Arquivo da categoria: 08. Gilberto Maluf

Taça Competência

Estava procurando notícias de alguns times do interior, e entre eles estava o Elvira de Jacareí.
Com informações de Marcio Trevisan no site www.pontoverde.com.br segue um pouco da história do Elvira de Jacareí.

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Do final dos anos 10 até o final dos anos 20 existia no futebol paulista a chamada “Taça Competência”. Geralmente em uma única partida mas, também, algumas vezes disputada em dois jogos, marcava o encontro do campeão da divisão de elite, torneio organizado pela APEA – Associação Paulista de Esportes Atléticos – contra o vencedor do torneio do Interior, que assim teoricamente disputavam não só o troféu como, também, o status de melhor time de São Paulo. Daí seu vencedor ser considerado o “campeão do Estado”.
Campeão paulista em 1920, o Palestra Itália acabou surpreendido no início do ano seguinte, quando em pleno Parque Antarctica foi derrotado pelo Corinthians de Jundiaí/SP por 2 a 1, perdendo desta forma a chance de obter sua primeira “Taça Competência”. Por isso, quando novamente teve a chance de disputá-la, o Palmeiras não poupou esforços para obtê-la.

O jogo em questão foi contra o Elvira, de Jacareí/SP, que para os padrões da época até que tinha um time razoável, embora fosse viver seu apogeu entre 1956 e 1962, quando disputou a Terceira e a Segunda Divisões paulistas. Novamente atuando em seu campo, o Palestra encarou com tanta seriedade aquela partida, disputada apenas em agosto de 1927, que não deu tempo nem para que o time interiorano respirasse – logo no primeiro minuto, Melle abriu o placar.

A partir de então, foi um verdadeiro bombardeio alviverde, com a etapa inicial terminando com o placar de 4 a 0 e, ao fim do jogo, o placar apontando pra lá de elásticos 10 a 0!

Com uma atuação de gala, o Palmeiras mostrou que tinha “competência” de sobra para ficar com o troféu.

Confira a ficha técnica do jogo que garantiu a conquista do título:

Taça Competência/1926

Jogo: Palestra Itália 10 x 0 Elvira/SP
Data: 07/08/1927 – Horário: 15h55
Local: Estádio do Parque Antarctica, em São Paulo/SP
Árbitro: Alzemiro Ballio
Gols: Melle a 1, Heitor aos 6 e aos 18 e Carrone aos 34 minutos do primeiro tmepo. Lara aos 15, Carrone aos 23, Serafini aos 28, Tedescoaos 33, Carrone aos 39 e Lara aos 43 da etapa final

Equipes

Palestra Itália – Nanni; Bianco e Pepe; Xingo, Amílcar e Serafini; Tedesco, Carrone, Heitor, Lara e Melle. Técnico: Ramón Platero.

Elvira/SP – Roberto; Lauro e Gradim; Moreira, Nenê e João; Spadone, Giby, Cancio, Marelli e Apparecida

Saudades do XV de Piracicaba

No site gazetaesportiva.com.br encontrei um interessante grito de guerra da torcida do XV de Piracicaba, onde o velho sotaque caipira, com “R” arrastado, cantando, etc… pode bem ser imaginado. Estou longe do interior há anos, mas ainda hoje, as vezes, arrasto também o “R”. O canto de guerra da torcida foi encaminhado por Paulo Roberto da cidade de Curitiba-PR.

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Aos Amigos de Piracicaba, torcedores do XV…
Carxara de forfe
Carcanha de grilo
Asara de barata
Suvaco de cobra
Oreia de besoro
Paster de carne
Garrafão de pinga
Minduim torrado
Já que tá que fique
Treis veis cinco é …
XV XV XV
Vitória !!!!
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ARTIGO DA SEMANA N°2/2009 Homenagem do Santos Futebol Clube a todos os clubes cariocas

Foto histórica , clicada pelo inesquecível fotógrafo Sarkis, e comentada peloWalter Roberto Peres . E sobre ela, o Walter escreveu o seguinte: “O Santos sempre foi um time respeitável e respeitador. Foi o campeão primordialmente da técnica e da disciplina, título obtido no passado pelos idos de 1927, o que deve ser preservado em qualquer esporte. Veja esta foto do Santos, em 1964, com os jogadores envergando camisas dos times cariocas, homenageando os clubes do então estado da Guanabara, como retribuição recebida aos torcedores dos vários clubes daquele estado pelo apoio durante as exibições no Maracanã, que culminaram com a conquista do Mundial Interclubes, em 1962”. Em pé: Lima (camisa do Campo Grande), Ismael (camisa do Madureira), Joel Camargo (Flamengo), Olavo (Vasco da Gama), Mengálvio (América), e Gylmar (o único com a camisa do Santos). Agachados: Peixinho (Bangu), Rossi (São Cristóvão), Toninho Guerreiro (Portuguesa), Pelé (Olaria) e Pepe (Fluminense).

