Arquivo da categoria: 28. Gilvanir Alves

O GOL COMO DESAFIO.

O GOL COMO DESAFIO.
Mais que nunca, Dadá precisava marcar. E a grande chance de provar que tinha merecido a convocação para a Copa apareceu na decisão do primeiro campeonato nacional, em pleno Maracanã, contra o Botafogo.
Naquele ano de 1971, eu me sentia mais que nunca a obrigação de ser artilheiro. Afinal fui campeão do mudo um ano antes, na Copa de 1970, no México, sob a suspeita de ter sido convocado apenas por imposição do presidente Médici. Por isso, o ano seguinte, 1971, tornou-se inesquecível: com meu gol contra o Botafogo, no Maracanã, que deu ao Atlético (MG) o título do primeiro Campeonato Brasileiro, mostrei que era mesmo o maior centroavante do Brasil. Aquela partida ficou marcada em mim como o jogo da revolta. Três clubes haviam se classificado para a decisão: o São Paulo, que tinha goleado o Botafogo, no Pacaembu, por 4×1; o Atlético, que havia vencido o São Paulo por 1×0 no Mineirão; e o Botafogo, nosso último adversário. Se a gente perdesse para o Bota, o São Paulo seria o campeão. Os cariocas só ficariam com o titulo se ganhassem do nosso time por uma diferença de seis gols – o que, àquela altura, poderia ser considerado humanamente impossível. É que aquele Atlético Mineiro em que eu jogava estava demais. Não era um time tecnicamente brilhante, mas nosso treinador, Telê Santana, fazia com que a gente jogasse sempre com muito amor à camisa. Renato era um goleiro de muito reflexo; Humberto Monteiro, um lateral do mesmo naipe de Carlos Alberto Torres, o capitão do tri; Spencer, um jogador metódico, de categoria, que botava a bola no chão; Odair, um cracão, o crânio da nossa equipe. Tinha também eu, o Dadá, que naquele brasileiro de 1971 sempre deixava um ou dois gols por partida. Como eu mesmo costumava dizer, Dada´ não era craque, Dadá fazia gols. Em números, a maior partida que já realizei foi em 1976, em um jogo do Sport contra o Santo Amaro. Afinal naquele dia bati o recorde nacional de gols em um só jogo – fiz nada menos que dez., mas como esquecer a final contra o Botafogo?
Foi mesmo um jogo confuso. Até que Nilton Santos, que era diretor de futebol deles e sempre foi educado como uma dama, deu um soco no arbitro Armando Marques naquele triangular final. Além disso, o Botafogo morria de raiva do Atlético Mineiro. Isso vinha desde 1967, quando os dois disputaram uma vaga nas eliminatórias da antiga Taça Brasil, mais ou menos no sistema que acontece hoje, com a atual Copa do Brasil. O jogo tinha empatado e a decisão da vaga foi para o cara-ou-coroa, ali mesmo no gramado. A moedinha foi jogada na frente dos dois capitães, Gérson, do Botafogo, e Décio, do Atlético. Nem bem ela caiu no chão, o Décio chutou-a longe, e saiu gritando: ‘Deu Atlético! Deu Atlético!’
Dessa vez, não houve jeito de Gérson levar vantagem, e os botafoguenses jamais perdoaram tal malandragem. Por isso, se não desse para faturar o titulo, queriam pelo menos entregá-lo para o São Paulo naquele dia.
Havíamos chegado para a decisão já na sexta-feira, e ficamos concentrados em um sitio de um amigo do Telê, perto do Rio de Janeiro. Lá havia um campinho onde fazíamos peladas e ensaiávamos algumas jogadas. Combinei com o Lola, meu companheiro lá na frente, de ele jogar me lançando e fazendo as tabelas curtas – o que era o meu forte. Afinal, quem toca bonito na bola é craque, e a habilidade que me sobrava dentro da área sempre faltava quando eu estava fora dela. Na hora do jogo, o Maracanã parecia um mar revolto. Eram todos contra o Galo, com exceção a torcida do Vasco, que tinha minha prima Iara chefiando a camisa 12, e apareceu por lá para nos dar uma força. ‘O Galo vai virar galinha’, insistiam os rádios e jornais do Rio na véspera da partida. Nunca os mineiros foram tão gozados como naqueles dias, em que os torcedores do Atlético invadiam as praias vestindo calças compridas. O Botafogo de Jairzinho, Paulo César Caju e Djalma Dias possuía muito mais nome que o nosso time. E veio com tudo para cima do Galo. Sabiam que, se fizessem um ou dois gols logo de cara, tudo ficaria mais fácil. Por isso, nem esperavam pelo gandula quando a bola saia de campo: iam atrás dela, loucos. Assim, comandaram o primeiro tempo inteiro. Agüentamos a pressão só comigo no ataque, antes do jogo, como de costume, havia prometido marcar o Gol Sutil – um palavra muito bonita, que eu queria consagrar. Mas, para ser sincero, naquele primeiro tempo nem vi a cor da bola.
