Arquivo da categoria: 08. Gilberto Maluf

Antigo hino do São Paulo Futebol Clube

Curiosidade: No início dos anos 60, apesar do hino atual já estar criado e oficializado por Porfírio da Paz, era este o hino tricolor que se ouvia nas rádios:

Salve o São Paulo
Clube das Treze Listras
Preto, Branco e Vermelho
Tradição dos Paulistas

Salve o São Paulo
Rei da Brasilidade
És um Clube, um Estado
E uma Grande Cidade

Salve o São Paulo
Tradição
Tu viverás em nosso
Coração

Teus Onze Heróis
Modernos Bandeirantes
Reviverão Tuas Glórias
Sob aplausos delirantes.

Letra de Oswaldo Moles
Música de Antônio Bruno”.

Nos anos 40, com a inauguração do Pacaembu, a torcida do São Paulo, quando o locutor do estádio anunciava, pausadamente, a escalação assim se comportava:

Locutor: King.
Torcida: Raaah.

Locutor: Piolin.
Torcida: Raaah.

Ia assim até o ponta esquerda Pardal, quando então havia uma explosão:

São Paulo!
São Paulo!
São Paulo!

Eh São Paulo
Eh São Paulo
O Mais Querido da Terra Bandeirante

Eh São Paulo
Eh São Paulo
Com o Tricolor é bola no barbante!

Entramos em campo confiantes
Nossa defesa joga com valor
Vão para frente os avantes
Aumentar o placar do tricolor

Grita a torcida delirante
Com o Tricolor é bola no barbante.

SPFCpedia

Porque o sensacionalismo nas manchetes dos jornais esportivos

O semanário Mundo Esportivo, de propriedade de Geraldo Bretas, o mais polêmico jornalista que tive notícia, era um jornal pelo qual passaram algumas das mais brilhantes penas do jornalismo esportivo do Brasil como Roberto Avalone, Milton Camargo, Luís Carlos Ramos, Renato Santana, Reginaldo Leme, Ítalo Neves, Chico Lang, Juarez Soares, Albino Castro, Dalmo Pessoa, Vital Bataglia, entre tantos outros. Nesta mesma época circulava um tablóide, também semanal, de autoria do jornalista Wilson Brasil, creio que o nome era Equipe.
Porque relembro os semanários? Porque tinham manchetes exageradas e sensacionalistas. Destaco a seguir o inconformismo atual de um torcedor do Fluminense sobre as manchetes atuais dos jornais cariocas no Blog do JSports:
” A mídia rubronegra ataca novamente: Apesar de o Fluminense ser o time de melhor campanha entre o Brasileiros na Libertadores, ser o único até o momento a ter conquistado uma vitória fora de casa,contra um adversário que é o bi-campeão nacional do país que lidera a eliminatória da copa do mundo, de virada e apresentando um futebol competitivo, e ter feito apresentações convincentes nos seus três jogos, e estar a um passo da classificação para a segunda fase, a imprensa rubro-negra dá maior destaque a uma vitoria no Flamengo no Maracanã contra um time inexpressivo do interior fluminense (eu nem me lembro da última vez que ganhou fora, como também não me lembrava de uma vitória sem que o juiz tivesse sido decisivo), com direito a matéria de capa no JS , em detrimento do clássico do dia, como eu já previa desde ontem após o jogo. O ufanismo e a vontade de vender jornal não tem limites. Mas será que é realmente preciso fazer esse tipo de presepada pra vender jornal? Será que é impossível colocar um olhar mais imparcial sobre os fatos?”
No que responde o jornalista: ” O leitor precisa entender que um jornal comercial vive de renda, precisa vender seu produto e obter lucros. Esta é a verdade nua e crua e tentar desmentir esta verdade é tentar, como diz o outro, tentar tapar o sol com a peneira”.
Voltando ao semanário Mundo Esportivo, de idêntica tendência, em 1965 eu tinha 14 anos de idade e o time do meu coração tinha como principais adversários o Santos de Pelé e a Academia de Palestra Itália. É mole? Então não dava mesmo. Mas bastava uma vitória corintiana para eu correr às bancas de jornais procurando a manchete do jornal. E era deste tipo em letras garrafais:
CORINTHIANS PLÁ PLÁ PLÁ. E eu acreditava.
Por isso não posso criticar os jovens de hoje .
Vi certa vez em frente aos Diários e Emissoras Associados na rua Sete de Abril em São Paulo o jornalista Geraldo Bretas. O homem era do tamanho do antigo técnico Yustrich. E tão bravo quanto. E não sei quem era mais brigão.
Eis então breve relato sobre os jornais ufanistas dos anos 60.