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Três paraguaios que emocionaram o Maracanã

Reyes
Francisco Santiago Reyes Villalba, nascido em 1941
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O paraguaio pura simpatia, campeão carioca de 1972, Francisco Santiago Reyes Villalba, nasceu em Assunção, e jogou no Fla de 67 à 73. Reyes era a encarnação da raça paraguaia. Tinha excelente domínio de bola, sabia sair jogando muito bem, já que havia começado como meio-campista, e conquistou os torcedores pela raça, e pela simpatia com que tratava os torcedores. Fez 194 partidas pelo rubro-negro, e chegou a fazer um gol contra em uma derrota decisiva para o Fluminense, o que não manchou sua grande carreira. Era um zagueiro de raça aliada à sutileza, como costuma acontecer com os virtuoses da posição. Embora fosse um meio campista quando chegou ao clube carioca, Reyes nunca esmoreceu em sua nova tarefa, anulando os ataques rivais com seu jogo de antecipação e desarmes certeiros.

Romerito
Julio César Romero, nascido em 1960;
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Passariam alguns anos até que surgisse um novo talento paraguaio em campos cariocas. O Fluminense já vinha fazendo uma bela campanha no Campeonato Brasileiro de 84 quando chegou Romerito, oriundo do Cosmos de Nova Iorque. Romerito era um velho conhecido do torcedor brasileiro. Durante a Copa América de 79, ele havia deixado a sua marca em uma partida decisiva no Maracanã, ajudando o Paraguai a eliminar a nossa seleção. Agora, com a camisa do Flu, ele seria uma peça importante para a conquista do título nacional. O tricolor tinha em suas fileiras jovens valores, como o zagueiro Ricardo Gomes e o lateral Branco, além da famosa dupla Washington e Assis, apelidada de “Casal 20”. Na série final contra o Vasco, Romerito marcou o gol do título, provando ser um predestinado em sua passagem pelo clube das Laranjeiras.

Romerito estava havia seis meses sem disputar uma partida oficial quando vestiu a camisa do Fluminense na por 1 x 0 sobre o Santo André (SP), no maracanã. O meia, revelado pelo Sportivo Luqueño, do Paraguai (sua terra natal), fora contratado ao Cosmos (EUA), onde jogara com Carlos Alberto Torres e Beckenbauer. Mas o tricolor não demorou para assumir uma posição de destaque. Seu jogo, de técnica, eficiência e espírito de luta, contagiou os torcedores.

Jogou menos da metade do Campeonato Brasileiro de 1984, ainda sim o suficiente para assegurar uma das Bolas de Prata – troféu oferecido por PLACAR aos melhores da competição – com média 7,70. O gol que marcou na primeira partida decisiva contra o Vasco foi suficiente para garantir a taça. Sete meses depois, seria o artilheiro da equipe (11 gols) no título estadual de 1984. Em 1985, no auge da forma, classificaria o Paraguai para a Copa do Mundo do ano seguinte, no México, marcando o gol no empate contra o Brasil. Na final do Estadual daquele ano, marcaria o gol de empate, que iniciaria a reação contra o Bangu. O Flu venceu (2×1), conquistando o tricampeonato estadual, e o bi de Romerito.

Gamarra
Carlos Alberto Gamarra, nascido em 1971.
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Alguns anos mais tarde , precisamente no ano de 95, apareceu no Internacional gaúcho o futebol inigualável de Carlos Alberto Gamarra. Os aficionados colorados não tardaram em classificar o zagueiro como o sucessor de Figueroa. Desempenhando seu ofício com classe estarrecedora, Gamarra ficou famoso durante a Copa da França de 98, quando, atuando pela seleção de seu país, não cometeu nenhuma falta. Na ocasião, o escrete guarani foi eliminado nas oitavas de final pelos donos da casa, graças ao chamado “gol de ouro”. No Inter, esse verdadeiro puro sangue dos gramados escreveu seu nome com letras maiúsculas, mostrando que a têmpera paraguaia tem um valor inestimável também na prática esportiva.

