Arquivo da categoria: 08. Gilberto Maluf

Brito – zagueiro central do Brasil da Copa de 70.

Hércules Brito Ruas (9 de Agosto de 1939, Rio de Janeiro), mais conhecido como Brito, é um ex-zagueiro de futebol lembrado por ter sido como o melhor atleta na Copa de 70.

Era a segurança da seleção brasileira (onde fez 45 partidas, entre 1964 e 1972). Ficou famoso também por, em 1971, ter acertado um soco no juiz José Aldo Pereira e ficar suspenso por um ano.

Brito acerta soco em José Aldo Pereira
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Em outubro de 1971 – mais precisamente no dia 31 – os jogadores do Botafogo ainda estavam inconformados com a roubalheira praticada pelo soprador de apito José Marçal Filho na final do Campeonato Carioca contra o Fluminense, jogada a 27 de junho daquele ano. Pela foto publicada no blog do Glorioso, percebe-se a fisionomia tensa de cada um. Talvez Jairzinho, com a confiança que o caracterizava, fosse o único a esboçar um leve sorriso.

Iniciou sua carreira no Vasco, seu time do coração, em 1960, e no clube carioca ficou por 10 anos. Jogou ainda por Internacional, Flamengo, Cruzeiro, Botafogo, Corinthians, Atlético Paranaense e River-PI. Foi campeão mundial da Copa de 70 e do Torneio Rio-São Paulo em 1966 pelo Vasco.

Brito e’ um legitimo elemento da dinastia de grandes zagueiros do Vasco, revelado nas divisoes de base e subindo a equipe titular apos a saida de Bellini. Nos anos 60, quando o Vasco nao teve grandes equipes, Brito era a principal estrela cruzmaltina e capitao do time. Excelente marcador e dotado de um vigor fisico impressionante, foi convocado pela primeira vez como titular da selecao em 1964, na Taca das Nacoes. Depois disso, foi frequentemente convocado ate’ 1972. (netvasco)

Brito também foi Bola de Prata de Placar no ano de 1970. Formou na seguinte seleção:
Picasso (BAH), Humberto Monteiro (AMG), Brito (CRU), Reyes (FLA), Everaldo (GRE), Zanata (FLA), Dirceu Lopes (CRU), Samarone (FLU), Vaguinho (AMG), Tostão (CRU) e Paulo César Caju (BOT).

Somente estou repassando os dados de Brito pelo ocorrido em 09 de outubro de 1974, quando o Corinthians foi campeão do primeiro turno vencendo o São Paulo por 1 x 0. Brito neste jogo jogou ao lado de Baldocchi.
Foi a primeira e única vez que vi uma torcida começar a gritar o nome de um zagueiro central lá pelos 20 minutos do segundo tempo. Do nada, do nada, o Pacaembu começou a gritar o nome de Brito.
Eu presenciei tudo, afinal cheguei no estádio ás 17h e o jogo só começou as 21h. Terminado o jogo, Brito tirou sua camisa e veio em direção da arquibancada e jogou a camisa para a Fiel Torcida.
Só não se consagrou porque perdeu a final para o Palmeiras em 22 de dezembro de 1974, por 1 x 0.
Encerrando, a foto do time da final com o Palmeiras:
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Há 46 anos…..: “O Pelé não veio hoje?”

Um amigo torcedor do Santos encaminhou a história do jogo em que Pelé fez dois gols e empatou o jogo, aos 42 e 43 minutos do segundo tempo. Pesquisei na internet, “Só Sumulas”, e listei abaixo a ficha do jogo . A dupla de zaga do Vasco resolveu gozar da cara do negão e o resultado é o que veremos a seguir:

VASCO DA GAMA (RJ) 2 X 2 SANTOS (RJ)
Data: 16/02/1963 Torneio Rio São Paulo
Local: Estádio do Maracanã / Rio De Janeiro
Arbitro: Stefan Walter Glanz
Gols: Ronaldo 32/1º, Sabará 12, Pelé 42 e Pelé 43/2º
VASCO DA GAMA: Ita, Joel, Brito, Dario, Maranhão, Barbosinha (Fontana), Sabará, Villadoniga, Saulzinho, Lorico (Fagundes) e Ronaldo /Técnico : Jorge Vieira
SANTOS: Gilmar, Mauro, Zé Carlos (Tite), Dalmo, Calvet, Lima, Dorval, Mengálvio, Pagão (Toninho), Pelé e Pepe