Sexta Copa do Mundo em 1958 e o planejamento brasileiro

Apesar da morte de três de seus pioneiros, a Fifa seguiu a receita da Copa de 1954, na Suíça, para garantir o sucesso do mundial de 1958, na Suécia.

A Suécia foi apontada (provisoriamente) como sede da Copa de 1958 com dez anos de antecedência, no Congresso da Fifa de 1948, em Luxemburgo. A decisão acabou oficializada em 1954, sem contestações, em Zurique, na Suíça.Logo em seguida, porém, três dos grandes pioneiros da Fifa morreram em 7 de outubro de 1955, aos 78 anos, o belga Rodolphe Seeldrayers, que presidia a entidade desde de novembro de 1954. Em 9 de novembro de 1954, aos 72 anos o francês Henri Delaunay e em 16 de outubro, aos 83 anos, o também francês Jules Rimet, seu primeiro presente de 1921 a 1954. Com a morte de Seeldrayers o comando passou para o britânico Arthur Drewry, de 64 anos. E ele, para não correr riscos na organização da primeira copa sob sua gestão, entregou-a ao suíço Ernst Thommen, que havia feito um excelente trabalho no mundial de 1954.

Cada vez mais gente estava convencida de que nossos jogadores eram talentosos, mas nada confiáveis na hora da decisão. As preces pelo surgimento de um craque foram atendidas em 1957, com a entrada em cena de Pelé. Nas cinco primeiras Copas, o Brasil acumulara mais desculpas do que glorias. Em 1930, tínhamos sido representados por uma seleção inferior. Em 1950, estávamos confiantes demais. Em 1934, 1938 e 1954, a culpa foi de juizes mal intencionados. Após a frustração do mundial na Suíça, começou a ganhar corpo a teoria de que nossos jogadores eram talentosos, mas pouco confiáveis, na hora da decisão. Era consenso que havia atletas bons e sérios, mas que os bons não eram muito sérios e os sérios não eram muito bons. Para levantar a taça Jules Rimet, o Brasil precisava de um craque diferenciado. E as preces foram atendidas em 1956, com a entrada em cena de Pelé. Tudo aconteceu muito rápido. No dia 7 de setembro, aos 15 anos e 10 meses, Pelé estreava no time principal do Santos. Em abril de 1957, assinou seu primeiro contrato de profissional com o clube da Vila Belmiro. Nesse mesmo ano foi artilheiro do campeonato paulista com 18 gols de 17 partidas. Em junho, participou de um combinado Vasco-Santos na disputa de um torneio internacional do Rio de Janeiro. Jogou quatro partidas e fez seis gols. Pirilo era o técnico da seleção e o convocou para os jogos do Brasil contra a Argentina. E no dia 7 de julho, no maracanã, Pelé estava no banco e entrou no segundo tempo para marcar o único gol do Brasil na derrota de 2×1 para os argentinos. Nunca mais deixou de ser convocado.