Gamarra foi um dos maiores zagueiros que o futebol já viu. Com muita raça, porém com poucas faltas, o paraguaio encantou a todo o mundo, principalmente representando sua Seleção, na Copa de 1998, na França. No Flamengo, foram apenas 30 partidas. Pouco, mas o suficiente para deixar com saudade os torcedores rubro-negros.

Em 2000, o Clube da Gávea não teve um bom ano, mas no ano seguinte, Gamarra comandou a zaga do Fla ao lado de Juan e com o olhar atento de Zagallo no banco de reservas treinando a equipe.

Foi um dos destaques das conquistas do tricampeonato estadual e da Copa dos Campeões. Antes, já havia feito história no Internacional e no Corinthians, conquistando o Campeonato Gaúcho de 1997, o Paulista de 1998 e o Brasileiro de 1999, que precedeu uma frustrada experiência no Atlético de Madrid.

Coutinho, o grande parceiro de Pelé

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Gol de Coutinho, após passe de Pelé, em 1964. Nesse dia o Peixe fez 7 a 4 no Corinthians. Na foto, vemos o zagueiro Clóvis, o goleiro Heitor e o saudoso zagueiro gaúcho Ari Ercílio.
Neste dia fui ao Pacaembu, tinha 13 anos de idade. Pensei em entrar no estádio acompanhado por um adulto e assim não pagaria a entrada. Não consegui, o pessoal das catracas não me deixou entrar.
Então vendi um isqueiro Ronson, com certeza pela metade do que valia e paguei o ingresso. Entrei a tempo de ver Ferreirinha abrir o placar aos 7 minutos do 1° tempo. Coutinho empatou aos 15, Bazzani fez 2 x 1 aos 27 e Coutinho empatou aos 33 minutos. Logo no início do 2°, Pelé aos 4 e aos 15 , Silva diminuiu aos 35, Coutinho aumentou aos 37, Pele aos 43 e Silva diminuiu aos 45, selando os 7 x 4.

Lembro-me que Coutinho ficou vários meses sem jogar devido ao excesso de peso. Num sábado à noite, 08 de outubro de 1966, estava ouvindo pelo rádio o que seria mais um clássico Corinthians x Santos. Coutinho estava voltando….sempre contra o Corinthians as feras retornam.
48.975 torcedores presentes e esperando as equipes adentrarem o gramado. O Santos subiu os degraus e parou. Não quis entrar para ouvir as vaias da Fiel. E de repente sobe o Corinthians e…também para. Nenhum dos times quis entrar primeiro. O Corinthians queria ver o Santos ser vaiado e do lado de lá não havia vontade alguma. O impasse durou uns 2 minutos e então entrou o Corinthians e imediatamente o Santos também entrou.
Esta é uma passagem que conto pois ficou gravada na memória. Mas o que fica para a história foi os 3 x 0 para o Santos Futebol Clube, com 3 gols do “gordo” Coutinho. Impressionante era ver Coutinho dentro da área. era mortífero. Dizem que era tão mortal quanto Pelé.

Antônio Wilson Vieira Honório, conhecido como Coutinho (Piracicaba, 11 de junho de 1943) é um ex-futebolista brasileiro.

Jogou no Santos Futebol Clube durante a “era Pelé”. Era considerado o grande parceiro do Rei. Muito habilidoso fez grandes jogadas com Pelé (as famosas “tabelinhas”, ou seja, passes seguidos de um para o outro, algumas vezes usando só a cabeça, e que geralmente acabava com um dos dois chutando à gol).

Ele chegou muito novo ao Santos, descoberto pelo técnico Lula. Mas acabou encerrando a carreira precocemente, devido a sua tendência para engordar. Era para ser o titular da Seleção Brasileira na Copa de 1962, mas se machucou na véspera da competição e perdeu o lugar para o experiente Vavá, campeão de 1958.

Coutinho tinha como principais virtudes a frieza e a tranqüilidade nas finalizações. Ele tinha duas grandes características: driblava os adversários em poucos espaços e finalizava um lance com uma perfeição raramente vista. Dessa forma, recebeu o apelido de “gênio da pequena área”, superando outros centroavantes que também se destacaram no clube, como Toninho Guerreiro e Feitiço.