A história a seguir já causou muita polêmica. Tem gente, entre eles o respeitabilíssimo jornalista Sérgio Cabral, que jura que Pelé jamais diria tal coisa. A ela, acrescento a minha versão, a partir de uma entrevista que fiz com o próprio Rei do Futebol. Por Celso Unzelte.
Vasco e Santos jogavam no Maracanã, pelo falecido Torneio Rio-São Paulo, em 1963. Diz a lenda que a dupla de área vascaína era formada pelos truculentos Brito e Fontana. Fontana, na verdade, não jogou. Naquele dia, o parceiro de Brito era Joel.
A lenda também diz, e isso é verdade, que até faltarem dois minutos para o final o jogo estava 2 a 0 para o Vasco. Isso fez a dupla de zaga vascaína, formada por Brito e seja lá quem for, criar coragem para tirar um sarro do Rei.
“Ué, fulano”, teria perguntado um dos zagueiros ao outro, em alto e bom som, justamente para Pelé ouvir. “O Rei não veio hoje?” “Acho que não”, respondeu o outro zagueiro, dando sequência à provocação. “Mas não disseram que tinha um Rei jogando por aí?”
Então, quando faltavam dois minutos, Pelé marcou um gol. E logo em seguida, quando só faltava um minuto, Pelé marcou outro, empatando a partida — e isso NÃO é lenda. Pode ser comprovado na ficha técnica daquele jogo de 16 de fevereiro de 1963. Pelé, então, teria ido buscar a bola no fundo do gol vascaíno para entregá-la nas mãos de um dos zagueirões desaforados e dito em seguida: “Toma, manda pra tua mãe. Diz que foi o Rei que mandou”.
Como já escrevi acima, tive a oportunidade de perguntar tudo isso a Pelé, pessoalmente, durante uma entrevista. Ele deu muita risada e respondeu: “Eu só não falei essa parte sobre a mãe do cara…”

Campeões da 2ª Divisão Paulista – 1953 – 1954 – 1955 e 1956

1953- NOROESTE de BAURÚ
O primeiro título da 2a Divisão veio em 1953. Após conquistar o título da Série Verde do Campeonato, o Norusca, em uma campanha heróica, conquistou o título da Segundona, passando por cima do América de Rio Preto, da Ferroviária de Araraquara, do Paulista de Jundiaí, do Marília e do Bragantino. Foram oito vitórias em dez jogos, que renderam o primeiro acesso da história do Noroeste à divisão de elite do futebol paulista. O título foi assegurado com uma vitória por 2 a 0 sobre o Marília, no Alfredão. Festa na cidade.
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O time de 53 era formado por Sidney, Osvaldo e Villa; Nelson Faria, Mingão e Amaro; Colombo, Zeola, Brotero, Ranulfo e Luiz Marini. O técnico era José Pavesi, que faleceu pouco antes do último jogo do primeiro turno da fase decisiva, contra o Bragantino.

1954 – TAUBATÉ
Em 1954, o Taubaté vence o Campeonato da Segunda Divisão e ascende à divisão de elite do futebol paulista. Dessa forma, o alvi-azul teve sua primeira participação entre os grandes da capital e interior, integrante que foi no período entre os anos de 1955 a 1962.
Fizeram um campeonato espetacular e venceram a última partida 2×1 no Parque Antártica-S. Paulo em cima do maior rival na época, o S. José tido para muitos como o melhor time. O Taubaté venceu e sagrou-se campeão subindo para a primeira divisão. O time era composto por jogadores sensacionais como China, Buzuca, Wagner, Banha, Cleto, Taino, Piorra, Betinho, Antônio Carlos, Amauri, Botu, Ari, Paulão, Adilson, Góes, Alfredo, Ligão, o técnico Oscar Amaro e comissão técnica.
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1955 – FERROVIÁRIA DE ARARAQUARA
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Time que levou a Ferroviária à Divisão Especial em 1955. Fia, Isã, Cardarelli, Dirceu, Pixo e Elcias.
Paulinho, Cardoso, Gomes, Bazani e Boquita.
O campeonato da segunda divisão de 1955 e terminado em 1956 foi a redenção da Ferroviária e de toda Araraquara. Dessa vez não escapou o título de campeão que veio de forma antecipada. A esmagadora vitória de 6×3 contra o Botafogo, na Fonte Luminosa, 15 de abril de 1956, não deixou dúvidas. A Ferroviária subiu para a principal divisão do futebol paulista com méritos.
O Botafogo deu adeus as suas pretensões com: Machado; Fonseca e Julião; Wilsinho, Oscar e Chorete; Laerte, Amorim, Brotero, Neco e Fernando. Trabalhou no apito Paulo Simões. Os gols da Ferroviária: Bazani (2), Cardoso (2) e Gomes (2). Para o Botafogo marcaram: Fernando, Amorim e Brotero.

