sandoval que passou para Quarenta que tocou com a mão na bola e logo depois chutou e assinalou o segundo gol dos visitantes.

O juiz não viu a irregularidade e validou o gol. O jogo estava fácil para os paraenses. Arthur Moraes dribla Oliveira e toca a bola para Cobrador que empurra a esfera para dentro da rede do Rio Negro, aumentando o placar com o terceiro ponto. E assim terminou o primeiro tempo com a vantagem do Paysandu de 3 x 0 sobre o time da casa.

Reiniciado o jogo na etapa final, Carlito, do Rio Negro, foi substituído por Zé Travassos. Quarenta recebe a bola e, avançando com rapidez, chutou à queima-roupa, marcando o quarto gol do Paysandu.

É a vez de Cobrador que, escapando, chutou contra Cauby que defendeu em falso, ocasionando o quinto gol paraense. Pitota dá um forte petardo que foi rebatido por Cauby, mandando a bola para o centro, onde Quarenta recebeu e avançou, marcando mais um gol, o sexto para sua equipe.

De uma escapada de Setenta e Sete, a bola foi aproveitada por Arthur Moraes que devido a uma falha do goleiro Cauby, acabou por assinalar o sétimo gol. Esmorecidos, os jogadores do Rio Negro não tinham mais forças para reagir e de um erro na saída de bola, acabaram perdendo-a para o Paysandu, na qual Arthur Moraes, dois minutos depois de seu último ponto, marcava o oitavo gol em outra falha de Cauby, fechando assim a contagem com uma goleada de 8 x 0, que deixou o Rio Negro humilhado em campo e a torcida decepcionada. Terminava o jogo às 18 horas e 10 minutos.

ATLÉTICO RIO NEGRO (AM)                 0          X         8          PAYSANDU (PA)

LOCAL: Estádio Parque Amazonense, em Manaus (AM)

DATA: Quinta-feira, dia 1º de Agosto de 1929

CARÁTER: Amistoso Nacional

PÚBLICO: 2.500 mil pessoas

HORÁRIO: 16 horas 20 minutos

ÁRBITRO:  Antônio Coimbra

RIO NEGRO: Cauby; Oliveira e Antony ;Candu (Alfredinho), Armando e Carlito (Zé Travassos); Pires, Delphim, Alberto, Jacy e Cézar.

PAYSANDU: Castilho; Milton e Abílio; Carvalho, Sandoval e Pery; Cobrador, Pitota, Quarenta, Arthur Moraes e Setenta e Sete.

GOLS: Quarenta, duas vezes (Paysandu); Cobrador (Paysandu), no 1º Tempo. Quarenta, duas vezes (Paysandu); Cobrador (Paysandu); Arthur Moraes, duas vezes (Paysandu), no 2º Tempo.

 

FONTES: Jornal do Commercio – Gaspar Vieira Neto

Excursão à Manaus, em 1929 – 1º Jogo: Cruzeiro do Sul (AM) 3 x 3 Paysandu (PA)

A partida inaugural do campeão paraense foi contra o Cruzeiro do Sul, campeão amazonense daquele ano. O jogo aconteceu no dia 28 de Julho, no domingo, no Parque Amazonense. Cerca de 3 mil pessoas compareceram ao Parque na tarde daquele dia.

O jogo também foi transmitido para Belém através do serviço telegráfico que ficou a cargo da embaixada paraense. Antes do jogo principal houve uma partida preliminar entre o Manaos Sporting e o Luso que empataram em 1 x 1.

Finalmente, às 15 horas e 50 minutos, entrava em campo o time do Paysandu acompanhado de seu diretor técnico, Capitão Antônio Coimbra. Entrava também o time do Cruzeiro do Sul, com aclamação e palmas da torcida.

Página do Jornal do Commercio anunciando o empate do Paysandu com o Cruzeiro do Sul na primeira partida do time paraense em sua pioneira excursão ao Amazonas.

Para juiz da partida foi designado o senhor Raymundo Chaves. Ambos os times posaram para fotografias. Estava presente a banda de música da força policial do estado, além das presenças ilustres do governador do estado, Efigênio Salles, e do prefeito de Manaus.

A senhora Guiomar Moreira, da sociedade local, deu o chute inicial do jogo. Num ataque do Cruzeiro, o zagueiro Abílio tocou com a mão na bola, ocasionando um pênalti. Waldemar cobrou a penalidade fazendo 1 x 0 para os amazonenses.

