Arquivo da categoria: 01. Sérgio Mello

Foto Rara de 1971: Olaria Atlético Clube (RJ)

EM PÉ (esquerda para a direita): Haroldo, Pedro Paulo, Altivo, Miguel, Roberto Pinto e Alfinete;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Marco Antonio, Luiz Carlos Feijão, Osni, Fernando Pirulito e Salvador.
Destes, já faleceram: Pedro Paulo, Roberto Pinto, Luiz Carlos Feijão e Salvador.  

Foto posada (acima) enviado pelo amigo José Leôncio Carvalho, do Olaria Atlético Clube, no domingo do dia 14 de Março se 1971. Nesse dia o clube da Rua Bariri enfrentou o Bonsucesso Futebol Clube, o “Clássico da Leopoldina“, válido pela 2ª rodada do Campeonato Carioca da 1ª Divisão daquele ano.

A partida teve início às 17h45min., no estádio General Severiano (propriedade do Botafogo de Futebol e Regatas), no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio. Essa partida fez parte da Loteria Esportiva, o teste nº 33, cujo prêmio era de Cr$ 4.320.344,60.

Aos 43 minutos do segundo tempo da partida, um gol contra do goleiro do Bonsuça, Ubirajara, decretou a vitória do Olaria pelo placar de 2 a 1. O jogo foi equilibrado e muito disputado, e agradou o pequeno publico presente – apenas 169 pagantes. O Olaria, um pouco melhor, acertou três bolas na trave.  

O Bonsucesso começou o jogo em ritmo muito veloz e, aos 9 minutos, Jair Pereira abriu o marcador. A jogada nasceu de cobrança de Gibira, que lançou a bola sobre a área. O goleiro Pedro Paulo rebateu e Jair tocou para o fundo das redes.

O Olaria não se abateu. Roberto Pinto foi à frente e as constantes deslocações de Osni, permitiram boas penetrações de Marco Antônio pela direita e de Luís Carlos pela esquerda.

Luís Carlos, aos 17 minutos, recebeu livre na área e chutou fraco, acertando a trave. Dois minutos depois foi a vez de Altivo. Bateu uma falta de fora da área e Ubirajara fez uma defesa milagrosa.

Aos 25 minutos, Olaria chegou ao empate. Roberto Pinto aproveitou a falha da defesa do rubro-anil para marcar o gol. Logo após o gol, o zagueiro Dutra reclamou falta na jogada que resultou no gol e acabou expulso. Assim, Oberdã passou para a zaga e o ataque do Bonsuça perdeu poder ofensivo.

No segundo tempo, o jogo ficou equilibrado até aos 20 minutos, com boas oportunidades de gol de ambos os lados. Osni, aos 10 minutos, em condições de marcar e Ubirajara mandou para escanteio.

O técnico do Olaria, Jair da Rosa Pinto fez duas alterações: saindo Luís Carlos Feijão e Fernando Pirulito para as entradas de Humberto e Afonsinho, respectivamente.

A partir daí o clube da Rua Bariri cresceu de produção e começou a pressionar. Aos 40 minutos, novamente o zagueiro Altivo chutou no travessão, ao cobrar uma falta de fora da área.

OLARIA A.C.2X1BONSUCESSO F.C.
LOCALEstádio General Severiano, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio. (RJ)
CARÁTER2ª rodada do Campeonato Carioca de 1971
DATADomingo, do dia 14 de Março de 1971
HORÁRIO17 horas e 45 minutos
RENDACr$ 925,00
PÚBLICO169 pagantes
ÁRBITROJosé Teixeira de Carvalho
AUXILIARMário Leite dos Santos e Edelmar Freire
CARTÃO VERMELHODutra (Bonsucesso)
OLARIAPedro Paulo; Haroldo, Miguel, Altivo e Alfinête; Fernando Pirulito (Afonsinho) e Roberto Pinto; Marco Antônio, Osni, Luís Carlos Feijão (Humberto) e Salvador. Técnico: Jair da Rosa Pinto
BONSUCESSOUbirajara; Natal, Dutra, Jurandir e Romero; Oberdã e Gibira; Moreira, Jair Pereira, Luís Henrique e Rodrigues. Técnico: Alfredo Abraão
GOLSJair Pereira aos nove minutos (Bonsucesso); Roberto Pinto aos 25 minutos (Olaria), no 1º tempo. Ubirajara, contra, aos 43 minutos (Olaria), no 2º Tempo.