1956 – BOTAFOGO de RP
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Botafogo de Ribeirão Preto (SP), campeão da Segunda Divisão do Paulistão de 1956. Em pé: Machado, Julião, Fonseca, Digão, Mário e Gil. Agachados: Noca, Moreno, Ponce, Neco e Guina. O técnico (no destaque, acima, à esquerda) era Agnelli.

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A torcida botafoguense invadiu as ruas de Ribeirão Preto para comemorar o título da Segunda Divisão estadual em 1956. O Botafogo de Ribeirão bateu o Paulista de Jundiaí na final, disputada na capital paulista, no estádio do Parque Antártica.

Julinho: O palmeirense que fez o Maracanã se curvar

Meu Personagem da Semana

Nélson Rodrigues

Manchete Esportiva

Rio de Janeiro, maio de 1959
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Amigos, Julinho começou a ser o meu personagem da semana a partir do momento em que o vaiaram. Foi, até, se me permitem a expressão, trágico. Insisto: trágico! Quem estava lá viu ou, por outra, ouviu. No instante em que o alto-falante do Maracanã anunciou Julinho em lugar de Garrincha, o estádio entupido foi uma vaia só. Menos eu. Eis a verdade: – eu não apupei, embora preferisse Garrincha. Parecia-me que o escrete sem o “seu” Mané era um mutilado. Na pior das hipóteses, eu achava que o Feola devia ter posto os dois: – Julinho na ponta direita e Garrincha na esquerda. Mas um técnico tem razões que a razão desconhece. Puseram só Julinho e esqueceram o Garrincha. Verificou-se, então, o amargo e ululante desagrado da multidão. Naquele momento, ninguém se lembrou, no Maracanã e fora dele, de quem é Julinho na história do futebol brasileiro. Sim, amigos: – o homem andou pela Itália e quando voltou nós o olhamos, de alto à baixo, como se fosse um gringo qualquer ou pior do que isso, como se fosse um perna de pau. Não há nada mais relapso do que a memória. atrevo-me mesmo a dizer que a memória é uma vigarista, uma emérita falsificadora de fatos e de figuras. Por exemplo: – ninguém se lembrava de que, no mundial da Suíça, contra os húngaros, Julinho fizera um carnaval medonho. De certa feita, driblara toda a defesa contrária para finalizar com uma bomba e que bomba! O arqueiro nem viu por onde a bola entrou. Esse gol Foi uma obra-prima e devia estar numa vitrine de turismo, para a admiração pateta dos visitantes. Pois bem: – ao ser anunciada a escalação de Julinho, a nossa memória apresentou-nos a imagem não autêntica, não fidedigna do craque, mas de um quase penetra do escrete.

Ao ouvir o apupo,, eu fui um pouco oracular para mim mesmo. Imaginei o seguinte vaticínio:

– “Julinho vai comer a bola!” Podia parecer uma piada e, no entanto, era uma grave profecia. Eis a verdade: – para o jogador de caráter uma vaia é um incentivo fabuloso, um afrodisíaco infalível. Imagino que Julinho a de ter entrado em campo crispado da cabeça aos sapatos ou, retifico, às chuteiras. Nunca um craque foi tão só. Era um único contra duzentos mil. Mas homem de brio indomável, Julinho aceitou a luta: – bateu-se contra a multidão que o cercava por todos os lados, disposta a crucificá-lo em outras vaias. Mas se nós tínhamos e esquecido Julinho, Julinho não estava esquecido de si mesmo. Foi Julinho em cada um dos 45 minutos, foi sempre Julinho e só Julinho. Em inúmeras ocasiões o que ele fez com o adversário foi pior que xingar a mãe. E o primeiro gol, ah, o primeiro gol! Ele o marcou contra os ingleses, sim, mas também contra os que o vaiaram. Enfiou a bola de uma maneira, por assim dizer, sádica. Jamais houve um gol tão amorosamente sofrido como este. A partir da abertura da contagem, todo mundo passou a reconhecê-lo, todo mundo admitiu para si mesmo:

– “Este é o Julinho !” E era.