Como o primeiro tempo terminou 0x0, a responsabilidade do Botafogo só aumentava. Eles vão cansar. Vamos continuar tocando a bola com calma, que eles vão cansar, insistia Telê do banco. De fato, a pressão botafoguense durou só até os quinze primeiros minutos do segundo tempo. Aí, o Atlético foi tomando corpo. Aos 18  do segundo tempo, Humberto Ramos pegou a bola pela esquerda, cortou o Djalma Dias e cruzou bem alto, para dentro da área do Botafogo, foi do jeito que eu gosto, uma jogada que só mesmo Dadá poderia completar: subi com o falecido Valtencir, e acho que sai do chão uns 90 cm. Cabeceei para baixo, igualzinho ao que o velho Baltazar fazia, e venci o Wendell. Naquele momento, só pensei na torcida do Atlético. Teve gente que veio até de cavalo para ver aquele jogo no Maracanã, ai ficou mais fácil. Os botafoguenses queriam resolver tudo sozinhos, e chegamos até a ensaiar um olé para cima deles. Na volta, nossa recepção foi digna de um rei. 90% da população de Belo Horizonte estava esperando a gente, tinha tanta gente quanto a recepção de Piazza, Fontana, Tostão e Dadá, os jogadores mineiros campeões do mundo em 1970. No meio da multidão, acompanhei com os olhos um senhor com a bandeira do Atlético em uma das mãos e uma criança em outro braço. Assim – acredite se quiser! – ele andou 15 quilômetros a pé atrás do carro dos bombeiros em que nós estávamos. Naquele momento, agradeci a Deus por ter me dado a chance de ser o Dadá Maravilha, responsável direto por tanta felicidade.
Fonte: Revista Placar.
Mais que nunca, Dadá precisava marcar. E a grande chance de provar que tinha merecido a convocação para a Copa apareceu na decisão do primeiro campeonato nacional, em pleno Maracanã, contra o Botafogo.
Naquele ano de 1971, eu me sentia mais que nunca a obrigação de ser artilheiro. Afinal fui campeão do mudo um ano antes, na Copa de 1970, no México, sob a suspeita de ter sido convocado apenas por imposição do presidente Médici. Por isso, o ano seguinte, 1971, tornou-se inesquecível: com meu gol contra o Botafogo, no Maracanã, que deu ao Atlético (MG) o título do primeiro Campeonato Brasileiro, mostrei que era mesmo o maior centroavante do Brasil. Aquela partida ficou marcada em mim como o jogo da revolta. Três clubes haviam se classificado para a decisão: o São Paulo, que tinha goleado o Botafogo, no Pacaembu, por 4×1; o Atlético, que havia vencido o São Paulo por 1×0 no Mineirão; e o Botafogo, nosso último adversário. Se a gente perdesse para o Bota, o São Paulo seria o campeão. Os cariocas só ficariam com o titulo se ganhassem do nosso time por uma diferença de seis gols – o que, àquela altura, poderia ser considerado humanamente impossível. É que aquele Atlético Mineiro em que eu jogava estava demais. Não era um time tecnicamente brilhante, mas nosso treinador, Telê Santana, fazia com que a gente jogasse sempre com muito amor à camisa. Renato era um goleiro de muito reflexo; Humberto Monteiro, um lateral do mesmo naipe de Carlos Alberto Torres, o capitão do tri; Spencer, um jogador metódico, de categoria, que botava a bola no chão; Odair, um cracão, o crânio da nossa equipe. Tinha também eu, o Dadá, que naquele brasileiro de 1971 sempre deixava um ou dois gols por partida. Como eu mesmo costumava dizer, Dada´ não era craque, Dadá fazia gols. Em números, a maior partida que já realizei foi em 1976, em um jogo do Sport contra o Santo Amaro. Afinal naquele dia bati o recorde nacional de gols em um só jogo – fiz nada menos que dez., mas como esquecer a final contra o Botafogo?