FOTO: Acervo de José Leôncio Carvalho

FONTE: Jornal dos Sports

Rodoviário Atlético Clube – Volta Redonda (RJ): Pentacampeão citadino nos anos 50

O Rodoviário Atlético Clube foi uma agremiação da cidade de Volta Redonda (RJ). O “Alvianil Volta-redondense” foi Fundado na quinta-feira, do dia 1º de Outubro de 1942.

Foi figurinha carimbada no Campeonato Citadidino de Volta Redonda, onde alcançou o seu auge na década de 50, quando faturou o pentacampeonato nos anos de 1954, 1955, 1956, 1957 e 1958.

Porém, no começo de setembro de 1961, o declínio se acentuou após o contrato que mantinha com o Guarani Esporte Clube para utilizar a Praça de Esportes General Sylvio Raulino de Oliveira (que nesse ano foram instalados os refletores e também os alambrados) para jogos e treinos, não foi renovado.

Com isso, o clube Pentacampeão citadino, sob a presidência do Sr. Neri Miglioli ficou sem local para se preparar o seu elenco. A partir daí, o dirigente buscou junto as autoridades de Volta Redonda, conseguir um terreno para construir a sua Praça de Esportes. No entanto, no ano seguinte conseguiu um campo no município vizinho: Barra Mansa. Mais precisamente no estádio da Associação Atlética Goiabal.

Porém, o Rodoviário tentou seguir disputando o Campeonato Citadino de Volta Redonda, o que gerou descontentamento da Liga Desportiva de Volta Redonda (LDVR) e dos clubes da cidade do Aço. Após pressão, a LDVR não aceitou e o Rodoviário não disputou o certame.     

FONTES: Última Hora (RJ) – Livro “Varandão da Saudade”, do autor Sérgio Luiz – pesquisador, Gil Bracarense Leite

Sport Club do Pará – Belém (PA): Fundado em 1896, foi 1º clube a praticar futebol no Pará

O resgate dessa preciosidade é mérito exclusivo do pesquisador e historiador paraense Itamar Gaudêncio, um apaixonado pelo futebol paraense que conseguiu o estatuto do primeiro clube a praticar futebol no estado do Pará.   

O Sport Club do Pará foi uma agremiação da cidade de Belém (PA). Após a reunião em Assembléia geral, ocorrida às 19 horas, no Club Internacional ao Largo da Pólvora, no canto da Estrada de São Jeronymo, um grupo de rapazes da elite paraense ajudaram a Fundar na sexta-feira, do dia 25 de Setembro de 1896, o Sport Club do Pará, ou simplesmente “Sport Club“.    

Encabeçaram a mesa dessa assembléia os senhores Pedro Suarez, Vasco da Gama Abreu e Gregório da Costa. A principal ideal era a pratica da educação física, pelo cultivo dos esportes em geral.

A Sede da agremiação Rubra ficava na Estrada (depois virou Avenida) Nazareth, s/n, no Bairro de Nazaré, na Zona Centro-Sul de Belém. Os grandes eventos eram realizados no majestoso Salão Rio Branco, muito conceituado na época.

O jornal ‘Folha do Norte’ assim descreveu a Sede do Sport Club: “Tivemos o prazer de visitar o edifício onde funciona o Sport Club do Pará, esplendidamente instalada. O edifício e as suas dependências forram o mais harmonioso e conveniente conjunto, onde pode proporcionar uma variedade e utilidade das diversões. Ali tudo está larga e propiciamente disposto para toda a sorte de esportes: amplas e confortáveis salas e dilatados parques“.

Sport Club foi o pioneiro do futebol no estado     

Recorte do estatuto do Sport Club do Pará

Foi o 1º clube para a prática do futebol no estado. Também se destacou na prática do remo, uma das grandes potências náuticas da época, onde venceu diversas regatas realizadas às margens da baia do Guajará. Também pratica o Basquete, Ciclismo, Tiro ao Alvo, Tiro aos Pratos, Bilhar, entre outras modalidades esportivas.

Em 1898, o Sport Club do Pará foi o pioneiro na prática do esporte bretão, despertando assim o interesse pelo futebol em Belém. Os primeiros jogos aconteciam no Largo de São Brás, que depois chamado Praça Floriano Peixoto na Planta de Sidrim (1905), limitava-se ao norte pela Estrada de São Jerônimo (hoje Governador José Malcher); ao sul pela Estrada da Constituição, mudada para Avenida Gentil Bittencourt; ao leste, pela Barão de Mamoré; e, ao oeste, pela Travessa José Bonifácio.

Esse gigantesco logradouro público, com área estimada de 240.000m² (medições tomadas pela régua do Google Earth), só começaria a ser ocupado com a construção do Mercado Renascença entre 1910 e 1911, por Felinto Santoro, também concessionário pela firma Santoro da Costa & C.