De 1958 a 1970, vestiu a camisa do Santos, conquistando 22 títulos e marcando 370 gols, em 457 partidas. Foi seis vezes campeão paulista (1960, 1961, 1962, 1964, 1965 e 1967), ganhou cinco Taças Brasil (1961, 1962, 1963, 1964 e 1965), duas Taças Libertadores da América (1962 e 63), dois Mundiais Interclubes (1962 e 1963), quatro Torneios Rio-São Paulo (1959, 1963, 1964 e 1966), uma Recopa Sul-Americana (1968), uma Recopa Mundial (1968) e um Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1968). Foi também campeão mundial pelo Brasil na Copa de 1962

LANCES DE COUTINHO
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Coutinho na disputa como lateral-direito Joel, nos grandes jogos entre Botafogo e Santos no início dos anos 60 .

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Uma cena habitual: Coutinho busca a bola em mais um gol do Santos no Maracanã.

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Coutinho comemora um dos dois gols que marcou pelo Santos na vitória de 3 a 2 sobre o Boca Juniors, no primeiro jogo da decisão da Libertadores da América de 1963, no Maracanã .Do lado esquerdo da foto, em segundo plano está o ponta-direita Dorval.

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Lance de jogo entre Santos e Prudentina na Vila Belmiro em 1965. Disputando a bola estão Toninho Guerreiro e Coutinho. No chão, dentro da pequena área, está o goleiro Glauco.

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Juventus x Santos na Rua Javari, no dia 2 de agosto de 1959. Nesse dia, Pelé fez o gol mais bonito da carreira, segundo o próprio “rei”. O goleiro é Mão de Onça. À frente dele estão Homero e Clóvis Nori. O “peixinho” foi dado por Pelé. Atrás do rei podemos ver um “pedacinho” de Pando. Do outro lado, o santista é Coutinho. A foto foi retirada do site do Juventus (www.juventus.com.br).

Fotos de Milton Neves
Curiosidades e comentários de Gilberto Maluf
Biografia de Wikipédia

Paulistano é quem menos vai ao estádio

Pesquisa Datafolha revela que apenas 15% dos torcedores da capital de SP dizem torcer por seu time das arquibancadas

Índice da cidade que abriga Corinthians, São Paulo e Palmeiras fica abaixo da média nacional, de 21%, e distante de Rio e Salvador

Assistir a um jogo de futebol no estádio não é um programa típico do torcedor paulistano.
Pesquisa nacional do Datafolha, realizada no final de novembro, mostra os moradores da cidade como os menos dispostos a torcer por seu clube nas arquibancadas.

Só 15% dos entrevistados na capital paulista disseram ir aos estádios, mesmo sendo só de vez em quando. Esse número fica razoavelmente abaixo da média nacional (21%) e distante da registrada por cariocas (27%) e soteropolitanos (28%).

O Datafolha ouviu 11.786 pessoas em 390 municípios de 25 Estados. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Na questão do hábito dos torcedores de ir ao estádio ou acompanhar os jogos pela TV, uma resposta não exclui a outra.

E quem puxa o desprezo dos paulistanos é justamente o corintiano, tido como “o mais fiel dos torcedores”.

Só 23% dos seguidores do clube alvinegro afirmam que têm o costume de freqüentar estádios, contra 24% dos são-paulinos, 25% dos palmeirenses e 26% dos santistas.

Comparado com o que acontece com grandes de outros Estados, a apatia paulistana pelas arenas de futebol fica ainda mais evidente. No Rio de Janeiro, 30% dos flamenguistas apontam um campo de futebol como programa. No Nordeste, 36% dos seguidores do Bahia expressam a mesma opinião.

O resultado da pesquisa encontra respaldo na bilheteria nos Brasileiros do ano passado. Tanto o Flamengo, na primeira divisão do campeonato, como o Bahia, na terceira, registraram média de cerca de 40 mil torcedores por partida. O grande paulistano que mais se aproximou disso foi o São Paulo, com 29 mil pagantes por confronto. O Corinthians computou 20 mil fãs por jogo.

Times do RJ conquistam mais espaço fora da sede do que rivais

Rio Grande do Sul é o Estado que mais registra fidelidade com clubes locais

A pesquisa do Datafolha de novembro último confirma que os grandes clubes cariocas são mais populares do que os paulistas em outros Estados. E revela também que os moradores do RJ são mais fiéis aos clubes da casa do que os de SP.

Entre os entrevistados no RJ, 80% dizem torcer por Flamengo, Vasco, Botafogo ou Fluminense. Em SP, a preferência somada por Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos alcança a marca de 70%.