No inicio de 1958, João Havelange escolheu para chefe da delegação brasileira o paulista Paulo Machado de Carvalho, patrono do São Paulo e dono da TV Record. Paulo Machado e Carlos Nascimento foram os responsáveis pelo plano da seleção na Suécia. E tinha mais Paulo Amaral, Dr. Hilton Gosling professor Cavalhares, Mario Américo e a novidade, o dentista Mario Trigo. Só faltava a decisão do técnico. Dois técnicos eram candidatos: Fleitas Solich e Flavio Costa. Mas, o eleito foi Vicente Ítalo Feola. Foi bi campeão paulista em 1948 e 1949. Foi auxiliar de Flavio Costa na Copa de 1950 e atuava nos bastidores do São Paulo quando o técnico era o hungaro Bela Guttman. A indicação provocou irritação entre os jornalistas cariocas que começaram a ter pesadelos com uma seleção somente com paulistas. Mas as intenções de Paulo Machado de Carvalho e Carlos Nascimento eram outras: eles só queriam alguém capaz de se amoldar a um plano e de trabalhar em equipe, duas coisas que provocavam urticária em Flavio Costa.

Conforme o previsto, no dia 7 de abril os 33 convocados escolhidos se apresentaram para exames médicos na Santa Casa de Misericórdia, no Rio. Garrincha e Orlando tiveram que operam as amigdalas. Mas quem teve mais trabalho foi Mario Trigo: todos os jogadores tinham problemas dentários. Mario Trigo e seus ajudantes da faculdade Nacional de Odontologia contabilizaram perto de 500obturações e extrações. No dia 10 de abril, a seleção partiu para Poços de Caldas, em Minas Gerais, onde ficou por 20 dias treinando. E, por sugestão dos jogadores, Mario Trigo foi junto, por sua capacidade de descontrair qualquer ambiente com uma piada. O tempo mostrou que ele ajudava a dar estabilidade emocional aos craques, mais até que o professor Cavalhares. Por falar nele, sua bateria de testes apresentou resultados assustadores: alguns jogadores eram infantis, outros tinham QI baixo e a maioria nem deu bola para aquela coisa de completar figuras ou interpretar rabiscos. O plano de Paulo Machado de carvalho tinha críticos veementes. No Jornal dos Sports, Mario Filho não se cansava de torpedear as invencionices. Ademar Pimenta, técnico da seleção de 1938, batia na mesma tecla em seus comentários na Rádio Mauá do Rio de Janeiro. Em São Paulo, o comentarista da Rádio Tupi, Geraldo Bretas, prometia solenemente nunca mais comentar futebol se o Brasil voltasse campeão, promessa que não foi cumprida.

A comissão técnica que tinha tudo planejado nos mininos detalhes, se esqueceu de fornecer a Fifa os números das camisas dos jogadores. Diz a lenda que o uruguaio Lorenzo Vilizio, membro do comitê organizar da Copa, definiu a numeração por contra própria , sem consultar nenhum dirigente brasileiro. O que realmente ocorreu nunca ficou bem explicado, mas a lista de Vilizio teve erros e acertos incríveis. O mais intrigante foi a concessão do 10 para Pelé. Mais do que um numerólogo por acidente, Vilizio foi profético. Confira os números com que os jogadores brasileiros disputaram a Copa de 1958.
1) Castilho.
2) Belini.
3) Gilmar.
4) Djalma Santos.
5) Dini Sani.
6) Didi.
7) Zagalo.
8) Moacir.
9) Zozimo.
10) Pelé.
11) Garrincha.
12) Nilton Santos.
13) Mauro.
14) De Sordi.
15) Orlando.
16) Oreco.
17) Joel.
18) Mazzola.
19) Zito.
20) Vavá.
21) Dida.
22) Pepe.

Depois de vencer por 4×0, as duas partidas internacionais contra Fiorentina e Internacionale, na Itália, no dia 3 de junho, o Brasil seguiu para Copenhague, na Dinamarca, e de lá, para Gotemburgo, na Suécia. Às 11 horas e 30 minutos, os jogadores pisaram em solo sueco e seguiram direto para a concentração, no Turist Hotel da pequena cidade de Hindas. Cinco dias depois, o Brasil estreou na Copa.