Clube do Remo nasce por dissidentes do Sport Club do Pará

No ano de 1905, uma série de desentendimentos entre os integrantes do Sport Club do Pará, momentos antes da realização de uma regata, decretou a saída dos atletas: Eduardo Cruz, Eugênio Soares, José Henrique Danin, Narciso Borges, Raul Engelhard, Vasco Abreu e Victor Engelhard.

Os sete rapazes logo tiveram a ideia de criar uma nova agremiação, onde pudessem praticar as suas atividades. Aos poucos, o pequeno grupo contou com o apoio de outros desportistas para alcançar o seu objetivo. No dia 5 de fevereiro de 1905 fundou-se o Grupo do Remo (atual: Clube do Remo).

Sport Club ajuda a fundar a 1ª Liga de futebol, em 1906

Foto de 1913

Na Sede do Sport Club Pará, na noite da segunda-feira, do dia 19 de novembro de 1906, os representantes de várias associações esportivas com a finalidade de darem andamento à ideia da criação da instituição denominada: Pará Futebol Liga, para a disputa do 1º campeonato no estado. As agremiações que se filiaram foram: Pará Football ClubPará ClubSport Club TimeClub RecreativoBrazil ClubClub SportInternacional Football Club.

Na quarta-feira, do dia 05 de dezembro de 1906, estiveram presentes na Sede do Sport Club Pará, todas sociedades de futebol de Belém,  a fim de tratarem da fundação da Liga e da realização do campeonato. Estiveram presentes os delegados do Pará Football ClubSport Football ClubPará ClubBelém ClubClub RecreativoBrazil ClubClub Sport.

Sport Club do Pará ficou com o Vice-campeonato Paraense de 1908

O Campeonato Paraense de Futebol de 1908 foi a 1ª edição da divisão principal do campeonato estadual do Pará. A competição foi promovida pela Pará Futebol Liga, fundada em 19 de agosto de 1908.

O campeão foi a União Sportiva que conquistou a Taça Estado do Pará, enquanto o Sport Club do Pará, o vice-campeonato. A competição foi disputado em turno único, com início no dia 7 de setembro de 1908 e término no dia 21 de março de 1909.

A competição contou com a participação de seis clubes, todos da cidade de Belém: Belém ClubBelém Foot-Ball ClubPará ClubSport Club do ParáSporting Foot-Ball ClubAssociação Athletica União Sportiva.

Em 24 de fevereiro de 1897, às 20 horas, foi realizada uma Assembléia geral no Club Internacional para definir se os diretores aprovariam uma fusão com o Sport Club do Pará.

Por pouco Sport Club do Pará e Clube do Remo não fundiram

Na quarta-feira, do dia 27 de Abril de 1927, o ‘Estado do Pará’ noticiou que o Sport Club do Pará e o Clube do Remo estariam negociando para realizar uma fusão. Na segunda-feira, do dia 09 de Maio de 1927, ocorreu uma Assembléia geral para definir a fusão! Contudo, o clima foi tenso e teve rigoroso policiamento na sede do clube.

O motivo foi um mandado expedido pelo juiz, que impedia a entrada dos sócios no clube. Após idas e vindas, a fusão acabou não havendo acordo e cada agremiação seguiu o seu rumo.

FONTES: Estatuto do clube – Wikipédia – Folha do Norte (PA) – Estado do Pará – O Liberal – O Imparcial (MA) – Livro ‘História do Clube do Remo – 1905-1969’, de Ernesto Cruz – Revista Fon Fon – pesquisador e historiador paraense Itamar Gaudêncio  

1º escudo: Transviário Sport Club – Belém (PA)

O Transviário Sport Club foi uma agremiação da cidade de Belém (PA). O “Grêmio Tricolor ou Grêmio Elétrico” foi Fundado na terça-feira, do dia 05 de Maio de 1936, por funcionários da extinta Pará Elétrica (empresa paraense que cuidava dos bondes). As cores escolhidas foram o vermelho, preto e branco.

A sua 1ª Sede ficava localizado na Travessa Três de Maio, nº 212, na bairro de Fátima, em Belém do Pará. Posteriormente se mudou para a Praça Floriano Peixoto, nº 890, no bairro de São Brás, em Belém.

Em 1938, o clube se filiou a Associação Paraense de Foot-Ball (APF). Pelo que foi encontrado, o Transviário participou de nove edições do Campeonato Paraense da 1ª Divisão: 1938, 1939, 1940, 1941, 1942, 1943, 1944 e 1945, na era do amadorismo e 1945 e 1947, na era do profissionalismo.

