O semanário Mundo Esportivo, de propriedade de Geraldo Bretas, o mais polêmico jornalista que tive notícia, era um jornal pelo qual passaram algumas das mais brilhantes penas do jornalismo esportivo do Brasil como Roberto Avalone, Milton Camargo, Luís Carlos Ramos, Renato Santana, Reginaldo Leme, Ítalo Neves, Chico Lang, Juarez Soares, Albino Castro, Dalmo Pessoa, Vital Bataglia, entre tantos outros. Nesta mesma época circulava um tablóide, também semanal, de autoria do jornalista Wilson Brasil, creio que o nome era Equipe.
Porque relembro os semanários? Porque tinham manchetes exageradas e sensacionalistas. Destaco a seguir o inconformismo atual de um torcedor do Fluminense sobre as manchetes atuais dos jornais cariocas no Blog do JSports:
” A mídia rubronegra ataca novamente: Apesar de o Fluminense ser o time de melhor campanha entre o Brasileiros na Libertadores, ser o único até o momento a ter conquistado uma vitória fora de casa,contra um adversário que é o bi-campeão nacional do país que lidera a eliminatória da copa do mundo, de virada e apresentando um futebol competitivo, e ter feito apresentações convincentes nos seus três jogos, e estar a um passo da classificação para a segunda fase, a imprensa rubro-negra dá maior destaque a uma vitoria no Flamengo no Maracanã contra um time inexpressivo do interior fluminense (eu nem me lembro da última vez que ganhou fora, como também não me lembrava de uma vitória sem que o juiz tivesse sido decisivo), com direito a matéria de capa no JS , em detrimento do clássico do dia, como eu já previa desde ontem após o jogo. O ufanismo e a vontade de vender jornal não tem limites. Mas será que é realmente preciso fazer esse tipo de presepada pra vender jornal? Será que é impossível colocar um olhar mais imparcial sobre os fatos?”
No que responde o jornalista: ” O leitor precisa entender que um jornal comercial vive de renda, precisa vender seu produto e obter lucros. Esta é a verdade nua e crua e tentar desmentir esta verdade é tentar, como diz o outro, tentar tapar o sol com a peneira”.
Voltando ao semanário Mundo Esportivo, de idêntica tendência, em 1965 eu tinha 14 anos de idade e o time do meu coração tinha como principais adversários o Santos de Pelé e a Academia de Palestra Itália. É mole? Então não dava mesmo. Mas bastava uma vitória corintiana para eu correr às bancas de jornais procurando a manchete do jornal. E era deste tipo em letras garrafais:
CORINTHIANS PLÁ PLÁ PLÁ. E eu acreditava.
Por isso não posso criticar os jovens de hoje .
Vi certa vez em frente aos Diários e Emissoras Associados na rua Sete de Abril em São Paulo o jornalista Geraldo Bretas. O homem era do tamanho do antigo técnico Yustrich. E tão bravo quanto. E não sei quem era mais brigão.
Eis então breve relato sobre os jornais ufanistas dos anos 60.
Augusto, neste artigo tinha um grande amigo da Portuguesa, o Wilson Brasil. Aliás, ele tinha um programa de rádio dedicado a Lusa. Mas a Portuguesa é o segundo time de todo o paulista.
Abs
Gilberto, imagina como me sinto, afinal sou torcedor da Lusa. Ainda bem que hoje temos Internet, porque os Jornais impressos hj em dia dão uma notinha de 02 linhas sobre a Lusa (quando dão).
Abraços.