Jogo final –29 de julho de 1958.
Horário: 15 horas.
Brasil 5 x Suécia 2 –Solna Racunda, em Estocolmo.
Gols de Liedholm. Vavá. Vavá no primeiro tempo. Pelé. Zagalo. Pelé e Simonsson no etapa complementar.
Juiz: Maurice Guigue, da França.
Publico: 49.737 torcedores.
Brasil: Gilmar. Djalma Santos e Belini. Zito. Orlando e Nilton Santos. Garrincha. Didi. Vavá. Pelé e Zagalo.
Suécia: Swensson. Bergmark e Axdom. Borjesson. Gustavsson e Parling. Hamrim. Gunnar Green. Simonsson. Liedholn e Skoglund.

Comissão Técnica –
Chefe da delegação: Paulo Machado de Carvalho.
Técnico: Vicente Ítalo Feola.
Supervisor: Carlos Nascimento.
Médico: Dr. Hilton Gosling.
Preparador Fisico: Paulo Amaral.
Psicólogo: Professor Cavalhares.
Dentista: Dr. Mario Trigo.
Massagista: Mario Américo.

Doutor Paulo… Na época, esse titulo era atribuído, por mérito, a médicos e advogados. Mas, por cortesia ou temor, o povo também apelidava de “Doutor” os delegados da policia e os homens ricos. Paulo Machado de Carvalho se enquadrava no último quesito, mas ninguém duvidava que ele assumiria qualquer um dos outros três papéis, se as circunstâncias assim o exigissem. Figura exuberante, o doutor Paulo ria muito, gostava de apertar as bochechas dos jogadores e tinham sempre um conselho na ponta da língua. Nilton Santos afirmou que ele foi o primeiro dirigente a tratar jogador de futebol como gente.

Julinho Botelho, ponta direita da Seleção na Copa de 1954, preparava-se para voltar ao Brasil após quatro anos em Florença. Lá, ajudara a Fiorentina a ganhar o primeiro scudetto de campeão italiano de sua história, em 1956. Julinho chegou a ser convocado para a Copa de 1958, mas recusou alegando que não era justo, jogando njo exterior, tomar o lugar daqueles que estavam atuando no Brasil. Ele chorou quando teve que enfrentar o Brasil em amistoso na Itália antes da Copa na Suécia.

A Argentina foi goleada pela Tchecoslováquia por 6×1 e o retorno da delegação a Buenos Ayres foi precedido por noticias de noitadas e falta de empenho nos treinos. Apesar dos desmentidos de Raul Colombo, presidente da Associação de Futebol da Argentina, uma pequena multidão foi ao aeroporto atirar moedas e pedras nos jogadores. Foi um melancólico fim de carreira para o grande Angel Labruna, craque desde dos anos 40, com nove campeonatos conquistados pelo River Plate e 292 gols assinalados.

Diz a lenda que uma comissão de jogadores – Belini, Nilton Santos e Didi – foi ao técnico Feola exigir a escalação de Garrincha e Pelé. Mas não foi bem assim. Dois dias antes do jogo contra a Rússia, já era dada como certa a estréia de Pelé. Mas ninguém sabia se Garrincha ia jogar. Nos dois primeiros Joel recebera boas notas da imprensa, por seu um ponta moderno que ajudava na marcação. Mas Zagalo já fazia isso pela esquerda. Com a entrada de Zito, um marcador implacável, Feola teve a chance de reforçar o ataque com um ponta autêntico. Ele tinha duas opções: substituir Zagalo por Pepe ou Joel por Garrincha. E ficou com a segunda hipótese. A alteração, decidida num treino secreto na véspera do jogo, foi comunicada a todo o grupo. E o doutor Paulo Machado de Carvalho, como sempre fazia, foi ouvir a opinião dos mais experientes, Belini como capitão, se manifestou a favor e foi apoiado por Didi e Nilton Santos. Dessas conversas informais, após o anuncio oficial, surgiu mais tarde a lenda da rebelião.