Em 1947, com a falência da Pará Elétrica, o clube ficou a míngua, passando por grave crise. A estrutura do clube foi abalada, e o time praticamente deixou de existir, porém, oficiais da Aeronáutica, compadecendo-se da situação, resolveram continuar treinando o clube, para o restante do campeonato daquele ano.

Time base de 1938: José; Purifica e Aristeu; Melo, Teteco e Serra II; Pedro, Mota, Cabeça e Cará; Moacir e Pereira.

Time base de 1947: Bocage; Rodrigues e Loi; Humberto, Veiga e Areias; Pinheirense, Tatá, Panela, Mindó e Geraldo (Negrito).

Acervo do estatuto: Professor, historiador e pesquisador, Itamar Gaudêncio

FONTES: Folha do Norte – Jornal O Liberal – Livro Parazão Centenário

Centro Esportivo Alagoano (CSA): Tetracampeão Alagoano em 1958

Tetracampeão Alagoano (1955, 1956, 1957 e 1958)

A Revista do Esporte assim descreveu o grande feito: “Pela quarta vez consecutiva o Centro Esportivo Alagoano (CSA) sagrou-se campeão de seu Estado. Integrado de elementos que possuem bom futebol (e sendo o clube onde Dida se iniciou), o tetra das Alagoas mais e mais aumenta a sua legião de aficionados”.

A foto (abaixo) nos mostra a equipe do Centro que tem a seguinte constituição: Em pé, da esquerda para direita – Bandeira, Masso, Paulo Santos, Nazareno, Bolendo e Moura;

Agachados, da esquerda para direita – Clóvis, Perereca, Santos, Tonho e Ítalo.    

FONTE: Revista do Esporte (RJ)

Caxias Futebol Clube – Joinville (SC): Mascote Pinguim

O Caxias Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Joinville (SC). A Sede e o Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho, o “Ernestão” (capacidade para 5 mil pessoas) estão localizados na Rua Coronel Francisco Gomes, nº 1.000, no Bairro Bucarein, em Joinville (SC). A sua mascote é o Pingüim.

O “Gualicho Alvinegro” foi Fundado na terça-feira, do dia 12 de Outubro de 1920, por vários simpatizantes de um esporte que então ainda dava seus primeiros passos na Manchester Catarinense. Vários clubes se iniciavam na nova arte, sendo o mais proeminente o América Futebol Clube, fundado seis anos antes.

Entre os pequenos de então se encontravam o Vampiro e o Teutônia. Seus adeptos resolveram juntar forças para fundar uma agremiação maior. Reunidos na propriedade dos Marquardt, na esquina das ruas São Pedro (atual Ministro Calógeras) e São Paulo, Antônio Vian, Armandos Paul, Edgar Schneider, Felipe Zattar, Genoviano Rodrigues, Jaser Vieira, Joaquim das Neves, João Lorenzi, Osvaldo Marquardt, Paulo Kock e Rigoletto Conti fizeram surgir o Caxias Futebol Clube, nome dado em homenagem ao Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro.

As cores escolhidas foram o branco do Teutônia e o preto do Vampiro. Surgia assim um adversário à altura do alvirrubro. Seu 1º presidente foi Osvaldo Marquardt. O primeiro prélio registrado entre aqueles que se tornariam os maiores rivais do futebol joinvilense se deu no campo do América, então situado na Rua do Mercado (atual Av. Procópio Gomes), esquina com a atual Rua Padre Kolb, onde hoje está o SENAI.

Foi disputado no domingo, do dia 6 de março de 1921, como parte das festas pelo 70º aniversário da cidade. E o alvinegro ganhou por 2 a 1. Marcaram Afonso Kruger e Waldemar Moreira para o Caxias, descontando Alfredinho Zattar para o América. O time do primeiro clássico foi: Paschoa, Camarão, Braga, Mané Gaspar, Paulo Koch, Joaquim da Neves, Carlos Butschardt, Afonso Kruger, Carlos Lopes, Candinho e Waldemar Moreira.

Abaixo um breve resumo da história do clube entre as década de 30 a 50:

No domingo, do dia 16 de Abril de 1933, o Caxias inaugurava seu Estádio. Depois de ocupar o antigo campo do Vampiro (que ficava na atual Rua Orestes Guimarães, onde hoje se encontra a Fiação Joinvilense) e um terreno emprestado, na Rua Imaruhy (atual Henrique Meyer, onde hoje está o Hotel Tannenhoff), o Caxias resolveu investir na aquisição de uma área própria.

