Dupla perfeita

Sempre que pensamos em duplas no futebol, lembramos de Pelé e Coutinho, do ataque fabuloso do Santos no anos 60. Eles foram responsáveis pelas maiores pinturas daquela época. Faziam tabelas sensacionais, que eram totalmente alheias a qualquer tipo de marcação.

SOBRE PELÉ E COUTINHO
Coutinho….ele era fulminante dentro da área, dizem até mais que o negão dentro da área. Por volta de 1964/1965, , num sábado à noite, o Coutinho voltou a jogar bola, tinha emagrecido um pouco, justamente contra o Corinthians. O Santos subiu as escadas dos vestiários do gol de entrada do Pacaembu e parou, esperando para entrar junto com o Corinthians para não levar vaia, se é que precisava disso. O Corinthians subiu e parou também. Até que como não dava para ficar alí travado, o Corinthians entrou e o Santos também.
Tudo isso para falar que foi 3 x 0 para o Santos e os 3 gols do Coutinho.

Coutinho era gênio. Quase tão habilidoso quanto o Pelé. Toques sutis. Fintava com o olhar. Deixava Pelé na cara do gol e não reclamava.

Lembrei-me de um drible típico do Coutinho:
com a bola parada ele gingava para a esquerda flexionando seu joelho esquerdo ( obviamente o marcador já foi para a esquerda também ) e a perna direita ficava esticada à direita com a bola debaixo da sola do pé.
Gozado, faz quase 40 anos que isso se passou e a imagem volta à mente.
Lembrei-me de outra passagem: Em 1963 o Corinthians contratou do Internacional o quarto zagueiro Claudio, pesado que só o uruguaio Taborda e o argentino Sebá.
Ele ficou no meio de uma tabela de cabeça enntre o Pelé e o Couto. Foi de envergonhar. Foi neste mesmo jogo, 3 x 1 para o Santos, que atrás do gol dos portões monumentais o Pepe mandou uma bola na trave do Heitor. A bola fez uma curva incrível e devido ao silêncio ( medo ) escutei o barulho dela no travessão.
Estas coisas a gente não esquece. E o folclore só aumentou. Eu tinha 12 anos de idade.
[img:Pel___e_Coutinho.jpg,thumb,vazio]

A publicação CBF NEWS, Histórias do Futebol, fala do encontro de um antigo zagueiro do Flamengo, o Bolero, com a dupla Pelé e Coutinho.

Bolero foi um zagueiro do Flamengo nos anos 50/60. Jogava com mais freqüência nos aspirantes, entrava às vezes no time titular, era reserva. Em 1984, carreira já encerrada, Bolero trabalhou como motorista do jornal O Dia.

Reservado, caladão, Bolero tinha no entanto muitas histórias para contar, que quando resolvia ia recordando levado pela saudade do tempo de jogador. Histórias que nem sempre eram de “mocinho”, como aquela em que enfrentou o Santos de Pelé, Coutinho & Cia. no Torneio Rio-São Paulo de 1961. Era um tempo em que os zagueiros ficavam, de véspera, apavorados ao saber que teriam de marcar Pelé.
O jogo entre Flamengo e Santos, no Maracanã, aconteceu no dia 11 de março de 1961. Bolero não estava relacionado para a partida. Como o zagueiro titular havia se contundido, e fora vetado, Bolero foi convocado às pressas para se concentrar e escalado para jogar.

Bolero entrou em campo preocupado. Não era para menos, afinal teria pela frente Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, o famoso ataque santista. Só não podia imaginar que naquela noite viveria o pior dos seus pesadelos, como ele começou a recordar de maneira bem-humorada.

– Eu ainda não tinha botado o pé na bola e o Santos já estava vencendo por 2 a 0 – contou.

Bolero não perdia por esperar. Pelé estava em noite inspirada, driblando a quem lhe aparecia pela frente.
– Teve um gol em que eu caí sentado com o drible que ele me deu. Quando eu virei, a bola já estava na rede.

O time do Flamengo (e a defesa) quase não pegava na bola. Pelé e Coutinho iam fazendo das suas, através de tabelinhas que deixavam tontos os zagueiros rubro-negros. Em um desses lances, outra vez Bolero tentou entrar em ação. Não conseguiu, de novo, achar Pelé. Ou Coutinho.

– Eles entraram tabelando e saiu outro gol. O time do Santos não parava de atacar. No final, não sabia mais quem era Pelé, quem era Coutinho, na velocidade eles se pareciam. Tinha também o Dorval, que ajudava a confundir ainda mais. Só sei que eles não paravam de fazer gol.

Pelé fez quatro, Pepe fez dois e Dorval completou. O Santos goleou o Flamengo por 7 a 1, diante da sua torcida, no Maracanã.

Um comentário em “Dupla perfeita

  1. Gilvanir Alves

    No futebol mundial já ouvimos falar em tantas duplas de ataque, mas uma parceria como está dificilmente surgirá novamente.

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