Terminada a decisão, os jogadores brasileiros ficaram perfilados no centro do campo para ouvir o hino nacional, com Zagalo e Pelé chorando copiosamente. Em seguida, o Rei Gustavo Adolfo desceu das tribunas e entregou a Taça Jules Rimet para o capitão Belini, em cima de um patamar de madeira. A legião de jornalistas impedia que muitos fotógrafos registrassem o momento – e um deles pediu para Belini levantar o troféu. Belini segurou a taça com as duas mãos e ergueu sobre a cabeça, num gesto que, dali em diante, virou marca registrada de todos os campeões.

Bobby Moore – o Incomparável

A cena ocorrida no venerável Estádio de Wembley perante 100 mil torcedores, entre os quais a Rainha Elizabeth II, continua tão viva como naquela tarde cinzenta de 30 de julho de 1966. Booby Moore, o capitão da Inglaterra, ergueu para a multidão a Taça Jules Rimet, no ato final de uma conquista sem precedentes. Ele pouco sorriu. Com o semblante sempre sério e com os olhos azuis fixo no troféu de ouro, se viu engolfado pelos abraços dos companheiros.

Um dos maiores zagueiros de todos os tempos, Bobby Moore disputou os mundiais de 1962, 66 e 70 pela Inglaterra, tendo somado 14 partidas em Copas. Em 1966 foi fundamental na única conquista inglesa de um campeonato mundial.

Dono de uma categoria invejável, reinou soberano na defesa inglesa por 11 anos, até se despedir do selecionado em 1973, depois de disputar 108 jogos. Apesar de sua classe incontestável, jogou apenas por times pequenos da Inglaterra. Fez praticamente toda carreira no West Ham, entre 1958 e 1974, e depois se transferiu para o Fulham, em 1977. Ainda assim conseguiu ganhar uma Copa da Inglaterra e uma Recopa pelo West Ham.

Onze anos depois, quando Booby Moore saiu de campo pela última vez para entrar nas páginas dos livros da história do futebol, encerrava-se a mais lendária e esplendida época até hoje vivida na Inglaterra. Ele estabeleceu um recorde até agora insuperado de 108 partidas pela seleção inglesa.

Num episódio curioso, acabou preso na Colômbia, local utilizado pela seleção de seu país para os treinamentos antes da Copa do México, em 1970. A história nunca ficou bem explicada. Moore foi acusado de roubar uma peça de uma joalheria, mas acabou inocentado e voltou a se juntar ao grupo quatro dias depois. Faleceu em 1993 depois de uma dura luta contra o câncer.
Revista Placar

Como as transmissões de Rádio e TV evoluíram ao longo dos Mundiais

A Copa do Mundo, o mais atraente evento esportivo para o público, faz parar todo o país, mas nem sempre chegou às casas dos brasileiros com um simples toque no botão do controle remoto. Do primeiro Mundial transmitido para o Brasil, em 1938, até 1966, o único meio de o torcedor estar em cima do lance ao vivo era pelo rádio. Hoje se vê a imagem de cada jogada; antigamente tinha-se de acreditar no locutor. E dar asas à imaginação.

Não era fácil torcer pelo verde-amarelo em outras terras. As transmissões, em ondas curtas, às vezes tornavam-se inaudíveis, deixando os ouvintes ainda mais nervosos. Como fazem hoje diante da televisão, as pessoas reuniam-se nas casas ao redor do rádio. Em algumas praças, multidões juntavam-se para ouvir as narrações em alto-falantes que cumpriam a mesma função dos telões atuais.