Foi mesmo um jogo confuso. Até que Nilton Santos, que era diretor de futebol deles e sempre foi educado como uma dama, deu um soco no arbitro Armando Marques naquele triangular final. Além disso, o Botafogo morria de raiva do Atlético Mineiro. Isso vinha desde 1967, quando os dois disputaram uma vaga nas eliminatórias da antiga Taça Brasil, mais ou menos no sistema que acontece hoje, com a atual Copa do Brasil. O jogo tinha empatado e a decisão da vaga foi para o cara-ou-coroa, ali mesmo no gramado. A moedinha foi jogada na frente dos dois capitães, Gérson, do Botafogo, e Décio, do Atlético. Nem bem ela caiu no chão, o Décio chutou-a longe, e saiu gritando: ‘Deu Atlético! Deu Atlético!’
Dessa vez, não houve jeito de Gérson levar vantagem, e os botafoguenses jamais perdoaram tal malandragem. Por isso, se não desse para faturar o titulo, queriam pelo menos entregá-lo para o São Paulo naquele dia.
Havíamos chegado para a decisão já na sexta-feira, e ficamos concentrados em um sitio de um amigo do Telê, perto do Rio de Janeiro. Lá havia um campinho onde fazíamos peladas e ensaiávamos algumas jogadas. Combinei com o Lola, meu companheiro lá na frente, de ele jogar me lançando e fazendo as tabelas curtas – o que era o meu forte. Afinal, quem toca bonito na bola é craque, e a habilidade que me sobrava dentro da área sempre faltava quando eu estava fora dela. Na hora do jogo, o Maracanã parecia um mar revolto. Eram todos contra o Galo, com exceção a torcida do Vasco, que tinha minha prima Iara chefiando a camisa 12, e apareceu por lá para nos dar uma força. ‘O Galo vai virar galinha’, insistiam os rádios e jornais do Rio na véspera da partida. Nunca os mineiros foram tão gozados como naqueles dias, em que os torcedores do Atlético invadiam as praias vestindo calças compridas. O Botafogo de Jairzinho, Paulo César Caju e Djalma Dias possuía muito mais nome que o nosso time. E veio com tudo para cima do Galo. Sabiam que, se fizessem um ou dois gols logo de cara, tudo ficaria mais fácil. Por isso, nem esperavam pelo gandula quando a bola saia de campo: iam atrás dela, loucos. Assim, comandaram o primeiro tempo inteiro. Agüentamos a pressão só comigo no ataque, antes do jogo, como de costume, havia prometido marcar o Gol Sutil – um palavra muito bonita, que eu queria consagrar. Mas, para ser sincero, naquele primeiro tempo nem vi a cor da bola.
Como o primeiro tempo terminou 0x0, a responsabilidade do Botafogo só aumentava. Eles vão cansar. Vamos continuar tocando a bola com calma, que eles vão cansar, insistia Telê do banco. De fato, a pressão botafoguense durou só até os quinze primeiros minutos do segundo tempo. Aí, o Atlético foi tomando corpo. Aos 18  do segundo tempo, Humberto Ramos pegou a bola pela esquerda, cortou o Djalma Dias e cruzou bem alto, para dentro da área do Botafogo, foi do jeito que eu gosto, uma jogada que só mesmo Dadá poderia completar: subi com o falecido Valtencir, e acho que sai do chão uns 90 cm. Cabeceei para baixo, igualzinho ao que o velho Baltazar fazia, e venci o Wendell. Naquele momento, só pensei na torcida do Atlético. Teve gente que veio até de cavalo para ver aquele jogo no Maracanã, ai ficou mais fácil. Os botafoguenses queriam resolver tudo sozinhos, e chegamos até a ensaiar um olé para cima deles. Na volta, nossa recepção foi digna de um rei. 90% da população de Belo Horizonte estava esperando a gente, tinha tanta gente quanto a recepção de Piazza, Fontana, Tostão e Dadá, os jogadores mineiros campeões do mundo em 1970. No meio da multidão, acompanhei com os olhos um senhor com a bandeira do Atlético em uma das mãos e uma criança em outro braço. Assim – acredite se quiser! – ele andou 15 quilômetros a pé atrás do carro dos bombeiros em que nós estávamos. Naquele momento, agradeci a Deus por ter me dado a chance de ser o Dadá Maravilha, responsável direto por tanta felicidade.
Fonte: Revista Placar.