A torcida comemora em delírio. Dico dá um passe para Leopoldo e este entrega a bola para Augusto que assinala o segundo gol do Cruzeiro do Sul. Novos e prolongados aplausos da torcida. E assim terminava o primeiro tempo com a vantagem do time da casa por 2 x 0.

Reiniciado o jogo, há uma rápida escapada do Paysandu que, numa boa combinação, finaliza com um chute certeiro de Pitota, marcando o primeiro gol dos paraenses, o que gera aplausos da torcida.

Logo depois, é a vez de Cobrador fazer uma investida, driblando Fonseca e Mariozinho, ficando livre para chutar forte e empatar a partida para o Paysandu.

Fortalecidos com o empate, os visitantes partem para cima e, num ligeiro avanço de seus jogadores, acabou resultando num inesperado chute de Quarenta, que assinalou o terceiro gol, virando o placar para o Paysandu.

Vendo o time local em desvantagem, a torcida passa a incentivar os jogadores do Cruzeiro do Sul que recomeçam o jogo com entusiasmo e determinados a empatar.

E foi o que aconteceu. A bola fica na posse de Augusto que a passa para Leopoldo que driblou Abílio e marcou o gol de empate. A torcida entra em delírio. Às 17 horas e 55 minutos é encerrado o jogo entre os campeões do Pará e do Amazonas com um empate de seis gols.

 

CRUZEIRO DO SUL (AM)                        3          X         3          PAYSANDU (PA)

LOCAL: Estádio Parque Amazonense, em Manaus (AM)

DATA: Domingo, dia 28 de Julho de 1929

CARÁTER: Amistoso Nacional

PÚBLICO: 3 mil pessoas

HORÁRIO: 15 horas e 50 minutos

ÁRBITRO:  Raymundo Chaves

CRUZEIRO DO SUL: Elias; Waldemar e Mariozinho; Caboclinho, Lisboa e Fonseca ; Dico, Tico-Tico, Leopoldo, Pedro e Augusto.

PAYSANDU: Castilho; Milton e Abílio; Pery, Argemiro e Barbadiano; Cobrador, Carvalho, Quarenta, Pitota e Arthur Moraes.

GOLS: Waldemar, de pênalti (Cruzeiro do Sul); Augusto (Cruzeiro do Sul), no 1º Tempo. Pitota (Paysandu); Cobrador (Paysandu); Quarenta (Paysandu); Leopoldo (Cruzeiro do Sul), no 2º Tempo.

 

FONTES: Jornal do Commercio – Gaspar Vieira Neto

 

Paysandu de Belém excursiona pela 1ª vez ao Estado do Amazonas, em 1929

Durante o ano de 1929, novamente lançou-se a ideia de um confronto entre clubes de futebol do Amazonas contra o Pará. Já era uma tradição, desde 1918, os confrontos pebolísticos entre as principais equipes dos dois estados amazônicos, o que gerava uma grande ansiedade e rivalidade entre os clubes adversários, principalmente entre os amazonenses que não viam a hora de comemorar uma vitória sobre o estado vizinho, o que acabava virando uma festa em Manaus.

Mas, na maioria das vezes, ganhar de um time paraense, seja em Manaus ou Belém, era bem difícil, pois o futebol do Pará, na época, era um dos melhores do Norte e Nordeste do Brasil (e hoje ainda é assim).

Em anos anteriores era a Federação Paraense que havia feito um convite para um clube amazonense jogar em Belém, como no caso o Nacional em 1919 e 1922. Mas agora a iniciativa partia da Federação Amazonense (FADA), que fez um convite para o Paysandu, campeão paraense, se fazer presente em Manaus para uma série de jogos contra as principais equipes do futebol do Amazonas.

A diretoria do Paysandu aceitou o convite e tratou de formar sua delegação para,pela primeira vez, vir jogar em Manaus. Organizada a embaixada e definido os jogadores, a delegação do Paysandu embarcou no navio a vapor Baependy, na noite de sábado do dia 21 de Julho, rumo à terra de Ajuricaba.

O Dr. Dejard Mendonça, chefe da delegação do Paysandu que veio para a excursão ao Amazonas.