O local escolhido foi o terreno onde até hoje está o seu estádio, na Rua Coronel Francisco Gomes. Pertencia a Ernesto Schlemm Sobrinho, que o vendeu em condições extremamente favoráveis. O pagamento foi concluído somente em 1947.

A partida inaugural, foi contra o Coritiba (clube que aniversaria no mesmo dia do Caxias), com vitória alvinegra por 3 a 1. O 1º gol dessa peleja foi assinalada pelo atacante caxiense, Bananeiro.

ANOS 30

A década de 30 foi uma época conturbada para o futebol catarinense. A Federação Catarinense de Desportos (FCD – nome da LSCDT a partir de 1927) sofria forte oposição por não estar conseguindo organizar as competições no estado. Em várias edições do torneio estadual não houve participação de equipes do interior e em outras ocorreram muitos protestos por favorecimento aos times de Florianópolis.

Assim outras associações de clubes foram formadas no Estado. A ACD, Associação Catarinense de Desportos, reunia os clubes do norte do Estado. Filiou-se à CBD (Confederação Brasileira de Desportos), credenciando-se a ser o representante catarinense no futebol brasileiro. O mesmo não ocorria com a FCD, que então não estava filiada à CBD. Comprovando a tese da representatividade da ACD, no Campeonato Brasileiro de Seleções o Estado de Santa Catarina foi representado por uma seleção formada apenas por jogadores de clubes filiados a essa Associação.

No Campeonato promovido pela ACD o Caxias foi o campeão, ficando o América com o segundo posto. A formação do alvinegro Campeão Estadual de 1935 era a seguinte: Otávio, Lauro, Reco, Onça, Emílio, Boca, Meyer, Marinheiro, Raul Schmidlin, Ata e Parucker.

Na década de 30 o Caxias dominou amplamente a cena no futebol de Joinville, conquistando todos os títulos da cidade de 1935 a 1939. No Estadual, foi Vice-campeão em 1937 (perdeu a final para o Figueirense por 2 a 1) e terceiro colocado em 1938 e 1939.

Foi marcada para o Caxias pelos Vice-campeonatos. Em 1941 perdeu a final para o Figueirense por 3 a 0. Em 1945 venceu o Avaí por 2 a 0 em Joinville. No jogo de volta a equipe azurra da capital venceu por 7 a 2 no tempo normal e por 2 a 0 na prorrogação.

ANOS 40 & 50

No campeonato citadino, levantou os títulos de 1940, 1941, 1944,1945 e 1946. Além de não ganhar o campeonato da cidade desde 1946, o Caxias assistiu o arqui-rival ganhar dois títulos estaduais na década anterior. Os anos 50 começaram mantendo o que se desenhara em 1947 e 1948: o América foi o Campeão Estadual de 1951 e 1952, depois de ter ganhado os títulos citadinos.

Era preciso fazer alguma coisa. E a diretoria do Alvinegro montou um time invejável para o campeonato de 1953. Trouxe, entre outros, o consagrado Teixeirinha. Considerado o melhor jogador catarinense da época, Nildo Teixeira de Melo, o Teixeirinha, havia jogado em grandes clubes do futebol brasileiro, onde consolidou sua fama de grande craque barriga-verde.

Vice-campeão estadual de 1952 no Carlos Renaux de Brusque, chegou ao Caxias como a grande esperança de quebrar a hegemonia do América. E não decepcionou, sendo o grande nome do Caxias na temporada. Porém no último jogo do campeonato da cidade o Caxias precisava ganhar do América para levantar o título.

Quase conseguiu. Com um gol de Renê em completo impedimento, validado pelo árbitro Arthur Lange, ex-jogador do Caxias, o América chegou ao tri-campeonato. O estadual foi ganho pelo Carlos Renaux, com o rubro de Joinville ficando em segundo.

Para 1954 o Caxias juntou um elenco que acabou se transformando naquele que muitos consideram o melhor time do futebol catarinense de todos os tempos. Foi campeão invicto da cidade, com uma campanha incrível: 13 jogos (12 vitórias e 1 empate), marcando 39 gols e sofrendo apenas 8.

Vencida a competição doméstica, era preciso encarar o desafio de ganhar o Estadual, depois de quase 20 anos. A campanha foi igualmente impressionante:

Quartas de finais

Baependy 2 x 4 Caxias

Caxias 10 x 0 Baependy 

Semifinais

Caxias 2 x 1 Carlos Renaux

Carlos Renaux 1 x 2 Caxias 

Finais

Caxias 6 x 3 Ferroviário

Ferroviário 2 x 2 Caxias

Caxias 7 x 0 Ferroviário 

O time base tinha: Puccini; Hélio e Ivo Meyer; Joel, Gungadin e Arno Hoppe; Euzébio, Didi, Juarez, Periquito e Vi.