Ele não parou mais. Aquela multidão se arremessara contra ele como um touro enfurecido. Pois bem: – ele agarra o touro a unha e lhe quebra os chifres. Então, aconteceu o milagre. O ex-touro brabo, já manso, tornou-se em outro bicho. Sim, amigos: – do primeiro gol em diante, a multidão transformou-se a “macaca de auditório” de Julinho. Se ele apanhava a bola, os duzentos mil espectadores arreganhavam o riso enorme e já gozavam, por antecipação, o que o Julinho iria fazer. Vejam vocês as ironias da vida e do futebol: – de um momento para outro, o vaiado, o apupado, o quase cuspido, transformava-se num triunfador. E, de fato, Julinho foi grande. Nos pés de Julinho a jogada se enfeitava como um índio de carnaval. De certa feita, como um, dois, três, quatro e quase entra com bola e tudo. Imagino que, neste momento, Lord Nelson há de ter perguntado, lá do alto, para o mais próximo companheiro de eternidade:

– “Quem é esse cara ?” O “cara” era Julinho, sempre Julinho.
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Assim é o brasileiro de brio. Dêem-lhe uma boa vaia e ele sai por aí, fazendo milagres, aos borbotões. Amigos, cada jogada de Julinho foi exatamente isso: – um milagre de futebol.

site palestrinos

Dupla perfeita

Sempre que pensamos em duplas no futebol, lembramos de Pelé e Coutinho, do ataque fabuloso do Santos no anos 60. Eles foram responsáveis pelas maiores pinturas daquela época. Faziam tabelas sensacionais, que eram totalmente alheias a qualquer tipo de marcação.

SOBRE PELÉ E COUTINHO
Coutinho….ele era fulminante dentro da área, dizem até mais que o negão dentro da área. Por volta de 1964/1965, , num sábado à noite, o Coutinho voltou a jogar bola, tinha emagrecido um pouco, justamente contra o Corinthians. O Santos subiu as escadas dos vestiários do gol de entrada do Pacaembu e parou, esperando para entrar junto com o Corinthians para não levar vaia, se é que precisava disso. O Corinthians subiu e parou também. Até que como não dava para ficar alí travado, o Corinthians entrou e o Santos também.
Tudo isso para falar que foi 3 x 0 para o Santos e os 3 gols do Coutinho.

Coutinho era gênio. Quase tão habilidoso quanto o Pelé. Toques sutis. Fintava com o olhar. Deixava Pelé na cara do gol e não reclamava.

Lembrei-me de um drible típico do Coutinho:
com a bola parada ele gingava para a esquerda flexionando seu joelho esquerdo ( obviamente o marcador já foi para a esquerda também ) e a perna direita ficava esticada à direita com a bola debaixo da sola do pé.
Gozado, faz quase 40 anos que isso se passou e a imagem volta à mente.
Lembrei-me de outra passagem: Em 1963 o Corinthians contratou do Internacional o quarto zagueiro Claudio, pesado que só o uruguaio Taborda e o argentino Sebá.
Ele ficou no meio de uma tabela de cabeça enntre o Pelé e o Couto. Foi de envergonhar. Foi neste mesmo jogo, 3 x 1 para o Santos, que atrás do gol dos portões monumentais o Pepe mandou uma bola na trave do Heitor. A bola fez uma curva incrível e devido ao silêncio ( medo ) escutei o barulho dela no travessão.
Estas coisas a gente não esquece. E o folclore só aumentou. Eu tinha 12 anos de idade.
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A publicação CBF NEWS, Histórias do Futebol, fala do encontro de um antigo zagueiro do Flamengo, o Bolero, com a dupla Pelé e Coutinho.

Bolero foi um zagueiro do Flamengo nos anos 50/60. Jogava com mais freqüência nos aspirantes, entrava às vezes no time titular, era reserva. Em 1984, carreira já encerrada, Bolero trabalhou como motorista do jornal O Dia.