A delegação paraense veio presidida pelo Doutor Dejard Mendonça, Antônio como diretor e Arthur Moraes nas funções de secretário e tesoureiro. Um imprevisto que aconteceu foi que os jogadores Aprígio, Mattos e Setenta e Sete não embarcaram sendo que os mesmos vieram no dia 23, no vapor Aidan, mas com a ausência de Aprígio que estava doente e não pôde vir.

O Paysandu chegou em Manaus à 1 hora da madrugada do dia 26 de Julho. Foram recebidos no porto pelos diretores da FADA,representantes dos clubes filiados,membros da colônia paraense e de representantes das autoridades do estado.Após as formalidades, os paraenses desfilaram de automóveis pelas principais ruas da cidade e depois trataram de se alojar.

O Doutor Dejard Mendonça ficou hospedado no Grande Hotel, enquanto os demais membros do Paysandu ficaram todos no Hotel Central. Na tarde do dia 26, a diretoria da FADA recepcionou a embaixada visitante no salão nobre do Ideal Clube, onde todos degustaram saborosos pratos além de terem adorado o guaraná, bebida tipicamente amazonense.

Também se fizeram presentes nessa recepção as delegações dos clubes filiados à FADA. Ficou decidido que o Paysandu realizaria partidas contra as principais forças do futebol do Amazonas naquele período: Cruzeiro do Sul, Rio Negro, Nacional e seleção do Amazonas.

 

FONTES: Jornal do Commercio – Site do clube – Gaspar Vieira Neto

Fotos Raras, de 1949: Auto Club do Pará de Belém (PA)

O Auto Club do Pará foi uma agremiação da cidade de Belém (PA). Fundado nos anos 30, o clube possuía algumas alcunhas como: “clube dos motorizados” ou”Fantasma dos Grandes”, pois conseguiu grandes vitórias sobre os grandes, principalmente diante da Tuna Luso.

“Fantasma dos Grandes” mandava os seus jogos no campo da Lauro Sodré. A sua sede nos anos 50, ficava na Rua O’ de Almeida, próximo à Avenida Quinze, onde funcionava a sede do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). O Auto Club do Pará disputou seis campeonatos paraenses, entre 1948 a 1953. Mas a sua maior conquista foi o Torneio Inicio de 1949.

FONTE: Livro “Parazão Centenário”,  de autoria Ferreira da Costa

27/02/1930 – Último Jogo: Nacional (AM) 2 x 1 União Sportiva (PA)

Página do Jornal do Commercio estampando a vitória do Nacional sobre a União Sportiva no jogo revanche.

Após o último jogo da União Sportiva contra o Nacional, foi marcado uma revanche pois os nacionalinos afirmavam que haviam sido prejudicados pelo campo alagado, devido à forte chuva que havia caído naquele dia. O novo duelo foi realizado no dia 27 de Fevereiro, numa quinta-feira. Dessa vez o Sol marcou presença, o que possibilitou que um grande público se fizesse presente no Parque Amazonense.

A partida foi dedicada à Associação Comercial, Associação dos Retalhistas e à Colônia Paraense de Manaus. Foi posta a Taça Dunlop, a ser entregue ao time vencedor. Houve um jogo preliminar entre os times reservas do Rio Negro e Cruzeiro do Sul. O jogador Lourena, da União, recuperado da fratura no nariz,voltava ao time.

Às 16 horas tinha início o confronto, arbitrado novamente pelo carioca Fraga Cruz.O Nacional jogou melhor fazendo com que triunfasse, ganhando do seu adversário por 2 x 1.

O primeiro gol nacionalino foi marcado por Gesta. Logo depois, Adolpho cometia um pênalti que foi batido por Sócrates, estufando as redes de Listo e assinalando o segundo gol do time local. Já Alcides marcou o único gol da União.

Do meio para o fim do primeiro tempo, o jogo ficou bastante violento. Ao fim da partida, ambos os times foram saudados com aplausos e vivas. Na arquibancada, o senhor Sílvio Franco fez a entrega da Taça Dunlop ao doutor Manoel Sebastião de Barros, presidente do Nacional.

À noite, os jogadores da União foram recebidos com brindes e danças na sede do Cruzeiro do Sul. No dia seguinte, 28 de Fevereiro, a embaixada paraense regressava à Belém a bordo do vapor Baependy. Membros da FADA, delegações dos clubes de Manaus e pessoas comuns estiveram presentes no porto para se despedir dos ilustres visitantes.