COMO ENFRENTAR A SELVAGERIA.

Seis propostas para enfrentar os fora da lei.

Prender – e manter presos – os vândalos.
A grande maioria de torcedores envolvidos em brigas, mesmo quando vai parar nas delegacias, não fica presa. Deve ir a votação no Senado o relatório final do projeto de revisão do Estatuto do Torcedor. O documento prevê prisão e banimento dos estádios dos responsáveis por tumultos e venda ilegal de ingressos.
“Temos de acelerar a criação de mecanismos de punição”, diz o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), relator do projeto.
Monitorar efetivamente os estádios.
Os três principais estádios da capital (Morumbi, Pacaembu e Parque Antártica) têm, juntos, 196 câmeras de vigilância. “Mas não há pessoal treinado para interpretar as imagens e assim identificar os arruaceiros”, conta Marco Aurélio Klein, presidente da comissão de ingressos da Federação Paulista de Futebol. Na Inglaterra, agentes da Scotland Yard, a policia londrina, fazem esse serviço.
Criar uma policia exclusiva para o futebol.
Garantir a segurança dentro e nos arredores dos estádios em dias de jogos é apenas mais uma entre as muitas funções da Policia Militar. Com efetivo exclusivo para eventos esportivos, seria possível melhorar a preparação desses profissionais. O 23º Batalhão, por exemplo, responsável pelos arredores do Pacaembu e do Parque Antártica, tem 1.000 policiais, “Em dia de jogos importantes, precisamos deslocar 450 PMs para os estádios”, afirma o major Walmir Martini, subcomandante da área.
Fazer jogos com torcida única.
Nas partidas entre os quatro principais clubes do estado (Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo), a torcida da equipe visitante já recebe, no Maximo, 10% do total de ingressos. Mas há uma proposta mais radical: a torcida única. “O ideal seria não ter nenhum torcedor do time visitante em clássicos”, diz o promotor Paulo Castilho. “Assim, não haveria confusão”.
Identificar os torcedores.
O cadastramento dos membros das organizadas na Federação Paulista de Futebol ainda não funcionou como esperado. Desde 2006, foram identificadas 29.900 pessoas.
Calcula-se que seria preciso cadastrar pelo menos 200.000. O Ministério Publico defende que todo espectador tenha que fazer um cadastro para comprar ingresso. Alem de garantir a identificação, acabaria com a evasão de renda.
 
Proibir a venda de bebidas alcoólicas.
Dentro dos estádios de São Paulo não é permitido o consumo de álcool. O Ministério Publico propõe ampliar a restrição às redondezas das praças esportivas. Outro desafio é tornar mais rigorosa a revista, para evitar a entrada de drogas. Palmeirenses bebem em frente ao Parque Antártica: álcool precisa ser banido das redondezas dos estádios.

 

Fonte: Revista Veja.

PROBLEMA NACIONAL.

Públicos pequenos viram rotina nos Estaduais e soluções ainda parecem distantes. Cada vez mais desvalorizados por conta do apertado calendário brasileiro, os campeonatos estaduais sofrem um mal comum: a falta de público. Poucas iniciativas, como a troca de notas fiscais por ingresso em Pernambuco, tentam resolver o problema. E pior: há clubes que já desistiram de atrair torcedores em tais competições. É o caso, por exemplo, do São Paulo. Segundo o superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha, aos problemas de organização do Campeonato Paulista fizeram com o que o clube minimizasse o baixo público em algumas partidas. – Os horários são horrorosos. Chegamos a jogar quinta-feira às 21h50. é muito sacrifício para o torcedor. Além disso, não teremos mando de campo nos clássicos. Por fim, o campeonato está inchado, são 23 datas. É um absurdo isso. Enfrentamos times com acomodações ruins, sem tradição. Sou a favor dos regionais, mas têm de ser enxugado – ressaltou. Os números comprovam a perda de audiência do Paulistão. A média de público do torneio do ano passado foi de 10.773 pagantes por jogo. Em 2010, caiu para 4.823.