Reservado, caladão, Bolero tinha no entanto muitas histórias para contar, que quando resolvia ia recordando levado pela saudade do tempo de jogador. Histórias que nem sempre eram de “mocinho”, como aquela em que enfrentou o Santos de Pelé, Coutinho & Cia. no Torneio Rio-São Paulo de 1961. Era um tempo em que os zagueiros ficavam, de véspera, apavorados ao saber que teriam de marcar Pelé.
O jogo entre Flamengo e Santos, no Maracanã, aconteceu no dia 11 de março de 1961. Bolero não estava relacionado para a partida. Como o zagueiro titular havia se contundido, e fora vetado, Bolero foi convocado às pressas para se concentrar e escalado para jogar.

Bolero entrou em campo preocupado. Não era para menos, afinal teria pela frente Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, o famoso ataque santista. Só não podia imaginar que naquela noite viveria o pior dos seus pesadelos, como ele começou a recordar de maneira bem-humorada.

– Eu ainda não tinha botado o pé na bola e o Santos já estava vencendo por 2 a 0 – contou.

Bolero não perdia por esperar. Pelé estava em noite inspirada, driblando a quem lhe aparecia pela frente.
– Teve um gol em que eu caí sentado com o drible que ele me deu. Quando eu virei, a bola já estava na rede.

O time do Flamengo (e a defesa) quase não pegava na bola. Pelé e Coutinho iam fazendo das suas, através de tabelinhas que deixavam tontos os zagueiros rubro-negros. Em um desses lances, outra vez Bolero tentou entrar em ação. Não conseguiu, de novo, achar Pelé. Ou Coutinho.

– Eles entraram tabelando e saiu outro gol. O time do Santos não parava de atacar. No final, não sabia mais quem era Pelé, quem era Coutinho, na velocidade eles se pareciam. Tinha também o Dorval, que ajudava a confundir ainda mais. Só sei que eles não paravam de fazer gol.

Pelé fez quatro, Pepe fez dois e Dorval completou. O Santos goleou o Flamengo por 7 a 1, diante da sua torcida, no Maracanã.

Desafio Placar

Jogadores
Analise a imagem abaixo e descubra quem são os 50 jogadores que estão representandos graficamente na ilustração.
[img:desafio_jogadores.jpg,resized,vazio]
Caso não se aguente de ansiedade, confira abaixo o resultado:

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Times
Veja a imagem e descubra os 50 times que estão representados graficamente na ilustração.
[img:desafio_times.jpg,resized,vazio]
Caso não se aguente de ansiedade, confira abaixo o resultado:

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Uniforme mais bonito

O jornal Daily Mail elegeu o uniforme da Seleção Brasileira o mais bonito da história do futebol. Segundo a publicação, a lista foi desenvolvida depois de consultas a especialistas de moda da Inglaterra.

“Quando você vence muitas Copas do Mundo como o Brasil – cinco – você está vestido de ouro. O calção azul e as meias brancas não são uma combinação palatável, mas você está acostumado a ver este conjunto que é quase uma utopia para os olhos. Um vencedor merecido”, diz o texto.

A segunda colocação ficou com o Real Madrid e seu uniforme todo branco. A combinação de branco e vermelho deu ao holandês Ajax o terceiro lugar.

Confira a lista dos dez uniformes mais bonitos de acordo com o Daily Mail:

1 – Seleção Brasiliera
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2 – Real Madrid
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3 – Ajax
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4 – Leeds United (1973)
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5 – Hull City (1994)
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6 – Barcelona
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7 – Inglaterra
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8 – Arsenal (1992)
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9 – Crystal Palace (1980)
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10 – Coventry City (1978)
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Certamente devemos dar um desconto porque o jornal é britânico e a preferência foi dada quase que com unanimidade para os clubes locais. Mas o fato de terem escolhido a camisa da seleção de 70 me fez ver realmente o quanto ela era linda para os padrões da época. (G.Maluf)

O Daily Mail é um jornal Britânico, atualmente um tablóide, publicado inicialmente em 1896. É o jornal britânico mais popular depois do The Sun e indiscutivelmente o mais de direita. O seu jornal co-irmão, o The Mail on Sunday foi lançado em 1982, e uma versão Irlandesa do jornal foi lançada em 6 de Fevereiro de 2006. A inclinação editorial dos jornais é o conservadorismo social e político. O Daily Mail foi o primeiro jornal diário Britânico direcionado para o que hoje é considerada a classe média e o primeiro a vender um milhão de cópias por dia.