Nas dez unidades da República tabuladas pelo Datafolha no assunto, somente no RS a fidelidade aos principais clubes locais é maior do que a registrada no RJ -84% dos gaúchos dizem ser seguidores do Grêmio ou do Internacional, ambos sediados na capital, Porto Alegre.

Em nenhum outro Estado as agremiações locais respondem por mais de 50% das preferências. Em Minas Gerais, 47% dos entrevistados apontaram o Atlético-MG ou o Cruzeiro como time de sua preferência.
No Nordeste, em alguns casos é mínima a participação dos times da casa na popularidade entre os torcedores.
No Ceará, por exemplo, somente 16% dizem torcer por uma das duas potências do Estado (Fortaleza e Ceará).
E, nesses casos, os corações desses brasileiros pendem mais para os clubes cariocas do que para as equipes paulistas.
No Distrito Federal, 48% dos entrevistados indicaram uma agremiação do Rio como a preferida. Os times paulistas ficaram com apenas 19%.

Na Bahia, são 30% os seguidores do quarteto de grandes cariocas -os quatro grandes de SP detêm 18% da preferência.

Vantagem grande a favor dos paulistas somente no vizinho PR, onde o Corinthians é o time mais popular (15%) e os times de São Paulo somam 38% das preferências, contra apenas 7% das agremiações cariocas.

Para os clubes paulistas, serve de consolo o fato de que dois representantes do Estado (Corinthians e São Paulo) conseguem, cada um, ostentar 1% da preferência no RJ, enquanto o Flamengo é a única agremiação de lá a atingir a marca em solo paulista. (EO E PC)

CONTRAMÃO:

CORINTIANOS DÃO EXPLICAÇÕES

O vice de marketing Luis Paulo Rosenberg invocou o volume da torcida do Corinthians ao ser indagado sobre o baixo percentual no estádio. “”Teríamos 50% a mais, e até o dobro de outras torcidas, se a pesquisa trouxesse números absolutos. Há apreciadores e fãs. Para nós, corintianos, futebol é religião; para eles, esporte.” “É surpreendente. Mas há empate técnico: corintianos, 23%, e a torcida do time de maior quórum, 26%”, diz Alexandre Husni, vice do conselho.

Risco e falta de conforto jogam contra
Polícia Militar, TV, especialista em marketing e dirigente de clube são unânimes ao apontar razões que explicam a ausência do torcedor nos estádios: o desconforto e o risco.
“”Pelas nossas observações, quem vai ao estádio, em sua maioria, é o pessoal das classes D e E, que tem no futebol sua diversão e fica na geral e na arquibancada”, afirma o major Armando Tadeu Camargo, 43, comandante do 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar, que chefia o policiamento nos estádios.
Ele diz ainda que outros fatores afastam o torcedor. “Aumento no preço do ingresso, aliado à dificuldade de acesso aos estádios, já que muitos moram na zona leste, os desestimula. Há exceções, como os são-paulinos, público de dois tipos de jogos: clássicos e finais. E tem a questão da violência.”
Elton Simões, diretor responsável pelos canais “pay-per-view” da Globosat, que exibe torneios nacionais, não crê que o maior número de jogos oferecidos pela TV influa no público nos estádios.
“Nossas pesquisas indicam que a maioria dos assinantes reside a mais de 100 km do local onde as partidas de seu clube são realizadas. Então, o “pay-per-view” serve a uma população que não poderia ir aos estádios”, diz Simões”. “Violência, insegurança e falta de conservação e conforto inibem a ida do torcedor aos locais dos jogos.”
Até dirigente de clube concorda que as condições das arenas e os serviços oferecidos nele não são ideais. “É questão de racionalidade (não ir ao estádio). A pessoa tem o trabalho de comprar o ingresso, deslocar-se ao estádio, passar pela catraca, buscar seu assento. E o que encontra? Banheiros em más condições, perigo de brigas…”, enumera o vice de marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg.
Se a falta de público é encarada como problema, por uma outra ótica Marco Aurélio Klein, especialista em marketing esportivo e professor da Faculdade Getúlio Vargas, vê um nicho de oportunidades.
“Pelos números do Datafolha, pouca gente vai ao estádio, porém muitos acompanham futebol pela TV. Isso significa que existe demanda reprimida por futebol. Há excelentes oportunidades para o futebol, caso ele se organize e proporcione acessibilidade, qualidade e conforto.”
“O futebol é hoje entretenimento. Se houver conforto, as pessoas irão aos estádios. Veja os cinemas: no passado, tapetes rasgados, iluminação e som ruins afugentavam o público.” (EO E PC)

Não se pode desconsiderar o momento da pesquisa. A média de público do ano de 2005 do Corinthians foi a maior do futebol brasileiro. E a do Flamengo, que rondou o rebaixamento, foi bem abaixo de sua média. Isso vale para todos os times .( Gilberto Maluf ).