O atacante Juarez foi o artilheiro do certame, com uma marca estupenda: 18 gols em 7 jogos. Juntamente com Vi (Leôncio Vieira, filho do legendário Cilo, campeão estadual em 1929) saiu do Caxias para jogar por muitos anos no Grêmio de Foolball Portoalegrense.

Ambos vestiram a camisa da Seleção Brasileira em torneios sul-americanos. Foram escolhidos pela torcida gremista para a o “Grêmio de todos os tempos”. Uma curiosidade: o Grêmio os queria imediatamente após o término do campeonato catarinense.

Estavam com as passagens marcadas para ir diretamente de Florianópolis para a capital gaúcha. Depois da goleada no jogo final, a torcida exigiu sua presença para a comemoração do título e ambos vieram a Joinville antes de embarcar para terras gaúchas.

FONTES: Site do clube- Blog Caxienses Fanáticos – Mercado Livre

Esporte Clube Siderantim – Barra Mansa (RJ): Mascote ‘Periquito do Vale’

O Esporte Clube Siderantim é uma agremiação esportiva da cidade de Barra Mansa (RJ). O “Periquito do Vale” foi Fundado no sábado, do dia 04 de Agosto de 1951, por um grupo de funcionários da empresa Siderúrgica Barra Mansa (atual: Votorantim).

Com apenas um ano de atividades, o Siderantim, conquistou o seu 1º titulo Campeonato Citadino, mas que, infelizmente, não se possui muitos registros sobre esta edição da competição. No final do mês de Julho de 1952, o Siderantim recebe uma carta da FFD (Federação Fluminense de Desportos) convidando o clube a se profissionalizar para disputar a elite do Campeonato Fluminense, que na época era a competição de maior valor em todo o estado do Rio de Janeiro.

No dia 19 de Março de 1953 o Esporte Clube Siderantim aceita o convite da FFD para a disputa de sua primeira competição profissional. No dia 12 de Abril no Estádio Esperidião Geraidine ocorre o II Torneio de Inicio profissional do Campeonato Fluminense, sendo um torneio de pré-temporada, que apesar de não ser um torneio de extrema importância ele fica marcado como a primeira competição profissional disputada pelo Esporte Clube Siderantim, infelizmente o clube é eliminado já na primeira fase após um empate contra Barra Mansa Futebol Clube, entretanto perde no critério de corners (escanteios) por 2 a 0.

Após 7 dias do Torneio de Inicio no dia 19 de Abril, o Siderantim finalmente estreia no Campeonato Fluminense contra o Tupi de Paracambi, no dia 20 de Abril o Siderantim contrata um reforço para a equipe  o jogador Odair de Souza Bueno que estava defendendo o quadro de profissionais do Canto do Rio de Niterói, o clube terminou na 10º colocação no fim do primeiro turno, no dia 18 de Janeiro de 1954 o Siderantim fecha o contrato com o atleta Francisco Régio para a disputa do 2º turno.

Notório clube da região centro-sul fluminense, o Siderantim debuta nas competições realizadas na década de 50, tais quais o Campeonato Estadual Fluminense. Participa dessa competição em 1953 e 1954. No Torneio Início de 53, é eliminado ainda na primeira fase.

Em 54, na chave de sua região se encontravam Barra Mansa Futebol Clube, Associação Atlética Comercial, Guarani Esporte Clube, Resende Futebol Clube e Associação Atlética de Volta Redonda. Se classificaram para a segunda fase: Guarani, Barra Mansa e Resende.

Após a fusão dos antigos estados da Guanabara e Rio de Janeiro, o Siderantim estreia em 1982 no Campeonato Estadual da Terceira Divisão de Profissionais.

Na primeira fase, se classifica para a fase final como líder de sua chave, à frente de União Esportiva Coelho da Rocha, Tomazinho Futebol Clube, Nacional Foot-Ball Club, Heliópolis Atlético Clube e Cruzeiro Futebol Clube. Na fase final é novamente o primeiro colocado, à frente de Clube Esportivo Rio Branco, Rio das Ostras Futebol Clube e União Esportiva Coelho da Rocha, fazendo a final contra o Rio Branco, de Campos, vencendo-o por 2 a 1, e consagrando-se campeão e promovido à Segunda Divisão de Profissionais do estado do Rio de Janeiro. O artilheiro da equipe nesse campeonato foi o hoje radialista Walter Cardoso.