Algumas Obras Primas, Lances Históricos e 4 Histórias de Pelé

AS OBRAS-PRIMAS

Gol da Afirmação

19 de julho de 1958, Estádio Nya Ullevi, Gotemburgo, Suécia,
Brasil 1 x 0 País de Gales. A bola vem da direita, Didi ajeita de
cabeça para Pelé que mata a bola no peito, dá um semilençol no
adversário e toca para o canto direito do arco. Foi seu primeiro
gol em Copa do Mundo. É considerado pelo próprio Pelé o gol mais
importante da sua carreira, o gol da confiança, da afirmação
[img:gol_no_Pa__s_de_Gales.jpg,thumb,vazio]

Gol Mais Bonito

11 de Novembro de 1959, estádio do Juventus, na Rua Javari,
Santos 5 x 1 Juventus. Pelé recebe a pelota de Coutinho na entrada
da grande área. Sem deixar cair no chão, dá três chapéus em três
defensores. Dá ainda um quarto chapéu no goleiro Mão-de-Onça e, ainda
sem deixar a bola tocar o solo, mergulha de cabeça para completar
uma grande obra-prima
[img:gol_na_rua_javari.jpg,resized,vazio]

Gol de Placa

5 de março de 1961, estádio do Maracanã, Santos 3 x 1 Fluminense.
Pelé pegou a bola fora da área do Santos e partiu para o gol adversário.
Passou entre Valdo e Edmilson, enganou Clóvis, saiu de Altair, fintou.
Pinheiro, driblou Jair Marinho, tocou na saída de Castilho. Pelé venceu.
sete jogadores do Fluminense e marcou o gol que lhe deu direito a placa de
bronze no hall de entrada do Maracanã. Daí nasceu a expressão “gol de placa”.
[img:gol_de_placa.jpg,thumb,vazio]

Gol de Tabela

11 de outubro de 1962, Estádio da Luz, Lisboa, Portugal, Benfica 2 x 5
Santos. Zito toca para Pelé. O Rei chuta a bola nas pernas do zagueiro Coluna.
A bola volta e Pelé passa para Coutinho. Continho devolve para Pelé, para
Coutinho, para Pelé, para Coutinho, para Pelé que passa pelo zagueiro Cavém e
chuta na saída do goleiro. Gol da descisão em que o Santos se tornou o Campeão
Mundial Interclubes e que ilustra a famosa tabelinha com o parceiro Coutinho.
[img:gol_no_est__dio_da_Luz.jpg,resized,vazio]

Gol do Meio do Campo

19 de junho de 1977, Estádio Rutherford, New Jersey, Estados Unidos, Cosmos
3 x 0 Tampa Bay. Pelé percebe o goleiro adiantado e chuta do meio do campo. O
Rei marca o gol que tentara na Copa de 70, para delírio dos torcedores norte-
americanos

LANCES HISTÓRICOS

Chute do meio de campo

Pelé percebeu o Goleiro Viktor, da Tchecoslováquia,
adiantado e deu um chute de 70 metros, direto do meio do campo.
Viktor voltou desesperado mas a bola raspou a trave.

Maior Defesa

Cruzamento na área e Pelé acerta uma cabeçada
certeira. A bola toca no chão e vai entrando quando
o goleiro Banks, da Inglaterra, se estica todo e espalma
A bola sobe e sai por cima do gol. A defesa passou a ser
considerada a maior de todos os tempos

Tiro de Primeira

O goleiro uruguio Mazurkiewicz bate o tiro de meta errado
e Pelé, da intermediária, emenda de primeira para o gol. O goleiro
ainda tem tempo de se recuperar e encaixar a bola.

Drible de Corpo

A jogada mais plástica da Copa de 70. Tostão lança Pelé
e o goleiro Mazurkiewicz sai para dividir. Pelé passa pela
bola que também passa pelo uruguaio. O Rei dá a volta no
goleiro e chuta. A bola trisca a trave e vai para fora.
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FONTE: gramadoscjr.vilabol.uol.com.br

TRÊS HISTÓRIAS FORA DO CAMPO
por Celso Unzelte

O primeiro deles diz respeito, ainda, a um Pelé menino. Recém-chegado de Bauru para o Santos, com menos de 16 anos e ainda sem chances no time titular que seria bicampeão paulista em 1955/56, Pelé – até então conhecido como “Gasolina” – acabou escalado para reforçar um time de amadores e reservas, na decisão do campeonato da cidade de Santos, contra o Jabaquara.