NACIONAL (AM)     2          X         1          UNIÃO SPORTIVA (PA)

LOCAL: Estádio Parque Amazonense, em Manaus (AM)

CARÁTER: Amistoso Nacional

DATA: Quinta-feira, 27 de fevereiro de 1930

ÁRBITRO: Fraga Cruz (RJ)

HORÁRIO: 16 horas (de Brasília)

PÚBLICO E RENDA: Não divulgados

NACIONAL: Nery; Rodolpho e Humberto; Luiz,Cangalhas e Sócrates; Orlando, Marcolino, Pequenino, Raymundinho e Leonardo.

UNIÃO SPORTIVA: Listo; Victor Lourena e Aristheu; João Lourena, Marituba e Tirteu; Reis, Joãozinho, Adolpho, Alcides e Erberto.

PRELIMINAR: Rio Negro 2 x 0 Cruzeiro do Sul

GOLS: Gesta (Nacional); Sócrates (Nacional); Alcides (União Sportiva), no 1º Tempo.

 

FONTE : Gaspar Vieira Neto – Jornal do Commercio

24/02/1930 – 3º Jogo: Nacional (AM) 0 x 2 União Sportiva (PA)

Finalmente, o mais esperado jogo aconteceu no dia 24 de Fevereiro, numa segunda-feira, e o adversário dos paraenses seria a maior força do futebol local, o Nacional. O público que se dirigiu ao Parque naquele dia foi regular.

Esse fato foi ocasionado devido a uma forte chuva que caiu, fazendo com que muitos torcedores desistissem de ir ao jogo. Além disso, a chuva alagou o campo do Parque tirando um pouco o brilho da partida.

Antes do embate principal, houve uma preliminar o Rio Negro venceu o Cruzeiro do Sul por 2 x 0. Às 16 horas entrava em campo o juiz, o carioca Fraga Cruz, do quadro de árbitros do Rio de Janeiro. Em seguida ingressaram os dois adversários em campo.

Marituba, capitão da União, ofereceu um buquê de flores a Orlando, do Nacional, no qual foi retribuído pelo atleta amazonense. A saída foi do Nacional. Com poucos minutos de jogo, registrou-se um escanteio contra os donos da casa.

Cobrado o escanteio, Alcides tocou com a cabeça para dentro do gol nacionalino. O árbitro anulou o gol devido a bola, na hora em que foi chutado, ter feito a trajetória por fora do campo. Mas a União não esmoreceu e, minutos depois, Erberto abria a contagem para o time de Belém.

A torcida aplaudiu com entusiasmo o gol de Erberto. E assim encerrou-se o primeiro tempo com a vantagem da União por 1 x 0. Começado o segundo tempo, Dantas e Lezeira foram substituídos por Raymundinho e Fausto. Faltando 15 minutos para acabar o jogo, é a vez de Alcides, em belo estilo, ampliar o placar para os paraenses. Trilado o apito final, o placar acusava mais uma vitória da União. Ao fim do jogo, ambos os times foram muito aplaudidos. A Taça do jogo foi oferecido pelo prefeito de Manaus ao quadro da União Sportiva.

NACIONAL (AM)     0          X         2          UNIÃO SPORTIVA (PA)

LOCAL: Estádio Parque Amazonense, em Manaus (AM)

CARÁTER: Amistoso Nacional

DATA: Segunda-feira, 24 de fevereiro de 1930

ÁRBITRO: Fraga Cruz (RJ)

HORÁRIO: 16 horas (de Brasília)

PÚBLICO E RENDA: Não divulgados

NACIONAL: Nery; Rodolpho e Humberto; Pequenino, Cangalhas e Sócrates; Orlando, Dantas (Raymundinho), Luiz, Leonardo e Lezeira (Fausto).

UNIÃO SPORTIVA: Listo; Aristóbulo e Aristheu; João Lourena, Marituba e Tirteu; Reis, Joãozinho, Adolpho, Alcides e Erberto.

PRELIMINAR: Rio Negro 2 x 0 Cruzeiro do Sul

GOLS: Erberto (União Sportiva), no 1º Tempo. Alcides (União Sportiva), no 2º Tempo.

 

FONTE : Gaspar Vieira Neto – Jornal do Commercio