1930 – Uruguai
Os programas de rádio eram interrompidos para informar os resultados dos jogos, que vinham por telegrama da UPI. Algumas pessoas sintonizavam emissoras uruguaias e argentinas em rádios de fabricação caseira

1934 – Itália
Só ouviu o jogo quem conseguiu sintonizar rádios italianas ou inglesas (ondas curtas)

1938 – França
Pela primeira vez um Mundial foi transmitido para o Brasil – por Gagliano Netto, da Rádio Clube do Brasil, do Rio de Janeiro. Alto-falantes eram instalados nas praças

1950 – Brasil
Quem não foi aos estádios ouviu pelo rádio. Não havia ainda repórteres de campo. Os narradores às vezes eram dois, um para cada ataque

1954 – Suíça
Primeiro Mundial televisionado para a Europa. O Brasil acompanhou de novo pelo rádio. Destaque para Oduvaldo Cozzi, da Rádio Guanabara, do Rio, que levou a emoção para a narrativa

1958 – Suécia
Os filmes dos jogos eram passados na TV dias depois, editados com meia hora de duração. Direto, só pelo rádio

1962 – Chile
Começamos a receber os videoteipes das partidas, que chegavam no dia seguinte e eram mostrados na íntegra. Fiori Giglioti transmite sua primeira Copa

1966 – Inglaterra
Os teipes eram passados dois dias depois dos jogos. No centro de São Paulo, em transmissão virtual, com uma bolinha luminosa marcando a posição da bola num painel-campo

1970 – México
O Brasil vê, enfim, uma Copa direto pela TV – como não havia ainda TV colorida no país, as imagens eram em preto-e-branco. Os mexicanos introduzem o replay durante a transmissão

1974 – Alemanha
Pela primeira vez o Brasil vê uma Copa colorida

1978 – Argentina
Aumenta o número de câmeras abertas e no meio do campo. Replay de impedimento

1982 – Espanha
Surgem as câmeras em planos mais fechados e as por trás dos gols

1986 – México
Novidades: os tira-teimas da Globo, as estatísticas e o super-slow motion (com melhor definição)

1990 – Itália
A organização do Mundial põe no ar os tira-teimas. A Globo lança o comentário de arbitragem

1994 – EUA
Nos estádios, telões reproduzem o público

1998 – França
Experimenta-se a alta definição. O recurso torna as imagens quase perfeitas

2002 Japão/Coréia
Muitos países viram a Copa em alta definição, o que forçará a mudança do parque de transmissores e receptores

Os bordões que ficaram

“Aplica-lhe o rodopio!”
Oduvaldo Cozzi

“Indivíduo competente” e “O relógio marca…”
Waldir Amaral

“Que que é isso, minha gente!” e “Lindo, lindo, lindo, lindo!”
Geraldo José de Almeida

“Ripa na xulipa!”
Osmar Santos

“Anotem… Tempo e placar no maior do mundo”
Jorge Curi

“Atirou… entrou!”
José Carlos Araújo

“Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”
Fiori Giglioti

“Vai que é tua, Taffarel!”
Galvão Bueno

“Tá lá o corpo estendido no chão”
Januário de Oliveira

“Pelo amor dos meus filhinhos!”
Sílvio Luiz

Fonte: Revista Época

Os vencedores da Bola de Ouro na Europa

BOLA DE OURO TEM NOVO REGULAMENTO

A Bola de Ouro, oferecida no final de todas as temporadas pela revista francesa France Football ao jogador eleito o melhor da Europa, mudou de regulamento.

Agora, a revista passa a premiar o atleta que teve melhor desempenho em qualquer continente, assim como o troféu de Melhor do Mundo da Fifa.

A mudança começou pelo quadro de jornalistas que compõem o júri. De 50 passou para 96 profissionais. O único representante brasileiro será o narrador e apresentador Cléber Machado, da TV Globo e da Sportv. Os demais paises sul-americanos também terão somente um profissional com direito a voto.