Reclamações:

Inchaço: os clubes reclamam do grande número de participantes nos estaduais. Segundo eles, jogos contra rivais inexpressivos também ajudam a afastar o público.

Calendário: clubes que, por exemplo, participam da Libertadores acabam poupando atletas nos Estaduais, que perdem força sem a garantia de suas principais estrelas. Além disso, os torcedores preferem gastar com ingresso para torneios de maior importância.

Horários: há reclamações em relação aos horários de algumas partidas, como aquelas às 21h50 durante a semana.

Fonte: Jornal Lance.

TÉCNICOS DE FUTEBOL MAIS BEM PAGOS DO MUNDO.

Felipão ganha 8,6 milhões de euros por ano do Bunyodkor e mais 8 milhões de euros do Chelsea devido à quebra de contrato pelo time inglês. Já Roberto Mancini, que teve contrato rompido com a Internazionale, ainda recebe salário da equipe de Milão.

Felipão: 16,6 milhões de euro por ano.

José Mourinho: 11 milhões.

Fabio Capello: 8,8 milhões.

Alex: Ferguson: 7 milhões.

Roberto Mancini e Carlo Ancelotti: 6 milhões.

Manuel Pelegrini: 5,5 milhões.

Louis Van Gaal: 5,2: milhões.

Guus Hiddnk: 5 milhões.

Arsene Wenger: 4,8 milhões.

Fonte: Jornal Lance.

POSSESSO NA TRILHA DO BI.

Amarildo substitui Pelé e tem grande participação na Copa que consagrou Garrincha. O maior craque da Copa do Mundo de 1962, realizada no Chile, onde o Brasil ganhou o bicampeonato, foi incontestavelmente Garrincha, apelidado o gênio das pernas tortas, um fenômeno do futebol. Mas a nossa seleção teve pelo menos mais um herói naquele torneio, o também atacante Amarildo, que Nélson Rodrigues, num rasgo de euforia, passou a chamar de possesso. Amarildo Tavares Santana nasceu em Campos, interior do Rio de Janeiro – assim como Didi, o craque da Copa de 1958 – em 29 de julho de 1940. O atacante iniciou sua carreira no Botafogo, na segunda metade da década de 50 e permaneceu no clube alvinegro até 1963, quando foi negociado com o Milan. Na Itália, defendeu depois a Fiorentina, de 1967 a 1970, e a Roma, de 1970 a 1972. Talvez os próprios cruzmaltinos não se recordem, mas Amarildo, em breve regresso ao Brasil, defendeu as cores do Vasco da Gama, conquistando pelo clube cruzmaltino o Campeonato Brasileiro de 1974. Sagrou-se também, por outros clubes, bicampeão carioca de 1961 e 1962, campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1962, da Copa da Itália de 1967 e do Campeonato italiano de 1969. Pela Seleção Brasileira, fez 24 jogos e nove gols, entre 1961 e 1966. Além do Mundial de 1962, levantou outras quatros taças com a camisa Amarelinha: Bernardo O’Higgins em 1961; a Oswaldo Cruz em 1961 e 1962; e a Copa Roca – tradicional confronto com a argentina – em 1963. Amarildo iniciou a Copa do Mundo de 1962 como reserva e, a partir do segundo jogo, com a contusão de Pelé, recebeu a árdua tarefa de substituir o maior jogador de futebol de todos os tempos. Pois o Possesso acabou tendo participação decisiva, marcando dois gols na vitoria de 2 a 1 sobre a Espanha, que garantiu a vaga do Brasil nas quartas de final, e outro na final, quando o time fez 3 a 1 na Tchecoslováquia e conquistou o bicampeonato mundial. Os campeões da Copa daquele ano;

Gilmar e Castilho (goleiros).

Jair Marinho, Djalma Santos, Altair e Nilton Santos (laterais).

Bellini, Mauro, Jurandir e Zózimo (zagueiros).