Em 1983, já na Segunda Divisão, fica na sexta posição, atrás dos promovidos Olaria Atlético Clube e Friburguense Atlético Clube, além de Serrano Foot Ball Club, Associação Atlética Portuguesa e Madureira Esporte Clube, e à frente de Rubro Atlético Clube e Mesquita Futebol Clube.

Em 1984, é o segundo colocado ao fim do primeiro turno, atrás somente do Bonsucesso Futebol Clube. No segundo turno, fica apenas em oitavo lugar, último, atrás de Bonsucesso Futebol Clube, Associação Atlética Cabofriense, São Cristóvão de Futebol e Regatas, Associação Atlética Portuguesa, Madureira Esporte Clube, Rubro Atlético Clube e Nacional Foot-Ball Club. O Siderantim acaba tendo que participar de um torneio da morte com Madureira, Nacional e Rubro, que posteriormente é anulado, não havendo descenso.

Em 1985, é apenas o 11º colocado, penúltimo, à frente apenas do Nacional Foot-Ball Club, que já agonizava os seus últimos instantes de sua bela história. O campeonato conheceu naquele ano os acessos de Campo Grande Atlético Clube e Mesquita Futebol Clube, respectivamente primeiro e segundo lugares, cabendo a Associação Atlética Cabofriense, Friburguense Atlético Clube, Serrano Foot Ball Club, Royal Sport Club, Rubro Atlético Clube, São Cristóvão de Futebol e Regatas e Madureira Esporte Clube as colocações seguintes.

Em 1986, é o 12º colocado, último, do campeonato que teve como promovidos Porto Alegre Futebol Clube e Associação Atlética Cabofriense. Em 1987, é 9º colocado ao fim do primeiro turno, ficando à frente de Esporte Clube Nova Cidade, Clube Esportivo Rio Branco e Tomazinho Futebol Clube. No segundo turno é apenas o nono colocado, à frente de Tomazinho Futebol Clube, Serrano Foot Ball Club e Clube Esportivo Rio Branco. O Volta Redonda Futebol Clube foi o campeão e vice foi o Friburguense Atlético Clube.

Em 1988, em acentuada crise financeira e estrutural, demonstrada pelas más campanhas dos anos anteriores, se licencia das competições de âmbito profissional.

Volta apenas em 1992 na 2ª Divisão, na prática uma terceira, visto que a verdadeira segunda virara Módulo B da Primeira Divisão. A campanha não é boa. O clube é apenas o penúltimo colocado em sua chave na primeira fase, sendo logo eliminado da disputa, ficando atrás de Colégio Futebol Clube, Tamoio Futebol Clube, Monte D’Ouro Futebol Clube e Porto Real Country Club. O GREFFEM foi o último porque perdeu 5 pontos devido a ter utilizado um jogador em condição irregular.

Em 1993, disputa novamente a mesma Segunda Divisão. Fica em quinto em sua chave ao fim do primeiro turno, atrás de Barra Mansa Futebol Clube, Bayer Esporte Clube, Heliópolis Atlético Clube e Grêmio Esportivo Km 49. No segundo turno é segundo, atrás do Bayer Esporte Clube, contudo não consegue se classificar para o quadrangular final após o somatório dos dois turnos.

Desde então, a agremiação não mais disputa os campeonatos promovidos pela FFERJ. Foi extinto quando a Siderúrgica Barra Mansa, pertencente ao Grupo Votorantim, resolveu acabar com suas dependências para ampliar a área da empresa.

FONTES: Blog do clube – Wikipédia – Mercado Livre

Inédito!! Grêmio Sportivo Quintino Bocaiúva – Rio de Janeiro (RJ): 1º Campeão do Campeonato Carioca de Basquete Feminino

O Grêmio Sportivo Quintino Bocaiúva (Grêmio de Quintino) foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Fundado no domingo, do dia 02 de Abril de 1939. A sua Sede ficava localizada na Rua Nerval de Gouveia, nº 13, em frente à Estação Quintino, que é anexo a Rua Elias da Silva, no bairro de Quintino Bocaiúva, na Zona Norte do Rio.

O clube alvianil era muito atuante nos bailes de carnaval, festas juninas, desfiles e musicais, realizados em sua bela sede. Entre suas atividades praticadas, estavam o atletismo, Tênis de mesa, futebol, bilhar, voleibol, basquetebol, entre outros.  

A sua quadra poliesportiva (chamada de “Quadra Olímpica”) foi inaugurada no domingo, do dia 04 de junho de 1950, quando foi realizado um amistoso entre as equipes de basquete masculino do Tijuca Tênis Clube e Clube de Regatas Flamengo. No final, melhor para a equipe tijucana que venceu por 25 a 20.  