Já nações sem tradição no futebol, como Eire e Israel, terão dois jornalistas e, consequentemente terão dois votos.

A Bola de Ouro foi criada em 1956. Antes, ela premiava somente jogadores europeus, e por isso craques como Pelé e Maradona nunca levaram a taça.

Os recordistas são o francês Michel Platini e os holandeses Johan Cruyff e Van Basten, todos com três premiações.

Nos últimos 11 anos, os brasileiros dominaram o troféu. Ronaldo venceu por duas vezes, em 1997 e 2002, enquanto Rivaldo o conquistou em 1999 e Ronaldinho Gaúcho em 2005.

Ano passado, o vencedor foi o meia Kaka do Milan.

Todos os vencedores da Bola de Ouro:

1956 – Stanley Matthews (Inglaterra/Blackpool);
1957 – Di Stéfano (Argentina/Real Madrid);
1958 – Kopa (França/Real Madrid);
1959 – Di Stéfano (Argentina/Real Madrid);
1960 – Suárez (Espanha/Barcelona);
1961 – Sívori (Argentina/Juventus);
1962 – Masopust (Tchecoslováquia/Dukla Praha);
1963 – Yashin (União Soviética/Dynamo Moscou);
1964 – Law (Inglaterra/Manchester United);
1965 – Eusébio (Portugal/Benfica);
1966 – Bobby Charlton (Inglaterra/Manchester United);
1967 – Albert (Hungria/Ferencvaros);
1968 – Best (Irlanda do Norte/Manchester United);
1969 – Rivera (Itália/Milan);
1970 – Gerd Muller (Alemanha Ocidental/Bayern Munique);
1971 – Cruijff (Holanda/Ajax);
1972 – Beckenbauer (Alemanha Ocidental/Bayern Munique);
1973 e 74 – Cruijff (Holanda/Barcelona);
1975 – Blokhin (União Soviética/Dynamo Kiev);
1976 – Beckenbauer (Alemanha Ocidental/Bayern Munique);
1977 – Simonsen (Alemanha Ocidental/Borussia Mönchengladbach);
1978 e 79 – Keegan (Inglaterra/Hamburg);
1980 e 81 – Rummenigge (Alemanha Ocidental/Bayern Munique);
1982 – Rossi (Itália/Juventus);
1983, 84 e 85 – Platini (França/Juventus);
1986 – Belanov (União Soviética/Dynamo Kiev);
1987 – Gullit (Holanda/Milan);
1988 e 89 – Van Basten (Holanda/Milan);
1990 – Matthäus (Alemanha Ocidental/Internazinale);
1991 – Papin (França/Olympique Marseille);
1992 – Van Basten (Holanda/Milan);
1993 – Baggio (Itália/Juventus);
1994 – Stoitchkov (Bulgária/Barcelona);
1995 – Weah (Libéria/Milan);
1996 – Sammer (Alemanha/Borussia Dortmund);
1997 – Ronaldo (Brasil/Internazionale);
1998 – Zidane (França/Juventus);
1999 – Rivaldo (Brasil/Barcelona);
2000 – Figo (Portugal/Real Madrid);
2001 – Owen (Inglaterra/Liverpool);
2002 – Ronaldo (Brasil/Real Madrid).
2003 – Nevdev ( Tchecoslovaquia/Juventus)
2004 – Shevchenko ( Ucrânia/Chelsea)
2005 – Ronaldinho ( Brasil/Barcelona)
2006 – Cannavaro( Italia/Juventus)
2007 – Kaka ( Brasil/Milan)
Fonte – Maicon Mendes e Ubiratan Leal