Mangas compridas deram sorte

Aquele sábado, 15 de dezembro de 1962, amanheceu nublado e abafado. Às vésperas do verão, naquela época como hoje, fazia calor no Rio. O folclórico roupeiro Aloísio Birruma, contemporâneo de Carlito Rocha no lendário Campeonato Carioca de 1948, acordou cedo, colocou as superstições na balança e decidiu: o Botafogo iria disputar a final com o Mais Querido, usando as habituais camisas de mangas compridas. Se a mandinga dera certo desde o início do campeonato, não seria no último ato que ele iria mudar o esquema. Até porque o treinador, Marinho Rodrigues, não se metia em sua seara. E como fiel seguidor de Carlito, Aloísio sabia que não se deve provocar os deuses do futebol, supostamente chefiados por Jesus Cristo, devoção do dirigente.

Antigo jogador alvinegro, Marinho, inclusive, havia participado de dois jogos em 1948 – da infeliz estréia contra o São Cristóvão (quando o Botafogo sofreu sua única derrota) e da vitória sobre o América, ainda no primeiro turno. De certa forma, desde o início, ficara implicitamente combinado: Marinho mandava no time e Aloísio, nas camisas. E não havia bicampeão do mundo que desafiasse as determinações do roupeiro: Nilton Santos, Garrincha, Amarildo e Zagallo podiam até não gostar daquelas mangas compridas, mas ficavam quietos em seus cantos. Quem poderia reclamar de calor era Didi. Mas Didi já não estava no Botafogo. Disputara cinco partidas com o time, no turno, e, tal qual um caixeiro viajante, fora tentar a sorte no Peru depois de renegado no Real Madri.

A rigor, Marinho Rodrigues não estava preocupado com o uniforme que o Botafogo iria utilizar. O ex-zagueiro direito, substituto imediato de Rubinho na campanha de 1948, sabia que Flávio Costa, o “professor”, iria armar o Flamengo de maneira diferente e isso sim o colocava em estado de alerta. No lugar do já velho e surrado 4-2-4, Flávio certamente escalaria três homens no meio de campo – Carlinhos, Nelsinho e o jovem Gérson, pela canhota. O técnico rubro-negro sabia que teria de bloquear o setor adversário, que sempre contava com três jogadores a partir do momento em que Zagallo desembarcara em General Severiano, em 1958, logo após a Copa do Mundo da Suécia. Marinho queria apenas que o Botafogo não mudasse seu esquema. Mesmo precisando da vitória para conquistar o bicampeonato, seu time iria fica jogar fechado, explorando os contra-ataques. E, de certa forma, não era difícil enfrentar o Mais Querido, sempre eufórico, empurrado pelos gritos de guerra de seus torcedores.

O esquema do “professor” ficou claro. Além de escalar Gérson no meio de campo, ele acabara de escolher o também jovem Espanhol para jogar na ponta-direita. O técnico estava convencido de que Espanhol, rápido e habilidoso, faria um carnaval pelo setor esquerdo do Botafogo. Rildo era bom marcador, mas certamente faria as habituais faltas, parte intrínseca de seu repertório. E se Nilton Santos, aos 37 anos, quase 38, viesse socorrê-lo na condição de quarto-zagueiro, abriria uma avenida para Henrique e Dida, que teriam apenas o veterano Jadir (ex-Flamengo) pela frente no meio da área.

Flávio sabia ainda que o alvinegro teria quatro desfalques: três na prática e um psicológico. Joel Martins, ex-Bangu, contundido, homônimo do ponteiro rubro-negro, seria substituído por Paulistinha na lateral-direita. Zé Maria, machucado, havia cedido seu lugar justamente a Jadir. E Arlindo, o garoto de ouro dos juvenis da época de Jairzinho e Roberto, também sentira a perna. Em seu lugar jogaria o pé-de-coelho Edson Praça Mauá, campeão de 1957. O problema psicológico, obviamente, seria a dor da ausência de Didi. Que clube resistiria à ausência de um Didi? Flávio Costa só não contava com Garrincha, com o desequilíbrio técnico e tático que teria pela frente.

