Como as transmissões de Rádio e TV evoluíram ao longo dos Mundiais

A Copa do Mundo, o mais atraente evento esportivo para o público, faz parar todo o país, mas nem sempre chegou às casas dos brasileiros com um simples toque no botão do controle remoto. Do primeiro Mundial transmitido para o Brasil, em 1938, até 1966, o único meio de o torcedor estar em cima do lance ao vivo era pelo rádio. Hoje se vê a imagem de cada jogada; antigamente tinha-se de acreditar no locutor. E dar asas à imaginação.

Não era fácil torcer pelo verde-amarelo em outras terras. As transmissões, em ondas curtas, às vezes tornavam-se inaudíveis, deixando os ouvintes ainda mais nervosos. Como fazem hoje diante da televisão, as pessoas reuniam-se nas casas ao redor do rádio. Em algumas praças, multidões juntavam-se para ouvir as narrações em alto-falantes que cumpriam a mesma função dos telões atuais.

1930 – Uruguai
Os programas de rádio eram interrompidos para informar os resultados dos jogos, que vinham por telegrama da UPI. Algumas pessoas sintonizavam emissoras uruguaias e argentinas em rádios de fabricação caseira

1934 – Itália
Só ouviu o jogo quem conseguiu sintonizar rádios italianas ou inglesas (ondas curtas)

1938 – França
Pela primeira vez um Mundial foi transmitido para o Brasil – por Gagliano Netto, da Rádio Clube do Brasil, do Rio de Janeiro. Alto-falantes eram instalados nas praças

1950 – Brasil
Quem não foi aos estádios ouviu pelo rádio. Não havia ainda repórteres de campo. Os narradores às vezes eram dois, um para cada ataque

1954 – Suíça
Primeiro Mundial televisionado para a Europa. O Brasil acompanhou de novo pelo rádio. Destaque para Oduvaldo Cozzi, da Rádio Guanabara, do Rio, que levou a emoção para a narrativa

1958 – Suécia
Os filmes dos jogos eram passados na TV dias depois, editados com meia hora de duração. Direto, só pelo rádio

1962 – Chile
Começamos a receber os videoteipes das partidas, que chegavam no dia seguinte e eram mostrados na íntegra. Fiori Giglioti transmite sua primeira Copa

1966 – Inglaterra
Os teipes eram passados dois dias depois dos jogos. No centro de São Paulo, em transmissão virtual, com uma bolinha luminosa marcando a posição da bola num painel-campo

1970 – México
O Brasil vê, enfim, uma Copa direto pela TV – como não havia ainda TV colorida no país, as imagens eram em preto-e-branco. Os mexicanos introduzem o replay durante a transmissão

1974 – Alemanha
Pela primeira vez o Brasil vê uma Copa colorida

1978 – Argentina
Aumenta o número de câmeras abertas e no meio do campo. Replay de impedimento

1982 – Espanha
Surgem as câmeras em planos mais fechados e as por trás dos gols

1986 – México
Novidades: os tira-teimas da Globo, as estatísticas e o super-slow motion (com melhor definição)

1990 – Itália
A organização do Mundial põe no ar os tira-teimas. A Globo lança o comentário de arbitragem

1994 – EUA
Nos estádios, telões reproduzem o público

1998 – França
Experimenta-se a alta definição. O recurso torna as imagens quase perfeitas

2002 Japão/Coréia
Muitos países viram a Copa em alta definição, o que forçará a mudança do parque de transmissores e receptores

Os bordões que ficaram

“Aplica-lhe o rodopio!”
Oduvaldo Cozzi

“Indivíduo competente” e “O relógio marca…”
Waldir Amaral

“Que que é isso, minha gente!” e “Lindo, lindo, lindo, lindo!”
Geraldo José de Almeida

“Ripa na xulipa!”
Osmar Santos

“Anotem… Tempo e placar no maior do mundo”
Jorge Curi

“Atirou… entrou!”
José Carlos Araújo

“Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”
Fiori Giglioti

“Vai que é tua, Taffarel!”
Galvão Bueno

“Tá lá o corpo estendido no chão”
Januário de Oliveira

“Pelo amor dos meus filhinhos!”
Sílvio Luiz

Fonte: Revista Época

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