A esperteza de um torcedor antes de entrar no estádio

Nos anos 80 ocorreu um fato com colega de trabalho no Metrô de São Paulo. Ele conta que em um certo jogo no Morumbi, estava indo de carona no carro de um amigo, um Opala. Estavam em 5 no carro. Naqueles tempos já existiam os guardadores de carro, claro!
Pois bem, no carro deste amigo estava faltando a calota da roda traseira esquerda, a do motorista. E como eram de alumínio, custavam muita grana. Tentando ser muito esperto, chamou o guardador de carros e fez a seguinte oferta:
-Olha, se você achar por aí em algum carro uma calota igual a minha, pega e põe na minha roda que eu de dou uma grana a mais.
Quando voltaram do jogo, entraram depressa no carro, pra não pagar o
guardador. Quase todo mundo faz isso, quer levar vantagem e não pagar o coitado do guardador. Quando todo mundo já estava dentro do carro, o cara apareceu dizendo que tinha arrumado a calota. Aí, só o motorista desceu pra conferir. Aí pagou o combinado.
No meio do caminho, resolveram parar numa padaria pra comer alguma coisa. Quando estavam dentro da padaria um dos 5 veio até a porta e, quando olhou o Opala, que estava com o lado do passageiro virado pra padaria, começou a dar frouxos risos. Chamou os outros, que constataram: o guardador tinha tirado a calota do lado direito e passado pro lado onde estava faltando!
O amigo “experto” tomou um golpe bem dado, sem contar que até hoje ele é motivo de gargalhadas .
Conto esta passagem porque já me levaram, certa feita, as quatro calotas do meu carro num jogo que fui. E não teve chororô, tive que comprar as quatro de novo.
Fonte: Amaury -Fone 50110366, r. 255

A ficha mais suja do futebol brasileiro

Daison Pontes era violento e fanfarão. Foi punido por tudo, inclusive doping, e só parou quando agrediu um juiz. Em 1974, o zagueiro do Gaúcho de Passo Fundo no Rio Grande do Sul, deu um soco na cara do juiz José Luis Barreto. Foi suspenso por 18 meses e voltou em 1976 apenas para encerrar a carreira. Estava encerrando, também, a ficha mais sujada história do futebol brasileiro. Daison Pontes virou lenda. Grandalhão, fanfarrão, carismático, ele ajudou a fazer a fama de Passo Fundo como a “terra de machos”.

Formava dupla de área com seu irmão João Pontes, outro exemplo de indisciplina. Foi punido por tudo, desde do doping até agressão, num total de 18 punições. Em 1974, num jogo em Passo Fundo, o juiz José Luis Barreto marcou um pênalti contra o Gaúcho e Daison o chamou de criolo. E o juiz teria dito – Se te pego fora de Passo Fundo, te expulso. Daison respondeu: Se me expulsar te quebro a cara.

Semanas depois se encontraram em Santa Maria. Os dois cumpriram a promessa. Barreto o expulsou e Daison quebrou a cara do juiz.

As expulsões dos irmãos Pontes.

Daison Pontes:

1959 – agressão a adversário.
1962 – invasão de campo.
1963 – ofensas ao juiz.
1964 – agressão ao adversário.
1964 – ofensas ao juiz.
1964 – ofensas ao juiz.
1964 – ofensas ao juiz.
1966 – agressão ao adversário.
1968 – ofensas ao juiz.
1969 – agressão ao adversário.
1969 – atitude inconveniente.
1970 – agressão ao adversário.
1971 – atitude inconveniente.
1972 – agressão ao adversário.
1973 – agressão ao adversário.
1974 – ofensas ao juiz.
1974 – uso de estimulante.
1974 – agressão ao juiz.

João Pontes:

1964 – agressão ao adversário.
1965 – agressão ao adversário.
1965 – ofensas ao juiz.
1966 – ofensas ao juiz.
1966 – agressão ao adversário.
1967 – ofensas ao juiz.
1969 – atitude inconveniente.
1970 – agressão ao adversário.
1972 – ofensas ao juiz.
1973 – agressão ao adversário.
1974 – ofensas ao juiz.
1978 – ofensas ao juiz.
Fonte: Revista Placar