Após o emocionante empate com o Nacional, o Paysandu é convidado para realizar um jogo que não estava programado. O convite veio da diretoria do time suburbano do São Raimundo.
A delegação paraense aceitou de bom grado o convite e se dirigiu ao bairro de São Raimundo, local onde seria disputado o jogo. Interessante é que esse duelo não teve tanta atenção e destaque da imprensa, chegando a mesma a classificá-lo como um simples treino.
Mas não era assim que pensavam os dois times pois ambos estariam em campo com sua força máxima. Talvez, por ser um time de subúrbio e de um bairro, na época, afastado da zona central e habitado por pessoas de baixa renda, além de ainda ser o São Raimundo ser considerada uma equipe fraca naquele ano, tenha contribuído para a imprensa não ter dado o merecido destaque.
O jogo foi marcado para o dia 6 de Agosto, uma terça-feira. No dia marcado para o duelo, todo o comércio do bairro foi fechado para que todos os habitantes do local acompanhassem a partida.
Naquele dia, antes do jogo, a diretoria do São Raimundo ofereceu, no almoço, uma churrascada para os jogadores visitantes. O jogo seria no campo do São Raimundo, no próprio bairro. Para juiz foi escolhido Márcio Oliveira, conhecido como Pequenino, que era jogador do Nacional.
A entrada foi franca, fazendo com que a torcida comparecesse em massa. O jogo começou às 16 horas da tarde. Em campo, os dois times partiram bruscamente em busca da vitória.
No final, o placar acusou um empate de 2 x 2. Após o fim do jogo, ambos os times dirigiram-se à sede do São Raimundo, acompanhados de muitos populares, onde houve uma bela recepção para os visitantes.
SÃO RAIMUNDO (AM) 2 X 2 PAYSANDU (PA)
LOCAL: Estádio do São Raimundo, em Manaus (AM)
DATA: Terça-feira, dia 6 de Agosto de 1929
CARÁTER: Amistoso Nacional
PÚBLICO: Entrada franca
HORÁRIO: 16 horas
ÁRBITRO: Márcio Oliveira, ‘Pequenino’
SÃO RAIMUNDO: Cândido; Waldemar e Quincas; Quinô, Anacleto e Normando; Clarindo, Edgundes, Olympio, Zequinha e Paiva.
PAYSANDU: Castilho; Milton e Abílio; Pery, Sandoval e Barbadiano; Cobrador, Pitota, Quarenta, Setenta e Sete e Arthur Moraes.
FONTES: Jornal do Commercio – Gaspar Vieira Neto