Zequinha, Zito, Didi e Mengálvio (apoiadores).

Jair da Costa, Garrincha, Coutinho, Vavá, Pelé, Zagallo e Pepe (atacantes).

Fonte: Jornal Lance.

CARRASCO ETERNIZADO.

Ghiggia faz parte agora da calçada da fama do Maracanã. Com um leve sorriso e pose de quem fez ali a maior travessura nos 59 anos de história do estádio, um senhor de andar vagaroso aguçou a curiosidade de dezenas de turistas ao deixar a marca de seus pés na calçada da fama do Maracanã. Foi tudo muito rápido e a cerimônia emocionou Alcides Ghiggia, de 83 anos. Até hoje, o ex-atacante ainda guarda na memória detalhes do jogo e do gol que selou a vitória do Uruguai sobre o Brasil por 2 a 1, de virada, na final da Copa do Mundo de 1950. “Foi o maior momento da minha vida, de muito choro de pura alegria”. Calar 200 mil torcedores em poucos segundos rendeu ao ex-jogador a alcunha de maior carrasco do futebol brasileiro. Ele sempre rejeitou o rótulo. Bem, diplomático, agradeceu as autoridades do Estado pela homenagem. Ghiggia passou a ser o centésimo jogador da galeria de craques da calçada e o sétimo estrangeiro, juntando-se ao português Eusébio, ao sérvio Petkovic e aos alemães Beckenbauer e Alex (ex-zagueiro do América). Romerito, do Paraguai, e Figueroa, do Chile, completam essa relação. “Nunca pensei que receberia homenagem no Maracanã. Estou emocionado, feliz com o que esta acontecendo. Muito obrigado. Viva o Brasil”. Ghiggia calçava tênis branco, vestia calça jeans e uma camisa verde. Sua passagem pelo Maracanã estava programada havia mais de um mês: veio ao Rio de Janeiro conceder entrevista a uma emissora de TV da Alemanha. A Secretaria de Esporte do Estado aproveitou a oportunidade e fez o convite ao único jogador vivo entre os titulares daquele time uruguaio. Em meio a turistas, muitos dos quais adolescentes, Ghiggia sentou-se numa cadeira no hall de entrada do Maracanã para que funcionários do estádio pudesse tirar o molde de seus pés. As pessoas em geral não sabiam de quem se tratava. Com a revelação, prevaleceu um sentimento de indiferença no local, pelo menos entre os jovens. Os mais velhos aplaudiram Ghiggia, embora sem muito entusiasmo. Ele agradeceu com acenos. Parecia querer se desculpar de alguma coisa. Ninguém exigiu isso. Nem poderia. O Uruguai venceu o Brasil por méritos próprios. Venceu porque tinha Ghiggia.

Fonte: JT.

GRANDES GOLEADAS – COPA DO BRASIL.

 

 Data                 Jogos
 28/02/91  Atlético (MG) 11×0 Caiçara (PI).
 10/03/10  Santos 10×0 Naviraiense (MS).
 28/03/01  São Paulo 10×0 Botafogo (PB).
 06/03/93  Inter (RS) 9×1 Ji-Paraná (RO).
 14/04/10  Santos 8×1 Guarani (SP).
 10/08/98  Vasco 8×0 Picos (PI).
 15/03/00  Interporto (TO) 0x8 Bahia.
 04/03/97  Portuguesa 8×0 Kaburé (TO).
 28/02/96  Sergipe 0x8 Palmeiras.
 26/04/95  Flamengo 8×0 Kaburé (TO).

MAIORES CAMPÕES DO TORNEIO APERTURA DA ARGENTINA.

Com 6 titulos: Boca Juniors e River Plate. Com 1 titulo: Banfield, Estudiantes, Independiente, Lanús, Newell’s Old Boys, Racing e Vélez Sarsfield.

ÚLTIMOS CAMPEÕES:

2000/2001: Boca Juniors.

2001/2002: Rancing.

2002/2003: Independiente.

2003/2004: Boca Juniors.

2004/2005: Newell’s Old Boys.

2005/2006: Boca Juniors.

2006/2007: Estudiantes.

2007/2008: Lanús.

2008/2009: Boca Juniors.

2009/2010: Banfield.

Fonte: Lance.