Três paraguaios que emocionaram o Maracanã

Reyes
Francisco Santiago Reyes Villalba, nascido em 1941
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O paraguaio pura simpatia, campeão carioca de 1972, Francisco Santiago Reyes Villalba, nasceu em Assunção, e jogou no Fla de 67 à 73. Reyes era a encarnação da raça paraguaia. Tinha excelente domínio de bola, sabia sair jogando muito bem, já que havia começado como meio-campista, e conquistou os torcedores pela raça, e pela simpatia com que tratava os torcedores. Fez 194 partidas pelo rubro-negro, e chegou a fazer um gol contra em uma derrota decisiva para o Fluminense, o que não manchou sua grande carreira. Era um zagueiro de raça aliada à sutileza, como costuma acontecer com os virtuoses da posição. Embora fosse um meio campista quando chegou ao clube carioca, Reyes nunca esmoreceu em sua nova tarefa, anulando os ataques rivais com seu jogo de antecipação e desarmes certeiros.

Romerito
Julio César Romero, nascido em 1960;
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Passariam alguns anos até que surgisse um novo talento paraguaio em campos cariocas. O Fluminense já vinha fazendo uma bela campanha no Campeonato Brasileiro de 84 quando chegou Romerito, oriundo do Cosmos de Nova Iorque. Romerito era um velho conhecido do torcedor brasileiro. Durante a Copa América de 79, ele havia deixado a sua marca em uma partida decisiva no Maracanã, ajudando o Paraguai a eliminar a nossa seleção. Agora, com a camisa do Flu, ele seria uma peça importante para a conquista do título nacional. O tricolor tinha em suas fileiras jovens valores, como o zagueiro Ricardo Gomes e o lateral Branco, além da famosa dupla Washington e Assis, apelidada de “Casal 20”. Na série final contra o Vasco, Romerito marcou o gol do título, provando ser um predestinado em sua passagem pelo clube das Laranjeiras.

Romerito estava havia seis meses sem disputar uma partida oficial quando vestiu a camisa do Fluminense na por 1 x 0 sobre o Santo André (SP), no maracanã. O meia, revelado pelo Sportivo Luqueño, do Paraguai (sua terra natal), fora contratado ao Cosmos (EUA), onde jogara com Carlos Alberto Torres e Beckenbauer. Mas o tricolor não demorou para assumir uma posição de destaque. Seu jogo, de técnica, eficiência e espírito de luta, contagiou os torcedores.

Jogou menos da metade do Campeonato Brasileiro de 1984, ainda sim o suficiente para assegurar uma das Bolas de Prata – troféu oferecido por PLACAR aos melhores da competição – com média 7,70. O gol que marcou na primeira partida decisiva contra o Vasco foi suficiente para garantir a taça. Sete meses depois, seria o artilheiro da equipe (11 gols) no título estadual de 1984. Em 1985, no auge da forma, classificaria o Paraguai para a Copa do Mundo do ano seguinte, no México, marcando o gol no empate contra o Brasil. Na final do Estadual daquele ano, marcaria o gol de empate, que iniciaria a reação contra o Bangu. O Flu venceu (2×1), conquistando o tricampeonato estadual, e o bi de Romerito.

Gamarra
Carlos Alberto Gamarra, nascido em 1971.
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Alguns anos mais tarde , precisamente no ano de 95, apareceu no Internacional gaúcho o futebol inigualável de Carlos Alberto Gamarra. Os aficionados colorados não tardaram em classificar o zagueiro como o sucessor de Figueroa. Desempenhando seu ofício com classe estarrecedora, Gamarra ficou famoso durante a Copa da França de 98, quando, atuando pela seleção de seu país, não cometeu nenhuma falta. Na ocasião, o escrete guarani foi eliminado nas oitavas de final pelos donos da casa, graças ao chamado “gol de ouro”. No Inter, esse verdadeiro puro sangue dos gramados escreveu seu nome com letras maiúsculas, mostrando que a têmpera paraguaia tem um valor inestimável também na prática esportiva.

Gamarra foi um dos maiores zagueiros que o futebol já viu. Com muita raça, porém com poucas faltas, o paraguaio encantou a todo o mundo, principalmente representando sua Seleção, na Copa de 1998, na França. No Flamengo, foram apenas 30 partidas. Pouco, mas o suficiente para deixar com saudade os torcedores rubro-negros.

Em 2000, o Clube da Gávea não teve um bom ano, mas no ano seguinte, Gamarra comandou a zaga do Fla ao lado de Juan e com o olhar atento de Zagallo no banco de reservas treinando a equipe.

Foi um dos destaques das conquistas do tricampeonato estadual e da Copa dos Campeões. Antes, já havia feito história no Internacional e no Corinthians, conquistando o Campeonato Gaúcho de 1997, o Paulista de 1998 e o Brasileiro de 1999, que precedeu uma frustrada experiência no Atlético de Madrid.

5 pensou em “Três paraguaios que emocionaram o Maracanã

  1. Gilberto Maluf

    Boa lembrança, o Arilson era ponta esquerda. O Doval jogava tanto na ponta direita como de centro avante. Doval foi um argentino que a torcida do Flamengo não esquece.

  2. Mauricio Neves

    Também vi os dois últimos, e cresci ouvindo histórias do Reyes. Sou de 1973, e a minha lembrança mais remota é um time de botão do meu pai que tinha Reyes, Arilson e Doval.

  3. Gilberto Maluf

    Pois é, só para lembrar, tem o Cabañas que jogaria em qualquer clube do Brasil .
    Quanto aos três paraguaios, julgo o Gamarra, se não o melhor, um dos melhores zagueiros que já vi jogar.

  4. Eduardo Cacella

    Desses eu vi ao vivo os dois últimos..uma pena o futebol brasileiro não buscar outros jogadores por lá.

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