E Garrincha, naquela tarde quente, exagerou na dose.
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Naquele sábado o eterno Manoel Francisco dos Santos, então com 29 anos completados em outubro – faria, com a mais absoluta e convicta das certezas, a última grande partida de sua encurtada vida (1933-1982). Garrincha não fez chover, apesar do tempo encoberto e do calor que quase sufocou os 145 mil pagantes e – é sempre bom lembrar – abafou os 10 jogadores obrigados a vestir camisas de mangas compridas. Mas jogou como nunca, como para gravar com letras de ouro sua passagem pelo glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. A rigor, Garrincha, Édson e Zagallo dobraram apenas os punhos. Mas Quarentinha e Amarildo, literalmente, arregaçaram as mangas para enfrentar, como sempre – ontem como hoje – o adversário e a empolgada e imensa torcida rubro-negra. Quem esteve no lotado Maracanã daquele dia viu uma espécie de canto do cisne de um dos melhores jogadores do mundo. A partir de 1963, a artrose corroeu ainda mais as pré-existentes degenerações nas extremidades ósseas de suas fíbulas e fêmures. Artrose avançada e irreversível diagnosticada pelo brilhante reumatologista Nélson Senise (1918-2001), contratado pelo Juventus, após a Copa de 1962, para um diagnóstico definitivo sobre o verdadeiro estado físico do jogador. O alvinegro de Turim queria Garrincha, mas desistiu ao saber da gravidade da artrose.

Até hoje o improvisado 4-3-3 de Flávio Costa é discutido. Para uns, simplesmente não deu resultado porque Garrincha desequilibrou totalmente o jogo. Para Gérson, o Canhotinha de Ouro, Flávio Costa só escalou para dar o primeiro combate a Garrincha, fazendo uma espécie de guardião do lateral-esquerdo Jordan. E Gérson, que no ano seguinte iria parar em General Severiano, comprado por Cr$ 150 milhões à vista – o Botafogo vendera Amarildo ao Milan e enchera os cofres – sua missão era simplesmente impossível. E até hoje ele diz:

– Brincadeira…Como é que eu ia marcar aquele cara, certo?

Com Armando Marques na arbitragem, o Botafogo, todo agasalhado, meias e calções negros – Aloísio vetara as meias cinzas de 1957 – e camisas de mangas compridas entrou em campo com Manga, Paulistinha, Zé Maria, Nilton Santos e Rildo; Ayrton, Édson e Zagallo; Garrincha, Quarentinha e Amarildo.
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O Flamengo, com seu uniforme tradicional, pisou o gramado do Maracanã com Fernando, Joubert, Vanderlei, Décio Crespo e Jordan; Carlinhos, Nelsinho e Gérson; Espanhol, Henrique e Dida. O jogo foi Garrincha e Garrincha foi o jogo . Logo aos 10 minutos, Ayrton pegou o rebote de um ataque rubro-negro e lançou Mané entre Gérson e Jordan. O número sete alvinegro passou de passagem por seu marcador, entrou na área e chutou de pé direito no canto direito de Fernando. Aos 35 a jogada se repetiu, sempre com Ayrton, meias arriadas, procurando Garrincha. Dessa vez, porém, Mané perdeu o ângulo e quase da linha de fundo bateu forte para a área na esperança de encontrar Quarentinha ou Amarildo, que estavam no lance. Caprichosamente, o chute de Garrincha passou pelo goleiro Fernando, bateu no nariz de Vanderlei e entrou: 2 a 0 Botafogo. Agora, para chegar ao título, o Flamengo precisaria de dois gols.

O terceiro e último gol, que encerrou as esperanças rubro-negras, veio logo aos dois minutos do segundo tempo e merece uma descrição toda especial. Amarildo, jogando com uma proteção na coxa, recebeu na intermediária e tocou de imediato para Zagallo, nas costas de Joubert. Zagallo, quase da linha de fundo, centrou alto sobre o meio da área. Quarentinha, acrobático, acertou em cheio uma tesoura voadora da marca do pênalti e a bola explodiu no peito de Fernando. Por fim, Garrincha, que corria livre pela direita, só teve o trabalho de aproveitar o rebote de Fernando e empurrar a bola para o fundo das redes no gol à esquerda das tribunas.