Naquele dia, o Santos perdeu o jogo (1 a 0) e a taça, e Pelé desperdiçou um pênalti, defendido pelo goleiro Fininho. “Aquilo me arrebentou”, confessou Pelé, 43 anos mais tarde, em entrevista a esse colunista. “Fui vaiado depois do jogo e só pensava em voltar para Bauru.”

E Pelé só não voltou porque na hora em que ia fugindo dos alojamentos do clube, com mala e tudo, perto das 6 horas da manhã, foi surpreendido por Sabuzinho, um humilde funcionário do Santos, filho da cozinheira do clube, que àquela hora se preparava para ir à feira.
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Foto: GazetaPress

“Cadê a autorização para sair? Sem autorização você não sai daqui”, intimou Sabuzinho, que, assim, acabou salvando a carreira de Pelé. Anos depois, Sabuzinho morreria na frente do próprio Rei do Futebol e do goleiro santista Cláudio, ao escorregar do alto de uma pedra em que os três estavam pescando na Praia Grande, litoral paulista.

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Em uma de suas muitas viagens, Pelé chegava aos Estados Unidos para uma feira de esportes, acompanhado por seu então sócio, Hélio Viana. Na hora de passar pela alfândega, ele viu Hélio, que ia mais à frente, ser barrado e, depois, imediatamente liberado.

A mesma sorte não deu o Rei do Futebol. Como o funcionário não o reconheceu, Pelé teve de gastar mais tempo, explicando quem era e o que iria fazer naquele país.

Finalmente liberado, Pelé perguntou a Hélio Viana:

– Pô, o que você disse para o cara te liberar tão rapidamente?

– Eu? – respondeu o acompanhante. – Ah, foi só eu dizer que estava acompanhando o Pelé, e aí ele me liberou na hora…

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Pelé deixava sua residência em Santos quando o portão automático emperrou e o motorista teve de sair do carro para resolver a situação. Tempo suficiente para aparecer uma fã, desesperada, batendo no vidro da Mercedes-Benz.

– Por favor, o senhor poderia me dar um autógrafo? Seria muito importante para mim!

Fiel à sua política de jamais negar atenção aos fãs, Pelé autografou ali mesmo a roupa da moça, que, agradecida, não parou de repetir enquanto se afastava:

– Puxa, obrigada! Muito obrigada, mesmo! Obrigada, seu MÍLTON NASCIMENTO…
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Eduardo Scabbia, que comemora ser da “geração Pelé”, viu seu primeiro jogo de futebol em 1960. “Foi um Santos e Palmeiras na TV Record (com Raul Tabajara , Flavio Iazetti e Paulo Planet Buarque). A transmissão era em branco e preto, claro”, lembra. Desde então, se tornou santista graças àqueles “Anjos Negros vestidos de branco (nada de patrocínio, marca de material esportivo ou nome de jogador na camisa, só o escudo sagrado e o número às costas). A bola rolava de pé em pé com toques finos e precisos. O adversário parecia indefeso e incapaz de fazer algo parecido. Fiquei maravilhado. Era como um balé mágico interpretado pelos “Anjos Negros” vestidos de branco”, diz o santista, maravilhado.

Uma das histórias contados por Eduardo é de um gol em uma partida Santos x São Paulo a que assistiu no Morumbi. Ele mesmo conta: “o Pelé mata a bola na entrada da grande área, pela meia esquerda. A bola fica parada ao seus pés e o Jurandir, beque do São Paulo, bi-campeão mundial pelo Brasil em 62, se posiciona à sua frente pronto para o bote. Pobre Jurandir… Se soubesse o que estava para lhe acontecer, teria pedido para não jogar aquele jogo. Sem a bola, o Pelé dá dois passos rápidos para a direita e o Jura vai junto. O Pelé volta para a bola e lá vem o Jura com ele. Aí, o Pelé dá um passo sem a bola para a esquerda e dá-lhe Jurandir para a esquerda. O Pelé volta para a bola e, desta vez, o Jurandir volta também, mas já meio desequilibrado. Pela terceira vez, o Pelé repete o movimento sem bola, de novo para a direita e, quando o Pelé retorna para a bola, que nunca foi tocada esse tempo todo, o pobre Jurandir se esborracha no chão à frente de Sua Majestade. O Pelé então rola a bola fora do alcance do desnorteado Jurandir, que está contorcido no gramado e de direita manda um foguete no canto. É gol. Resultado: Santos 3 x 0 .