No domingo, do dia 26 de Agosto de 1945, o clube excursionou até o Município de Rodeio (atual: Engenho Paulo de Frontim), onde enfrentou, em amistoso,  o Centro Fluminense de Cultura Física.

No início de setembro de 1949, foi eleito para a presidência do clube, o vereador pelo Partido Republicano (entre 1947 a 1951) Luís da Gama Filho, então com 43 anos.

No final da década de 30, ele assumiu a presidência do River Football Club. Para quem não associou o nome a pessoa, ele comprou em 1939 o Colégio Piedade e em 1951 criou a Universidade Gama Filho.

1º campeão estadual de basquete feminino

Apesar do futebol ter sido o “carro-chefe“, o Grêmio Quintino entrou para a história do estado do Rio de Janeiro no basquete! Após se filiar a Federação Metropolitana de Basketball (FMB), na segunda-feira, do dia 09 de junho de 1952, o Grêmio de Quintino disputou o Campeonato Carioca adulto de basquete masculino e feminino em 1952.

Foi o 1º Campeonato Carioca de Basquete Feminino, realizado na história, e o Grêmio de Quintino fez história ao se sagrar campeão invicto do estadual, com sete vitórias no mesmo números de jogos. O Flamengo acabou com o vice-campeonato.

A competição, que teve início no dia 30 de julho, contou com a participação de oito equipes:

America Football Club;

Botafogo Futebol e Regatas;

Carioca Esporte Clube;

Clube de Regatas Flamengo;

Clube de Regatas Vasco da Gama;

Fluminense Football Club;

Grêmio de Quintino;

Madureira Atlético Clube.

Uma curiosidade é que o treinador da equipe (masculino e feminino) foi o lendário Charles de Macedo Soares, o “Charles Borer“, que trabalhou no cargo, sem nenhuma remuneração, de forma filantrópica. Lembrando que, entre 1976 a 1981, Charles Borer foi presidente do Botafogo de Futebol e Regatas.

O time titular era formado pelas seguintes atletas: Nívea (Nívea Figueiredo de Andrade e Silva), Norma, Ivone (Ivone de Araújo Santos), Irani (Irani P. da Costa) e Eugenia (Eugenia Rindeika). As reservas: Glicínia (Glicínia Clara Leal de Carvalho), Lourdes (Lourdes de Jesus Dias), Abigail, Marina, Dircí, Eunice, e Zombinha.

Vice-campeão de basquete feminino em 1953

No ano seguinte, voltou a fazer bonito, e ficou com vice-campeonato estadual de 1953, com oito vitórias e duas derrotas (O Fluminense foi campeão com dez vitórias), quando sua jogadora Ivone foi a cestinha da competição, com 161 pontos.

O time formou com: Maria Teresinha Paz, Abigail dos Santos, Joana Rindeica, Estefania Nair Chalodwski, Lais Gomes Mourão, Norma Rosa Paz, Efigênia Rindeica, Lourdes de Jesus Dias, Ivone de Araujo Santos

No futebol, disputou os campeonatos amadores menores. A Praça de Esportes utilizado para os jogos era o da Escola 15 de Novembro, atual ETE República, dentro do campus da FAETEC Quintino, que ficava na Rua Clarimundo de Melo.

O campo era conhecido como “Estádio do Instituto 15 de Novembro“, inaugurado no domingo, do dia 14 de novembro de 1943, com a goleada do Clube de Regatas Flamengo (então bicampeão da 3ª categoria da Federação Metropolitana de Futebol) por 5 a 2, em cima do Botafogo de Futebol e Regatas.

O Grêmio de Quintino era ligado ao político Jorge Leite, e entrou em decadência ao mesmo tempo em que este perdeu prestígio eleitoral.

Sua antiga sede ainda é conhecida popularmente pelo nome de Grêmio de Quintino, e alugada para eventos. Em 2012, o nome “Baixo Quintino” foi usado comercialmente.

Foto de 2010, da Sede do Grêmio Quintino

Time base de 1945: Sylvio; Nico (Ivo) e Alberto (Carlos); Cito, Bira e Aloísio; Orlando (Djalma), Zequinha, Gerente, Nelson e Canhoto (Aldo). Reservas: Germano e Helio.       

Imagem da carteirinha: site ‘Leilão Naira Santos’

FONTES: A Luta Democrática – A Noite – Diário Carioca – Diário de Notícias – Federação de Basquetebol do Estado do Rio de Janeiro – Imprensa Popular – Jornal dos Sports – O Imparcial – O Jornal (RJ) – Tribuna Popular