O lance foi tão rápido, tão inesperado, que o experiente narrador Oduvaldo Cozzi – um dos mais brilhantes do rádio esportivo brasileiro – se confundiu todo. Cozzi pegou a tabela Amarildo-Zagallo e o chutaço de Quarentinha (que ele chama de Quarenta na descrição do lance). Mas não apanhou a entrada fulminante de Garrincha. Quem corrige o narrador é o ponta Otávio Name (1934-1978), que tempos depois seria redator do Jornal do Brasil, ao lado de nomes famosos como João Máximo, Oldemário Vieira Touguinhó, Marcos de Castro, José Inácio Werneck, Antônio Maria Filho, João Saldanha e Sandro Moreyra e, de maneira bem mais modesta, o locutor que vos fala. Os últimos momentos da partida na voz de Oduvaldo Cozzi são espetaculares. Quase dois minutos de posse de bola de Garrincha, cercado por Carlinhos, Jordan e Gérson, no espaço mínimo de um metro quadrado. Só quem tem essa fita histórica pode ter idéia das mágicas de Mané.

Nos últimos minutos, o jogo descambou ligeiramente para a violência. Paulistinha e Dida – já falecidos – trocaram pontapés e foram expulsos por Armando Marques. Sobre a arbitragem por sinal, um detalhe: preocupado com o clima do jogo, Armando Marques jamais correu para o meio do campo nos três gols do Botafogo. Correu, sim, para apanhar a bola aninhada na redes, dando à torcida alvinegra a impressão de que o lance fora impugnado. Anos depois, ele reconheceu o equívoco, que fez com que muitos torcedores cortassem o grito de gol. Na época, Armando Marques reconhecia seus erros.

Um detalhe. Garrincha, ao final da partida, declarou que não sentiu calor:

– Calor? Que calor? Estou acostumado a jogar no sol. Na sombra é mole…

fonte: Blog do Roberto Porto

Pacaembu ficava lotado para ver os aspirantes do Corinthians entre 1963 e 1965

Muitos de nós somos criticados pelo saudosismo exagerado e por “inventar histórias”. Eu mesmo sempre recebo críticas por e-mails de torcedores que afirmam ser conversa mole quando digo que a Fiel Torcida, na primeira metade dos anos 60, lotava o Pacaembu, já às 13h dos domingos, só para ver o menino Rivellino e o time de aspirantes do Corinthians jogarem. Pois aí temos duas provas em fotos maravilhosas e oportunas do saudoso fotógrafo Sarkis. Prestem bem atenção e vejam como estava o Pacaembu naquele domingo de 1964. Sabem a hora da foto? Por volta de 13h15!!! É que a preliminar dos aspirantes/juniores começava cerca de duas horas antes do jogo principal e se o estádio ficava lotado tão cedo é porque a Fiel gostava mais dos meninos e dos aspirantes do que dos seus, à época, sofríveis times profissionais. Acima, diante de uma multidão com muita gente de chapéu de papel, você confere Almeida, Batista e Luis Carlos Gálter como os três primeiros, da esquerda para a direita. O quinto em pé é Luis Américo. Não identifiquei os demais. Entre os agachados, Nélson Jacaré é o segundo e o libanês Adnan é o último, antes do massagista. Hoje, um time de juniores joga uma partida com tanto público? Nem o time de cima.
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Lá pelos anos 60, não havia substituição no futebol, só do goleiro. Quando alguém se machucava, ia para a ponta-esquerda “fazer número”. Alias uma expressão que desapareceu da literatura esportiva, assim como a escalação “do goleiro ao ponta-esquerda”. Assim, sem banco de reservas no jogo principal, até jogador veterano ou titular eventual ia fazer a preliminar, formando o time de “aspirantes” ao lado de alguns juniores. É o caso desse outro jogo, no lotadíssimo Pacaembu, em 1963, também em foto tirada por volta das 13h15. Acima, veja em pé: Neco, Cláudio Danni, Barbosinha, Ari Ercílio, Jorge Correia e Mendes. Agachados: roupeiro Romeu, Sérgio Echigo, Manuelzinho, Osmar, Rivellino e Bazani. Amigos, hoje, nem jogo de Copa do Mundo lota estádio duas horas e meia antes do apito inicial.
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fotos de Sarkis
comentários de Milton Neves
Como morava em São Paulo, vi muitas vezes o Rivelino nos aspirantes. Era uma atração a parte. Para lembrança e conhecimento, lembro-me que vi várias jogadas fantásticas do Riva. Por exemplo, a bola vinha ao encontro ao Riva no grande círculo do meio de campo e ele emendava de primeira para o gol . Em uma delas a bola bateu no travessão. Este tipo de jogada ele nunca mais fez nos profissionais. Obviamente para não se expor em demasia em caso da bola espirrar.
Gilberto Maluf