Muitos de nós somos criticados pelo saudosismo exagerado e por “inventar histórias”. Eu mesmo sempre recebo críticas por e-mails de torcedores que afirmam ser conversa mole quando digo que a Fiel Torcida, na primeira metade dos anos 60, lotava o Pacaembu, já às 13h dos domingos, só para ver o menino Rivellino e o time de aspirantes do Corinthians jogarem. Pois aí temos duas provas em fotos maravilhosas e oportunas do saudoso fotógrafo Sarkis. Prestem bem atenção e vejam como estava o Pacaembu naquele domingo de 1964. Sabem a hora da foto? Por volta de 13h15!!! É que a preliminar dos aspirantes/juniores começava cerca de duas horas antes do jogo principal e se o estádio ficava lotado tão cedo é porque a Fiel gostava mais dos meninos e dos aspirantes do que dos seus, à época, sofríveis times profissionais. Acima, diante de uma multidão com muita gente de chapéu de papel, você confere Almeida, Batista e Luis Carlos Gálter como os três primeiros, da esquerda para a direita. O quinto em pé é Luis Américo. Não identifiquei os demais. Entre os agachados, Nélson Jacaré é o segundo e o libanês Adnan é o último, antes do massagista. Hoje, um time de juniores joga uma partida com tanto público? Nem o time de cima.
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Lá pelos anos 60, não havia substituição no futebol, só do goleiro. Quando alguém se machucava, ia para a ponta-esquerda “fazer número”. Alias uma expressão que desapareceu da literatura esportiva, assim como a escalação “do goleiro ao ponta-esquerda”. Assim, sem banco de reservas no jogo principal, até jogador veterano ou titular eventual ia fazer a preliminar, formando o time de “aspirantes” ao lado de alguns juniores. É o caso desse outro jogo, no lotadíssimo Pacaembu, em 1963, também em foto tirada por volta das 13h15. Acima, veja em pé: Neco, Cláudio Danni, Barbosinha, Ari Ercílio, Jorge Correia e Mendes. Agachados: roupeiro Romeu, Sérgio Echigo, Manuelzinho, Osmar, Rivellino e Bazani. Amigos, hoje, nem jogo de Copa do Mundo lota estádio duas horas e meia antes do apito inicial.
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fotos de Sarkis
comentários de Milton Neves
Como morava em São Paulo, vi muitas vezes o Rivelino nos aspirantes. Era uma atração a parte. Para lembrança e conhecimento, lembro-me que vi várias jogadas fantásticas do Riva. Por exemplo, a bola vinha ao encontro ao Riva no grande círculo do meio de campo e ele emendava de primeira para o gol . Em uma delas a bola bateu no travessão. Este tipo de jogada ele nunca mais fez nos profissionais. Obviamente para não se expor em demasia em caso da bola espirrar.
Gilberto Maluf